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Curso de Técnico de Turismo

Módulo 6 -Técnicas de Informação Turística

Componente Técnica: Turismo – Informação e Animação Turística


Duração: 22 Horas

2023/24
Curso Profissional: TÉCNICO DE TURISMO - NÍVEL 4
2º Ano Letivo: 2023-2024
Disciplina: TIAT
Módulo: M6 - Técnicas Informação Turística

Índice

1. Formas, tipologias e escalas de informação em turismo


1.1. Informação institucional de divulgação geral e tipologias de alojamento em Portugal
1.2. Componentes de um Sistema Turístico
1.2.1 Informação institucional de divulgação local
1.3. Simbologia turística
1.4. Sinalização territorial de recursos, equipamentos e produtos turísticos
2. Informação turística local – Estudo de Caso
2.1. Postos de Turismo
2.2. Sinalização turística
2.3. Informação nos lugares de interesse turístico
2.4.Definição de recurso turístico
3. Técnicas de Atendimento personalizado
3.1. Hospitalidade /Assistência como atitude permanente
3.2. Tipologias de clientes
3.2.1. Clientes individuais
3.2.2. Grupos
4. Informação turística
4.1. Animação, promoção e informação turística
4.1.1. A região: Levantamento dos principais recursos turísticos
4.1.2. Património e aspetos culturais
4.1.3. Desportos
4.1.4. Gastronomia
4.1.5. Folclore
4.1.6. Artesanato

1. Formas, tipologias e escalas de informação em turismo

1.1. Informação institucional de divulgação geral e tipologias de alojamento em Portugal

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Feiras de Turismo

O Turismo de Portugal, I.P. é a entidade responsável pela coordenação e organização da presença de


Portugal nas feiras internacionais de turismo.

A participação das Agências Regionais de Promoção Turística (ARPT’s) e das empresas no stand nacional é
gerida através do portal feiras. Este portal, disponível 24 horas por dia, oferece funcionalidades que se
ajustam às necessidades dos diferentes níveis de utilizador, nomeadamente:

Turismo de Portugal, I.P.

• Divulgar, publicitar e informar sobre a realização de feiras internacionais de turismo.

• Comunicar alterações ao calendário de feiras e divulgar informações úteis sobre as mesmas.

• Visualizar em tempo real a informação relativa ao estado de cada feira, permitindo gerir de forma eficaz
a organização do stand nacional.

Agências Regionais de Promoção Turística

• Divulgar o calendário das feiras aos profissionais da área promocional e gerir as inscrições por parte
destes.

• Planear e registar o espaço de exposição destinado à Área Promocional.

• Visualizar, em tempo real, o estado de cada feira relativamente à área promocional, permitindo
coordenar de forma eficaz com o Turismo de Portugal e as restantes ARPT’s, a organização do stand
nacional.

Comunicação e Imagem

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O Turismo de Portugal, I.P. é a entidade responsável pela gestão da Marca Destino Portugal. Procura
aumentar a notoriedade da Marca a nível nacional e internacional, consolidando a imagem de Portugal
como um destino único e rico em experiências, através de:

Material Promocional

Edição de materiais de comunicação da Marca Destino Portugal, que têm por base o Sistema de
Identidade do Turismo Português, que combina fatores diferenciadores do país com os fatores de
qualificação do turismo nacional.

Imprensa Estrangeira

A divulgação de Portugal como destino turístico passa por assegurar uma presença contínua e de
qualidade nos principais órgãos de comunicação social estrangeiros, conferindo visibilidade e notoriedade
à marca Destino Portugal.

Eventos

Uma das prioridades do Turismo de Portugal consiste na atracão e realização de eventos internacionais,
que projetem a imagem de Portugal no estrangeiro.

Alojamento Turístico em Portugal

1 – Estabelecimentos Hoteleiros
São empreendimentos turísticos destinados a proporcionar, mediante remuneração, alojamento
temporário e outros serviços acessórios ou de apoio, com ou sem fornecimento de refeições.

Podem ser classificados nos seguintes grupos primários:


• Hotéis;
• Hotéis-apartamentos;
• Pousadas.
Hotéis – Atendendo à sua localização, à qualidade das suas instalações, dos equipamentos e mobiliário e

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dos serviços que ofereçam, podem ser classificados de 5, 4, 3, 2 e 1 estrelas, podendo os 4 últimos ser
classificados como residenciais quando não possuam restaurante.

Hotéis-apartamentos – Atendem aos mesmos aspectos dos hotéis e podem ser classificados de 5, 4, 3 e 2
estrelas.
Pousadas – São estabelecimentos instalados em imóveis classificados como monumentos nacionais, de
interesse público ou regional e ainda em edifícios que, pela sua antiguidade, valor arquitectónico e
histórico, sejam representativos de uma determinada época e se situem fora das zonas turísticas dotadas
de suficiente apoio hoteleiro.

