Você está na página 1de 40

PLANEJAMENTO URBANO

Introdução ao Desenho Urbano no processo de Planejamento

Desenho Urbano

O Desenho Urbano aparece como uma dimensão que deve sempre permear o processo de planeja-
mento, desde a elaboração dos objetos gerais até a consecução de suas estratégias e recomenda-
ções específicas.

A preocupação pela qualidade física-espacial do meio ambiente deve nortear os esforços do setor
público e, ao mesmo tempo, ser produto destes esforços.

As cidades sempre lidam com o Desenho Urbano em seus processos de planejamento, mesmo que
inconscientemente, pois todas as decisões terminarão por afetar a qualidade do meio ambiente.

O Desenho Urbano como disciplina surgiu na década de 1960, a partir das críticas e protestos sobre
a qualidade do ambiente urbano que vinha sendo produzido pelas iniciativas públicas e privadas.
Essas críticas se davam em torno de 5 questões básicas:

– Intervenção Públicas e Renovação Urbana: Grandes projetos de renovação de áreas decadentes,


degradadas ou bombardeadas (pós-guerra): cidades vistas como simples problemas de funcionamen-
to, maximização de investimentos e viabilização da reprodução e acumulação do capital.

Ações muitas vezes revestidas de um caráter preconceituoso e elitista, ao promoverem grandes re-
moções populacionais.

O Simbolismo e o Vernacular: Na década de 1960 o mundo despertou para a questão do patrimônio


histórico, para os valores tradicionais e para a produção vernacular.

- A participação Comunitária: Ampliação da democracia na gestão urbana, com a participação das


comunidades e usuários na definição dos projetos.

– O Movimento Moderno Criticado: Primeiras críticas aos projetos modernos por moradores e usuá-
rios, descontentes tanto em termos estéticos quanto ao conforto ambiental, assim como quanto aos
seus aspectos econômicos e funcionais.

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 1
PLANEJAMENTO URBANO

– As dificuldades do Planejamento Urbano:

“A realidade sismava em não se amoldar aos modelos rígidos idealizados pelos planejadores, nem
era tão simplista quanto as suas visões profissionais idealistas faziam crer” (DEL RIO, 1990, pg.44)

Por uma definição do Desenho Urbano

Desenho Urbano é a disciplina que lida com o processo de dar forma e função a conjuntos de estrutu-
ras, bairros inteiros ou à cidade em geral.

O Desenho Urbano surgiu como o “preenchimento do vazio” entre a Arquitetura e o Planejamento. As


duas principais características do Desenho Urbano são:

A interdisciplinaridades nas categorias de análise;

Ser essencialmente físico-ambiental.

O geógrafo Goodey (1979) destaca seis características básicas que marcam o campo de atuação do
Desenho Urbano, e não se limita a uma delas em particular:

Escala espacial: o espaço entre edifícios, o bairro, locais das atividades do cotidiano;

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 2
PLANEJAMENTO URBANO

Escala temporal: transformações e evolução, meio ambiente como processo, programas e linhas de
ação.

Interações homem/meio ambiente: campo onde usuários e grupos sociais são identificáveis, análise
destas realizações e das transformações.

Cliente múltiplo: negociações e conciliação de interesses, o profissional como animador ou catalisa-


dor.

Multiprofissional: capaz de compreender as capacidades e os limites de outras profissões e de coor-


denar suas ações em relação à dimensão físico-espacial do urbano e suas funções.

Monitoração/ Orientação: capacidade de controle de desenvolvimento urbano dirigir o processo de


transformação de uma área ou da cidade.

Morfologia Urbana

A morfologia urbana deva ser vista como “o estudo analítico da produção e modificação da forma
urbana no tempo”. Estuda, portanto, o tecido urbano e seus elementos construídos formadores atra-
vés de sua evolução, transformações, inter-relações e dos processos sociais que os geraram. São
eles:

Crescimento: os modos, as intensidades e direções; elementos geradores e reguladores, limites e


superação de limites, modificação de estruturas, etc...

Traçado e parcelamento: ordenadores do espaço, estrutura fundiária, relações, distâncias, circulação


e acessibilidade.

Tipologias dos elementos urbanos: inventário e categorização de tipologias edifícios (residências,


comércio, etc), de lotes e sua ocupação, de quarteirões e sua ocupação, de praças, esquinas, etc.

Articulações: relações entre elementos, hierarquias, domínios do público e privado, densidades, rela-
ções entre cheios e vazios.

Análise Visual

O objetivo é a exploração do drama e dos efeitos emocionais, sentidos a partir de nossa experiência
visual, dos conjuntos edificados. Utilizando-se da metodologia desenvolvida por Gordon Cullen, Vi-
cente Del Rio apresenta três maneiras pelas quais o meio ambiente urbano pode gerar respostas
emocionais:

ótica: considera as reações a partir de nossas experiências meramente visuais e estéticas dos per-
cursos, conjuntos, espaços, detalhes, etc.

lugar: tem a haver com a nossa posição em relação a um conjunto de elementos que conformam o
ambiente; ponto focal, recintos, vista, aqui/ali, interno/externo, espaço definidor.

conteúdo: define como temáticas a serem analisadas nesta categoria; intimidade, multiplicidade de
usos, escala, confusão, complexidade, etc..

Percepção Do Meio Ambiente

O homem se comunica através de um processo cognitivo, que é a construção do sentido em nossas


mentes. Este processo possui fases distintas: percepção (campo sensorial), seleção (campo da me-
mória) e atribuição de significados (campo do raciocínio), ou seja, ação e memorização.

O significado da cidade para o desenho urbano, possui qualidades como conceitos de referências:
legibilidade, estrutura e identidade, imageabilidade. Estas categorias foram desenvolvidas por Kevin
Lynch em seu livro “A Imagem da Cidade”. Segundo Lynch, essas categorias poderiam ser definidas
da seguinte forma:

Legibilidade: uma boa imagem ambiental dá a seu possuidor um importante senso de segurança
emocional.

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 3
PLANEJAMENTO URBANO

Estrutura e Identidade: estrutura é a categoria que todas as imagens compostas devem ter, para coe-
rência do todo e relações internas definidas e identidade é uma imagem ambiental de uma área, que
possui diferenciação de outra, sua personalidade e individualidade.

Imageabilidade: qualidade de um objeto físico que lhe dá uma alta probabilidade de evocar uma forte
imagem em qualquer observador.Ex.: percursos, limites, setores, nós, marcos

Ainda valendo-se do método desenvolvido por Kevin Lynch, Vicente Del Rio apresenta os elementos
que estruturam o espaço urbano, os quais tem uma grande aplicabilidade analítica para o Desenho
Urbano:

Percursos: canais ao longo dos quais o observador normalmente se movimenta; constituem-se, como
elementos mais importantes e que compõem a estrutura da cidade.

Limites: elementos lineares não utilizados como percursos e que demarcam o limite de uma área ou
zona; são importantes pois quase sempre representam uma interrupção de continuidade da imagem
urbana.

Setores: Áreas da cidade de certa extensão e que o observador identifica “de dentro” uma identidade
própria, ou “de fora”, são interligados por percursos.

Nós: Locais estratégicos da cidade e que possui forte função coma estrutura; locais de concentração
de atividade ou convergência física do tecido urbano; podem ser locais centrais.

Marcos: Referência que se destaca na paisagem; objeto físico; podem estar distantes e constituírem
uma referência constante ao usuário, ou mais integrados à estrutura destacando-se do conjunto por
seu forte imageabilidade.

Implementando O Desenho Urbano

Vicente Del Rio, após conceituar a história do Desenho Urbano, procura propor uma metodologia de
ação para o arquiteto e planejador urbano. Para ele, o Comportamento Ambiental, ou seja, a análise
do comportamento dos usuários dos espaços urbanos é fundamental para compreender as carências,
demandas, potenciais ou problemas do local. Segundo ele, “estudos de comportamento podem nos
ajudar a compreender a cidade e a complementar nosso procedimento metodológico geral para o
Desenho Urbano” (DEL RIO, 1990, pg.97).

Ainda segundo Del Rio, “o ambiente influencia nosso comportamento e gera esquemas territoriais nos
usuários (consciente e inconscientes); a intensidade e a forma de uso são proporcionais à qualidade
do espaço e seus elementos”. (DEL RIO, 1990, pg.97).

Disso ele conclui que “estudar o comportamento ambiental conforma a investigação sistemática das
interrelações entre o ambiente e o comportamento humano e suas implicações para o projeto” (DEL
RIO, 1990, pg.99).

Assim, “as questões básicas a serem respondidas são: como as pessoas se relacionam com o meio
ambiente construído, quais são suas necessidades, e como aplicar tais respostas no processo de
projeto?” (Moore, 1977, pg. 63 apud Del Rio, 1990, pg.97).

Para Vicente Del Rio o projeto urbano correto deveria responder a três grupos básicos de satisfação
do usuário: visual, funcional e comportamental.

O desenho urbano possui definições de critério de qualidade para sua implementação; para a elabo-
ração de projetos com alta qualidade de desenho urbano, Vicente Del Rio propõe 7 CATEGORIAS
DE ATUAÇÃO PARA O DESENHO URBANO:

uso do solo: trata basicamente de tipos de funções e intensidade de utilização do solo e das edifica-
ções;

configuração espacial: tradicionais “zoneamentos”, uso das edificações apenas consideram gabaritos,
compreende também cones de visibilidade, volumes, topografia, compatibilidade tipológicas, continui-
dade e inserção na morfologia.

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 4
PLANEJAMENTO URBANO

circulação viária e estacionamento: a circulação viária é um dos elementos mais importante para a
estruturação da imagem urbana, um dos fatores básicos na democratização da cidade, acessibilidade
e estacionamento devem ser entendidos como vitais para a animação e a sobrevivência social e eco-
nômica de uma área, em soluções conciliadoras.

Espaços livres: função importante no urbano quanto aos aspectos sociais (encontros), cultural (even-
tos), funcional (circulação) ou higiênica (mental ou física);

percursos e pedestres: integram um forte sistema interdependente com as atividades sociais e eco-
nômicas no nível térreo das edificações; devem ser tratados em conjunto com o sistema de circulação
viária e transportes públicos e reforçados pelo projeto dos espaços livres e atividades de apoio.

atividade de apoio: devem se organizar a partir da alocação de fortes nós de atividades (como no
conceito de lojas âncora em shopping-center) e integrar um sistema complementar e coerente com o
de movimento de pedestres e veículos.

mobiliário urbano: elementos complementares ao funcionamento da cidade, entendidos como tempo-


rários (banco, telefone público...etc, arborização, iluminação pública, integrados ao contexto urbano.

Como A Percepção Ambiental Pode Contribuir Na Intervenção Urbanística?

Percepção: processo mental – interação indivíduo x meio-ambiente.

Mecanismos perceptivos (estímulos externos-5 sentidos – principal: visão).

Mecanismos cognitivos (inteligência, motivações, humor, necessidades, conhecimentos prévios, valo-


res, expectativas).

Mecanismos definem conduta.

Desenho urbano interfere na cidade - reconstrução mental das imagens, atributos e qualidades que
percebemos, buscando:

satisfação (Lynch,1960) – bem-estar da população

marketing positivo (Lang, 1994) – atrair investimentos

Embora subjetiva, percepção dos habitantes tem imagens comuns, gerando condutas comuns.

Políticas públicas devem levar em conta expectativas comuns (população, planejadores, políticos,
investidores) para programas urbanísticos – gerando impactos positivos (econômicos, socioculturais)
– local/ globalmente.

Planejamento Urbano

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 5
PLANEJAMENTO URBANO

O planejamento urbano (português brasileiro) ou planeamento urbano(português europeu) é a disci-


plina e profissão que lida com processo de criação e desenvolvimento de programas e serviços que
visam a melhorar a qualidade de vida da população de áreas urbanas (como cidades ou vilas) exis-
tentes ou a serem planejadas. O planeamento urbano, segundo um ponto de vista contemporâneo (e,
em certa medida, pós-moderno), tanto enquanto disciplina acadêmica quanto como método de atua-
ção no ambiente urbano, lida basicamente com os processos de produção, estruturação e apropria-
ção do espaço urbano. A interpretação destes processos, assim como o grau de alteração de seu
encadeamento, varia de acordo com a meta a ser atingida através do processo de planejamento e do
poder de atuação do órgão planeador que depende da legislação em vigor, acesso a informação téc-
nico-científica, socioeconômica, cultural, demográfica, geográfica, entre outras.

