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RELATÓRIO DE ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS

VIBRA ENERGIA S.A

Analistas responsáveis:
Carolina Rosa Moreira
Giovana Moreira Ramos
Kellen Naves Costa
Luan Augusto Batista de Oliveira
Vanessa Francisco Nestle
Yasmin Aparecida Martins Pinto

Varginha, 10 de julho de 2023


SUMÁRIO
RESUMO EXECUTIVO ................................................................................................. 3
INTRODUÇÃO .............................................................................................................. 4
ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS ........................................................ 5
Análise de Liquidez ................................................................................................... 5
Análise da Estrutura de Capital ................................................................................. 7
Análise da Rentabilidade ........................................................................................... 8
Análide de Desempenho Operacional .......................................................................10
CONCLUSÃO .............................................................................................................. 13
RESUMO EXECUTIVO

O presente relatório teve por objetivo analisar a empresa VIBRA ENERGIA S/A,
tendo como base seus demonstrativos contábeis do triênio dos respectivos anos: 2020,
2021 e 2022. Foram utilizados o balanço patrimonial da companhia (ativos, passivos e
patrimônio líquido) e Demonstração do Resultado de Exercício (DRE).
O relatório apresenta análise das seguintes dimensões: liquidez; estrutura de
capital e endividamento; o índice de rentabilidade, desempenho operacional e prazos
médios, como PMRE, PMRV e PMPC.
No que diz respeito à liquidez, a VIBRA ENERGIA S.A demonstrou uma
tendência de queda ao longo dos anos, com a liquidez geral diminuindo de 1,29 em
2020 para 0,99 em 2022. Isso pode indicar uma pressão nas finanças da empresa,
evidenciando a necessidade de uma gestão eficiente do capital de giro.
O endividamento geral da empresa aumentou de 56,91% em 2020 para 69,32%
em 2022. Esse aumento pode indicar uma dependência crescente de recursos de
terceiros para financiar suas operações.
A análise da rentabilidade revela uma queda na margem líquida ao longo dos
anos, de 4,79% em 2020 para 0,84% em 2022. Isso pode ser atribuído a fatores como
aumento nos custos de produção, pressão competitiva ou dificuldades no preço de
venda.
Os indicadores de desempenho operacional mostram um aumento no giro do
ativo, passando de 2,88 em 2020 para 4,41 em 2022. Isso indica uma melhor utilização
dos ativos da empresa para gerar receita.
Além disso, a análise dos ciclos operacionais e financeiros revela uma redução
no ciclo operacional, de 19,89 dias em 2020 para 15,11 dias em 2022, o que indica uma
melhoria na eficiência das operações da empresa. O ciclo financeiro também
apresentou uma redução, de 9,65 dias em 2020 para 4,55 dias em 2022, demonstrando
uma gestão eficiente do capital de giro.
Os prazos médios da Vibra Energia S.A também evoluíram ao longo dos anos,
refletindo possíveis melhorias na gestão operacional da empresa. A redução do Prazo
Médio de Recebimento de Estoque (PMRE) de 16,56 dias em 2020 para 13,98 dias em
2022 pode ter sido impulsionada por uma otimização nos processos de compra e
controle de estoque, resultando em uma maior agilidade na transformação de estoques
em vendas. A diminuição do Prazo Médio de Recebimento de Vendas (PMRV) de 3,32
dias em 2020 para 1,14 dias em 2022 sugere uma melhoria nos processos de cobrança,
contribuindo para uma conversão mais rápida de vendas em receitas. Da mesma forma,
a redução do Prazo Médio de Pagamento aos Fornecedores (PMPC) de 10,24 dias em
2020 para 10,56 dias em 2022 pode indicar um aperfeiçoamento nas negociações com
fornecedores, permitindo que a empresa honre seus compromissos de pagamento de
forma mais eficiente.
Em resumo, a VIBRA ENERGIA S.A enfrenta desafios em relação à liquidez,
endividamento e rentabilidade. A empresa deve buscar estratégias para melhorar sua
posição financeira, controlar os custos e otimizar a utilização dos ativos. Ademais, é
necessário continuar a aprimorar prazos médios, com foco na eficiência operacional,
refletindo positivamente nos resultados e na gestão financeira.
INTRODUÇÃO

