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POP 5.4.6 – Incerteza de Medição


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INCERTEZA DE MEDIÇÃO

1. Objetivo
Este procedimento define a sistemática para o cálculo da incerteza de medição dos ensaios
realizados necessários para a amostragem.

2. Aplicação
Este procedimento aplica-se a Qualidade, a Gerência Técnica, além dos
colaboradores vinculados aos procedimentos de obtenção ou expressão das
incertezas de medições analíticas.

3. Responsabilidade
A responsabilidade pela publicação e atualização deste procedimento é do
departamento da Qualidade. A responsabilidade pela execução e manutenção deste
procedimento é da Gerência Técnica e do departamento da Qualidade e seus
colaboradores vinculados a essas atividades.

4 – Definições
Ajuste (instrumento de medição): Operação destinada a fazer com que um
instrumento de medição tenha desempenho compatível com o seu uso.
Calibração: Conjunto de operações que estabelece, sob condições especificadas, a
relação entre os valores indicados por um instrumento de medição ou sistema de
medição ou valores representados por uma medida materializada ou um material de
referência, e os valores correspondentes das grandezas estabelecidos por padrões.
Correção: Valor adicionado algebricamente ao resultado não corrigido de uma
medição para compensar um erro sistemático.
Desvio padrão experimental: Para uma série de "n" medições de um mesmo mensurando,
a grandeza "s" que caracteriza a dispersão dos resultados é dada pela fórmula

Elaborado por: Função: Data: Visto:


Gilberto Vilas Boas Gerente Técnico 21/08/2015
Analisado Criticamente: Função: Data: Visto:
Márcio Benedicto Gerente da Qualidade 21/08/2015
Aprovado por: Função: Data: Visto:
Márcio Benedicto Gerente da Qualidade 21/08/2015
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Onde:
= resultado da "iésima" medição
= média aritmética dos "n" resultados considerados.

Erro aleatório: Resultado de uma medição menos a média que resultaria de um


infinito número de medições do mesmo mensurando efetuadas sob condições de
repetitividade.
Erro relativo: Erro da medição dividido por um valor verdadeiro do objeto da
medição.
Erro sistemático: Média que resultaria de um infinito número de medições do
mesmo mensurando, efetuadas sob condições de repetitividade, menos o valor
verdadeiro do mensurando.
Grandeza de influência: Grandeza que não é o mensurando, mas que afeta o
resultado da medição deste.
Incerteza de medição: Parâmetro, associado ao resultado de uma medição, que
caracteriza a dispersão dos valores que podem ser fundamentadamente atribuídos a
um mensurando.
Mensurando: Objeto da medição. Grandeza específica submetida à medição.
Repetitividade (resultados de medições): Grau de concordância entre os resultados
de medições sucessivas de um mesmo mensurando efetuadas sob as mesmas
condições de medição.

5 – Descrição das atividades

5.1 Por que calcular a incerteza de uma medição analítica?


* Os resultados analíticos não são perfeitos;
* O termo “incerteza de medição” é utilizado para expressar este desvio em relação à
perfeição;
* Os resultados devem ser adaptados às necessidades, pois uma grande exatidão
tem um custo;
* Muitas análises são realizadas para verificar se limites não são ultrapassados (se
não se conhece a incerteza da medição analítica, as tomadas de decisão podem
ficar totalmente errôneas)
* A comparabilidade de resultados só é possível se for conhecida a incerteza da
medição analítica, indispensável nesta era de globalização.

5.2 Aplicabilidade do cálculo de incerteza de medição:


Considerando-se os critérios para a implementação da estimativa de medição em
laboratórios de ensaio, conforme documento INMETRO NIT-DICLA-033, temos:
a) Quando se tratar de ensaios qualitativos ou semiqualitativos, a estimativa de
incerteza de medição não é requerida;

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b) Quando se tratar de ensaios realizados utilizando-se métodos normalizados, que


especificam os valores das principais fontes de incerteza de medição e a forma de
apresentação dos resultados calculados, considera-se que o laboratório tenha
atendido aos requisitos de estimativa de incerteza de medição ao seguir o método e
as instruções de relato.

As fontes de incerteza que apresentam algum impacto nas medições são as


seguintes:
* Componentes da Incerteza do tipo A: Avaliação baseada em métodos
estatísticos objetivos, como por exemplo a repetitividade.
* Componentes da Incerteza do tipo B: Estimação baseada em outros métodos
(alguns elementos de apreciação subjetiva). Normalmente calculadas e estimadas
com base em modelos matemáticos, experiências anteriores, intercomparações, etc.,
como por exemplo a resolução e exatidão dos equipamentos e incertezas de
certificados de calibração.