Planeadores urbanos, os profissionais que lidam com este processo, aconselham municípios, suge-
rindo possíveis medidas que podem ser tomadas com o objetivo de melhorar a qualidade de vida de
uma dada comunidade urbana, ou trabalham para o governo ou empresas privadas que estão inte-
ressadas no planejamento e construção de uma nova cidade ou comunidade.

Os planejadores urbanos trabalham tradicionalmente junto às autoridades locais, geralmente para a


municipalidade da cidade ou vila, embora nas últimas décadas tenham se destacado os profissionais
que trabalham para organizações internacionais, empresas ou grupos comunitários que propõem
planos para governos subnacionais e nacionais. O dia a dia de um planejador urbano inclui, princi-
palmente, melhorias na qualidade de vida das comunidades. Para o planejador urbano, uma comuni-
dade é um sistema interdependente entre seres vivos e espaço construído e o bem-estar das partes
depende da qualidade das outras.

Uma ideia muito comum, ainda que com certo nível de imprecisão teórica, é a de que os planeadores
urbanos trabalham principalmente com o aspecto físico de uma cidade, no sentido de criar propostas
que têm como objetivo embelezá-la e fazer com que a vida urbana seja a mais confortável, proveitosa
e economicamente viável a todos os habitantes. Porém, o trabalho de planeamento envolve especi-
almente o contato com o processo de produção, estruturação e apropriação do espaço urbano, e não
apenas sua configuração a posteriori, como quer a afirmação anterior. Sob este ponto de vista, os
planejadores são atores de um perpétuo conflito de natureza eminentemente política e, por este moti-
vo, seu trabalho não deve ser considerado como neutro. Também precisam prever o futuro e os pos-
síveis impactos, positivos e negativos, causados por um plano de desenvolvimento urbano, e podem
ser acompanhados de controvérsias, já que eles podem contrariar a opinião de grupos com interes-
ses específicos que, às vezes, não correspondem à necessidade da população majoritária.

Planejamento Urbano E Urbanismo

Favelas são uma consequência da falta de planejamento urbano.

Uma definição precisa do que seja o planejamento urbano necessariamente passa pelo trabalho de
localizá-lo, enquanto disciplina, em relação ao urbanismo. Tanto o planejamento urbano quanto o
urbanismo são entendidos como o estudo do fenômeno urbano em sua dimensão espacial, mas dife-
rem notadamente no tocante às formas de atuação no espaço urbano. Desta maneira, o urbanismo
trabalha (historicamente) com o desenho urbano e o projeto das cidades, em termos genéricos, sem,
necessariamente, considerar a cidade como agente dentro de um processo social interativo, enquan-

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 6
PLANEJAMENTO URBANO

to que o planejamento urbano, além de agir diretamente do ordenamento físico das cidades, trabalha
com os processos que a constroem (ainda que, indiretamente, sempre atue no desenho das cidades).

O planejamento urbano é atividade, por excelência, multidisciplinar, enquanto que o urbanismo, ao


longo da história, se caracterizou como disciplina autônoma (especialmente do ponto de vista profis-
sional). Porém, os limites entre o planejamento e o urbanismo são pouco claros na prática: interven-
ções urbanísticas na cidade são comumente tratadas como "obras de planejamento", enquanto que
atividades típicas do planejamento (como a criação de um plano diretor), são eventualmente tratadas
como "obras de urbanismo".

A questão da definição clara e distinta das duas disciplinas complica-se de fato quando se procura a
sua história: é um consenso, no meio acadêmico, que o Urbanismo seja tratado apenas como disci-
plina autônoma a partir do século XIX e que o planejamento urbano surja como matéria de interesse
acadêmico apenas no século XX, mas também é fato que as cidades são planejadas e desenhadas
desde o início da civilização. Desta maneira, a história das cidades (ou da urbanização, para ser mais
preciso), ocorre paralelamente com a história do homem em sociedade, embora o estudo da inter-
venção do homem na cidade seja mais recente. A partir do momento em que se considera que o pla-
nejamento urbano lida basicamente com o conjunto de normas que regem o uso do espaço urbano
(assim como sua produção e apropriação), sua história seria bastante diversa daquele referente
ao desenho das cidades.

História

Pistas de que a civilização humana tem trabalhado com planejamento urbano em escala limitada
remonta a 3500 a.C. Muitos historiadores consideram como pai do planejamento urbano
o grego Hippodamus e suas teorias e ideias sobre o uso ideal da terra e da localização de ruas e
edifícios nas cidades de Mileto e Pireu.

Os muçulmanos são, muitas vezes, creditados com a criação do zoneamento, criando zonas especí-
ficas para estabelecimentos comerciais, residências, culto religioso etc.

Muitas cidades das civilizações pré-colombianas também construíram suas cidades, considerando um
planejamento urbano incluindo sistemas de esgoto e de água corrente. A Cidade de Tenochtitlan-
México, capital do Império Asteca, foi construída numa ilha do lago Texcoco onde é hoje a Cidade do
México. No seu auge, Tenochtitlan era a maior cidade do mundo, com uma população próxima a 250
mil habitantes.

Antiguidade

A Civilização do Vale do Indo é considerada por muitos como a primeira civilização a desenvolver o
senso de planejamento urbano, por volta de 2600 a.C. onde algumas pequenas vilas cresceram em
grandes cidades contendo milhares de pessoas, que não trabalhavam primariamente na agricultura,
criando uma cultura unificada. O repentino aparecimento dessas grandes cidades, bem como o cres-
cimento e a formação organizada destas cidades, parece ser o resultado de um esforço planejado e
deliberado. Alguns assentamentos da Civilização do Vale do Indo aparentemente foram designados
segundo um plano desenvolvido. As ruas de cidades como Mohenjo-daro e Harappa também foram
desenhadas segundo um padrão de gradeamento imperfeito, com uma hierarquia de ruas, (avenidas
comerciais para pequenas vias residenciais), de modo a proteger as áreas residenciais da poluição
sonora, de fortes odores e de ladrões existentes próximos às áreas urbanas.

Os antigos romanos utilizaram um padrão consolidado de planejamento urbano, voltado para defesa
militar e conveniência civil. O plano básico é uma praça quadrada central com serviços urbanos, cer-
cados por uma grade compacta de ruas, tudo cercado por um muro para defesa. Para reduzir o tem-
po necessário para locomoção, duas ruas em diagonal cruzam pela praça quadrada. Um rio geral-
mente corre dentro da cidade, para obtenção de água potável e transporte, e despejo de esgoto, até
mesmo durante cercos. Muitas cidades europeias ainda conservam a essência destes planos, co-
mo Turim.

Habitantes de cidades da antiguidade criaram certas áreas destinadas para encontros, recrea-
ção, comércio e culto religioso. Muitas destas cidades possuíam muralhas em volta, cujo objetivo era
impedir (ou, ao menos, de dificultar) o acesso de possíveis inimigos à cidade. A construção de pré-

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 7
PLANEJAMENTO URBANO

dios públicos e monumentos são outros exemplos de planejamento urbano nos tempos antigos, das
quais, as cidades mais famosas são Romae Atenas.

Idade Média

Muitas cidades e feudos medievais eram protegidas por muros. Com o crescimento populacional,
muitas destas cidades tornaram-se superpovoadas. Para solucionar este problema, algumas cidades
derrubavam seus muros (e muitas vezes construindo outro, protegendo uma área maior), e outras
simplesmente deixavam seus muros antigos de pé, construindo novas cidades e vilas ao redor da
antiga cidade.

A religião fazia parte integral da vida política, cultural e social da Europa da Idade Média, e isto refle-
te-se nas cidades da época, onde na maioria das vezes, a principal igreja estava localizada no centro
da cidade, e era a maior, a mais alta e a mais cara estrutura.

Muitas civilizações da América Latina utilizaram medidas de planejamento urbano em suas cidades,
como sistemas de esgoto e água potável. Tenochtitlán, a capital do Império Asteca, foi construído em
uma ilha no Lago Texcoco, no que é atualmente o Distrito Federal do México. No seu auge, Tenochti-
tlán era uma das maiores cidades do mundo à época, com aproximadamente 250 mil habitantes.

Renascimento

Durante o Renascimento, um período de grande desenvolvimento artístico, planejadores urbanos


desenhavam partes de uma cidade em grande escala, criando grandes áreas para solucionar a su-
perlotação de tempos antigos. Exemplos são a Catedral de São Pedro, em Veneza, e a Basílica de
São Pedro, no Vaticano. Já um exemplo de uma área que foi inicialmente planejada, antes de ter sido
construída, é o Palácio de Versailles, na França, uma minicidade por si mesma.

Alguns artistas conhecidos, como Leonardo da Vinci e Michelangelo, por exemplo, desenharam e
ajudaram a embelezar algumas cidades italianas, no século XV e XVI, enquanto Georges-Eugène
Haussmann planejou grandes avenidas e praças, em Paris, no século XIX, que ajudaram a cidade
francesa em se tornar reconhecida mundialmente como uma das cidades mais belas do mundo.

Algumas cidades dos Estados Unidos, na América colonial foram planejadas de antemão antes de
terem sido construídas. Exemplos incluem Charleston, Filadélfia e Savannah. O exemplo mais famo-
so, porém, é o da atual cidade de Washington, DC, a atual capital do país. George Washing-
ton contratou Pierre Charles L'Enfant, um arquiteto francês, para planejar a cidade.

Revolução Industrial

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 8
PLANEJAMENTO URBANO

Planejamento da ilha de Manhattan de 1811, sem o Central Park.

L'Enfant Plan da cidade de Washington em março de 1792.

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 9
PLANEJAMENTO URBANO

Plano urbanístico de Barcelona em 1850.

Com a Revolução Industrial, nos séculos XVIII e XIX, e a criação de fábricas em cidades, a população
de muitas cidades europeias e americanas começaram a aumentar rapidamente, recebendo milhares
de pessoas vindas dos campos, abandonando trabalhos nas áreas rurais, para trabalhar na indústria.
Isto fez com que cidades da época ficassem superlotadas, sujas e barulhentas. Muitas pessoas vivi-
am em bairros que possuíam péssimas condições sanitárias, na qual famílias inteiras viviam espremi-
das em casas de um ou dois cômodos, perto das fábricas.

Reformistas sociais começaram a pedir ao governo que melhorassem tais condições precária de vida,
sugerindo planos como novo zoneamento, com casas, jardins e áreas verdes. Também sugeriram a
separação de zonas industriais e residenciais, cada uma em zonas separadas da cidade. Várias mu-
nicipalidades e governos tomaram medidas para melhorar a qualidade de vida nas cidades, mas à
medida que estas continuavam a crescer rapidamente, as poucas medidas tomadas foram insuficien-
tes para surtir algum efeito.

Planejadores urbanos tentaram mostrar a imagem de uma cidade ideal na Feira Mundial de Chicago,
em 1893. Largas e grandes avenidas, com grandes estruturas públicas, eram dois dos muitos aspec-
tos numa cidade ideal. A exposição marcou o início do movimento City Beautiful (Bela Cidade,
em inglês), nos Estados Unidos.

Século XX - Tempos atuais

Islamabad, no Paquistão.

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 10
PLANEJAMENTO URBANO

O Palm Islands, em Dubai.

Até o final do século XIX, o planejamento urbano na maioria dos países industrializados era de res-
ponsabilidade de arquitetos, que eram contratados por empresas particulares ou, raramente, pelo
governo. Mas o crescimento dos problemas urbanos durante o final do século XIX forçou governos de
muitos países, em especial, o dos Estados Unidos, a participar mais ativamente no processo de pla-
nejamento urbano.

O Movimento moderno na arquitetura e no urbanismo pregava que a atividade de planejar as cidades


era matéria de ordem eminentemente técnica, e que, portanto, possuía a neutralidade política ineren-
te ao trabalho científico. Tal pensamento se formalizou especialmente com o trabalho dos CIAM (do
francês Congrès Internationaux d'Architecture Moderne, que significa em português "Congressos
Internacionais da Arquitetura Moderna") e, especialmente, com a Carta de Atenas. Reflexos deste
pensamento urbanístico podem ser observados em projetos de novas áreas de expansão urbana
totalmente desvinculados das necessidades efetivas das comunidades que aí morariam. O Plano
Piloto de Brasília é considerado o exemplo mais perfeito deste tipo de urbanismo modernista.

Entre 1900 e 1930, muitas cidades nos Estados Unidos introduziram comissões de planejamento
urbano e leis de zoneamento. Um dos mais famosos planos de revitalização urbana desse período foi
o Plano Burnham, que revitalizou uma grande parte da cidade de Chicago.

