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CALIBRAÇÃO E

AJUSTAGEM

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CALIBRAÇÃO

DEFINIÇÃO:
É o procedimento experimental através do qual são
estabelecidas, sob condições específicas, as relações entre os
valores indicados por um instrumento ou por um sistema de
medição e os valores correspondentes das grandezas
estabelecidas por padrões.
A calibração permite avaliar as incertezas do processo de
medição, além de identificar os desvios entre os valores
indicados por um instrumento e esses valores padronizados
(considerados verdadeiros).

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CALIBRAÇÃO
POR QUE CALIBRAR:
Calibração dos instrumentos de medição é um componente importante
na função qualidade do processo produtivo, e dessa forma devem
incorporá-la às atividades normais de produção das empresas. A
calibração proporciona vantagens, tais como:
Redução na variação das especificações técnicas dos produtos. Produtos
mais uniformes representam uma vantagem competitiva em relação aos
concorrentes.

Prevenção dos defeitos. A redução de perdas pela pronta detecção de


desvios no processo produtivo evita o desperdício e a produção de rejeitos.

Compatibilidade das medições. Quando as calibrações são referenciadas


aos padrões nacionais, ou internacionais, asseguram atendimento aos
requisitos de desempenho.
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CALIBRAÇÃO
PROCESSO DE CALIBRAÇÃO

Determinação do sistema de medição padrão


a escolha adequada do sistema de medição padrão a ser utilizado
repercutirá na qualidade e no resultado final das medições.
Portanto, quanto melhor (menor incerteza e maior repetitividade)
do padrão, melhores serão as condições de realização da
calibração.
Escolha dos instrumentos críticos da empresa
Durante a implementação de um sistema de avaliação dos
instrumentos de medição, deve-se estabelecer quais são os
principais instrumentos de medição que devemos controlar e
estabelecer quais são os limites especificados para cada uma destas
variáveis, em todos os níveis e etapas do processo produtivo
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MÉTODOS DE CALIBRAÇÃO
CALIBRAÇÃO DIRETA:
O mensurado é submetido ao sistema de medição por meio de
medidas materializadas, por exemplo, blocos padrão
(comprimento), massas padrão, cada qual com seu valor
verdadeiro convencional conhecido. É necessário dispor de um
conjunto de medidas suficiente para cobrir toda a faixa de
medição do instrumento. Os valores medidos são confrontadas
com cada valor verdadeiro e a correção e sua incerteza são
estimadas por medições sucessivas.
Exemplo: Para calibrar uma balança necessitamos de um conjunto
de massas padrão, de modo a cobrir toda a faixa do aparelho.
Aplicando-se diretamente a massa sobre a balança, podemos
verificar se esta está calibrada.
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MÉTODOS DE CALIBRAÇÃO
CALIBRAÇÃO INDIRETA:

No método de calibração indireta, o mensurado é gerado por meio


de um dispositivo auxiliar, que atua simultaneamente no sistema de
medição a calibrar e também no sistema de medição padrão, ou
seja, um segundo sistema de medição que não apresente erros
superiores a 1/10 dos erros do SM original.

Exemplo: para calibrar um velocímetro de um automóvel, o


automóvel é posto em movimento. Sua velocidade em relação ao
solo, além de indicada no velocímetro, é também medida por meio
de um sistema de medição padrão, cujo erro deve ser 10 vezes
menor que o erro do velocímetro a calibrar, por exemplo, um
tacômetro padrão.

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MÉTODOS DE CALIBRAÇÃO
PADRÕES DE CALIBRAÇÃO:

Sistema de medição cujo erro é sensivelmente menor que os erros


esperados para o sistema de medição testado. Tecnicamente,
quanto menores os erros do padrão, melhor. Economicamente,
quanto menores os erros, mais caros. Buscando o equilíbrio,
estabeleceu-se que o o padrão deve apresentar incerteza não
superior a um décimo da incerteza esperada para o sistema de
medição a calibrar, ou seja:
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U SMP  U SMC
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Assim, o sistema de calibração padrão, possuirá 1 dígito confiável a
mais que o sistema a calibrar.
Qualquer sistema de medição deverá ser calibrado periodicamente.
Este período é estabelecido por norma ou pelo fabricante
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PADRÕES PARA CALIBRAÇÃO

PADRÃO METROLÓGICO
Dispositivo capaz de conservar e reproduzir uma unidade para
servir de referência na calibração; ex: massa padrão de 1kg,
padrão de freqüência de césio, etc.