2 – Meios complementares de alojamento turístico


São empreendimentos destinados a proporcionar, mediante remuneração, alojamento temporário, com
ou sem serviços acessórios e de apoio e classificam-se em:
• Aldeamentos turísticos;
• Apartamentos turísticos;
• Conjuntos Turísticos.

Aldeamentos turísticos – São constituídos por um conjunto de instalações funcionalmente independentes


com expressão arquitectónica homogénea, situados num espaço delimitado, que se destinem a
proporcionar, mediante remuneração, alojamento e outros serviços complementares e de apoio. As
unidades de alojamento podem ser constituídas por moradias e apartamentos que devem ser distintos e
isolados entre si com saída própria para o exterior ou para uma porta comum do edifício em que se
integram. Atendendo à sua localização, ao índice de ocupação das unidades de alojamento em relação à
totalidade da área do aldeamento, bem como ao número de unidades de alojamento e à capacidade e
diversidade das instalações acessórias que possuam e dos serviços que ofereçam, classificam-se em 5, 4 e
3 estrelas.

Apartamentos turísticos – São constituídos por fracções de edifícios independentes, mobilados e

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equipados, que se destinam habitualmente a proporcionar, mediante remuneração, alojamento a turistas.


Classificam-se em 5, 4, 3 e 2 estrelas.

Moradias turísticas – São constituídos por um edifício autónomo, de carácter unifamiliar, mobilado e
equipado que se destinam, habitualmente, a proporcionar, mediante remuneração, alojamento a turistas.
Classificam-se em 1ª ou 2ª.

3 – Conjuntos turísticos
São instalações enquadradas num espaço demarcado, que integram, além de estabelecimentos hoteleiros
e meios complementares de alojamento, também estabelecimentos de restauração e bebidas e pelo
menos um estabelecimento declarado de interesse para o turismo. Diferem dos aldeamentos turísticos
por não terem de possuir expressão arquitectónica homogénea e pelo facto de pressupor a coexistência
de vários estabelecimentos de diferente natureza submetidos a uma exploração turística integrada.

4 – Turismo no Espaço Rural


Caracteriza-se pela recuperação e aproveitamento de casas particulares com características próprias
proporcionando um contacto mais directo com as populações dos meios rurais e respectivas actividades.
Na origem da sua criação esteve a preocupação de proteger e valorizar o património cultural, de
contribuir para a melhoria da qualidade de vida das populações rurais e dotar certas zonas do país, sem
condições de atrair outro tipo de alojamento, de meios de alojamento simples, flexíveis, adaptados às
realidades locais e capazes de responderem ao aumento de certa procura turística.
Compreende as seguintes modalidades de alojamento:
• Turismo Rural;
• Agroturismo;
• Turismo de Aldeia;
• Casas de Campo;
• Hotel Rural;

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5 – Outras formas de alojamento


Residências secundárias – Alojamento fixo que pode assumir a forma de casa individual ou apartamento.
Alojamento não regulamentado – É o alojamento que ocupando, em geral, edifícios de apartamentos, não
obedece às normas da legislação estabelecida para a construção e exploração de empreendimentos
turísticos e para a sua exploração.

1.2. Componentes de um Sistema Turístico

Procura Turística – constitui o sujeito de todo o sistema, tem origem no subsistema constituído pelas
zonas emissoras;

Oferta Turística – constitui o objeto do qual fazem parte os centros recetores (os destinos), os meios
de deslocação que ligam procura à oferta (transportes), as entidades que produzem bens e
serviços (empresas), as entidades que garantem os mecanismos de funcionamento e administração
(as organizações) e os meios que orientam e influenciam a procura (a promoção);

Destinos – constituídos pelas localidades turísticas que dispões de atrações suscetíveis de


originarem a deslocação das pessoas;

Transportes – são a componente do sistema que garante a ligação entre a residência e o local
do destino; constitui um subsistema complexo que integra as vias e meios de transporte, instalações
dos locais de partida e chegada e a organização dos mesmos.

Informação e Promoção: conjunto de atividades, iniciativas e ações influenciam as pessoas a tomar


decisões sobre as viagens mas, também, lhes dão conhecimentos sobre as mesmas;

Empresas e Serviços Turísticos: correspondem à parte mais importante do sistema, pelo menos
do ponto de vista económico: prestação de alojamento, alimentação, distribuição, diversões,
animação e outros serviços.

Organizações: tem responsabilidade ao nível de garantir o funcionamento do sistema; são


formadas pelos serviços do Estado, autarquias, organismos públicos locais e associações profissionais.

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• Recursos turísticos - todos os bens e serviços que, por intermédio da atividade


humana, tornam possível a atividade turística e satisfazem as necessidades da procura.

• O património turístico constitui o elemento fundamental que o homem transforma em


recursos turísticos utilizando meios técnicos, económicos e financeiros.

• Os recursos turísticos são constituídos pelo património turístico que, mediante uma
intervenção do homem, se transformam em património utilizável.

