Escolar Documentos
Profissional Documentos
Cultura Documentos
Teste
Gravimétrico
Rápido
Resultados
Confiáveis
da Pipeta
Você tem certeza que seu colega de laboratório não derrubou acidentalmente a pipeta que você
está prestes a usar para uma análise importante e não lhe disse nada? Qual seria o impacto
de uma pipeta com medição imprecisa em seus experimentos ou no trabalho de rotina no
laboratório? O que aconteceria se isso não fosse detectado até a próxima calibração?
O fato é que até 35% das pipetas enviadas para calibração em um fornecedor de serviços estão
fora das especificações, de acordo com um estudo da East Coast Pharma – 1998-2003 [1].
Se sua pipeta for uma dessas, é possível avaliar quando ela começou a medir incorretamente?
É preciso investigar quantas e quais análises podem ter sido afetadas?
Como evitar isso? Simplesmente realizando verificações rápidas para checar o desempenho
de sua pipeta regularmente entre os intervalos do serviço de calibração.
Se você tende a adiar os testes da pipeta porque acha que eles são difíceis de se executar,
este guia é para você. Um teste como este pode ser rápido e fácil, desde que você tenha
os métodos e instrumentos adequados.
Nas próximas páginas, você encontrará 5 dicas práticas que ajudarão a tornar as verificações
rápidas mais fáceis e a estabelecer um POP para garantir que suas pipetas mantenham
a precisão entre as calibrações oficiais.
Com cada nova pipeta, você receberá um certificado de calibração que deve ser verificado
de tempos em tempos. As pipetas são instrumentos mecânicos com molas, êmbolos,
vedações e outras partes que se desgastam ao longo do tempo. Elas devem ser mantidas
em boas condições e usadas de forma adequada para obter resultados precisos. Se as pipetas
não forem bem cuidadas, os experimentos podem perder a reprodutibilidade, as soluções
de reserva correm o risco de serem imprecisas e as análises podem ter erros tão grandes
que a comparação entre elas não faria sentido.
Check
Service
Ma
A verificação permite que você identifique e remova pipetas com defeito de sua rotina
laboratorial rapidamente. As imprecisões que, de outra forma, não seriam detectadas até sua
próxima manutenção agendada podem ser evitadas.
Fig. 3: Reduza o risco da pipetagem e execute verificações rápidas regulares para descobrir qualquer defeito
precocemente e eliminar surpresas no seu próximo serviço de calibração.
É importante verificar o desempenho de uma pipeta sempre que ela estiver “suspeita”,
por exemplo, quando ela acabou de ser derrubada ou os dados forem questionáveis.
Quanto mais você utilizar sua pipeta, maiores podem ser os desgastes ou alterações
dos materiais, especialmente quando elas forem usadas com amostras desconhecidas
ou agressivas. No entanto, você também deve levar em conta o risco de resultados
imprecisos dentro de sua análise ou experimento individual. Reagentes raros ou amostras com
disponibilidade limitada aumentam o risco de falhas e de sua perda monetária ou experimental.
Exames ou análises críticas, defensibilidade legal dos resultados e decisões de lançamento
de lote de produção também podem aumentar o risco.
Quanto maior o risco de falha, mais frequentes devem ser as verificações rápidas das pipetas.
A frequência das verificações das pipetas depende de normas e dos níveis de confiabilidade
e princípios de CQ estabelecidos pelo laboratório. Normas e padrões emitidos por organizações
como a Organização Internacional para a Padronização (ISO) e a U.S. Food and Drug
Administration (FDA) contêm as exigências mínimas que ajudam a garantir a qualidade
dos resultados laboratoriais. Elas constituem a base sobre a qual um laboratório deve
determinar a frequência da calibração da pipeta como parte de um conjunto de boas práticas
de controle de qualidade.
Padrões de pipetagem modernos, incluindo ISO 8655, preferem o teste gravimétrico como
o método recomendado para medir o desempenho da pipeta.
Para garantir que a verificação gravimétrica de desempenho foi bem sucedida, os seguintes
requisitos para ambiente, materiais e equipamentos devem ser cumpridos.
A ISO 8655 especifica que a umidade relativa do ambiente de teste deve ser maior que 50%.
