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Curso

Lei de Licitações e Contratos –


Lei nº 14.133, de 1º de abril de 2021

Apresentação
A elaboração, a formatação e a revisão do material didático são de responsabilidade
da instrutoria.

Escola de Governo do Distrito Federal


Endereço: SGON Quadra 1 Área Especial 1 – Brasília/DF – CEP: 70610-610
Telefones: (61) 3344-0074 / 3344-0063

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Curso
Lei de Licitações e Contratos –
Lei nº 14.133, de 1º de abril de 2021
André Luiz da Cruz Marques

Prof. André Marques

❖ Subsecretário de Administração Geral - SEAC/DF


❖ Especialização em Direito Administrativo e Processo Administrativo
❖ Membro do Grupo de Estudos, Pesquisa e Extensão em Direito
Administrativo Contemporâneo da Universidade Federal Fluminense
❖Instrutor na Escola de Governo do Distrito Federal
❖Instrutor na Escola de Contas do Tribunal de Contas do Distrito Federal
❖13 anos de experiência na fiscalização e controle das contratações
públicas
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Conteúdo programático do curso

1) Abrangência e validade da Nova Lei de Licitações e Contratos;

2) Fase preparatória das contratações;

3) Contratação direta;

4) Fase da escolha do fornecedor;

5) Fase contratual.

APLICAÇÃO DA
NOVA LEI DE
LICITAÇÕES E
CONTRATOS
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Constituição Federal – art. 37, inciso XXI

Ressalvados os casos especificados na legislação, as obras, serviços,


compras e alienações serão contratados mediante processo de licitação
pública que assegure igualdade de condições a todos os concorrentes,
com cláusulas que estabeleçam obrigações de pagamento, mantidas as
condições efetivas da proposta, nos termos da lei, o qual somente
permitirá as exigências de qualificação técnica e econômica
indispensáveis à garantia do cumprimento das obrigações.
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DIRETA

ADMINISTRAÇÃO AUTÁRQUICA

FUNDACIONAL
APLICA-SE
UNIÃO

TODOS OS
ESTADOS/DF
ENTES

MUNICÍPIOS

FUNÇÃO LEGISLATIVO
ADMINISTRATIV
A JUDICIÁRIO
ABRANGE FUNDOS
TAMBÉM ESPECIAIS
ENTIDADES
CONTROLDAS

REPARTIÇÕES SEDIADAS REGULAMENTO


CASOS ESPECIAIS

NO EXTERIOR PRÓPRIO/PECULIARIDADES

RECURSOS DE AGÊNCIAS E
PODEM TER REGRAS
ORGANISMOS
PRÓPRIAS
INTERNACIONAIS

RESERVAS ATO NORMATIVO DO


INTERNACIONAIS BANCO CENTRAL
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Decisão 5444/2020 - TCDF


Consulta formulada pela Companhia Urbanizadora da Nova Capital do Brasil -
Novacap, acerca da aplicação da Lei nº 13.303/2016 com relação aos seguintes
itens:

1) A obrigatoriedade de empresas públicas dependentes realizarem seus


procedimentos licitatórios à luz da Lei nº 13.303/2016 aplica-se aos certames
realizados pela NOVACAP com recursos oriundos de outras entidades não
submetidas à Lei das Estatais?;

Decisão 5444/2020 - TCDF


2) A NOVACAP, ao prestar serviços de engenharia (elaboração de documentação
técnica e execução de pequenos serviços, fiscalização) e executar contratos de
serviços e obras de engenharia para outras entidades (licitação, contratação e
acompanhamento) deve observar, na realização dos respectivos ritos de
licitação e contratação, o que dita a Lei nº 13.303/2016, independente dos
regulamentos atinentes à determinada entidade externa que será atendida por
meio da contratação?;
3) Nos casos em que a NOVACAP, regida atualmente pela Lei nº 13.303/2016,
realiza o procedimento licitatório, e a contratação seja efetuada por órgão
regido pela Lei nº 8.666/1993, qual regime deverá ser aplicado para o certame?;
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Decisão 5444/2020 - TCDF


4) Sendo regida pela Lei nº 13.303/2016, a NOVACAP poderá fiscalizar obras
e/ou serviços com certames realizados sob o regime da Lei nº 8.666/1993,
procedido por órgãos do DF ou da União?;

5) A contratação de serviços de manutenção predial pode se dar por meio do


critério de julgamento de maior desconto, com o fornecimento de tabelas
referenciais como parâmetro de preços unitários máximos a serem observados
na elaboração das propostas das licitantes?

Decisão 5444/2020 - TCDF


O Tribunal, por unanimidade, de acordo com o voto do Relator respondeu à
Novacap que:
a) no tocante aos itens 1, 2 e 3, deve se aplicar a Lei n.º 13.303/2016 aos casos
em que a Companhia seja a parte contratante, independentemente da origem
dos recursos ou destinação dos bens/serviços; e, caso participe do processo de
contratação pública apenas como promotora do certame e/ou supervisora,
acompanhante ou fiscal da execução da obra/serviços, a legislação aplicável será
a do órgão/entidade destinatário do objeto do certame e que cujo nome conste
do preâmbulo do respectivo ajuste como ente contratante;
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Decisão 5444/2020 - TCDF


b) em relação ao item 4, mesmo sendo regida pela Lei das Estatais, não há óbice
à consulente em fiscalizar obras e/ou serviços contratados por Órgãos do
Distrito Federal ou da União sob o rito da Lei n.º 8.666/1993;

c) no que diz respeito ao item 5, que há clara previsão no artigo 54, inciso II e §
4º, da Lei n.º 13.303/2016, para que a Companhia utilize nas licitações o critério
de julgamento de maior desconto, e que esse critério também tem sido aceito
pela jurisprudência deste Tribunal em licitações realizadas sob a égide da Lei n.º
8.666/1993.

Amplitude e alcance da norma


• A Nova Lei de Licitações revoga a Lei nº 8.666/93, a Lei
nº 10.520/2002 (Pregão) e a Lei nº 12.462/2011 (RDC),
em 30/12/2023 (art. 193, II).
• Entrou em vigor na data da sua publicação, ou seja, em
01/04/2021 (art. 194). Não houve vacatio legis.
• Revogou de imediato a parte dos “crimes em licitação” da
Lei nº 8.666/93 (art. 193, I).
• Até 30/12/2023, caberá à Administração escolher qual
norma utilizará.
• Vedada a mescla das normas.
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A execução contratual segue os prazos de duração


da norma matriz.

As Leis no 8.666/93, no 10.520/2002


e no 12.462/2011 afetarão a execução
dos contratos administrativos até o seu término.

Sobrevida das Leis no 8.666/93,


no 10.520/2002 e no 12.462/2011.

Art. 190. O contrato cujo instrumento tenha sido assinado antes da


entrada em vigor desta Lei continuará a ser regido de acordo com as
regras previstas na legislação revogada.
Art. 191, parágrafo único. Na hipótese do caput deste artigo, se a
Administração optar por licitar de acordo com as leis citadas no
inciso II do caput do art. 193 desta Lei, o contrato respectivo será
regido pelas regras nelas previstas durante toda a sua vigência.
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Decreto nº 44.613/2023
Fixa o regime de transição de que trata o art. 191 da Lei nº 14.133, de 1º
de abril de 2021, alterado pela Medida Provisória nº 1.167, de 31 de
março de 2023, no âmbito da Administração Pública direta, autárquica e
fundacional do Distrito Federal.
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Decreto nº 44.613/2023
Art. 2º Os processos licitatórios e contratações autuados e instruídos com a
opção expressa de ter como fundamento a Lei nº 8.666, de 21 de junho de
1993, a Lei nº 10.520, de 17 de julho de 2002, ou a Lei nº 12.462, de 4 de
agosto de 2011, além da legislação distrital delas decorrentes, serão por elas
regidos, desde que:
I - a publicação do edital ou do ato autorizativo da contratação direta ocorra
até 29 de dezembro de 2023, conforme cronograma constante do Anexo
da Portaria SEGES/MGI Nº 1.769, de 25 de abril de 2023; e
II - a opção escolhida seja expressamente indicada no edital ou do ato
autorizativo da contratação direta.
Parágrafo único. Os contratos ou instrumentos equivalentes e as atas de
registro de preços firmados em decorrência da aplicação do disposto no caput
serão regidos, durante toda a sua vigência, pela norma que fundamentou a
sua contratação, inclusive quanto às alterações e às prorrogações contratuais.

Decreto nº 44.613/2023
Art. 3º O disposto no art. 2º se aplica às publicações de avisos, de atos de
autorização ou de ratificação de contratação direta, por dispensa ou
inexigibilidade de licitação.
Art. 4º As atas de registro de preços regidas pelo Decreto nº 39.103, de 06 de
junho de 2018, durante suas vigências, poderão ser utilizadas por qualquer
órgão ou entidade da Administração Pública Distrital, que não tenha
participado do certame licitatório, mediante anuência do órgão gerenciador,
observados os limites previstos no referido Decreto.
Art. 5º Os contratos celebrados com vigência por prazo indeterminado, como
os de serviços públicos essenciais de energia elétrica, água e esgoto, deverão
ser extintos até 31 de dezembro de 2024, e providenciadas as novas
contratações de acordo com a Lei nº 14.133, de 2021.
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Decreto nº 44.613/2023
Art. 6º Os credenciamentos realizados nos termos do disposto no caput do art. 25 da
Lei nº 8.666, de 1993, deverão ser extintos até 31 de dezembro de 2024.
Parágrafo único. A vigência dos contratos decorrentes dos procedimentos de
credenciamento de que trata o caput observará o disposto no art. 57 da Lei nº 8.666,
de 1993.
Art. 7º Os órgãos e as entidades da Administração Pública direta, autárquica e
fundacional do Distrito Federal que utilizam o Sistema de Compras do Governo
Federal deverão observar o disposto no Anexo da Portaria SEGES/MGI Nº 1.769, de
25 de abril de 2023, bem como instruções decorrentes do Portal de Compras do
Governo Federal.
Art. 8º Os casos omissos decorrentes da aplicação deste Decreto serão dirimidos
pela Secretaria de Estado de Planejamento, Orçamento e Administração do Distrito
Federal, responsável pela Central de Compras do Governo do Distrito Federal,
conforme Lei nº 2.340, de 12 de abril de 1999, que poderá expedir normas
complementares e disponibilizar informações adicionais, em meio eletrônico.

Decreto nº 44.613/2023
Art. 11. Os Decretos arrolados no artigo 272 do Decreto nº 44.330, de
16 de março de 2023, instrumentais e acessórios à aplicação das Leis nº
8.666, de 1993, nº 10.520, de 17 de julho de 2022, e dos artigos 1º a 47-
A da Lei nº 12.462, de 4 de agosto de 2011, serão ultrativos, nos termos
deste Decreto.
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Municípios com até 20 mil habitantes


Art. 176. Os Municípios com até 20.000 (vinte mil) habitantes terão o prazo
de 6 (seis) anos, contado da data de publicação desta Lei, para cumprimento:
I - dos requisitos estabelecidos no art. 7º e no caput do art. 8º desta Lei;
II - da obrigatoriedade de realização da licitação sob a forma eletrônica a que
se refere o § 2º do art. 17 desta Lei;
III - das regras relativas à divulgação em sítio eletrônico oficial.
sítio eletrônico oficial: sítio da internet, certificado digitalmente por
autoridade certificadora, no qual o ente federativo divulga de forma centralizada
as informações e os serviços de governo digital dos seus órgãos e entidades

Acórdão 4958/2022 1ª Câmara - TCU


Quando cabível a utilização da modalidade pregão, é irregular o uso do pregão
presencial sem a comprovação da inviabilidade técnica da utilização da forma
eletrônica (art. 1º, § 4º, do Decreto 10.024/2019).
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Regulamentação

● Possibilidade de utilização dos regulamentos da União


Art. 187. Os Estados, o Distrito Federal e os Municípios poderão
aplicar os regulamentos editados pela União para execução desta
Lei.

* Cuidado ao aplicar o “Crtl C + Crtl V” dos regulamentos


federais!!!

Acórdão 1246/2022 Plenário - TCU


Nas licitações realizadas por estados e regidas pela Lei nº 8.666/1993, em que
haja participação de recursos da União, é irregular a inclusão no edital de regras
que, embora baseadas na legislação estadual, contrariem aquela lei, a exemplo
de critério de julgamento por maior desconto e de inversão das fases de
habilitação e julgamento de propostas, por afronta aos arts. 1º, caput e
parágrafo único, e 118 da Lei nº 8.666/1993.
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Decreto nº 44.330/2023
Regulamenta a Lei Federal nº 14.133/2021, Lei de Licitações e
Contratos Administrativos, no âmbito da Administração Pública
direta, autárquica e fundacional do Distrito Federal.

Portal Nacional de Contratações Públicas


(PNCP)

● Para que serve?


I - divulgação centralizada e obrigatória dos atos exigidos por esta
Lei;
II - realização facultativa das contratações pelos órgãos e
entidades dos Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário de todos os
entes federativos.
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Portal Nacional de Contratações Públicas


(PNCP)
● Gestão
O PNCP será gerido pelo Comitê Gestor da Rede Nacional de
Contratações Públicas, a ser presidido por representante indicado pelo
Presidente da República e composto de:
I - 3 (três) representantes da União indicados pelo Presidente da
República;
II - 2 (dois) representantes dos Estados e do Distrito Federal indicados
pelo Conselho Nacional de Secretários de Estado da Administração;
III - 2 (dois) representantes dos Municípios indicados pela
Confederação Nacional de Municípios.

Portal Nacional de Contratações Públicas


(PNCP)
● Informações
I - planos de contratação anuais;
II - catálogos eletrônicos de padronização;
III - editais de credenciamento e de pré-qualificação, avisos de
contratação direta e editais de licitação e respectivos anexos;
IV - atas de registro de preços;
V - contratos e termos aditivos;
VI - notas fiscais eletrônicas, quando for o caso.
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Portal Nacional de Contratações Públicas


(PNCP)
● Funcionalidades
I - sistema de registro cadastral unificado;
II - painel para consulta de preços, banco de preços em saúde e acesso à base
nacional de notas fiscais eletrônicas;
III - sistema de planejamento e gerenciamento de contratações, incluído o cadastro
de atesto de cumprimento de obrigações previsto no § 4º do art. 88 desta Lei;
IV - sistema eletrônico para a realização de sessões públicas;
V - acesso ao Cadastro Nacional de Empresas Inidôneas e Suspensas (Ceis) e ao
Cadastro Nacional de Empresas Punidas (Cnep);
VI - sistema de gestão compartilhada com a sociedade de informações referentes à
execução do contrato.

Portal Nacional de Contratações Públicas


(PNCP)
DECRETO Nº 44.330/2023
Art. 4º A publicidade do edital de licitação será realizada mediante
divulgação e manutenção do inteiro teor do ato convocatório e de seus
anexos no Portal Nacional de Contratações Públicas (PNCP).
§ 1º Os órgãos da Administração Pública direta, autárquica e fundacional do
Distrito Federal, devem instituir sítios eletrônicos para divulgação
complementar e realização das respectivas licitações e contratações.
§ 2º Sem prejuízo do disposto no caput, é obrigatória a publicação de extrato
do edital no Diário Oficial do Distrito Federal, bem como em jornal diário de
grande circulação.
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Acórdão 585/2023 Plenário - TCU


Além da observância da legislação pertinente à publicação de seus contratos, em
especial a Lei 13.303/2016 (Lei das Estatais) e a Lei 12.527/2011 (Lei de Acesso à
Informação), as empresas estatais devem disponibilizar informações atualizadas
referentes a seus contratos no Portal Nacional de Contratações Públicas (PNCP),
de que trata a Lei 14.133/2021 (nova Lei de Licitações e Contratos
Administrativos), em cumprimento ao art. 17 da Lei 14.436/2022 (LDO de 2023).
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Centrais de Compras

Art. 181. Os entes federativos instituirão centrais de compras,


com o objetivo de realizar compras em grande escala, para atender a
diversos órgãos e entidades sob sua competência e atingir as
finalidades desta Lei.
Parágrafo único. No caso dos Municípios com até 10.000 (dez
mil) habitantes, serão preferencialmente constituídos consórcios
públicos para a realização das atividades previstas no caput deste
artigo, nos termos da Lei nº 11.107, de 6 de abril de 2005.

Centrais de Compras
DECRETO Nº 44.330/2023
Art. 36. Compete à Secretaria de Estado de Planejamento, Orçamento e Administração do Distrito
Federal executar as atividades de administração de materiais e serviços em geral e suas licitações e
estabelecer os parâmetros e procedimentos referentes aos respectivos contratos, observadas as
regras de competência e os procedimentos para a realização de despesas da Administração direta,
autárquica e fundacional do Distrito Federal, bem como:
I - instituir instrumentos que permitam, preferencialmente, a centralização dos procedimentos de
aquisição e contratação de bens e serviços em geral;
II - criar catálogo eletrônico de padronização de compras e serviços, admitida a adoção do catálogo do
Poder Executivo Federal;
III - instituir, com auxílio da Procuradoria Geral do Distrito Federal (PGDF), modelos de minutas de
editais, termos de referência, de contratos padronizados e de outros documentos, admitida a adoção
das minutas do Poder Executivo Federal mediante análise e parecer da PGDF.
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Atualização de Valores

Art. 182. O Poder Executivo federal atualizará, a cada dia 1º de


janeiro, pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo
Especial (IPCA-E) ou por índice que venha a substituí-lo, os valores
fixados por esta Lei, os quais serão divulgados no PNCP.

DECRETO nº 11.317/2022
DISPOSITIVO VALOR ATUALIZADO

Art. 6º, caput, inciso XXII R$ 228.833.309,04 (duzentos e vinte e oito milhões oitocentos e trinta e três mil trezentos e nove reais e quatro centavos)

Art. 37, § 2º R$ 343.249,96 (trezentos e quarenta e três mil duzentos e quarenta e nove reais e noventa e seis centavos)

Art. 70, caput, inciso III R$ 343.249,96 (trezentos e quarenta e três mil duzentos e quarenta e nove reais e noventa e seis centavos)

Art. 75, caput, inciso I R$ 114.416,65 (cento e quatorze mil quatrocentos e dezesseis reais e sessenta e cinco centavos)

Art. 75, caput, inciso II R$ 57.208,33 (cinquenta e sete mil duzentos e oito reais e trinta e três centavos)

Art. 75, caput, inciso IV, alínea “c” R$ 343.249,96 (trezentos e quarenta e três mil duzentos e quarenta e nove reais e noventa e seis centavos)

Art. 75, § 7º R$ 9.153,34 (nove mil cento e cinquenta e três reis e trinta e quatro centavos)

Art. 95, § 2º R$ 11.441,66 (onze mil quatrocentos e quarenta e um reais e sessenta e seis centavos)
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RE 1.410.340/SP - STF
A delimitação do montante para obras e serviços de “grande vulto” observará,
para efeito de implementação de programas de controle de integridade de
fornecedores (art. 25, § 4º, da Lei nº 14.133/2021), a realidade econômico-
financeira de cada ente federado.

Aplicação às Disposições
dos arts. 42 a 49 da LC nº 123/2006

- Direito de Preferência às ME e EPP


- Critério de desempate
- Licitação exclusiva para itens até 80 mil
- Pode exigir subcontratação de ME e EPP
- Bens divisíveis, deve estabelecer cota de até 25% para ME e EPP
- Comprovação de regularidade fiscal e trabalhista tardia
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Aplicação às Disposições
dos arts. 42 a 49 da LC nº 123/2006
Art. 4º, § 1º As disposições a que se refere o caput deste artigo não são
aplicadas:
I - no caso de licitação para aquisição de bens ou contratação de
serviços em geral, ao item cujo valor estimado for superior à receita
bruta máxima admitida para fins de enquadramento como empresa de
pequeno porte;
II - no caso de contratação de obras e serviços de engenharia, às
licitações cujo valor estimado for superior à receita bruta máxima
admitida para fins de enquadramento como empresa de pequeno porte.

Aplicação às Disposições
dos arts. 42 a 49 da LC nº 123/2006

§ 2º A obtenção de benefícios a que se refere o caput deste artigo fica


limitada às microempresas e às empresas de pequeno porte que, no
ano-calendário de realização da licitação, ainda não tenham celebrado
contratos com a Administração Pública cujos valores somados
extrapolem a receita bruta máxima admitida para fins de
enquadramento como empresa de pequeno porte, devendo o órgão ou
entidade exigir do licitante declaração de observância desse limite na
licitação.
§ 3º Nas contratações com prazo de vigência superior a 1 (um) ano,
será considerado o valor anual do contrato na aplicação dos limites
previstos nos §§ 1º e 2º deste artigo.
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Aplicação às Disposições
dos arts. 42 a 49 da LC nº 123/2006

Limite de Faturamento Anual


• MEI: R$ 81 mil
• ME: R$ 360 mil
• EPP: R$ 4,8 milhões

Princípios
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Princípios

Art. 5º Na aplicação desta Lei, serão observados os princípios da


legalidade, da impessoalidade, da moralidade, da publicidade, da
eficiência, do interesse público, da probidade administrativa, da
igualdade, do planejamento, da transparência, da eficácia, da segregação
de funções, da motivação, da vinculação ao edital, do julgamento objetivo,
da segurança jurídica, da razoabilidade, da competitividade, da
proporcionalidade, da celeridade, da economicidade e do desenvolvimento
nacional sustentável, assim como as disposições do Decreto-Lei nº
4.657, de 4 de setembro de 1942 (Lei de Introdução às Normas do
Direito Brasileiro).
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Segregação de Funções

DECRETO Nº 44.330/2023
Art. 14. O princípio da segregação de funções veda a designação do mesmo agente público
para atuação simultânea em funções mais suscetíveis a riscos, de modo a reduzir a
possibilidade de ocultação de erros e de ocorrência de fraudes na contratação.
Parágrafo único. A aplicação do princípio da segregação de funções de que trata o caput:
I - será avaliada na situação fática processual; e
II - poderá ser ajustada, no caso concreto, em razão:
a) da consolidação das linhas de defesa tratadas nos artigos 33 a 35, deste Regulamento; e
b) de características do caso concreto tais como o valor e a complexidade do objeto da
contratação.

Acórdão 1278/2020 1ª Câmara - TCU


A participação de servidor na fase interna do pregão eletrônico (como
integrante da equipe de planejamento) e na condução da licitação (como
pregoeiro ou membro da equipe de apoio) viola os princípios da moralidade e da
segregação de funções.
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Agentes Públicos

Art. 7º Caberá à autoridade máxima do órgão ou da entidade, ou a quem as normas de organização administrativa
indicarem, promover gestão por competências e designar agentes públicos para o desempenho das funções essenciais à
execução desta Lei que preencham os seguintes requisitos:
I - sejam, preferencialmente, servidor efetivo ou empregado público dos quadros permanentes da Administração
Pública;
II - tenham atribuições relacionadas a licitações e contratos ou possuam formação compatível ou qualificação
atestada por certificação profissional emitida por escola de governo criada e mantida pelo poder público; e
III - não sejam cônjuge ou companheiro de licitantes ou contratados habituais da Administração nem tenham com
eles vínculo de parentesco, colateral ou por afinidade, até o terceiro grau, ou de natureza técnica, comercial, econômica,
financeira, trabalhista e civil.
§ 1º A autoridade referida no caput deste artigo deverá observar o princípio da segregação de funções, vedada a
designação do mesmo agente público para atuação simultânea em funções mais suscetíveis a riscos, de modo a reduzir a
possibilidade de ocultação de erros e de ocorrência de fraudes na respectiva contratação.
§ 2º O disposto no caput e no § 1º deste artigo, inclusive os requisitos estabelecidos, também se aplica aos órgãos de
assessoramento jurídico e de controle interno da Administração.

Gestão por Competências

• CONHECIMENTO

• HABILIDADES

• ATITUDES
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Falta de capacitação
- Para o TCU, além de não excluir responsabilidade, pode ser considerada
agravante.
- Cargo de chefia pressupõe que seu ocupante detenha conhecimento e
competência técnica para o exercício de suas atribuições.
- Alegar ausência de capacitação específica não serve de atenuante de
conduta irregular imputada ao responsável.
- Fiscal de contrato designado, se entender que não possui conhecimento
técnico para exercer suas competências, deve comunicar o fato ao superior
em tempo hábil.
- A ausência de treinamento de servidores pode ser considerada como
agravante na conduta do responsável.
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Agentes Públicos
Art. 8º A licitação será conduzida por agente de contratação, pessoa designada pela
autoridade competente, entre servidores efetivos ou empregados públicos dos quadros
permanentes da Administração Pública, para tomar decisões, acompanhar o trâmite da licitação,
dar impulso ao procedimento licitatório e executar quaisquer outras atividades necessárias ao
bom andamento do certame até a homologação.
§ 1º O agente de contratação será auxiliado por equipe de apoio e responderá
individualmente pelos atos que praticar, salvo quando induzido a erro pela atuação da equipe.
§ 2º Em licitação que envolva bens ou serviços especiais, desde que observados os requisitos
estabelecidos no art. 7º desta Lei, o agente de contratação poderá ser substituído por comissão
de contratação formada por, no mínimo, 3 (três) membros, que responderão solidariamente por
todos os atos praticados pela comissão, ressalvado o membro que expressar posição individual
divergente fundamentada e registrada em ata lavrada na reunião em que houver sido tomada a
decisão.

Agentes Públicos

§ 3º As regras relativas à atuação do agente de contratação e da equipe de apoio, ao


funcionamento da comissão de contratação e à atuação de fiscais e gestores de contratos de que
trata esta Lei serão estabelecidas em regulamento, e deverá ser prevista a possibilidade de eles
contarem com o apoio dos órgãos de assessoramento jurídico e de controle interno para o
desempenho das funções essenciais à execução do disposto nesta Lei.
§ 4º Em licitação que envolva bens ou serviços especiais cujo objeto não seja
rotineiramente contratado pela Administração, poderá ser contratado, por prazo
determinado, serviço de empresa ou de profissional especializado para assessorar os
agentes públicos responsáveis pela condução da licitação.
§ 5º Em licitação na modalidade pregão, o agente responsável pela condução do certame será
designado pregoeiro.
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Agentes Públicos
DECRETO Nº 44.330/2023
Art. 12. O agente público designado para o cumprimento do disposto neste Regulamento deverá preencher
os seguintes requisitos:
I - ser, preferencialmente, servidor efetivo ou empregado público dos quadros permanentes da
administração pública;
II - ter atribuições relacionadas a licitações e contratos ou possuir formação compatível ou qualificação
atestada por certificação profissional emitida por escola de governo criada e mantida pelo Poder Público; e
III - não ser cônjuge ou companheiro de licitantes ou contratados habituais da administração nem tenha
com eles vínculo de parentesco, colateral ou por afinidade, até o terceiro grau, ou de natureza técnica,
comercial, econômica, financeira, trabalhista e civil.
§ 3º Os agentes de contratação, os seus substitutos e o presidente da comissão de contratação serão
designados dentre servidores efetivos ou empregados públicos dos quadros permanentes da
administração pública.

Agentes Públicos
DECRETO Nº 44.330/2023
Art. 5º O agente de contratação e o respectivo substituto serão designados pela
autoridade competente, em caráter permanente ou especial, conforme o disposto no
art. 8º da Lei nº 14.133, de 2021.
Art. 7º, § 1º A comissão de que trata o caput será formada por agentes públicos
indicados pela administração, em caráter permanente ou especial, com a função de
receber, de examinar e de julgar documentos relativos às licitações e aos
procedimentos auxiliares.
Art. 8º Na licitação na modalidade diálogo competitivo, a comissão de contratação
será composta por, no mínimo, três membros que sejam servidores efetivos ou
empregados públicos pertencentes aos quadros permanentes da administração
pública, admitida a contratação de profissionais para o assessoramento técnico.
29

Agentes Públicos
DECRETO Nº 44.330/2023
Art. 16, § 1º O agente de contratação será auxiliado, na fase externa, por equipe de
apoio, de que trata o art. 6º, e responderá individualmente pelos atos que praticar,
exceto quando induzido a erro pela atuação da equipe.
§ 2º A atuação do agente de contratação na fase preparatória deverá ater-se ao
acompanhamento e às eventuais diligências para o fluxo regular da instrução
processual.
§ 3º Na hipótese prevista no § 2º, o agente de contratações estará desobrigado da
elaboração de estudos preliminares, de projetos e de anteprojetos, de termos de
referência, de pesquisas de preço e, preferencialmente, de minutas de editais.

Acórdão 2692/2019 1ª Câmara - TCU


O pregoeiro não deve ser responsabilizado pela ausência, no edital, de critérios
objetivos para a desclassificação de propostas, uma vez que não lhe cabe a
elaboração do edital e do termo de referência. No entanto, pode ele responder
por adotar critérios de iniciativa própria.
30

Acórdão 1372/2019 Plenário - TCU


Não cabe ao pregoeiro avaliar o conteúdo da pesquisa de preços realizada pelo
setor competente do órgão, pois são de sua responsabilidade, em regra, apenas
os atos relacionados à condução do procedimento licitatório.
31

Agente e Comissão de Contração


1) AGENTE DE CONTRATAÇÃO:
Responsável pela condução da licitação até a homologação;
Servidor EFETIVO
Responsabilidade INDIVIDUAL (salvo se induzido a erro)
Para o PREGÃO: Designado pregoeiro

2) COMISSÃO DE CONTRATAÇÃO:
Para licitações de bens e serviços ESPECIAIS (comissão facultativa)
Para Diálogo Competitivo (comissão obrigatória)
Poderá substituir o agente de contratação
No mínimo 3 membros
PREFERENCIALMENTE servidor efetivo, exceto para o Diálogo Competitivo
Responsabilidade SOLIDÁRIA (exceto divergência registrada e fundamentada)

Objetivos das Contratações


Art. 11. O processo licitatório tem por objetivos:
I - assegurar a seleção da proposta apta a gerar o resultado de contratação
mais vantajoso para a Administração Pública, inclusive no que se refere ao
ciclo de vida do objeto;
II - assegurar tratamento isonômico entre os licitantes, bem como a justa
competição;
III - evitar contratações com sobrepreço ou com preços manifestamente
inexequíveis e superfaturamento na execução dos contratos;
IV - incentivar a inovação e o desenvolvimento nacional sustentável.
32

Objetivos da Licitação
1) ASSEGURAR:
Selecionar proposta VANTAJOSA
Tratamento isonômico
Justa competição
2) EVITAR:
Sobrepreço (orçamento)
Preço inexequíveis (obra 75% do orçado)
Superfaturamento (prejuízo)
3) INCENTIVAR:
Inovação
Desenvolvimento nacional sustentável

Aquisições Públicas
▪ As aquisições governamentais são essenciais para a execução das
políticas públicas (exemplo: direitos sociais – saúde, educação, moradia);
▪ As compras governamentais impactam de modo acentuado todo o
sistema econômico.
33

Aquisições Públicas

“A norma constitucional que estabelece o dever de licitar também


consubstancia política pública (policy) na medida em que distancia a
administração dos conflitos político-partidários (politics) e proporciona
gestão técnica, racional e previsível, baseada no estrito cumprimento da
lei e tutelada por sistema de controle interno e externo, que atua como
instrumento de transparência, logo de legitimação, da administração
perante a sociedade”.
(Jessé Torres Pereira Júnior e Marinês Restelatto Dotti)

Governança das Contratações

Art. 11, parágrafo único. A alta administração do órgão ou entidade é


responsável pela governança das contratações e deve implementar
processos e estruturas, inclusive de gestão de riscos e controles internos,
para avaliar, direcionar e monitorar os processos licitatórios e os respectivos
contratos, com o intuito de alcançar os objetivos estabelecidos no caput deste
artigo, promover um ambiente íntegro e confiável, assegurar o alinhamento
das contratações ao planejamento estratégico e às leis orçamentárias e
promover eficiência, efetividade e eficácia em suas contratações.
34

Acórdão 2622/2015 Plenário - TCU


15. A governança das aquisições é a aplicação desses princípios e práticas com
enfoque na função aquisição das organizações. Nesse sentido, com base no art.
2º, II, da Resolução-TCU 247/2011, pode-se entender governança das aquisições
como o conjunto de diretrizes, estruturas organizacionais, processos e
mecanismos de controle que visam a assegurar que as decisões e as ações
relativas à gestão das aquisições estejam alinhadas às necessidades da
organização, contribuindo para o alcance das suas metas.

Acórdão 2622/2015 Plenário - TCU


22. Embora ‘governança das aquisições’ seja um conceito em construção, com
base no exposto acima e em outras referências utilizadas no presente trabalho,
esta Unidade Técnica elaborou a seguinte definição, a qual será utilizada no
presente relatório: governança das aquisições compreende essencialmente o
conjunto de mecanismos de liderança, estratégia e controle postos em prática
para avaliar, direcionar e monitorar a atuação da gestão das aquisições, com
objetivo de que as aquisições agreguem valor ao negócio da organização, com
riscos aceitáveis.
35

Acórdão 1299/2022 1ª Câmara - TCU

A constatação de reiteradas irregularidades em transferências voluntárias,


decorrentes de falhas sistêmicas nos processos de trabalho identificadas em
autos de prestação de contas ordinárias, pode levar ao julgamento pela
irregularidade das contas dos administradores da unidade jurisdicionada, uma
vez que a governança e a implementação de controles internos e gestão de
riscos nas organizações é responsabilidade da alta administração.

Acórdão 1270/2023 Plenário - TCU

9.4.3. a não resolução das recorrentes fragilidades constatadas ao longo de anos


na governança das contratações, a exemplo da continuidade da irregular
execução dos serviços de armazenagem e transporte de insumos de saúde sem
cobertura contratual, que caracteriza burla ao dever de licitar e contraria o
disposto no art. 37, inciso XXI, da Constituição Federal e a pacífica jurisprudência
do TCU, atrai diretamente para a alta administração do órgão a
responsabilização pelas irregularidades e eventuais danos ao erário que vierem
a ser constatados.
36

Acórdão 1556/2023 Plenário - TCU

O Tribunal de Contas da União (TCU) realizou, sob a relatoria do ministro-


substituto Marcos Bemquerer, acompanhamento com o objetivo de avaliar a
estratégia e o planejamento do então Ministério da Agricultura, Pecuária e
Abastecimento (Mapa) na execução de transferências voluntárias de recursos,
em especial aquelas voltadas à aquisição de equipamentos agrícolas de 2017 a
2021.
O TCU determinou ao Ministério da Agricultura e Pecuária que aprimore os
mecanismos de controle e acompanhamento dos convênios em que atua como
órgão concedente, com foco no cumprimento dos dispositivos legais
pertinentes.

Decisão 3320/2015 - TCDF


II – recomendar à Controladoria-Geral do Distrito Federal que envide esforços
no sentido de:
a) tornar a capacitação prévia premissa básica para o exercício da função de
executor de contratos, permitindo o fortalecimento dos controles internos e a
mitigação do risco da ocorrência de erros;
b) aprimorar a gestão de riscos no âmbito do Complexo Administrativo do
Distrito Federal, contribuindo para a criação de mecanismos de controle que
funcionem pari passu à execução dos contratos e fortalecendo os controles
internos associados;
37

Instrumentos de Governança nas Contratações Públicas

• Plano de Contratações Anuais (PCA)


• Plano Diretor de Logística Sustentável (PLS)
• Política de Gestão de Estoques
• Política de Compras Compartilhadas
• Gestão por Competências
• Política de Interação com o Mercado
• Gestão de Riscos e Controle Preventivo
• Diretrizes para a Gestão de Contratos
• Definição de estrutura da área de contratações públicas

Benefícios da Governança nas Contratações Públicas

• Permitir a melhor alocação de recursos públicos gerando eficiência;


• Promover transparência nas aquisições governamentais;
• Ajudar a identificar e gerenciar riscos que podem comprometer a consecução
dos objetivos governamentais;
• Contribuir para a redução da corrupção;
• Fortalecer a confiança da sociedade nas instituições públicas.
38

ESG
(Acórdão 1205/2023 Plenário - TCU)

RISCO
A ausência de práticas de ESG, que buscam assegurar o conjunto de incentivos
equilibrados aos gestores de instituições públicas, pode levar à ineficiência na
execução de políticas e orçamentos públicos, além de propiciar ambiente para
que agentes públicos adotem condutas não aderentes à função institucional ou
sem preocupações sociais e ambientais.

ESG
(Acórdão 1205/2023 Plenário - TCU)

OPORTUNIDADE
O TCU vem realizando levantamentos de governança organizacional pública desde 2014.
Foram quatro edições do levantamento que contaram com grande adesão das organizações
respondentes. Tais levantamentos tiveram influência na grade curricular de cursos de nível
superior, e suas informações, publicadas em formato aberto, contribuíram para a formação
de inúmeros mestres e doutores. No entanto, a dimensão Governança, que corresponde à
letra G da sigla ESG, tornou-se insuficiente diante do amadurecimento da sociedade
brasileira. Há tempo, fala-se da relevância da governança, mas dentro do contexto ESG, que
inclui as dimensões SOCIAL e AMBIENTAL. O presente trabalho busca, então, remodelar o
questionário do iGG, para integrar as novas dimensões e revisitar as práticas de governança
e gestão para prover maior equilíbrio ao instrumento e mantê-lo moderno e atualizado.
39

ESG
(Acórdão 1205/2023 Plenário - TCU)

MATERIALIDADE
Por ser um tema transversal, a materialidade do tema ESG está dispersa na
atuação de todo o poder público. A existência de boas práticas de ESG contribui
para a adequada atuação dos agentes públicos e, por consequência, das
organizações públicas, além de ser essencial no atingimento dos objetivos
finalísticos e na eficiência na execução do orçamento federal.

ESG
(Acórdão 1205/2023 Plenário - TCU)

RELEVÂNCIA
Além dos benefícios às organizações respondentes, com a identificação de áreas onde as práticas de ESG
são menos maduras, e à sociedade com a evolução das organizações públicas que adotam tais práticas, a
pesquisa desperta interesse internacional. Considerando apenas 2023, houve solicitação de apresentações
para o Chandler Institute of Governance de Singapura e para o Subcomitê de Trabalho na Administração
Pública da ONU, além do reconhecimento de especialistas de organizações como a FGV. A adesão das
organizações públicas ao modelo implantado pelo TCU para avaliação de governança pública
organizacional também pode ser verificada pelas organizações que adotaram em seus PLANOS
ESTRATÉGICOS os índices gerados com base nessa pesquisa, para aferir alcance de metas e objetivos. A
AudEducação informou que diversas instituições de ensino superior utilizam os levantamentos do TCU
como referência para a implantação de práticas de gestão e governança. Devido à relevância do modelo já
implantado, será também disponibilizada solução no Portal do TCU que permita aos órgãos e entidades
calcular seu índice e verificar sua evolução na adoção das práticas de governança e gestão definidas no
iGG.
40

ESG
(Acórdão 1205/2023 Plenário - TCU)

RETORNO/BENEFÍCIOS ESPERADOS
Com o presente trabalho, o TCU contará com um instrumento capaz de medir a adesão de organizações
públicas a práticas que vão além de Governança e Gestão, mas alcançam a sustentabilidade ambiental das
organizações e sua responsabilidade social. Essa evolução é essencial para manter atualizado e coerente o
instrumento de pesquisa, dado que a governança responsável tem sido firmemente associada ao
ambiental e ao social, compondo o que se chama internacionalmente de ESG. Ao adotar práticas ESG,
organizações públicas tendem a se tornar mais eficientes, uma vez que a sustentabilidade pode gerar
redução de custos. Além disso, tais práticas conferem legitimidade à gestão das organizações
respondentes. Sendo assim, ao medir suas próprias práticas com base no novo questionário a ser
elaborado, gestores têm mais condições de investir nas áreas mais vulneráveis apontadas no
levantamento. O TCU já é reconhecido como a maior referência pública no assunto, porém deve continuar
inovando e modernizando o instrumento de controle para continuar exercendo seu papel de principal
agente indutor de melhorias nos processos internos nas organizações públicas.