A explosão populacional da década de 1950 e da década de 1960 criou problemas como congestio-
namentos, poluição, aparecimento ou crescimento de favelas, e falta de moradia. Para vencer os
novos desafios destas cidades em crescimento, agências de planejamento urbano precisaram ex-
pandir seus programas, incluindo novas residências, áreas recreacionais e melhores distritos comer-
ciais e industriais.

Atualmente, o planejamento urbano de uma cidade é geralmente feito por acordos entre agências
governamentais e empresas privadas, especialmente nos países desenvolvidos. Nos países subde-
senvolvidos, porém, o planejamento urbano passa por um momento de redefinição. Se, por um lado,
tais países atravessaram longos períodos de planejamento centralizador e autoritário (não raro resul-
tando em periferias urbanas espraiadas, estruturadas por projetos residenciais movidos mais pelo
caráter quantitativo que pelo qualitativo), nas últimas duas décadas, o planejamento urbano no Brasil,
por exemplo, tem procurado colocar-se como possível mediador no conflito social pelo solo urbano.

O foco do planejamento, pelo menos academicamente, deslocou-se do regulamento do uso e ocupa-


ção do solo para o tratamento dos processos especulativos de produção do espaço urbano, colocan-
do-se contra ou a favor deles. Surge daí a ideia de planejamento urbano participativo (trabalhada por
exemplo por teóricos como Ermínia Maricato, ex-Secretária Executiva do Ministério das Cidades) no
qual as decisões são tomadas através de um processo democrático no qual o profissional não assu-
me mais o papel de "autor do plano", mas de "condutor do processo".

Contrariamente a esta tendência, teóricos internacionais, como Manuel Castells, propõem o que se
convencionou chamar de planejamento urbano estratégico, que procura tratar as cidades sob a lógica
da guerra fiscal e de sua localização na suposta nova rede de cidades globais.

Plano diretor

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 11
PLANEJAMENTO URBANO

Novas áreas residenciais devem ser planejadas com cuidado, para que possam integrar-se com ser-
viços municipais já existentes: na foto, casas planejadas em Union, no Kentucky

Um plano diretor, plano compreensivo ou plano mestre, é um plano criado por um grupo de planeja-
dores urbanos que tem impacto válido para toda a comunidade da cidade, por um certo período de
tempo.

Um plano diretor mostra a cidade como ela é atualmente e como ela deveria ser no futuro. Um plano
diretor mostra como o terreno da cidade deve ser utilizado e se a infraestrutura pública de uma cidade
como educação (escolas e bibliotecas), vias públicas (ruas e vias expressas), policiamento e
de cobertura contra incêndio, bem como saneamento de água e esgoto, e transporte público, deve
ser expandida, melhorada ou criada.

Além disso, o plano diretor deve definir as áreas que podem ser adensadas, com edifícios de maior
altura, as áreas que devem permanecer com média ou baixa densidade, e aquelas áreas que não
devem ser urbanizadas, tais como as áreas de preservação permanente.

O plano diretor tem, como objetivo principal, fazer com que a propriedade urbana cumpra sua função
social, entendida como o atendimento do interesse coletivo em primeiro lugar, em detrimento do inte-
resse individual ou de grupos específicos da sociedade. Um exemplo é a necessidade de prever uma
destinação adequada aos terrenos urbanos, especialmente aqueles subutilizados e localizados em
áreas dotadas de infraestrutura (Brasil, 2002).

Limites impostos pelo plano diretor incluem a altura máxima de estruturas em algumas ou em todas
as regiões da cidade, por exemplo.

Desenvolvimento Do Plano Diretor

Durante o processo de elaboração do plano diretor, os planejadores urbanos, representados por pro-
fissionais de várias áreas, co-
mo engenheiros, arquitetose urbanistas, geólogos, economistas, sociólogos, geógrafos, antropólogos,
juristas, estatísticos, biólogos, analisam a realidade existente do município e, com a participação da
sociedade civil, representada por comerciantes, agricultores, associações de morado-
res, organizações não governamentais e movimentos sociais, propõe novos rumos de desenvolvi-
mento do município, buscando-se alcançar a realidade desejada por toda a população.

Desde 2001, a legislação brasileira exige que a elaboração e a revisão de um plano diretor seja reali-
zada de forma participativa e democrática, por meio de debates públicos, audiências, consultas e
conferências. Se não houver participação da sociedade civil, o plano diretor pode ser invalidado.

Atualmente, muitos especialistas em planejamento urbano usam computadores no trabalho. Compu-


tadores processam a informação que os planejadores analisam ao formar o plano diretor. Computa-
dores são usados também para a criação de mapas.

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 12
PLANEJAMENTO URBANO

Geralmente, em pequenas cidades, um plano diretor é desenvolvido por uma companhia privada, que
então manda o plano para o governo ou município, para aprovação. Já em cidades maiores, é uma
agência pública que desenvolve o plano diretor. Grandes cidades costumam possuir um departamen-
to próprio para o planejamento urbano, que é responsável por desenvolver, alterar e implementar o
plano diretor.

Plano Diretor

O alvo de um plano diretor é fazer a vida urbana mais confortável, aproveitável, segura, além de for-
necer um terreno propício ao crescimento econômico da cidade. Um plano diretor inclui, quase sem-
pre, instalações de transporte público, bem como áreas de recreação, escolas e facilidades comerci-
ais.

Um plano diretor recomenda como o terreno da cidade deve ser usado. O plano geralmente divide a
comunidade em secções separadas para casas e edifícios de apartamentos, comércio, indústria e
áreas para instalações públicas. A altura-limite das estruturas também é delimitada, sendo que ge-
ralmente o centro financeiro possui os maiores limites. Pode-se permitir apenas a construção de pe-
quenas casas em um dado bairro, enquanto em que outro, permite-se a construção de prédios de
apartamentos e de casas geminadas. Planos diretores de certas cidades, porém, não impõem restri-
ções quanto ao limite de altura de qualquer estrutura e/ou zoneamento, em qualquer área da cidade,
como em Houston, no Texas, nos Estados Unidos.

Um plano diretor também pode pedir a demolição de prédios em uma dada região e regular os tipos
de serviços a serem oferecidos dentro de uma dada região, permitindo, por exemplo, a presença de
pequenas indústrias e estabelecimentos comerciais, mas proibindo grandes indústrias. Alguns planos
podem permitir o desenvolvimento de áreas de uso mistos, com uma combinação de indústrias, co-
mércio e residências.

Além disso, um plano diretor também sugere meios de melhorar a aparência e a beleza da comuni-
dade, com a construção de parques, grandes avenidas e centros cívicos. Outros serviços públicos
como a criação ou a expansão do sistema de saneamento básico e vias públicas (tais co-
mo ruas e vias expressas) também podem ser incluídos.

Planejadores urbanos, desde o século XIX, preocupam-se muito com o a aparência de uma cidade,
embora atualmente preocupam-se mais com problemas econômicos e sociais. Planos diretores po-
dem incluir também propostas para um melhor crescimento econômico, educação e assistência social
para os necessitados.

Da Teoria Para A Prática

Planejadores urbanos precisam de duas coisas para fazer seus projetos saírem do papel e serem
realizados na prática: apoio e dinheiro. Ambos vêm das autoridades que apoiam os planejadores
urbanos, sendo o dinheiro, indiretamente, pelos impostos, vindos da população da cidade a ser afeta-
da por tais planos.

Apoio Público

Grande oposição pública pode fazer com que as autoridades municipais ou governamentais recusem-
se a apoiar um dado plano diretor. Oposição pública acontece porque ou grande parte da população
acha que tal plano irá beneficiar apenas uma pequena parcela da população da cidade ou que sairá
caro demais para cidade, seja em termos econômicos ou culturais (exemplo: demolição
de patrimônios históricos etc.).

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 13
PLANEJAMENTO URBANO

Planta da cidade de Belo Horizonte.

Por outro lado, se um plano diretor inclui propostas para a solução ou minimização de certos proble-
mas da cidade, tal plano geralmente tende a receber maior apoio da população. Isto inclui a constru-
ção de ruas, autoestradas e/ou metrô em cidades com grandes problemas de trânsito, casas que
podem ser alugadas ou compradas a baixos preços para uma grande população de classe baixa,
abrigos para uma grande população de sem-tetos e de parques e outras facilidades recreacionais.

Suporte Econômico

Planejadores urbanos precisam ter influência sobre a comunidade, e o desenvolvimento físico desta.
Isto é possível através da municipalidade e o poder desta de fazer com que as leis de zoneamento e
regras sobre a construção de casas e prédios sejam efetivamente cumpridas pela população em ge-
ral. Planejadores urbanos também dependem das autoridades municipais para a expropriação de
propriedades e terrenos, quando necessária para a realização do projeto.

Leis de zoneamento urbano designam os tipos de estruturas que são permitidas em uma dada área
da comunidade. Quando planejadores urbanos pretendem fazer com que uma dada zona seja ape-
nas residencial, então, apenas casas e, talvez, prédios de apartamentos, serão permitidas. As leis de
zoneamento urbano também limitam o tamanho dos terrenos a serem vendidos, a localização
de placas e sinais.

Já as regras sobre a construção de casas e prédios regulam a qualidade e a segurança da constru-


ção destas, a altura e o tamanho das estruturas, o número máximo de ocupantes por estrutura, bem
como a qualidade dos canos de água e esgoto, e do sistema elétrico.

Novas Cidades

O termo planejamento urbano também vale para a criação e desenvolvimento de novas cidades ou
comunidades, que se diferenciam de subúrbios por uma razão: enquanto subúrbios são desenhados
geralmente apenas como comunidades residenciais de baixa densidade, para pessoas que trabalham
em cidades próximas, o planejamento e a construção de novas cidades têm o objetivo de tornar tais
cidades totalmente independentes e autossustentáveis, com, por exemplo, a designação de grandes
áreas comerciais ou industriais, que, em volta, irão atrair habitantes à cidade.

Planejadores urbanos encarregados da construção de novas cidades fazem o possível para garantir
que a nova comunidade possua suficientes oportunidades de trabalho para todos os habitantes, tor-
nando possível a construção destas cidades em áreas relativamente isoladas. Porém, novas cidades
também são projetos extremamente caros, sendo poucas as cidades de grande porte que foram cria-
das planejadamente. Exemplos incluem: Brasília, a capital do Brasil; Goiânia, capital de Goiás; Belo
Horizonte, capital de Minas Gerais; Teresina, capital do Piauí; Palmas, capital do Tocantins; Rio Cla-
ro, no interior de São Paulo; Canberra, a capital da Austrália; Washington, DC, a capital dos Estados
Unidos; Nova Délhi, a capital da Índia; Islamabad, a capital do Paquistão; Abuja, a capital da Nigé-
ria; Astana, a capital do Cazaquistão; Naypyidaw, a capital de Myanmar ou Birmânia; Thimphu, a
capital do Butão; Kyoto, a antiga capital do Japão; além da cidade de La Plata, capital da província
de Buenos Aires, na Argentina. Além destas, também existem outras diversas cidades planejadas
espalhadas pelo mundo, sobretudo nos países do antigo bloco socialista, já que o planejamento ur-
bano foi largamente implantado e difundido pela então União Soviética.

Outra opção, mais barata, é a construção de vilas em torno de uma cidade. Vilas provém seus habi-
tantes com oportunidades de trabalhos, que, porém, são insuficientes para atender boa parte da força
de trabalho. Muitos trabalhadores têm de trabalhar em outras cidades próximas, e, por esta razão,
vilas precisam estar localizadas perto de uma cidade. O Reino Unido, a Suécia a Noruega e
a Dinamarca são os países que mais constroem novas vilas de tempos em tempos. Os governos
destes países ajudam com contribuições econômicas e a compra da terra necessária para as novas
municipalidades.

Na França, a Ville nouvelle ou Vila nova é uma nova forma de urbanismo. Exemplos de villes nouvee-
les são Cergy-Pontoise, Marne-la-Vallée, Sénart, Évry e Saint-Quentin-en-Yvelines ne região
de Paris, Lille-Est em Villeneuve-d'Ascq, perto de Lille, L'Isle-d'Abeau, perto de Lyon, Étang de Berre,
perto de Marselha e Vaudreuil, perto de Ruão, que, posteriormente, tornou-se Val-de-Reuil.

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 14
PLANEJAMENTO URBANO

Planejamento

Estética

Brasília foi construída curiosamente em forma de avião.