Este relatório tem como objetivo analisar as demonstrações contábeis da VIBRA


ENERGIA S.A, uma empresa que possui uma trajetória sólida e uma história marcada
por importantes transformações no setor de distribuição de derivados de petróleo e
energia. Ao longo dos anos, a empresa passou por diversas mudanças e evoluções,
adaptando-se às demandas do mercado e reafirmando seu compromisso com a
excelência e a sustentabilidade.
A Vibra Energia S/A, anteriormente conhecida por BR Distribuidora, trata-se de
uma sociedade anônima de capital aberto. A mesma foi fundada em novembro de 1971
na cidade do Rio de Janeiro. Sua área de atuação é no segmento de distribuição e na
comercialização de combustíveis derivados de petróleo, biocombustíveis, além
de lubrificantes, emulsões asfálticas e produtos químicos.
Já em 1974, com três anos de vida, a companhia assumiu o posto de líder no
mercado de distribuição de derivados do petróleo do Brasil. Está presente em 26
estados brasileiros, e no Distrito Federal com mais de 8.350 postos de serviços
licenciado a bandeira Petrobras. Além de obter mais de 10 mil grandes clientes entre
termoelétricas, indústrias, companhias de aviação e frota, entre outros.
Em 1994, ocorreu a fusão das marcas Petrobras e BR, marcando um importante
marco na história da empresa. A adoção do símbolo BR por todas as empresas do
Sistema Petrobras trouxe consigo uma nova fase de expansão e fortalecimento da
marca.
Em 2017, a VIBRA dá um novo passo em sua trajetória ao lançar uma oferta
pública inicial de 28,75% das suas ações na BM&FBovespa, marcando seu retorno ao
mercado financeiro e reforçando seu compromisso com a transparência e a governança
corporativa.
No dia 19 de agosto de 2021, a empresa passa por uma importante
transformação, mudando sua identidade visual e adotando o nome de Vibra Energia.
Essa mudança reflete não apenas uma nova marca, mas também um reposicionamento
estratégico como uma empresa de energia, alinhada com a transição energética e
comprometida com a agenda ESG (Environmental, Social and Governance).
Em 2023, a empresa estará completando 45 anos de existência, sendo a líder
absoluta de mercado e referência no setor de distribuição e comercialização de
derivados de petróleo. Além disso, a Vibra se intitula como a única distribuidora de
combustíveis a integrar o índice de sustentabilidade da B3 (ISE B3) e também o índice
de carbono eficiente da B3 (ICO2).
Diante dessas informações, o relatório tem como objetivo fornecer uma análise
para tomada de decisão e sustento da marca no mercado de energia. Vale ressaltar
que ele não dispõe de todas as informações apuradas em uma análise mais detalhada.
As informações foram retiradas nos canais oficiais de comunicação da Vibra Energia
S.A e da B3.
ANÁLISE DAS DEMONSTRAÇÕES CONTÁBEIS

