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Este artigo fala sobre a falta de clareza que existe dos efeitos a longo termo que existem

sobre as SCV.
A primeira SCV foi construída na Suiça, nos anos 80.
Para além das SCV, também existem (e são tratadas quase que como sinónimos na
maioria da literatura) unidades de injeção supervisionada (supervised injecting facilities, SIF)
que, tendo um propósito similar às SCV, podem operar de forma móvel e então conseguir
chegar a certos indivíduos que não conseguem chegar às SCV.
Potier et al., listou 7 objetivos-chave das SCV/SIF: 1) apoiar populações marginalizadas
a ter acesso a serviços de saúde e sociais, 2) reduzir a morbilidade e a mortalidade associadas a
overdoses, 3) aumentar os conhecimentos de saúde, 4) melhorar práticas de injeção, 5) melhorar
a saúde desta população, 6) facilitar o acesso a programas de tratamento, 7) diminuir o uso
público de drogas e os crimes relacionados com as mesmas.
Os estudos sobre SCV/SIF têm mostrado a existência de impactos positivos na saúde e
ordem pública, tal como melhoras gerais da saúde; estabelecer e operar estas infraestruturas tem
sido algo com muitos obstáculos (muito devido ao estigma e ao receio das “consequências” que
os políticos vão enfrentar se quiserem ir avante com este tipo de projetos).
O National Drug Strategy Household Survey, de 2019, obteve pareceres positivos de
54% dos seus respondentes, face à questão se estariam a favor da construção de SCV.
A maior parte da literatura tem apenas dados de SCV australianas e canadianas, o que
limita a aplicabilidade da evidência. A maior parte da literatura é, também, composta por
estudos transversais.
Das 470 publicações iniciais, apenas 4 tinham os critérios de seleção propostos por estes
autores.
Não está claro se as SCV/SIF reduzem o número de overdoses, mas é claro que a taxa
de mortalidade é menor nas proximidades de uma.
Conclusões dos estudos analisados: 1) o tempo aumenta o risco de overdose, 2) a
aplicação de naxolona diminui a quantidade de ambulâncias pedidas e de idas ao hospital, 3) os
indivíduos têm mais a vontade e utilizam mais os serviços de saúde, 4) parar o consumo é a
justificação mais comum para deixarem de frequentar as SCV, 5) a população vizinha reporta
menos consumo e menos lixo em via pública.
Um dos estudos longitudinais mostrou que a saúde dos consumidores diminuiu, física e
psicologicamente, na população que frequenta as SCV porém, devido à falta de mais evidências,
isso não pode ser atribuído às SCV.
Alguns estudos também mostram que pessoas que frequentam SCV estão mais
envolvidas no tratamento contra as drogas, o que leva a uma diminuição do consumo e, por sua
vez, o uso.
Ainda não é claro se as SCV permitem uma abstinência a longo termo (os estudos
longitudinais são poucos e, dentro dos que existem, os intervalos são curtos, o que levam a que
estes estudos reportem que, passando 1 ano da testagem inicial, a maioria das pessoas continue a
consumir).
Também não existe evidência que as SCV/SIF promovam uma iniciação ao consumo de
drogas.
Nos estudos encontrados, a população demonstra-se, sempre na sua maioria, a favor da
abertura das SCV nas suas proximidades.

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