Em países desenvolvidos, muitas pessoas são contra o uso excessivo de artigos humanos como
propagandas, sinais, placas, que geram poluição visual. Outros assuntos relacionados são tensões
entre o crescimento da periferia, a densidade populacional em crescimento as cidades e o planeja-
mento e construção de novas cidades.

Planejadores urbanos de sucesso levam o caráter, de "casa" e "senso de lugar", identidade local,
respeito por heranças naturais, artísticas e históricas, e o entendimento dos (possíveis) principais
problemas como tráfego, transporte, utilidades e desastres naturais.

Embora as cidades que sejam planejadas desde o começo - como no caso de Brasília - os planejado-
res são importantes em planejar o crescimento destas cidades. Examinadas historicamente, várias
cidades, atualmente consideradas como uma das mais belas do mundo, são o resultado de restritos
planos diretores.

Algumas cidades são planejadas desde o começo, e embora nem sempre os resultados saiam como
o esperado, evidências do plano diretor inicial muitas vezes permanecem. Algumas das cidades pla-
nejadas de maior sucesso consistem de células que incluem parques e espaços abertos, repetindo
por várias vezes esta célula. Geralmente, as células são separadas por ruas. Muitas vezes cada célu-
la possui monumentos e características únicas, tornando as células diversas entre si. Estas diferen-
ças ajudam a instituir um "senso de lugar" na cidade, enquanto as similaridades das células fazem
cada lugar da cidade familiar aos habitantes da cidade.

Segurança

Muitas cidades são construídas em lugares vulneráveis a enchentes, tempestades, guerra e desas-
tres naturais como terremotos, furacões e vulcões ativos. Os planejadores urbanos, ao planejar uma
cidade, também devem levar em conta estes fatores. Se os perigos estão localizados e podem ser
prevenidos, como enchentes, por exemplo, uma solução pode ser a construção de parques e espa-
ços abertos. Outra solução, mais prática, é simplesmente construir a cidade em terrenos de alta alti-
tude e os parques, espaços verdes e fazendas em terrenos de menor altitude.

Quando a cidade é vulnerável a desastres naturais, enchentes, guerra ou outras emergências, a


construção de um sistema eficiente de transporte, adaptado para evacuações, quando necessário, é
considerada, bem como a construção de centros operacionais de emergência, como abrigos, por
exemplo. Podem ser muitas vezes de baixo custo, e muitos consideram esta medida como cuidados

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 15
PLANEJAMENTO URBANO

razoáveis para qualquer espaço urbano. Outras cidades também planejam e constroem muros e ca-
nais como medida de proteção.

Alguns métodos de planejamento urbano, no entanto, podem servir como métodos de segregação,
ajudando uma elite a controlar cidadãos ordinários. Um exemplo foi Roma na década de 1930, quan-
do o fascismo da década de 1930 criou vários bairros nos limites da cidade onde criminosos e
a classe baixa foram despejados, longe do Centro da cidade.

Transportes

Um ponto de ônibus no bairro Anchieta, em Belo Horizonte.

Existe uma clara conexão entre a densidade de uma dada região urbana e a quantidade
de transporte dentro desta região. Transporte de boa qualidade - que inclui desde uma malha
de transporte público bem planejada até um sistema de vias públicas capazes de atender tráfego com
eficiência - é muitas vezes procedida por desenvolvimento. Porém, este sistema eficiente de transpor-
tes pode ser arruinado quando esta região desenvolve-se demais, tornando-se mais densa que um
dado limite.

Um planejamento urbano eficiente tenta colocar zonas comerciais e residenciais de alta densidade
próximos a meios de transporte em massa. Por exemplo, algumas cidades permitem prédios comer-
ciais e residenciais somente quando elas estão a um quarteirão de distância de estações
de trens, metrô ou vias públicas tais como ruas e avenidas de duas faixas por sentido ou mais, en-
quanto posicionam casas de família e parques mais longe destes pontos de transporte.

A densidade de uma área é geralmente medida como a área total das estruturas (incluindo todos os
andares) dividida pela área do terreno que estas propriedades ocupam. Quando o total é menor que
1,5, a área é de baixa densidade, enquanto totais maiores do que 5 são áreas de alta densidade. A
maioria dos centros de cidade, por exemplo, possuem totais significativamente maiores do que 5.
Locais ocupados por arranha-céus podem atingir um total de 30 ou mais. Municípios tentam muitas
encorajar densidades menores, porque isto reduz custos de infraestrutura, embora alguns especialis-
tas observam que baixas densidades podem não acomodar população suficiente para tal infraestrutu-
ra (educação, saúde, etc.).

Carros são eficientes como meio de transporte em regiões de densidade de até 1,5. Densidades en-
tre 1,5 a 5 são mais eficientemente servidas por ônibus e densidades maiores que 5 são mais eficien-
temente servidas por trens e metrô.

Meio Ambiente

O processo de urbanização influencia o meio ambiente, assim como também é influenciado por este.

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 16
PLANEJAMENTO URBANO

No processo de planejamento urbano, questões ambientais são importantes, pois é possível se pre-
ver usos e impactos e fazer um zoneamento da região de forma que cada atividade interfira o mínimo
possível nas atividades vizinhas e no meio ambiente. Levar as condições ambientais em considera-
ção ajuda na preservação dos recursos naturais e da capacidade de o ambiente se recuperar dos
danos causados pela urbanização, além de proporcionar um bem-estar maior à população.

Mas, para isso, falta uma harmonização na Constituição Brasileira entre o plano diretor e o relatório
de impacto do meio ambiente para que não ocorram barreiras à execução dos objetivos propostos
nos planos diretores.

Críticas Ao Planejamento Urbano

A maior parte da população de uma comunidade tende a apoiar os objetivos dos planejadores urba-
nos, mas uma minoria critica os métodos usados para o alcance desses objetivos.

Objetivos Errados

Alguns críticos argumentam que planejadores urbanos se importam primariamente com a estética e
com o comércio da cidade, ao invés de se concentrar em propostas para a solução de problemas
sociais como trânsito ou poluição, ou que certos planos tendem a aumentar problemas sociais já exis-
tentes, como, por exemplo, a autorização de construção de parques e prédios de apartamentos de
luxo, que muitas vezes substituem residências de baixo custo.

Mesmos os críticos dividem-se: uns acreditam que certos planejadores urbanos põem ênfase demais
no futuro das cidades, e não o suficiente para a solução de problemas sociais já existentes, e outros
criticam planejadores urbanos que buscam solucionar tais problemas a curto prazo.

Altos Custos

Críticos argumentam que o custo de um plano diretor sai caro para o município e seus habitantes,
uma vez que o suporte econômico fornecido ao plano quase sempre provém dos impostos pagos por
tais habitantes. Tais críticos dizem que planejadores urbanos tendem a fazer tudo de uma vez só.

Tempo Necessário

Tempo necessário para a finalização de um programa de planejamento urbano é uma das críticas
mais comuns. Alguns críticos e líderes políticos argumentam que os resultados de um dado plano
diretor chegam tarde demais para solucionar corretamente os problemas que o plano estava destina-
do a corrigir.

Controle Da Municipalidade

Muitas pessoas são contra o poder da municipalidade (ou outro órgão público) de poder forçar indiví-
duos a vender suas propriedades e de regular o uso de propriedades e terrenos. Tais pessoas vêm
isso como uma violação dos direitos de propriedade. Outras pessoas também criticam planejadores
urbanos e suas decisões, uma vez que eles, os planejadores urbanos, não são pessoas que foram
eleitas pela população.

Por isso é que o Plano Diretor deve ser elaborado com uma equipe multidisciplinar com representan-
tes da sociedade organizada sob o comando de um Coordenador técnico com capacidade de agluti-
nação de ideias.

Devemos lembrar que o Plano Diretor deve ser dinâmico e organizado para um longo período, portan-
to estar vinculado a um conselho municipal multidisciplinar que o atualizará sempre que necessário,
encaminhado as propostas através do prefeito para encaminhamento à Câmara Municipal caso haja
necessidade de alguma regulamentação.

Reduzindo Críticas

Planejadores urbanos claramente precisam de suporte público. Para a minimização das críticas, o
tempo entre diferentes projetos é aumentado, diminuindo gastos. Planejadores urbanos esperam que

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 17
PLANEJAMENTO URBANO

mais pessoas fiquem convencidas do valor das ações implementadas pelo planejamento urbano, à
medida que mais projetos alcancem sucesso.

Programa De Projeto De Urbanismo

Conceito

O programa de projeto consiste na sistematização do conjunto de necessidades funcionais e sociais


que caracterizam um tema de projeto.

A elaboração de programa para projeto de urbanismo consiste na simulação matemática da distribui-


ção das áreas, para os usos do solo necessários. Tem-se como objetivo a adequação entre a distri-
buição de usos, custos e o perfil social e econômico da demanda.

Dados De Referência

Diretrizes e procedimentos relativos ao Programa Habitacional ao qual o empreendimento se integra.

Regras e parâmetros definidos pela CDHU para o projeto de urbanismo, além das legislações inci-
dentes.

Dados locais:

Levantamento planialtimétrico atualizado;

Documentos referentes ao terreno (matrícula);

Informações relativas ao:

Estudo do município

história

ocupação do sítio

caracterização geográfica e climática

atividades econômicas

relações econômicas com outros municípios da região

caracterização do uso do solo

caracterização do sistema viário

tipologia habitacional predominante

conjuntos habitacionais existentes

diretrizes de ocupação urbana do município

Legislação Municipal

Inserção urbana do terreno

caracterização geográfica

caracterização do grau de urbanização

equipamentos urbanos

equipamentos públicos (educacionais, de saúde, segurança etc...) e comunitários versus capacidade


de atendimento instalada

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 18
PLANEJAMENTO URBANO

caracterização dos estabelecimentos comerciais

transporte urbano

caracterização do sistema viário do entorno

infra-estrutura básica

caracterização da densidade de ocupação segundo tipologias habitacionais e lotes médios predomi-


nantes

localização do terreno na malha urbana considerando: zoneamento, sistema viário, serviços urbanos
e equipamentos comunitários existentes no entorno.

Terreno

características geomorfológicas

vegetação (incluindo indicação daquelas a serem preservadas)

acidentes geográficos

ocupações (construções existentes e usos, inclusive número de famílias quando for o caso, linhas de
transmissão e/ou de alta tensão e respectivas voltagens, oleodutos etc.)

indicação de áreas de risco de inundações e escorregamentos e áreas com limitação à ocupação.

Legislações Estaduais e Federais, inclusive a NBR 9050/2004 – “Acessibilidade a edificações, mobili-


ário, espaços e equipamentos urbanos”

Caracterização da população alvo:

Perfil sócio-econômico

Tamanho médio de família

Tamanho de família X Renda familiar

Composição familiar X Faixa etária

Custos

Custos das unidades habitacionais padrão da CDHU ou propostas específicas;

Custos unitários de Terraplenagem (limpeza, corte, aterro, bota-fora, troca de solo, plantio de grama);

Custos médios de infra-estrutura (abastecimento, esgotamento sanitário), por tipologia urbana de


implantação;

Custos de drenagem:

unitário de guias e sarjetas

médios por tipologia urbana de implantação

médios por área condominial;

Custos de pavimentação;

Custo estimado da gleba por metro quadrado, quando disponível;

Custos complementares.

Produtos

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 19
PLANEJAMENTO URBANO

Relatório contendo:

Análise do conjunto de informações e justificativa do programa proposto;

Quantificação e destinação das áreas para os diversos usos;

Definição da(s) tipologia(s) habitacional(is) de acordo com a caracterização do local e da demanda,


além das condicionantes do Programa Habitacional específico e dos custos;

Indicação do potencial da gleba, baseado em parâmetros de densidade habitacional relativos à(s)


tipologia(s) indicada(s);

Definição dos equipamentos públicos e comunitários necessários ao atendimento da demanda;

Estimativas de custos de implantação das edificações, de terraplenagem, de ângulo de infra-estrutura


e drenagem, chegando ao custo global do empreendimento e por unidade habitacional implantada.

Projeto De Urbanismo E Terraplenagem

Conceito

A urbanização de uma gleba é um processo de intervenção no espaço, que cria áreas de múltiplos
usos, tanto públicas como privadas, tais como áreas de sistema viário, de lazer, de uso institucional,
de comércio e de habitação.

O projeto de urbanismo deve prever uma distribuição equilibrada desses espaços, um adequado rela-
cionamento com a realidade do entorno da gleba e com as características sócio-econômicas e cultu-
rais dos moradores da região.

