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TEMA

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O preconceito linguístico agrava ainda mais a


exclusãosocial,poisexpressaaideiade“euseimais
que você, por isso sou superior”.

PRÉ-VESTIBULAR

QUE LÍNGUA É ESSA?


Entre as inúmeras formas de preconceito que nos cercam, há um especialmente rela-
cionado à área de linguagens: o preconceito linguístico. De acordo com Marcos Bagno,
autor do livro Preconceito linguístico: o que é, como se faz, esse tipo de discriminação
surge da ideia de que há apenas um português correto, transmitido pelos professores
nas escolas através dos livros didáticos. Obviamente, a gramática normativa, que deter -
mina as regras que devem ser obedecidas pelo usuário da variedade padrão da língua,
tem um relevante papel na regulamentação da escrita, tornando-a homogênea. No en-
tanto, reconhecer essa gramática como a única admissível em todas as esferas acaba
agravando o quadro de exclusão social, já muito presente em nossa sociedade. Sobre
essa questão, veja o que diz Bagno:
Porque o verdadeiro problema, a verdadeira questão social implicada nisso tudo não tem
a ver com o fato de se usar a regra A ou a regra B. Tem a ver, isso sim, com o uso social perverso
que se faz do domínio desse suposto saber: “Eu sei empregar a passiva sintética, eu sei quando
empregar o acento indicador de crase, eu sei usar os pronomes oblíquos, mas você não... Por
isso eu sou mais inteligente, estou mais preparado para exercer o comando, pertenço a uma
casta superior”.

BAGNO, Marcos. Não é errado falar assim! Em defesa do Português Brasileiro. São Paulo: Parábola Editorial, 2009. p.29.

TEXTO 1

“É um verdadeiro acinte aos direitos humanos, por exemplo, o modo como a fala
nordestina é retratada nas novelas de televisão, principalmente da Rede Globo. Todo
personagem de origem nordestina é, sem exceção, um tipo grotesco, rústico, atrasado,
criado para provocar o riso, o escárnio e o deboche dos demais personagens e do es-
pectador. No plano linguístico, atores não nordestinos expressam-se em um arremedo
de língua que não é falada em lugar nenhum no Brasil, muito menos no Nordeste. Cos-
tumo dizer que aquela deve ser a língua do Nordeste de Marte! Mas nós sabemos muito
bem que essa atitude representa uma forma de marginalização e exclusão.”

BAGNO, Marcos. Preconceito linguístico: o que é, como se faz. São Paulo: Loyola, 1999. p. 59-60.

TEXTO 2

O preconceito linguístico nas sociedades ocidentais é derivado principalmente


das práticas escolares. A escola sempre foi muito autoritária, muitas vezes as pessoas
tinham que esquecer a língua que já sabiam e aprender um modelo de língua. Qualquer
manifestação fora desse modelo era considerada erro, e a pessoa era reprimida, cen-
surada, ridicularizada.

MONCAU, Joana. Preconceito que cala, língua que discrimina. Brasil de fato. In: Revista Consciência, 27 dez. 2010. Disponível em: https://revista-
consciencia.com/preconceito-que-cala-lingua-que-discrimina/. Acesso em: 12 dez. 2022.

VÍDEO 1

O Teatro Mágico - Zaluzejo


Assista ao clipe “Zazulejo”, do grupo Teatro Mágico, que aborda formas de se ex-
pressar na Língua Portuguesa.

Acesse: https://youtu.be/N2_EtEvZePQ
PROPOSTA DE REDAÇÃO

Considerando tal pressuposto, escreva um texto dissertativo-argumentativo sobre o


preconceito linguístico em que você se posicione sobre o assunto. Usufrua dos textos
motivadores a seguir. Lembre-se de pontuar em sua produção:

• o conceito de preconceito linguístico;

• a diferença entre preconceito linguístico e variação linguística;

• o papel da língua como transmissora de herança cultural.

Lembre-se, ainda, de que, ao escrever, você precisará considerar:

• o propósito de sua escrita;

• o gênero textual solicitado;

• a interlocução a ser construída;

• a linguagem mais adequada ao texto (mais informal, padrão, científica etc.).

Bom trabalho!
Pofessora Tânia Regina

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