Você está na página 1de 36

UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO GRANDE DO NORTE

Metrologia Industrial

Calibração de Sistemas de Medição

Professor: Tomás Barros Vasconcelos

1
5.1 O QUE É CALIBRAÇÃO? PARA QUE SERVE?

definição do procedimento
mensurando de medição

resultado da
medição

condições operador sistema de


ambientais medição

Posso confiar no que o


sistema de medição indica? CALIBRAÇÃO

2
5.1 O QUE É CALIBRAÇÃO? PARA QUE SERVE?

PADRÃO SISTEMA DE MEDIÇÃO INDICAÇÃO

X
VALOR
VERDADEIRO

CONDIÇÕES ESTABELECIDAS
3
5.1 O QUE É CALIBRAÇÃO? PARA QUE SERVE?
É o conjunto de operações que estabelece, sob condições
especificadas, a relação entre os valores indicados por um
instrumento de medição ou sistema de medição ou valores
representados por uma medida materializada ou um material de
referência, e os valores correspondentes das grandezas
estabelecidos por padrões.

4
5.1 O QUE É CALIBRAÇÃO? PARA QUE SERVE?
● PADRÃO
É uma medida materializada, instrumento de medição, material de referência ou sistema
de medição destinado a definir, realizar, conservar ou reproduzir uma unidade ou um ou mais
valores de uma grandeza para servir como referência.

5
5.2 VERIFICAÇÃO, AJUSTE E REGULAGEM
● RESULTADOS DA CALIBRAÇÃO
○ ... podem determinar:
■ Valor do mensurando.
■ Correções a serem aplicadas no SM.
■ Efeitos das grandezas de influência.
■ Comportamento em condições especiais ou adversas.
○ São sempre apresentados na forma de um relatório e/ou um certificado.

6
5.2 VERIFICAÇÃO, AJUSTE E REGULAGEM
● VERIFICAÇÃO
○ Definição:
■ É uma calibração simplificada que visa testar se um sistema de medição, ou
medida materializada, está em conformidade com uma dada especificação.
○ Exemplos:
■ Taxímetro, bomba de combustível, balança de supermercado.

7
5.2 VERIFICAÇÃO, AJUSTE E REGULAGEM
● AJUSTE
○ Definição:
■ Operação corretiva destinada a fazer com que um instrumento de medição
tenha desempenho compatível com o seu uso. O ajuste pode ser automático,
semi-automático ou manual.
■ É normalmente efetuado por técnico especializado.
○ Exemplos:
■ Ajuste do zero de um manômetro
■ Ajuste do fator de amplificação de um medidor de forças elétrico.

8
5.2 VERIFICAÇÃO, AJUSTE E REGULAGEM
● REGULAGEM
○ Definição:
■ A regulagem é um ajuste, empregando somente os recursos disponíveis no
sistema de medição para o usuário.
■ É normalmente efetuado pelo usuário comum.
○ Exemplo:
■ A tara (zeragem) de uma balança eletrônica usando um botão apropriado para
tal

9
5.3 MÉTODOS DE CALIBRAÇÃO
Fundamentalmente, a calibração consiste em submeter um sistema de medição a valores conhecidos
do mensurando e, em condições bem definidas, avaliar sua resposta. Os tipos de padrões e a maneira de
empregá-los determinam alguns diferentes métodos de calibração apresentados a seguir.

10
5.3.1 Calibração direta
Na calibração direta de um sistema de medição,
o padrão utilizado é composto de um conjunto de
medidas materializadas e, diretamente, aplicado
sobre o sistema de medição a calibrar (SMC).

11
5.3.1 Calibração direta

12
5.3.1 Calibração direta

13
5.3.2 Calibração indireta
A grandeza a medir é gerada por meio de um
dispositivo auxiliar e apesar de não haver
necessidade de ter um valor predefinido para o valor
gerado da grandeza, ele precisa ser estável. A
medição da grandeza é feita pelo sistema de
medição a calibrar (SMC) e, simultaneamente, por
outro sistema de medição, usado como referência, o
sistema de medição-padrão (SMP). As indicações de
ambos os sistemas são comparadas.

14
5.3.2 Calibração indireta

15
Outros tipos
5.3.3 Calibração in loco
A calibração in loco é uma alternativa para os casos em que as condições de uso diferem muito das
condições de calibração. Nesse caso, os padrões são levados até o local onde o sistema de medição se
encontra e a calibração é efetuada ali, nas condições de uso encontradas. O desempenho metrológico do
sistema de medição levantado nessas condições é mais representativo do que a calibração realizada em
laboratório.
5.3.4 Calibração parcial
A calibração é feita, normalmente, no sistema de medição como um todo. Seus módulos permanecem
interligados da forma natural e a relação entre o estímulo e a resposta do conjunto é avaliada. Há casos nos
quais há interesse ou é conveniente calibrar em separado um ou mais módulos que compõem o sistema de
medição.