A norma recomenda que uma variação de umidade entre 50 e 75% seja mantida ao longo
do procedimento de verificação, para reduzir a taxa de evaporação e controlar o acúmulo
de cargas eletrostáticas. De acordo com a ISO, para volumes de 50 µL ou menos, um coletor
de evaporação é altamente recomendado para obter resultados precisos.
A pressão atmosférica afeta a medição do peso. Ela depende do clima e da altitude e deve ser
arredondada para o 0,5 kPa mais próximo.
Tabela 2: Valores do Fator Z (μL/mg) como uma função da temperatura, para água destilada a 1 atm [2c].
2. Pipeta e Ponteiras
A pessoa que vai executar os testes deve ser um usuário da pipeta competente e experiente.
Use as ponteiras recomendadas pelo fabricante para o modelo de pipeta a ser testado
e garanta um ajuste adequado.
A forma mais comum de verificar a acuidade de sua pipeta é pesando água deionizada
(grau 3, ISO 3696). A densidade da água é 1 g/mL. Isso significa que cada microlitro (µL)
deve pesar 0,001 g. Assim, se sua pipeta estiver perfeita, a quantidade de água depositada
será igual ao valor do peso da água. Por isso, se sua pipeta estiver configurada para 100 μL,
a escala deve mostrar 100 mg ou 0,1 g.
4. Balança de Laboratório
O padrão ISO 8655 é rigoroso em relação aos requisitos mínimos para os equipamentos
de pesagem utilizados, que, para propósitos práticos, dependem do volume nominal da pipeta
testada.
Incerteza
Resolução da Repetibilidade e de medição Coletor de
Volume de dosagem da pipeta balança (mg) linearidade (mg)1) padrão (mg) evaporação2)
1 μL–10 μL 0,001 0,002 0,002 recomendado
10 μL –100 μL 0,01 0,02 0,02 recomendado
100 μL– 1.000 μL 0,1 0,2 0,2 opcional
1 mL– 10 mL 0,1 0,2 0,2 opcional
10 mL–200 mL 1 2 2 opcional
1) S e a incerteza de medição padrão de uma balança for conhecida (por exemplo, por meio do certificado de
calibração da balança), ela pode ser usada no lugar da repetibilidade e da linearidade. A incerteza de medição
padrão não pode ser mais do que três vezes superior à resolução.
2) Recomendação da METTLER TOLEDO.
Tabela 3: Requisitos mínimos de uma balança para testar o desempenho da pipeta (ISO8655-2:2002).
Embora seja comum usar uma placa de Petri ou um simples béquer de vidro de 100 mL
para coletar a água residual ao verificar o volume de uma pipeta, isso não é recomendado
e pode gerar resultados imprecisos devido à evaporação da água durante o procedimento
de verificação.
Todo líquido atinge o equilíbrio entre os estados líquido e gasoso. Para atingir este equilíbrio,
o líquido evapora até que uma determinada concentração esteja presente na atmosfera.
Para evitar os impactos desse efeito sutil, porém presente, na verificação da sua pipeta,
trabalhe rápido e registre a massa da água depositada assim que a balança se estabilizar.
A norma ISO 8655-6 exige que o processo de evaporação seja levado em consideração
nos cálculos para reduzir potenciais erros de medição.
Tampa
Recipiente de pesagem
5 dicas práticas
0,5
Dados de amostra
Ajuste de peso W(t)
Resíduo (100×)
Flutuação do peso corrigido [μg] 0
-0,5
-1
-1,5
-2,5
0 0,2 0,4 0,6 0,8 1 1,2 1,4 1,6 1,8 2
Hora [s] x105
Fig. 5: Taxa de evaporação em uma série de 100 pesagens simuladas. O líquido do recipiente de pesagem evapora a uma
taxa constante ao longo do tempo. Neste experimento, a perda média de peso/taxa de evaporação foi de 62,9 μg/min.
1600
1600
(3)
1400
15 s [ug]
1400
1200
1200
em 15s
à evaporaçãoper
1000
1000
Glass Beaker
Evaporation
dM [μg]
800
800
15
duedevido
600
600
Coletor de evaporação
(2)
Recipientes de pesagem com
LossPerda
400
400
diferentes tamanhos de abertura,
béqueres de vidro (1, 2) e placa
(1)
200
200 de Petri (3)
00
0
0 1000
1000 2000
2000 3000
3000 4000
4000 5000
5000
Surface
Superfície do líquido [mmde
no recipiente 2]pesagem [mm2]
Fig. 6: A perda de peso decorrente da evaporação está diretamente relacionada ao tamanho da superfície – quanto
maior a superfície, maior a evaporação.