Análise de liquidez

Liquidez é a facilidade e rapidez com que um ativo pode ser convertido em


dinheiro sem perda significativa de valor. Ativos líquidos podem ser comprados e
vendidos facilmente, enquanto ativos ilíquidos exigem mais tempo e esforço para serem
convertidos. A liquidez é medida pelo prazo e custo de conversão do ativo em dinheiro.
É importante para investidores ajustarem suas posições e para as empresas
financiarem suas operações e pagar dívidas. A liquidez varia em diferentes condições
de mercado e tipos de ativos.
Os indicadores de liquidez são utilizados por investidores, credores e gestores
financeiros para avaliar o risco financeiro de uma empresa, sua capacidade de pagar
dívidas, a eficiência da gestão de capital de giro e a saúde geral do negócio. Essas
métricas são especialmente relevantes ao tomar decisões de investimento, concessão
de crédito ou análise de desempenho financeiro.
A Liquidez Geral é responsável por mostrar a capacidade de pagamento atual
da empresa, tendo como base as dívidas com terceiros em geral e por meio dela é
possível identificar a saúde financeira da empresa no longo prazo. Ao longo dos anos
estudados, essa sofreu uma diminuição, indo de 1,29 em 2020 para 0,99 em 2022, fato
esse que é negativo, pois quando a LG é menor que 1, significa que a empresa está
fraca no quesito de liquidez a longo prazo, já que os ativos são insuficientes.
A Liquidez Corrente é responsável por analisar a capacidade de pagamento das
empresas em relação às dívidas com terceiros em curto prazo. Por meio da análise dos
dados, é possível notar um fato positivo, pois a liquidez aumentou de 1,92 em 2020
para 2,43 em 2021, porém, está veio a baixar em 2022, chegando a 2,31. Portanto,
apesar da queda, o resultado ainda é positivo, já que a Liquidez Corrente acima de 1
mostra que a empresa é líquida no curto prazo.
A Liquidez Seca é semelhante à Liquidez Corrente, mas exclui o estoque dos
ativos circulantes, sendo útil para avaliar a liquidez da empresa sem considerar a
capacidade de venda do estoque. Tendo em vista os dados apresentados na tabela,
nota-se entre 2020 e 2021 um aumento de 0,24, já em 2022 houve uma diminuição
fazendo com que a LS caísse para 1,61 mostrando que houve a dependência dos
estoques aumentou em relação aos ativos circulantes líquidos, porém ainda assim é
positiva já que sendo acima de 1 a empresa é líquida no curto prazo.
A Liquidez Imediata indica a capacidade de uma empresa de cumprir suas
obrigações de curto prazo utilizando apenas seus ativos mais líquidos, ou seja, aqueles
que podem ser convertidos em dinheiro imediatamente, como o caixa e equivalentes
de caixa. Pelo que foi analisado na tabela é possível analisar um aumento de 0,01 entre
2020 e 2021, a LI chegou a 0,49 em 2021, mas sofreu uma diminuição e atingiu a marca
de 0,43 em 2022, ou seja, a empresa possuía menos ativos líquidos em relação às suas
obrigações de curto prazo em 2022 em comparação a 2021.
O gráfico a seguir ilustra a dimensão liquidez no triênio 2020-2021-2022.
O Capital Circulante Líquido representa a diferença entre os ativos circulantes e
os passivos circulantes de uma empresa, indicando a quantidade de recursos de curto
prazo disponíveis para financiar as operações diárias da empresa. Analisando a tabela
nota-se um aumento progressivo ao longo dos anos, chegando a R$12.620.000,00 em
2022, quase o dobro do que se tinha em 2020. Fato esse que possibilita afirmar que
houve um aumento líquido nos recursos disponíveis para financiar suas operações de
curto prazo.

Em suma, por meio da análise dos indicadores de liquidez com dados de 2020
a 2022 foi possível notar que a empresa apresentou um fortalecimento inicial de sua
posição de liquidez, mas essa tendência se reverteu posteriormente. Sendo assim, é
necessário ter atenção nos valores e algumas mudanças seriam positivas para a
empresa, como uma gestão de fluxo de caixa eficiente para garantir que a empresa
tenha recursos suficientes para cobrir as obrigações de curto prazo e uma gestão
eficiente de estoques para garantir que acúmulos desnecessários sejam evitados e
assim a empresa possa manter o equilíbrio entre estoque e demanda.
Análise da Estrutura de Capital

A análise da estrutura de capital é fundamental para compreender tão


profundamente as fontes de financiamento próprias e de terceiros, a fim de avaliar a
dependência da empresa em relação aos recursos de terceiros. Além disso, essas
associações fornecem informações sobre a capacidade de uma empresa em cumprir
suas obrigações financeiras a longo prazo.
Para examinar a estrutura de financiamento e o risco de crédito a longo prazo
da Cia Vibra Energia S.A, foram analisados os seguintes indicadores:
i) endividamento; ii) composição do endividamento; iii) imobilização do PL.
O Gráfico a seguir demonstra a estrutura de capital da Cia. Vibra Energia S.A.