16
17
5.4 RASTREABILIDADE
● RASTREABILIDADE
É a propriedade do resultado de uma medição, ou do valor de um padrão,
estar relacionado a referências estabelecidas, geralmente padrões nacionais ou
internacionais, através de uma cadeia contínua de comparações, todas tendo
incertezas estabelecidas.

18
5.4 RASTREABILIDADE

19
5.5 QUEM PODE FAZER CALIBRAÇÕES
Do ponto de vista técnico, as calibrações podem ser efetuadas por quem dispuser dos conhecimentos
e meios necessários para efetuá-las. Realizada com o devido rigor metrológico, respeitadas as exigências
requeridas para os padrões, feita em condições bem definidas e por um procedimento muito claro, os
resultados da calibração serão tecnicamente válidos.
NBR ISO/IEC 17025

20
5.6 O SISTEMA METROLÓGICO BRASILEIRO
● SINMETRO
○ 5.6.1 CONMETRO: O Conselho Nacional de Metrologia, Normalização e Qualidade Industrial (Conmetro) é
o órgão normativo do Sinmetro responsável por assegurar a uniformidade das unidades de medidas
utilizadas no país, fixar critérios e procedimentos para certificação de qualidade de produtos industriais e
também por aplicar penalidades em casos de infração à legislação. Compõem o Conmetro vários Ministros
de Estado, os presidentes do Inmetro, ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas), CNI
(Confederação Nacional da Indústria), IDEC (Instituto de Defesa do Consumidor) e CNC (Confederação
Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo).

21
5.6 O SISTEMA METROLÓGICO BRASILEIRO
● SINMETRO
○ 5.6.2 INMETRO: O órgão executivo da política nacional de metrologia é o Instituto Nacional de
Metrologia, Qualidade e Tecnologia, o Inmetro, que está hoje organizado em quatro diretorias técnicas
ligadas: (a) Diretoria de Metrologia científica e industrial, (b) Diretoria de Metrologia legal, (c) Diretoria de
Avaliação da Conformidade e (d) Diretoria de Metrologia Aplicada às Ciências da Vida.

22
5.6 O SISTEMA METROLÓGICO BRASILEIRO
● 5.6.2 INMETRO
○ Executar as políticas nacionais de metrologia e de qualidade;
○ Verificar a observância das normas técnicas e legais no que se refere às unidades de medida, métodos de
medição, medidas materializadas, instrumentos de medição e produtos pré-medidos;
○ Manter e conservar os padrões das unidades de medida, assim como implantar e manter a cadeia de
rastreabilidade dos padrões das unidades de medida no país, de forma a torná-las harmônicas
internamente e compatíveis no plano internacional, visando, em nível primário, à sua aceitação universal
e, em nível secundário, à sua utilização como suporte ao setor produtivo, com vistas à qualidade de bens e
serviços;
○ Fortalecer a participação do país nas atividades internacionais relacionadas à metrologia e qualidade,
além de promover o intercâmbio com entidades e organismos internacionais;
○ Fomentar a utilização da técnica de gestão da qualidade nas empresas brasileiras;
○ Planejar e executar as atividades de acreditação de laboratórios de calibração e de ensaios, de provedores
de ensaios de proficiência, de organismos de certificação, de inspeção, de treinamento e de outros,
necessários ao desenvolvimento da infraestrutura de serviços tecnológicos no país; e
○ Desenvolvimento, no âmbito do Sinmetro, de programas de avaliação da conformidade nas áreas de
produtos, processos, serviços e pessoal, compulsórios ou voluntários, que envolvem a aprovação de
regulamentos.

23
5.6.3 Laboratório Nacional de Metrologia
A.Divisão de Metrologia Mecânica: composta dos Laboratórios de Fluidos; Força e Dureza;
Massa; Metrologia Dimensional; Pressão.
B. Divisão de Metrologia Elétrica com os laboratórios: Calibração em Metrologia Elétrica;
Metrologia em Alta Tensão; Magnetismo e Campo Elétrico e Magnético; Metrologia em
Energia Elétrica; Metrologia em Padronização Elétrica; Metrologia Elétrica Quântica.
C. Divisão de Metrologia Acústica e Vibrações: Laboratórios de Ensaios Acústicos;
Eletroacústica; Vibrações; Ultrassom.
D.Divisão de Metrologia Óptica: Laboratórios de Interferometria; Colorimetria e
Espectofotometria; Radiometria e Fotometria.
E. Divisão de Metrologia Térmica: Laboratórios de Termometria; Pirometria; Higrometria.
F. Divisão de Metrologia Química: Laboratórios de Motores e Combustíveis; Eletroquímica;
Análise Orgânica; Análise Inorgânica; Análise de Gases.
G.Divisão de Metrologia dos Materiais: Laboratórios de Biomateriais e Tribologia;
Microscopia; Difração e Espectroscopia; Fenômenos de Superfície; Análises Térmicas e
Materiais Particulados; Dispositivos Orgânicos; Nano-metrologia Teórica.
H.Divisão de Dinâmica dos Fluidos: engloba os laboratórios de Caracterização da Dinâmica
de Escoamento de Fluidos; Vazão de Líquidos; Instrumentação, Controle, Automação e
Vazão de Gás.
24
5.6.3 Laboratório Nacional de Metrologia