Controle das Contratações

DECRETO Nº 44.330/2023
Art. 33. As contratações públicas deverão submeter-se a práticas contínuas e permanentes
de gestão de riscos e de controle preventivo, inclusive mediante adoção de recursos de
tecnologia da informação, e estão subordinadas ao controle social.
Parágrafo único. Na forma de regulamento instituído por ato do Controlador Geral do
Distrito Federal, a implementação das práticas a que se refere o caput deste artigo será de
responsabilidade da alta administração do órgão ou entidade e levará em consideração os
custos e os benefícios decorrentes de sua implementação, optando-se pelas medidas que
promovam relações íntegras e confiáveis, com segurança jurídica para todos os envolvidos, e
que produzam o resultado mais vantajoso para a Administração, com eficiência, eficácia e
efetividade nas contratações públicas.
41

Acórdão 1842/2022 Plenário - TCU


O TCU tem competência para assinar prazo para que o órgão ou a entidade
pública adote as providências necessárias (art. 71, inciso IX, da Constituição
Federal), administrativas ou judiciais, visando ao não pagamento ou à restituição
de lucro ilegítimo obtido por empresa contratada por meio de fraude à licitação,
a fim de buscar, com base nos efeitos retroativos da nulidade contratual (art. 59
da Lei 8.666/1993 e arts. 148 e 149 da Lei 14.133/2021), na vedação ao
enriquecimento sem causa (art. 884 do Código Civil) e no princípio de que
ninguém pode se beneficiar da própria torpeza, a restauração do status quo
ante.

Plano de Contratações Anuais - PCA

A partir de documentos de formalização de demandas, os órgãos


responsáveis pelo planejamento de cada ente federativo poderão, na forma
de regulamento, elaborar plano de contratações anual, com o objetivo de
racionalizar as contratações dos órgãos e entidades sob sua competência,
garantir o alinhamento com o seu planejamento estratégico e subsidiar a
elaboração das respectivas leis orçamentárias (art. 12, VII)
§ 1º O plano de contratações anual de que trata o inciso VII do caput deste
artigo deverá ser divulgado e mantido à disposição do público em sítio
eletrônico oficial e será observado pelo ente federativo na realização de
licitações e na execução dos contratos.
42

Plano de Contratações Anuais - PCA

DECRETO Nº 44.330/2023
Art. 38. A Secretaria de Estado de Planejamento, Orçamento e Administração
do Distrito Federal (SEPLAD) é o órgão responsável por gerir o Plano de
Contratações Anual do Distrito Federal com o objetivo de racionalizar as
contratações dos órgãos e entidades da Administração Pública Distrital,
garantir o alinhamento com o planejamento estratégico e subsidiar a
elaboração das respectivas leis orçamentárias.

Plano de Contratações Anuais - PCA

DECRETO Nº 44.330/2023
Art. 39. Para os efeitos deste Regulamento, consideram-se:
I - Plano de Contratações Anual: documento composto pela consolidação das demandas registradas
pelos órgãos e entidades da Administração Pública direta, autárquica e fundacional do Distrito
Federal.
II - órgão participante: órgão ou entidade do Distrito Federal que irá registrar, individualmente, suas
necessidades de compras e contratações para compor o Plano de Contratações Anual.
III - órgão gerenciador: órgão responsável pela elaboração do calendário de preenchimento e a
consolidação das necessidades informadas pelos demais órgãos e entidades para o Plano de
Contratações Anual.
IV - autoridade competente: agente público com poder de decisão indicado formalmente como
responsável por autorizar as licitações e contratos ou a ordenar despesas no âmbito dos órgãos ou
entidades.
43

Plano de Contratações Anuais - PCA

DECRETO Nº 44.330/2023
Art. 40. O Plano de Contratações Anual do Distrito Federal se caracteriza como instrumento de governança
das contratações públicas e têm como objetivos:
I - racionalizar as contratações das unidades administrativas,
II - promover a padronização de produtos e serviços;
III - propiciar a economia de escala e a redução de custos processuais;
IV - garantir o alinhamento das contratações com o planejamento estratégico dos órgãos e das entidades;
V - subsidiar a elaboração da lei orçamentária do Distrito Federal;
VI - auxiliar a programação e execução financeiras;
VII - sinalizar intenções ao mercado fornecedor, de forma a aumentar o diálogo potencial com o mercado e
incrementar a competitividade; e
VIII - garantir maior transparência e controle das contratações do Distrito Federal.

Acórdão 1851/2018 Plenário - TCU


9.3.3.1 elaboração, com participação de representantes dos diversos setores da
organização, de um documento que materialize o plano de aquisições,
contemplando, para cada contratação pretendida, informações como: descrição
do objeto, quantidade estimada para a contratação, valor estimado,
identificação do requisitante, justificativa da necessidade, período estimado
para aquisição (e.g., mês), programa/ação suportado(a) pela aquisição, e
objetivo(s) estratégico(s) apoiado(s) pela aquisição;
44

Acórdão 1851/2018 Plenário - TCU


9.3.3.2 aprovação, pela mais alta autoridade da organização, do plano de
aquisições;
9.3.3.3 divulgação do plano de aquisições na internet;
9.3.3.4 acompanhamento periódico da execução do plano, para correção de
desvios;
9.3.4 incluir, entre o programa de capacitação de servidores da entidade, curso
voltado para a qualificação dos gestores/fiscais de contratos.

Acórdão 1637/2021 Plenário - TCU

O Tribunal de Contas da União (TCU) fez auditoria em 72 organizações públicas


federais para avaliar se o Plano Anual de Contratações (PAC) e o Sistema de
Planejamento e Gerenciamento de Contratações (PGC) têm contribuído para o
aperfeiçoamento do planejamento das contratações públicas.
A elaboração do PAC é obrigatória para a Administração Pública Federal direta,
autárquica e fundacional integrante do Sistema de Serviços Gerais. Para a
operacionalização dos processos de trabalho, foi desenvolvido o sistema
informatizado PGC.
45

Acórdão 1637/2021 Plenário - TCU

A auditoria apontou problemas no PGC que podem levar ao preenchimento meramente


formal do PAC. Entre eles estão dificuldade de cadastro e de login no sistema, formulários
extensos, tempo longo de conexão e falta de salvamento automático dos formulários. Além
disso, o nível de especificação dos itens dos catálogos de materiais e serviços exigido para o
cadastramento das demandas no PGC não contribui para o processo de elaboração do PAC
e para a realização de compras compartilhadas.

Para o TCU, portanto, o nível de maturidade em governança das contratações nos órgãos
não contribui para o processo de elaboração e gestão do PAC. Foram ainda avaliados
aspectos como engajamento da alta cúpula no planejamento anual das contratações,
existência de calendário anual de compras, processo de trabalho, plano de comunicação
interno e ações de capacitação específicas das equipes responsáveis.

Fonte: MENDES, 2012.


46

FASE PREPARATÓRIA

Fonte: ALMEIDA, 2021, p. 50.


47

Planejamento

PLANEJAR É TRAZER O FUTURO PARA O PRESENTE DE MODO QUE


VOCÊ POSSA FAZER ALGUMA COISA A RESPEITO DELE AGORA.
(ALAN LAKEIN)
48

Planejamento
▪ Acórdão TCU nº 3.016/2015 – Plenário
9.3.3. o fiscal do contrato de determinada solução deve armazenar
dados da execução contratual, de modo que a equipe de planejamento
da contratação que elaborar os artefatos da próxima licitação da mesma
solução ou de solução similar conte com informações de contratos
anteriores (e.g. séries históricas de contratos de serviços contínuos),
o que pode facilitar a definição das quantidades e dos requisitos da nova
contratação, semelhantemente ao previsto no art. 67, § 1º, da Lei
no 8.666/1993.
49

Estudo Técnico Preliminar - ETP

Documento constitutivo da primeira etapa do planejamento de uma


contratação que caracteriza o interesse público envolvido e a sua melhor
solução e dá base ao anteprojeto, ao termo de referência ou ao projeto
básico a serem elaborados caso se conclua pela viabilidade da contratação.

Elementos - ETP

I - descrição da necessidade da contratação, considerado o problema a


ser resolvido sob a perspectiva do interesse público;
II - demonstração da previsão da contratação no plano de contratações
anual, sempre que elaborado, de modo a indicar o seu alinhamento com
o planejamento da Administração;
III - requisitos da contratação;
IV - estimativas das quantidades para a contratação, acompanhadas das
memórias de cálculo e dos documentos que lhes dão suporte, que
considerem interdependências com outras contratações, de modo a
possibilitar economia de escala;
50

Elementos - ETP
V - levantamento de mercado, que consiste na análise das alternativas
possíveis, e justificativa técnica e econômica da escolha do tipo de
solução a contratar;
VI - estimativa do valor da contratação, acompanhada dos preços
unitários referenciais, das memórias de cálculo e dos documentos que
lhe dão suporte, que poderão constar de anexo classificado, se a
Administração optar por preservar o seu sigilo até a conclusão da
licitação;
VII - descrição da solução como um todo, inclusive das exigências
relacionadas à manutenção e à assistência técnica, quando for o caso;
VIII - justificativas para o parcelamento ou não da contratação;

Elementos - ETP
IX - demonstrativo dos resultados pretendidos em termos de economicidade
e de melhor aproveitamento dos recursos humanos, materiais e financeiros
disponíveis;
X - providências a serem adotadas pela Administração previamente à
celebração do contrato, inclusive quanto à capacitação de servidores ou de
empregados para fiscalização e gestão contratual;
XI - contratações correlatas e/ou interdependentes;
XII - descrição de possíveis impactos ambientais e respectivas medidas
mitigadoras, incluídos requisitos de baixo consumo de energia e de outros
recursos, bem como logística reversa para desfazimento e reciclagem de bens
e refugos, quando aplicável;
XIII - posicionamento conclusivo sobre a adequação da contratação para o
atendimento da necessidade a que se destina.
51

Elementos - ETP
O estudo técnico preliminar deverá conter ao menos os elementos
previstos nos incisos I, IV, VI, VIII e XIII do § 1º deste artigo e, quando
não contemplar os demais elementos previstos no referido parágrafo,
apresentar as devidas justificativas.

Fonte: ESTRATÉGIA, 2021, p. 23.


52

ETP - Objetivos
▪ Refletir, analisar, pesquisar de forma aprofundada e objetiva a melhor
solução do problema e que traga o melhor custo-benefício para
órgão/sociedade dentro de um determinado contexto.
▪ Exemplo: Necessidade de prover serviços de transporte para um
determinado órgão (problema).

Estudo Técnico Preliminar - ETP

DECRETO Nº 44.330/2023
Art. 55. Para fins do disposto nesta Seção, considera-se:
I - Estudo Técnico Preliminar (ETP): documento constitutivo da primeira etapa
do planejamento de uma contratação que caracteriza o interesse público envolvido
e a sua melhor solução e dá base ao anteprojeto, ao termo de referência ou ao
projeto básico a serem elaborados caso se conclua pela viabilidade da contratação;
II - Sistema ETP Digital: ferramenta informatizada integrante da plataforma,
disponibilizada pelo Poder Executivo Federal, para elaboração dos ETP pelos órgãos
e entidades da Administração direta, autárquica e fundacional do Distrito Federal;
III - contratações correlatas: aquelas cujos objetos sejam similares ou
correspondentes entre si;
53

Estudo Técnico Preliminar - ETP


DECRETO Nº 44.330/2023
IV - contratações interdependentes: aquelas que, por guardarem relação direta na
execução do objeto, devem ser contratadas juntamente para a plena satisfação da
necessidade da Administração;
V - requisitante: agente ou unidade responsável por identificar a necessidade de
contratação de bens, serviços e obras e requerê-la;
VI - área técnica: agente ou unidade com conhecimento técnico-operacional sobre o objeto
demandado, responsável por analisar o documento de formalização de demanda, e
promover a agregação de valor e a compilação de necessidades de mesma natureza; e
VII - equipe de planejamento da contratação: conjunto de agentes que reúnem as
competências necessárias à completa execução das etapas de planejamento da contratação,
o que inclui conhecimentos sobre aspectos técnicos-operacionais e de uso do objeto,
licitações e contratos, dentre outros.

Estudo Técnico Preliminar - ETP


DECRETO Nº 44.330/2023

Art. 66. A elaboração do ETP:


I - é facultada nas hipóteses dos incisos I, II, VII e VIII do art. 75 e do § 7º
do art. 90 da Lei nº 14.133, de 2021; e
II - é dispensada na hipótese do inciso III do art. 75 da Lei nº 14.133, de
2021, e nos casos de prorrogações dos contratos de serviços e
fornecimentos contínuos.
54

Estudo de viabilidade
(aquisição versus locação)
Decisão Normativa no 1/2011 TCDF – Adota metodologia para análise
dos estudos de viabilidade da opção de locação frente à opção de
aquisição de bens.
55

Consulta e Audiência Públicas

Art. 21. A Administração poderá convocar, com antecedência mínima de 8


(oito) dias úteis, audiência pública, presencial ou a distância, na forma
eletrônica, sobre licitação que pretenda realizar, com disponibilização prévia
de informações pertinentes, inclusive de estudo técnico preliminar e
elementos do edital de licitação, e com possibilidade de manifestação de
todos os interessados.
Parágrafo único. A Administração também poderá submeter a licitação a
prévia consulta pública, mediante a disponibilização de seus elementos a
todos os interessados, que poderão formular sugestões no prazo fixado.

Acórdão 3624/2011 2ª Câmara - TCU


É irregular a contratação de serviços sem prévios estudos de viabilidade técnica
e econômica para justificar a economicidade da contratação.
56

Acórdão 3982/2015 1ª Câmara - TCU


Nos estudos técnicos preliminares de contratação de mão de obra terceirizada, a
ausência de indicação, de forma clara e precisa, do sindicato, acordo coletivo,
convenção coletiva ou sentença normativa que rege a categoria profissional que
executará o serviço, com base na Classificação Brasileira de Ocupações - CBO,
afronta o art. 6º, inciso IX, alínea 'a', da Lei 8.666/93.

Acórdão 2352/2016 Plenário - TCU


Nas licitações e prorrogações contratuais de serviços de manutenção predial, a
Administração deve, em atenção ao art. 6º, inciso IX, alíneas “c” e “f”, e art. 7º, §
4º, da Lei 8.666/1993, incluir, nos estudos técnicos preliminares da contratação:
(i) estudo e previsão da quantidade de material a ser utilizado;
(ii) estudo e definição do tipo e da quantidade de postos de trabalho que serão
utilizados; e
(iii) estimativa de preços, considerando uma cesta de preços, devendo
documentar o método utilizado no processo de contratação.
57

Acórdão 120/2018 Plenário - TCU


A adoção do modelo de quarteirização do serviço de manutenção da frota, por
se encontrar no âmbito de discricionariedade do gestor, exige justificativa
específica, elaborada com base em estudos técnicos, os quais demonstrem
aspectos como a adequação, a eficiência e a economicidade de utilização do
modelo, tudo devidamente registrado no documento de planejamento da
contratação.

Acórdão 3474/2018 2ª Câmara - TCU


Na aquisição do agenciamento de transporte terrestre de passageiros, a
Administração deve prever expressamente a possibilidade de contratação dos
serviços de transporte individual privado de passageiros sob a tecnologia de
comunicação em rede (STIP), a exemplo do Uber e do Cabify, entre outros,
devendo demonstrar a eventual inviabilidade dessa medida, com a necessária
fundamentação técnico-econômica, sob pena de incorrer em indevida restrição
da competitividade no certame, contrariando o art. 3º, § 1º, inciso I, da Lei
8.666/1993.
58

Acórdão 471/2019 Plenário - TCU


9.4. determinar a realização de audiência dos responsáveis a seguir indicados, com
fundamento nos artigos 10, § 1º, e 12, inciso III, da Lei 8.443/1992, c/c o art. 250, inciso IV,
c/c o art. 237, parágrafo único, do Regimento Interno do TCU, para que, no prazo de até
quinze dias, apresentem razões de justificativa acerca das seguintes irregularidades
identificadas no planejamento e na condução do Pregão Eletrônico 45/2018:
b) dimensionou os quantitativos de material impresso sem que houvesse efetuado uma
análise abrangente de série histórica e, tampouco, uma fundamentada projeção de
necessidades futuras decorrentes da execução de políticas, programas e ações a cargo do
Ministério da Saúde. Para o item “edição” não há qualquer estudo que fundamente a
definição do quantitativo de vinte postos de trabalho e a qualificação da equipe, bem assim
do quantitativo e das especificações definidas para os equipamentos e as licenças de
softwares e aplicativos;

Acórdão 2037/2019 Plenário - TCU


18. Dessa forma, foi constatado que os processos de planejamento, quando
continham os artefatos exigidos na Instrução Normativa supracitada, como o
Documento de Oficialização de Demanda (DOD), o Estudo Técnico Preliminar (ETP)
e o Termo de Referência (TR), que os mesmos haviam sido elaborados de maneira
pro forma, isto é, o planejamento da contratação não havia ocorrido de fato.
19. Observou-se casos em que o TR, último artefato que compõe a fase de
planejamento, foi o primeiro documento produzido. Isto é, o órgão já tinha definido
qual a solução que pretendia adquirir e, muitas vezes, qual a Ata de Registro de
Preços à qual pretendia aderir sem sequer ter feito uma análise de suas
necessidades de negócio e das soluções existentes no mercado e no portal de
software público que poderiam atendê-lo.
59

Acórdão 214/2020 Plenário - TCU


Em licitações para aquisição de equipamentos, havendo no mercado diversos
modelos que atendam às necessidade da Administração, deve o órgão licitante
identificar um conjunto representativo desses modelos antes de elaborar as
especificações técnicas e a cotação de preços, de modo a evitar o
direcionamento do certame para marca ou modelo específicos e a caracterizar a
realização de ampla pesquisa de mercado.

Acórdão 925/2022 Plenário - TCU


Em licitação realizada por empresa estatal, a ausência de estudo técnico
preliminar como suporte ao projeto básico afronta o art. 42, inciso VIII, da Lei
13.303/2016, ainda que se trate de contratação de serviços comuns.
60

Acórdão 1685/2023 Plenário - TCU


Nas contratações de TI em que houver risco de dependência em relação a
determinada solução tecnológica, o estudo técnico preliminar da contratação
deve incluir estudo de viabilidade acerca da continuidade ou substituição da
solução em uso, com a divulgação de seus resultados.

Riscos
PERIGO.

ACEPÇÕES ALGO QUE IMPEDE


DO O ATINGIMENTO
TERMO DE UM OBJETIVO.
“RISCO”.

CHANCE DE ALGO
ACONTECER.
61

Anteprojeto

Peça técnica com todos os subsídios necessários à elaboração do projeto básico, que deve conter,
no mínimo, os seguintes elementos:
a) demonstração e justificativa do programa de necessidades, avaliação de demanda do
público-alvo, motivação técnico-econômico-social do empreendimento, visão global dos
investimentos e definições relacionadas ao nível de serviço desejado;
b) condições de solidez, de segurança e de durabilidade;
c) prazo de entrega;
d) estética do projeto arquitetônico, traçado geométrico e/ou projeto da área de influência,
quando cabível;

Anteprojeto

e) parâmetros de adequação ao interesse público, de economia na utilização, de facilidade na


execução, de impacto ambiental e de acessibilidade;
f) proposta de concepção da obra ou do serviço de engenharia;
g) projetos anteriores ou estudos preliminares que embasaram a concepção proposta;
h) levantamento topográfico e cadastral;
i) pareceres de sondagem;
j) memorial descritivo dos elementos da edificação, dos componentes construtivos e dos
materiais de construção, de forma a estabelecer padrões mínimos para a contratação.
62

Projeto Básico - PB
Conjunto de elementos necessários e suficientes, com nível de precisão adequado para definir e
dimensionar a obra ou o serviço, ou o complexo de obras ou de serviços objeto da licitação,
elaborado com base nas indicações dos estudos técnicos preliminares, que assegure a viabilidade
técnica e o adequado tratamento do impacto ambiental do empreendimento e que possibilite a
avaliação do custo da obra e a definição dos métodos e do prazo de execução, devendo conter os
seguintes elementos:
a) levantamentos topográficos e cadastrais, sondagens e ensaios geotécnicos, ensaios e
análises laboratoriais, estudos socioambientais e demais dados e levantamentos necessários para
execução da solução escolhida;
b) soluções técnicas globais e localizadas, suficientemente detalhadas, de forma a evitar, por
ocasião da elaboração do projeto executivo e da realização das obras e montagem, a necessidade
de reformulações ou variantes quanto à qualidade, ao preço e ao prazo inicialmente definidos;

Projeto Básico - PB
c) identificação dos tipos de serviços a executar e dos materiais e equipamentos a incorporar à
obra, bem como das suas especificações, de modo a assegurar os melhores resultados para o
empreendimento e a segurança executiva na utilização do objeto, para os fins a que se destina,
considerados os riscos e os perigos identificáveis, sem frustrar o caráter competitivo para a sua
execução;
d) informações que possibilitem o estudo e a definição de métodos construtivos, de instalações
provisórias e de condições organizacionais para a obra, sem frustrar o caráter competitivo para a sua
execução;
e) subsídios para montagem do plano de licitação e gestão da obra, compreendidos a sua
programação, a estratégia de suprimentos, as normas de fiscalização e outros dados necessários em
cada caso;
f) orçamento detalhado do custo global da obra, fundamentado em quantitativos de serviços e
fornecimentos propriamente avaliados, obrigatório exclusivamente para os regimes de execução
previstos nos incisos I, II, III, IV e VII do caput do art. 46 desta Lei.
63

Acórdão 1576/2022 Plenário - TCU


Em licitações de obras e serviços de engenharia, é necessária a elaboração de
projeto básico adequado e atualizado, assim considerado aquele aprovado com
os elementos descritos no art. 6º, inciso IX, da Lei 8.666/1993, constituindo
prática ilegal a sua revisão ou a elaboração de projeto executivo que
transfigurem o objeto originalmente contratado, a exemplo da adoção de
solução de engenharia diferente daquela submetida à licitação.

Projeto Executivo - PE

Conjunto de elementos necessários e suficientes à execução completa da


obra, com o detalhamento das soluções previstas no projeto básico, a
identificação de serviços, de materiais e de equipamentos a serem
incorporados à obra, bem como suas especificações técnicas, de acordo com
as normas técnicas pertinentes.
64

Contratação Integrada

Regime de contratação de obras e serviços de engenharia em que o contratado é


responsável por elaborar e desenvolver os projetos básico e executivo, executar
obras e serviços de engenharia, fornecer bens ou prestar serviços especiais e
realizar montagem, teste, pré-operação e as demais operações necessárias e
suficientes para a entrega final do objeto.

Contratação Semi-integrada

Regime de contratação de obras e serviços de engenharia em que o


contratado é responsável por elaborar e desenvolver o projeto executivo,
executar obras e serviços de engenharia, fornecer bens ou prestar serviços
especiais e realizar montagem, teste, pré-operação e as demais operações
necessárias e suficientes para a entrega final do objeto.
65

Acórdão 1169/2022 Plenário - TCU


É irregular a adoção da contratação integrada do Regime Diferenciado de
Contratações Públicas (RDC) sem a efetiva demonstração das vantagens técnicas
e econômicas auferidas pela sua utilização (art. 9º da Lei 12.462/2011),
comparativamente com os outros regimes de execução previstos na mencionada
lei.

Acórdão 2531/2022 Plenário - TCU


No regime de contratação integrada da Lei 12.462/2011 (RDC), é exigível a
apresentação do detalhamento da composição do BDI apenas por ocasião da
apresentação do projeto básico e/ou do projeto executivo, e não no momento
da apresentação da proposta de preço.
66

Acórdão 831/2023 Plenário - TCU


Na contratação integrada regida pela Lei 12.462/2011 (RDC), o risco inerente ao
desenvolvimento do projeto básico é inteiramente alocado ao particular, não
havendo permissão legal para assinatura de aditivos por conta de eventuais
imprecisões ou omissões do anteprojeto.

Acórdão 1614/2023 Plenário - TCU


Em contratações formalizadas no âmbito do Regime Diferenciado de
Contratações Públicas – Contratação Integrada (RDCi), os critérios de medição e
pagamento devem estar associados à execução de etapas vinculadas ao
cumprimento de metas (art. 8º, inciso V, da Lei 12.462/2011 e art. 46, § 9º, da
Lei 14.133/2021), definidas no cronograma físico-financeiro, caracterizando os
marcos ou pontos de controle, de modo a viabilizar o adequado
acompanhamento da execução contratual.
67

Termo de Referência - TR
Documento necessário para a contratação de bens e serviços, que deve conter os seguintes
parâmetros e elementos descritivos:
a) definição do objeto, incluídos sua natureza, os quantitativos, o prazo do contrato e, se for o
caso, a possibilidade de sua prorrogação;
b) fundamentação da contratação, que consiste na referência aos estudos técnicos
preliminares correspondentes ou, quando não for possível divulgar esses estudos, no extrato das
partes que não contiverem informações sigilosas;
c) descrição da solução como um todo, considerado todo o ciclo de vida do objeto;
d) requisitos da contratação;
e) modelo de execução do objeto, que consiste na definição de como o contrato deverá
produzir os resultados pretendidos desde o seu início até o seu encerramento;

Termo de Referência - TR

f) modelo de gestão do contrato, que descreve como a execução do objeto será acompanhada
e fiscalizada pelo órgão ou entidade;
g) critérios de medição e de pagamento;
h) forma e critérios de seleção do fornecedor;
i) estimativas do valor da contratação, acompanhadas dos preços unitários referenciais, das
memórias de cálculo e dos documentos que lhe dão suporte, com os parâmetros utilizados para a
obtenção dos preços e para os respectivos cálculos, que devem constar de documento separado e
classificado;
j) adequação orçamentária.
68

Termo de Referência

DECRETO Nº 44.330/2023

Art. 71. O Termo de Referência é o documento elaborado a partir de estudos


técnicos preliminares e deve conter o conjunto de elementos necessários e
suficientes, com nível de precisão adequado, para caracterizar os serviços a
serem contratados ou os bens a serem fornecidos, capazes de permitir à
Administração a adequada avaliação dos custos com a contratação e orientar
a correta execução, gestão e fiscalização do contrato.

Justificativa
É a explicitação da necessidade da contratação:
contextualização (situação atual e histórica), justificação dos
objetivos que serão atingidos e motivação do ato
administrativo.

Exponha os motivos que levaram à solução


adotada, para fins de contratação.

A correta justificativa é fundamental para


a configuração do interesse público.
69

Especificação do Produto

LEI Nº 14.133/2021

Art. 20. Os itens de consumo adquiridos para suprir as demandas das estruturas da
Administração Pública deverão ser de qualidade comum, não superior à necessária para
cumprir as finalidades às quais se destinam, vedada a aquisição de artigos de luxo.
§ 1º Os Poderes Executivo, Legislativo e Judiciário definirão em regulamento os limites
para o enquadramento dos bens de consumo nas categorias comum e luxo.
§ 2º A partir de 180 (cento e oitenta) dias contados da promulgação desta Lei, novas
compras de bens de consumo só poderão ser efetivadas com a edição, pela autoridade
competente, do regulamento a que se refere o § 1º deste artigo.

Especificação do Produto

DECRETO Nº 44.330/2023
Art. 72. As especificações do produto nas aquisições de bens, observarão,
sempre que possível, as informações contidas no catálogo eletrônico de
padronização, observados os requisitos de qualidade, rendimento,
compatibilidade, durabilidade e segurança.
Art. 73. Os bens de consumo adquiridos para suprir as demandas das
estruturas da Administração Pública deverão ser de qualidade comum, não
superior à necessária para cumprir as finalidades às quais se destinam,
vedada a aquisição de bens de luxo.
70

Especificação do Produto
DECRETO Nº 44.330/2023
Art. 74. Para fins do disposto neste Regulamento, considera-se:
I - bem de luxo - bem de consumo com alta elasticidade-renda da demanda,
identificável por meio de características tais como:
a) ostentação;
b) opulência;
c) forte apelo estético; ou
d) requinte;
II - bem de qualidade comum - bem de consumo com baixa ou moderada
elasticidade-renda da demanda;

Especificação do Produto
DECRETO Nº 44.330/2023
III - bem de consumo - todo material que atenda a, no mínimo, um dos seguintes critérios:
a) durabilidade - em uso normal, perde ou reduz as suas condições de uso, no prazo de dois anos;
b) fragilidade - facilmente quebradiço ou deformável, de modo irrecuperável ou com perda de sua
identidade;
c) perecibilidade - sujeito a modificações químicas ou físicas que levam à deterioração ou à perda de suas
condições de uso com o decorrer do tempo;
d) incorporabilidade - destinado à incorporação em outro bem, ainda que suas características originais
sejam alteradas, de modo que sua retirada acarrete prejuízo à essência do bem principal; ou
e) transformabilidade - adquirido para fins de utilização como matéria-prima ou matéria intermediária
para a geração de outro bem; e
IV - elasticidade-renda da demanda - razão entre a variação percentual da quantidade demandada e a
variação percentual da renda média.
71

Padronização

DECRETO Nº 44.330/2023
Art. 81. A Administração deverá observar, sempre que possível, o princípio da
padronização, considerada a compatibilidade de especificações estéticas, técnicas ou de
desempenho, observadas, quando for o caso, as condições de manutenção, assistência
técnica e garantia oferecidas.
Art. 82. O processo de padronização deverá conter:
I - parecer técnico sobre o produto, consideradas especificações técnicas e estéticas,
desempenho, análise de contratações anteriores, custo e condições de manutenção e
garantia;
II - despacho motivado da autoridade superior, com a adoção do padrão; e
III - síntese da justificativa e descrição sucinta do padrão definido, divulgadas no sítio
eletrônico oficial do Distrito Federal e do órgão ou entidade licitante.

Objeto

Constitui a indicação objetiva do que se está pretendendo


licitar.

Encerra uma finalidade/necessidade.


72

Especificação do objeto (vedações)

Excessivas

Irrelevantes

Desnecessárias

= LIMITAÇÃO À COMPETITIVIDADE

Súmula 177 - TCU


A definição precisa e suficiente do objeto licitado constitui regra indispensável
da competição, até mesmo como pressuposto do postulado de igualdade entre
os licitantes, do qual é subsidiário o princípio da publicidade, que envolve o
conhecimento, pelos concorrentes potenciais das condições básicas da licitação,
constituindo, na hipótese particular da licitação para compra, a quantidade
demandada uma das especificações mínimas e essenciais à definição do objeto
do pregão.
73

Acórdão 1547/2008 Plenário - TCU


Abstenha-se de incluir, nos instrumentos convocatórios, excessivo detalhamento
do objeto, de modo a evitar o direcionamento da licitação ou a restrição de seu
caráter competitivo, devendo justificar e fundamentar tecnicamente quaisquer
especificações ou condições que restrinjam o universo de possíveis fornecedores
do bem a ser adquirido ou prestadores do serviço objeto do certame.

Acórdão 79/2010 Plenário - TCU


Especifique o objeto do certame de forma clara e direta, sem utilizar termos
genéricos e confusos que venham a prejudicar a identificação do real objetivo da
contratação a ser efetivada.
74

Acórdão 3667/2009 2ª Câmara - TCU


Aprimore os processos gerenciais relativos às licitações, fixando, na fase interna
da licitação, com base nos recursos disponíveis ou em projeções
fundamentadas, as reais quantidades que serão passíveis de ser adquiridas.

Acórdão 2281/2008 Plenário - TCU


Avalie a conveniência, nos editais para a execução indireta de serviços, de
incluir no edital regras claras e objetivas para assegurar que os serviços sejam
executados dentro dos padrões desejados de qualidade e eficiência (tais quais:
níveis aceitáveis de rotatividade, grau de produtividade adequado, qualificação
desejada).
75

Acórdão 749/2022 Plenário - TCU


Em pregão cujo objeto é a aquisição de gêneros alimentícios com recursos do
Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE), devem ser evitadas
especificações excessivas quando da elaboração do termo de referência (art. 3º,
inciso XI, do Decreto 10.024/2019), mas caso elas sejam necessárias em face dos
hábitos alimentares, da cultura e da tradição alimentar da localidade, deve
constar do processo administrativo respectivo a exposição de motivos para a
descrição dos produtos, devidamente elaborada por nutricionista ou equipe
responsável (art. 12 da Lei 11.947/2009).

Indicação de marca
▪ A Lei nº 8.666/93 veda, em geral, a contração de objeto com
características e especificações exclusivas de determinada marca (art.
7º, § 5º).
▪ A Nova Lei de Licitações admite a indicação de marca
excepcionalmente:

Art. 41. No caso de licitação que envolva o fornecimento de bens, a


Administração poderá excepcionalmente:
I - indicar uma ou mais marcas ou modelos, desde que
formalmente justificado, nas seguintes hipóteses:
76

Indicação de marca
a) em decorrência da necessidade de padronização do objeto;
b) em decorrência da necessidade de manter a compatibilidade
com plataformas e padrões já adotados pela Administração;
c) quando determinada marca ou modelo comercializados por
mais de um fornecedor forem os únicos capazes de atender às
necessidades do contratante;
d) quando a descrição do objeto a ser licitado puder ser mais bem
compreendida pela identificação de determinada marca ou
determinado modelo aptos a servir apenas como referência;

Adoção de parâmetros de qualidade nas especificações


Princípio da padronização – padronizar consiste na uniformização ou
na sistematização de determinado bem ou serviço. Trata-se de criar um
modelo ou referencial de especificações técnicas e de desempenho, tendo
em vista as condições de manutenção, assistência técnica e garantia já
existentes na Administração.
Efeitos pretendidos com a padronização – ganho de economia de
escala; redução de custos com manutenção e conservação; otimização da
utilização de bens com mesmas características técnicas, que passam a ser
intercambiáveis, facilitando inclusive o treinamento dos usuários desses.
77

Súmula 270 - TCU


Em licitações referentes a compras, inclusive de softwares, é possível a indicação
de marca, desde que seja estritamente necessária para atender exigências de
padronização e que haja prévia justificação.

Acórdão 636/2006 Plenário - TCU


A indicação de marca na licitação deve ser precedida da apresentação de
justificativas técnicas que demonstrem, de forma clara e inafastável, que a
alternativa adotada é a mais vantajosa e a única que atende às necessidades da
Administração.
78

Acórdão 1685/2023 Plenário - TCU


O art. 47, inciso I, alínea b, da Lei 13.303/2016 (Lei das Estatais), segundo o qual
a empresa pública e a sociedade de economia mista, na licitação para aquisição
de bens, podem indicar marca comercializada por mais de um fornecedor
quando esta constituir a única capaz de atender ao objeto do contrato, pode ser
aplicado, por analogia, para a contratação de serviços, a exemplo de suporte
técnico e de atualização de versões dos produtos de determinada marca.

Amostra
Art. 41. No caso de licitação que envolva o fornecimento de bens, a
Administração poderá excepcionalmente:

II - exigir amostra ou prova de conceito do bem no procedimento de pré-


qualificação permanente, na fase de julgamento das propostas ou de
lances, ou no período de vigência do contrato ou da ata de registro de
preços, desde que previsto no edital da licitação e justificada a
necessidade de sua apresentação;
79

Adoção de parâmetros de qualidade nas especificações


Laudos – na fase de habilitação, é ilegal a exigência de apresentação de
laudos de ensaios técnicos para comprovação de qualidade de insumo ou
produto. Desde que previsto no instrumento convocatório, na fase de
propostas a Administração pode exigir, do licitante provisoriamente
classificado em primeiro lugar, em prazo razoável e suficiente para tal,
a apresentação de amostra do produto ou insumo, acompanhada dos
laudos técnicos necessários a comprovar a qualidade do bem
a ser fornecido (Acórdão TCU nº 538/2015 – Plenário e Boletim).

ATENÇÃO!

A exigência de atendimento de normas ABNT ou ISO – por meio de


apresentação de certificados, como requisito de habilitação técnica,
dos licitantes fere o princípio da isonomia e da competitividade.
Entretanto, o atendimento a essas normas pode ser exigido na fase de
avaliação da proposta do licitante classificado em primeiro lugar, ou
para fins de execução contratual do objeto.
80

Acórdão 1823/2017 Plenário - TCU


Em licitações que requeiram prova de conceito ou apresentação de amostras,
deve ser viabilizado o acompanhamento dessas etapas a todos licitantes
interessados, em consonância com o princípio da publicidade.

Acórdão 337/2021 Plenário - TCU


Nas licitações para compra de produto de certificação voluntária, é irregular a
exigência de que a certificação seja fornecida exclusivamente por instituição
acreditada pelo Inmetro, devendo ser aceitas certificações equivalentes, como
as emitidas por entidades com as quais o Inmetro mantém acordo de
reconhecimento mútuo, cuja apresentação só pode ser exigida no momento da
celebração do contrato ou do fornecimento, evitando-se, assim, onerar
desnecessariamente os licitantes.
81

Acórdão 898/2021 Plenário - TCU


É legítima a exigência de certificação, comprovando que o objeto licitado está
em conformidade com norma da Associação Brasileira de Normas Técnicas
(ABNT), de forma a garantir a qualidade e o desempenho dos produtos a serem
adquiridos pela Administração, desde que tal exigência esteja devidamente
justificada no processo licitatório.

Acórdão 2129/2021 Plenário - TCU


É irregular a exigência de atendimento a normas técnicas da ABNT, declarações
de qualidade, certificações, laudos técnicos e certificados de conformidade sem
a demonstração da essencialidade dessas exigências para se garantir a qualidade
e o desempenho suficientes do objeto a ser contratado.
82

Acórdão 1445/2022 Plenário - TCU


Na hipótese de a certificação de qualidade ou o laudo exigido para o
fornecimento do produto estar em desconformidade com a amostra
apresentada pelo licitante, cabe ao pregoeiro diligenciar para que seja
apresentado o documento correto, em vez de proceder à desclassificação da
proposta, sobretudo quando há considerável diferença de preços entre esta e a
dos licitantes subsequentes. Nesse caso, não há alteração na substância da
proposta, pois o novo laudo apenas atesta condição preexistente do produto
ofertado, que já se encontrava intrínseca na amostra.