Percebe-se que o nível de endividamento vem crescendo ao longo dos


anos. Observa-se que no ano de 2020, a dívida da Cia. Vibra Energia
representava 56,91% do Patrimônio Líquido. Nos anos de 2021 e 2022, o nível
de endividamento subiu, chegando no ano de 2022, o patamar de 69,32% do
PL. Esses resultados não são bons para a empresa, do ponto de vista financeiro
percebe-se que a empresa tem uma maior dependência de capital de terceiros,
limitando suas tomadas de decisões.
Analisando a composição da dívida da Cia. Vibra Energia nota-se que no
ano de 2020, somente 41,43% da dívida era de curto prazo, e ao longo do
tempo, a dívida caiu ainda mais, no ano de 2021 em um nível de 34,01% e tendo
uma maior queda em 2022 com apenas 33,77% da dívida no curto prazo. Sendo
assim, os resultados indicam que a empresa tem menos obrigações de curto
prazo a serem pagas, o que é favorável para a empresa.
Examinando os indicadores de imobilização do patrimônio líquido,
identifica-se que há uma tendência de aumento ao longo dos anos em
similaridade com o nível de endividamento. No ano de 2020 o nível de
imobilização do PL era de 61,68%, ao longo dos anos houve um acréscimo de
pouca diferença, com um nível de 63,57%. Mas em 2022 passa a ter um nível
de 101,66%, um aumento muito significativo para a empresa. Dessa forma, o
PL não é suficiente para cobrir os ativos sem liquidez prevista da empresa,
sendo necessário capital de terceiros para isso.

Análise da Rentabilidade
A rentabilidade refere-se à capacidade da organização de gerar lucro em
relação aos recursos empregados. É uma medida crítica para avaliar a eficiência e a
eficácia das operações da empresa, bem como sua capacidade de criar valor para os
investidores. Existem diferentes formas de calcular a rentabilidade de uma empresa,
incluindo o uso de alguns indicadores. Esses indicadores ajudam a determinar a
eficiência operacional, a gestão financeira e a capacidade da empresa de gerar
retornos consistentes aos acionistas. Além disso, a rentabilidade também pode ser
avaliada em comparação com empresas concorrentes no mesmo setor para identificar
o desempenho relativo. Alguns dos principais indicadores de rentabilidade incluem:
Giro do Ativo (GA), Margem Líquida (ML), Retorno sobre os Ativos (ROA) e Retorno
sobre o Patrimônio Líquido (RSPL).
Giro do Ativo (GA): Mede a produtividade/eficiência das vendas em relação ao
ativo da empresa. Ou seja, relaciona o volume de vendas da empresa com o capital
total investido. Ao longo dos anos estudados podemos observar um crescimento do
indicador que passou de 2,88 em 2020 para 4,41 em 2022. O que significa que para
cada R$1,00 de recurso investido (ativo total), a empresa converteu R$ 4,41 em
vendas, ou seja, as aplicações de recursos feitas no ativo proporcionaram um bom
desempenho nas vendas.
Margem Líquida (ML): Relaciona o resultado econômico da empresa
(lucro/prejuízo do exercício) com o valor líquido das vendas, ou seja, o percentual das
vendas da empresa convertidas em lucro líquido no exercício. É tido também como um
indicador de lucratividade. Ao contrário do GA, ao longo dos anos estudados podemos
observar uma queda do indicador que passou de 4,79% em 2020 para 0,85% em 2022.
O que significa que a empresa obtém 0,85% de lucro para cada R$100,00 de receita
operacional líquida. A empresa detém lucro, porém a lucratividade diminuiu ao longo
dos três anos observados.
Retorno sobre os Ativos (ROA): Relaciona o total de lucro líquido obtido pela
empresa com o total de recursos nela investidos, além de medir percentualmente, a
rentabilidade dos ativos totais. É ainda uma importante medida de desempenho da
empresa, principalmente em análises temporais. Assim como a ML, ao longo dos anos
estudados podemos observar uma queda do indicador que passou de 13,79% em 2020
para 3,74% em 2022. O que significa que a empresa obtém 3,74% de lucro para cada
R$100,00 de ativo total. A empresa detém lucro, porém a eficiência da empresa em
gerar lucro com os recursos disponíveis diminuiu ao longo dos três anos observados.
Retorno sobre o Patrimônio Líquido (RSPL): Relaciona o total de lucro líquido
alcançado pela empresa com o total de capital próprio (PL) nela investido e mede a
rentabilidade da empresa para os seus sócios e/ou investidores. Ao longo dos anos
estudados podemos observar também uma queda do indicador que passou de 31,99%
em 2020 para 12,19% em 2022. O que significa que a empresa obtém 12,19% de lucro
para cada R$100,00 de capital próprio investido, em média no exercício. A empresa
detém lucro, porém a eficiência da empresa em gerar lucro em relação ao capital
próprio diminuiu ao longo dos três anos observados.
Conclui-se então que o crescimento no giro do ativo indica que a empresa está
utilizando seus ativos de forma mais produtiva, ou seja, está conseguindo gerar mais
vendas em relação aos seus ativos, o que é um sinal positivo de eficiência operacional.
No entanto a queda na margem líquida indica que a empresa pode estar enfrentando
maiores despesas em relação à sua receita causada pelo aumento nos custos de
produção, pressão competitiva ou ainda problemas com a precificação dos seus
produtos e serviços. Em relação à queda dos retornos sobre os ativos e o patrimônio
líquido, eles indicam que, apesar do aumento nas vendas, a empresa pode estar
enfrentando desafios financeiros e assim tendo dificuldade em traduzir esse
crescimento em lucratividade.