O sistema viário projetado deverá estar relacionado hierarquicamente ao existente. O projeto deve
atender adequadamente às legislações e ao programa do projeto.

O partido urbanístico deve considerar os aspectos de infra-estrutura (terraplenagem, drenagem, água


e esgoto) de tal maneira que contemple o mínimo de movimento de terra, de forma compensada,
aproximando-se ao máximo do perfil natural do terreno. Esse procedimento de projeto deverá resultar
numa configuração espacial que respeite a direção natural das águas, garantindo um sistema de re-
des de infra- estrutura que seja o mais adequado à situação criada.

Buscando assegurar uma visão integrada do empreendimento, o Estudo Preliminar de Urbanismo


deverá contemplar o Estudo Preliminar de Terraplenagem e as diretrizes de paisagismo concebidas a
partir do Laudo de Caracterização da Vegetação.

Documentos De Referência

Insumos

Discriminam-se no quadro a seguir os documentos necessários por etapa de elaboração:

Documentos Etapas

Planta de localização do empreendimento no município (Conforme legenda anexo EP PB PE


URB 02)

Relatório Técnico do Terreno (proveniente da etapa de seleção do terreno) EP PB PE

Relatório de Vistoria do Terreno (elaborada com base no Relatório Técnico do EP PB PE


terreno)

Levantamento planialtimétrico cadastral do terreno, escala 1:1000 ou 1:500, con-


forme norma NBR 13133, cadernetas de campo, memorial descritivo da área
(incluindo descritivo de divisas) EP PB PE

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 20
PLANEJAMENTO URBANO

Relatório de investigação geotécnica de superfície, relatórios de sondagens e, EP PB PE


quando for o caso, parecer geotécnico

Ficha de orientação técnica de diretrizes do terreno fornecida pelas Prefeituras EP PB PE

Programa com parâmetros para projeto de urbanismo EP PB PE

Plantas das unidades habitacionais e equipamentos comunitários (quando for o EP PB PE


caso) definidos no programa de projeto

Documentos Etapas

Laudo de Caracterização da Vegetação (conforme Manual EP PB PE


GRAPROHAB).

Planta das edificações complementares e de serviços EP PB PE


(CAC, reservatório, abrigo de gás, lixeira, hidrômetro, etc.)

Produtos do Estudo Preliminar de Urbanismo PB PE

Registro de diretrizes para a área e da anuência da Prefeitura municipal na planta PB PE


do Estudo Preliminar

Certidão de Diretrizes emitida pela Prefeitura com base no Estudo Preliminar PB PE

Parecer da CDHU sobre o estudo preliminar de urbanismo/terraplanagem e dre- PB


nagem. Incluindo avaliação das soluções emitidas pelos órgãos competentes e
concessionárias, para o abastecimento de água, esgotamento sanitário, eletrici-
dade e gás.

Produtos dos Projetos Básicos de Urbanismo e Terraplenagem PE

Parâmetros E Diretrizes Técnicas

Parcelamento

O projeto de Urbanismo deverá sempre obedecer ao conjunto de legislações e normas urbanísticas


que incidirem sobre a área, em especial a Lei 6.766 e suas atualizações, que determinam que a
apropriação de glebas deve sempre ser feita sob a forma de parcelamento de solo.

O parcelamento do solo adotado deverá indicar com clareza os lotes residenciais, comerciais quando
houver, o sistema viário, as áreas verdes, sistemas de lazer e áreas institucionais.

A implantação de condomínios deverá ocorrer nos lotes condominiais resultantes do parcelamento do


solo. Em glebas com áreas inferiores a 15.000 m² nas quais a distância maior entre seus limites e o
acesso a via pública seja inferior a 500m poderá ocorrer apropriação exclusivamente condominial,
desde que o condomínio resultante tenha no máximo 160 unidades habitacionais e atenda aos crité-
rios definidos pelo programa do projeto.

O parcelamento do solo adotado no projeto deve estar adequadamente inserido no tecido urbano,
considerando o relevo da gleba e do seu entorno, a hidrografia (deve-se fazer avaliação das bacias e
sub-bacias e da drenagem existente e/ou previstas), o tipo de solo, a vegetação existente e os fatores
poluentes regionais que poderão ser atenuados pelo projeto.

As áreas com declividades acima de 25% não são recomendadas para a implantação de edificações.

A destinação das áreas para sistema viário, áreas verdes, sistemas de lazer e áreas institucionais
deverão observar as diretrizes definidas nos sub-itens 3.2, 3.3, 3.4 e 3.5.

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 21
PLANEJAMENTO URBANO

Parâmetros Genéricos

O projeto de terraplenagem deverá ser elaborado considerando as condicionantes do meio físico, de


forma a minimizar os riscos de problemas geotécnicos. Os dados de topografia, sondagens, observa-
ções de campo e, eventualmente, do parecer geotécnico da área, devem ser considerados para o
desenvolvimento do projeto. Especial atenção deverá ser dedicada aos riscos de enchente, erosão,
escorregamento e deformação excessiva, associada à execução de aterros sobre solos moles. O
detalhamento geométrico do projeto deve possibilitar condições adequadas para drenagem das
águas pluviais e esgotamento sanitário, tanto das vias públicas como dos lotes.

O estudo preliminar de terraplenagem é incluído como um dos produtos do estudo preliminar de ur-
banismo, entendendo-se que são produtos complementares e interdependentes, que precisam ser
desenvolvidos de forma integrada. É de fundamental importância que o profissional de urbanismo
possa contar com o apoio do responsável pelo projeto de terraplenagem no momento que define a
geometria da intervenção, possibilitando assim a racionalização do movimento de terra e minimização
dos problemas geotécnicos.

Todos os elementos do projeto geométrico serão determinados a partir de marcos do levantamento


topográfico, de tal forma que o sistema geométrico possa ser reconstituído a qualquer momento.

As divisas e áreas do terreno, quadras, lotes, áreas institucionais, áreas verdes, sistemas de lazer,
lotes remanescentes e fases de projeto deverão ser obtidos por cálculo analítico.

Deverão também ser calculados analiticamente todas as distâncias, direções, áreas e pontos notá-
veis (vértices e pontos de começo e término de curvas) das divisas.

As dimensões deverão ser expressas em metros, com duas casas decimais. As direções deverão ser
expressas em azimute, com grau, minuto e segundo.

As áreas deverão ser expressas em metros quadrados, com duas casas decimais.

As coordenadas deverão ser expressas em unidade métrica com quatro casas decimais.

O raio mínimo das curvas de concordância horizontal entre alinhamentos contíguos de uma mesma
quadra será de 9,00m quando o ângulo de deflexão for < 105°, ou 6,00m quando o ângulo de defle-
xão for > 105°, sempre respeitando a legislação municipal.

As quadras, sistema de lazer, áreas institucionais e áreas remanescentes, deverão ser identificadas
por número, em ordem seqüencial, devendo cada tipo ter a seqüência própria dentro do empreendi-
mento.

Os lotes deverão ser numerados em seqüência própria para cada quadra.

Os pontos notáveis dos perímetros de todas as áreas de lazer, institucionais, lotes residenciais (uni-
familiares e multifamiliares), comerciais, remanescentes e fases de projeto, quando houver, deverão
ser numerados numa ordem seqüencial única, de modo a não haver qualquer repetição de número
dentro do empreendimento.

O projeto de terraplenagem deverá ter como premissa básica gerar o menor movimento de terra pos-
sível, procurando-se compensar os volumes de corte e aterro, de modo a evitar-se, ao máximo, a
necessidade de empréstimos ou “bota-foras” de materiais.

A execução das obras de terraplenagem deve ser precedida da remoção da camada vegetal de reco-
brimento do terreno.

Deverá ser evitada a execução de taludes de aterro em áreas de encostas com declividade superior a
30%. Quando este procedimento se mostrar indispensável, deve-se prever o tratamento prévio da
superfície da fundação composto por remoção da camada vegetal e terraceamento da superfície sub-
jacente. As espessuras mínima e média da camada vegetal a ser removida serão obtidas do relatório
de sondagens realizadas na área e/ou das observações realizadas na vistoria de campo. As áreas
que serão objeto deste tratamento prévio deverão estar claramente identificadas na planta de terra-

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 22
PLANEJAMENTO URBANO

plenagem e os procedimentos e critérios técnicos a serem adotados deverão estar explicitados no


memorial descritivo de terraplenagem.

A altura e inclinação dos taludes, tanto de cortes quanto de aterros, devem garantir níveis de segu-
rança adequados, estabelecidos a partir de análises geotécnicas de estabilidade de taludes. Nos
casos de aterros apoiados em terreno pouco resistente (argilas moles e muito moles e areias fofas)
as análises de estabilidade devem também considerar a resistência do solo da fundação. Nos casos
de taludes de aterro com altura máxima inferior a 4,5 metros apoiados sobre fundação resistente (re-
sistência do material de fundação superior a do aterro), pode-se prescindir de análises de estabilida-
de de taludes desde que se adote uma inclinação máxima de 1,0:1,5 (vertical:horizontal). Nos casos
de taludes de corte executados em fundações resistentes, com altura máxima inferior a 4,5 metros,
pode-se prescindir de análises de estabilidade de taludes, desde que se adote uma inclinação máxi-
ma de 1,0:1,0 (vertical:horizontal).

Os taludes com altura superior a 1,50m deverão ser protegidos por canaletas de crista. Nos casos de
existência de bermas intermediárias, estas devem ser inclinadas para o interior do maciço, devendo-
se implantar canaletas de drenagem junto à base do talude superior. O sistema de drenagem deve
compreender, além das canaletas, todos os dispositivos complementares necessários, como caixas
de transição, caixas de dissipação de energia, escadas hidráulicas etc. Deve-se enfatizar nos projetos
que a implantação das canaletas de drenagem deve garantir que suas bordas fiquem 5 cm abaixo do
terreno adjacente.

Todos os taludes com altura superior a 1,50m deverão ser dotados de proteção superficial formada,
preferencialmente, por vegetação. A proteção deve compreender toda a extensão do talude, uma
faixa de 1,0m além do pé e crista dos taludes e as eventuais bermas intermediárias. No caso de utili-
zação de proteção vegetal, a inclinação dos taludes deve ser adequada ao tipo de vegetação e sis-
tema de plantio adotados. Nos casos de taludes de aterro implantados próximos a cursos d’água, o
tipo de proteção superficial a ser adotado deve considerar a possibilidade de ocorrência de erosão
fluvial.

Na ausência de avaliações específicas, admite-se para os cálculos de compensação entre os volu-


mes de corte e aterro, envolvendo materiais de 1ª categoria, a adoção do valor de 1,15 para a relação
Vc/Va, sendo Vc = volume de corte e Va = volume de aterro.

A relação adotada deverá ser informada no memorial descritivo de terraplenagem. Deverá ser tomado
cuidado especial caso ocorram materiais de 2ª ou 3ª categoria.

Deverão ser estudados, em cada projeto, a possibilidade de aproveitamento da camada vegetal, bem
como o selecionamento dos solos de melhor qualidade (argilosos) para coroamento das áreas onde
permaneceriam, após a terraplenagem, solos mais vulneráveis ao processo de erosão.

Deverá estar incluído no memorial descritivo da terraplenagem o plano de manejo de solos, incluindo-
se a definição dos locais para estocagem do solo vegetal e do solo para coroamento de solos mais
vulneráveis ao processo de erosão, as características e dimensões máximas das pilhas e a definição
do conjunto de medidas de proteção superficial e de drenagem das áreas terraplenadas. Nos projetos
em que for previsto empréstimo de solos ou remoção de terra excedente, deverão ser identificados os
respectivos locais de empréstimo ou “bota-fora”, levando-se em conta os custos de transporte e as
características geotécnicas da jazida.

O projeto de terraplenagem deverá ser concebido de tal forma a serem evitadas obras complementa-
res de drenagem (por exemplo: bueiros de travessia em aterros, ponto baixo em locais sem possibili-
dade de escoamento etc.). Quando ocorrerem esses casos, a solução deverá ser pesquisada na eta-
pa de Projeto Básico.

Fica estabelecido que deverão ser previstas, no projeto de terraplenagem, somente as estruturas de
drenagem que devam ser executadas concomitantemente com as obras de terraplenagem, bem co-
mo aquelas necessárias à preservação de patamares e taludes, tais como os drenos subterrâneos,
canaletas, escadas hidráulicas, e estruturas de dissipação nos pontos de lançamento.