REDE BRASILEIRA DE CALIBRAÇÃO


Responsável pelos instrumentos padrões. Rede de entidades
credenciadas no Brasil, coordenada pelo IMETRO, composta por
vários laboratórios secundários, ligados à universidades, empresas,
fundações e outras entidades que recebem credenciamento do
IMETRO

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PADRÕES PARA CALIBRAÇÃO
TIPOS DE PADRÃO

Padrões Internacionais:
Padrão reconhecido por uma convenção internacional para
servir como base para o estabelecimento de valores a outros
padrões a que se refere.

Padrões Nacionais:
Padrão reconhecido por uma convenção nacional para servir
como base para o estabelecimento de valores a outros
padrões a que se refere.

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PADRÕES PARA CALIBRAÇÃO
Padrão Primário
Padrão que é reconhecido como tendo a mais alta qualidade
metrológica e cujo valor é aceito sem referência a outros padrões de
mesma grandeza. É definido por entidades especializadas,
renomados institutos de pesquisa ou entidades governamentais
específicas em cada país. Dificilmente se faz na prática a calibração
pelo padrão primário.

Padrão Secundário
Padrão cujo valor é estabelecido através de comparação com um
padrão primário de mesma grandeza. Os instrumentos que
constituem padrões secundários devem ser constantemente
verificados, pois devido ao uso ou condições ambientais, alteram
suas características.

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PADRÕES PARA CALIBRAÇÃO
TIPOS DE PADRÃO
Padrão de referência:
Padrão com a mais alta qualidade metrológica disponível em um
local, a partir do qual as medições executadas são derivadas.

Padrão de referência da RBC


Padrões que devem ser calibrados pelos padrões nacionais.

Padrão de referência de usuários


Encontrado nas indústrias, centros de pesquisas, universidades e
outros usuários. Esses padrões devem ser calibrados pelos padrões
de referência da RBC.

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PADRÕES PARA CALIBRAÇÃO
HIERARQUIA DOS SMP NA INDÚSTRIA

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CERTIFICADO DE CALIBRAÇÃO

Certificados de Calibração  documento específico que registra o


resultado da calibração. Apresenta tabelas ou gráficos contendo, para
cada ponto medido:

• estimativas da correção a ser aplicadas

•estimativa da incerteza associada à correção

Em função dos resultados obtidos, o desempenho do sistema de


medição pode ser comparado com os constantes nas especificações de
uma norma técnica, ou outra determinação legal. Um parecer de
conformidade é emitido.

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CERTIFICADO DE CALIBRAÇÃO

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CERTIFICADO DE CALIBRAÇÃO

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OPERAÇÕES COMPLEMENTARES
AJUSTE: Efetuada após à calibração, quando o sistema ou
instrumento está não conforme. Trata-se de um ajuste interno ao
instrumento executada por técnico visando fazer coincidir o valor
indicado no sistema/instrumento com o padrão, por exemplo, ajuste do
“zero” de uma balança por meio de um parafuso interno. Após ajuste,
nova calibração é necessária para conhecer o novo comportamento do
sistema.

REGULAGEM: Efetuada após a calibração, quando o desempenho


está não conforme. Envolve apenas ajustes efetuados nos controles
externos, colocados a disposição do usuário final, de maneira a
coincidir o valor medido com o padrão. Por exemplo, regulagem do
zero de uma balança por meio de um botão externo.

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OPERAÇÕES COMPLEMENTARES
VERIFICAÇÃO: Operação mais simples que a calibração, utilizada
no âmbito da metrologia legal para proteção da população. Deve ser
efetuada pelos Institutos de Pesos e Medidas Estaduais. Tem por
finalidade comprovar que:

•Um sistema de medição está operando corretamente dentro das


condições estabelecidas por lei, por exemplo, balanças do
comércio, bombas de gasolinas, taxímetros, termômetros clínicos,

•Uma medida materializada apresenta características


estabelecidas por normas ou determinações legais, por exemplo,
massa padrão do comércio ou na área de saúde.

Após verificação é emitido um selo “VERIFICADO”, quando o


elemento testado passa no teste.
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