Vedação de marca
Art. 41. No caso de licitação que envolva o fornecimento de bens, a
Administração poderá excepcionalmente:

III - vedar a contratação de marca ou produto, quando, mediante processo


administrativo, restar comprovado que produtos adquiridos e utilizados
anteriormente pela Administração não atendem a requisitos
indispensáveis ao pleno adimplemento da obrigação contratual;
83

Vedação de marca
- Necessário um efetivo acompanhamento, avaliação e registro da
qualidade do produto

- Não é penalidade

- Atenção à especificação correta do produto

Decisão 1410/2020 - TCDF


Representação acerca de possíveis irregularidades na execução de obras no Autódromo
Nelson Piquet. Na presente fase processual, tratou-se do exame de mérito das razões de
justificativa apresentadas pelos gestores responsáveis pela utilização de contrato genérico
de pavimentação para execução dos serviços no Autódromo, o qual não previa as
peculiaridades necessárias à realização da obra. Diante disso, o Tribunal, por unanimidade,
considerou improcedentes as razões de justificativa por entender que houve burla ao dever
de licitar, caracterizada pelo desvirtuamento do contrato. A Corte entendeu que as
particularidades dos serviços a serem realizados e a magnitude dos valores envolvidos
requeriam a contratação de empresa para execução da obra mediante procedimento
licitatório específico, de forma individualizada, conforme disposto no art. 37, inciso XXI, da
Constituição Federal de 1988, bem como no art. 2º da Lei n.º 8.666/1993.
84

SUBCONTRATAÇÃO

Acórdão 3776/2017 2ª Câmara - TCU

A subcontratação deve ser tratada como exceção. Só é admitida a


subcontratação parcial e, ainda assim, desde que seja demonstrada a
inviabilidade técnico-econômica da execução integral do objeto por parte da
contratada, e que haja autorização formal do contratante.

SUBCONTRATAÇÃO

Acórdão 6189/2019 2ª Câmara - TCU

É vedada a subcontratação integral em contratos administrativos, sendo possível


a subcontratação parcial quando não se mostrar viável, sob a ótica técnico-
econômica, a execução integral do objeto por parte da contratada e desde que
tenha havido autorização formal do contratante.
85

SUBCONTRATAÇÃO

Acórdão 4506/2022 1ª Câmara - TCU

A viabilidade técnica e econômica da subcontratação de determinada parcela do


objeto não significa a obrigatoriedade da adoção do parcelamento na licitação,
pois há hipóteses em que a celebração de um único contrato se mostra a opção
mais adequada para o atendimento do interesse público e das necessidades da
Administração, ainda que eventualmente parte dos serviços, de caráter
acessório, seja realizada por empresa subcontratada, circunstância que deve ser
devidamente justificada no processo da contratação.

SUBCONTRATAÇÃO

Acórdão 8403/2023 1ª Câmara - TCU

A subcontratação total do objeto, em que se evidencia a mera colocação de


pessoa interposta entre a administração pública contratante e a empresa
efetivamente executora (subcontratada), é situação ensejadora de débito, o
qual corresponde à diferença entre os pagamentos recebidos pela empresa
contratada e os valores por ela pagos na subcontratação integral. Pelo débito
respondem, em regime de solidariedade, a empresa contratada e os gestores
que permitiram a subcontratação total.
86

Parcelamento (art. 40, § 2º)


Regra:
- parcelamento para ampliar a competitividade e economia;

Parcelamento NÃO será adotado (§ 3º):


- comprar do mesmo fornecedor trouxer economia de ESCALA;
- objeto indivisível;
- a padronização levar a fornecedor exclusivo.
- contrato de facilities

Acórdão 929/2017 Plenário - TCU


Assegurado o atendimento aos princípios que regem as licitações e os contratos
públicos, a contratação de serviços de conservação e manutenção de
infraestrutura predial, com a inclusão de serviços variados, na modelagem
conhecida como contratação de facilities, não configura, por si só, afronta à Lei
de Licitações, quando prévia e formalmente motivada, de modo a evidenciar, de
forma clara e inequívoca, os benefícios potenciais advindos dessa modelagem,
com destaque para a quantificação das vantagens econômicas e financeiras e
dos ganhos advindos da economia de escala.
87

Acórdão 2443/2018 Plenário - TCU


É legítima a contratação conjunta de serviços terceirizados, sob gestão integrada
da empresa contratada, no regime de empreitada por preço global e com
enfoque no controle qualitativo ou de resultado, devendo a Administração, na
fase de planejamento da contratação, estabelecer a composição dos custos
unitários de mão de obra, material, insumos e equipamentos, bem como realizar
preciso levantamento de quantitativos, em conformidade com o art. 7º, § 2º,
inciso II, c/c o art. 40, § 2º, inciso II, da Lei 8.666/1993, o art. 9º, § 2º, do Decreto
5.450/2005 e a Instrução Normativa Seges/MPDG 5/2017.

Acórdão 1534/2020 Plenário - TCU


Os regulamentos de licitações e contratos das entidades do Sistema S devem
prever o uso obrigatório do pregão eletrônico para a contratação de serviços
comuns de engenharia, a exemplo da contratação conjunta de serviços de
conservação e manutenção de infraestrutura predial (facilities).
88

Acórdão 2529/2021 Plenário - TCU


Incumbe ao gestor demonstrar que a ausência de parcelamento do objeto da
licitação não restringe indevidamente a competitividade do certame, bem como
promove ganhos para a Administração Pública. O postulado que veda a restrição
da competitividade (art. 3º, § 1º, inciso I, da Lei 8.666/1993) não é um fim em si
mesmo, devendo ser observado igualmente o princípio constitucional da
eficiência administrativa (art. 37, caput, da Constituição Federal) e, ainda, o
ganho de escala nas contratações consolidadas (art. 23, § 1º, in fine, da Lei
8.666/1993).

Parcelamento (art. 40, § 2º)

- ITEM

- LOTE

- GRUPO
89

Súmula 247 - TCU


É obrigatória a admissão da adjudicação por item e não por preço global, nos editais
das licitações para a contratação de obras, serviços, compras e alienações, cujo
objeto seja divisível, desde que não haja prejuízo para o conjunto ou complexo ou
perda de economia de escala, tendo em vista o objetivo de propiciar a ampla
participação de licitantes que, embora não dispondo de capacidade para a
execução, fornecimento ou aquisição da totalidade do objeto, possam fazê-lo com
relação a itens ou unidades autônomas, devendo as exigências de habilitação
adequar-se a essa divisibilidade.

Acórdão 347/2014 Plenário - TCU


A adoção de licitação por lotes exige demonstração da inviabilidade técnica e
econômica de a aquisição ser realizada por itens. A aquisição por lotes restringe
o caráter competitivo do certame já que potencialmente dificulta o
fornecimento por fabricante especializado em apenas um item, favorecendo,
apenas, as empresas do ramo varejista.
90

Acórdão 1347/2018 Plenário - TCU


Nas licitações para registro de preços, a modelagem de aquisição por preço
global de grupo de itens é medida excepcional que precisa ser devidamente
justificada, a ser utilizada apenas nos casos em que a Administração pretende
contratar a totalidade dos itens do grupo, respeitadas as proporções de
quantitativos definidos no certame. Apesar de essa modelagem ser, em regra,
incompatível com a aquisição futura de itens isoladamente, admite-se tal
hipótese quando o preço unitário ofertado pelo vencedor do grupo for o menor
lance válido na disputa relativa ao item.

Acórdão 1347/2018 Plenário - TCU


No sistema de registro de preços com critério de adjudicação pelo menor preço
global por grupo (lote) de itens, não é admissível aquisição junto a empresa que
apresentou a melhor proposta para determinado item, mas que não foi
vencedora do respectivo grupo, uma vez que a licitação para registro de preços
objetiva a convocação dos fornecedores mais bem classificados para assinar as
atas, sendo possível, única e exclusivamente, contratação com as empresas
vencedoras para fornecimento dos itens nelas registrados.
91

Acórdão 1872/2018 Plenário - TCU


Na fase de negociação posterior à disputa de lances em pregão sob a
modelagem de adjudicação por preço global de grupo de itens, é irregular a
aceitação pelo pregoeiro de item com preço unitário superior àquele definido na
etapa de lances, ainda que o valor total do respectivo grupo tenha sido reduzido.
A negociação de itens de grupo só é admissível se resultar em redução ou
manutenção dos preços desses itens (art. 4º, inciso XVII, da Lei 10.520/2002).

Acórdão 1650/2020 Plenário - TCU


Nas licitações para registro de preços, a modelagem de aquisição por preço
global de grupo de itens é medida excepcional que precisa ser devidamente
justificada, a ser utilizada apenas nos casos em que a Administração pretende
contratar a totalidade dos itens do grupo, respeitadas as proporções de
quantitativos definidos no certame. Apesar de essa modelagem ser, em regra,
incompatível com a aquisição futura de itens isoladamente, admite-se tal
hipótese quando o preço unitário ofertado pelo vencedor do grupo for o menor
lance válido na disputa relativa ao item.
92

Decisão 4020/2019 - TCDF


Tratou-se de pregão eletrônico que teve por objeto a contratação, mediante sistema de
registro de preços - SRP, de empresas para prestação de serviços continuados de limpeza,
conservação e asseio, com fornecimento de mão de obra, materiais, equipamentos e
insumos necessários, a fim de atender aos órgãos e entidades que compõem o Complexo
Administrativo do Distrito Federal. Sobre a possibilidade de promover participação
exclusiva de entidade preferenciais para lotes de licitação cujo o custo anual estimado for
inferior a R$ 80.000,00, conforme disposto no art. 25 da Lei Distrital n.º 4.611/2011, o
Tribunal, por unanimidade, entendeu que o dispositivo legal não deve ser interpretado de
forma isolada, devendo-se avaliar o valor global do objeto a ser contratado (e não apenas
de cada item/lote), uma vez que todas as parcelas, somadas, formam o objeto da licitação.

Estimativa de custos

Constitui a comprovação de que os preços estimados são


compatíveis com os praticados no mercado.

Ter cuidado com as fontes de informação.


93

Pesquisa de Preços (art. 23)


PARÂMETROS:
-Preço público (Portal Nacional de Contratações
Públicas) – até 1 ano;
-Escala;
-Local de execução do objeto;
-Contratações similares.

Pesquisa de Preços (art. 23)


AQUISIÇÃO DE BENS OU CONTRATAÇÃO
DE SERVIÇOS EM GERAL OBRAS E SERVIÇOS DE ENGENHARIA

Banco de preços disponíveis no Portal Sicro e Sinapi;


Nacional de Contratações Públicas (PNCP);
Mídia especializada, tabela de referência,
Contratações similares feitas pela sítios eletrônicos especializados;
Administração Pública (limite de um ano da
conclusão), incluindo registro de preços; Contratações similares feitaspela
Mídia especializada, tabela de referência, sítios
Administração Pública (limite de um ano
eletrônicos especializados; da conclusão), incluindo registro de
preços;
Pesquisa direta com no mínimo 3 (três)
fornecedores (prazo de validade de 6 meses); Base nacional de notas fiscais eletrônicas.
Base nacional de notas fiscais eletrônicas.
94

Acórdão 713/2019 Plenário - TCU


A pesquisa de preços para elaboração do orçamento estimativo da licitação não
deve se restringir a cotações realizadas junto a potenciais fornecedores,
devendo ser utilizadas outras fontes como parâmetro, a exemplo de
contratações públicas similares, sistemas referenciais de preços disponíveis,
pesquisas na internet em sítios especializados e contratos anteriores do próprio
órgão.

Acórdão 2595/2021 Plenário - TCU


É irregular a utilização de sistemas privados como referência de custos para
contratação de obras e serviços de engenharia sem avaliação de sua
compatibilidade com os parâmetros de mercado, e sem a realização de
adequadas pesquisas de preços, para fins comparativos, uma vez que está em
desacordo com o art. 6º, inciso IX, alínea f, da Lei 8.666/1993, e com os
princípios da eficiência e da economicidade.
95

Acórdão 2401/2022 Plenário - TCU


Em obras custeadas com recursos da União, diante da necessidade de se recorrer à pesquisa de
preços de insumos e serviços por meio de cotações de mercado, em razão de estes não estarem
previstos em sistemas oficiais de referência de preços (parte final do art. 6º do Decreto
7.983/2013), devem ser adotados os seguintes procedimentos: a) fazer constar nos autos do
processo de licitação os parâmetros de busca introduzidos (as palavras chaves, o período, as
especificações etc.) com a impressão da página da internet; como também os dados inerentes à
pesquisa, a exemplo do responsável pela pesquisa, órgão consultado, número da licitação,
nome do vendedor, meio de consulta, data da pesquisa, URL do site, CNPJ do fornecedor,
quantidade, valor e especificação do objeto, bem como as demais condições de pagamento e
entrega; b) na cotação direta com os fornecedores, somente admitir os preços cujas datas não
se diferenciem em mais de 180 dias; c) para a obtenção do resultado da pesquisa de preços, não
considerar os preços inexequíveis ou os excessivamente elevados, conforme critérios
fundamentados e descritos no processo administrativo; d) buscar, na pesquisa de mercado, o
mínimo de três cotações de fornecedores distintos e, caso não seja possível obter esse número,
elaborar justificativa circunstanciada.

Acórdão 2399/2022 2ª Câmara - TCU


A pesquisa de preços para elaboração do orçamento estimativo de licitação
promovida por empresa estatal não deve se restringir, sem a devida justificativa,
a cotações realizadas junto a potenciais fornecedores, devendo ser utilizadas
outras fontes como parâmetro, a exemplo de contratações similares realizadas
por outras estatais.
96

Acórdão 1003/2023 Plenário - TCU


É irregular, em licitações de obras e serviços de engenharia que prevejam o uso
de recursos da União, a adoção de custos unitários de referência com valores
superiores aos correspondentes no Sinapi ou no Sicro, mesmo que obtidos a
partir de composições de outros sistemas oficiais de custos, sem a devida
justificativa técnica (arts. 3º, 4º e 8º, parágrafo único, do Decreto 7.983/2013).

Acórdão 1626/2023 Plenário - TCU


O Sinapi e o Sicro representam fontes prioritárias para a orçamentação de obras
e serviços de engenharia em licitações que prevejam o uso de recursos dos
orçamentos da União, devendo restar demonstrada a inviabilidade de sua
utilização para que outros sistemas oficiais de custos possam ser adotados como
referência (arts. 3º, 4º e 6º do Decreto nº 7.983/2013).
97

Estimativa de custos
Acórdão TCU no 1875/2021 – Plenário
“Pesquisas de preços para aquisição de bens e contratação de serviços
em geral devem ser baseadas em uma “cesta de preços”, devendo-se dar
preferência para preços praticados no âmbito da Administração Pública,
oriundos de outros certames. A pesquisa de preços feita exclusivamente
junto a fornecedores deve ser utilizada em último caso, na ausência de
preços obtidos em contratações públicas anteriores ou cestas de preços
referenciais (Instrução Normativa Seges-ME 73/2020)”.

Justificativa de Preço

Art. 23, § 4º Nas contratações diretas por INEXIGIBILIDADE


OU POR DISPENSA, quando não for possível estimar o valor do
objeto na forma estabelecida nos §§ 1º, 2º e 3º deste artigo, o
contratado deverá comprovar previamente que os preços
estão em conformidade com os praticados em contratações
semelhantes de objetos de mesma natureza, por meio da
apresentação de notas fiscais emitidas para outros
contratantes no período de até 1 (um) ano anterior à data da
contratação pela Administração, ou por outro meio idôneo;
98

Estimativa de custos
Acórdão TCU no 2.960/2003 – 1a Câmara
[...] faça constar dos processos referentes a contratações por
inexigibilidade de licitação a justificativa de preço exigida pelo art. 26,
parágrafo único, inciso III, da Lei no 8.666/1993, inclusive com consulta a
outros órgãos, de modo a verificar o preço praticado no âmbito da
Administração Pública para o mesmo produto ou serviço [...].

Orçamento Sigiloso

Art. 24. Desde que justificado, o ORÇAMENTO ESTIMADO DA


CONTRATAÇÃO poderá ter caráter SIGILOSO, sem prejuízo da
divulgação do detalhamento dos quantitativos e das demais
informações necessárias para a elaboração das propostas, e,
nesse caso:
O sigilo não prevalecerá para os órgãos de controle interno e
externo;
Sigilo deve ser justificado;
Se for maior desconto, o preço máximo constará.i
99

Cuidado!
» Lei 14.133/2021

“estimativas do valor da contratação, acompanhadas dos preços


unitários referenciais, das memórias de cálculo e dos documentos que
lhe dão suporte, com os parâmetros utilizados para a obtenção dos
preços e para os respectivos cálculos, que devem constar de
documento separado e classificado”

Pesquisa de Preços

DECRETO Nº 44.330/2023
Art. 86. Para fins deste Regulamento, considera-se:
I - especificação ou descrição do objeto: conjunto de elementos necessários e suficientes, com nível de precisão
adequado, apto à caracterização do bem ou serviço e a definição das respectivas unidades de fornecimento;
II - pesquisa de preços: procedimento prévio e indispensável à contratação pública, utilizado para definir o valor de
referência a ser adotado na aquisição de bens e contratação de serviços;
III - valor de referência: parâmetro que deve refletir o preço compatível com os valores praticados pelo mercado,
considerados os preços constantes de banco de dados públicos e as quantidades a serem contratadas, observadas a
potencial economia de escala e as peculiaridades do local de execução do objeto.
IV - pesquisa de mercado: procedimento para verificação das exigências e condições de mercado do objeto a licitar, tais
como: especificação, qualidade, desempenho, prazos de entrega, prestação, modelo de execução e garantia;
V - preço praticado pela Administração: é aquele devidamente homologado e/ou pago ao contratado em contratações
similares feitas pela Administração Pública;
100

Pesquisa de Preços

DECRETO Nº 44.330/2023
VI - valores exorbitantes e inexequíveis: são valores discrepantes que não demonstrem viabilidade e coerência com os
demais pesquisados no mercado. São definidos por meio de critérios e parâmetros técnicos, tendo por base os preços
encontrados na pesquisa, a partir de sua ordenação numérica na qual se busque excluir, por meio de tratamento
estatístico, aqueles que mais destoam dos demais integrantes da amostra;
VII - valores válidos: são aqueles obtidos após a aplicação do tratamento estatístico para verificar possíveis
discrepâncias dentro do conjunto de preços encontrados na pesquisa;
VIII - planilha comparativa de preços: documento que compila e trata os dados adquiridos e lançados na pesquisa de
preços, cujo resultado final será o valor de referência da licitação;
IX - painel de mapa de preços de nota fiscal eletrônica do Distrito Federal: banco de preços referencial que utiliza
valores das Notas Fiscais eletrônicas – Nfe relativas a comercialização de bens e a prestação de serviços no Distrito
Federal;
X - painel de preços: banco de preço disponível no sistema oficial, mantido pelo Poder Executivo Federal, que
disponibiliza dados e informações de compras públicas homologadas no âmbito da Administração Pública Federal.

Pesquisa de Preços

DECRETO Nº 44.330/2023
Art. 88. No processo licitatório para aquisição de bens e contratação de serviços em geral, o valor
estimado será definido com base no melhor preço aferido por meio da utilização dos seguintes
parâmetros, adotados de forma combinada ou não:
I - relatório de pesquisa de preços de produtos com base nas informações da Nota Fiscal
eletrônica – Nfe;
II - preços públicos referentes a aquisições ou contratações similares realizadas pelo Distrito
Federal e demais entes públicos;
III - pesquisa publicada em mídias ou sítios especializados ou de domínio amplo.
IV - pesquisa direta com, no mínimo, três fornecedores, mediante solicitação formal de cotação,
por meio de carta ou e-mail.
101

Pesquisa de Preços

DECRETO Nº 44.330/2023
Art. 89. Para a realização da pesquisa de preços deverão ser observadas as especificações ou
descrições do objeto a ser adquirido ou contratado e, sempre que possível, os seguintes fatores
intervenientes no preço, dentre outros:
I - o quantitativo total do objeto e a potencial economia de escala;
II - o local de execução do objeto;
III - a influência da sazonalidade no preço do objeto;
IV - as condições comerciais praticadas, incluindo prazos e locais de entrega, instalação e
montagem do bem, execução do serviço, formas de pagamento e garantias exigidas;
V - marca e modelo solicitado, quando couber.

Pesquisa de Preços

DECRETO Nº 44.330/2023
Art. 99. Após a realização da pesquisa, o agente responsável deverá apresentar Planilha Comparativa de Preços com o resultado
dos valores encontrados.

Parágrafo único. A Planilha Comparativa de Preços deverá conter, no mínimo, a descrição do objeto, quantidade solicitada,
valores de cada fonte pesquisada, valor final unitário, valor final total, data da elaboração, nome, matrícula, seção e assinatura do
agente responsável.

Art. 100. Para cada item contido na planilha serão aplicados os seguintes critérios para verificação dos valores exorbitantes e
inexequíveis:

I - Calcular a mediana do conjunto de valores encontrados na pesquisa de preços;

II - Identificar os preços exorbitantes e inexequíveis como sendo aqueles que se apresentem 50% (cinquenta por cento)
superiores ou inferiores, respectivamente, da mediana do conjunto.

Parágrafo único. Após identificar os valores exorbitantes e inexequíveis, deverá ser calculada a média e a mediana dos valores
válidos.
102

Pesquisa de Preços

DECRETO Nº 44.330/2023
Art. 101. Após a aplicação da metodologia para cálculo do valor de referência, a Planilha
Comparativa de Preços deverá apresentar, no mínimo, três preços válidos.
Art. 102. O valor de referência de cada item será o menor preço ou o maior percentual de
desconto obtido após o cálculo da média e mediana final dos valores válidos contidos na pesquisa
de preços, conforme o critério de julgamento estabelecido em edital.

ORÇAMENTO

AFERIR O
PREÇO DE MERCADO

Faixa de variação
103

Sobrepreço
Preço orçado para licitação ou contratado em valor expressivamente superior aos preços referenciais de
mercado, seja de apenas 1 (um) item, se a licitação ou a contratação for por preços unitários de serviço, seja do
valor global do objeto, se a licitação ou a contratação for por tarefa, empreitada por preço global ou empreitada
integral, semi-integrada ou integrada.

Superfaturamento
Dano provocado ao patrimônio da Administração, caracterizado, entre outras situações, por:

a) medição de quantidades superiores às efetivamente executadas ou fornecidas;

b) deficiência na execução de obras e de serviços de engenharia que resulte em diminuição da sua qualidade,
vida útil ou segurança;

c) alterações no orçamento de obras e de serviços de engenharia que causem desequilíbrio econômico-


financeiro do contrato em favor do contratado;

d) outras alterações de cláusulas financeiras que gerem recebimentos contratuais antecipados, distorção do
cronograma físico-financeiro, prorrogação injustificada do prazo contratual com custos adicionais para a
Administração ou reajuste irregular de preços.

PREÇO

P3
RISCO
SOBREPREÇO Prejuízo

LS

PREÇO DE MERCADO

LI
RISCO
INEXEQUIBILIDADE Inexecução
parcial ou total
D1 D2 D3 Dado
104

SUPERFATURAMENTO
(PREÇO FATURADO > PREÇO DE MERCADO)

QUALIDADE QUANTIDADE
INFERIOR INFERIOR

PAGAMENTO E NÃO
REALIZAÇÃO DA ENTREGA
DO OBJETO CONTRATUAL
DE PINHO FILHO, 2015.

Acórdão 1142/2022 Plenário - TCU


Para apuração de superfaturamento em contratos de obras públicas, admite-se
a utilização de valores obtidos em notas fiscais de fornecedores das contratadas
como parâmetro de mercado (acrescidos do BDI), quando não existirem preços
registrados nos sistemas referenciais.
Não pode ser considerado negócio jurídico perfeito e protegido pelo princípio da
segurança jurídica (art. 24 do Decreto-lei 4.657/1942 - Lindb) o contrato
administrativo celebrado com preço superior ao de mercado, pois não há como
conceber que o particular possa ser beneficiário de direito subjetivo ao
superfaturamento.
105

Acórdão 1574/2022 Plenário - TCU


A utilização de referenciais de preço com data mais próxima possível da data
base do contrato é o procedimento mais adequado para apuração de eventual
superfaturamento. A correção de preços por longos períodos não se presta para
a verificação da compatibilidade dos valores contratados com os praticados no
mercado à época do ajuste, uma vez que correções monetárias por períodos
demasiadamente longos geram distorções, por não considerarem outras
variáveis incidentes sobre a variação de preços.

Acórdão 3193/2023 2ª Câmara - TCU


O parâmetro para cálculo de eventual superfaturamento é o preço de mercado,
e não as propostas apresentadas por outros licitantes. O superfaturamento, para
estar caracterizado, deve refletir que o preço pago pela Administração estava
em patamar superior ao valor de mercado.
106

Acórdão 378/2023 Plenário - TCU


A compensação de itens pagos com valores maiores do que os de referência da
contratação com outros pagos com valores inferiores, para fins de apuração de
superfaturamento, aplica-se a obras e serviços, em que se desmembra o objeto
para fins de orçamentação, sendo inaplicável a compras, pois, nestes casos, a
aquisição de cada bem constitui objeto próprio, devendo o fornecedor
obedecer, para cada um deles, ao preço de mercado (art. 43, inciso IV, da Lei
8.666/1993).

INFERIOR A 75% DO VALOR


ORÇADO
OBRAS E SERVIÇOS DE
ENGENHARIA GARANTIA ADICIONAL

PREÇO MANIFESTAMENTE SE FOR INFERIOR A 85%


INEXEQUÍVEL DIFERENÇA ENTRE O
VALOR ORÇADO E A
PROPOSTA
LEI NÃO DEFINE UM
DEMAIS CASOS
CRITÉRIO
107

Inexequibilidade da proposta
Decreto nº 44.330/2023
Art. 122, § 4º Será considerado indício de inexequibilidade das propostas:
I - valores inferiores a 50% (cinquenta por cento) do valor orçado pela
Administração para aquisição de bens e serviços em geral;
II - valores inferiores a 75% (setenta e cinco por cento) do valor orçado pela
Administração no caso de obras e serviços de engenharia.

§ 6º A inexequibilidade será considerada pelo pregoeiro após diligência que


comprove:
I - que o custo do licitante ultrapassa o valor da proposta; e
II - inexistirem custos de oportunidade capazes de justificar o vulto da oferta.

Acórdão 2189/2022 Plenário - TCU


Deve ser realizada diligência para que a licitante vencedora do pregão comprove
a exequibilidade dos itens com preços consideravelmente inferiores aos
estimados pela empresa estatal (art. 56, caput, inciso V e § 2º, da Lei
13.303/2016), ainda que o preço global ofertado esteja acima do patamar legal
definido como parâmetro objetivo para a qualificação da proposta como
inexequível (art. 56, § 3º, da Lei 13.303/2016).
108

Estimativa de custos

Pesquisa de preços

Quantidade de preços pesquisados

Fontes da pesquisa

Preço unitário e quantidade comprada

Tratamento estatístico (média x mediana)

Validade dos preços e da pesquisa

Orçamento
▪ Deve conter:
» definição clara dos serviços/fornecimento;

» definição dos quantitativos;

» preços unitários e totais;

» fonte dos dados utilizados.


109

Acórdão 8497/2022 2ª Câmara - TCU


As empresas que oferecem propostas com valores acima dos praticados pelo
mercado, tirando proveito de orçamentos superestimados elaborados pelos
órgãos públicos contratantes, contribuem para o superfaturamento dos serviços,
sujeitando-se à responsabilização solidária pelo dano evidenciado.

Acórdão 992/2022 Plenário - TCU


As empresas que contratam com a Administração devem ofertar preços
compatíveis com os de mercado, sob pena de serem responsabilizadas por
eventual sobrepreço constatado no contrato, uma vez que o regime jurídico-
administrativo relativo às contratações públicas, com a consequente obrigação
de seguir os preços praticados no mercado (art. 43, inciso IV, da Lei 8.666/1993),
se aplica tanto à Administração Pública quanto aos colaboradores privados.
110

Acórdão 378/2023 Plenário - TCU


Não é cabível imputar débito a gestor que homologou processo de compra em
que o superfaturamento das aquisições era de difícil percepção ao homem
médio. Se a pesquisa de preço foi elaborada pelo setor competente do órgão
contratante, não há por que responsabilizar o gestor, a menos que haja algum
elemento no processo que indique que ele tinha condições de questionar a
pesquisa realizada.

Cronograma físico-financeiro

Corresponde à delimitação dos prazos das entregas das


etapas ou parcelas, relativas à execução do objeto
contratual, e ao respectivo pagamento, por cada etapa ou
parcela dos bens e/ou serviços regularmente executados.
111

Acórdão 643/2016 Plenário - TCU


Somente é possível alterar o cronograma físico-financeiro do contrato para
antecipar o recebimento de materiais em casos excepcionais, em que fiquem
demonstrados inequívocos benefícios à Administração, tais como:
(i) a necessidade de receber os materiais para consolidar a contratação;
(ii) a existência de risco de desabastecimento desses materiais;
(iii) a possibilidade de obtenção de ganhos financeiros e de eficiência
expressivos o suficiente para suplantar a incidência de custos de estocagem,
deterioração e perda de garantia.

Responsabilidade das partes

Estabelece o conjunto de obrigações técnicas e legais entre


a Administração Pública e o futuro contratado.

Podem ser complementadas pelo


instrumento convocatório.
112

JURÍDICA QUEM É A EMPRESA; QUEM A REPRESENTA?

QUALIFICAÇÃO TÉCNICO-PROFISSIONAL E TÉCNICO-


OPERACIONAL
TÉCNICA
PROFISSIONAIS, REGISTROS EM CONSELHOS

FISCAL: CPF, CNPJ, CADASTRO DE CONTRIBUINTES, ETC


HABILITAÇÃO

FISCAL, SOCIAL E TRABALHISTA SOCIAL: SEGURIDADE SOCIAL, FGTS

TRABALHISTA: JUSTIÇA DO TRABALHO; VEDAÇÃO À


EXPLORAÇÃO DE TRABALHO MENOR

APTIDÃO ECONÔMICA PARA ASSUMIR OBRIGAÇÕES FUTURAS


ECONÔMICO - FINANCEIRA
BALANÇOS, DEMONSTRATIVOS, CERTIDÕES NEGATIVAS DE
FALÊNCIA

Habilitação Jurídica

Súmula 274 - TCU

É vedada a exigência de prévia inscrição no Sistema de Cadastramento Unificado


de Fornecedores - SICAF para efeito de habilitação em licitação.
113

Habilitação Jurídica

Acórdão 2847/2019 Plenário - TCU

A participação de associações civis sem fins lucrativos em licitações somente é


admitida quando o objeto da avença estiver em conformidade com os objetivos
estatutários específicos da entidade.

Habilitação Jurídica

Acórdão 1467/2022 Plenário - TCU

É ilegal a exigência de apresentação de programa de integridade por parte das


empresas participantes de licitação, como critério de habilitação, uma vez que o
rol de documentos constante dos arts. 27 a 31 da Lei nº 8.666/1993 é taxativo.
114

Habilitação Jurídica

Acórdão 1510/2022 Plenário - TCU

Na aquisição de veículos novos (zero quilômetro), é irregular a aplicação do art.


12 da Lei nº 6.729/1979 para restringir o fornecimento de veículos apenas por
concessionárias, impedindo a participação de revendedoras nos procedimentos
licitatórios, pois contraria os princípios do desenvolvimento nacional
sustentável, da isonomia e da impessoalidade, e a livre concorrência (arts. 3º,
inciso II, e 170, inciso IV, da Constituição Federal e art. 3º, caput, da Lei nº
8.666/1993).

Habilitação Jurídica

Acórdão 2036/2022 Plenário - TCU

É irregular que o edital exija, para habilitação das licitantes, a apresentação de


documentos originais, cópias autenticadas ou cópias acompanhadas dos
originais. Em caso de dúvida quanto à veracidade das informações apresentadas,
o órgão condutor do certame deve promover as diligências necessárias para
esclarecer ou complementar a instrução do processo.
115

Habilitação Jurídica

Acórdão 2099/2022 Plenário - TCU

Não se enquadra na vedação prevista no art. 9º, inciso III, da Lei 8.666/1993 a
contratação de empresa que tenha, na condição de sócio cotista, servidor do
órgão contratante sem capacidade para influenciar o resultado da licitação e
sem atribuições ligadas à gestão ou à fiscalização do contrato.

Habilitação Jurídica

Acórdão 4506/2022 1ª Câmara - TCU

A opção de vedar a participação de consórcios em licitação realizada por


empresa estatal, apesar de não prevista expressamente na Lei 13.303/2016 (Lei
das Estatais), insere-se na esfera de discricionariedade do gestor, com
fundamento nos princípios da motivação e da competitividade. Contudo,
demanda a apresentação de justificativas técnicas e econômicas que a
respaldem.
116

Habilitação Econômica-Financeira

Acórdão 1201/2020 Plenário - TCU

Admite-se a participação, em licitações, de empresas em recuperação judicial,


desde que amparadas em certidão emitida pela instância judicial competente
afirmando que a interessada está apta econômica e financeiramente a participar
de procedimento licitatório.

Habilitação Econômica-Financeira

Acórdão 1697/2023 Plenário - TCU

A circunstância de a empresa licitante se encontrar em recuperação judicial ou


extrajudicial não pode ser impeditiva para a sua participação em licitação, desde
que demonstre capacidade econômico-financeira para a execução do contrato.
117

Habilitação Fiscal, Social e Trabalhista

Acórdão 470/2022 Plenário - TCU

É irregular a exigência de certidão de infração trabalhista para habilitação em


processo licitatório, uma vez que o art. 29, inciso V, da Lei 8.666/1993 considera
que a regularidade trabalhista deve ser atestada por intermédio da prova de
inexistência de débitos inadimplidos perante a Justiça do Trabalho, mediante a
apresentação de certidão negativa (Título VII-A da CLT).

Habilitação Técnica

Acórdão 1375/2015 Plenário - TCU

É legítimo que as contratações da Administração Pública se adequem a novos


parâmetros de sustentabilidade ambiental, ainda que com possíveis reflexos na
economicidade da contratação. Deve constar expressamente dos processos de
licitação motivação fundamentada que justifique a definição das exigências de
caráter ambiental, as quais devem incidir sobre o objeto a ser contratado e não
como critério de habilitação da empresa licitante.
118

Habilitação Técnica

Acórdão 739/2020 Plenário - TCU

No âmbito das empresas estatais, a exigência, para fins de habilitação, de que a


licitante comprove possuir inscrição ou visto no conselho regional profissional da
unidade federativa em que será executado o objeto afronta o disposto nos arts.
37, inciso XXI, e 173, § 1º, inciso III, da Constituição Federal c/c o art. 58 da Lei
13.303/2016.

Habilitação Técnica

Acórdão 18144/2021 2ª Câmara - TCU

É obrigatório o estabelecimento de parâmetros objetivos para análise da


comprovação (atestados de capacidade técnico-operacional) de que a licitante já
tenha prestado serviços e fornecido bens pertinentes e compatíveis em
características, quantidades e prazos com o objeto da licitação (art. 30 inciso II,
da Lei 8.666/1993).
119

Habilitação Técnica

Acórdão 470/2022 Plenário - TCU

É irregular a exigência de que a atestação de capacidade técnico-operacional de


empresa participante de certame licitatório seja registrada ou averbada junto ao
Crea, uma vez que o art. 55 da Resolução-Confea 1.025/2009 veda a emissão de
Certidão de Acervo Técnico (CAT) em nome de pessoa jurídica. A exigência de
atestados registrados nas entidades profissionais competentes deve ser limitada
à capacitação técnico-profissional, que diz respeito às pessoas físicas indicadas
pelas empresas licitantes.

Habilitação Técnica

Acórdão 548/2022 Plenário - TCU

A exigência de quantitativos mínimos para fins de comprovação da capacidade


técnico-profissional sem a devida justificativa acerca da complexidade técnica do
objeto licitado afronta o art. 30, § 1º, inciso I, da Lei 8.666/1993.
120

Habilitação Técnica

Acórdão 920/2022 Plenário - TCU

A comprovação de credenciamento ou parceria junto a fabricantes, quando


imprescindível e desde que devidamente motivada, deve ser exigida como
requisito técnico obrigatório da contratada e não como requisito de habilitação
das licitantes, eis que potencialmente contribui para reduzir o caráter
competitivo do certame, à medida que afasta empresas não parceiras do
fabricante.

Habilitação Técnica

Acórdão 924/2022 Plenário - TCU

A exigência de número mínimo de atestados técnicos é medida excepcional, que


deve ser adotada exclusivamente quando a especificidade do objeto assim exigir
e não houver comprometimento à competitividade do certame, e apenas se
devidamente justificada no processo administrativo da licitação.
121

Habilitação Técnica

Acórdão 1381/2022 Plenário - TCU

É irregular a exigência de que as licitantes sejam registradas junto aos serviços


especializados em Engenharia e Segurança do Trabalho e de que disponham de
Programa de Controle Médico de Saúde Ocupacional (PCMSO) e de Programa de
Proteção de Riscos Ambientais (PPRA), uma vez que não é possível a inclusão de
requisitos de habilitação não previstos em lei (art. 30, § 5º, da Lei nº
8.666/1993).

Habilitação Técnica

Acórdão 1450/2022 Plenário - TCU

Para comprovação do vínculo profissional do responsável técnico com a licitante


(art. 30, § 1º, inciso I, da Lei nº 8.666/1993), deve-se admitir a apresentação de
cópia da carteira de trabalho (CTPS), cópia do contrato social da licitante em que
conste o profissional como sócio, cópia do contrato de trabalho ou, ainda,
declaração de contratação futura do profissional detentor do atestado
apresentado, desde que acompanhada de declaração de anuência do
profissional.
122

Habilitação Técnica

Acórdão 1580/2022 Plenário - TCU

É ilegal a exigência do Certificado de Boas Práticas de Fabricação e Controle


(CBPF) como critério de qualificação técnica para participação em certame
licitatório, tendo em vista a natureza exaustiva da lista de requisitos definidos no
art. 30 da Lei nº 8.666/1993.

Habilitação Técnica

Acórdão 1757/2022 Plenário - TCU

É irregular a exigência de que o contratado instale escritório administrativo, ou


outro tipo de estrutura física, em localidade específica sem a demonstração de
que tal medida seja imprescindível à adequada execução do objeto licitado,
devido ao potencial de restringir o caráter competitivo da licitação, afetar a
economicidade do contrato e ferir o princípio da isonomia (art. 3º, caput e § 1º,
inciso I, da Lei 8.666/1993 e arts. 5º e 9º, inciso I, alíneas a, b e c, da Lei
14.133/2021).
123

Habilitação Técnica

Acórdão 1951/2022 Plenário - TCU

Não se admite a transferência do acervo técnico da pessoa física para a pessoa


jurídica, para fins de comprovação de qualificação técnica em licitações públicas,
pois a capacidade técnico-operacional (art. 30, inciso II, da Lei 8.666/1993) não
se confunde com a capacidade técnico-profissional (art. 30, § 1º, inciso I, da Lei
8.666/1993), uma vez que a primeira considera aspectos típicos da pessoa
jurídica, como instalações, equipamentos e equipe, enquanto a segunda
relaciona-se ao profissional que atua na empresa.

Habilitação Técnica

Acórdão 2010/2022 Plenário - TCU

A exigência de atestados técnicos emitidos exclusivamente para serviços


executados no Brasil, sem a devida fundamentação, atenta contra o caráter
competitivo da licitação.
124

Habilitação Técnica

Acórdão 7514/2022 1ª Câmara - TCU

A exigência de que os produtos ofertados pelos licitantes sejam exclusivamente


de fabricação nacional afronta o art. 3º, § 1º, inciso I, da Lei 8.666/1993.

