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POESIA TROVADORESCA - SÍNTESE

Género Sujeito Poético Representação de Espaços, Linguagem, estilo


afetos e emoções protagonistas e e estrutura
circunstâncias

. Voz feminina . Variedade do . Ambiente . Paralelismo;


(donzela, sentimento amoroso: doméstico e . Refrão;
menina) tristeza, saudade, familiar, . Regularidade
amor, mágoa, marcadamente
métrica e
Cantigas alegria, ansiedade: feminino;
. Confidência . Ambiente estrófica;
de AMIGO
amorosa à Natureza, coletivo (romaria, . Recursos
às amigas, à mãe; santuário…); expressivos:
. Relação com a . Elementos personificação,
Natureza. simbólicos: água, comparação,
cervos, aves… apóstrofe, …
. Origem
autóctone
(natural da
região),
resultando da
tradição lírica já
existente na
região.

. Voz masculina . Coita de amor - . Ambiente . Cantiga de


(trovador) que paixão infeliz, aristocrático (rei, mestria - sem
se dirige à sua sofrimento por amor, nobres, refrão - ou com
amada (sua que pode levar à senhores);
recurso a refrão;
senhor), morte por amor - . Palácio;
. Regularidade
Cantigas habitualmente hiperbolização . Corte;
de AMOR casada, a quem (exagero) do . Ambiente métrica e
presta sentimento amoroso; marcado por um estrófica;
vassalagem . Elogio cortês - código e por . Recursos
amorosa. louvor da senhor, convenções ( o expressivos:
modelo de beleza e amor cortês, a adjetivação,
de virtude. mesura -
hipérbole,
cerimónia, -, a
cortesia - boa comparação,
educação); antítese, …
. Cantigas
importadas, em
particular da
zona da
Provença.

. Voz masculina . Paródia do amor . Ambiente . Sátira, cómico;


Cantigas (trovador) que cortês (louvor da palaciano e da . Recursos
de faz uma crítica dona, morte por corte; expressivos:
ESCÁRNIO indireta e mais amor); . Cruzamento da ironia, hipérbole,
E subtil (cantiga . Crítica de costumes influência …
de Escárnio) ou (falta de dotes autóctone e
MALDIZER
direta, poéticos de um provençal.
identificando-se trovador, a miséria
o alvo visado de elementos da
(cantiga de nobreza, etc.).
Maldizer).
Termos da Poesia Trovadoresca

Ata-finda - processo métrico que consiste no encadeamento de versos e de


estrofes entre si até ao fim da cantiga; é a ligação sintática e ideológica entre
as estrofes.
Copla - estrofe
Dístico - estrofe de dois versos
Dobre - repetição, ao longo do poema, de palavras na mesma posição do verso
ou estrofe.
Finda - estrofe final de um a três versos, espécie de conclusão; os poemas
podem ter mais do que uma finda.
Leixa-pren - processo que consiste em começar uma estrofe pelo verso da
parelha de coplas anterior (por exemplo: o 2.º verso da 1.ª estrofe é retomado
no 1.º verso da 3.ª estrofe e o 2.º verso da 2.ª estrofe é repetido no 1.º verso da
4.ª estrofe e assim sucessivamente). A utilização deste processo ajuda a criar
na cantiga uma sensação de unidade e de progressão.
Mozdobre - repetição, ao longo do poema, de formas diferentes da mesma
palavra, no mesmo ponto do verso ou estrofe.
Paralelismo - esquema fixo de repetições e variações, que tem como unidade
rítmica e de sentido o par de estrofes.

A reter:

➔ As cantigas de amigo caracterizam-se por uma estrutura estrófica e


rítmica que aproxima a poesia à música. Este efeito resulta da
utilização de 2 processos em simultâneo ou isoladamente - o REFRÃO
(repetição de 1 ou mais versos no final de cada estrofe) e o
PARALELISMO.

➔ As cantigas de amor refletem a influência provençal e o ambiente


cortês, apresentando um vocabulário mais cuidado e menos repetitivo.
Algumas composições não apresentam refrão, sendo classificadas de
cantigas de mestria.
➔ As cantigas de escárnio e maldizer ridicularizam os vícios ou defeitos de
uma pessoa/instituição, com base num tom humorístico e/ou mordaz.
Incidem sobre a paródia do amor cortês e sobre a crítica de costumes.
Na poesia satírica são frequentes os recursos ao serviço da crítica e do
cómico.

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