20
20
19
19
Perda devido à evaporação em 15s
18
18
17
17
dM15 [μg]
16
16
15
15
14
14
13
13
12
12
11
11
10
10
00 10
10 20
20 30
30 40
40 50
50 60
60 70
70 80
80
Distância entre a superfície e a extremidade do tubo [mm]
Fig. 7: A perda decorrente da evaporação depende da distância entre a superfície e a extremidade do tubo;
distâncias maiores resultaram em menores taxas de evaporação.
A taxa de evaporação diminui com o comprimento do tubo, quanto maior a distância entre
a superfície e a extremidade do tubo, menor a evaporação (Fig. 7).
Fig. 8: Medições com o coletor de evaporação SmartCheck da METTLER TOLEDO. A perda decorrente da
evaporação em 15 s (dM15) foi, em média, 8,1 μg. Comparada com um recipiente do mesmo tamanho deixado
aberto, essa é uma redução de 35 vezes.
Material
A pipeta deve ser verificada a, pelo menos, 100% (volume nominal). Dependendo
das diretrizes seguidas, mais volumes (10%, 50%) precisam ser testados.
Antes de começar
Antes de realizar alguma medição gravimétrica, verifique se a pipeta não está vazando.
1. Pré-enxágue a(s) ponteira(s) aspirando e dispensando o volume nominal duas vezes.
2. Usando a(s) mesma(s) ponteira(s), aspire o volume nominal.
3. Com a(s) ponteira(s) imersa(s) 2 mm no líquido, mantenha a pipeta em posição vertical
por 30 segundos.
4. Se o nível do líquido não cair, continue com a validação.
Um nível decrescente de líquido indica vazamento. Entre em contato com o fabricante ou com
o fornecedor de serviços para discutir medidas corretivas.
1-2 mm 2-3 mm
3-6 mm
Deslize a ponteira para cima na parede lateral para remover qualquer excesso de líquido.
Um vídeo breve para te guiar em todas as etapas da execução de uma Verificação Rápida,
planilhas de cálculo e mais informações estão disponíveis em:
www.mt.com/gpp-qc
Os limites máximos de erro para pipetas operadas por pistão são definidos claramente
pela ISO 8655. A norma caracteriza os limites máximos de erros sistemáticos permitidos,
bem como os de erros aleatórios, para um dispositivo com volumes específicos que variam
de 1–10.000 μL. Esses erros são dobrados para pipetas multicanal. As especificações
de tolerância da maioria dos fabricantes de pipetas estão bem abaixo destes limites, mas,
em medições de volumes baixos, atender às tolerâncias da ISO 8655 pode ser um desafio
para muitos fornecedores de serviços.
Volume nominal Máximo de erros sistemáticos permitidos Máximo de erros aleatórios permitidos
μL ±% ± μL a ± %b ± μLc
1 5,0 0,05 5,0 0,05
2 4,0 0,08 2,0 0,04
5 2,5 0,125 1,5 0,075
10 1,2 0,12 0,8 0,08
20 1,0 0,2 0,5 0,1
50 1,0 0,5 0,4 0,2
100 0,8 0,8 0,3d 0,3d
200 0,8 1,6 0,3d 0,6d
500 0,8 4,0 0,3 1,5
1.000 0,8 8,0 0,3 3,0
2.000 0,8 16 0,3 6,0
5.000 0,8 40 0,3 15,0
10.000 0,6 60 0,3 30,0
a E xpresso como o desvio da média de uma medição de dez vezes do volume nominal ou selecionado
(ver ISO 8655-6:2002, 8.4)
b Expresso como o coeficiente de variação de uma medição de dez vezes (ver ISO 8655-6:2002, 8.5)
c Expresso como o desvio padrão de repetibilidade de uma medição de dez vezes (ver ISO 8655-6:2002, 8.5)
d Para pipetas por pistão do tipo D1, o erro máximo permitido pode ser ± 0,4%
Tab. 4: Erro máximo permitido para pipetas de deslocamento de ar e certas pipetas de deslocamento positivo
[ISO8655-2:2002, p. 6]
Programe e automatize
das pipetas
Aqui está um exemplo de como a METTLER TOLEDO está interligando equipamentos para
simplificar e automatizar processos básicos de laboratório:
Laboratórios com pipetas Rainin XLS e XLS+ e balanças analíticas METTLER TOLEDO XPE ou
XSE podem usar uma aplicação integrada na balança que traz orientações ao longo de toda
a verificação rápida e realiza todos os cálculos.