25
5.6.4 Rede Brasileira de Calibração
● REDE BRASILEIRA DE CALIBRAÇÃO
○ Laboratórios acreditados e coordenados pelo Inmetro para, em seu nome, efetuarem calibrações oficiais;
○ Em 2021 esta rede continha 464 laboratórios acreditados;
○ Certificados com selo do Inmetro.

26
5.6.5 REDE BRASILEIRA DE LABORATÓRIOS DE
ENSAIOS
● Laboratórios acreditados e coordenados pelo Inmetro para, em seu nome,
efetuarem certificação de conformidade, isto é, verificar a condição de um produto
atender aos requisitos de uma norma, especificação ou regulamento técnico,
nacional ou internacional.
● Esta rede continha em 2021 cerca de 1250 laboratórios acreditados.
● O Brasil necessita de cerca de 3000 para atender a atual demanda.

27
5.6.6 Rede Brasileira de Metrologia Legal e
Qualidade
O principal papel da Metrologia Legal é proteger o consumidor.
Como ações preventivas de proteção ao consumidor podem ser citadas:
A. Edição de regulamentos técnicos e normas visando à garantia da qualidade metrológica dos
sistemas, medidas, meios e métodos de medição;
B. Verificação inicial e periódica destes instrumentos e medidas; sendo a inicial antes de sua
colocação em uso e a periódica em intervalos, em geral, de um ano;
C. Padronização das quantidades em que são acondicionados os produtos pré--medidos, a fim de
evitar a concorrência desleal e a vantagem enganosa prometida, mesmo que veladamente ao
consumidor;
D. O estabelecimento de procedimentos nas operações com instrumentos de medição e medidas
materializadas;
E. O estabelecimento das unidades legais de medida e seu correto emprego.

28
5.6.6 Rede Brasileira de Metrologia Legal e
Qualidade
O principal papel da Metrologia Legal é proteger o consumidor.
Como ações fiscalizadoras para proteção ao consumidor podem ser citadas:
A. Inspeção metrológica para verificação do correto funcionamento e adequado uso dos
instrumentos e medidas;
B. Perícia metrológica em produtos pré-medidos para verificação da correspondência entre a
quantidade nominal e a quantidade efetiva;
C. Aplicação de penalidade de multa, apreensão e interdição de instrumentos e produtos em
desacordo com a legislação metrológica;
D. Revogação de aprovação e/ou suspensão da verificação inicial de um modelo que facilite,
quando em utilização, fraudes contra o consumidor.

29
5.7 INTERCOMPARAÇÕES

30
5.8 PERIODICIDADE DA CALIBRAÇÃO
● DE QUANTO EM QUANTO TEMPO É NECESSÁRIO CALIBRAR?
○ Depende...
■ ...da intensidade de uso;
■ ...das condições de uso;
■ ...do tipo de sistema de medição;
■ ...das normas e recomendações técnicas;
■ ...da política da empresa.

31
32
5.9 ROTEIRO TÍPICO DE CALIBRAÇÃO
ROTEIRO DE CALIBRAÇÃO
1 - Definição dos objetivos da calibração;
2 - Caracterização do sistema de medição a calibrar;
3 - Seleção do padrão;
4 - Planejamento e preparação do experimento;
5 - Execução da calibração;
6 - Processamento e documentação;
7 - Análise dos resultados;
8 - Certificado de calibração.

33
5.10 CERTIFICADO DE CALIBRAÇÃO
○ O QUE DEVE CONSTAR NO CERTIFICADO DE CALIBRAÇÃO?
■ descrição e identificação individual do SM a calibrar;
■ data da calibração;
■ os resultados da calibração obtidos;
■ identificação do(s) procedimento(s) de calibração;
■ identificação do padrão utilizado, com data e entidade executora da sua calibração, bem como
sua incerteza;
■ condições ambientais relevantes;
■ declaração das incertezas envolvidas na calibração;
■ descrição sobre quaisquer manutenções, ajustes, regulagens, reparos e modificações
realizadas;
■ qualquer limitação de uso (ex: faixa de medição restrita);
■ identificação e assinaturas da(s) pessoa(s) responsável(eis);
■ número de série ou equivalente do certificado.

34
35
FIM

36

Você também pode gostar