Habilitação Técnica

Acórdão 1251/2022 2ª Câmara - TCU

A exigência de comprovação da execução de quantitativos mínimos em obras ou


serviços com características semelhantes, para fins de atestar a capacidade
técnico-operacional, deve guardar proporção com a dimensão e a complexidade
do objeto e recair, simultaneamente, sobre as parcelas de maior relevância e
valor significativo. Como regra, os quantitativos mínimos exigidos não devem
ultrapassar 50% do previsto no orçamento base, salvo em condições especiais e
devidamente justificadas no processo de licitação.
125

Habilitação Técnica

Acórdão 3298/2022 2ª Câmara - TCU

Para fins de habilitação técnico-operacional em certames visando à contratação


de obras e serviços de engenharia, devem ser exigidos atestados emitidos em
nome da licitante, podendo ser solicitadas as certidões de acervo técnico (CAT)
ou anotações/registros de responsabilidade técnica (ART/RRT) emitidas pelo
conselho de fiscalização profissional competente em nome dos profissionais
vinculados aos referidos atestados, como forma de conferir autenticidade e
veracidade às informações constantes nos documentos emitidos em nome das
licitantes.

Habilitação Técnica

Acórdão 150/2023 Plenário - TCU

É irregular a exigência, como requisito de habilitação, de declaração de pessoal


técnico especializado de que participará dos serviços objeto da licitação (art. 30,
§§ 1º, inciso I, e 10, da Lei 8.666/1993).
126

Habilitação Técnica

Acórdão 829/2023 Plenário - TCU

É irregular a exigência, para fins de habilitação, de que a licitante comprove


possuir inscrição ou visto no conselho regional profissional da unidade
federativa em que será executado o objeto (art. 37, inciso XXI, da Constituição
Federal e art. 30, inciso I, da Lei 8.666/1993). O instante apropriado para
atendimento de tal requisito é o momento de início do exercício da atividade,
que se dá com a contratação, e não a fase de habilitação, sob pena de
comprometimento da competitividade do certame.

Habilitação Técnica

Acórdão 1278/2023 Plenário - TCU

Em licitação que tem como objeto obra de pavimentação, é irregular a inclusão


de cláusula no edital exigindo, na fase de habilitação, que a empresa licitante
possua usina de asfalto instalada ou comprove vínculo compromissário
contratual com terceiro detentor de usina, especialmente quando fixado limite
máximo de distância para sua instalação, por restringir o caráter competitivo do
certame e contrariar o art. 30, §§ 5º e 6º, da Lei 8.666/1993.
127

Habilitação Técnica

Acórdão 1312/2023 Plenário - TCU

É possível, para fins de qualificação técnica em licitações realizadas por


empresas públicas e sociedades de economia mista, a utilização de indicadores
de avaliação de desempenho de licitantes na execução de contratos anteriores
com a entidade promotora do certame, desde que prevista no instrumento
convocatório e restrita às parcelas do objeto técnica ou economicamente
relevantes (art. 58 da Lei 13.303/2016 – Lei das Estatais).

Habilitação Técnica

Acórdão 1378/2023 Plenário - TCU

Em licitação promovida por empresa estatal, pode o instrumento convocatório


estabelecer limitação temporal de atestados para comprovação de qualificação
técnica (art. 58, inciso II, da Lei 13.303/2016), desde que essa exigência esteja
devidamente motivada e não restrinja o caráter competitivo do certame.
128

Habilitação Técnica

Acórdão 8019/2023 1ª Câmara - TCU

São ilegais as exigências, como critério de habilitação em licitação, de


“certificado de regularidade de obras” e de comprovação de adimplência junto a
conselho de fiscalização profissional por parte das empresas participantes, uma
vez que o rol de documentos constante dos arts. 27 a 31 da Lei 8.666/1993 é
taxativo.

Habilitação Técnica

Acórdão 1535/2023 Plenário - TCU

A Anotação de Responsabilidade Técnica (ART) é obrigatória em todo contrato


para prestação de serviços técnicos de engenharia (art. 1º da Lei 6.496/1977),
sendo que a ART genérica de contrato para execução de serviços de
assessoramento e de elaboração de projetos não substitui a ART exigida para
cada projeto específico.
129

Habilitação Técnica

Acórdão 1697/2023 Plenário - TCU

Para fins de exigência de apresentação de atestados de capacidade técnica,


limpeza hospitalar não é atividade compatível em características com limpeza
predial comum, pois não basta a mera aptidão da empresa contratada para a
gestão de mão de obra, sendo necessária a especialização.

Decisão 4871/2020 - TCDF


Representação noticiando supostas irregularidades ocorridas em Ato Convocatório,
cujo objeto consiste na contratação de serviços continuados com dedicação exclusiva
de mão de obra. A representante alega que foi, indevidamente, desclassificada na fase
de habilitação técnica por não possuir todos os postos de trabalho exigidos no
instrumento convocatório. O Tribunal, por unanimidade, considerou procedente a
Representação e expediu orientação a todos os jurisdicionados que, nas licitações para
contratação de serviços continuados com dedicação exclusiva de mão de obra, os
atestados de capacidade técnica devem comprovar a aptidão da licitante na gestão de
mão de obra, e não na execução de serviços idênticos aos do objeto licitado, sendo
imprescindível motivar tecnicamente as situações excepcionais.
130

Declaração de vistoria ao local dos serviços


Visita técnica – A vistoria ao local das obras e/ou serviços somente deve
ser exigida quando for imprescindível ao cumprimento adequado das
obrigações contratuais, o que deve ser justificado e demonstrado pela
Administração, no processo de licitação, devendo o edital prever a
possibilidade de substituição do atestado de visita técnica por declaração
do responsável técnico de que possui pleno conhecimento do objeto
e de assunção dos riscos, em razão da não realização da vistoria.

Jurisprudência sobre Visita Técnica

“As visitas ao local de execução da obra devem ser prioritariamente


compreendidas como um direito subjetivo da empresa licitante, e não
uma obrigação imposta pela Administração, motivo pelo qual devem ser
uma faculdade dada pela Administração aos participantes do certame.
(Acórdão TCU nº 234/2015 – Plenário)”
131

Condições de recebimento

Constitui a definição do conjunto de regras para o


recebimento dos bens e serviços.

Conferir, analisar, testar.

Item correlacionado com os prazos


e o cronograma físico-financeiro.

Entrega do Produto
DECRETO Nº 44.330/2023
Art. 79. O termo de referência deverá prever o prazo de entrega dos bens a serem
adquiridos, contado em dias, o endereço da entrega e estabelecer se a remessa será única ou
parcelada.
Parágrafo único. Em caso de remessa parcelada caberá, ainda, a discriminação das
respectivas parcelas, prazos e condições.
Art. 80. Além do previsto neste Regulamento, no caso de produtos perecíveis deverá ser
indicado, em cada caso, que o prazo de validade, na data da entrega, não poderá ser inferior
a um percentual do prazo total recomendado pelo fornecedor.
Parágrafo único. São considerados perecíveis todos os produtos sujeitos a modificações
químicas ou físicas que levam à deterioração ou à perda de suas condições de uso com o
decorrer do tempo, independentemente dos métodos utilizados nos processos da cadeia de
suprimentos.
132

Fonte: MENDES, 2012.

Fonte: MENDES, 2012.


133

Planejamento

O PLANEJAMENTO A LONGO PRAZO NÃO LIDA COM DECISÕES


FUTURAS, MAS COM O FUTURO DAS DECISÕES PRESENTES.
(PETER DRUCKER)

CONTRATAÇÃO DIRETA
134

Base normativa:

▪ INEXIGIBILIDADE: Art. 74 da Lei no 14.133/2021

▪ DISPENSÁVEL: Art. 75 da Lei no 14.133/2021.

▪ DISPENSADA: Art. 76 da Lei no 14.133/2021.

INVIABILIDADE DE COMPETIÇÃO
INEXIGIBILIDADE
ROL EXEMPLIFICATIVO

AUTORIZAÇÃO PARA NÃO LICITAR


CONTRATAÇÃO
DIRETA DISPENSÁVEL DISCRICIONÁRIA

VÁRIOS
CASOS

LEGISLADOR DETERMINA QUE NÃO


DISPENSA
LICITE

DISPENSADA VINCULADA

ROL TAXATIVO ALIENAÇÃO DE BENS

Inexigibilidade Dispensável Dispensada


Conceito Inviabilidade de Legislador autoriza que não seja Legislador determina que não seja
competição realizada a licitação realizada a licitação
Rol Exemplificativo Taxativo Taxativo
Natureza - Discricionária Vinculada
Objeto Diversos Diversos Alienação de bens
135

ESTUDO TÉCNICO PRELIMINAR

ANÁLISE DE RISCO

DOCUMENTO DE
FORMALIZAÇÃO DE TERMO DE REFERÊNCIA
DEMANDA

ESTIMATIVA DE DESPESA PROJETO BÁSICO

PROJETO EXECUTIVO

PARECER JURÍDICO SFC: PARECER TÉCNICO

FORMALIDADES DA CONTRATAÇÃO DIRETA PREVISÃO DOS RECURSOS


ORÇAMENTÁRIOS

REQUISITOS DE HABILITAÇÃO
E QUALIFICAÇÃO

RAZÃO A ESCOLHA DO
CONTRATADO

JUSTIFICATIVA DE PREÇO

AUTORIZAÇÃO DA
AUTORIDADE COMPETENTE

Contratação Direta

DECRETO Nº 44.330/2023
Art. 223. O processo de contratação direta, que compreende os casos de inexigibilidade e de dispensa
de licitação, além dos documentos previstos no art. 72, da Lei Federal nº 14.133, de 2021, deverá ser
instruído com os seguintes elementos:
I - indicação do dispositivo legal aplicável;
II - autorização do ordenador de despesa;
III - consulta prévia da relação das empresas suspensas ou impedidas de licitar ou contratar com a
Administração Pública do Distrito Federal;
IV - no que couber, declarações exigidas na Lei Federal nº 14.133, de 2021, neste Regulamento ou em
regulamentos específicos editados pela Administração Pública do Distrito Federal;
V - lista de verificação, quando houver sido aprovada por ato próprio do Procurador-Geral do Distrito
Federal, devidamente atestada e assinada pelos responsáveis pela condução do procedimento.
136

DOLO

CONTRATAÇÃO INDEVIDA
FRAUDE

OCORRIDA COM ERRO GROSSEIRO

RESPONSABILIDADE POR DANO DECORRENTE DE CONTRATADO


CONTRATAÇÃO DIRETA
RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA
AGENTE PÚBLICO
PELO DANO CAUSADO AO ERÁRIO

SEM PREJUÍZO DE OUTRAS SANÇÕES


LEGAIS

PRODUTOR, EMPRESA OU
REPRESENTANTE
COMERCIAL

AQUISIÇÕES / SERVIÇOS EXCLUSIVOS

ATESTADO

CONTRATO
EXCLUSIVIDADE DEMONSTRADA POR
FORNECEDOR EXCLUSIVO
DECLARAÇÃO

OUTRO
DOCUMENTO

RESPONSABILIDADE SOLIDÁRIA PREFERÊNCIA DA MARCA


137

Acórdão 2950/2020 Plenário - TCU


É irregular a contratação de empresa detentora da patente de determinado
medicamento por inexigibilidade de licitação caso haja outras empresas por ela
autorizadas à comercialização do produto, pois evidente a viabilidade de
competição.

Acórdão 6875/2021 2ª Câmara - TCU


A demonstração de exclusividade de marca não comprova, por si só, o requisito
de inviabilidade de competição necessário para fundamentar a inexigibilidade de
licitação.
138

SERVIÇOS TÉCNICOS ESPECIALIZADOS DE NATUREZA


PREDOMINANTEMENTE INTELECTUAL
REQUISITOS
NOTÓRIA ESPECIALIZAÇÃO

ESTUDOS, PLANEJAMENTOS, PROJETOS

PARECER, PERÍCIA E AVALIAÇÃO

ASSESSORIA, CONSULTORIA E AUDITORIA

FISCALIZAÇÃO E GERENCIAMENTO DE OBRAS E SERVIÇOS


INEXIGIBILIDADE:
O QUE SÃO OS STE
SERVIÇOS TÉCNICOS ESP.
DEFESA DE CAUSAS JUDICIAIS OU ADMINISTRATIVAS

TREINAMENTO DE PESSOAL

RESTAURAÇÃO DE OBRAS DE ARTE E BENS DE VALOR


HISTÓRICO

CONTROLE DE QUALIDADE E MONITORAMENTO

NÃO PODE PUBLICIDADE E DIVULGAÇÃO

SERVIÇOS
TÉCNICOS
ESPECIALIZADOS
DE NATUREZA
PRED.
INTELECTUAL

NOTÓRIA
ESPECIALIZAÇÃO

INEXIGIBILIDADE
139

Notória Especialização
Art. 6º, XIX - notória especialização: qualidade de profissional ou de empresa
cujo conceito, no campo de sua especialidade, decorrente de desempenho
anterior, estudos, experiência, publicações, organização, aparelhamento, equipe
técnica ou outros requisitos relacionados com suas atividades, permite inferir
que o seu trabalho é essencial e reconhecidamente adequado à plena satisfação
do objeto do contrato;

Acórdão 2621/2022 Plenário - TCU


Na contratação de serviços advocatícios por inexigibilidade de licitação (art. 25, inciso II, da
Lei 8.666/1993), é necessário que a Administração demonstre, previamente, que os
honorários ajustados encontram-se dentro de uma faixa de razoabilidade, segundo os
padrões do mercado, observadas as características próprias do serviço singular e o grau de
especialização profissional. Essa justificativa do preço (art. 26, parágrafo único, inciso III, da
mesma lei) deve ser lastreada em elementos que confiram objetividade à análise, a
exemplo da comparação da proposta apresentada pelo profissional que se pretende
contratar com os preços praticados em outros contratos cujo objeto seja análogo.
140

Inexigibilidade

DECRETO Nº 44.330/2023

Art. 230. As hipóteses de inexigibilidade previstas no inciso III do art. 74 da


Lei Federal nº 14.133, de 2021, para que fiquem caracterizadas, dependem
da comprovação dos requisitos da especialidade e da singularidade do
serviço, aliados à notória especialização do contratado.

Acórdão 1397/2022 Plenário - TCU


Nas contratações diretas por inexigibilidade de licitação, o conceito de
singularidade não pode ser confundido com a ideia de unicidade, exclusividade,
ineditismo ou raridade. O fato de o objeto poder ser executado por outros
profissionais ou empresas não impede a contratação direta amparada no art. 25,
inciso II, da Lei nº 8.666/1993. A inexigibilidade, amparada nesse dispositivo
legal, decorre da impossibilidade de se fixar critérios objetivos de julgamento.
141

CONSAGRADO
PROFISSIONAL DE QUALQUER SETOR
ARTÍSTICO
DIRETAMENTE OU POR EMPRESÁRIO
EXCLUSIVO

ARTISTA
PERMANENTE E CONTÍNUO

“EMPRESÁRIO EXCLUSIVO NACIONAL OU PARA ESTADO ESPECÍFICO

NÃO PODE SER PARA UM EVENTO OU


LOCAL ESPECÍFICO

Acórdão 1341/2022 2ª Câmara - TCU


Na contratação de profissional do setor artístico por inexigibilidade de licitação,
a apresentação de atestado de exclusividade restrito ao dia e à localidade do
evento, em vez do contrato de exclusividade entre o artista e o empresário
contratado, caracteriza grave infração à norma legal, ensejando, ainda que não
configurado dano ao erário, aplicação de multa e julgamento pela irregularidade
das contas, haja vista que o contrato de exclusividade é imprescindível para
caracterizar a inviabilidade de competição de que trata o art. 25, inciso III, da Lei
8.666/1993.
142

Acórdão 3991/2023 2ª Câmara - TCU


Na contratação direta, por inexigibilidade de licitação, de profissional do setor
artístico por meio de empresário exclusivo, a apresentação de autorização,
atesto ou carta de exclusividade restrita aos dias e à localidade do evento não
atende aos pressupostos do art. 25, inciso III, da Lei 8.666/1993. Para tanto, é
necessária a apresentação do contrato de representação exclusiva do artista
consagrado com o empresário contratado, registrado em cartório.

Acórdão 3322/2019 2ª Câmara - TCU


Não ofende o art. 1º, caput, da Lei 10.520/2002 a realização de pregão com
vistas à contratação de empresa intermediária de artistas e bandas de renome
local ou regional, pois o objeto é passível de atendimento por qualquer pessoa
jurídica que consiga mobilizar os profissionais do setor artístico atuantes nas
referidas bases geográficas e não há incompatibilidade entre apresentações
musicais e o conceito de serviço comum.
143

Acórdão 5902/2021 2ª Câmara - TCU


É possível a realização de pregão com vistas à contratação de artistas e bandas
de renome local ou regional, pois o objeto é passível de atendimento por
qualquer pessoa jurídica que consiga mobilizar os profissionais que atuam no
setor nas referidas bases geográficas e não há incompatibilidade entre
apresentações musicais e o conceito de serviço comum.

Credenciamento

• Hipótese de INEXIGIBILIDADE em que todos os interessados que atendem


aos requisitos serão credenciados.

• NÃO há competição.

• EX. credenciamento de laboratórios.


144

Acórdão 436/2020 Plenário - TCU


O credenciamento, entendido como espécie de inexigibilidade de licitação, é ato
administrativo de chamamento público de prestadores de serviços que
satisfaçam determinados requisitos, constituindo etapa prévia à contratação,
devendo-se oferecer a todos igual oportunidade de se credenciar.

JUSTIFICATIVAS QUE DEMONSTREM A SINGULARIDADE DO IMÓVEL A SER COMPRADO OU LOCADO PELA


ADMINISTRAÇÃO E QUE EVIDENCIEM VANTAGEM PARA ELA

AQUISIÇÃO OU LOCAÇÃO,
CARACTERÍSTICAS E LOCALIZAÇÃO CONDICIONEM A ESCOLHA
QUANDO

AVALIAÇÃO PRÉVIA DO BEM

INEXIGIBILIDADE:
REQUISITOS CERTIFICAÇÃO DA INEXISTÊNCIA DE IMÓVEL PÚBLICO VAGO E DISPONÍVEL
IMÓVEL

SINGULARIDADE DO IMÓVEL

OBSERVAÇÃO NA ANTIGA LEI, ERA CONSIDERADO "DISPENSA"


145

Inviabilidade de competição
Características
Rol exemplificativo (art. 74)

Somente um fornecedor
Exclusividade Vedada preferência de marca
▪ Atestado de exclusividade
Inexigibilidade
Comprovação mediante ▪ Contrato de exclusividade
▪ Declaração do fabricante
▪ Outro documento idôneo
Profissional de qualquer setor artístico
▪ (i) permanente e contínua;
Artista Diretamente ou empresário exclusivo
▪ (ii) nacional ou para estado específico;
Consagrado: opinião pública ou crítica especializada ▪ (iii) não pode ser para evento ou local específico

art. 74, III, exemplos: estudos, projetos;


Serviço técnico pareceres; assessorias; supervisão
Quando Serviços de obras/serviços; treinamento de pessoal,
técnicos etc.
Profissional “conceituado”; trabalho dele é essencial e
Notória especialização reconhecidamente adequado à plena satisfação do objeto do
contrato
Publicidade e divulgação
Vedada
Subcontratação
Procedimento auxiliar de contratação

Credenciamento
Não existe competição entre os credenciados

Aquisição ou locação de Quando as características do imóvel tornam necessária sua escolha.


imóvel

Singularidade do imóvel

MATERIALMENTE POSSÍVEL LICITAR MAS LEGISLADOR RETIRA A OBRIGATORIEDADE

LICITAR
LICITAÇÃO DISPENSÁVEL
DISCRICIONÁRIO

DISPENSAR

ROL TAXATIVO DO ART 75


146

LICITAÇÃO DISPENSÁVEL
▪ Legislador autoriza que não se licite (decisão discricionária);
CONCEITO ▪ Materialmente, seria possível licitar;
▪ Rol taxativo.
Observação: a seguir, vamos citar alguns casos de dispensa (não se esqueça de
fazer a leitura integral de todos os casos).

▪ Valores inferiores a R$ 100.000,00 (cem mil reais), no caso de:


• obras; serviços de engenharia; ou serviços de manutenção de veículos
EM FUNÇÃO DO
automotores.
VALOR
▪ Inferiores a R$ 50.000,00 (cinquenta mil reais), no caso de:
• outros serviços; e compras.
▪ Dobro para consórcio público e agência executiva.

OBRAS; SERV. ENGENHARIA; SERV. MANUTENÇÃO


R$ 100 MIL
VEÍCULOS

OUTROS SERVIÇOS, COMPRAS R$ 50 MIL


VALORES

CONSÓRCIOS
LIMITE EM DOBRO
AG. EXECUTIVAS

DO EXERCÍCIO FINANCEIRO
DISPENSA POR BAIXO VALOR
SOMATÓRIO
AFERIÇÃO DO LIMITE POR NATUREZA
EXCETO: MANUTENÇÃO DE
VEÍCULOS ATÉ 8 MIL

DIVULGAÇÃO SÍTIO ELETRÔNICO OFICIAL

PROCEDIMENTO (PREFERENCIAL) MÍNIMO 3 DIAS ÚTEIS

CARTÃO DE PAGAMENTO
147

Dispensa em razão do valor

DECRETO Nº 44.330/2023

Art. 234. Nas dispensas de licitação previstas nos incisos I e II do art. 75 da Lei Federal nº 14.133, de
2021, a contratação deverá ser feita preferencialmente com microempresa, empresa de pequeno porte
ou microempreendedor individual.
§ 1º Para fins de aferição dos valores que atendam aos limites referidos nos incisos I e II do artigo 75
da Lei Federal nº 14.133, de 2021, deverão ser observados:
I - o somatório do que for despendido no exercício financeiro pela respectiva unidade gestora; e
II - o somatório da despesa realizada com objetos de mesma natureza, entendidos como tais aqueles
relativos a contratações no mesmo ramo de atividade.
§ 2º Considera-se ramo de atividade a participação econômica do mercado, identificada pelo nível de
subclasse da Classificação Nacional de Atividades Econômicas - CNAE.

Dispensa Eletrônica

DECRETO Nº 44.330/2023
Art. 235. Os órgãos e entidades da Administração Pública direta, autárquica e fundacional do Distrito
Federal poderão adotar o sistema de dispensa eletrônica, nas seguintes hipóteses:
I - contratação de obras e serviços de engenharia comuns ou serviços de manutenção de veículos
automotores, no limite do disposto no inciso I do caput do art. 75 da Lei Federal nº 14.133, de 2021;
II - contratação de bens e serviços, no limite do disposto no inciso II do caput do art. 75 da Lei Federal
nº 14.133, de 2021;
III - contratação de obras, bens e serviços, incluídos os serviços comuns de engenharia, nos termos do
disposto no inciso III e seguintes do caput do art. 75 da Lei Federal nº 14.133, de 2021, quando
cabível;
IV - registro de preços para a contratação de bens e serviços por mais de um órgão ou entidade, nos
termos do § 6º do art. 82, da Lei Federal nº 14.133, de 2021.
148

Dispensa Eletrônica

DECRETO Nº 44.330/2023
Art. 236. Fica instituída a dispensa de licitação na forma eletrônica no âmbito da
Administração Pública direta, autárquica e fundacional do Distrito Federal.
Art. 237. O Sistema de Dispensa Eletrônica constitui ferramenta informatizada para
a realização dos procedimentos de contratação direta de obras, bens e serviços
comuns, incluídos os serviços comuns de engenharia.
Parágrafo único. É vedada a utilização do sistema de dispensa eletrônica nas
seguintes hipóteses:
I - obras, bens e serviços especiais, incluídos os serviços de engenharia; e
II - locações imobiliárias e alienações.

Deserta Não acudiram interessados


Conceito
Fracassada Todos os licitantes foram desclassificados ou inabilitados*

Licitação realizada há menos de um ano


Condições Manutenção de todas as condições
LICITAÇÃO
FRACASSADA E
DESERTA
Dispensa de
licitação Licitação
deserta
OU
Ausência de proposta válida
Licitação
fracassada Preços superiores aos de mercado ou incompatíveis
com órgãos oficiais
149

Acórdão 756/2022 - Plenário TCU


É irregular a contratação direta com fundamento em licitação fracassada sem
que antes tenha sido concedido o prazo de oito dias úteis às empresas
participantes do certame para apresentação de outras propostas escoimadas
das falhas que ensejaram a desclassificação (art. 24, inciso VII, c/c art. 48, § 3º,
da Lei 8.666/1993).
150

ASSEGURAR A CONTINUIDADE DO
TAMBÉM É SITUAÇÃO DE SERVIÇO PÚBLICO PREÇO DE MERCADO
EMERGÊNCIA PARA FINS DE
DISPENSA DE LICITAÇÃO
REQUISITOS PROVIDÊNCIA PARA CONCLUIR A LICITAÇÃO

APURAÇÃO DA RESPONSABILIDADE
151

Acórdão 1796/2018 - Plenário TCU


É recomendável à Administração Pública a implantação de controles para
mitigar riscos que possam resultar na realização de contratações emergenciais
que afrontem o art. 24, inciso IV, da Lei 8.666/1993, a exemplo de medição do
nível mínimo de estoque para itens essenciais e de alerta sobre a necessidade de
tomada de decisão quanto à prorrogação de contrato de serviço de duração
continuada ou à realização de nova licitação.

GUERRA

ESTADO DE DEFESA

DISPENSA POR SITUAÇÕES GRAVES ESTADO DE SÍTIO

INTERVENÇÃO FEDERAL

GRAVE PERTURBAÇÃO A ORDEM


152

QUEM CONTRATA PESSOA JURÍDICA DE DIREITO PÚBLICO INTERNO

O QUE PODE SER CONTRATADO BENS PRODUZIDOS OU SERVIÇOS PRESTADOS

DISPENSA PARA ÓRGÃO OU ENTIDADE QUE INTEGREM A ADMINISTRAÇÃO


PÚBLICA
CONTRATAÇÃO DE ÓRGÃO
OU ENTIDADE DA
ADMINISTRAÇÃO POR QUEM CRIADOS PARA ESSE FIM ESPECÍFICO

NÃO IMPORTA QUANDO FOI CRIADO

REQUISITO PREÇO DE MERCADO

DAÇÃO EM PAGAMENTO

DOAÇÃO, PARA ÓRGÃOS OU ENTIDADES DA


ADMINISTRAÇÃO

LICITAÇÃO DISPENSADA
PARA ALIENAÇÃO DE BENS VENDA, A OUTRO ÓRGÃO OU ENTIDADES DA
ADMINISTRAÇÃO
IMÓVEIS
PERMUTA

PROGRAMA HABITACIONAL OU REGULARIZAÇÃO


FUNDIÁRIA
153

DOAÇÃO PARA FINS E USO DE INTERESSE


SOCIAL

PERMUTA, ENTRE ÓRGÃOS OU ENTIDADES DA


ADMINISTRAÇÃO

LICITAÇÃO DISPENSADA
PARA ALIENAÇÃO DE BENS VENDA DE AÇÕES
IMÓVEIS
VENDA DE TÍTULOS

VENDA DE MATERIAIS E EQUIPAMENTOS SEM


PREVISÃO DE UTILIZAÇÃO, P/ OUTROS ÓRGÃOS
OU ENTIDADES DA ADMINISTRAÇÃO

ESCOLHA DO
FORNECEDOR
154

Edital

Documento de formalização do chamamento de


compras aos fornecedores. É a lei da licitação!

▪ Não há especificação do conceito nas


leis de licitações.
155

Deve conter o objeto da licitação e


regras sobre:
❖ Convocação
❖ Julgamento
❖ Habilitação
❖ Recursos
❖ Penalidades
❖ Fiscalização
❖ Gestão do contrato
❖ Entrega do objeto
❖ Condições de pagamento

PNCP – PORTAL
NACIONAL
OBRIGATÓRIA INTEIRO TEOR CONTRATAÇÃO
PÚBLICA

SÍTIO ELETRÔNICO DA
INTEIRO TEOR ENTIDADE

DIVULGAÇÃO DO FACULTATIVA
EDITAL DIVULGAÇÃO DIRETA AOS
INTERESSADOS

PNCP - OBRIGATÓRIA

OUTROS DOCUMENTOS APÓS A HOMOLOGAÇÃO


SÍTIO DO ENTE -
FACULTATIVA
156

MODALIDADE PRAZO para apresentação das propostas

Pregão ▪ 8 dias úteis para bens;


▪ 10 dias úteis para serviços.

Leilão ▪ 15 dias úteis.

Concurso ▪ 35 dias úteis.

Concorrência ▪ Diversos prazos.

Diálogo competitivo ▪ Prazos especiais:


• 25 dias úteis para manifestação de interesse;
• 60 dias úteis para propostas.
157

Acórdão 328/2023 Plenário - TCU


A inserção, no Portal de Compras do Governo Federal, de documento de
licitação em formato não editável, que não permite a pesquisa de conteúdo nos
arquivos, infringe, além do princípio da transparência, a regra estabelecida no
art. 8º, § 3º, inciso III, da Lei 12.527/2011 (Lei de Acesso à Informação).
158

IMPUGNAÇÃO
TCU firma entendimento de que o pregoeiro, ao receber uma impugnação ao
edital, deve agir com dever especial de diligência, se o que está em exame for a
alegação de restrição ao caráter competitivo do certame.

TC 018.113/2018: o pregoeiro foi multado em R$ 10.000,00 por, dentre outros


erros, não ter recebido impugnação ao edital por suposta ilegitimidade, o que a
Corte considerou formalismo exagerado.

Repr. 08.536/2023: é dever do pregoeiro, se a impugnação aponta cláusulas


restritivas à competitividade, realizar a revisão criteriosa, ainda que a
impugnação não seja conhecida.

Acórdão 179/2021 Plenário - TCU


Os esclarecimentos prestados pela Administração ao longo do certame
licitatório possuem natureza vinculante, não sendo possível admitir, quando da
análise das propostas, interpretação distinta, sob pena de violação ao
instrumento convocatório.
159

Acórdão 1016/2022 Plenário - TCU


A ausência de publicação das respostas aos questionamentos e impugnações ao
edital da licitação, de maneira objetiva, antes da data de abertura das propostas,
contraria o art. 31 da Lei 13.303/2016 (Lei das Estatais).

Acórdão 7289/2022 1ª Câmara - TCU


É dever do responsável por conduzir licitação no âmbito da Administração, a
partir de impugnação ao edital apontando a existência de cláusulas restritivas à
competitividade do certame, realizar a revisão criteriosa dessas cláusulas, ainda
que a impugnação não seja conhecida. O agente público tem o dever de adotar
providências de ofício com vistas à correção de eventuais ilegalidades que
cheguem ao seu conhecimento.
160

Acórdão 1414/2023 Plenário - TCU


É dever do responsável por conduzir licitação no âmbito da Administração, a
partir de impugnação ao edital apontando a existência de cláusulas restritivas à
competitividade do certame, realizar a revisão criteriosa dessas cláusulas, ainda
que a impugnação não seja conhecida, sob pena de violação do princípio da
autotutela.
161

Licitações Eletrônicas

DECRETO Nº 44.330/2023

Art. 3º As licitações serão realizadas, preferencialmente, sob a forma


eletrônica.

Concorrência
Modalidade de licitação para contratação de bens e serviços especiais e de
obras e serviços comuns e especiais de engenharia, cujo critério de
julgamento poderá ser:
a) menor preço;
b) melhor técnica ou conteúdo artístico;
c) técnica e preço;
d) maior retorno econômico;
e) maior desconto.
162

Bens e serviços especiais


Aqueles que, por sua alta heterogeneidade ou complexidade, não podem ser
descritos na forma do inciso XIII do caput deste artigo, exigida justificativa
prévia do contratante.

Obra
Toda atividade estabelecida, por força de lei, como privativa das profissões
de arquiteto e engenheiro que implica intervenção no meio ambiente por
meio de um conjunto harmônico de ações que, agregadas, formam um todo
que inova o espaço físico da natureza ou acarreta alteração substancial das
características originais de bem imóvel.

Serviço de engenharia
Toda atividade ou conjunto de atividades destinadas a obter determinada utilidade, intelectual
ou material, de interesse para a Administração e que, não enquadradas no conceito de obra a
que se refere o inciso XII do caput deste artigo, são estabelecidas, por força de lei, como
privativas das profissões de arquiteto e engenheiro ou de técnicos especializados, que
compreendem:

Serviço comum de engenharia:


Todo serviço de engenharia que tem por objeto ações, objetivamente padronizáveis em termos
de desempenho e qualidade, de manutenção, de adequação e de adaptação de bens móveis e
imóveis, com preservação das características originais dos bens;

Serviço especial de engenharia:


Aquele que, por sua alta heterogeneidade ou complexidade, não pode se enquadrar na definição
constante da alínea “a” deste inciso.
163

AQUELES QUE NÃO SÃO COMUNS

BENS E SERVIÇOS
ALTA HETEROGENEIDADE OU COMPLEXIDADE
ESPECIAIS

NÃO HÁ COMO DESCREVÊ-LOS OBJETIVAMENTE

PRIVATIVAS DE ARQUITETO OU ENGENHEIRO

OBRAS INOVA O ESPAÇO FÍSICO DA NATUREZA


CONCORRÊNCIA

OU ACARRETA ALTERAÇÃO SUBSTANCIAL DO


IMÓVEL

OBJETIVAMENTE

COMUNS
TAMBÉM ADMITE
SERVIÇOS DE PREGÃO
ENGENHARIA

NÃO DESCREVE
ESPECIAIS
OBJETIVAMENTE

Pregão
Modalidade de licitação obrigatória para aquisição de bens e serviços
comuns, cujo critério de julgamento poderá ser o de menor preço ou o de
maior desconto.

Bens e serviços comuns


Aqueles cujos padrões de desempenho e qualidade podem ser objetivamente
definidos pelo edital, por meio de especificações usuais de mercado
164

BENS E SERVIÇOS COMUNS

OBRIGATÓRIO PARA

OBJETOS QUE POSSAM SER DEFINIDOS OBJETIVAMENTE

SERVIÇOS COMUNS DE ENGENHARIA – TAMBÉM ADMITEM


APLICÁVEL TAMBÉM
A CONCORRÊNCIA

PREGÃO
BENS E SERVIÇOS ESPECIAIS

OBRAS

SERVIÇOS ESPECIALIZADOS DE NATUREZA


NÃO SE APLICA
PREDOMINANTEMENTE INTELECTUAL

LOCAÇÕES IMOBILIÁRIAS

ALIENAÇÕES

Acórdão 1534/2020 Plenário - TCU


É irregular a adoção injustificada da modalidade concorrência em detrimento do
pregão eletrônico para a contratação de serviços comuns de engenharia, uma
vez que pode resultar na prática de ato de gestão antieconômico.
165

Acórdão 8290/2021 2ª Câmara - TCU


As entidades do Sistema S devem adotar preferencialmente o pregão para a
contratação de serviços de natureza comum, com padrões de desempenho e
qualidade objetivamente definidos pelo edital a partir das especificações usuais
de mercado, em sintonia com os princípios da eficiência, celeridade e
economicidade, com vistas a obter a proposta mais vantajosa para a entidade.

Pregão

DECRETO Nº 44.330/2023
Art. 114. O pregão é a modalidade de licitação obrigatória para aquisição de
bens e serviços comuns, cujo critério de julgamento poderá ser o de menor
preço ou o de maior desconto.
§ 1º O pregão segue o rito procedimental comum a que se refere o art. 17, da
Lei nº 14.133, de 2021, e é adotado sempre que o objeto possuir padrões de
desempenho e qualidade que possam ser objetivamente definidos pelo edital,
por meio de especificações usuais de mercado.
§ 2º É obrigatória a utilização da forma eletrônica nas licitações da
modalidade pregão.
166

Pregão

DECRETO Nº 44.330/2023
§ 3º Será admitida, excepcionalmente, mediante prévia justificativa da autoridade
competente, a utilização da forma presencial nas licitações da modalidade pregão,
desde que fique comprovada a inviabilidade técnica ou a desvantagem para a
Administração na realização da forma eletrônica, devendo-se observar o disposto
nos §§ 2º e 5º, do art. 17, da Lei Federal nº 14.133, de 2021.
§ 4º O pregão não se aplica às contratações de serviços técnicos especializados de
natureza predominantemente intelectual e de obras e serviços de engenharia,
exceto os serviços comuns de engenharia que tenham por objeto ações
objetivamente padronizáveis para manutenção, adequação e adaptação de bens
móveis e imóveis, com preservação das características originais desses bens,
conforme definido na alínea “a”, do inciso, XXI, do caput, do art. 6°, da Lei Federal nº
14.133, de 2021.

Pregão

DECRETO Nº 44.330/2023
Art. 115. O critério de julgamento por menor preço ou maior desconto é obrigatório
na modalidade pregão e considerará o menor dispêndio para a Administração,
atendidos os parâmetros mínimos de qualidade definidos no edital de licitação.
§ 1º Os custos indiretos, relacionados às despesas de manutenção, utilização,
reposição, depreciação e impacto ambiental, entre outros fatores vinculados ao seu
ciclo de vida, poderão ser considerados para a definição do menor dispêndio,
sempre que objetivamente mensuráveis, de acordo com o § 1º do art. 34 da Lei nº
14.133, de 2021.
§ 2º O julgamento por maior desconto terá como referência o preço global fixado no
edital de licitação ou tabela de preços praticada no mercado, e o desconto será
estendido aos eventuais termos aditivos.
167

Concurso
Modalidade de licitação para escolha de trabalho técnico, científico ou
artístico, cujo critério de julgamento será o de melhor técnica ou conteúdo
artístico, e para concessão de prêmio ou remuneração ao vencedor.

TÉCNICO

SERVE PARA ESCOLHA DE


CIENTÍFICO
TRABALHO

ARTÍSTICO

PRÊMIO

PAGAMENTO

CONCURSO REMUNERAÇÃO

CRITÉRIO DE JULGAMENTO MELHOR TÉCNICA

PROCEDIMENTO ESPECIAL –
REGRAS EDITAL

DIVULGAÇÃO MÍNIMO 35 DIAS ÚTEIS


168

Leilão
Modalidade de licitação para alienação de bens imóveis ou de bens móveis
inservíveis ou legalmente apreendidos a quem oferecer o maior lance.

CREDENCIAMENTO
LEILOEIRO OFICIAL PREGÃO
QUEM CONDUZ O LEILÃO LICITAÇÃO
MAIOR DESCONTO
SERVIDOR DESIGNADO
SOBRE A COMISSÃO
169

Diálogo Competitivo
Modalidade de licitação para contratação de obras, serviços e compras em
que a Administração Pública realiza diálogos com licitantes previamente
selecionados mediante critérios objetivos, com o intuito de desenvolver uma
ou mais alternativas capazes de atender às suas necessidades, devendo os
licitantes apresentar proposta final após o encerramento dos diálogos.