Para obter uma solução automatizada e conveniente, isso pode ser combinado com o Rainin
SmartStand, o software de gestão de ativos de pipetas METTLER TOLEDO Easy-Direct (ED-PAM)
e um leitor RFID opcional conectado à balança analítica XPE ou XSE.
1. O software de gestão de ativos ED-PAM é usado para gerenciar pipetas, incluindo métodos
e intervalos de verificação.
2. O ED-PAM se conecta sem fios com o SmartStand e carrega o método de verificação
diretamente na pipeta.
3. O SmartStand alerta os usuários do laboratório quando uma verificação de desempenho
está prevista.
4. Para a verificação de desempenho, a pipeta é mantida no leitor RFID EasyScan da balança
XPE ou XSE e lê o método designado no chip RFID da pipeta, em seguida, guia o usuário
por todas as etapas do método e realiza todos os cálculos.
5. Se a pipeta for aprovada, a balança agenda a próxima data para a verificação rápida no
chip RFID e imprime um protocolo que exibe o método usado, as medições e os resultados
de aprovação/reprovação.
Fig. 11: Sistema de gestão e rastreamento de ativos – nunca perca a data de uma verificação
Para trazer qualidade aos resultados laboratoriais, o desempenho das pipetas deve ser
verificado em intervalos regulares. Etapas simples, incluindo o desenvolvimento e a ativação
de um programa de calibração regular, a implementação de verificações de desempenho
regulares e a compreensão do uso e das falhas da pipeta, podem ser aplicadas para minimizar
essa fonte de incerteza e garantir a precisão dos dados.
Cada vez mais laboratórios percebem que é mais econômico e eficiente construir qualidade
nos resultados laboratoriais de forma antecipada do que descobrir problemas no futuro.
Glossário
Acuidade: A proximidade entre um volume medido e o volume real, conforme especificado
pela definição de volume da pipeta, também conhecida como “erro médio”.
Fator Z: Fator de conversão (μL/mg) que incorpora a densidade da água quando flutua no ar
em função da temperatura e pressão.
Padrões ISO 8655 e 17025: A norma ISO 8655 foi escrita especificamente para definir
os requerimentos necessários para produzir calibrações precisas e confiáveis de pipetas por
pistão e outros equipamentos de medição relacionados. Ela detalha os métodos exigidos,
as condições do teste, os equipamentos do teste e os requerimentos para registros, incluindo
aqueles para registrar os valores de incerteza de medição. O padrão ISO 8655 foi escrito
para complementar e completar o conhecido padrão ISO 17025. Os laboratórios que recebem
a acreditação para este padrão demonstraram que são tecnicamente competentes e capazes
de produzir testes e/ou dados de calibração precisos e fieis.
4. S
erviços de calibração:
https://www.mt.com/global/en/home/products/pipettes/service/compliance/
calibration-and-certificates.html
6. A
STM E1154-89(2008): Especificação padrão para aparelhos volumétricos operados por
pistão ou êmbolo. ASTM International, West Conshohocken, PA
https://www.astm.org/Standards/E1154.htm
Conhecimento de Laboratório
Este portal de conhecimento de laboratório oferece
uma riqueza de informações e orientações gratuitas.
Aprenda com os especialistas, como:
• Calibrar seus dispositivos de pesagem
• Efeitos eletrostáticos na pesagem
• Revisões da USP
www.mt.com/lab-expertise
Biblioteca Especializada
Um portal único para recursos de conhecimento:
artigos técnicos, guias, vídeos, webinars e muito mais.
• Documentos informativos com dicas e truques
• White papers com conhecimento especializado
• Webinars, vídeos e mais
www.mt.com/library
www.mt.com/GWP
www.mt.com/pipcheck
Para mais informações