Tais projetos deverão ser elaborados de acordo com as normas e padrões específicos da CDHU,
devendo ser detalhadas todas as estruturas que não constem dos projetos-padrão ou difiram dos
mesmos em algum detalhe.

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 23
PLANEJAMENTO URBANO

Os elementos de drenagem deverão ser indicados, de preferência, na própria planta de terraplena-


gem e descritos no memorial descritivo de terraplenagem, ao qual deverá ser anexada a memória de
cálculo, quando houver.

O projeto de terraplenagem deverá incluir a indicação das medidas previstas para proteção do leito
viário e demais áreas terraplenadas, na fase de transição entre o término da terraplenagem e a con-
clusão das obras de infra-estrutura. Deverá incluir ainda as diretrizes para elaboração do projeto de
macro-drenagem e a indicação das vias para as quais se identifica a necessidade técnica de pavi-
mentação e aquelas para as quais é viável o tratamento primário do leito, considerando a erodibilida-
de dos solos.

Áreas Institucionais e Equipamentos

As Áreas Institucionais (de uso público) destinadas aos equipamentos, devem atender às necessida-
des estabelecidas no programa específico do projeto, além das legislações vigentes. Estas áreas não
devem ter declividades superiores a 15%, exceto em situações cujo projeto específico da edificação
seja apropriado a declividades maiores.

Os equipamentos públicos e privados e as áreas a estes destinadas, devem ser definidos e dimensi-
onados no programa do projeto, conforme necessidades de atendimento e densidade populacional,
bem como das diretrizes dos órgãos estaduais e/ou municipais afins. Os principais equipamentos são
os destinados ao atendimento comunitário, pré-escolar, escolar, saúde básica, abastecimento e ser-
viços essenciais. A destinação de áreas para outros equipamentos é objeto de análise específica.

A localização dos equipamentos na gleba deve considerar os existentes na vizinhança, proporcionar


acesso fácil, por via pública e distâncias equilibradas aos usuários do conjunto.

Espaços Livres de Uso Público (Áreas Verdes / Sistemas de Lazer).

Áreas Verdes: são áreas com restrição de uso onde a prioridade é pela manutenção e restauração
florestal. Estas áreas deverão observar determinações das legislações vigentes.

Sistema de Lazer: são áreas previstas ao uso público com percentuais definidos pela legislação mu-
nicipal distintas das áreas verdes, podendo incorporar, praças, áreas impermeáveis de lazer, esporte,
pomares e áreas com vegetação exótica.

As áreas de lazer deverão possibilitar a implantação de passeios e equipamentos de recreação, por-


tanto, deverão conter partes em que as declividades sejam inferiores a 15%.Os terrenos destinados a
equipamentos de recreação devem atender ao mínimo de 4m2 por unidade habitacional.

O quadro abaixo indica a proporção que poderá ser utilizada para a implantação destes equipamen-
tos e passeios, quando não houver orientação da legislação municipal.

Apropriação da Gleba Percentual Máximo de área de lazer Destinável


para Recreação e Passeios

Em Lotes Unifamiliares 15%

Em Lotes Multifamiliares 30%

Em Lotes Unifamiliares e Multifamiliares 20%

As áreas verdes, sistemas de lazer e os equipamentos deverão estar localizados de forma equilibrada
no espaço urbano criado, evitando-se percursos até a edificação superiores a 500m e ter acesso
direto à via pública.

OBS.: As áreas com restrição de uso (proteção permanente a nascentes, córregos, declividades mai-
ores que 25%, matas naturais) não poderão ser destinadas a área de recreação mas devem possibili-
tar acesso público, integrando o sistema de lazer ou fazendo parte dos lotes destinados ao uso insti-
tucional.

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 24
PLANEJAMENTO URBANO

Sistema Viário

O Sistema Viário proposto deve proporcionar uma interligação eficiente com o viário existente no
entorno, considerando diretrizes municipais e/ou estaduais.

Observar uma hierarquia eficaz para o sistema viário, diferenciando os usos e os gabaritos das ruas
(ex.: vias de pedestres, locais, coletoras, corredores ou principais, expressas etc.). Deve-se buscar
uma geometria das ruas que leve a redução da velocidade de circulação de veículos nas ruas locais,
priorizando sua utilização como espaço de recreação e lazer. Devido aos elevados custos de implan-
tação das vias, suas dimensões devem ser otimizadas, conforme quadro a seguir

Tipo de Largura Leito carroçá- Largura mínima Definição


Via mínima da vel (m) do passeio (m)
via (m)

Coletora 14,00 10,00 2,00 Via de distribuição principal/ liga-


ção entre bairros e de circulação
de ônibus/ caminhões

Local 9,00 6,00 1,50 Via interna ao conj. Com previsão


de tráfego de caminhões de servi-
ços

Mista 6,00 Via preponderantemente de circu-


lação de pedestres, é permitida
circulação de veículos exclusiva-
mente para acesso aos lotes

Pedestre 4,00 Via restrita a circulação de pedes-


tres

Índice de Sistema Viário

A porcentagem de área destinada ao sistema viário (índice de sistema viário) é relativa à declividade
média do terreno e às tipologias habitacionais adotadas, que implicam na apropriação multifamiliar ou
unifamiliar do lote. Tem-se como referência o quadro a seguir:

OBS.: - O índice de sistema viário indicado é baseado na experiência da CDHU.

A apropriação multifamiliar refere-se a implantação de tipologia vertical de 4 a 5 pavimentos em lotes


que comportam em média 160 unidades habitacionais.

A apropriação unifamiliar refere-se a lotes com áreas que variam de 125 a 200m2.

Parâmetros para o Sistema Viário

A declividade longitudinal máxima para as vias é de 10% e a mínima de 0,5%. Em casos especiais
poderão ser admitidas declividades superiores a 10%.

Nos balões de retorno, a declividade máxima é de 6% e a mínima de 0,5%.

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 25
PLANEJAMENTO URBANO

Nas vias destinadas a circulação de veículos coletivos os trechos que tiverem declividades entre 8 e
10% deverão ter comprimentos máximos de 200 metros.

Quando permitido pela legislação municipal, poderão ser adotados os seguintes limites para a decli-
vidade das vias pavimentadas:

A concordância vertical das pistas de rolamento deverá ser feita adotando-se os seguintes parâme-
tros “K”, onde “K” = L (m) / ∆i (%)

Estes parâmetros de concordância podem ser dispensados, desde que comprovado pelo projetista
que o projeto da via garanta condições de visibilidade: o motorista de um automóvel de passageiros
circulando na velocidade diretriz de projeto da via, deve poder enxergar uma criança a uma distância
superior à necessária para a frenagem do veículo naquela velocidade (como referência, pode ser
adotada a velocidade diretriz de 40km/h para as vias coletoras, 30km/h para as vias locais e 60cm
para a altura da criança).

A concordância vertical nos cruzamentos das vias deve levar em conta a necessidade de uma plata-
forma relativamente plana, com extensão de 5 metros, imediatamente junto à interseção, de forma
que o veículo que aguarda a passagem de outro possa ter condições de visibilidade.

Nos cruzamentos ou interseções de vias o projeto do greide da via secundária deverá concordar,
obrigatoriamente, com a lateral da via principal.

Quando a via se desenvolve entre quadras, o seu perfil longitudinal será usado para cálculo de volu-
me e, nesse caso, o mesmo deverá conter as áreas de corte e aterro.

As posições das seções transversais deverão ser criteriosamente estudadas e definidas de tal modo
que não induzam a erros nos cálculos de volumes.

Nos casos de seções esconsas em relação ao plano do talude, deverão ser tomados cuidados espe-
ciais na determinação da inclinação do mesmo.

Para os trechos de vias não abrangidos pelas seções das quadras, ou para vias de terreno natural
com declividade acentuada, deverão ser apresentadas seções transversais às mesmas, de 20 em 20
metros, pelas estacas inteiras.

As cotas e declividades dos eixos do sistema viário deverão ser obtidas por cálculo analítico na etapa
do projeto executivo.

Implantação

A implantação das edificações nos lotes deverá observar as condições naturais do terreno visando
não só a proteção ambiental como o aproveitamento da iluminação e ventilação naturais, adotando o
posicionamento no lote que resulte em maior conforto ambiental. Deverá também garantir acessibili-
dade universal e atender a NBR 9050 no que for pertinente.

Devem ser respeitados os recuos exigidos nas legislações locais e na estadual.

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 26
PLANEJAMENTO URBANO

Nos locais que apresentam solos de baixíssima capacidade de suporte na camada superficial (argilas
moles, muito moles ou areias fofas) deverão ser analisadas, se possível, em conjunto com os respon-
sáveis pelo projeto de fundações das edificações, alternativas para incremento da capacidade de
suporte do material superficial (por exemplo: remoção do material inadequado por simples corte im-
posto pela terraplenagem, implantação de aterro compactado sobre camada inadequada, estabiliza-
ção mecânica por pré-carregamento etc.)

Em Lotes Unifamiliares

Os lotes resultantes do parcelamento, deverão possibilitar a implantação das unidades habitacionais


e prever espaço suficiente para acomodação dos taludes, das calçadas e da ampliação da unidade,
caso seja necessário.

Recomenda-se que a implantação das casas nos lotes, quando possível, adote recuos frontais varia-
dos, evitando a monotonia.

Recomenda-se localizar o acesso lateral da unidade onde a cota do lote for mais alta, evitando esca-
das de acesso à mesma.

A altura máxima dos taludes de frente dos lotes residenciais unifamiliares não poderá ser superior a
1,50 metro acima da cota do greide da rua.

Os lotes totalmente patamarizados deverão preferencialmente ter uma parcela da testada do lote com
cota pelo menos 20cm acima do greide da rua, de forma a simplificar o lançamento das águas pluvi-
ais e servidas.

A terraplenagem deverá preferencialmente se limitar a área onde será executada a edificação, bus-
cando-se tipologias de projeto da unidade habitacional que viabilizem esta alternativa. A opção por
patamarizar integralmente o lote somente será adotada quando a declividade do terreno natural for
superior a 5% e em função das características do projeto da unidade habitacional, onde a utilização
dos espaços livres do lote ou a ampliação da unidade habitacional ficar prejudicada.

Os pés e as cristas dos taludes deverão situar-se a pelo menos 30cm da calçada externa a edifica-
ção.

Na definição das cotas de patamares dos lotes buscar-se-á garantir que a camada superficial, até a
profundidade de 1,0m, apresente uma capacidade de carga compatível com as cargas a serem
transmitidas pelas edificações, de modo a viabilizar a utilização preferencial de fundação direta.

Para edificações geminadas, o desnível entre pisos deverá ser inferior a 0,8m e múltiplo de 0,2m.
Este desnível poderá ser ampliado desde que o projeto de estruturas e fundações contemple esta
situação.

Deverão ser elaboradas apenas as seções das áreas nas regiões que possuírem declividade do ter-
reno natural maior que 5%, e das quadras nas regiões com declividade do terreno natural menor ou
igual a 5% mas que possuírem lotes com testadas abaixo dos greides das ruas.

Nos casos de seções esconsas em relação ao plano do talude, deverão ser tomados cuidados espe-
ciais na determinação da inclinação do mesmo.

Os posicionamentos de seções devem obedecer às seguintes disposições:

1º) Com curvas de nível perpendiculares às testadas dos lotes, deverão ser feitas três seções em
cada quadra, posicionadas da seguinte forma:

uma seção em cada alinhamento de frente, contendo os greides e cotas dos patamares dos lotes e
dos eixos das vias fronteiriças;

uma seção passando pela divisa entre fundos de lotes, contendo os greides e cotas dos patamares
das duas séries de lotes.

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 27
PLANEJAMENTO URBANO

2º) Com curvas de nível paralelas às testadas dos lotes, as seções deverão cobrir toda área da qua-
dra, com espaçamento de 20 metros, contendo os greides e cotas dos patamares dos lotes e dos
eixos das vias fronteiriças.

Em Lotes Multifamiliares

A implantação dos edifícios nos lotes multifamiliares deve procurar localizá-los próximos ao sistema
viário público, garantindo a redução das redes internas de água, esgoto e elétrica.

Adotar o limite máximo de 160 unidades na definição dos lotes condominiais de modo a que a área
total a ele destinada não seja superior a 15.000m2 e a distância maior entre os seus limites seja me-
nor ou igual a 200,00m

Observar os recuos mínimos laterais e/ou frontais entre os blocos isolados, cumprindo- se a legisla-
ção e garantindo-se os aspectos de conforto ambiental do conjunto como um todo. Caso os edifícios
implantados possuam apartamentos no pavimento térreo, a circulação de pedestres interna ao con-
domínio deverá ser proposta de forma a garantir a privacidade destas unidades. A circulação de pe-
destres deverá estar distante no mínimo 3,00m da face do edifício.