35,00%

30,00%

25,00%
Margem Líquida (ML)
20,00%
Retorno sobre os Ativos
15,00% (ROA)
Retorno sobre o Patrimônio
10,00% Líquido (RSPL)

5,00%

0,00%
2020 2021 2022
Análise de Desempenho Operacional

De acordo com os cálculos realizados sobre a empresa VIBRA ENERGIA S/A, foi
possível encontrar valores quanto a PMRE, PMRV e PMPC, em quem são essenciais
para a análise do desempenho operacional, mais especificamente do Ciclo Operacional
e o Ciclo Financeiro. Com isso, será feita uma análise individual de cada um deles.
Prazo Médio de Renovação de Estoques (PMRE): Este indicador será o tempo
médio (em dias) de estocagem das mercadorias (empresas comerciais) ou tempo de
produção e estocagem (empresas industriais). Assim, a empresa nos 3 anos analisados
apresentou valores abaixo de 20 dias quanto a este indicador, em que no ano de 2020
e 2021 praticamente manteve seu PMRE, mas em 2022, se comparado com 2021 houve
uma melhora, diminuindo em 2,59 dias de um ano para o outro. Vale ressaltar que
quanto menor esse indicador melhor para a empresa, visto que menos tempo os
estoques ficam parados na empresa, sem girar a atividade da mesma.
Prazo Médio de Recebimento de Vendas (PMRV): Este indicador representa em
média quantos dias a empresa leva desde que a venda é realizada até o seu
recebimento. Então, quanto menor for esse indicador, melhor será para a empresa e
prazos de recebimento de vendas muito grande podem fazer com que a mesma tenha
problemas de liquidez. E, olhando para o PMRV encontrado da empresa em análise
nesses 3 anos, é possível ver uma melhora considerável ao longo do tempo, em que de
um PMRV de 3,32 dias encontrado no ano de 2020, passou para 1,46 dias em 2021 e
para 1,14 dias em 2022, em que do ano de 2020 para 2021 foi a maior queda em
percentual, havendo aproximadamente uma queda de 56% no seu PMRV de um ano
para o outro.
Prazo Médio de Pagamento de Compras (PMPC): Este indicador tem como
objetivo expressar em dias qual o prazo médio em que a empresa tem para pagar suas
compras (mercadoria/ insumos), ou seja, quantos dias em média ela tem de prazo para
pagar seus fornecedores. Então, quanto maior for este prazo, melhor será para a
empresa, visto que juros de fornecedores costumam ser menores do que de outros
financiamentos. De acordo com os dados encontrados e diante dos cálculos, a empresa
manteve entre 9 a 11 dias seu PMPC, sendo que no ano de 2020 ela tinha em média
10,24 dias para cumprir suas obrigações com fornecedores, mas em 2021 esse
indicador diminui, o que não foi o melhor cenário para esse indicador, passando para
9,50 dias. Mas já em 2022 houve um aumento, passando para 10,56 dias seu PMPC, o
melhor/ maior prazo que a empresa teve nesses 3 anos. Vale ressaltar que este
indicador merece uma maior atenção, visto que a empresa em todos os anos tem um
prazo menor para pagar seus fornecedores do que para receber por suas vendas, o que
será melhor analisado com o Ciclo Financeiro.
Concluindo e resumindo os prazos médios, dizer que este foram bons indicadores
ou ruins seria algo inadequado, devido à análise ter sido feita apenas da empresa em
estudo, com isso, para melhores resultados, seria necessária uma análise com uma
outra empresa do mesmo ramo, para assim ter de forma concreta se estes indicadores
foram bons ou ruins.