INOVAÇÃO TECNOLÓGICA OU TÉCNICA

IMPOSSIBILIDADE DE UTILIZAR AS
CONDIÇÕES DA CONTRATAÇÃO SOLUÇÕES DISPONÍVEIS, EXCETO SE
ADAPTADAS

IMPOSSIBILIDADE DE DEFINIR AS
ESPECIFICAÇÕES TÉCNICAS
ADEQUADAMENTE
DIÁLOGO COMPETITIVO

A SOLUÇÃO TÉCNICA MAIS ADEQUADA

VERIFICAR A NECESSIDADE DE
OS REQUISITOS TÉCNICOS PARA
IDENTIFICAR AS ALTERNATIVAS,
CONCRETIZAR A SOLUÇÃO
DEFININDO

A ESTRUTURA JURÍDICA E FINANCEIRA


DO CONTRATO
170

DIÁLOGO COMPETITIVO
DUAS FASES: DIÁLOGO (conhecer as soluções) e COMPETIÇÃO (apresentar propostas);
► DIÁLOGO:
Instauração de COMISSÃO de contratação (efetivos), que pode ser assessorada por
TÉCNICOS CONTRATADOS;
EDITAL de PRÉ SELEÇÃO (define a necessidade e condições para manifestação e
fornecimento); 25 dias úteis; Reuniões gravadas (debater a análise das soluções,
especificidades e vantagens nas soluções).
► COMPETIÇÃO:
Edital (com especificações da solução e critérios objetivos para análise das propostas);
60 dias para as pré selecionadas apresentarem as propostas;
Administração pode pedir ajustes nas propostas;
Seleção da proposta mais vantajosa.
171

Observações
- A modalidade define o rito (procedimento) da licitação;
- A Lei 14.133/21 trouxe as seguintes mudanças sobre as
modalidades:
- Extintas: Tomada de Preço e Convite
- Nova modalidade: Diálogo Competitivo
- O valor estimado não é mais fator para definir a
modalidade, que são definidas pela natureza do objeto;
- Vedada a criação ou a combinação das modalidades
(somente a União pode criar);
- RITO COMUM: Preparação/Planejamento; Divulgação
do Edital; Propostas/Lances; Julgamento; Habilitação;
Recursos; Homologação.
- Concorrência e Pregão seguem o rito comum.

Critérios de Julgamento

1. Menor preço;
2. Melhor técnica ou conteúdo artístico (para concurso e
concorrência; NÃO considera preço)
3. Técnica e preço
4. Maior retorno econômico (para contratos de eficiência)
5. Maior desconto no preço global
6. Maior lance
172

CARACTERÍSTICAS COMUNS – MELHOR TÉCNICA E TÉCNICA E PREÇO


Avaliação da ▪ Avaliação da capacitação e da experiência por meio da apresentação
proposta técnica de atestados de obras, produtos ou serviços já realizados;
▪ Nota atribuída por banca sobre os quesitos qualitativos da proposta;
▪ Nota sobre o desempenho em contratações anteriores, conforme
fiscalização de contratos e registro cadastral do licitante.

▪ Para avaliação dos quesitos qualitativos (segundo item da lista acima);


Banca ▪ Pelo menos três membros;
▪ Servidores efetivos ou empregados públicos / profissionais contratados;
▪ Não se confunde com “comissão de licitação”.

Capacidade ▪ Obtenção de pontuação devido à capacitação técnico-profissional;


técnico- ▪ A execução do respectivo contrato terá participação direta e pessoal do
profissional profissional correspondente.

Acórdão 1169/2022 Plenário - TCU


Em licitações do tipo técnica e preço, o edital deve definir critérios objetivos
para a gradação das notas a serem dadas a cada quesito da avaliação técnica,
assim como distribuir a pontuação técnica de modo proporcional à relevância de
cada quesito para a execução do objeto contratual, de forma a permitir o
julgamento objetivo das propostas e evitar o estabelecimento de pontuação
desarrazoada, limitadora da competitividade.
173

Acórdão 7200/2022 2ª Câmara - TCU


É irregular a adoção de licitação do tipo “técnica e preço” quando o objeto da
contratação, por suas características, não possui natureza predominantemente
intelectual que exija a utilização desse critério.

Acórdão 1257/2023 Plenário - TCU


A comissão julgadora de licitação do tipo “técnica e preço” deve fundamentar
adequadamente as avaliações das propostas técnicas, deixando-as consignadas
em relatório circunstanciado nos autos do processo, não se limitando a
meramente expressar as notas ou os conceitos. Para reduzir o grau de
subjetividade nas pontuações atribuídas a essas propostas, os critérios de
julgamento devem estar suficientemente detalhados no edital do certame, sob
pena de violação ao princípio do julgamento objetivo.
174

GARANTIA DE
GARANTIA CONTRATUAL
PROPOSTA

DOS LICITANTES DO CONTRATADO

REGRAS PRÓPRIAS –
PRÉ-HABILITAÇÃO
ARTS 96 A 102

1) Garantia da proposta: Requisito para habilitação; até 1% do valor estimado da


contratação.

1) Garantia contratual: MODALIDADES: Caução em dinheiro ou título da dívida pública;


seguro-garantia ou fiança bancária.

Desclassificação da Proposta (art. 59)

❖ Vício insanável;
❖ Não obedece às especificações técnicas;

❖ Preços inexequíveis;
❖ Valor acima do orçamento estimado

❖ Desconformidade com o edital.


175

Acórdão 870/2022 Plenário - TCU


No pregão eletrônico, a proposta encaminhada pelo licitante deve conter
apenas a descrição do objeto ofertado e o preço (art. 26 do Decreto
10.024/2019), não cabendo a sua desclassificação, nessa etapa da licitação, pela
ausência do detalhamento da composição do preço, o qual somente deve ser
exigido para a proposta referente ao lance vencedor.

Acórdão 2460/2022 Plenário - TCU


É irregular a desclassificação de licitante pelo simples fato de sua proposta
conter taxa de BDI acima do percentual previsto no edital, uma vez que a
majoração do BDI pode ser eventualmente compensada pela subavaliação de
custos diretos, enquadrando o preço final ofertado ao de mercado.
176

Acórdão 1217/2023 Plenário - TCU


É irregular a desclassificação de proposta vantajosa à Administração por erros
formais ou vícios sanáveis por meio de diligência, em face dos princípios do
formalismo moderado e da supremacia do interesse público, que permeiam os
processos licitatórios.

Formalismo Moderado
Art. 12. No processo licitatório, observar-se-á o seguinte:

III - o desatendimento de exigências meramente formais que não comprometam


a aferição da qualificação do licitante ou a compreensão do conteúdo de sua
proposta não importará seu afastamento da licitação ou a invalidação do
processo;
177

Formalismo Moderado

Art. 64. Após a entrega dos documentos para habilitação, não será permitida a
substituição ou a apresentação de novos documentos, salvo em sede de
diligência, para:
I - complementação de informações acerca dos documentos já apresentados
pelos licitantes e desde que necessária para apurar fatos existentes à época da
abertura do certame;
II - atualização de documentos cuja validade tenha expirado após a data de
recebimento das propostas.

Acórdão 1211/2021 Plenário - TCU


A vedação à inclusão de novo documento, prevista no art. 43, § 3º, da Lei
8.666/1993 e no art. 64 da Lei 14.133/2021 (nova Lei de Licitações), não alcança
documento ausente, comprobatório de condição atendida pelo licitante quando
apresentou sua proposta, que não foi juntado com os demais comprovantes de
habilitação e da proposta, por equívoco ou falha, o qual deverá ser solicitado e
avaliado pelo pregoeiro.
178

Parecer nº 00006/2021/CNMLC/CGU/AGU
17. A interpretação dada pelo TCU no Acórdão 1211/2021, na prática, afasta
dispositivos expressos do Decreto nº 10.024/2019.
54. Desta forma, não havendo invalidade no Decreto, não há como desrespeitá-
lo, embora seja possível, eventualmente, sua alteração, caso assim decida o
chefe do Poder Executivo, utilizando-se do expediente adequado que é a edição
de novo Decreto que altere a previsão normativa outrora existente.

Acórdão 988/2022 Plenário - TCU


Na falta de documento relativo à fase de habilitação em pregão que consista em
mera declaração do licitante sobre fato preexistente ou em simples
compromisso por ele firmado, deve o pregoeiro conceder-lhe prazo razoável
para o saneamento da falha, em respeito aos princípios do formalismo
moderado e da razoabilidade, bem como ao art. 2º, caput, da Lei 9.784/1999.
179

Ponderação entre Princípios

● Legalidade x Economicidade

● Legalidade x Eficiência

● Legalidade x Celeridade

● Vinculação ao edital x Competitividade

● Vinculação ao edital x Razoabilidade

Acórdão 2678/2019 1ª Câmara - TCU


A adesão, por entidade do Sistema S, a registro de preços realizado por órgãos
ou entidades da Administração Pública, ainda que sem previsão no seu
regulamento de compras e no Decreto 7.892/2013, não é conduta grave o
suficiente para macular as contas do gestor quando restar demonstrado que ele
agiu motivado pela busca do melhor preço. Nesse caso, os princípios da
eficiência e da busca pela proposta mais vantajosa para a Administração devem
preponderar sobre o princípio da legalidade estrita, porquanto atendidos o
interesse público e a economicidade do ato.
180

Decisão 3387/2019 - TCDF


Tratou-se de Representação noticiando irregularidade ocorrida em processo de
licitação de concessão de uso de bem público ao autorizar que o consórcio
vencedor, único participante, esclarecesse e complementasse a proposta
apresentada à Administração, mormente no que se refere à documentação de
operação, do plano de requalificação da área e uso social e do plano de
negócios. Examinando o feito, o Tribunal entendeu que, de fato, os
esclarecimentos apresentados pela jurisdicionada e pela empresa representante
do Consórcio contratado não se mostram suficientes para justificar a utilização
da norma constante do art. 43, § 3º, da Lei nº 8.666/1993 e do comando do item
11.6 do Edital para saneamento material das propostas.

Decisão 3387/2019 - TCDF


Isso porque não se trata de caso que permitia a realização de diligências para
fins de esclarecimento ou mesmo de demonstração de exequibilidade da
proposta. Da mesma forma, pelo fato de somente ter comparecido um
interessado, não havia a possibilidade de estabelecimento de prazo aos
licitantes para a apresentação de nova documentação ou mesmo de outra
proposta, isenta das irregularidades que motivaram a desclassificação. Nesse
contexto a condução do procedimento licitatório, em afronta ao art. 43, § 3º, da
Lei nº 8.666/1993, maculou o certame, uma vez que atingiu o princípio da
legalidade. Por outro lado, o Tribunal decidiu, que há a necessidade de se
realizar, in casu, uma ponderação de conflito de interesses.
181

Decisão 3387/2019 - TCDF


A anulação da licitação em voga ou a perpetuação da cautelar suspensiva do
certame traria mais prejuízos do que benefícios ao interesse público. Assim, o
Tribunal decidiu pela continuidade da contratação, considerando
preponderantes, in casu, os princípios da proporcionalidade, da eficiência e do
interesse público, especialmente pela possibilidade de eventuais falhas de
planejamento do certame serem evitadas por meio da aplicação da cláusula
contratual de reequilíbrio econômico-financeiro, prevendo a revisão da outorga
após cinco anos da assinatura com a concessionária.

Margem de Preferência
182

APÓS O RESULTADO DO
JULGAMENTO

COM O PRIMEIRO COLOCADO


SE A PROPOSTA DO 1º FICAR ACIMA DO
LIMITE MÁXIMO, APÓS A NEGOCIAÇÃO
NEGOCIAÇÃO PODE FAZER COM OS DEMAIS
LICITANTES
ORDEM DE CLASSIFICAÇÃO
CONDUZIDA POR AGENTE DE
CONTRATAÇÃO OU COMISSÃO

RESULTADO DIVULGADO A TODOS


OS LICITANTES
183

Acórdão 1872/2018 - Plenário TCU

Na fase de negociação posterior à disputa de lances em pregão sob a


modelagem de adjudicação por preço global de grupo de itens, é irregular a
aceitação pelo pregoeiro de item com preço unitário superior àquele definido na
etapa de lances, ainda que o valor total do respectivo grupo tenha sido reduzido.
A negociação de itens de grupo só é admissível se resultar em redução ou
manutenção dos preços desses itens (art. 4º, inciso XVII, da Lei 10.520/2002).

Acórdão 8060/2020 - 2ª Câmara TCU

É indevida a aceitação pelo pregoeiro, na fase de negociação posterior à disputa


de lances, de majoração de preço unitário de item definido na etapa de lances,
quer para os itens adjudicados individualmente, quer para os adjudicados em
grupos.
184

Acórdão 2622/2021 - Plenário TCU

Na modalidade pregão, a negociação com o licitante vencedor visando obter


melhor proposta para a Administração deve ser realizada mesmo se o valor
ofertado for inferior àquele orçado pelo órgão ou pela entidade promotora do
certame (art. 38, caput, do Decreto 10.024/2019).

Acórdão 2326/2022 - Plenário TCU


É irregular a condução, pelo pregoeiro, da etapa de negociação (art. 38 do
Decreto 10.024/2019) tendo por referência tão somente os valores orçados pelo
órgão promotor da licitação, sem antes buscar equiparar os preços ofertados
pelo licitante vencedor aos preços menores trazidos por empresa desclassificada
no certame apenas em razão da não apresentação de documento técnico
exigido no edital.
185

Negociação

DECRETO Nº 44.330/2023
Art. 145. Definido o resultado do julgamento do certame, a Administração Pública, por meio do pregoeiro,
poderá recorrer aos procedimentos de negociação com licitantes, contratados e/ou beneficiários de ata de
registro de preços, de forma a obter condições mais vantajosas para a administração.
Art. 146. Na forma do disposto no art. 61, da Lei Federal nº 14.133, de 2021, o pregoeiro poderá negociar
com o primeiro colocado condições mais vantajosas.
§ 1º A negociação será realizada por meio do sistema eletrônico, podendo ser acompanhada pelos demais
licitantes.
§ 2º A negociação poderá ser feita com os demais licitantes, segundo a ordem de classificação inicialmente
estabelecida, quando o primeiro colocado, mesmo após a negociação, for desclassificado em razão de sua
proposta permanecer acima do preço máximo definido pela Administração.
§ 3º A negociação será conduzida por pregoeiro, e, depois de concluída, terá seu resultado divulgado e
anexado aos autos do processo licitatório ou do processo de contratação.

Negociação

DECRETO Nº 44.330/2023
Art. 147. Na forma do disposto no art. 107, da Lei Federal nº 14.133, de
2021, o gestor do contrato poderá negociar condições mais vantajosas com a
contratada no procedimento que antecede a prorrogação ou a extinção dos
contratos de serviços e fornecimentos contínuos.
Art. 148. Na forma do disposto no § 4º do art. 90, da Lei Federal nº 14.133,
de 2021, o pregoeiro poderá convocar os licitantes remanescentes para
negociação, na ordem de classificação, com vistas à obtenção de melhor
preço, mesmo que acima do preço do adjudicatário, caso o licitante vencedor
não celebre o contrato com o Poder Público.
186

Acórdão 721/2023 1ª Câmara - TCU


No pregão, eletrônico ou presencial, o juízo de admissibilidade das intenções de
recurso deve avaliar tão somente a presença dos pressupostos recursais
(sucumbência, tempestividade, legitimidade, interesse e motivação),
constituindo irregularidade a denegação fundada em exame prévio do mérito do
pedido.
187

Acórdão 2509/2023 2ª Câmara - TCU


É possível, em caráter excepcional, conhecer de recurso interposto fora do prazo
quando a intempestividade verificada for mínima, de apenas um dia útil, em
homenagem aos princípios do contraditório, da ampla defesa, do formalismo
moderado e da busca da verdade real.

Acórdão 4370/2023 1ª Câmara - TCU


Cabe ao pregoeiro indicar de forma clara e objetiva as inconsistências que
devem ser corrigidas na planilha de preços apresentada pelo licitante, sem
alteração do valor final da proposta, não se limitando a informar apenas os
itens, submódulos ou módulos da planilha onde os erros se encontram, sem
especificar o que está errado. Essa indicação, desde que realizada de forma
indistinta em relação a todos os licitantes, favorece a transparência e viabiliza o
efetivo exercício do contraditório e da ampla defesa, possibilitando o
aproveitamento de propostas mais vantajosas pela Administração.
188

Acórdão 3972/2023 2ª Câmara - TCU


A autoridade que homologa o pregão deve, sob pena de responsabilização,
verificar a existência de fundamentos na manifestação do pregoeiro pelo não
provimento de recurso interposto por licitante, especialmente se houve
contraposição às razões recursais apresentadas, em observância ao princípio da
motivação (art. 2º da Lei 9.784/1999).

Procedimentos Auxiliares (art.78)

• Credenciamento;
• Pré-qualificação;
• Procedimento de Manifestação de Interesse (PMI);
• Sistema de Registro de Preços (SRP);
• Registro Cadastral.
189

Sistema de Registro de Preços

Sistema integrado de compras públicas, por


intermédio de pregão ou concorrência.

Fundamental para a escolha mais vantajosa


de aquisição ou prestação de serviços

Sistema de Registro de Preços (SRP)

Conjunto de procedimentos para realização, mediante contratação direta


ou licitação nas modalidades pregão ou concorrência, de registro formal de
preços relativos a prestação de serviços, a obras e a aquisição e locação de
bens para contratações futuras.
190

Sistema de Registro de Preços (SRP)


Requisitos
I. quando, pelas características do bem ou serviço, houver necessidade
de contratações frequentes;
II. quando for conveniente a aquisição de bens com previsão de entregas
parceladas ou contratação de serviços remunerados por unidade
de medida ou em regime de tarefa;
III. quando for conveniente a aquisição de bens ou a contratação de
serviços para atendimento a mais de um órgão ou entidade, ou a
programas de governo; ou
IV. quando, pela natureza do objeto, não for possível definir
previamente o quantitativo a ser demandado pela Administração.

Órgão ou entidade gerenciadora


Órgão ou entidade da Administração Pública responsável pela condução do conjunto de
procedimentos para registro de preços e pelo gerenciamento da ata de registro de preços dele
decorrente.

Órgão ou entidade participante


Órgão ou entidade da Administração Pública que participa dos procedimentos iniciais da
contratação para registro de preços e integra a ata de registro de preços.

Órgão ou entidade não participante (“carona”)


Órgão ou entidade da Administração Pública que não participa dos procedimentos iniciais da
licitação para registro de preços e não integra a ata de registro de preços.
191

CONDUZ O PROCEDIMENTO
GERENCIADOR
GERENCIA A ATA

PARTICIPA DOS PROCEDIMENTOS INICIAIS


ÓRGÃOS ENTIDADES DO PARTICIPANTE
SRP
INTEGRA A ATA

NÃO PARTICIPA DOS PROCEDIMENTOS INICIAIS


NÃO PARTICIPANTE
NÃO INTEGRA A ATA

Acórdão 978/2023 Plenário - TCU


Em licitação para registro de preços, é regular que os quantitativos mínimos
exigidos para comprovação de experiência anterior, para fins de qualificação
técnica-operacional, sejam estabelecidos por percentual do somatório dos
quantitativos a serem demandados tanto pelo órgão gerenciador quanto pelos
órgãos participantes (art. 9º, incisos II, III e § 3º, do Decreto 7.892/2013).
192

JUSTIFICATIVA DA VANTAGEM DE ADESÃO

REQUISITOS DA “CARONA” DEMONSTRAÇÃO DA COMPATIBILIDADE DOS PREÇOS COM OS DE MERCADO

CONSULTA E ACEITAÇÃO GERENCIADOR

POR ÓRGÃO OU ENTIDADE 50%

ATA GERENCIADA POR ÓRGÃO DO EXECUTIVO


FEDERAL

EXECUÇÃO DESCENTRALIZADA DE PROGRAMA OU


TRANSFERÊNCIA VOLUNTÁRIA
PROJETO FEDERAL

LIMITES NÃO TEM LIMITE TOTAL

NA TOTALIDADE DOBRO DO REGISTRADO

MEDICAMENTOS E MATERIAL DE CONSUMO MÉDICO-


HOSPITALAR

AQUISIÇÃO EMERGENCIAL GERENCIADA PELO MS

NÃO TEM LIMITE TOTAL

TODOS OS ENTES ADMINISTRAÇÃO FEDERAL

NÃO PODEM ADERIR ATA GERIDA


NÃO PODE ADERIR ATA DE ESTADO, DF E
POR ÓRGÃO OU ENTIDADE
MUNICÍPIO
MUNICIPAL
193

Ata de Registro de Preços (ARP)

Documento vinculativo e obrigacional, com característica de compromisso


para futura contratação, no qual são registrados o objeto, os preços, os
fornecedores, os órgãos participantes e as condições a serem praticadas,
conforme as disposições contidas no edital da licitação, no aviso ou
instrumento de contratação direta e nas propostas apresentadas.

Sistema de Registro de Preços (SRP)


Observações

- SRP para inexigibilidade e dispensa de licitação;


- ARP terá validade de 1 ano e poderá ser prorrogado por mais 1 ano;
- SRP para obra e serviço de engenharia: se existir projeto padronizado e
tiver necessidade permanente.
194

Sistema de Registro de Preços - SRP

DECRETO Nº 44.330/2023

Art. 189. O Sistema de Registro de Preços (SRP) para aquisição e locação de bens ou contratação de obras
ou serviços, inclusive de engenharia, pelos órgãos e entidades da Administração direta, autárquica e
fundacional do Distrito Federal, obedecerá ao disposto nesta Seção.
Art. 190. O Sistema de Registro de Preços será adotado, preferencialmente:
I - quando, pelas características do bem ou serviço, houver necessidade de contratações frequentes;
II - quando for conveniente a aquisição de bens com previsão de entregas parceladas ou contratação de
serviços remunerados por unidade de medida ou tarefa;
III - quando for conveniente a aquisição de bens ou a contratação de serviços para atendimento a mais de
um órgão ou entidade, ou a programas de governo; ou
IV - quando, pela natureza do objeto, não for possível definir previamente o quantitativo a ser demandado
pela Administração.

Sistema de Registro de Preços - SRP

DECRETO Nº 44.330/2023
§ 1º O Sistema de Registro de Preços, no caso de obras e serviços de engenharia,
somente poderá ser utilizado se atendidos, cumulativamente, os seguintes
requisitos:
I - existência de projeto padronizado, sem complexidade técnica e operacional;
II - necessidade permanente ou frequente de obra ou serviço a ser contratado; e
III - haja compromisso do órgão participante ou aderente de suportar as despesas
das ações necessárias à adequação do projeto padrão às peculiaridades da execução.
195

Sistema de Registro de Preços - SRP

DECRETO Nº 44.330/2023
Art. 195. O processo licitatório para o Sistema de Registro de Preços será realizado na
modalidade de concorrência ou pregão, preferencialmente eletrônicos, do tipo menor preço
ou maior desconto, nos termos da Lei Federal nº 14.133, de 2021 e deste Regulamento.
Parágrafo único. O Sistema de Registro de Preços poderá, na forma deste Regulamento, ser
utilizado nas hipóteses de inexigibilidade e de dispensa de licitação para a aquisição de bens
ou para a contratação de serviços por mais de um órgão ou entidade.
Art. 196. O processo licitatório para registro de preços será precedido de ampla pesquisa de
preços para fixação do preço máximo e o valor estimado será definido com base no melhor
preço aferido por meio da utilização dos parâmetros estabelecidos nos §§ 1º e 2º art. 23 da
Lei Federal nº 14.133, de 2021, bem como o disposto na Seção VII do Capítulo IV deste
Regulamento.

Sistema de Registro de Preços - SRP

DECRETO Nº 44.330/2023
Art. 197. Além das exigências previstas no caput do art. 82, da Lei Federal nº 14.133, de
2021, o edital de licitação para Registro de Preços contemplará, no mínimo, o seguinte:
I - estimativa de quantidades a serem adquiridas ou contratadas, segundo a conveniência e
oportunidade, no prazo de validade do registro de preços;
II - indicação nominal dos órgãos e entidades participantes do respectivo registro de preços.
III - a possibilidade ou não, e o limite da adesão de outros órgãos e entidades;
IV - prazo de validade da ata de registro de preços;
V - previsão do cancelamento do registro de preços por inidoneidade superveniente ou
comportamento irregular do fornecedor ou, ainda, no caso de substancial alteração das
condições do mercado.
196

Sistema de Registro de Preços - SRP

DECRETO Nº 44.330/2023

§ 6º O licitante poderá formular proposta com quantidade inferior à


demandada somente se expressamente autorizado no edital e, nessa
hipótese, serão registrados em ata os preços dos licitantes classificados, até
que seja atingido o total licitado do bem ou serviço, em função da capacidade
de fornecimento do licitante, que estará obrigado nos limites da proposta, na
forma do inciso IV, do art. 82, da Lei Federal nº 14.133, de 2021.

Ata de Registro de Preços - ARP

DECRETO Nº 44.330/2023
Art. 198, § 1º O prazo de vigência da ata de registro de preços, contado a
partir da publicação do extrato da ata no Portal Nacional de Contratações
Públicas, será de 12 (doze) meses e poderá ser prorrogado, por igual período,
desde que comprovado que as condições e o preço permanecem vantajosos.
Art. 199. No ato de prorrogação da vigência da ata de registro de preços
poderá haver a renovação dos quantitativos registrados, até o limite do
quantitativo original.
Parágrafo único. O ato de prorrogação da vigência da ata deverá indicar
expressamente o prazo de prorrogação e o quantitativo renovado.
197

Ata de Registro de Preços - ARP

DECRETO Nº 44.330/2023
Art. 201. O edital e a ata de registro de preços deverá conter cláusula que estabeleça a
possibilidade de atualização periódica dos preços registrados, em conformidade com a
realidade de mercado dos respectivos insumos.
Art. 202. O edital de licitação para registro de preços deverá dispor sobre as condições para
alteração de preços registrados em caso de força maior, caso fortuito ou fato do príncipe ou
em decorrência de fatos imprevisíveis ou previsíveis de consequências incalculáveis, que
inviabilizem a execução tal como pactuado, observadas as regras gerais da Lei nº 14.133, de
2021.
Art. 203. Quando o preço registrado se tornar superior ao preço praticado no mercado por
motivo superveniente, o órgão gerenciador convocará os fornecedores para negociarem a
redução dos preços registrados, tornando-os compatíveis com os valores praticados pelo
mercado.

Ata de Registro de Preços - ARP

DECRETO Nº 44.330/2023
Art. 204. Quando o preço de mercado se tornar superior aos preços registrados é facultado ao
fornecedor requerer, antes do pedido de fornecimento, a revisão do preço registrado, mediante
demonstração de fato superveniente que tenha provocado elevação que supostamente impossibilite o
cumprimento das obrigações contidas na ata e desde que atendidos os seguintes requisitos:
I - a possibilidade da revisão dos preços registrados seja aventada pelo fornecedor ou prestador
signatário da ata de registro de preços;
II - a modificação seja substancial nas condições registradas, de forma que seja caracterizada alteração
desproporcional entre os encargos do fornecedor ou prestador signatário da ata de registro de preços
e da Administração Pública;
III - seja demonstrado nos autos a desatualização dos preços registrados, por meio de apresentação de
planilha de custos e documentação comprobatória correlata que demonstre que os preços registrados
se tornaram inviáveis nas condições inicialmente pactuadas.
198

Acórdão 2822/2021 Plenário - TCU


A inserção de cláusula em edital licitatório prevendo a possibilidade de adesão a
ata de registro de preços por órgãos ou entidades não participantes do
planejamento da contratação (“carona”) exige justificativa específica, lastreada
em estudo técnico referente ao objeto licitado e devidamente registrada no
documento de planejamento da contratação (art. 9º, inciso III, do Decreto
7.892/2013).

Acórdão 1851/2022 Plenário - TCU


Não é juridicamente possível o aproveitamento, por órgão federal, de contrato
já firmado por órgão estadual ou municipal. O único instrumento legal que
possibilita determinado órgão se beneficiar de licitação realizada por outro é a
adesão a ata de registro de preços, no âmbito do Sistema de Registro de Preços
(SRP); porém é vedada, pelo art. 22, § 8º, do Decreto 7.892/2013 e pelo art. 86,
§ 8º, da Lei 14.133/2021, aos órgãos e entidades da Administração Pública
Federal a adesão a ata de registro de preços gerenciada por órgão ou entidade
estadual, distrital ou municipal.
199

Acórdão 1794/2023 1ª Câmara - TCU


A mera comparação dos valores constantes em ata de registro de preços com os
obtidos junto a empresas consultadas na fase interna de licitação não é
suficiente para configurar a vantajosidade da adesão à ata, haja vista que os
preços informados nas consultas, por vezes superestimados, não serão, em
regra, os efetivamente contratados. Deve o órgão não participante (“carona”),
com o intuito de aferir a adequação dos preços praticados na ata, se socorrer de
outras fontes, a exemplo de licitações e contratos similares realizados no âmbito
da Administração Pública.

Credenciamento

Processo administrativo de chamamento público em que a Administração


Pública convoca interessados em prestar serviços ou fornecer bens para que,
preenchidos os requisitos necessários, se credenciem no órgão ou na
entidade para executar o objeto quando convocados.
200

CONTRATOS SIMULTÂNEOS EM CONDIÇÕES


PARALELA E NÃO EXCLUDENTE
PADRONIZADAS

BENEFICIÁRIO QUE SELECIONA O CONTRATADO


SELEÇÃO A CRITÉRIO DE TERCEIROS
CREDENCIAMENTO EXEMPLO: CREDENCIAMENTO DE MÉDICOS OU DE
LABORATÓRIOS

FLUTUAÇÃO DE VALOR
MERCADOS FLUIDOS
"PREÇOS DINÂMICOS"

CONTRATAÇÃO DOS PRODUTORES RURAIS DA


AGRICULTURA FAMILIAR;

EXEMPLOS DE DE LABORATÓRIOS PARA ATENDER AO SUS;


CREDENCIAMENTOS:

CONTRATAÇÃO SEM PRÉVIA DEFINIÇÃO DE PREÇOS:


PASSAGENS

Credenciamento

DECRETO Nº 44.330/2023

Art. 149. Credenciamento é um processo administrativo precedido de


chamamento público em que a Administração Pública convoca interessados
em prestar serviços ou fornecer bens para que, preenchidos os requisitos
necessários, se credenciem por meio de cadastramento no órgão ou na
entidade para executar ou fornecer o objeto quando convocados.
Parágrafo único. O procedimento de credenciamento será conduzido por um
agente de contratação ou comissão especial de credenciamento designada
pela autoridade competente.
201

Credenciamento

DECRETO Nº 44.330/2023

Art. 155. O credenciamento poderá ser utilizado nas seguintes hipóteses de


contratação:
I - paralela e não excludente;
II - com seleção a critério de terceiros;
III - em mercados fluidos.

Acórdão 533/2022 Plenário - TCU


Embora não previsto na Lei 13.303/2016 (Lei das Estatais), admite-se a utilização
do credenciamento pelas sociedades de economia mista, mediante aplicação
analógica dos arts. 6º, inciso XLIII, e 79 da Lei 14.133/2021 (nova Lei de
Licitações e Contratos Administrativos), uma vez que tais entidades, sujeitas ao
mercado concorrencial, exigem instrumentos mais flexíveis e eficientes de
contratação.
202

Acórdão 459/2023 Plenário - TCU


Na contratação de serviços de administração, intermediação e fornecimento de
benefício alimentação e refeição aos seus colaboradores, é recomendável que as
entidades do Sistema S, caso decidam pela técnica do credenciamento,
observem, por analogia, as disposições do art. 79, parágrafo único, da Lei
14.133/2021 (nova Lei de Licitações e Contratos).

Pré-qualificação

Procedimento seletivo prévio à licitação, convocado por meio de edital,


destinado à análise das condições de habilitação, total ou parcial, dos
interessados ou do objeto.
203

PROCEDIMENTO SELETIVO PRÉVIO À


LICITAÇÃO
CONVOCAÇÃO POR
O QUE É?
EDITAL DE HABILITAÇÃO, TOTAL OU
ANÁLISE DAS PARCIAL
CONDIÇÕES
DO OBJETO (BENS E SERVIÇOS)

É PROCEDIMENTO AUXILIAR (NÃO É FASE)


DIFERENTE DA
HABILITAÇÃO, PORQUE: ABERTO PERMANENTEMENTE

SERVE PARA LICITANTES OU BENS E SERVIÇOS


PRÉ-QUALIFICAÇÃO
NO MÁXIMO UM ANO
VALIDADE
LIMITADO À VALIDADE DOS DOCUMENTOS

PODE SER TOTAL OU PARCIAL


OS BENS E SERVIÇOS INTEGRARÃO UM
CATÁLOGO
OBSERVAÇÕES PODE SER POR GRUPOS OU SEGMENTOS
PRAZO DE DEZ DIAS ÚTEIS PARA A COMISSÃO
ANALISAR OS DOCUMENTOS
PODE TER LICITAÇÃO RESTRITA AOS PRÉ-
QUALIFICADOS

Pré-qualificação

DECRETO Nº 44.330/2023
Art. 181. A pré-qualificação é o procedimento técnico-administrativo para selecionar previamente:
I - licitantes que reúnam condições de habilitação para participar de futura licitação ou de licitação
vinculada a programas de obras ou de serviços objetivamente definidos;
II - bens que atendam às exigências técnicas ou de qualidade estabelecidas pela Administração.
§ 1º A pré-qualificação poderá ser parcial ou total, com alguns ou todos os requisitos técnicos ou de
habilitação necessários à contratação, assegurada, em qualquer hipótese, a igualdade de condições
entre os concorrentes.
§ 2º A pré-qualificação de que trata o inciso I do caput deste artigo poderá ser efetuada por grupos ou
segmentos de objetos a serem contratados, segundo as especialidades dos fornecedores.
204

Pré-qualificação

DECRETO Nº 44.330/2023
Art. 188. A Administração Pública poderá realizar licitação restrita aos pré-
qualificados, justificadamente, desde que:
I - a convocação para a pré-qualificação discrimine que as futuras licitações serão
restritas aos pré-qualificados;
II - na convocação a que se refere o inciso I do caput deste artigo conste estimativa
de quantitativos mínimos que a Administração Pública pretende adquirir ou
contratar nos próximos doze meses e de prazos para publicação do edital; e
III - a pré-qualificação seja total, contendo todos os requisitos de habilitação
necessários à contratação.

Pré-qualificação

DECRETO Nº 44.330/2023
§ 1º O registro cadastral de pré-qualificados deverá ser amplamente divulgado e deverá estar
permanentemente aberto aos interessados, obrigando-se a unidade por ele responsável a proceder, no
mínimo anualmente, a chamamento público para a atualização dos registros existentes e para o ingresso de
novos interessados.
§ 2º Só poderão participar da licitação restrita aos pré-qualificados os licitantes que, na data da publicação
do respectivo instrumento convocatório:
I - já tenham apresentado a documentação exigida para a pré-qualificação, ainda que o pedido de pré-
qualificação seja deferido posteriormente; e
II - estejam regularmente cadastrados.
§ 3º No caso de realização de licitação restrita, a Administração Pública enviará convite por meio eletrônico
a todos os pré-qualificados no respectivo segmento.
§ 4º O convite de que trata o § 3º deste artigo não exclui a obrigação de atendimento aos requisitos de
publicidade do instrumento convocatório.
205

REGISTRO CADASTRAL
▪ Disponível no Portal Nacional de Contratações Públicas;
▪ Utilizado pelos órgãos e entidades da administração pública;
▪ Público, amplamente divulgado e aberto permanentemente;
▪ Obrigatório chamamento público, pela internet, no mínimo anualmente,
Características para atualização e ingresso.
gerais ▪ Pode ter licitação restrita aos fornecedores cadastrados:
• O edital fixará prazo para o não cadastrado se cadastrar.
▪ Emissão: certificado de registro cadastral;
▪ Depende dos documentos de habilitação;
▪ Pode ser alterado, suspenso ou cancelado, a qualquer tempo.

Registro da ▪ Cumprimento das obrigações assumidas;


avaliação de ▪ Avaliação do desempenho na execução contratual;
desempenho ▪ Registro de indicadores e penalidades.

Registro Cadastral

DECRETO Nº 44.330/2023
Art. 218. Administração Pública deverá utilizar o sistema de registro cadastral unificado disponível no Portal Nacional
de Contratações Públicas (PNCP), para efeito de cadastro unificado de licitantes, nos termos do artigo 87 da Lei nº
14.133, de 2021.
§ 1º A Administração poderá realizar licitação restrita a fornecedores cadastrados, nas hipóteses de inversão de fases,
atendidos os critérios, as condições e os limites estabelecidos em regulamento, bem como a ampla publicidade dos
procedimentos para o cadastramento.
§ 2º Para efeitos do cadastro unificado de que trata o caput deste artigo, bem como a verificação da conformidade da
habilitação dos licitantes, conforme dispõe o art. 62 da Lei nº 14.133, de 2021, observar-se-á, como parâmetro normativo,
no que couber, o disposto na Instrução Normativa SEGES/ME nº 3, de 26 de abril de 2018, da Secretaria de Especial de
Desburocratização, Gestão e Governo Digital, do Ministério da Economia, ou outra norma que venha a substituí-la.
§ 3º Na hipótese a que se refere o §1º deste artigo, será admitido fornecedor que realize seu cadastro dentro do prazo
previsto no edital para apresentação de propostas.
§ 4º É proibida a exigência, pelo órgão ou entidade licitante, de registro cadastral complementar para acesso a edital e
anexos.
206

Registro Cadastral

DECRETO Nº 44.330/2023
Art. 219. A atuação do contratado no cumprimento de obrigações assumidas será avaliada pelo contratante,
que emitirá documento comprobatório da avaliação realizada, com menção ao seu desempenho na execução
contratual, baseado em indicadores objetivamente definidos e aferidos, e a eventuais penalidades aplicadas,
o que constará do registro cadastral em que a inscrição for realizada.
Art. 220. A anotação do cumprimento de obrigações pelo contratado, de que trata o artigo anterior, será
condicionada à implantação e à regulamentação do cadastro de atesto de cumprimento de obrigações, apto
à realização do registro de forma objetiva, em atendimento aos princípios da impessoalidade, da igualdade,
da isonomia, da publicidade e da transparência, de modo a possibilitar a implementação de medidas de
incentivo aos licitantes que possuírem ótimo desempenho anotado em seu registro cadastral.
Art. 221. O interessado que requerer o cadastro, na forma do art. 88 da Lei Federal nº 14.133, de 2021,
poderá participar de processo licitatório até a decisão da Administração, e a celebração do contrato ficará
condicionada à emissão do certificado referido no § 2º do art. 88 da Lei 14.133, de 2021.

Registro Cadastral

DECRETO Nº 44.330/2023
Art. 222. O registro cadastral unificado será de acesso e consulta prévia
obrigatórios a todos os órgãos da Administração Pública direta, autárquica e
fundacional do Distrito Federal para:
I - celebração de convênios, acordos, ajustes, contratos que envolvam o desembolso,
a qualquer título, de recursos financeiros;
II - repasses de valores de convênios ou pagamentos referentes a contratos; e
III - registros das sanções aplicadas às pessoas físicas e jurídicas.
Parágrafo único. A existência de registro de sanções no cadastro unificado poderá
constituir impedimento à realização dos atos aos quais este artigo se refere,
conforme o disposto na Lei Federal 14.133, de 2021.
207

Procedimento de Manifestação de Interesse - PMI

Art. 81. A Administração poderá solicitar à iniciativa privada, mediante


procedimento aberto de manifestação de interesse a ser iniciado com a
publicação de edital de chamamento público, a propositura e a
realização de estudos, investigações, levantamentos e projetos de
soluções inovadoras que contribuam com questões de relevância
pública, na forma de regulamento.
§ 1º Os estudos, as investigações, os levantamentos e os projetos
vinculados à contratação e de utilidade para a licitação, realizados pela
Administração ou com a sua autorização, estarão à disposição dos
interessados, e o vencedor da licitação deverá ressarcir os dispêndios
correspondentes, conforme especificado no edital.

