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Nome: Gênesis Meneses

Tema: Preconceito linguístico no Brasil

Na música “Negro drama”, o cantor Mano Brown relata as dificuldades vividas pelo
povo preto. No decorrer na canção, ele cita a tentativa de inibição da burguesia à sua
linguagem e seus dialetos. Assim como na expressão artística de Mano Brown, parte da
sociedade brasileira tem sofrido silenciamento devido ao preconceito linguístico. Nesse
prisma, é possível destacar a gourmetização da linguagem e a invalidação da linguagem
popular periférica como potencializadores desse preconceito.
Em primeira análise, é importante ressaltar que a gourmetização da língua restringe a
linguagem socialmente aceita à norma-padrão e amplifica a ocorrência de preconceito
linguístico. Assim, as formas de obter validação e prestígio social estão limitadas ao uso
essa única variação da língua portuguesa. De acordo com o sociólogo alemão Norbert
Elias, os estabelecidos são uma classe dotada de alto valor para a sociedade, enquanto
os “outsiders” são desvalorizados e esquecidos. Sob essa perspectiva, fica claro que os
“outsiders” definidos por Elias são as vítimas do preconceito linguístico possibilitado
pela gourmetização da língua.
Em segunda análise, é preciso salientar que a invalidação da língua popular
periférica fortalece o preconceito linguístico. Dessa forma, as gírias, neologismos e os
jargões advindos das periferias são negados pela sociedade. Segundo o sociólogo
canadense Erving Goffman, o estigma social é a atribuição de um valor negativo a um
grupo, que o deixa à mercê de marginalização. Visto isso, fica claro que esse estigma
apresentado por Goffman é o principal responsável por retirar a importância da
população periférica, inibir sua cultura e invalidar sua linguagem.
Fica evidente, portanto, a necessidade de uma tomada de medidas que resolvam essa
problemática. Para isso, a Escola, responsável por formar o cidadão, deve extinguir a
gourmetização da língua, através de aulas sobre o valor das variações linguísticas, com
o objetivo de desmitificar o pensamento da norma-padrão como a única forma correta e
comunicação na língua portuguesa. Além disso, a escola também deve organizar
palestras sobre a linguagem da população periférica, a fim de acabar com a inibição da
sua cultura. Sendo assim, a sociedade brasileira extinguirá o preconceito linguístico e os
problemas citados por Mano Brown serão resolvidos.

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