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ESTIMATIVA DA INCERTEZA DE MEDIÇÕES

BTX Geologia e Meio Ambiente CÓDIGO: P-SIG-015


Rua Augusto Perroni, 268, Butantã, São Paulo/SP, Brasil, CEP 05539-020 REVISÃO: 01 Responsável: Coordenador da Qualidade
Telefone/Fax: (+55 11) 3595 8100 Internet: www.btx.com.br Data: 25/04/2023 Página 1 de 7

ÍNDICE DE REVISÕES
REV. DESCRIÇÃO DAS ALTERAÇÕES/REVISÕES DATA RESPONSÁVEL
0 Versão Inicial 16/05/2022 Jéssica Essoe S. Sato
1 Alteração da fonte e logo, revisão do item 3, 5.3, 6 e 25/04/2023 Maria Rita Mendrone
inclusão do item 5.8

Análise Crítica e Aprovação DATA RESPONSÁVEL


Analisado Criticamente 25/04/2023 Maria Rita Mendrone
Aprovado 25/04/2023 Jéssica Essoe Sato Sato

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1. OBJETIVO
Estabelecer a sistemática para cálculo da incerteza das medições feitas em campo e das contribuições oriundas
da amostragem.

2. APLICAÇÃO
Este procedimento se aplica a todas as atividades de laboratório.

3. REFERÊNCIAS
 ABNT NBR ISO/IEC 17025 versão atual Requisitos gerais para a competência de laboratórios de ensaio e
calibração.
 NIT-DICLA-057-rev.04 – Critérios para Acreditação da Amostragem para ensaios de Águas e Matrizes
Ambientais
 Curso ABNT – Cálculo de Incerteza de medição Setembro/2016 – Celso P. Saraiva

4. DEFINIÇÕES
Avaliação do Tipo A: método de avaliação da incerteza pelas análises estatística de series de observações.

Avaliação do Tipo B: método de avaliação da incerteza por outros métodos não estatísticos. (exemplo:
Certificado de Calibração de Equipamentos).

Fator k: fator numérico usado como um multiplicador para a incerteza padrão combinada para obter uma
incerteza expandida. Este fator k é tipicamente da ordem de 2 a 3.

Incerteza: parâmetro não negativo que caracteriza a dispersão dos valores da grandeza que são atribuídos ao
mensurando a partir das informações usadas.

Incerteza combinada: incerteza-padrão do resultado de uma medição, quando esse resultado é obtido por meio
dos valores de várias outras grandezas, sendo igual à raiz quadrada positiva de uma soma de termos, que
constituem as variâncias ou covariâncias destas outras grandezas, ponderadas de acordo com quanto o resultado
da medição varia com mudanças nestas grandezas.

Incerteza expandida: valor que define um intervalo em torno do resultado da medição, estimando-se que
contenha uma fração significativa da distribuição de valores que podem razoavelmente ser atribuídos ao
mensurando. Esta fração pode ser vista como a probabilidade de cobertura ou o nível de confiança.

Incerteza padrão: incerteza do resultado de medição expresso com um desvio padrão.

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5. PROCEDIMENTO
5.1 Distribuição Normal e a Incerteza Tipo A:
a) O valor esperado de uma variável aleatória de qual foram obtidas n observações independentes xi sob
as mesmas condições de medição é a média aritmética destes valores:

1
𝑥̅ = 𝑥𝑖
𝑛

b) A informação sobre uma estimativa de quanto as observações individuais xi diferem em valor devido as
variações aleatórias intrínsecas do processo de medicação é dada pela variância experimental:

1
𝑠 (𝑥𝑖) = (𝑥 − 𝑥)
𝑛+1

A raiz quadrada positiva s(xi) é denominada “desvio padrão experimental” e caracteriza a dispersão dos
valores xi em torno da média 𝑥̅ .

c) Para uma grandeza de entrada xi determinada por n observações repetidas independentes, a incerteza
padrão da média é o desvio padrão experimental da média, denominada de incerteza padrão do tipo A,
ou seja:
𝑠(𝑥 )
𝑢(𝑥 ) =
√𝑛
Deve ser calculada com um número n adequado de observações. A partir de n medidas obtidas sob as
mesmas condições (também conhecidas como condições de repetitividade) a incerteza padrão do tipo
A é obtida calculando-se o desvio padrão experimental e dividindo-o pela raiz quadrada do número de
medições.

5.2 Incerteza Padrão


É assim definida por representar apenas um desvio padrão; na primeira versão brasileira do GUM foi traduzida
como ‘’incerteza padronizada’’.
Todas as componentes de incerteza (do tipo A e do tipo B) devem ser expressas sob a forma de um desvio padrão.
Esta “padronização” ou “normalização” requer que seja dividido o valor de cada contribuição de incerteza pelo
seu respectivo divisor correspondente a função distribuição de probabilidade associada aquela contribuição. As
contribuições mais comuns e respectivos divisores são:

Normal 1
Normal expandida (k=2) 2
Retangular √3
Triangular √6

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Formato de U √2

O grande desafio dos metrologistas e profissionais que executam medições não é somente a identificação dos
componentes ou fontes de incerteza, mas também o formato de suas respectivas distribuições.

5.3 Avaliando Contribuições do Tipo B


A incerteza padrão Tipo B é obtida por outros meios que não a análise estatística. São tipicamente provenientes
de:
 Certificados de calibração
 Especificações dos equipamentos
 Dados ou especificações técnicas dos fabricantes
 Publicações, artigos científicos, livros ou Manuais Técnicos
 Estimativas ou extrapolações de natureza prática ou decorrentes da experiência profissional.