Procedimento de Manifestação de Interesse - PMI

§ 2º A realização, pela iniciativa privada, de estudos, investigações,


levantamentos e projetos em decorrência do procedimento de
manifestação de interesse previsto no caput deste artigo:
I - não atribuirá ao realizador direito de preferência no processo
licitatório;
II - não obrigará o poder público a realizar licitação;
III - não implicará, por si só, direito a ressarcimento de valores
envolvidos em sua elaboração;
IV - será remunerada somente pelo vencedor da licitação, vedada, em
qualquer hipótese, a cobrança de valores do poder público.
208

Procedimento de Manifestação de Interesse - PMI

§ 3º Para aceitação dos produtos e serviços de que trata o caput deste artigo, a
Administração deverá elaborar parecer fundamentado com a demonstração de que
o produto ou serviço entregue é adequado e suficiente à compreensão do objeto, de
que as premissas adotadas são compatíveis com as reais necessidades do órgão e de
que a metodologia proposta é a que propicia maior economia e vantagem entre as
demais possíveis.
§ 4º O procedimento previsto no caput deste artigo poderá ser restrito a startups,
assim considerados os microempreendedores individuais, as microempresas e as
empresas de pequeno porte, de natureza emergente e com grande potencial, que se
dediquem à pesquisa, ao desenvolvimento e à implementação de novos produtos ou
serviços baseados em soluções tecnológicas inovadoras que possam causar alto
impacto, exigida, na seleção definitiva da inovação, validação prévia fundamentada
em métricas objetivas, de modo a demonstrar o atendimento das necessidades da
Administração.

Parecer Jurídico

Tribunal de Contas da União esclarece requisitos para responsabilizar


pareceristas:
1. O parecer em licitações é vinculante e faz parte do ato decisório, mas se exige
ainda a culpa em sentido amplo (dolo ou culpa);
2. Aprovar cláusulas restritivas atrai a tipificação de culpa grave do parecerista;
3. É preciso analisar cuidadosamente as razões recursais dos licitantes e
investigar sinais de alerta como o reduzido número de interessados e a opção
por preços maiores.
209

Acórdão 51/2018 Plenário - TCU

O parecerista jurídico pode ser responsabilizado pela emissão de parecer


obrigatório, nos termos do art. 38, parágrafo único, da Lei 8.666/1993, não
devidamente fundamentado, que defenda tese não aceitável, por se mostrar
frontalmente contrário à lei.

Acórdão 615/2020 Plenário - TCU

Os ocupantes de cargos da Advocacia Pública Federal, nos casos que abarquem a


esfera de competência do TCU, podem ser responsabilizados pelo Tribunal,
mesmo quando não tenham atuado com dolo ou fraude.
210

Acórdão 13375/2020 1ª Câmara - TCU

O parecer jurídico que não esteja fundamentado em razoável interpretação da


lei, contenha grave ofensa à ordem pública ou deixe de considerar
jurisprudência pacificada do TCU pode ensejar a responsabilização do seu autor,
se o ato concorrer para eventual irregularidade praticada pela autoridade que
nele se embasou.

Acórdão 724/2021 Plenário - TCU

A existência de parecer jurídico não é suficiente para afastar a responsabilidade


do agente público pela prática de ato irregular, entretanto pode ser considerada
circunstância atenuante na dosimetria da pena.
211

Acórdão 7289/2022 1ª Câmara - TCU


A elaboração de parecer, com base no art. 38 da Lei 8.666/1993, aprovando
minuta de edital de licitação contendo exigências de qualificação técnica que
restringem indevidamente a competitividade do certame pode ensejar a
responsabilização do parecerista jurídico.

Homologação

Acórdão 4834/2022 - TCU


Aspectos “sensíveis” que devem ser especialmente considerados pela autoridade
homologadora do pregão:
1. Exame da fundamentação do pregoeiro ao rebater os recursos apresentados,
notadamente se não providos;
2. Conferência da pesquisa de preços e exame crítico dos preços considerados
inexequíveis;
3. Avaliação das recomendações eventualmente lançadas pelo jurídico.
212

Jurisprudência
▪ Ao ordenador de despesas compete verificar todo o processo de
dispêndio, com o objetivo de, entre outras medidas, detectar possíveis
irregularidades, de modo que a sua assinatura não configura mera
formalidade, mas autêntica instância de controle de gastos dos
recursos públicos (Acórdão TCU nº550/2015 – Plenário).

Acórdão 505/2021 Plenário - TCU


A autoridade homologadora é responsável solidariamente pelos vícios
identificados nos procedimentos licitatórios, exceto se forem vícios ocultos,
dificilmente perceptíveis. A homologação se caracteriza como um ato de
controle praticado pela autoridade competente sobre todos os atos praticados
na respectiva licitação. Esse controle não pode ser tido como meramente formal
ou chancelatório, mas antes como um ato de fiscalização.
213

Acórdão 368/2022 Plenário - TCU


A autoridade homologadora é responsável solidariamente pelos vícios
identificados nos procedimentos licitatórios, exceto se forem ocultos,
dificilmente perceptíveis. A homologação se caracteriza como ato de controle da
autoridade competente sobre todos os atos praticados na respectiva licitação.
Esse controle não pode ser tido como meramente formal ou chancelatório, mas
como ato de fiscalização.

Acórdão 3074/2022 2ª Câmara - TCU


O ordenador de despesas tem o dever de verificar a legalidade e a legitimidade
dos documentos geradores de despesa, não sendo sua assinatura mera
formalidade, assim como de acompanhar e fiscalizar a atuação de seus
subordinados.
214

Acórdão 4834/2022 1ª Câmara - TCU


A autoridade que homologa o pregão deve, sob pena de responsabilização,
verificar a existência de fundamentos na manifestação do pregoeiro pelo não
provimento de recurso interposto por licitante, especialmente se houve
contraposição às razões recursais apresentadas, em observância ao princípio da
motivação (art. 2º da Lei 9.784/1999).

DETERMINAR O RETORNO DOS


SANEAMENTO DE IRREGULARIDADES
AUTOS

CONVENIÊNCIA E OPORTUNIDADES
REVOGAR

ATOS DA AUTORIDADE FATO SUPERVENIENTE


SUPERIOR

DE OFÍCIO OU POR PROVOCAÇÃO


ANULAR
ILEGALIDADE INSANÁVEL
ADJUDICAR E HOMOLOGAR

Prévia manifestação dos interessados ANTES de ANULAR ou


REVOGAR;
Nulidade até mesmo após a assinatura do contrato;
REVOGAÇÃO por fato superveniente comprovado;
EFEITOS: “ex tunc” e “ex nunc”; dever de indenizar pelo que houver
sido executado.
215

Revogação Anulação
Razões de interesse público (fato Ilegalidade (vício) insanável.
superveniente).

Sempre total (não pode revogar “só um ato” da Total ou parcial.


licitação).

Não pode ser feita depois de assinado o contrato. Pode ser feita após a assinatura do contrato.

Revogação e Anulação

DECRETO Nº 44.330/2023

Art. 143. A autoridade superior poderá revogar o procedimento licitatório de que trata este
Regulamento por motivo de conveniência e oportunidade e deverá anulá-lo por ilegalidade insanável,
de ofício ou por provocação de terceiros, assegurada a prévia manifestação dos interessados.
§ 1º O motivo determinante para a revogação do processo licitatório deverá ser resultante de fato
superveniente devidamente comprovado.
§ 2º Ao pronunciar a nulidade, a autoridade indicará expressamente os atos com vícios insanáveis,
tornando sem efeito todos os subsequentes que deles dependam, e dará ensejo à apuração de
responsabilidade de quem lhes tenha dado causa.
§ 3º Na hipótese da ilegalidade de que trata o caput ser constatada durante a execução contratual,
aplica-se o disposto no art. 147 da Lei nº 14.133, de 2021.
216

Acórdão 364/2022 Plenário - TCU


A publicação de revogação de licitação promovida por empresa estatal sem
explicitação do fato superveniente que teria tornado o procedimento
inconveniente ou inoportuno representa ofensa ao art. 31 da Lei 13.303/2016 e
aos princípios da transparência e da ampla defesa.

FASE CONTRATUAL
217

CONTRATO
ADMINISTRATIVO
218

CONVOCAÇÃO DE REMANESCENTE

► Recusa de assinatura do contrato (art. 90, § 2º)


► No caso de rescisão contratual (art. 90, § 7º)

FORMA ESCRITA

JUNTADOS AO PROCESSO E MANTIDOS À DISPOSIÇÃO


DO PÚBLICO
REGRA
EXCETO: SIGILO IMPRESCINDÍVEL À SEGURANÇA DA
SOCIEDADE E DO ESTADO

PODEM TER FORMA ELETRÔNICA


CONTRATO
(FORMALISMO) CASO ESPECIAL DIREITOS REAIS SOBRE IMÓVEIS
ESCRITURA PÚBLICA LAVRADA
EM NOTAS DE TABELIÃO

REGRA NULO E DE NENHUM EFEITO

CONTRATO VERBAL PEQUENAS COMPRAS OU SERVIÇOS DE


PRONTO PAGAMENTO
EXCEÇÃO
LIMITE DE R$ 10 MIL
219

SUBSTITUIÇÃO DO CONTRATO

► Carta-contrato, nota de empenho, autorização de compra, ordem de


execução de serviço
► Em caso de dispensa de licitação por valor
► Compras com entrega imediata e integral
220

Acórdão 1234/2018 Plenário - TCU


É possível a formalização de contratação de fornecimento de bens para entrega
imediata e integral, da qual não resulte obrigações futuras, por meio de nota de
empenho, independentemente do valor ou da modalidade licitatória adotada,
nos termos do art. 62, § 4º, da Lei 8.666/1993 e à luz dos princípios da eficiência
e da racionalidade administrativa. Entende-se por “entrega imediata” aquela
que ocorrer em até trinta dias a partir do pedido formal de fornecimento feito
pela Administração, que deve ocorrer por meio da emissão da nota de
empenho, desde que a proposta esteja válida na ocasião da solicitação.

FORMALIZAÇÃO DO CONTRATO

► Forma escrita
► Forma verbal é exceção (art. 95, § 2º)
► Divulgação em sítio eletrônico oficial (art. 91)
► Divulgação no PNCP (art. 94)
221

GARANTIA CONTRATUAL

Art. 96. A critério da autoridade competente, em cada caso, poderá ser exigida, mediante previsão no edital, prestação de garantia nas
contratações de obras, serviços e fornecimentos.

§ 1º Caberá ao contratado optar por uma das seguintes modalidades de garantia:

I - caução em dinheiro ou em títulos da dívida pública emitidos sob a forma escritural, mediante registro em sistema centralizado de
liquidação e de custódia autorizado pelo Banco Central do Brasil, e avaliados por seus valores econômicos, conforme definido pelo
Ministério da Economia;

II - seguro-garantia;

III - fiança bancária emitida por banco ou instituição financeira devidamente autorizada a operar no País pelo Banco Central do Brasil.

o Prazo da apólice igual ou superior ao do contrato


o Até 5% do valor inicial do contrato
o Autorizada a majoração até 10% (art. 98)
222

SEGURO-GARANTIA

Obras/serviços de engenharia de grande vulto (art. 99)


- Até 30% do valor inicial do contrato
- Cláusula de retomada (obrigação de assumir a execução e concluir o
objeto)

Obras/serviços de engenharia (art. 102)


- Cláusula de retomada
- Seguradora como interveniente anuente

SEGURO-GARANTIA

- O edital já deve trazer as obrigações de responsabilidade da seguradora

- Bom gerenciamento de riscos na fase preparatória

- A seguradora deve pagar a Administração mesmo se não receber da


empresa (step in)

- Impacta na proposta do licitante


223

Acórdão 597/2023 Plenário - TCU


É irregular a aceitação de cartas de fiança fidejussória, de natureza não bancária,
como garantia de contrato administrativo, uma vez que não correspondem ao
instrumento de fiança bancária (art. 56, § 1º, inciso III, da Lei 8.666/1993 e art.
96, § 1º, inciso III, da Lei 14.133/2021), emitida por banco ou instituição
financeira autorizada a operar pelo Banco Central do Brasil.
224

Decisão 2016/2020 - TCDF


Representação oferecida por empresa, com pedido de cautelar, versando sobre
possível irregularidade relativa à não aceitação, pelo Banco de Brasília S.A - BRB,
de garantia ofertada na modalidade fiança bancária, o que resultou na abertura
de processo administrativo visando à rescisão unilateral do ajuste e à aplicação
de multa à empresa. A representante alegou que a Jurisdicionada agiu com
formalismo exacerbado e em contrariedade ao interesse público ao recusar a
carta de fiança bancária sob o argumento de que deveria ser emitida por
instituição financeira reconhecida pelo Banco Central do Brasil - BACEN. Nesse
sentido citou diversos contratos públicos que se beneficiaram da carta fiança
emitida pela instituição que ora estava sendo recusada.

Decisão 2016/2020 - TCDF


O Tribunal, com esteio na Resolução nº 2.325/96, do Conselho Monetário Nacional -
CMN e citando, ainda, o Acórdão TCU nº 2.784/19, entendeu que a instituição
financeira, na qualidade de companhia fiduciária sem registro no BACEN, não preenche
os requisitos legais para a emissão de carta de fiança bancária. Nesse sentido, a Corte
considerou improcedente a exordial. Por fim, tendo em vista os argumentos lançados
pela Representante de que diversos órgãos e entidades têm aceitado a carta de fiança
prestada pela empresa, o Tribunal, por unanimidade, determinou à Secretaria de
Estado de Economia do Distrito Federal que emita alerta aos órgãos e entidades da
Administração Direta e Indireta do Distrito Federal acerca da necessidade de que a
emissora da carta de fiança bancária seja instituição financeira com operação
autorizada pelo BACEN.
225

Decisão 283/2021 - TCDF


Consulta acerca da possibilidade de retenção pela Administração Pública de
garantia contratual diante de irregularidades e danos apurados em sede de
Tomada de Contas Especial - TCE e imputáveis à contratada. O Tribunal, por
maioria, respondeu ao jurisdicionado que:
a) afigura-se legítima a retenção, pela Administração, portanto, sponte própria,
da garantia prestada pela contratante na forma do art. 56 da Lei nº 8.666/1993,
a partir da citação válida em TCE derivada de conversão de processo de
fiscalização a cargo do Tribunal para apuração de danos decorrentes da
existência de superfaturamento apontado pela Corte;

Decisão 283/2021 - TCDF


b) a retenção da garantia deve ser conservada enquanto pender decisão
definitiva da Corte em sede da TCE convertida em andamento, a fim de
assegurar, no todo ou em parte, o ressarcimento do dano quantificado, quando,
havendo condenação, deverá ser executada, ou, de outro modo, liberada ou
restituída à contratada, nos termos da lei;

c) compete aos órgãos e entidades da Administração examinar o amoldamento


da tese às circunstâncias fáticas existentes ao tempo da citação válida realizada
no âmbito da TCE em andamento no Tribunal de Contas do Distrito Federal e
deliberar acerca da utilidade da retenção no caso concreto.
226

CLÁUSULAS EXORBITANTES

As CLÁUSULAS EXORBITANTES correspondem àquelas que excedem do


direito comum para consignar uma vantagem ou uma restrição à
Administração.
Visam a estabelecer uma prerrogativa em favor de uma das partes para o
perfeito atendimento do interesse público, que se sobrepõe sempre ao
interesse particular.
Nos contratos privados, as cláusulas exorbitantes não seriam lícitas, pois
desigualam as partes na execução do avençado, mas são absolutamente
válidas nos contratos administrativos, desde que decorrentes de lei ou dos
princípios que regem a atividade administrativa.

CLÁUSULAS EXORBITANTES

Prerrogativas da Administração com relação aos contratos (art. 104):


- Modificação unilateral para melhor adequação às finalidades do
interesse público;
- Rescisão unilateral nos casos especificados na lei;
- Fiscalização da execução contratual;
- Aplicar sanções motivadas pela inexecução total ou parcial do contrato;
- Nos casos de serviços essenciais, ocupar provisoriamente bens móveis,
imóveis, pessoal e serviços vinculados ao objeto do contrato.
227

MODIFICAÇÃO UNILATERAL – ART 124

EXTINÇÃO UNILATERAL – ARTS 137 E 138

FISCALIZAÇÃO – ARTS 117 E 118


ART 104

APLICAÇÃO DE SANÇÕES – ARTS 155 A 163

SERVIÇOS ESSENCIAIS
CLÁUSULAS OCUPAÇÃO PROVISÓRIA

EXORBITANTES NECESSIDADE DE APURAÇÃO

EXIGÊNCIA DE GARANTIA – ARTS 96 A


103

RESTRIÇÃO À OPOSIÇÃO DA EXECUÇÃO DO CONTRATO NÃO


OUTRAS CUMPRIDO – ART 137, IV

EXIGÊNCIA DE MEDIDAS DE COMPENSAÇÃO – ART 26,6º


228

DURAÇÃO DOS CONTRATOS

► Previsão em edital
► Possibilidade de prorrogação do prazo prevista no contrato
► Observar no momento da contratação e a cada exercício financeiro
(prorrogação) a disponibilidade de crédito orçamentário
► Previsão no PPA quando a duração do contrato for superior a um
exercício financeiro

DURAÇÃO DOS CONTRATOS

Serviços e fornecimento contínuo


- Até 5 anos (art. 106)
- Pode ser prorrogado até 10 anos (art. 107)

Prazo indeterminado (art. 109)


- Serviço público em regime de monopólio
- Comprovada a cada exercício a existência de crédito orçamentário
229

DURAÇÃO DOS CONTRATOS

Contratos de receita (art. 110)


- Até 10 anos, sem investimentos
- Até 35 anos, com investimentos

Contratos de escopo (art. 111)


- Prorrogação automática

DURAÇÃO DOS CONTRATOS

Regime de fornecimento e prestação de serviço associado (art. 113)


- 5 anos
- Prorrogável até 10 anos

Operação continuada de sistemas de TI (art. 114)


- Máximo de 15 anos
230

PRORROGAÇÃO CONTRATUAL

Os contratos de serviços e fornecimentos contínuos poderão ser prorrogados


sucessivamente, respeitada a vigência máxima decenal, desde que haja
previsão em edital e que a autoridade competente ateste que as condições e
os preços permanecem vantajosos para a Administração, permitida a
negociação com o contratado ou a extinção contratual sem ônus para
qualquer das partes.

Análise qualitativa do serviço prestado feita pelo fiscal validando a


vantajosidade da prorrogação para a Administração.

Acórdão 1445/2015 Plenário - TCU


Na elaboração do orçamento estimativo da licitação, bem como na
demonstração da vantajosidade de eventual prorrogação de contrato, devem
ser utilizadas fontes diversificadas de pesquisa de preços. Devem ser priorizadas
consultas ao Portal de Compras Governamentais e a contratações similares de
outros entes públicos, em detrimento de pesquisas com fornecedores,
publicadas em mídias especializadas ou em sítios eletrônicos especializados ou
de domínio amplo, cuja adoção deve ser tida como prática subsidiária.
231

Acórdão 2660/2021 Plenário - TCU


Não há direito líquido e certo à prorrogação de contrato celebrado com o Poder
Público, mas sim mera expectativa de direito, uma vez que a decisão sobre a
prorrogação do ajuste se insere no âmbito da discricionariedade da
Administração Pública.

Decisão 2658/2021 - TCDF


Auditoria operacional realizada na Companhia Urbanizadora da Nova Capital -
NOVACAP, com o objetivo de avaliar a Sistemática de Renovação Contratual de
Serviços de Natureza Continuada da empresa, autorizada por meio da Decisão
nº 2617/2020.
232

Decisão 2658/2021 - TCDF


I – determinar à Companhia Urbanizadora da Nova Capital do Brasil -
NOVACAP que:
a) realize os trâmites administrativos referentes à renovação contratual em
tempo hábil para que, caso não seja comprovada a vantajosidade da
prorrogação, a nova contratação, mediante licitação, seja firmada antes do
término do contrato vigente, implementando, como exemplo, um cronograma
de procedimentos a serem adotados, durante a vigência contratual, visando a
realizar os atos necessários à prorrogação (Achado 1);

Decisão 2658/2021 - TCDF


I – determinar à Companhia Urbanizadora da Nova Capital do Brasil -
NOVACAP que:
b) normatize os procedimentos relativos à gestão contratual, estabelecendo
antecedência mínima a ser respeitada nos casos de novo certame e/ou
prorrogação contratual, a exemplo da Portaria nº 51/2020 instituída pela
Secretaria de Estado de Educação do Distrito Federal (Achado 1);
233

Decisão 2658/2021 - TCDF


I – determinar à Companhia Urbanizadora da Nova Capital do Brasil -
NOVACAP que:
c) observando o disposto na Portaria nº 514/2018 (SEPLAG), arts. 7º e 11,
diversifique a forma de realizar o comparativo de vantajosidade, utilizando,
como prioridade para obtenção dos valores de referência, as fontes oficiais, tais
como: preços públicos do Sistema de Compras do Distrito Federal; cópia de Ata
de Registro de Preço; Painel de Preços do Ministério da Economia, devendo
buscar, ainda, outras formas de consulta a banco de preços (Achado 2);

Decisão 2658/2021 - TCDF


I – determinar à Companhia Urbanizadora da Nova Capital do Brasil -
NOVACAP que:
d) nas pesquisas de preço junto a fornecedores, observe fielmente o disposto na
Portaria nº 514/2018 (SEPLAG), art. 11, item IV, devendo os orçamentos
utilizados serem provenientes de empresas que reúnam as condições
necessárias para contratar com a Administração, observando que “preço válido”
abrange a existência de afinidade da empresa com o objeto, regularidade para
contratação com a administração pública, identificação adequada, tanto do
eventual fornecedor, quanto do objeto, devendo constar, ainda, o detalhamento
dos preços, de forma a permitir um comparativo entre todas as propostas e o
valor contratado (Achado 2);
234

Decisão 2658/2021 - TCDF


I – determinar à Companhia Urbanizadora da Nova Capital do Brasil -
NOVACAP que:
e) nas pesquisas de preço junto a fornecedores, apresente todo o detalhamento
do objeto e características que possam influenciar na correta formulação do
preço, a exemplo daquelas contidas do Termo de Referência / Projeto Básico da
licitação (Achado 2);

Decisão 2658/2021 - TCDF


I – determinar à Companhia Urbanizadora da Nova Capital do Brasil -
NOVACAP que:
f) implemente mecanismos de controle que garantam a extensão da pesquisa de
preços, abrangendo, ainda, o cumprimento, pelas empresas, dos requisitos para
apresentação de preços válidos, a exemplo da “Lista de Verificação de
Conformidade” trazida como Anexo I da Portaria 514/2018 – SEPLAG (Achado
2);
235

Decisão 2658/2021 - TCDF


I – determinar à Companhia Urbanizadora da Nova Capital do Brasil -
NOVACAP que:
g) realize os trâmites administrativos referentes à nova contratação em tempo
hábil, para que seja finalizado o processo licitatório antes do término do
contrato vigente, implementando, como exemplo, cronograma de
procedimentos a serem adotados, durante a vigência contratual (Achado 2);

Decisão 2658/2021 - TCDF


II – recomendar à NOVACAP que:
a) ao realizar pesquisa de mercado junto à fornecedores, inclua os participantes
do procedimento licitatório (Achado 2);
236

Decisão 2658/2021 - TCDF


II – recomendar à NOVACAP que:
b) em seus pareceres, a Consultoria Jurídica se pronuncie acerca da
inevitabilidade e imprevisibilidade das causas que levaram à prorrogação
excepcional, avaliando, por exemplo, a repetitividade dos Termos de
Referência/Projetos Básicos do novo edital em relação àquele do contrato
vigente, e/ou, ainda, o andamento processual para nova licitação de modo a
identificar paralisações injustificadas no processo (Achado 3);

Decisão 2658/2021 - TCDF


III – alertar a NOVACAP de que:
a) o atraso no procedimento licitatório não constitui justificativa razoável para
embasar a renovação excepcional amparada no § 4º do art. 57 da Lei nº
8.666/93, pois não constitui causa grave, superveniente, imprevisível e inevitável
(Achado 3);
237

Decisão 2658/2021 - TCDF


III – alertar a NOVACAP de que:
b) a prorrogação excepcional, prevista no § 4º do art. 57, da Lei nº 8.666/93, é
solução extraordinária, devendo ser utilizada em situações imprevisíveis,
estranhas à vontade das partes, que inviabilizem nova licitação durante a
vigência contratual (Achado 3);

ALTERAÇÃO CONTRATUAL

UNILATERAL:
a) Qualitativa: Modificação do objeto ou das especificações (NÃO pode transfigurar o objeto da
contratação);
b) Quantitativa: Modificação do valor contratual por acréscimos (até 25%; para reforma ou
equipamentos até 50%) ou supressões (até 25%).

BILATERAL:
Substituição da garantia de execução;
Regime de execução/modo fornecimento;
Modificação na forma de pagamento;
Restabelecer o equilíbrio econômico-financeiro (TEORIA DA IMPREVISÃO).
238

ALTERAÇÃO CONTRATUAL

Jurisprudência do TCU
As reduções ou supressões de quantitativos decorrentes de alteração
contratual devem ser consideradas de forma isolada, ou seja, o conjunto
de reduções e o conjunto de acréscimos devem ser sempre calculados
sobre o valor original do contrato, aplicando-se a cada um desses
conjuntos, individualmente e sem nenhum tipo de compensação entre
eles, os limites de alteração estabelecidos no art. 125 da Lei nº
14.133/2021.

Acórdão 170/2018 Plenário - TCU


As alterações contratuais devem estar embasadas em pareceres e estudos
técnicos pertinentes, nos quais reste caracterizada a superveniência dos fatos
motivadores das alterações em relação à época da licitação.
239

Acórdão 2619/2019 Plenário - TCU


As modificações do projeto licitado devem ser precedidas de procedimento
administrativo no qual fique adequadamente consignada a justificativa das
alterações tidas por necessárias, que devem estar embasadas em pareceres e
estudos técnicos pertinentes, bem como deve restar caracterizada a natureza
superveniente, em relação ao momento da licitação, dos fatos ensejadores das
alterações.

Acórdão 1057/2021 Plenário - TCU


O art. 38, parágrafo único, da Lei 8.666/1993, segundo o qual as minutas de
editais e contratos devem ser examinadas e aprovadas por assessoria jurídica da
Administração, também se aplica aos termos aditivos, pois são ajustes aos
contratos.
240

Acórdão 831/2023 Plenário - TCU


Na execução de contratos, eventuais alterações do projeto licitado devem ser
precedidas de procedimento administrativo no qual fiquem adequadamente
consignadas as justificativas das alterações tidas por necessárias, que devem ser
embasadas em pareceres e estudos técnicos pertinentes, bem como deve estar
caracterizada a natureza superveniente, em relação ao momento da licitação,
dos fatos ensejadores das alterações, vedada a utilização de quaisquer
justificativas genéricas.

Equilíbrio Contratual

A administração pública veda relações contratuais que


causem prejuízos entre as partes.

Contraditório e ampla defesa.


241

EQUILÍBRIO CONTRATUAL

Álea ordinária
- Previsível e de consequências calculáveis
- Reajuste e Repactuação

Álea extraordinária
- Imprevisível ou previsível de consequências incalculáveis
- Caso fortuito/Força maior
- Fato do príncipe/Fato da administração
- Reequilíbrio/Recomposição/Revisão

REAJUSTE

Reajustamento em sentido estrito


Forma de manutenção do equilíbrio econômico-financeiro de contrato
consistente na aplicação do índice de correção monetária previsto no
contrato, que deve retratar a variação efetiva do custo de produção, admitida
a adoção de índices específicos ou setoriais.

Quando não houver regime de dedicação exclusiva de mão de obra ou


predominância de mão de obra, mediante previsão de índices específicos ou
setoriais.
242

REAJUSTE

Data-base da anualidade do reajuste


• 1 ano da data do orçamento estimado
Art. 25, § 7º Independentemente do prazo de duração do contrato, será obrigatória a
previsão no edital de índice de reajustamento de preço, com data-base vinculada à data do
orçamento estimado e com a possibilidade de ser estabelecido mais de um índice específico
ou setorial, em conformidade com a realidade de mercado dos respectivos insumos.
Art. 92, § 3º Independentemente do prazo de duração, o contrato deverá conter cláusula
que estabeleça o índice de reajustamento de preço, com data-base vinculada à data do
orçamento estimado, e poderá ser estabelecido mais de um índice específico ou setorial, em
conformidade com a realidade de mercado dos respectivos insumos.

REAJUSTE

Pode ser concedido de ofício pela Administração (Doutrina e


jurisprudência do TCU)

Deve ser solicitado pelo contratado (Enunciado 6 - 1º Simpósio de Licitações


e Contratos do CJF)

ENUNCIADO 6 Embora não haja preclusão lógica do direito ao reajuste em


sentido estrito, compete à contratada a apresentação do pedido, não cabendo,
portanto, ao contratante processar, de ofício, o reajuste.
243

Acórdão 1413/2023 - Plenário TCU


No reajuste de contratos de execução de obras públicas, devem ser utilizados
índices específicos para itens contratuais relevantes que não guardam
correlação direta com índices gerais (art. 40, inciso XI, da Lei 8.666/1993 e art.
2º, § 1º, do Decreto 1.054/1994).

Acórdão 1587/2023 - Plenário TCU


É irregular reajuste contratual com prazo contado da assinatura do contrato,
pois o marco a partir do qual se computa período de tempo para aplicação de
índices de reajustamento é:
i) a data da apresentação da proposta ou a do orçamento a que a proposta se
referir, de acordo com o previsto no edital (art. 40, inciso XI, da Lei 8.666/1993);
ou então
ii) a data do orçamento estimado (art. 25, § 7º, da Lei 14.133/2021 – nova Lei de
Licitações e Contratos Administrativos).
244

REPACTUAÇÃO

Forma de manutenção do equilíbrio econômico-financeiro de contrato


utilizada para serviços contínuos com regime de dedicação exclusiva de
mão de obra ou predominância de mão de obra, por meio da análise da
variação dos custos contratuais, devendo estar prevista no edital com data
vinculada à apresentação das propostas, para os custos decorrentes do
mercado, e com data vinculada ao acordo, à convenção coletiva ou ao dissídio
coletivo ao qual o orçamento esteja vinculado, para os custos decorrentes da
mão de obra.
• Quando houver regime de dedicação exclusiva de mão de obra ou
predominância de mão de obra
• Mediante demonstração analítica da variação dos custos

REEQUILÍBRIO ECONÔMICO-FINANCEIRO

CASO FORTUITO EVENTOS DA NATUREZA OU ATOS DE TERCEIROS, DE CARÁTER


OU FORÇA MAIOR EXTRAORDINÁRIO, IMPREVISÍVEL E INEVITÁVEL, QUE ONERAM OU
IMPEDEM A EXECUÇÃO CONTRATUAL.

ATOS GERAIS DO ESTADO QUE ONERAM O CONTRATO DE


FATO DO FORMA
PRÍNCIPE
TEORIA DA INDIRETA/REFLEXA.
IMPREVISÃO

FATO DA AÇÕES OU OMISSÕES DO ESTADO QUE ATINGEM O


ADMINISTRAÇÃO CONTRATO DE FORMA DIRETA E ESPECÍFICA.

OCORRÊNCIAS PREEXISTENTES, DESCOBERTAS NA EXECUÇÃO


INTERFERÊNCIAS
CONTRATUAL, QUE ONERAM, MAS NÃO IMPEDEM A CONCLUSÃO DOS
IMPREVISÍVEIS
TRABALHOS.
245

REEQUILÍBRIO ECONÔMICO-FINANCEIRO
O que é risco?
- Possibilidade de ocorrência de um evento que venha a ter impacto no
cumprimento dos objetivos.
- O risco é medido conforme o impacto e a probabilidade.
O que é gerenciamento de riscos?
- Processo para identificar, avaliar, tratar, administrar e controlar
potenciais eventos ou situações, para fornecer razoável certeza quanto ao
alcance dos objetivos da organização.
Função da matriz (art. 103)
- Definir riscos e responsabilidades
- Alocar esses riscos
- Antever os impactos nas revisões contratuais

REEQUILÍBRIO ECONÔMICO-FINANCEIRO

O equilíbrio econômico-financeiro dos contratos cinge-se em torno das


compensações de uma parte a outra, na ocorrência de eventos que
configurem um risco atribuído a um contratante, mas que impacte, de um
modo econômico e financeiro, a outra parte.

A equação econômico-financeira constitui uma “precificação” dos riscos em


face das oportunidades de ganhos previstos no regime remuneratório do
contratado.
246

REEQUILÍBRIO ECONÔMICO-FINANCEIRO

É indispensável a verificação da matriz de riscos contratual.

O direito ao reequilíbrio irá surgir se o risco do evento gravoso não estiver


previsto na matriz ou estiver alocado a uma parte contratual diversa daquela
que sofreu as consequências da sua ocorrência.

A função, portanto, do sistema de equilíbrio é o cumprimento permanente da


matriz de riscos prevista no contrato administrativo.

REEQUILÍBRIO ECONÔMICO-FINANCEIRO
Matriz de riscos: cláusula contratual definidora de riscos e de
responsabilidades entre as partes e caracterizadora do equilíbrio econômico-
financeiro inicial do contrato, em termos de ônus financeiro decorrente de
eventos supervenientes à contratação, contendo, no mínimo, as seguintes
informações:
a) listagem de possíveis eventos supervenientes à assinatura do
contrato que possam causar impacto em seu equilíbrio econômico-
financeiro e previsão de eventual necessidade de prolação de termo
aditivo por ocasião de sua ocorrência;
247

REEQUILÍBRIO ECONÔMICO-FINANCEIRO
Matriz de riscos
É importante que, ao elaborar um orçamento, o responsável tenha todos os possíveis
fatores de riscos e os tratem de forma adequada. Dentre os possíveis fatores de risco tem-
se:

Modelo adotado na Valec


248

REEQUILÍBRIO ECONÔMICO-FINANCEIRO
O sistema de equilíbrio econômico-financeiro deve atender
basicamente 3 funções:
1) Desestimular a realização de alterações oportunistas pela
Administração ou pela contratada;
2) Proteger, estabilizar e dar cumprimento ao cerne do contrato;
3) Possibilitar a realização de alterações no objeto, sejam elas
quantitativas ou qualitativas, e em outros aspectos do contrato para
adequá-lo às necessidades e mudanças do contexto fático.

Acórdão 2616/2020 - Plenário TCU


É recomendável a utilização de matriz de riscos em contratações derivadas da
Lei 13.303/2016 (Lei das Estatais) que envolvam incertezas significativas, ainda
que sob regime de empreitada por preço global, por se tratar de elemento que
agrega segurança jurídica aos contratos.
249

Acórdão 4551/2020 - Plenário TCU


Para as empresas estatais, é obrigatória cláusula dispondo sobre a matriz de
riscos nos contratos de obras e serviços de engenharia, independentemente do
regime de execução (art. 69, inciso X, da Lei 13.303/2016), como garantia da
manutenção do equilíbrio econômico-financeiro contratual e de forma a definir
as condições para eventual assinatura de termo aditivo.

Acórdão 320/2023 - Plenário TCU


As empresas estatais devem, obrigatoriamente, incluir a matriz de riscos em
seus editais e contratos de obras e serviços de engenharia (art. 69, inciso X, da
Lei 13.303/2016), independentemente do modelo de contratação adotado, com
a finalidade de garantir o equilíbrio econômico-financeiro da avença e de
favorecer a elaboração das propostas dos licitantes, na medida em que lhes é
dado conhecimento dos riscos a que serão submetidos durante a execução
contratual.
250

Decisão 1767/2021 - TCDF


Representação acerca de possíveis irregularidades em razão do não pagamento
por serviços executados. A Representante alega que celebrou contrato com
órgão da Administração Pública. Todavia, diante de inconsistências no projeto,
assumiu custos não previstos no contrato. Em razão disso, realizou pedido de
ressarcimento, que restou indeferido. O Relator afirmou que, no caso em
questão, é o contrato celebrado com a Administração que deve pautar a
legitimidade do valor a ser indenizado, não podendo ser conferida ao gestor
margem demasiadamente subjetiva para arbítrio, mormente no tocante ao
percentual da parcela de despesas indiretas a que faz jus o prestador dos
serviços.

Decisão 1767/2021 - TCDF


Nesse sentido, argumentou ainda que não se pode tolerar que o prestador de
serviços, mesmo numa situação de indenização por serviços prestados fora da
égide contratual, vá arcar com as despesas inerentes à logística montada,
mantida e estendida até a finalização e entrega da obra; às horas de trabalho
empenhadas; à expertise agregada, entre outros aspectos, por não
representarem um custo diretamente quantificável da prestação dos serviços,
mas, sim, a depreciação de seu patrimônio em proveito do Estado.
251

Decisão 1767/2021 - TCDF


O Tribunal, por maioria, considerou procedente a Representação, tendo em
vista a ocorrência da prestação de serviços sem a consequente contraprestação
pecuniária por parte da Administração, e determinou a apuração, em processo
administrativo próprio, do valor requerido pela Representante, levando em
conta a demonstração dos custos efetivamente suportados pela Requerente e
os valores de mercado à época dos fatos, com a devida atualização ao momento
do pagamento, em observância às exigências do Decreto Distrital nº
32.598/2010 e das Decisões TCDF nºs 437/2011 e 553/2014.

EQUILÍBRIO DOS CONTRATOS


Instituto Revisão Reajuste Repactuação
Anual
Anual da data da proposta
da data do ou do orçamento a que
Periodicidade Não há
orçamento a proposta se referir
estimado (orçamento, acordo ou
convenção coletiva).
Fato imprevisível de
consequências Cláusula com
Forma de incalculáveis, caso índice Cláusula no contrato,
apuração fortuito, força maior, previamente admitindo a
fato do príncipe, álea existente no repactuação
extraordinária e contrato
extracontratual.
252

EQUILÍBRIO DOS CONTRATOS


Instituto Revisão Reajuste Repactuação

Documentação Planilha analítica


Índices admitidos demonstrativa da
necessária Documentação por lei: variação dos custos
para comprobatória
concessão INPC, IGPDI, de contratação da
demonstrativa do fato
IPCA etc. mão de obra e
insumos

Não pode cumular


Incidência Não pode cumular
Possibilidade com a
cumulativa com o reajuste
repactuação

Acórdão 2901/2020 Plenário - TCU


A constatação de inexequibilidade de preço unitário durante a execução do
contrato não é motivo, por si só, para ensejar o reequilíbrio econômico-
financeiro da avença, uma vez que não se insere na álea econômica
extraordinária e extracontratual exigida pelo art. 65, inciso II, alínea d, da Lei
8.666/1993. A oferta de preço inexequível na licitação deve onerar
exclusivamente o contratado, mesmo diante de aditivo contratual, em face do
que prescreve o art. 65, § 1º, da mencionada lei.
253

Acórdão 18379/2021 2ª Câmara - TCU


A mera variação de preços de mercado, decorrente, por exemplo, de variações
cambiais, não é suficiente para determinar a realização de reequilíbrio
econômico-financeiro do contrato, sendo essencial a presença de uma das
hipóteses previstas no art. 65, inciso II, alínea “d”, da Lei 8.666/1993. Diferença
entre os preços contratuais reajustados e os de mercado é situação previsível, já
que dificilmente os índices contratuais refletem perfeitamente a evolução de
mercado.