As distâncias entre as edificações e os pés/cristas de talude deverão ser definidas considerando a


altura e inclinação dos taludes, o tipo de solo, o tipo de fundação utilizada e dispositivos de infra-
estrutura, devendo ser mantida uma distância mínima de 3,0 metros entre elas. Nos taludes com altu-
ra inferior a distância tolerável será de 1,50m desde que atendidas as considerações anteriores.

No caso da patamarização para a construção de prédios, as seções deverão cobrir todo o terreno,
com espaçamento máximo de 20 metros, e posicionadas de modo que não induzam a erros nos cál-
culos de volumes, contendo as cotas do terreno e dos patamares dos prédios e o desenho dos talu-
des de corte e aterro.

Os estacionamentos deverão ser posicionados de modo a evitar que o percurso até a edificação seja
superior a 50 metros, e/ou envolva desníveis superiores a 4,5 metros até a entrada da edificação.
Caso apresentem desníveis com relação a edificação o acesso deverá ser provido de rampas (NBR
9050).

A distância entre a face com aberturas de ambientes de longa permanência e o limite do estaciona-
mento deve ser de no mínimo 3,00m.

Para o número de vagas de estacionamento, recomenda-se deixar a proporção de 1 vaga por unida-
de habitacional. Esta proporcionalidade será definida considerando-se os custos do terreno, a dispo-
nibilidade de transporte coletivo, as faixas de renda da população alvo, as legislações vigentes e será
estabelecida no programa de projetos. Sendo que o mínimo admitido é 1 vaga para cada 2 unidades
habitacionais.

O acesso às vagas do estacionamento deverá se dar por meio de via interna ao condomínio, não
podendo estar diretamente ligada a vias públicas.

As dimensões das vagas bem como as faixas de acesso, deverão obedecer a NBR 9050 e as legisla-
ções específicas. O quadro abaixo apresenta as referências utilizadas nos projetos CDHU.

Deverá também ser prevista a existência de 5% de vagas adequadas para portadores de deficiência
física, conforme quadro abaixo:

Tabela – Dimensões de Vagas e Faixas de Acesso

Tipo de veículo Vaga para estacionamento* Faixa de acesso à vaga (m)

Largura (m) Comprimento (m) 0 a 45° 46° a 90°

Grande 2,20 4,50 3,80 5,50

Def. Físico 3,70 5,50 3,80 5,50

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 28
PLANEJAMENTO URBANO

* A vaga, quando paralela à faixa de acesso (“baliza”) será acrescido de1,00m (um metro) no com-
primento e 0,25m (vinte e cinco centímetros) na largura.

Quando o acesso ao edifício for em desnível, prever a implantação de rampas conforme tabela abai-
xo, e de acordo com a NBR 9050.

Tabela – Condições mínimas para rampas

Inclinação Desnível Número Desnível Comprimento Comprimen-


Admissível máximo de permitido total da máximo de to total de
um único de seg- rampa um único rampa per- USO
segmento mentos acabada segmento de mitido (m)
de
de rampa (m) rampa (m)
rampa (m)

1:8 ou 0,183 1 0,183 1,22 1,22 Rampas curvas


quando for im-
12,5% pos- sível exe-
cutar ram-pa de
1:12 ou

1:10

1:10 ou 0,274 1 0,274 2,1 2,1 Rampas curvas

10% quando for im-


pos- sível exe-
cutar

ram-pa de 1:12

1:12 ou 0,793 2 1,5 9,15 18,3 mais Rampas curvas


patamar ou rampas
8,33%

1:16 ou 0,793 4 3,0 12,2 48,8 mais Rampas curvas


patamar ou rampas
6,25%

Prever a localização dos reservatórios inferiores, garantindo sua implantação na proposta de terra-
plenagem do lote. Quando tratar-se de reservatórios não enterrados, os mesmos deverão ser implan-
tados em locais que não obstruam a circulação, ventilação e iluminação dos apartamentos.

Prever local específico para lixeiras, hidrômetros, abrigos de gás e centros de medição de energia
elétrica e centrais telefônicas.

Deverá ser destinada área correspondente a 6,00m² por unidade habitacional para atividades e equi-
pamento de recreação (quadras, parquinhos etc.) para crianças e idosos. As áreas de taludes e esta-
cionamentos não poderão ser computadas para este uso.

Os equipamentos de lazer, os passeios e calçadas e as áreas de recreação deverão estar demarca-


das na planta de urbanismo, e deverão estar de acordo com a diretriz do projeto paisagístico. Pelo
menos uma das áreas de recreação deverá possibilitar a inserção de um círculo de raio igual a 5m.

Os blocos dos edifícios são constituídos pelo conjunto de unidades autônomas que se utilizam de
uma mesma escada e/ou elevador comum para acesso às mesmas.

Os blocos deverão ser identificados por letras em ordem alfabética.Os apartamentos deverão ser
identificados, por piso, em numeração seqüencial (dois dígitos) no sentido horário dos acessos à es-
cada. O primeiro dígito refere-se ao piso e o segundo ao apartamento.

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 29
PLANEJAMENTO URBANO

Centro de Apoio ao Condomínio (CAC)

Trata-se de equipamento destinado às atividades de serviço, administração, recreativas e outras a


serem desempenhadas por condôminos. Serão alocados em conjuntos em que ocorra a apropriação
condominial do lote.

Produtos

Os produtos destes projetos estão relacionados nos quadros a seguir, com respectivos conteúdos,
formas de apresentação e referidas etapas:

Produtos referentes a urbanismo

Produtos/Conteúdo Apresentação Etapa

Relatório de Vistoria do Terreno

Deverá conter análise do local com ficha de vistoria (anexo URB Em formato A4 padrão SP
01) e fotos atualizadas, bem como complementações necessá- CDHU (conforme anexo
rias ao Relatório Técnico do Terreno. Conterá também a avalia- URB 01)
ção e eventuais propostas para revisão do programa de projeto
de urbanismo, considerando ocorrência de áreas não edificáveis
(córregos, estradas, adutoras etc.), áreas alagáveis e outras
limitações para o desenvolvimento do projeto, frente às limita-
ções do meio físico e às condições de infra e superestrutura
urbana, verificadas na área e nas concessionárias.

Planta de localização do terreno na malha urbana

Deverá conter os elementos necessários ao desenvolvimento do Em formato A1 (legenda SP


projeto, considerando: zoneamento, sistema viário e equipamen- conforme o anexo URB
tos urbanos. Para empreendimentos localizados na região me- 02)
tropolitana de São Paulo, deverá ser apresentada planta do
Sistema Cartográfico Metropolitano – SCM na escala 1:10.000.
Para empreendimentos localizados fora da região metropolitana
de São Paulo, deverá ser apresentada planta do Plano Carto-
gráfico do Estado de São Paulo na escala 1:10.000. Esta planta
poderá ser adquirida na Prefeitura da cidade onde o mesmo se
localiza, ou no IGC – Instituto Geográfico e Cartográfico – (Se-
cretaria de Planejamento do Estado). Conforme Manual de Ori-
entação GRAPROHAB.

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 30
PLANEJAMENTO URBANO

Estudo preliminar de terraplenagem

Indicação das áreas que serão terraplenadas e dos locais que Desenho na escala do EP
serão patamarizados (com as respectivas cotas). Cortes es- levantamento.
quemáticos indicativos da intervenção proposta e estimativa
preliminar do volume de corte e aterro. Indicação das diretrizes
de drenagem.

Memorial do partido urbanístico

Texto explicativo da proposta escolhida. Deverá conter as dire- Formato A4, padrão EP
trizes previstas para pavimentação ou tratamento do leito viário CDHU.
e para a implantação dos sistemas de abastecimento de água,
drenagem, eletricidade e de coleta e disposição de esgotos.

Produtos/Conteúdo Apresentação Etapa

Planta do Estudo Preliminar Desenho na escala do levanta- EP


mento.
Alternativa(s) de parcelamento adequada(s) ao terreno e
ao programa proposto, com localização das vias, lotes,
sistema de lazer e áreas institucionais.

Alternativa(s) de implantação das unidades e equipamen-


tos previstos no programa. No caso de habitação vertical,
implantar os equipamentos de apoio. A critério do autor
podem constar modelos esquemáticos e outros elemen-
tos que expliquem a proposta. Devem ser previstas as
cotas de dimensionamento (leito carroçável e calçadas)

Indicação das diretrizes de paisagismo.

Tabelas indicativas das áreas resultantes do parcelamen-


to do solo.

Planta de parcelamento do solo Desenho na escala do levanta- PB


mento (Tabela de áreas confor-
Solução adotada para parcelamento, com definição das me anexo URB 03)
vias, incluindo o dimensionamento das quadras, lotes,
áreas verdes, sistemas de lazer, áreas institucionais,
faixas “non aedificandi” e tabela de áreas.

Planta Urbanística Ambiental Em formato A1, padrão CDHU PB

Planta de Implantação Desenho na escala do levanta- PB


mento com curvas de nível de 5
Solução adotada com implantação das unidades habita- em 5 metros.
cionais, indicação dos recuos adotados e modelo genéri-
co de implantação. No caso de unidades multifamiliares, Para unidades multifamiliares,
ampliar os lotes com cotas de nível do piso térreo e pre- desenho na escala 1:250 ou
ver a implantação dos elementos complementares ao 1:500.
condomínio. Dimensionar o sistema viário.
(conforme anexo URB 05)

Planta de Condomínio Desenho na escala 1:250 ou PB


1:500, conforme escala do levan-
No caso de apropriação condominial da gleba sem tamento topográfico. (Tabela de
parcelamento do solo. áreas conforme anexo URB 04)

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 31
PLANEJAMENTO URBANO

Planta de Implantação Desenho na escala do levanta- PB


mento com curvas de nível de 5
Solução adotada com implantação das unidades habita- em 5 metros. Para unidades
cionais, indicação dos recuos adotados e modelo genéri- multifamiliares, desenho na es-
co de implantação. No caso de unidades multifamiliares, cala 1:250 ou 1:500. (conforme
ampliar os lotes com cotas de nível do piso térreo e pre- anexo URB 05)
ver a implantação dos elementos complementares ao
condomínio. Dimensionar o sistema viário.

Produtos/Conteúdo Apresentação Etapa

Planilhas PB

Todos os PB deverão ser


acompanhados das respectivas
Planilhas de Quantidades.

Planta de Parcelamento do As plantas serão desenhadas PE


Solo conforme anexo TRP 08, na
escala do levantamento
Parcelamento do solo e locação topográfico.
do sistema viário, quadras e
lotes.

Deverá ser elaborada a partir


de dados (coordenadas, dire-
ções, distâncias, áreas etc.)
obtidos por cálculos analíticos e
conter:

Sistema viário identificado, com Tabela de áreas conforme


eixos estaqueados, numerados anexo URB 03.
e suas respectivas larguras;

Indicação de fases se houver;

Desenho e numeração de qua-


dras, lotes residenciais unifami-
liares e multifamiliares, lotes
comerciais, áreas institucionais,
áreas verdes e sistemas de
lazer;

Identificar nos lotes multifamilia-


res a “área livre privativa”,
quando houver;

Identificação das faixas “non


aedificandi”, de domínio e de
área de preservação;

Preenchimento do Carimbo e
Tabela de Áreas;

Curvas de nível de metro em


metro, com indicação dos valo-
res dos níveis de cinco em cin-
co metros, ou de metro em
metro quando for o caso, a

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 32
PLANEJAMENTO URBANO

critério da CDHU;

Todas as direções (com preci-


são de segundo) e extensões
(com precisão de centímetro)
de todas as linhas de divisas,
quer da gleba total, quer das
fases, quadras e lotes, residen-
ciais e comerciais, áreas ver-
des, sistemas de lazer, áreas
institucionais, lotes remanes-
centes, sistema viário, faixa de
domínio, “non aedificandi” e
áreas de preservação;

Os pontos principais, tais como


deflexões e interseções de
divisas, PCs, Pis, e PTs de
eixos e laterais de ruas, aveni-
das e praças, deverão ter um
número de identificação para a
localização de suas coordena-
das na planilha de cálculo;

Identificação dos confrontantes;

Identificação da malha de coor-


denadas e norte magnético.