5.3.1 Incerteza Declarada no Certificado de Calibração


Por terem sido “padronizadas”, são normais e expandidas.
Assim, a incerteza expandida u(xi) declarada nos certificados deverá ser transformada em incerteza padrão
u(xi) pela divisão de Up pelo fator de expansão k nele declarado (muito frequentemente, k = 2), ou seja:
𝑈
𝑢(𝑥 ) =
𝑘

5.3.2 Fontes de Incerteza Quantificadas a Partir de Estimativas Baseadas em Limites Máximos


- Grandezas de influência
- Normas que estabelecem valores limites
- Coeficientes e constantes extraídos de livros, tabelas ou manuais de fabricantes
- Informação relativa apenas ao erro máximo do Instrumento
Nestes casos, não existem informações suficientes disponíveis para assegurar a forma da distribuição de
probabilidade de determinada grandeza, assumindo-se, por segurança distribuição retangular. Denotando-se
por 2.a a diferença entre os limites superior (Ls) e inferior (Li) da estimativa (supondo-se Li e Ls simétricos, a
corresponde a semi-amplitude de Ls – Li), a incerteza padrão será:

𝑎
𝑈(𝑥 ) =
√3

5.3.3 Resolução de uma Indicação Digital


Uma fonte de incerteza de um instrumento digital é a resolução de seu dispositivo indicador. Se a resolução
do dispositivo indicador é a, o valor do estímulo que produz uma dada indicação pode estar situado com igual

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probabilidade entre (x – a) / 2 e (x + a) / 2, implicando em uma incerteza padrão u=0,29 a, para qualquer


indicação.

5.4 Incerteza Padrão Combinada (Uc)


A determinação da incerteza padrão combinada de medições diretas é obtida pela raiz quadrada da soma
quadrática das diversas incertezas padrão (ui) envolvidas no processo de medição, desde que não estejam
correlacionadas.
𝑈 = [(𝑢 ) + (𝑢 ) + (𝑢 ) + ⋯ (𝑢 )
Medição direta é aquela cuja indicação resulta da aplicação direta do mensurando no instrumento de medição,
sendo a grandeza sob medição lida diretamente no instrumento.

5.5 Incerteza Expandida (U)


O nível de confiança requerido será obtido a partir da multiplicação da incerteza combinada Uc por um fator de
abrangência k, de modo que:

𝑈 = 𝑘. 𝑈

De uma maneira geral, k-2 para 95% de confiança do intervalo, e k-3 para 99%. Entretanto, este fator de
abrangência pode somente ser encontrado caso exista total conhecimento das distribuições de probabilidade de
cada grandeza de entrada e se estas distribuições são adequadamente combinadas para obter-se a distribuição
da grandeza de saída. O valor corrigido de k é calculado a partir da “distribuição t” baseada no número de graus
efetivos de liberdade de Veff, obtidos pela fórmula de Welch – Satterthwaite.

5.6 Determinação do k Expandido


 Determinar o número de graus efetivos de liberdade (Veff) associado à incerteza combinada (Uc), usando a
equação de Welch – Satterthwaite.

𝑢𝑐
𝑉 =
𝑢

𝑣
 Com Veff calculado, obtenha o fator t para o nível de confiança desejado, a partir da tabela G.2 do GUM. Se
Veff não for inteiro, interpole ou arredonde até o próximo inteiro inferior. Por exemplo, quando Veff = 11,3, e
o fator t será 2,25 (para 95,45%), determinando um fator de abrangência corrigido k (ou kc) de 2,25.

5.7 Relatando a Incerteza


O resultado da medição deve ser relatado juntamente com a sua incerteza padrão expandida, fator de
abrangência e nível de confiança, conforme Anexo 1.

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5.8 Cálculo de estimativa de incerteza de medição


O formulário F-SIG-060 – Cálculo da estimativa de incerteza de medição é composto pelos ensaios que são
realizados pelo laboratório. Os componentes da incerteza os quais são referidos no cálculo são:

5.8.1 Repetibilidade
A condição de repetibilidade de medição, de acordo com o VIM (2012), é a condição de medição num
conjunto de condições, as quais incluem o mesmo procedimento de medição, os mesmos operadores, o mesmo
sistema de medição, as mesmas condições de operação e o mesmo local, assim como medições repetidas no
mesmo objeto ou em objetos similares durante um curto período de tempo.
As repetições devem ser independentes, ou seja, incluir todas as etapas de preparo do processo de medição.
Para avaliar a repetibilidade do método, o número mínimo de repetições para cada nível de concentração varia
de acordo com diferentes documentos de validação, mas tipicamente são entre 6 e 15 por material usado no
estudo.

5.8.2 Material de Referência Certificado (MRC)


Informação encontrada no certificado de calibração do material de referência que está sendo utilizado.

5.8.3 Calibração do equipamento


Informação encontrada no certificado de calibração do equipamento.

5.8.4 Amostragem
Para acesso às contribuições da amostragem para a incerteza de medição, é fundamental a análise em
duplicatas, conforme mostra o exemplo abaixo. O termo “contribuições da amostragem para a incerteza de
medição” é usado para expressar as variabilidades temporal, espacial e inerente da amostra coletada. Para o
cálculo de incerteza de medição (incluindo as contribuições da amostragem), uma das metodologias aplicadas é
a publicada pelo EURACHEM, em 2007 (item 7.6), a qual é baseada na replicação dos procedimentos de
amostragem ou partes deles (réplica de amostras). Esse método é o mais adequado para fins ambientais, pois
considera que os analitos investigados podem variar em função do tempo e espaço.

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6. REGISTROS

 F-SIG-060 – Verificação de Método e Cálculo de Estimativa de Incerteza de Medição.

7. ANEXOS

Anexo 1. Tabela de valores do fator de abrangência


ANEXO 1. Tabela do Fator de abrangência

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