Acórdão 992/2022 Plenário - TCU


O fator chuva não pode ser considerado como justificativa para pagamentos
acima dos valores de referência em obras rodoviárias, pois a precipitação de
chuvas ordinárias não repercute de modo significativo sobre os custos dos
empreendimentos, além de ser contrabalanceada por fatores não considerados
pelo Sicro na formação do preço de referência, como fator de barganha,
economia de escala, valor residual subestimado no cálculo das depreciações dos
equipamentos, produtividades ultrapassadas, entre outros.
254

Acórdão 1148/2022 Plenário - TCU


A variação cambial, em regime de câmbio flutuante, não pode ser considerada
suficiente para, isoladamente, embasar a necessidade de reequilíbrio
econômico-financeiro do contrato com fulcro no art. 65, inciso II, alínea d, da Lei
8.666/1993. Para que a variação do câmbio possa justificar o pagamento de
valores à contratada a título de recomposição do equilíbrio econômico-
financeiro, faz-se necessário que ela seja imprevisível ou de consequências
incalculáveis.

Acórdão 8032/2023 1ª Câmara - TCU


A variação da taxa cambial, para mais ou para menos, não pode ser considerada
suficiente para, isoladamente, fundamentar a necessidade de reequilíbrio
econômico-financeiro do contrato. Para que a variação do câmbio seja
considerada um fato apto a ocasionar uma recomposição nos contratos,
considerando se tratar de fato previsível, deve culminar consequências
incalculáveis (consequências cuja previsão não seja possível pelo gestor médio
quando da vinculação contratual), fugir à normalidade, ou seja, à flutuação
cambial típica do regime de câmbio flutuante e, sobretudo, acarretar
onerosidade excessiva no contrato a ponto de ocasionar um rompimento na
equação econômico-financeira, nos termos previstos no art. 65, inciso II, alínea
d, da Lei 8.666/1993.
255

Acórdão 1705/2023 Plenário - TCU


É irregular alteração na equação econômico-financeira do contrato somente em
razão de atrasos na obra, com redução do desconto oferecido na licitação, pois a
preservação do valor monetário do preço ofertado é assegurada pela cláusula de
reajuste anual. A alteração do preço do objeto contratado depende da
demonstração de alguma das hipóteses que autorizam o reequilíbrio
econômico-financeiro do ajuste (art. 65, inciso II, alínea d, da Lei 8.666/1993).

PRECLUSÃO

Art. 131. A extinção do contrato não configurará óbice para o reconhecimento


do desequilíbrio econômico-financeiro, hipótese em que será concedida
indenização por meio de termo indenizatório.
Parágrafo único. O pedido de restabelecimento do equilíbrio econômico-
financeiro deverá ser formulado durante a vigência do contrato e antes de
eventual prorrogação nos termos do art. 107 desta Lei.
256

RECEBIMENTO DO OBJETO

RECEBIMENTO DO OBJETO

o Constitui a definição do conjunto de regras para o recebimento dos bens e


serviços.
o Conferir, analisar, testar.
o Item correlacionado com os prazos e o cronograma físico-financeiro.
o O art. 76 da Lei nº 8.666/93 traz que a Administração “rejeitará”, no todo
ou em parte, obra, serviço ou fornecimento executado em desacordo com
o contrato.
o O art. 140, § 1º, da Lei nº 14.133/2021, traz que, nas mesmas hipóteses, a
mesma Administração “poderá” rejeitar o objeto, no todo ou em parte.
257

RECEBIMENTO DO OBJETO

Receber um objeto em desacordo com o edital significaria “relativizar” o


princípio da vinculação ao edital.

Assim, a interpretação mais adequada daquele dispositivo deve se dar à luz


do estabelecido no art. 147, ou seja, a Administração deve primeiramente
buscar o saneamento, ou seja, adotar medidas para que as condições
editalícias e contratuais sejam efetiva e plenamente cumpridas.

Jurisprudência sobre Recebimento

“5. A aceitação provisória da obra é tanto um direito do contratado –


que, por meio dela, transfere a posse do bem ou do resultado do
serviço – quanto um dever da Administração Pública – que assegura o
controle sobre o desempenho das obras recebidas e sobre a
conformidade do objeto com as especificações técnicas, legais e
contratuais”.
Acórdão TCU nº 2696/2013 – Plenário.
258

Jurisprudência sobre Recebimento

d) Todo contratado é obrigado a reparar, corrigir, remover, reconstruir ou


substituir, por conta própria, no todo ou em parte, objeto em que se
verificarem vícios, defeitos ou incorreções resultantes da execução ou
de materiais empregados, ainda que tenha sido recebido
definitivamente o objeto do contrato. (BCTU, 4. ed.)
e) A Administração rejeitará, no todo ou em parte, obra, serviço ou
fornecimento executado em desacordo com o contrato.
Frise-se que a aceitação de prestação defeituosa caracteriza falta
grave do agente público, atraindo sua responsabilização tanto na
esfera administrativa como na penal.

Acórdão 2195/2023 1ª Câmara - TCU


O fato de a nota fiscal ser inidônea não significa, por si só, que os serviços dela
constantes não tenham sido efetivamente prestados. Ademais, o conteúdo do
atesto, que em geral é feito no próprio documento fiscal, independe da
autenticidade do documento em que é aposta a declaração de recebimento por
parte do agente público, a qual possui presunção de veracidade juris tantum.
259

SUSPENSÃO DO CONTRATO

A Lei nº 8.666/1993 apresenta instrumentos que viabilizam a suspensão


temporária de um contrato administrativo. Para que não ocorra a rescisão, o
contrato deve permanecer suspenso por até 120 dias.

Por sua vez, na Nova Lei de Licitações e Contratos (art. 137, § 2º), esse prazo
é de 3 meses (suspensão contínua - inciso II) ou 90 dias úteis (repetidas
suspensões – inciso III).

Rescisão Contratual

Constituem-se em consequências de ações e/ou omissões


irregulares, por parte da contratada, passíveis de
finalização do contrato em vigência

Contraditório e ampla defesa.


260

POR ESCRITO
ATO UNILATERAL DA
ADMINISTRAÇÃO NÃO PODE SE DECORRER DE CONDUTA DA
ADMINISTRAÇÃO

CONCILIAÇÃO
FORMAS DE CONSENSUAL
EXTINÇÃO MEDIAÇÃO
(POR ACORDO ENTRE AS PARTES)
COMITÊ DE RESOLUÇÃO DE DISPUTAS

POR DECISÃO ARBITRAL


DETERMINAÇÃO EM DECORRÊNCIA DE CLÁUSULA
POR DECISÃO JUDICIAL COMPROMISSÓRIA OU
COMPROMISSO ARBITRAL

EXTINÇÃO DO CONTRATO

o Por conduta atribuível à Administração Pública (art. 137, § 2º)


o Por conduta atribuível ao contratado (art. 137)
o Por fato independente de conduta das partes (art. 137, V e VIII)
o Motivação
o Contraditório e ampla defesa
261

EXTINÇÃO DO CONTRATO

Por conduta atribuível à Administração Pública:


1) Supressão além do limite permitido;
2) Não liberação, nos prazos contratuais, de área, local ou objeto para
execução;
3) Suspensão de execução do contrato, por ordem da Administração, por
prazo superior a 3 meses;
4) Repetidas suspensões que totalizem mais de 90 dias úteis;
5) Atraso superior a 60 dias nos pagamentos.

EXTINÇÃO DO CONTRATO

Por conduta atribuível à Administração Pública:

Os itens 3, 4 e 5 NÃO se aplicam em caso de calamidade pública, grave


perturbação da ordem ou guerra; nem por ato ou fato que o contratado
praticou, participou ou contribuiu (art. 137, § 3º, I)

O contratado pode optar por suspender o cumprimento da obrigação até a


normalização (art. 137, § 3º, II)
262

Extinção do Contrato pela


Administração NÃO CUMPRIMENTO OU CUMPRIMENTO
IRREGULAR

DESATENDIMENTO DAS DETERMINAÇÕES

ALTERAÇÃO SOCIAL OU MODIFICAÇÃO DA RESTRINJA SUA CAPACIDADE


FINALIDADE DE CONCLUIR O CONTRATO
FALÊNCIA, INSOLVÊNCIA CIVIL, DISSOLUÇÃO DA
SOCIEDADE OU FALECIMENTO

EXTINÇÃO DO CONTRATO CASO FORTUITO OU FORÇA MAIOR

ATRASO OU IMPOSSIBILIDADE DE LICENÇA AMBIENTAL / ALTERAÇÃO SIGNIFICATIVA


DO ANTEPROJETO EM DECORRÊNCIA DA LICENÇA
ATRASO NA LIBERAÇÃO DAS ÁREAS (DESAPROPRIAÇÃO,
SERVIDÃO, DESOCUPAÇÃO)

RAZÕES DE INTERESSE PÚBLICO


REABILITADO DA
PREVIDÊNCIA
NÃO CUMPRIMENTO DE RESERVA DE CARGOS
PESSOA COM DEFICIÊNCIA

EXTINÇÃO DO CONTRATO

MOTIVAÇÃO

CONTRADITÓRIO E AMPLA DEFESA


263

SOLUÇÃO DE CONFLITOS

Mediação
O mediador facilita o diálogo entre as partes, mas são elas que
apresentam as soluções.

Conciliação
Participação mais efetiva do conciliador que pode sugerir soluções.

Arbitragem
As partes indicam árbitros que irão dar a solução para o caso ao invés de
levá-lo ao Judiciário.

SOLUÇÃO DE CONFLITOS

Comitê de resolução de disputas


Composto por um ou mais profissionais independentes, que acompanham
de forma periódica o andamento do contrato.

Proporciona uma espécie de gerenciamento que previne o acirramento


das divergências e conflitos oriundos do desgaste natural das relações
entre as partes envolvidas.
264

NULIDADES
o Nova sistemática de nulidades
o Só aplicável em caso de vícios insanáveis
o Deve ser medida de interesse público, com avaliação dos efeitos práticos
da anulação
o Se a anulação não for medida de interesse público, manutenção do
contrato, com indenização, sem prejuízo da responsabilidade e aplicação
de penalidades
o Postergação do momento de eficácia da anulação
- prazo suficiente para a nova contratação
- 6 meses prorrogáveis

CONSEQUENCIALISMO
Art. 147. Constatada irregularidade no procedimento licitatório ou na execução
contratual, caso não seja possível o saneamento, a decisão sobre a suspensão da
execução ou sobre a declaração de nulidade do contrato somente será adotada na
hipótese em que se revelar medida de interesse público, com avaliação, entre
outros, dos seguintes aspectos:
I - impactos econômicos e financeiros decorrentes do atraso na fruição dos
benefícios do objeto do contrato;
II - riscos sociais, ambientais e à segurança da população local decorrentes do
atraso na fruição dos benefícios do objeto do contrato;
III - motivação social e ambiental do contrato;
IV - custo da deterioração ou da perda das parcelas executadas;
V - despesa necessária à preservação das instalações e dos serviços já
executados;
265

CONSEQUENCIALISMO
VI - despesa inerente à desmobilização e ao posterior retorno às atividades;
VII - medidas efetivamente adotadas pelo titular do órgão ou entidade para o
saneamento dos indícios de irregularidades apontados;
VIII - custo total e estágio de execução física e financeira dos contratos, dos
convênios, das obras ou das parcelas envolvidas;
IX - fechamento de postos de trabalho diretos e indiretos em razão da
paralisação;
X - custo para realização de nova licitação ou celebração de novo contrato;
XI - custo de oportunidade do capital durante o período de paralisação.
Parágrafo único. Caso a paralisação ou anulação não se revele medida de
interesse público, o poder público deverá optar pela continuidade do contrato e
pela solução da irregularidade por meio de indenização por perdas e danos, sem
prejuízo da apuração de responsabilidade e da aplicação de penalidades cabíveis.

Acórdão 988/2022 Plenário - TCU


Em razão da supremacia do interesse público, atos irregulares ocorridos na
licitação, excepcionalmente, podem ser convalidados, permitindo-se a
continuidade do contrato.
266

PELO QUE ELE HOUVER EXECUTADO ATÉ A


DATA EM QUE FOR DECLARADA
PELO QUÊ?
PREJUÍZOS REGULARMENTE COMPROVADOS
INDENIZAÇÃO NO
CASO DE NÃO OCORRERÁ SE O CONTRATADO DEU CAUSA À NULIDADE
NULIDADE
SERÁ PROMOVIDA A RESPONSABILIDADE DE QUEM DEU CAUSA À NULIDADE

INDENIZAÇÃO
● Configura contrato verbal a prestação de serviço pelo contratado antes da
emissão de empenho, em razão do disposto no art. 60 da Lei nº 4.320/64: “É
vedada a realização de despesa sem prévio empenho”.

● No caso de contrato verbal, comprovando-se que os serviços, bens ou obras


revertem-se em benefício da administração, é dever do ente público
“indenizá-los”, ainda que prestados, fornecidos ou executados por terceiro
(subcontratado).
267

REsp 2.045.450/RS - 2ª Turma STJ


A inexistência de autorização da Administração para subcontratação não é suficiente para
afastar o dever de indenizar, no caso, porque a própria contratação foi irregular, haja vista
que não houve licitação e o contrato foi verbal.
No caso de contrato verbal e sem licitação, o ente público tem o dever de indenizar, desde
que provada a existência de subcontratação, a efetiva prestação de serviços, ainda que por
terceiros e que tais serviços se reverteram em benefício da Administração.
O STJ reconhece que, ainda que ausente a boa fé do contratado e que tenha ele
concorrido para nulidade, é devida a indenização pelo custo básico do serviço, sem
margem alguma de lucro.
A jurisprudência do STJ é no sentido de que, mesmo que seja nulo o contrato realizado com
a Administração Pública, por ausência de prévia licitação, é devido o pagamento pelos
serviços prestados, desde que comprovados, nos termos do art. 59, parágrafo único, da Lei
nº 8.666/93, sob pena de enriquecimento ilícito da Administração.

Decisão 437/2011 - TCDF


b) o fornecimento de serviços, obras e bens sem cobertura contratual, fora das
hipóteses ressalvadas em lei, dará ao fornecedor o direito a ser indenizado
somente pelo que aproveitou à Administração, retirando-se quaisquer lucros ou
ressarcimentos pelos demais gastos, sem prejuízo de responsabilização do
gestor que der causa à despesa em desconformidade com a lei;

c) não poderá alegar boa-fé o particular que fornece bens, obras ou serviços sem
respeitar disposição legal vigente, em especial o art. 60, parágrafo único, da Lei
nº 8.666/93.
268

Decisão 553/2014 - TCDF


a) a expressão “retirando-se quaisquer lucros ou ressarcimentos pelos demais gastos”,
presente na Decisão nº 437/2011, determina o não pagamento da parcela de lucro em
qualquer caso, e o não pagamento de despesas indiretas alegadas pelo particular quando
consideradas ilegítimas pela Administração Pública, mediante critérios devidamente
fundamentados;

b) o reconhecimento de dívidas sem cobertura contratual está condicionado à


apresentação de documentação apta a comprovar a contraprestação dos serviços ou o
fornecimento de bens, bem como a legitimidade dos valores, percentuais e taxas alegadas
como despesas indiretas pelo particular, devendo a Administração Pública buscar apurar a
indenização ao particular com base no estritamente comprovado e julgado legítimo;

Decisão 553/2014 - TCDF

c) o gestor não pode arbitrar lucro ao buscar a indenização de despesas sem


amparo contratual, devendo se concentrar na avaliação dos custos envolvidos
no caso concreto;

d) o cálculo da indenização é passível de reavaliação pelos órgãos de controle e


pela própria Administração.
269

Decisão 1973/2017 - TCDF


A conduta desidiosa do gestor, que reconhece dívida por valor que supera o
custo dos serviços prestados sem cobertura contratual e autoriza o pagamento
majorado das despesas à contratada, obriga-o a ressarcir os prejuízos causados
ao erário solidariamente com a empresa beneficiada.
270

FISCALIZAÇÃO DO CONTRATO
Gestor
Ao gestor caberiam as atribuições de acompanhar e fiscalizar
aspectos legais e burocráticos da contratação, não afeitos
diretamente à natureza do objeto, como a manutenção dos
requisitos de habilitação e a aplicação de índices de reajuste.

Gestão e Fiscalização de Contratos

DECRETO Nº 44.330/2023

Art. 21, I - gestão de contrato - a coordenação das atividades relacionadas à


fiscalização técnica, administrativa e setorial e dos atos preparatórios à
instrução processual e ao encaminhamento da documentação pertinente ao
setor de contratos para a formalização dos procedimentos relativos à
prorrogação, à alteração, ao reequilíbrio, ao pagamento, à eventual aplicação
de sanções e à extinção dos contratos, entre outros;
271

FISCALIZAÇÃO DO CONTRATO
Fiscal
Ao fiscal seriam resguardadas as verificações atinentes à
execução do objeto em si, tais quais os aspectos técnicos,
quantitativos e qualitativos previstos contratualmente.

FISCALIZAÇÃO DO CONTRATO
Art. 117. A execução do contrato deverá ser acompanhada
e fiscalizada por 1 (um) ou mais fiscais do contrato,
representantes da Administração especialmente
designados conforme requisitos estabelecidos no art. 7º
desta Lei, ou pelos respectivos substitutos, permitida a
contratação de terceiros para assisti-los e subsidiá-los com
informações pertinentes a essa atribuição.
272

Gestão e Fiscalização de Contratos

DECRETO Nº 44.330/2023

Art. 21, II - fiscalização técnica - o acompanhamento do contrato com o objetivo de avaliar


a execução do objeto nos moldes contratados e, se for o caso, aferir se a quantidade, a
qualidade, o tempo e o modo da prestação ou da execução do objeto estão compatíveis com
os indicadores estabelecidos no edital, para fins de pagamento, conforme o resultado
pretendido pela administração, com o eventual auxílio da fiscalização administrativa;
III - fiscalização administrativa - o acompanhamento dos aspectos administrativos
contratuais quanto às obrigações previdenciárias, fiscais e trabalhistas e quanto ao controle
do contrato administrativo no que se refere a revisões, a reajustes, a repactuações e a
providências tempestivas nas hipóteses de inadimplemento; e
IV - fiscalização setorial - o acompanhamento da execução do contrato nos aspectos
técnicos ou administrativos quando a prestação do objeto ocorrer concomitantemente em
setores distintos ou em unidades desconcentradas de um órgão ou uma entidade.

FISCALIZAÇÃO DO CONTRATO
Fiscal técnico
- Quantidade
- Qualidade
- Tempo

Fiscal administrativo
- Obrigações previdenciárias
- Obrigações fiscais
- Obrigações trabalhistas
273

FISCALIZAÇÃO DO CONTRATO
Fiscal setorial
- Todas as suas unidades
- Especialmente as desconcentradas

Fiscal usuário
- Beneficiário dos serviços
- Avaliação qualitativa (servidores)

Gestão e Fiscalização de Contratos

DECRETO Nº 44.330/2023

Art. 10, § 1º Para o exercício da função, o gestor e os fiscais de contratos deverão


ser formalmente cientificados da indicação e das respectivas atribuições antes da
formalização do ato de designação.
§ 2º Na designação de que trata o caput, serão considerados:
I - a compatibilidade com as atribuições do cargo;
II - a complexidade da fiscalização;
III - o quantitativo de contratos por agente público; e
IV - a capacidade para o desempenho das atividades.
274

FISCALIZAÇÃO DO CONTRATO

• O fiscal do contrato será auxiliado pelos órgãos de


assessoramento jurídico e de controle interno da Administração,
que deverão dirimir dúvidas e subsidiá-lo com informações
relevantes para prevenir riscos na execução contratual.

• A hipótese da contratação de terceiros, NÃO eximirá de


responsabilidade o fiscal do contrato, nos limites das
informações recebidas do terceiro contratado.

Observações
- A fiscalização do contrato é um poder-dever da
Administração;
- O fiscal tem responsabilidade e importância na contratação
pública, pois representa a Administração na entrega do
contratado;
- A comissão ou fiscal cumpre uma função social de verificar a
devida entrega do que foi contratado, evitando prejuízo à
Administração;
- A Administração somente efetiva o pagamento após a
manifestação do fiscal do contrato.
Art. 137 – Extinção do Contrato
II - desatendimento das determinações regulares emitidas pela
autoridade designada para acompanhar e fiscalizar sua execução
ou por autoridade superior;
275

Acórdão 2717/2022 Plenário - TCU


A ausência de dispositivo nos regulamentos de licitações e contratos das
entidades do Sistema S que estabeleça expressamente a obrigação de fiscalizar
os ajustes ou que defina as atribuições do fiscal não exime a responsabilidade
dessas entidade de designar fiscais com conhecimento adequado sobre o objeto
acordado, os quais devem anotar em registro próprio todas as ocorrências
relacionadas ao contrato fiscalizado, informando tempestivamente à autoridade
competente sempre que observada alguma desconformidade no cumprimento
das obrigações avençadas. O regime jurídico administrativo aplicável aos entes
do Sistema S, por conta dos recursos públicos que administram, confere a tais
entidades o poder-dever de fiscalizar os seus ajustes, que decorre da própria
obrigação de licitar.

Recebimento do Objeto

DECRETO Nº 44.330/2023

Art. 27. O recebimento provisório ficará a cargo dos fiscais técnico,


administrativo ou setorial e o recebimento definitivo, do gestor do contrato
ou da comissão designada pela autoridade competente.
Parágrafo único. Os prazos e os métodos para a realização dos recebimentos
provisório e definitivo serão definidos em regulamento ou no contrato, nos
termos no disposto no § 3º do art. 140 da Lei nº 14.133, de 2021.
276

Se o Fiscal não tiver Qualificação Técnica?

- Poderá ter o auxílio de um profissional técnico/empresa


especializada;
- Contratado por inexigibilidade de licitação (serviço técnico
especializado);
- Responsabilidade solidária do gestor.

Terceiros Contratados

DECRETO Nº 44.330/2023

Art. 28. Na hipótese da contratação de terceiros para assistir e para subsidiar os


fiscais de contrato nos termos do disposto neste Decreto, será observado o seguinte:
I - a empresa ou o profissional contratado assumirá responsabilidade civil objetiva
pela veracidade e pela precisão das informações prestadas, firmará termo de
compromisso de confidencialidade e não poderá exercer atribuição própria e
exclusiva de fiscal de contrato; e
II - a contratação de terceiros não eximirá o fiscal do contrato da responsabilidade,
nos limites das informações recebidas do terceiro contratado.
277

Acórdão 1686/2023 Plenário - TCU


Em contratação de serviços de supervisão, fiscalização ou gerenciamento de
obras, deve constar cláusula contratual que preveja a diminuição ou supressão
da remuneração da contratada nos casos, ainda que imprevistos, de
enfraquecimento do ritmo das obras ou de paralisação total, de forma a se
manter o equilíbrio econômico-financeiro dos referidos contratos durante todo
o período de execução do empreendimento.

Gestão e fiscalização
▪ Poder-dever da Administração Pública “de exercer atividade de
polícia, controle e supervisão administrativa no âmbito da relação
contratual, de modo a aferir com eficiência e eficácia a qualidade da
execução contratual”.
▪ O controle da execução, além da conduta de acompanhamento e
aferição da compatibilidade entre o que foi contratado e o que se está
executando, pressupõe uma conduta proativa de orientação, a fim de
que o objeto seja executado nos estritos termos do que é necessário
para cumprir com o interesse público, que motivou a contratação
pública.
278

Acórdão TCU 2917/2010 Plenário


5.7.7. O servidor designado para exercer o encargo de fiscal não pode
oferecer recusa, porquanto não se trata de ordem ilegal. Entretanto, tem
a opção de expor ao superior hierárquico as deficiências e limitações
que possam impedi-lo de cumprir diligentemente suas obrigações. A
opção que não se aceita é uma atuação a esmo (com imprudência,
negligência, omissão, ausência de cautela e de zelo profissional), sob
pena de configurar grave infração à norma legal (itens 31/3 do voto do
Acórdão nº 468/2007-P).

Culpa in eligendo e responsabilidade solidária


Falha na fiscalização PODE alcançar o agente público
que nomeou:
O defendente era o SUPERIOR HIERÁRQUICO RESPONSÁVEL PELA EQUIPE
TÉCNICA QUE ATESTAVA OS SERVIÇOS. Assim sendo, não poderia se furtar da
responsabilidade de vigiar, controlar e apoiar seus subordinados, buscando os
meios necessários para a efetividade das ações afetas à Superintendência.
Ao se abster dessa responsabilidade, agiu com culpa nas modalidades in
omittendo e in vigilando. Se considerarmos, ainda, que os componentes de sua
equipe não tinham competência e formação adequadas para as atividades que
lhes eram afetas, pode-se suscitar que o defendente teria agido com culpa in
eligendo. [Acórdão 277/2010 – TCU – Plenário]
279

PAGAMENTO

Art. 92. São necessárias em todo contrato cláusulas que estabeleçam:


V - o preço e as condições de pagamento, os critérios, a data-base e a
periodicidade do reajustamento de preços e os critérios de atualização
monetária entre a data do adimplemento das obrigações e a do efetivo
pagamento;
VI - os critérios e a periodicidade da medição, quando for o caso, e o prazo para
liquidação e para pagamento;

PAGAMENTO

• Respeito à ordem cronológica de pagamentos;

• Conta vinculada;

• Parcela incontroversa deve ser paga na data prevista;

• Remuneração variável;

• Vedação ao pagamento antecipado.


280

Decisão 6118/2017 - TCDF

Estudos Especiais acerca da compatibilidade das exigências contidas no § 1º do


art. 63 do Decreto Distrital n.º 32.598/10 com os normativos de hierarquia
superior, no tocante à exigibilidade de comprovação de regularidade fiscal e
trabalhista previamente aos pagamentos às contratadas.

https://www.tjdft.jus.br/institucional/imprensa/noticias/2013/setembro/ausenci
a-de-certidao-negativa-nao-inviabiliza-pagamento-devido-pelo-df

Decisão 6118/2017 - TCDF

III – firmar entendimento de que:


a) nos termos do art. 29, inciso III, da Lei n.º 8.666/1993, a regularidade fiscal
deve ser comprovada em relação às Fazendas Públicas (distrital e federal),
independentemente do ramo de atividade do licitante;
281

Decisão 6118/2017 - TCDF

III – firmar entendimento de que:


b) a cada pagamento referente a contrato de execução continuada ou parcelada,
deve ser exigida do contratado a comprovação da regularidade para com a
Seguridade Social, o FGTS, as Fazendas Públicas, assim como a apresentação da
certidão negativa de débitos trabalhistas, em observância ao § 3º do art. 195 da
Constituição Federal e aos arts. 29, incisos III a V, e 55, inciso XIII, da Lei n.º
8.666/1993, bem como para o salutar efeito do cumprimento do Enunciado 331
da Súmula da Jurisprudência do TST, nos termos do RE 760.931/DF, apreciado
pelo Pretório Excelso em sede de repercussão geral;

Decisão 6118/2017 - TCDF

III – firmar entendimento de que:


c) os editais e contratos de execução continuada ou parcelada devem incluir
cláusula que estabelecem a obrigação do contratado de manter, durante toda a
execução do contrato, todas as condições de habilitação e qualificação exigidas
no edital do certame, sob pena de rescisão do contrato e da execução de
garantia para ressarcimento ao erário, além das penalidades já previstas em lei
(arts. 55, inciso XIII, 78, inciso I, 80, inciso III, e 87 da Lei n.º 8.666/1993);
282

Decisão 6118/2017 - TCDF

III – firmar entendimento de que:


d) ainda que verificada a irregular situação fiscal, trabalhista ou a da seguridade
social da contratada, é vedada a retenção de pagamento por serviço já
executado ou fornecimento já entregue, por falta de amparo legal e sob pena
de enriquecimento sem causa da Administração, excepcionalizada a situação
prevista na alínea “f” a seguir;

Decisão 6118/2017 - TCDF

III – firmar entendimento de que:


e) diante da hipótese a que se refere o item precedente, a Administração deve
exigir da contratada a regularização de sua situação, informando o fato ao INSS,
ao FGTS, à Justiça do Trabalho ou à Fazenda competente, iniciando
procedimento licitatório para nova contratação, em caso da não reversão da
irregularidade verificada;
283

Decisão 6118/2017 - TCDF

III – firmar entendimento de que:


f) no caso de o fornecedor ou contratado descumprir o recolhimento das
obrigações trabalhistas e/ou previdenciárias dos trabalhadores envolvidos na
prestação dos serviços continuados, com dedicação de mão de obra, no âmbito
de contrato firmado diretamente com o órgãos ou entidade integrante do
complexo administrativo do Distrito Federal, é legal a retenção parcial cautelar
de valores, nos termos e-DOC ACB613D4 Proc 25751/2012 previstos no § 5º do
art. 63, do Decreto Distrital n.º 32.598/2010, acrescido pelo Decreto Distrital n.º
38.684/2017;

Decisão 6118/2017 - TCDF

III – firmar entendimento de que:


g) os editais e contratos de serviços continuados com dedicação de mão de obra
devem incluir cláusula que autorize a Administração a realizar os pagamentos de
salários diretamente aos empregados, bem como das contribuições
previdenciárias e do FGTS, quando esses não forem honrados pelas empresas;
284

Acórdão 1488/2023 Plenário - TCU


O pagamento por serviços não realizados para dar cobertura à execução de
outros serviços ou aquisições sem previsão contratual afronta os arts. 62 e 63 da
Lei 4.320/1964 e o art. 36, §§ 1º e 2º, do Decreto 93.872/1986 e constitui
irregularidade grave, apta a ensejar sanção aos responsáveis.

Decisões sobre a execução dos contratos

DECRETO Nº 44.330/2023

Art. 30. As decisões sobre as solicitações e as reclamações relacionadas à execução


dos contratos e os indeferimentos aos requerimentos manifestamente
impertinentes, meramente protelatórios ou de nenhum interesse para a boa
execução do contrato serão efetuados no prazo de um mês, contado da data do
protocolo do requerimento, exceto se houver disposição legal ou cláusula contratual
que estabeleça prazo específico.
§ 1º O prazo de que trata o caput poderá ser prorrogado uma vez, por igual período,
desde que motivado.
§ 2º As decisões de que trata o caput serão tomadas pelo fiscal do contrato, pelo
gestor do contrato ou pela autoridade superior, nos limites de suas competências.
285

Sanções

Constituem-se em consequências de ações e/ou omissões


irregulares, por parte da contratada, passíveis de aplicação
de penalidades.

Contraditório e ampla defesa.

Acórdão 2077/2017 Plenário - TCU


A apuração das condutas faltosas praticadas por licitantes não consiste em
faculdade do gestor público com tal atribuição, mas em dever legal. A aplicação
de penalidades não se restringe ao Poder Judiciário, mas, nos termos das Leis
8.666/1993 e 10.520/2002, cabe também aos entes públicos que exercem a
função administrativa.
286

CONVERTA EM MULTA COMPENSATÓRIA

NÃO IMPEDE QUE A PROMOVA A EXTINÇÃO UNILATERAL DO


ADMINISTRAÇÃO CONTRATO
MULTA DE MORA
COM A APLICAÇÃO CUMULADA DE OUTRAS
POR ATRASO INJUSTIFICADO
SANÇÕES

ADVERTÊNCIA 0,5% A 30% DO VALOR DO CONTRATO

PODE SER APLICADA EM CONJUNTO COM AS DEMAIS


MULTA
SANÇÕES SANÇÕES

CABE CONTRA QUALQUER INFRAÇÃO

LICITAR E CONTRATAR

POR INFRAÇÕES ALCANCE ENTE FEDERATIVO QUE APLICOU


ADMINISTRATIVAS IMPEDIMENTO

ATÉ 3 ANOS
PRAZO
MÍNIMO PARA REABILITAÇÃO: 1 ANO

LICITAR E CONTRATAR

DECLARAÇÃO DE ALCANCE TODOS OS ENTES FEDERATIVOS


INIDONEIDADE
DE 3 A 6 ANOS
PRAZO
MÍNIMO PARA REABILITAÇÃO: 3 ANOS

Sanções administrativas

Art. 156. Serão aplicadas ao responsável pelas infrações administrativas


previstas nesta Lei as seguintes sanções:
I - advertência;
II - multa;
III - impedimento de licitar e contratar;
IV - declaração de inidoneidade para licitar ou contratar.
287

Sanções administrativas

Critérios de Aplicação
► § 1º Na aplicação das sanções serão considerados:
I - a natureza e a gravidade da infração cometida;
II - as peculiaridades do caso concreto;
III - as circunstâncias agravantes ou atenuantes;
IV - os danos que dela provierem para a Administração Pública;
V - a implantação ou o aperfeiçoamento de programa de integridade,
conforme normas e orientações dos órgãos de controle.

Advertência
▪ Cabe em faltas leves que, no futuro, podem inviabilizar a execução do
contrato:
» primeiro efeito – reside na submissão do particular a uma fiscalização
mais atenta. Não se trata de alterar as exigências impostas, que
continuam as mesmas. Haverá, porém, um acompanhamento mais
minucioso da atividade do particular, tendo em vista haver
anteriormente descumprido seus deveres;
» segundo efeito – consiste na cientificação de que, em caso de
reincidência (específica ou genérica), o particular sofrerá uma punição
mais severa.
▪ Princípios basilares na aplicação da sanção administrativa
(razoabilidade e proporcionalidade).
288

Advertência

Será aplicada exclusivamente pela infração administrativa prevista no


inciso I do caput do art. 155 desta Lei, quando não se justificar a imposição
de penalidade mais grave.

Art. 155. O licitante ou o contratado será responsabilizado


administrativamente pelas seguintes infrações:
I - dar causa à inexecução parcial do contrato;

Multa
Calculada na forma do edital ou do contrato, não poderá ser inferior a 0,5%
(cinco décimos por cento) nem superior a 30% (trinta por cento) do valor
do contrato licitado ou celebrado com contratação direta e será aplicada ao
responsável por qualquer das infrações administrativas previstas no art.
155 desta Lei.

❖Distinção(≠) entre glosa, pela não execução, e sanção pecuniária, pelo


mesmo fato concreto.
289

Multa de mora x Multa compensatória

Art. 162. O atraso injustificado na execução do contrato sujeitará o


contratado a multa de mora, na forma prevista em edital ou em contrato.
Parágrafo único. A aplicação de multa de mora não impedirá que a
Administração a converta em compensatória e promova a extinção
unilateral do contrato com a aplicação cumulada de outras sanções
previstas nesta Lei.

Acórdão 1691/2022 1ª Câmara - TCU


No cálculo da multa aplicada pelo TCU, observados os limites fixados na Lei
8.443/1992 e no seu Regimento Interno, deve ser estabelecida justa proporção
entre a punição e a natureza da infração, bem como avaliada sua gravidade, os
danos que dela provierem e a existência de circunstâncias agravantes e
atenuantes (art. 22, § 2º, Decreto-lei 4.657/1942 - Lindb).
290

Acórdão 113/2023 Plenário - TCU


A dosimetria da multa aplicada pelo TCU - respeitados os limites fixados na sua
Lei Orgânica e no seu Regimento Interno e observados os princípios da
razoabilidade e da proporcionalidade - deve ser orientada, a cada caso, por
critérios como: o nível de gravidade dos ilícitos apurados; a valoração das
circunstâncias fáticas e jurídicas; a materialidade envolvida; o grau de
culpabilidade dos responsáveis; a isonomia de tratamento com casos análogos.

Impedimento de licitar e contratar

Será aplicada ao responsável pelas infrações administrativas previstas nos


incisos II, III, IV, V, VI e VII do caput do art. 155 desta Lei, quando não se
justificar a imposição de penalidade mais grave, e impedirá o responsável
de licitar ou contratar no âmbito da Administração Pública direta e indireta
do ente federativo que tiver aplicado a sanção, pelo prazo máximo de 3
(três) anos.
291

Impedimento de licitar e contratar


Art. 155. O licitante ou o contratado será responsabilizado administrativamente pelas
seguintes infrações:
II - dar causa à inexecução parcial do contrato que cause grave dano à Administração, ao
funcionamento dos serviços públicos ou ao interesse coletivo;
III - dar causa à inexecução total do contrato;
IV - deixar de entregar a documentação exigida para o certame;
V - não manter a proposta, salvo em decorrência de fato superveniente devidamente
justificado;
VI - não celebrar o contrato ou não entregar a documentação exigida para a contratação,
quando convocado dentro do prazo de validade de sua proposta;
VII - ensejar o retardamento da execução ou da entrega do objeto da licitação sem motivo
justificado;

Declaração de Inidoneidade
▪ A Declaração de Inidoneidade é penalidade aplicável aos contratados
inadimplentes de má-fé, ou reincidentes, e àqueles que, dolosamente e
em razão do contrato ou do procedimento licitatório, praticarem atos
ilícitos visando fraudar o Fisco ou a licitação, ou dos quais se verifique
não possuírem idoneidade para contratar com o Poder Público.
▪ A Declaração de Inidoneidade incide sobre a Administração Pública.
“1. A sanção de declaração de inidoneidade, prevista no art. 46 da Lei
8.443/92, produz efeitos ex nunc, não afetando, automaticamente,
contratos em andamento celebrados antes da aplicação da penalidade”
(Acórdão TCU nº 432/2014 – Plenário).
292

Declaração de Inidoneidade

Aplicada ao responsável pelas infrações administrativas previstas nos


incisos VIII, IX, X, XI e XII do caput do art. 155 desta Lei, bem como pelas
infrações administrativas previstas nos incisos II, III, IV, V, VI e VII do caput
do referido artigo que justifiquem a imposição de penalidade mais grave
que a sanção referida no § 4º deste artigo, e impedirá o responsável de
licitar ou contratar no âmbito da Administração Pública direta e indireta de
todos os entes federativos, pelo prazo mínimo de 3 (três) anos e máximo de
6 (seis) anos.

Declaração de Inidoneidade

Art. 155. O licitante ou o contratado será responsabilizado administrativamente


pelas seguintes infrações:
VIII - apresentar declaração ou documentação falsa exigida para o certame ou
prestar declaração falsa durante a licitação ou a execução do contrato;
IX - fraudar a licitação ou praticar ato fraudulento na execução do contrato;
X - comportar-se de modo inidôneo ou cometer fraude de qualquer natureza;
XI - praticar atos ilícitos com vistas a frustrar os objetivos da licitação;
XII - praticar ato lesivo previsto no art. 5º da Lei nº 12.846, de 1º de agosto de
2013.
293

Declaração de Inidoneidade

Precedida de análise jurídica

Aplicada por:
- Poder Executivo (Ministro e Secretários)
- Demais Poderes (autoridades equivalentes)

Acórdão 1246/2020 Plenário - TCU


É indevida a prorrogação de contrato de prestação de serviços contínuos
celebrado com sociedade empresária que, na vigência do contrato, seja
declarada inidônea para contratar com a Administração (art. 46 da Lei
8.443/1992) ou que tenha os efeitos dessa sanção a ela estendidos. Se a
contratada deve manter os requisitos de habilitação durante a execução do
contrato (art. 55, inciso XIII, da Lei 8.666/1993), deve, por consequência, deter
essa condição quando da sua prorrogação.
294

Acórdão 4042/2020 Plenário - TCU


É cabível a declaração de inidoneidade de empresa que participa de licitação
utilizando-se de recursos humanos e materiais de outra empresa, previamente
declarada inidônea, com intuito de burlar a penalidade, o que caracteriza fraude
à licitação, sendo desnecessária a existência de sócios em comum para a
aplicação da sanção.

Acórdão 917/2022 Plenário - TCU


A apresentação de atestado de capacidade técnica com conteúdo falso, à
evidência de conluio entre as empresas envolvidas, fere os princípios da
moralidade, da isonomia e da competitividade e conduz à declaração de
inidoneidade, tanto da empresa que emitiu o atestado quanto da que o
apresentou, para participar de licitação na Administração Pública Federal (art.
46 da Lei 8.443/1992).
295

Acórdão 930/2022 Plenário - TCU


Constitui fraude à licitação, ensejando a declaração de inidoneidade do
fraudador, a mera participação em certames licitatórios de pessoa jurídica
autodeclarada como microempresa ou empresa de pequeno porte, visando os
benefícios concedidos pela LC 123/2006, cujo sócio participe com mais de 10%
do capital de outra empresa não beneficiada, fato que contraria o art. 3º, § 4º,
inciso IV, dessa lei, bem como sua finalidade.

