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10º.

Ano

Poesia Trovadoresca

CANTIGAS DE AMIGO
Nas cantigas de amigo, o trovador expressa, pela boca de uma donzela (voz
feminina - donzela ou menina), a menina, os sentimentos que supõe que esta sente
em relação ao amado e os estados emocionais experimentados por ela, que
padeceria a paixão amorosa – a coita (desgosto) de amor. As cantigas de amigo
são de raiz peninsular, originárias da Galiza e Norte de Portugal, e apresentam uma
simplicidade e espontaneidade notáveis, em oposição ao palacianismo e
convencionalismo das cantigas de amor.

A donzela confessa aquilo que sente à mãe, às amigas e à natureza.

Os sentimentos expressos são feitos sempre de forma natural e espontânea.

A donzela está sempre em plena harmonia com a natureza e com ela


partilha, em tom de confissão, os seus sentimentos amorosos (portanto, está
presente a personificação).

O seu desgosto amoroso deve-se a:

- porque o amigo está ausente em contexto de guerra e este seu


afastamento causa-lhe dor e angústia;
- ou porque o amigo não lhe corresponde;

Por vezes, nestas cantigas, a donzela vai “bailar” nas Romarias ver e
seduzir o seu amigo. Por vezes é correspondida, mas nem sempre.

O ambiente dessas cantigas é doméstico e familiar,ambiente de


romaria ou de santuário, ambiente rural ( campo, mar, rio).

Estrutura formal das cantigas de amigo:

Nas cantigas de amigo, o paralelismo consubstancia-se frequentemente no


leixa-prem, um processo de articulação estrófica, pelo qual o 2.º verso da 1.ª
estrofe é retomado no 1.º verso da 3.ª estrofe, ao mesmo tempo que o 2.º verso da
2.ª estrofe é repetido no 1.º da 4.ª estrofe, e assim sucessivamente.
Linguagem, estilo e estrutura:

● Em relação aos recursos expressivos, os mais comuns são:


- a comparação;
- a personificação; atribuição de características humanas a seres
inanimados.
- a ironia.
- Apóstrofe

● Paralelismo: perfeito (leixa-prem) ou imperfeito.


● Refrão.
CANTIGAS DE AMOR
Os trovadores chamavam cantigas de amor às composições em que o poeta
exprimia os seus sentimentos por uma dama (“Senhor”), refletindo a maioria das
vezes um amor infeliz, incompreendido e insatisfeito. Perante a “senhor”, o poeta
apaixonado humilha-se, suplica e adora como, prestando vassalagem à sua
“senhora”. Frequentemente, diz só lhe restar morrer de amor ao aperceber-se da
indiferença, frieza e distanciamento da amada. As cantigas de amor galego-
portuguesas refletem forte influência provençal, não só a nível do conteúdo como a
nível formal.

É possível concluir que as cantigas de amor do trovadorismo foram


manifestações literárias que relataram em poesias bem estruturadas a relação de
amor impossível e platônico do trovador com uma mulher aristocrata tendo entre
suas características sofrimento, amor cortês e menção à idealização da mulher
desejada.

O trovador sente coita de amor pela sua amada, ou seja, uma paixão infeliz
que o faz sofrer e que o pode levar à morte por amor.

Há um elogio cortês, ou seja, louva as qualidades da sua amada, que é o


modelo perfeito de beleza e de virtude.

O ambiente é aristocrático, num palácio, na corte, onde o trovador terá de


prestar vassalagem/ cortesia à sua senhora - amor cortês (com boa educação e
civismo).

Linguagem, estilo e estrutura:

Cantigas de mestria (com ou sem refrão).

Recursos expressivos mais presentes:


- Hipérbole; = exagero
- comparação;
- adjetivação. para caracterizar a “senhor” amada.
CANTIGAS DE ESCÁRNIO E MALDIZER
Trata-se de um género satírico. Nas cantigas de maldizer, o trovador troça
das pessoas ou das ações de determinados indivíduos, em termos diretos e «a
descoberto», nas cantigas de escárnio o poeta recorre ao duplo sentido das
palavras, criticando e escarnecendo de alguém «per palavras cobertas». Esta crítica
cai essencialmente na crítica individual e utiliza a ironia, o chiste e até a linguagem
obscena com o intuito de ferir.

É sempre uma voz masculina (o trovador) que faz uma crítica ao amor cortês
ou aos costumes da sociedade, ou seja, falta de dotes poéticos de um trovador...

O ambiente é palaciano, da corte.

Recursos expressivos:
-Ironia.

Sátira aos comportamentos da época, revelados de forma cómica.

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