Agora, tratando sobre o Ciclo operacional, este seria o número de vezes com que
a empresa consegue realizar este ciclo completo durante o exercício, ou seja,
mostrando quantas vezes a empresa completa o seu ciclo de operações durante o ano,
desde a realização da compra de mercadorias para a revenda ou insumos para a
produção, até o recebimento de suas vendas a prazo. Assim, com isto dito, quanto
menor ser este ciclo operacional, melhor será para a empresa, pois quanto menor for
cada ciclo, mais eficiência e mais vezes a empresa conseguirá finalizar o ciclo
complemente. E, de acordo com os dados encontrados quanto ao Ciclo Operacional da
empresa, o ano de 2020 foi o ano em que a empresa teve seu ciclo mais eficiente,
conseguindo durante o ano realizar seu ciclo de operações completo 19,89 vezes, mas
nos dois próximos anos este indicador acabou diminuindo, demorando mais com que
cada ciclo seja completo, passando para 18,03 em 2021 e 15,11 no ano de 2022, em
que este foi seu pior ano, já que a empresa comparada com o ano de 2020, completou
seu ciclo operacional 4,78 vezes a menos, o que mostra uma diminuição na eficiência
em suas operações, o que pode resultar em menores resultados.
Visto a explicação do Ciclo Operacional, agora será levado em consideração o Ciclo
financeiro da empresa em análise, este representa o intervalo levado entre o pagamento
de compras de fornecedores e o recebimento das vendas da empresa (clientes), sendo
esse é a diferença entre ciclo operacional e o prazo de pagamento aos fornecedores,
com o objetivo de mostrar quantos dias, em média, a empresa precisou arrumar
financiamento para suas operações. Então como já levado em consideração
anteriormente, a empresa tem um prazo relativamente curto para cumprir suas
obrigações com os fornecedores e o ciclo financeiro acaba mostrando ainda mais isso,
pois o ideal ou considerado perfeito, seria esse ciclo financeiro ser negativo, em que o
valor a ser recebido por suas vendas ocorreria primeiro do que o pagamento de suas
compras, sendo que não é o que acontece com a empresa analisada. Assim, tratando
mais sobre os números de dia em média a empresa tem de ciclo financeiro, foi dito que
o ideal seria os valores encontrados serem negativos, mas mesmo não sendo negativos,
a empresa teve um progresso considerável ao longo dos anos, melhorando de forma
progressiva nestes 3 anos, já que no ano de 2020 ela tinha 9,65 dias como seu ciclo
financeiro, mas no ano de 2021 houve uma queda, passando para 8,52 dias e por fim,
no ano de 2022 foi o ano em que houve o melhor ciclo financeiro dos 3 anos, também
sendo o menor, com 4,55 dias. Mas mesmo assim, a empresa acaba pagando antes de
receber pelos seus investimentos, o que causa um déficit financeiro temporário.
CONCLUSÃO