Acórdão 1484/2022 Plenário - TCU


Constatado superfaturamento decorrente da prática de sobrepreço em licitação
cujos participantes estiveram reunidos em conluio, apresentando lances de
cobertura ou se abstendo de apresentar propostas no certame, o débito deve
ser imputado apenas ao licitante vencedor (contratado), enquanto os demais
competidores podem ser punidos pelas fraudes ao processo licitatório, na forma
de declarações de inidoneidade (art. 46 da Lei nº 8.443/1992) para participar de
licitação na Administração Pública federal ou nos certames promovidos pelos
estados, Distrito Federal e municípios a partir da aplicação de recursos federais.
296

Acórdão 1495/2022 Plenário - TCU


É aplicável a declaração de inidoneidade (art. 46 da Lei nº 8.443/1992) na
ocorrência de fraude em licitações promovidas por entidades do Sistema S, pois,
embora não se submetam à Lei nº 8.666/1993, a obrigatoriedade de licitar dos
serviços sociais autônomos decorre da necessidade de observância aos
princípios constitucionais da moralidade, da impessoalidade, da isonomia e da
economicidade.

Acórdão 1701/2022 Plenário - TCU


A conduta dolosa é elemento subjetivo indispensável à configuração de fraude à
licitação, sendo requisito essencial para a aplicação da sanção de inidoneidade
prevista no art. 46 da Lei nº 8.443/1992.
297

Acórdão 1890/2022 Plenário - TCU


A declaração de inidoneidade imposta pelo TCU a determinada empresa (art. 46
da Lei 8.443/1992) pode ser estendida a outra de propriedade dos mesmos
sócios quando restar demonstrado ter sido esta constituída com o propósito de
burlar a sanção, ainda que a constituição da segunda empresa tenha ocorrido
antes da aplicação da penalidade à primeira.

Acórdão 2166/2022 Plenário - TCU


É aplicável a declaração de inidoneidade (art. 46 da Lei 8.443/1992) a empresa
que, embora não assuma a condição de licitante ou não seja contratada,
participe do processo licitatório com intuito de fraudá-lo, a exemplo do
oferecimento de proposta para subsidiar pesquisa de preços viciada.
298

Acórdão 2191/2022 Plenário - TCU


A existência de relação de parentesco ou de afinidade familiar entre sócios de
distintas empresas ou sócios em comum não permite, por si só, caracterizar
como fraude a participação dessas empresas numa mesma licitação. A
demonstração de fraude à licitação exige a evidenciação do nexo causal entre a
conduta dessas empresas e a frustração dos princípios e dos objetivos do
certame.

Acórdão 2461/2022 Plenário - TCU


Na dosimetria para aplicação da penalidade de declaração de inidoneidade (art.
46 da Lei 8.443/1992) no caso de conluio entre empresas com a finalidade de
fraudar licitação, a punição à empresa vencedora do certame deve ser mais
severa, em razão da maior vantagem obtida com a irregularidade.
299

Acórdão 918/2023 Plenário - TCU


A prova indiciária, constituída por somatório de indícios que apontam na mesma
direção, é suficiente para caracterizar fraude a licitação, o que conduz à
declaração de inidoneidade das empresas envolvidas para licitar com a
Administração Pública Federal (art. 46 da Lei 8.443/1992).
Os efeitos da declaração de inidoneidade (art. 46 da Lei 8.443/1992) devem
abranger, além das licitações na Administração Pública Federal e daquelas
realizadas por estados, Distrito Federal e municípios custeadas com recursos
federais, também as licitações promovidas por entidades do Sistema S em que
haja a aplicação de recursos públicos de natureza parafiscal. Tais entes, embora
não integrem a Administração Pública, devem obediência aos princípios
estabelecidos no art. 37 da Constituição Federal e sujeitam-se à jurisdição do
TCU.

Acórdão 1574/2023 Plenário - TCU

A aplicação de sanção pelo Conselho Administrativo de Defesa Econômica


(Cade) em decorrência de conduta anticoncorrencial infringente à ordem
econômica não impede que o TCU declare a inidoneidade da empresa
sancionada para participar de licitações na Administração Pública Federal (art.
46 da Lei 8.443/1992), quando a mesma conduta caracterizar fraude à licitação.
O princípio do non bis in idem não veda a possibilidade de a legislação atribuir
mais de uma sanção administrativa a uma mesma conduta.
300

Acórdão 1607/2023 Plenário - TCU

Constitui fraude à licitação, ensejando a declaração de inidoneidade do


fraudador, a mera participação em certames licitatórios de pessoa jurídica
autodeclarada como microempresa ou empresa de pequeno porte, visando os
benefícios concedidos pela LC 123/2006, cujo sócio participe com mais de 10%
do capital de outra empresa não beneficiada, fato que contraria o art. 3º, § 4º,
inciso IV, dessa lei, bem como sua finalidade, não sendo necessário, para a
configuração do ilícito, que a autora da fraude obtenha a vantagem esperada.

Acórdão 1616/2023 Plenário - TCU

É aplicável a declaração de inidoneidade (art. 46 da Lei 8.443/1992) a empresa


que, embora não assuma a condição de licitante ou não seja contratada,
participe do processo licitatório com intuito de fraudá-lo, a exemplo do
oferecimento de proposta para subsidiar pesquisa de preços viciada.
301

Aplicação das Sanções

DECRETO Nº 44.330/2023

Art. 142. Os licitantes estarão sujeitos às sanções administrativas previstas


na Lei nº 14.133, de 2021, e às demais cominações previstas em regulamento
específico que trata dos procedimentos de aplicação de sanções, resguardado
o direito à ampla defesa e contraditório.

Acórdão 675/2022 Plenário - TCU


O atraso injustificado na execução de obras públicas é ocorrência grave, de
maneira que o órgão ou a entidade contratante tem o dever de adotar as
medidas cabíveis para aplicar as multas contratuais e demais penalidades
previstas em lei, não se tratando de decisão discricionária da Administração.
302

COMISSÃO PROCESSANTE

Processo de responsabilização
Sanções:
- impedimento de licitar e contratar
- declaração de inidoneidade
Mínimo de 2 servidores estáveis
Prazo de defesa: 15 dias
Alegações finais: 15 dias

PRESCRIÇÃO

A prescrição ocorrerá em 5 (cinco) anos, contados da ciência da infração


pela Administração, e será:
I - interrompida pela instauração do processo de responsabilização a que se
refere o caput deste artigo;
II - suspensa pela celebração de acordo de leniência previsto na Lei nº
12.846, de 1º de agosto de 2013;
III - suspensa por decisão judicial que inviabilize a conclusão da apuração
administrativa.
303

DESCONSIDERAÇÃO DA PERSONALIDADE JURÍDICA

Art. 160. A personalidade jurídica poderá ser desconsiderada sempre que


utilizada com abuso do direito para facilitar, encobrir ou dissimular a
prática dos atos ilícitos previstos nesta Lei ou para provocar confusão
patrimonial, e, nesse caso, todos os efeitos das sanções aplicadas à
pessoa jurídica serão estendidos aos seus administradores e sócios
com poderes de administração, a pessoa jurídica sucessora ou a empresa
do mesmo ramo com relação de coligação ou controle, de fato ou de direito,
com o sancionado, observados, em todos os casos, o contraditório, a ampla
defesa e a obrigatoriedade de análise jurídica prévia.

Acórdão 2409/2022 2ª Câmara - TCU


Não é necessário desconsiderar a personalidade jurídica da entidade privada
que recebe recursos oriundos da Lei 8.313/1991 (Lei Rouanet) para que seus
administradores sejam pessoalmente responsabilizados pelos danos causados
ao erário, sendo solidária a responsabilidade deles com a entidade.
304

Acórdão 1484/2022 Plenário - TCU


O vínculo contratual entre a entidade privada e o Poder Público não permite a
responsabilização dos agentes da empresa contratada (administradores, sócios
ou empregados) por prejuízos causados ao erário. Na hipótese de estarem
presentes os requisitos para a desconsideração da personalidade jurídica, os
sócios e os administradores da empresa contratada podem ser alcançados, mas
não os empregados (art. 50 do Código Civil).

Acórdão 229/2023 Plenário - TCU


Os efeitos da desconsideração da personalidade jurídica alcançam não apenas os
sócios de direito, mas também os sócios ocultos que exerçam de fato a gerência
da pessoa jurídica.
305

REGISTRO DAS SANÇÕES

- Cadastro Nacional de Empresas Inidôneas e Suspensas (CEIS)


- Cadastro Nacional de Empresas Punidas (CNEP)
- Prazo: 15 dias

REABILITAÇÃO

É admitida a reabilitação do licitante ou contratado perante a própria


autoridade que aplicou a penalidade, exigidos, cumulativamente:
I - reparação integral do dano causado à Administração Pública;
II - pagamento da multa;
III - transcurso do prazo mínimo de 1 (um) ano da aplicação da penalidade,
no caso de impedimento de licitar e contratar, ou de 3 (três) anos da
aplicação da penalidade, no caso de declaração de inidoneidade;
IV - cumprimento das condições de reabilitação definidas no ato punitivo;
V - análise jurídica prévia, com posicionamento conclusivo quanto ao
cumprimento dos requisitos definidos neste artigo.
306

REABILITAÇÃO

A sanção pelas infrações previstas nos incisos VIII e XII do caput do art. 155
desta Lei exigirá, como condição de reabilitação do licitante ou contratado,
a implantação ou aperfeiçoamento de programa de integridade pelo
responsável.
Art. 155. O licitante ou o contratado será responsabilizado
administrativamente pelas seguintes infrações:
VIII - apresentar declaração ou documentação falsa exigida para o certame
ou prestar declaração falsa durante a licitação ou a execução do contrato;
XII - praticar ato lesivo previsto no art. 5º da Lei nº 12.846, de 1º de agosto
de 2013.
307

Boa fé
Em julgado de 2022, o TCU prolatou Acórdão em que, reiterando as conclusões
da instrução processual e afastando parte da matéria de defesa, assentou não
ser possível presumir a boa fé do agente, que deve ser provada de forma
objetiva. Isto é, faz-se necessária a constatação de algum ato ou fato capaz de
caracterizar a conduta zelosa e diligente do responsável.
Em julgado anterior, o TCU decidiu que não se pode presumir a má fé dos
licitantes.

Acórdão 3579/2020 - 2ª Câmara TCU


A delegação de competência não implica delegação de responsabilidade,
competindo ao delegante a fiscalização dos atos de seus subordinados,
especialmente em situações nas quais, pela importância do objeto e pela
materialidade dos recursos envolvidos, a necessidade de supervisão não pode
ser subestimada.
308

Acórdão 60/2020 - Plenário TCU


Na aplicação de sanções, o TCU deve considerar os obstáculos e as dificuldades
reais enfrentadas pelo gestor, bem como ponderar se as circunstâncias do caso
concreto limitaram ou condicionaram a ação do agente (art. 22 do Decreto-lei
4.657/1942 – Lindb).

Acórdão 724/2021 - Plenário TCU


A existência de parecer jurídico não é suficiente para afastar a responsabilidade
do agente público pela prática de ato irregular, entretanto pode ser considerada
circunstância atenuante na dosimetria da pena.
309

Acórdão 756/2022 - Plenário TCU


O dever de observância à hierarquia militar não elide a responsabilidade do
agente pela prática de irregularidades decorrentes do cumprimento de ordens
manifestamente ilegais.

Acórdão 2037/2022 - 1ª Câmara TCU


A responsabilidade dos jurisdicionados perante o TCU é de natureza subjetiva,
caracterizada mediante a presença de culpa em sentido estrito, sendo
desnecessária a caracterização de conduta dolosa ou má-fé do gestor para que
ele seja obrigado a ressarcir os prejuízos que tenha causado ao erário.
310

Decisão 1812/2017 - TCDF


A composição de dívida, para fins de ressarcimento ao erário, deve considerar a
participação de cada agente na prática dos atos que resultaram em prejuízo ao
erário, de modo que a responsabilização dos agentes públicos ocorra de forma
proporcional à conduta praticada e não solidariamente pelo total do débito
apurado.

Decisão 2649/2017 - TCDF


Verificadas falhas em contratação feita pela Administração Pública e constatado
prejuízo ao erário, deve-se proceder à individualização da responsabilidade e da
conduta dos envolvidos, bem como das sanções a que se submetem, de forma
que se estabeleçam:

a) os responsáveis diretos pelos danos causados ao erário em razão de


falhas/irregularidades decorrentes da execução do contrato (empresa
prestadora dos serviços), aos quais se atribui a responsabilidade solidária pela
restituição aos cofres públicos do débito apurado e,
311

Decisão 2649/2017 - TCDF


b) os responsáveis indiretos (agentes públicos), cuja responsabilização decorre
da omissão e negligência no dever de fiscalizar a execução do contrato, aos
quais deve ser afastada a imputação do débito de forma solidária, quando não
se verificar a existência de má-fé/dolo ou indícios de que agiu de comum acordo
com o contratado, sem prejuízo da aplicação de multa, conforme previsto no
art. 57, inciso II, da Lei Complementar nº 01/1994.

RESPONSABILIZAÇÃO DO AGENTE PÚBLICO

ERRO GROSSEIRO
A conduta culposa do responsável que foge ao referencial do “administrador
médio” utilizado pelo TCU para avaliar a razoabilidade dos atos submetidos a
sua apreciação caracteriza o “erro grosseiro” a que alude o art. 28 do Decreto-
lei 4.657/1942 (Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro), incluído pela
Lei 13.655/2018.
(Acórdão 1628/2018 Plenário - TCU)
312

RESPONSABILIZAÇÃO DO AGENTE PÚBLICO

ERRO GROSSEIRO
A ausência do critério de aceitabilidade dos preços unitários no edital de
licitação para a contratação de obra, em complemento ao critério de
aceitabilidade do preço global, configura erro grosseiro que atrai a
responsabilidade do parecerista jurídico a quem coube o exame da minuta do
edital, que deveria saber, como esperado do parecerista médio, quando os
dispositivos editalícios estão aderentes aos normativos legais e à
jurisprudência sedimentada que regem a matéria submetida a seu parecer.
(Acórdão 1695/2018 Plenário - TCU)

RESPONSABILIZAÇÃO DO AGENTE PÚBLICO

ERRO GROSSEIRO
Para fins do exercício do poder sancionatório do TCU, erro grosseiro é o que
decorreu de grave inobservância do dever de cuidado, isto é, que foi praticado
com culpa grave.
(Acórdão 2391/2018 Plenário - TCU)
313

RESPONSABILIZAÇÃO DO AGENTE PÚBLICO

ERRO GROSSEIRO
Para fins do exercício do poder sancionatório do TCU, pode ser tipificado como
erro grosseiro (art. 28 do Decreto-lei 4.657/1942 – Lindb) o descumprimento
de normativo da entidade pelo gestor, especialmente o que resultar em danos
materialmente relevantes.
(Acórdão 2677/2018 Plenário - TCU)

RESPONSABILIZAÇÃO DO AGENTE PÚBLICO

ERRO GROSSEIRO
Para fins de aplicação de sanções administrativas pelo TCU, há que se verificar
a ocorrência de culpa grave ou dolo do administrador público.
(Acórdão 11762/2018 2ª Câmara - TCU)
314

RESPONSABILIZAÇÃO DO AGENTE PÚBLICO

ERRO GROSSEIRO
O erro grosseiro a que alude o art. 28 do Decreto-lei 4.657/1942 (Lei de
Introdução às Normas do Direito Brasileiro), incluído pela Lei 13.655/2018, fica
configurado quando a conduta do agente público se distancia daquela que
seria esperada do administrador médio, avaliada no caso concreto.
(Acórdão 2860/2018 Plenário - TCU)

RESPONSABILIZAÇÃO DO AGENTE PÚBLICO

ERRO GROSSEIRO
Para fins de responsabilização perante o TCU, pode ser tipificada como erro
grosseiro (art. 28 do Decreto-lei 4.657/1942 – Lei de Introdução às Normas do
Direito Brasileiro) a realização de pagamento antecipado sem justificativa do
interesse público na sua adoção e sem as devidas garantias que assegurem o
pleno cumprimento do objeto pactuado.
(Acórdão 185/2019 Plenário - TCU)
315

RESPONSABILIZAÇÃO DO AGENTE PÚBLICO

ERRO GROSSEIRO
Para fins de responsabilização perante o TCU, pode ser tipificado como erro
grosseiro o descumprimento de regra expressa em instrumento de convênio.
Tal conduta revela nível de atenção aquém ao de uma pessoa com diligência
abaixo do patamar médio, o que configura culpa grave, passível de multa.
(Acórdão 2681/2019 1ª Câmara - TCU)

RESPONSABILIZAÇÃO DO AGENTE PÚBLICO

ERRO GROSSEIRO
Para fins de responsabilização perante o TCU, pode ser tipificada como erro
grosseiro (art. 28 do Decreto-lei 4.657/1942 – Lei de Introdução às Normas do
Direito Brasileiro) a autorização de pagamento sem a devida liquidação da
despesa.
(Acórdão 2699/2019 1ª Câmara - TCU)
316

RESPONSABILIZAÇÃO DO AGENTE PÚBLICO

ERRO GROSSEIRO
Para fins de responsabilização perante o TCU, considera-se erro grosseiro
aquele que pode ser percebido por pessoa com diligência abaixo do normal ou
que pode ser evitado por pessoa com nível de atenção aquém do ordinário,
decorrente de grave inobservância de dever de cuidado.
(Acórdão 3327/2019 1ª Câmara - TCU)

RESPONSABILIZAÇÃO DO AGENTE PÚBLICO

ERRO GROSSEIRO
Para fins do exercício do poder sancionatório do TCU, pode ser tipificado como
erro grosseiro (art. 28 do Decreto-lei 4.657/1942 – Lei de Introdução às
Normas do Direito Brasileiro) o direcionamento de licitação para marca
específica sem a devida justificativa técnica.
(Acórdão 1264/2019 Plenário - TCU)
317

RESPONSABILIZAÇÃO DO AGENTE PÚBLICO

ERRO GROSSEIRO
Para fins de responsabilização perante o TCU, pode ser tipificada como erro
grosseiro (art. 28 do Decreto-lei 4.657/1942 – Lei de Introdução às Normas do
Direito Brasileiro) a decisão do gestor que desconsidera, sem a devida
motivação, parecer da consultoria jurídica do órgão ou da entidade que dirige.
Tal conduta revela desempenho aquém do esperado do administrador médio,
o que configura culpa grave, passível de multa.
(Acórdão 1264/2019 Plenário - TCU)

RESPONSABILIZAÇÃO DO AGENTE PÚBLICO

ERRO GROSSEIRO
Para fins de responsabilização perante o TCU, pode ser tipificada como erro
grosseiro (art. 28 do Decreto-lei 4.657/1942 – Lei de Introdução às Normas do
Direito Brasileiro) a prestação de contas dos recursos oriundos do Fundo
Nacional de Assistência Social, regulada pela Lei 9.604/1998 e pela Portaria
MDS 625/2010, desacompanhada do parecer do Conselho Municipal de
Assistência Social (CMAS).
(Acórdão 4778/2019 1ª Câmara - TCU)
318

RESPONSABILIZAÇÃO DO AGENTE PÚBLICO

ERRO GROSSEIRO
A regra prevista no art. 28 da Lindb (Decreto-lei 4.657/1942), que estabelece
que o agente público só responderá pessoalmente por suas decisões ou
opiniões técnicas em caso de dolo ou erro grosseiro, não se aplica à
responsabilidade financeira por dano ao erário. O dever de indenizar prejuízos
aos cofres públicos permanece sujeito à comprovação de dolo ou culpa, sem
qualquer gradação, tendo em vista o tratamento constitucional dado à matéria
(art. 37, § 6º, da Constituição Federal).
(Acórdão 5547/2019 1ª Câmara - TCU)

RESPONSABILIZAÇÃO DO AGENTE PÚBLICO

ERRO GROSSEIRO
Para fins do exercício do poder sancionatório do TCU, erro grosseiro é o que
decorreu de grave inobservância do dever de cuidado, isto é, que foi praticado
com culpa grave.
(Acórdão 1689/2019 Plenário - TCU)
319

RESPONSABILIZAÇÃO DO AGENTE PÚBLICO

ERRO GROSSEIRO
Para fins do exercício do poder sancionatório do TCU, pode ser tipificado como
erro grosseiro (art. 28 do Decreto-lei 4.657/1942 – Lindb) o descumprimento,
sem a devida motivação, de determinação expedida pelo TCU, pois tal conduta
revela grave inobservância do dever de cuidado, o que configura culpa grave.
(Acórdão 1941/2019 Plenário - TCU)

RESPONSABILIZAÇÃO DO AGENTE PÚBLICO

ERRO GROSSEIRO
A existência de pareceres técnico e jurídico não exime a responsabilidade de
agente político que, ao assinar convênio, permite o repasse de verbas federais
a objeto não elegível pela política pública sobre a qual tem a obrigação
precípua de promover e zelar, pois caracteriza conduta com erro grosseiro e
culpa grave.
(Acórdão 11069/2019 1ª Câmara - TCU)
320

RESPONSABILIZAÇÃO DO AGENTE PÚBLICO

ERRO GROSSEIRO
O art. 28 do Decreto-lei 4.657/1942 (LINDB), que trata da responsabilização
pessoal do agente em caso de dolo ou erro grosseiro, não se aplica ao
particular contratado pela Administração Pública e se refere exclusivamente à
aplicação de sanções, visto que o dever de indenizar os prejuízos ao erário
permanece sujeito à comprovação de dolo ou culpa, sem qualquer gradação,
como é de praxe no âmbito da responsabilidade aquiliana, inclusive para fins
de regresso (art. 37, § 6º, da Constituição Federal).
(Acórdão 2768/2019 Plenário - TCU)

RESPONSABILIZAÇÃO DO AGENTE PÚBLICO

ERRO GROSSEIRO
O reenquadramento de empregado público em cargo de natureza
absolutamente diversa e com atribuições muito mais complexas do que as
previstas no cargo original, a caracterizar ascensão funcional, constitui erro
grosseiro capaz de ensejar a responsabilização dos gestores que atuaram tanto
por comissão quanto por omissão.
(Acórdão 14536/2019 1ª Câmara - TCU)
321

RESPONSABILIZAÇÃO DO AGENTE PÚBLICO

ERRO GROSSEIRO
Para fins do exercício do poder sancionatório do TCU, pode ser tipificado como
erro grosseiro (art. 28 do Decreto-lei 4.657/1942 – Lindb) o pagamento de
serviços de natureza continuada prestados sem respaldo contratual, em
afronta ao art. 60, parágrafo único, da Lei 8.666/1993.
(Acórdão 13053/2019 2ª Câmara - TCU)

RESPONSABILIZAÇÃO DO AGENTE PÚBLICO

ERRO GROSSEIRO
A ausência de critério de aceitabilidade dos preços unitários em edital de
licitação para contratação de obra, em complemento ao critério de
aceitabilidade do preço global, configura erro grosseiro que atrai a
responsabilidade do parecerista jurídico que não apontou a falha no exame da
minuta do ato convocatório, pois deveria saber, como esperado do
pareceristas médio, quando as disposições editalícias não estão aderentes aos
normativos legais e à jurisprudência.
(Acórdão 615/2020 Plenário - TCU)
322

RESPONSABILIZAÇÃO DO AGENTE PÚBLICO

ERRO GROSSEIRO
Para fins de responsabilização perante o TCU, considera-se erro grosseiro (art.
28 do Decreto-lei 4.657/1942 – Lindb) aquele que pode ser percebido por
pessoa com diligência abaixo do normal ou que pode ser evitado por pessoa
com nível de atenção aquém do ordinário, decorrente de grave inobservância
de dever de cuidado.
(Acórdão 4447/2020 2ª Câmara - TCU)

RESPONSABILIZAÇÃO DO AGENTE PÚBLICO

ERRO GROSSEIRO
Para fins do exercício do poder sancionatório do TCU, pode ser tipificado como
erro grosseiro (art. 28 do Decreto-lei 4.657/1942 - Lindb) o descumprimento,
sem a devida motivação, de determinação expedida pelo TCU, pois tal conduta
revela grave inobservância do dever de cuidado, o que configura culpa grave.
(Acórdão 2028/2020 Plenário - TCU)
323

RESPONSABILIZAÇÃO DO AGENTE PÚBLICO

ERRO GROSSEIRO
Para fins do exercício do poder sancionatório do TCU, pode ser tipificada como
erro grosseiro (art. 28 do Decreto-lei 4.657/1942 - Lindb) a aprovação, pelo
parecerista jurídico (art. 38, parágrafo único, da Lei 8.666/1993), de minuta de
edital contendo vícios que não envolvem controvérsias jurídicas ou
complexidades técnicas.
(Acórdão 9294/2020 1ª Câmara - TCU)

RESPONSABILIZAÇÃO DO AGENTE PÚBLICO

ERRO GROSSEIRO
A emissão de parecer jurídico sem abordar a inviabilidade de conceder a
empresa contratada pela Administração reajuste de preço por
desconformidade com o art. 40, inciso XI, da Lei 8.666/1993 c/c os arts. 2º e 3º
da Lei 10.192/2001 caracteriza erro grosseiro e acarreta a aplicação de multa
ao seu autor.
(Acórdão 10830/2020 1ª Câmara - TCU)
324

RESPONSABILIZAÇÃO DO AGENTE PÚBLICO

ERRO GROSSEIRO
Nos convênios para a realização de eventos, ainda que o contrato de exclusividade, no
caso de contratação direta por inexigibilidade, e os comprovantes dos cachês pagos aos
artistas tenham sido exigidos no termo do ajuste, sua ausência na prestação de contas
não é suficiente para imputação de débito se os elementos dos autos comprovarem que
houve, de fato, a prestação dos serviços artísticos e não for constatado
superfaturamento. Contudo, o descumprimento de obrigação expressamente assumida
no termo do convênio e a contratação fundamentada em inexigibilidade de licitação sem
a caracterização da inviabilidade de competição constituem erro grosseiro (art. 28 do
Decreto-lei 4.657/1942 - Lindb) e justificam o julgamento pela irregularidade das contas e
aplicação de multa ao gestor convenente.
(Acórdão 22/2021 2ª Câmara - TCU)

RESPONSABILIZAÇÃO DO AGENTE PÚBLICO

ERRO GROSSEIRO
Para fins do exercício do poder sancionatório do TCU, pode ser tipificada como
erro grosseiro (art. 28 do Decreto-lei 4.657/1942 - Lindb) a contratação de
cooperativa nos casos em que, pelas características do serviço a ser executado,
atue como mera intermediadora de mão de obra.
(Acórdão 610/2021 Plenário - TCU)
325

RESPONSABILIZAÇÃO DO AGENTE PÚBLICO

ERRO GROSSEIRO
A não comprovação da boa e regular aplicação de recursos federais em face da
omissão no dever de prestar contas constitui grave inobservância do dever de
cuidado no trato com a coisa pública, revelando a existência de culpa grave,
uma vez que se distancia do que seria esperado de um administrador
minimamente diligente, o que caracteriza erro grosseiro a que alude o art. 28
do Decreto-lei 4.657/1942 (Lei de Introdução às Normas do Direito Brasileiro),
incluído pela Lei 13.655/2018.
(Acórdão 8879/2021 1ª Câmara - TCU)

RESPONSABILIZAÇÃO DO AGENTE PÚBLICO

ERRO GROSSEIRO
A regra prevista no art. 28 da Lindb (Decreto-lei 4.657/1942), que estabelece
que o agente público só responderá pessoalmente por suas decisões ou
opiniões técnicas em caso de dolo ou erro grosseiro, não se aplica à
responsabilidade financeira por dano ao erário. O dever de indenizar prejuízos
aos cofres públicos permanece sujeito à comprovação de dolo ou culpa, sem
qualquer gradação, tendo em vista o tratamento constitucional dado à matéria
(art. 37, § 6º, da Constituição Federal).
(Acórdão 11289/2021 1ª Câmara - TCU)
326

RESPONSABILIZAÇÃO DO AGENTE PÚBLICO

ERRO GROSSEIRO
Para fins do exercício do poder sancionatório do TCU, pode ser tipificada como
erro grosseiro (art. 28 do Decreto-lei 4.657/1942 - Lindb) a elaboração de
documentos que fundamentem a contratação de serviços sem justificativas
para os quantitativos a serem adquiridos.
(Acórdão 2459/2021 Plenário - TCU)

RESPONSABILIZAÇÃO DO AGENTE PÚBLICO

ERRO GROSSEIRO
Para fins de responsabilização perante o TCU, pode ser tipificada como erro
grosseiro (art. 28 do Decreto-lei 4.657/1942 - Lei de Introdução às Normas do
Direito Brasileiro) a decisão do gestor que desconsidera, sem a devida
motivação, parecer da consultoria jurídica do órgão ou da entidade que dirige.
Tal conduta revela desempenho aquém do esperado do administrador médio,
o que configura culpa grave, passível de multa.
(Acórdão 2599/2021 Plenário - TCU)
327

RESPONSABILIZAÇÃO DO AGENTE PÚBLICO

ERRO GROSSEIRO
O descumprimento da previsão legal de demonstrar a regular aplicação de
recursos federais recebidos por meio de convênio constitui grave
inobservância do dever de cuidado no trato com a coisa pública, revelando a
existência de culpa grave, uma vez que se distancia do que seria esperado de
um administrador minimamente diligente, o que caracteriza erro grosseiro a
que alude o art. 28 do Decreto-lei 4.657/1942 (Lei de Introdução às Normas do
Direito Brasileiro).
(Acórdão 26/2022 2ª Câmara - TCU)

RESPONSABILIZAÇÃO DO AGENTE PÚBLICO

ERRO GROSSEIRO
A não comprovação da boa e regular aplicação de recursos federais em face da
omissão no dever de prestar contas, além de obrigar o gestor omisso a restituir
os valores aos cofres públicos por presunção de dano, constitui grave
inobservância do dever de cuidado no trato com a coisa pública, revelando a
existência de culpa grave, passível de aplicação de penalidade, uma vez que se
distancia do que seria esperado de um administrador minimamente diligente,
o que caracteriza erro grosseiro a que alude o art. 28 do Decreto-lei
4.657/1942 (Lindb), incluído pela Lei 13.655/2018.
(Acórdão 1643/2022 2ª Câmara - TCU)
328

RESPONSABILIZAÇÃO DO AGENTE PÚBLICO

ERRO GROSSEIRO
Para fins do exercício do poder sancionatório do TCU, pode ser tipificada como erro
grosseiro (art. 28 do Decreto-lei 4.657/1942 - Lindb) a aprovação, pelo fiscal do contrato
de obra pública, de planilha anexa ao termo aditivo do contrato contendo quantitativos
de serviços incompatíveis com os quantitativos constantes da planilha orçamentária do
projeto executivo, acarretando a desfiguração do projeto básico. O fato de a
Administração contratar terceiro para auxiliá-la na fiscalização do empreendimento (art.
67 da Lei 8.666/1993) não afasta a responsabilidade daquele agente público por tal
irregularidade, porquanto a função do terceiro contratado é de assistência, não de
substituição.
(Acórdão 1241/2022 Plenário - TCU)

RESPONSABILIZAÇÃO DO AGENTE PÚBLICO

ERRO GROSSEIRO
Para fins do exercício do poder sancionatório do TCU, pode ser tipificada como
erro grosseiro (art. 28 do Decreto-lei nº 4.657/1942 - LINDB) a homologação de
dispensa de licitação e a assinatura do contrato sem a existência de Projeto
Básico, em afronta ao art. 7º, §§ 2º, inciso I, e 9º, da Lei nº 8.666/1993.
(Acórdão 2783/2022 2ª Câmara - TCU)
329

RESPONSABILIZAÇÃO DO AGENTE PÚBLICO

ERRO GROSSEIRO
Para fins de responsabilização perante o TCU, pode ser tipificado como erro
grosseiro (art. 28 do Decreto-lei 4.657/1942 - Lindb) o ateste da execução de
serviços em quantidades maiores que as efetivamente executadas.
(Acórdão 3768/2022 2ª Câmara - TCU)

RESPONSABILIZAÇÃO DO AGENTE PÚBLICO

ERRO GROSSEIRO
Para fins do exercício do poder sancionatório do TCU, pode ser tipificada como
erro grosseiro (art. 28 do Decreto-lei 4.657/1942 - Lindb) a contratação
indiscriminada de comissionados para realização de atividades rotineiras da
entidade, as quais prescindem da relação de confiança atinente aos cargos em
comissão, por estar em desconformidade com os princípios da legalidade, da
impessoalidade e da moralidade que regem a Administração Pública.
(Acórdão 1918/2022 Plenário - TCU)
330

RESPONSABILIZAÇÃO DO AGENTE PÚBLICO

ERRO GROSSEIRO
A regra prevista no art. 28 do Decreto-lei 4.657/1942 (Lindb), que estabelece
que o agente público só responderá pessoalmente por suas decisões ou
opiniões técnicas em caso de dolo ou erro grosseiro, não se aplica à
responsabilidade financeira por dano ao erário. O dever de indenizar prejuízos
aos cofres públicos permanece sujeito à comprovação de dolo ou culpa, sem
qualquer gradação, tendo em vista o tratamento constitucional dado à matéria
(art. 37, § 6º, da Constituição Federal).
(Acórdão 1958/2022 Plenário - TCU)

RESPONSABILIZAÇÃO DO AGENTE PÚBLICO

ERRO GROSSEIRO
Para fins de responsabilização perante o TCU, caracteriza erro grosseiro (art. 28
do Decreto-lei 4.657/1942 - Lindb) a realização de pagamento antecipado sem
justificativa do interesse público na sua adoção, sem previsão no edital de
licitação e sem as devidas garantias que assegurem o pleno cumprimento do
objeto pactuado.
(Acórdão 9209/2022 1ª Câmara - TCU)
331

RESPONSABILIZAÇÃO DO AGENTE PÚBLICO

ERRO GROSSEIRO
Para fins do exercício do poder sancionatório do TCU, considera-se erro grosseiro (art. 28
do Decreto-lei 4.657/1942 - LINDB) aquele que poderia ser percebido por pessoa com
diligência abaixo do normal ou que poderia ser evitado por pessoa com nível de atenção
aquém do ordinário, decorrente de grave inobservância do dever de cuidado. Associar
culpa grave à conduta desviante da que seria esperada do homem médio significa tornar
aquela idêntica à culpa comum ou ordinária, negando eficácia às mudanças promovidas
pela Lei 13.655/2018 na Lindb, que buscaram instituir novo paradigma de avaliação da
culpabilidade dos agentes públicos, tornando mais restritos os critérios de
responsabilização.
(Acórdão 63/2023 1ª Câmara - TCU)

RESPONSABILIZAÇÃO DO AGENTE PÚBLICO

ERRO GROSSEIRO
A antecipação de pagamentos, em descompasso com a execução do objeto,
sem previsão no edital e sem as devidas garantias ao resguardo do interesse da
Administração Pública, constitui irregularidade grave, suficiente para julgar
irregulares as contas e ensejar, por configurar erro grosseiro (art. 28 do
Decreto-lei 4.657/1942 - Lindb), aplicação de sanção aos responsáveis.
(Acórdão 3328/2023 2ª Câmara - TCU)
332

RESPONSABILIZAÇÃO DO AGENTE PÚBLICO

ERRO GROSSEIRO
Para fins do exercício do poder sancionatório do TCU, pode ser tipificada como
erro grosseiro (art. 28 do Decreto-lei 4.657/1942 - Lindb) a elaboração do
orçamento estimado da licitação sem o dimensionamento adequado dos
quantitativos e com base em pesquisa de mercado exclusivamente junto a
potenciais fornecedores, sem considerar contratações similares realizadas pela
Administração Pública, propiciando a ocorrência de substancial sobrepreço no
orçamento do certame.
(Acórdão 3569/2023 2ª Câmara - TCU)

RESPONSABILIZAÇÃO DO AGENTE PÚBLICO

ERRO GROSSEIRO
A atestação da execução de serviços de engenharia com base apenas em
medição realizada pela própria empresa contratada, sem rigorosa e efetiva
verificação dos quantitativos realizados, documentada em memória de cálculo,
caracteriza erro grosseiro apto à responsabilização do fiscal do contrato (art.
28 do Decreto-lei 4.657/1942 – Lindb).
(Acórdão 3972/2023 2ª Câmara - TCU)
333

RESPONSABILIZAÇÃO DO AGENTE PÚBLICO

ERRO GROSSEIRO
A não comprovação da boa e regular aplicação de recursos federais em face da
omissão no dever de prestar contas, além de obrigar o gestor omisso a restituir
os valores aos cofres públicos por presunção de dano, constitui grave
inobservância do dever de cuidado no trato com a coisa pública, revelando a
existência de culpa grave, passível de aplicação de penalidade, uma vez que se
distancia do que seria esperado de um administrador minimamente diligente,
o que caracteriza erro grosseiro a que alude o art. 28 do Decreto-lei
4.657/1942 (Lindb), incluído pela Lei 13.655/2018.
(Acórdão 6463/2023 2ª Câmara - TCU)

RESPONSABILIZAÇÃO DO AGENTE PÚBLICO

ERRO GROSSEIRO
A regra prevista no art. 28 do Decreto-lei 4.657/1942 (Lindb), que estabelece
que o agente público só responderá pessoalmente por suas decisões ou
opiniões técnicas em caso de dolo ou erro grosseiro, não se aplica à
responsabilidade financeira por dano ao erário. O dever de indenizar prejuízos
aos cofres públicos permanece sujeito à comprovação de dolo ou culpa, sem
qualquer gradação, tendo em vista o tratamento constitucional dado à matéria
(art. 37, § 6º, da Constituição Federal).
(Acórdão 1740/2023 Plenário - TCU)
334

Decisão 4343/2019 - TCDF


Em decisão unânime proferida em apreciação de razões de justificativa
apresentadas por agentes públicos responsáveis pela realização de chamamento
público para vultosa contratação por dispensa de licitação sem que se tenha
concedido prazo adequado para formulação de propostas, o Tribunal entendeu
que, mesmo sem presunção de dolo ou má fé, pode ocorrer responsabilização
do agente público mediante a comprovação de erro grosseiro (art. 28 da LINDB),
equiparável à culpa grave, ou seja, negligência extrema, conforme
jurisprudência do TCU (Acórdão n.º 2.860/2018-Plenário e Acórdão n.º
2.391/2018-Plenário).

Decisão 4343/2019 - TCDF


Entendeu também que o parecer emitido com base no parágrafo único do art.
38 da Lei n.º 8.666/1993 tem caráter vinculante, conforme jurisprudência do
STF, e que o parecerista externo contratado pode ser responsabilizado pelo
cometimento de erro grosseiro em sua manifestação. Sobre alegação do
justificante a respeito da inviolabilidade de pensamento, sobretudo no exercício
da profissão de advogado, na forma prevista no art. 2º, § 3º, da Lei n.º
8.906/1994, o Tribunal entendeu que não se trata de garantia absoluta,
podendo o parecerista, portanto, ser responsabilizado.
335

PARABÉNS

Obrigado!

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