5.3 Como calcular uma Incerteza de Medição

5.3.1 Incerteza do tipo A: Repetitividade (Ua)


Realizar 10 medições com a mesma matriz, sob as mesmas condições e calcular:
s
Ua =
n
Onde:
s = desvio padrão (item 2.4)
n = número de medições *
* 10 medições realizadas na mesma matriz.

5.3.2 Incerteza do tipo B:


Identificar todas as fontes de incerteza possíveis para o ensaio, por exemplo:
* Incerteza herdada (Uh) → vem do certificado de calibração.
* Incerteza da resolução (Ures.) → vem do manual do equipamento.
A combinação de todas as incertezas do tipo B só poderá ser processada com
distribuições normais (gaussianas); portanto outras distribuições (retangulares,
triangulares, forma de U) deverão ser “normalizadas”, ou seja, “transformadas em
gaussianas” pelos divisores:
* normal → 1
* normal expandida (k= x) → x (normalmente o x é próximo de 2)
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* retangular → 3

* triangular → 6

* Forma de U → 2

5.3.3 Incerteza Padrão Combinada (Uc)


A determinação de Uc é obtida pela raiz quadrada da soma quadrática das diversas
incertezas (Ui) envolvidas no processo de medição (incertezas tipo A e B) como
nos mostra a fórmula abaixo:

Uc = (Ua )2 + (Ub1)2 + (Ub2)2 + ... + (Ubn)2

5.3.4 Incerteza expandida e final (U)


Primeiro calcular Veff pela fórmula abaixo:

Veff =
(Uc )4
n
(Ui )4

i =1 Vi

Onde: Vi =graus de liberdade


Para Ua → Vi = n -1
Para Ub→ Vi = infinito (∞)

Através do resultado de Veff, obter K pela tabela G2 da distribuição t do GUM para


95,45% de confiança.

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OBS: Se Veff não for um número inteiro, arredondar até o próximo número inteiro
inferior.
Finalmente a incerteza expandida (U) é obtida através da multiplicação da incerteza
combinada (Uc) pelo fator de abrangência K, como nos mostra a fórmula abaixo:
U = K × Uc
Todos os cálculos devem ser registrados no FQ 53 – Planilha de Incerteza de
Medição.

6. Frequência
A incerteza de medição deve ser calculada ou recalculada quando:
- Uma nova análise for implantada
- O equipamento for para manutenção ou calibração
- Houver troca ou compra de equipamento ou
- Quando houver alteração em algum procedimento
- Quando houver troca de fornecedor de padrão.

NOTA: Se nenhum desses itens acima ocorrer, as incertezas devem ser recalculadas com
uma freqüência mínima de 2 anos.

7. Registros
FQ 53 – Planilha de Incerteza de Medição.

8. Anexos
Tabela G2 – Valores Críticos para Teste de Dixon

9. Referências
Apostila Remesp “Metrologia, Estatística Básica e Incerteza de Medição” – Celso P.
Saraiva.

10. Histórico das Revisões


Revisão Item Data Descrição das Alterações
00 - 21/08/2015 Emissão Inicial

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ANEXOS
Tabela G2 – Valor de tp(v) da distribuição t para v graus de liberdade
Graus de Liberdade 95% 95,45% 99%
1 12,71 13,97 63,66
2 4,30 4,53 9,93
3 3,18 3,31 5,84
4 2,78 2,87 4,60
5 2,57 2,65 4,03
6 2,45 2,52 3,71
7 2,36 2,43 3,5
8 2,31 2,37 3,36
9 2,26 2,32 3,25
10 2,23 2,28 3,17
11 2,20 2,25 3,11
12 2,18 2,23 3,06
13 2,16 2,21 3,01
14 2,14 2,2 2,98
15 2,13 2,18 2,95
16 2,12 2,17 2,92
17 2,11 2,16 2,90
18 2,10 2,15 2,88
19 2,09 2,14 2,86
20 2,09 2,13 2,85
25 2,09 2,11 2,79
30 2,04 2,09 2,75
35 2,03 2,07 2,72
40 2,02 2,06 2,70
45 2,01 2,06 2,69
50 2,01 2,05 2,68
100 1,98 2,02 2,63

∞ 1,96 2,00 2,57

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