As informações apresentadas pelos indicadores acima nos fornecem insumos


para algumas conclusões de mudanças e também reforça sobre qual caminho que a
VIBRA ENERGIA S.A deve manter em sua política de gestão, acerca da sua posição
financeira, operacional e econômica.
Referente à queda na dimensão de liquidez, caso continue com essa mesma
tendência, é possível que apareçam problemas de insolvência financeira tanto no curto
prazo quanto no longo prazo. Porém, em contrapartida o aumento do capital circulante
líquido torna sua situação financeira favorável. Para melhorar esse indicador, são
necessárias políticas mais cautelosas em relação ao seu fluxo de caixa, direcionamento
de investimentos à ativos que realmente vão aumentar o investimento empresarial e não
fortaleça, ainda mais, o endividamento. Além disso, é sugerido uma revisão de políticas
de cobrança com o fito de receber as vendas de forma mais ágil e, assim, melhorar seu
ativo circulante. Investimento em capital de giro, sem ser tomado com instituições
financeiras, pode ser uma forma de realizar o fluxo operacional com maior folga
financeira e liquidez, por exemplo, disponibilizando novas ações em bolsa.
Já em relação ao endividamento, a empresa apresentou um aumento na dívida
com capital de longo prazo, seu IPL não tem um resultado positivo, pois em todo o
período analisado o patrimônio líquido não é suficiente para cobrir os ativos sem
liquidez. Nesse caso, como a empresa demanda em suas atividades bastante ativo
imobilizado (bens utilizados em suas atividades produtivas) é considerável aceitável.
Apesar disso, é necessário ter cautela com o endividamento de curto prazo. Uma busca
por novas fontes de capital, renegociação de dívidas com instituições financeiras e
revisão de gestão de custos são grandes aliados para melhorar o indicador nos
próximos anos.
Sobre os indicadores de rentabilidade, nota-se que se ocorreu uma oscilação no
período analisado com uma queda na capacidade de gerar retornos com os ativos
empregados. Esse indicador pode ser melhorado com a diversificação de produtos para
aumentar a receita, análise detalhada da gestão de custos para verificar quais produtos
estão sendo mais rentáveis e, assim, cortar aqueles que estão trazendo maior custo –
ou embutir nos demais produtos, o seu desfalque. Sendo assim, a eficiência operacional
melhoraria a margem líquida, giro do ativo e os retornos financeiros.
O ciclo operacional teve resultados bastante atrativos, o estoque e o recebimento
de clientes demoraram menos, ou seja, o estoque ficou menos tempo parado, e assim
a empresa recebeu suas vendas em prazos menores. Já o ciclo financeiro foi pouco
beneficiado com um menor prazo para pagamento das compras. Todavia, ainda é
possível melhorar e, implementando uma política de metas, desempenho e treinamento
entre a equipe, seria possível auxiliar a dimensão estudada nos próximos anos.
Os prazos médios que também se reduziram no decorrer do triênio, também
podem ser auxiliados com a melhoria de processos e controle de estoque, evitando
possíveis perdas e faltas. Não somente, cobranças mais eficientes são interessantes
para melhorar o recebimento das vendas. Por fim, a negociação de prazos com
fornecedores é primordial para otimizar o fluxo de caixa e, dessa forma, também auxiliar
na liquidez da empresa.
Portanto, o aumento do passivo total, o aumento da dívida geral, o patrimônio
líquido e a margem líquida em declínio podem ter contribuído para essas tendências. É
importante frisar que essa análise não possui indicadores intrínsecos à vivencia na
companhia, podendo ser complementada posteriormente para uma tomada de decisão
mais assertiva e adaptada à realidade da VIBRA ENERGIA S.A. A busca por eficiência
operacional, controle financeiro e inovação são fundamentais para o sucesso da
empresa e maximização para os sócios e acionistas.

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