Planta de Condomínio Desenho na escala 1:250

No caso de apropriação con- ou 1:500, conforme PE


dominial da gleba sem

parcelamento do solo. escala do levantamento topo-


gráfico. (Tabela de áreas
conforme anexo
URB 04)

Produtos/Conteúdo Apresentação Etapa

Planta de Implantação

Solução adotada com implantação das unidades habitacio- Desenho na escala do levan- PE
nais, indicação dos recuos adotados e modelo genérico de tamento com curvas de nível
implantação. No caso de unidades multifamiliares, ampliar os de 5 em 5 metros. Para uni-
lotes com cotas de nível do piso térreo, prever a implantação dades multifamiliares, dese-
dos elementos complementares ao condomínio e identificar nho na escala 1:250 ou
os blocos e numerar os apartamentos. 1:500. (Conforme anexo
URB05)
Dimensionar o sistema viário.

Planta(s) de Implantação de Equipamentos

(quando houver) Esc. 1:250 ou 1:500. PE

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 33
PLANEJAMENTO URBANO

Planta de Estudo Cromático Desenho na escala do levan-


tamento com curvas de nível
Numeração dos blocos (quando houver); de 5 em 5 metros. Para uni- PE
dades multifamiliares, dese-
Especificação das cores; nho na escala 1:250 ou
1:500.
Tabela contendo codificação e localização das cores.

Produtos referentes à terraplanagem

Produtos/Conteúdo Apresentação Etapa

Relatório Descritivo de Terraplenagem Formato A4 pa- PB


drão CDHU.
Deverá conter informações aproximadas dos diversos elementos relati-
vos aos projetos de terraplenagem e geométrico de urbanismo, tais
como:

Rampas máximas e mínimas das ruas e vielas de pedestres;

Inclinações e alturas máximas dos taludes de corte e aterro, tanto nas


testadas como nas laterais e fundos de lotes;

Cálculos de estabilidade dos taludes, quando for o caso;

Características geológico-geotécnicas do terreno, e eventual necessi-


dade de cuidados especiais (troca de solo e/ou outros processos de
estabilização mecânica, existência de rochas, matações etc.)

Produtos/Conteúdo Apresentação Etapa

Relatório Descritivo de Terraplenagem (cont.)

Localização de áreas para empréstimo e/ou “bota-fora” de


materiais;

Eventual existência de interferências na área de projeto


(galerias, emissários, redes de alta tensão, rios, córregos,
construções, barracos, plantações etc.);

Características dos dispositivos de drenagem que se fizerem


necessários;

Planilhas de cálculos de volumes; quantidades estimadas de


todos os serviços previstos;

Plano de manejo de solos;

Indicação das obras necessárias na fase de transição entre


a conclusão da terraplenagem e a execução das obras de
infra-estrutura;

Indicação das ruas a pavimentar e a receber tratamento


primário.

Planta de terraplenagem

Deverá ser elaborada com nível de precisão permitido por A planta do projeto de terra- PB
processo gráfico e conter: plenagem deverá ser con-
feccionada a partir da planta
Divisas do terreno, Quadras e lotes, com indicação das res- de topografia, na escala

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 34
PLANEJAMENTO URBANO

pectivas áreas; definida pela mesma, lança-


do o conteúdo especificado.
Eixos das vias com estaqueamento (gráfico);

Identificação das vias (nomes) e respectivas larguras;

Cotas aproximadas dos patamares, dos eixos das vias e de


outros pontos notáveis do projeto;

Indicações de taludes (“off-sets”);

Identificação e localização das seções de terraplenagem;

Indicação das áreas de preservação e das faixas “non aedi-


ficandi”.

Perfis Longitudinais dos Eixos das Vias

Deverá ser elaborada com nível de precisão permitido por Escala horizontal: mesma PB
processo gráfico e conter: escala da planta. Escala
vertical: escala horizontal
Perfil do terreno natural; multiplicada por dez.

Anteprojeto de greide;

Elementos de divisa do terreno, quadras e lotes;

Inclinação aproximada dos segmentos em tangente;

Elementos de cada curva vertical: comprimento (L) e valor


de “K”;

Cotas aproximadas dos pontos notáveis, tais como: PC, PI,


PT, intersecção de eixos etc.

Produtos/Conteúdo Apresentação Etapa

Seções

Deverá ser elaborada com nível de precisão permitido por Desenhadas a partir da plan- PB
processo gráfico e conter: ta do projeto básico. Escala
horizontal: mesma escala da
Perfil do terreno natural; planta

Anteprojeto de greide de terraplenagem; Escala vertical: escala hori-


zontal multiplicada por dez;
Cotas aproximadas dos patamares; ou a combinar.
Perfis dos eixos das vias laterais;

Elementos de divisa do terreno, quadras e lotes;

Perfil do limite de escavações nos casos de troca de solo,


ou melhoria do subsolo por remoção e recolocação do solo,
com compactação adequada;

Valores das áreas de corte, aterro, troca de solo, remoção e


reaterro, que deverão ser indicados em cada seção;

Geometria prevista para o terraceamento da superfície do


terreno, como tratamento prévio nos aterros executados a

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 35
PLANEJAMENTO URBANO

meia encosta (quando for o caso).

Memorial Descritivo de Locação

Deverá conter a descrição do procedimento a ser adotado Formato A4 padrão CDHU PE


na obra, informações sobre o método do cálculo utilizado, conforme anexos TRP01 e
tabela de áreas expressas em metros quadrados com duas TRP02.
casas decimais, número de unidades, relação da equipe
responsável pelo projeto e, em anexo, as planilhas de coor-
denadas dos marcos existentes no terreno e de elementos
analíticos para locação do projeto.

Memoriais Descritivos de Divisas

Identificação e localização clara do ponto inicial da descrição Formato A4, padrão CDHU. PE
das divisas, com suas coordenadas; Confrontações em cada
trecho das divisas;

Definições dos trechos retos das divisas por suas distâncias,


com precisão de centímetro e direções expressas em azimu-
tes sexagesimais, com precisão de segundo;

Definição das curvas por seu sentido de curvatura, além do


desenvolvimento e raio, com precisão de centímetro;

Deverá ser apresentado memorial descritivo de divisa, uni-


familiarmente, para as seguintes áreas :

do terreno (será elaborado pela gerência de Topografia e


Infra-estrutura);

da área abrangida pelo projeto ou da fase;

dos lotes residenciais unifamiliares e multifamiliares;

Produtos/Conteúdo Apresentação Etapa

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 36
PLANEJAMENTO URBANO

Memoriais Descritivos de Divisas (cont.) Formato A4, padrão CDHU.

dos sistemas de lazer; PE

das áreas verdes;

das áreas institucionais;

das áreas de comércio;

das áreas remanescentes;

das áreas de terceiros abrangidas pelo projeto.

Fichas Técnicas Conforme anexos TRP13 e


TRP14
Resumo e características principais do projeto PE

Memorial Descritivo de Terraplenagem Formato A4, padrão CDHU.

Deverá conter: Os cálculos conforme os PE


anexos TRP03 e TRP04.
Características do tipo de vegetação existentes no terreno e
da camada vegetal;

Considerações geotécnicas sobre o tipo de solo, índices de


penetrações obtidos (SPT), consistência ou compacidade
das camadas e posição do nível d’água quando encontrado;

Comentários nos casos de troca de solo ou melhoria de


compactação dos solos locais, com indicação de áreas, pro-
fundidades e procedimentos adotados;

Justificativa para as obras de drenagem superficial e/ou


subterrânea projetadas;

Recomendações para as inclinações dos taludes de corte e


aterro quando não indicados nos desenhos, as quais deve-
rão ser justificadas com base nas características dos solos
em questão;

Localização das áreas de empréstimo ou “bota- fora”;

Considerações sobre o revestimento vegetal dos taludes,


determinando em cada caso, o tipo de plantio e os limites da
área a ser tratada.

Informação sobre o valor da relação Vc/Va (volume de cor-


te/volume de aterro), utilizada no projeto para o cálculo do
fornecimento ou remoção de material;

A quantidade de todos os serviços previstos, inclusive o


revestimento vegetal e de drenagem;

Plano de manejo de solos;

Indicação das obras necessárias na fase de transição entre


a conclusão da terraplenagem e a execução das obras de
infra-estrutura;

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 37
PLANEJAMENTO URBANO

Indicação das ruas a pavimentar e a receber tratamento


primário;

Produtos/Conteúdo Apresentação Etapa

Memorial Descritivo de Terraplenagem (cont.)

A descrição de cada serviço deverá ser feita conforme mo- Formato A4, pa- PE
delo TRP12, ou seja, explicitando o conjunto de operações drão CDHU.
que compõem o item;
Os cálculos conforme os
Outras características ou particularidades do projeto. anexos TRP03 e TRP04.

Planta de Terraplenagem

Cotas do sistema viário, quadras e lotes ou patamares e As plantas serão desenha- PE


diretrizes do escoamento superficial de águas pluviais. das, conforme anexo TRP
09, na escala do le-
Deverá ser elaborada a partir de dados (cotas, declividades vantamento topográfico.
etc.) obtidos por cálculos analíticos, em plena compatibilida-
de com a Planta de Urbanismo, e conter:

Sistema viário identificado, com eixos estaqueados e nume-


rados;

Indicação de fases, se houver;

Desenho e numeração de quadras, lotes residenciais unifa-


miliares e multifamiliares, e comerciais, áreas institucionais e
de lazer;

Preenchimento básico do carimbo;

Curvas de nível de metro em metro, com indicação dos valo-


res dos níveis de cinco em cinco metros ou de metro em
metro quando for o caso, a critério da CDHU;

As cotas de eixo em todas as estacas inteiras, intersecções


e pontos notáveis das ruas, bem como as cotas dos patama-
res dos lotes residenciais unifamiliares e multifamiliares a
serem implantados na fase em projeto;

Indicação dos sentidos de escoamento de águas pluviais,


com a respectiva legenda, caso não exista projeto específico
de drenagem;

Indicação da posição das seções e amarrações das mes-


mas.

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 38
PLANEJAMENTO URBANO

Planta de Orientação de Terraplenagem

Será confeccionada a partir da planta de terraplanagem e Formato A1, padrão CDHU, PE


deverá conter: em escala do levantamento
topográfico.
Manchas de corte e aterro;

Delimitação de áreas de provável troca de solo, com indica-


ção da profundidade estimada;

Delimitação de áreas de solo selecionado para utilização em


coroamento de regiões sujeitas ao fenômeno de erosão;
indicação dessas regiões;

Produtos/Conteúdo Apresentação Etapa

Planta de Orientação de Terraplenagem (cont.) Formato A1, padrão CDHU, em escala PE


do levantamento topográfico.
Indicação dos locais de estocagem de solo sele-
cionado e camada vegetal;

Indicação de jazidas e/ou “bota-foras” com as


respectivas distâncias em relação obra;

Legenda.

Perfis Longitudinais das Vias Formato A1, padrão CDHU. A escala PE


horizontal será igual a da planta de ter-
Deverão ser elaborados a partir de dados (dis- raplenagem, e a vertical igual a horizon-
tâncias, cotas, declividades etc.) obtidos por tal ampliada em dez vezes.
cálculos analíticos, em plena compatibilidade
com a Planta de Terraplanagem, e conter: Conforme anexo TRP 10.

O perfil do terreno original e o projeto de greide;

As cotas de terreno e projeto nas estacas intei-


ras, de dez em dez metros nas curvas verticais,
nas estacas de intersecção do perfil com os ei-
xos das vias transversais e nos pontos notáveis
das curvas verticais;

Em cada curva vertical, deverão ser indicados o


comprimento e o valor de “K”;

Nas tangentes, deverão ser indicados os com-


primentos e declividades.

Seções das Quadras Formato A1, padrão CDHU. A escala PE


horizontal será igual a da planta de ter-
Deverão conter: raplenagem, e a vertical igual a horizon-
tal ampliada em dez vezes, ou a critério
Seção primitiva (terreno natural) e o projeto; da CDHU. Conforme anexo TRP 11.
Áreas de corte e aterro projetadas;

Greides e cotas dos patamares dos lotes;

Cotas dos eixos das vias;

Perfil longitudinal do eixo da via fronteiriça.

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 39
PLANEJAMENTO URBANO

Seções Transversais das Vias Idem ao item anterior PE

(quando não abrangidas pelas seções das qua-


dras) Deverão conter:

Cotas de terreno original e de projeto;

Taludes de corte e aterro.

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

_________________________________________________________________________________

WWW.DOMINACONCURSOS.COM.BR 40

Você também pode gostar