• Tal como são oferecidos pela natureza, os recursos naturais são insuficientes para garantir
a permanência dos viajantes cuja deslocação originam.
• Torna-se necessária a construção de equipamentos que, por um lado, permitam a
deslocação;

• (transportes, organização de viagens) e, por outro, assegurem aquela permanência


(alojamento, restaurantes);

• Sem estes equipamentos não existirá atividade turística embora possam existir deslocações.

O recurso turístico foi definido na Plano Nacional de Turismo de 1986 – 1989 como:
“todo o elemento natural, atividade humana ou seu produto, capaz de motivar a
deslocação de pessoas ou de ocupar os seus tempos livres”.

Um recurso turístico deve constituir um fator essencial para a escolha de um destino, quanto
aos seus atrativos de ordem natural, cultural ou de simples animação recreativa.

A Oferta e a Procura Turística

Oferta turística - conjunto dos bens e serviços que concorrem para (Cunha, 1997) satisfazer as
necessidades dos turistas. É constituída por todos os elementos que contribuem (Batista, 1990) para a
satisfação das necessidades de ordem psíquica, física e cultural que estão na origem das motivações dos
turistas.

Procura Turística - Do ponto de vista económico, a procura total do turismo de um país, num determinado
momento, é composta:

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- pela procura correspondente ao turismo de nacionais;


- pela procura correspondente ao turismo de estrangeiros nesse país.

Motivações para o turismo e comportamentos do turista

As razões que levam as pessoas a viajar assumem nuns casos caráter de obrigação, noutro caráter de
satisfação pessoal. Podemos distinguir entre:

✓ Motivações constrangedoras (negócios, reuniões, missões, saúde, estudos)

✓ Motivações libertadoras (férias, desportos, repouso, cultura)

✓ Motivações mista

Para além destas a OMT (Organização Mundial do Turismo) classifica as motivações em duas
categorias que estão na origem das imagens que se fazem de um destino:

Motivações de tipo racional: a confiança, a segurança, a poupança, a tradição, o


conformismo e o modernismo;

Motivações de tipo afetivo: a curiosidade, a novidade, a simpatia, o maravilhoso, a


afetividade, a liberdade e a amizade.

1.2.1 Informação institucional de divulgação local

Para a promoção regional externa, foram designadas 7 Agências Regionais de Promoção Turística, que
articulam entre si e o Turismo de Portugal, a execução do Plano Nacional de Promoção Externa.

Agências Regionais de Promoção

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São 7 as Agências Regionais de Promoção Turística, responsáveis pela Promoção Turística Regional
externa.

As Agências Regionais de Promoção Turística (ARPT’s), são associações de direito privado, sem fins
lucrativos, constituídas por representantes dos agentes económicos do turismo, por um número relevante
de empresas privadas com atividade turística e de entidades do sector público, de carácter ou âmbito
local ou regional, designadamente os órgãos regionais e locais de turismo (ORLT’s).

É a estas que compete a elaboração, apresentação e execução dos respetivos Planos Regionais de
Promoção Turística.

Agências Regionais
ADETURN – Associação de Turismo do Norte de Portugal
Praça D. João I, 25-4º Dtº
4000-295 PORTO
Porto e Norte Tel: 00 351 223 393 550
Fax: 00 351 223 393 559
e-mail: pnp@pnptourism.com
website: www.visitportoenorte.com
Agência Regional de Promoção Turística Centro de Portugal
Casa Amarela
Largo de Stª Cristina
3 500 - 181 VISEU
Centro de Portugal
Tel: 00 351 239 488 120
Fax: 00 351 239 488 129
e-mail: info@visitcentrodeportugal.com
website: www.visitcentro.com
ATL – Associação Turismo de Lisboa, Visitors and Convention Bureau
Rua do Arsenal, 15
1100-038 LISBOA
Lisboa Tel: 00 351 210 312 700
Fax: 00 351 210 312 899
e-mail: atl@visitlisboa.com
website. www.visitlisboa.com
Associação Turismo do Alentejo
Av. Jorge Nunes, Lote 1, R/C Esq.
7500-113 GRÂNDOLA
Alentejo tel: 00 351 269 498 680/82
fax: 00 351 269 498 687
e-mail: turismo.alentejo@mail.telepac.pt
website: www.visitalentejo.pt

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ATA – Associação Turismo do Algarve


Avenida 5 de Outubro, 18-20
8000-076 FARO
Algarve tel: 00351 289 800 403
fax: 00 351 289 800 489 / 415
e-mail: atalgarve@atalgarve.pt
website: www.visitalgarve.pt
APRAM – Associação de Promoção Regional Autónoma da Madeira
Rua dos Aranhas, 24-26
9000-044 Funchal
tel: 00351 291 203 420
fax: 00 351 291 222 167
e-mail: info@madeiratourism.org
website: www.madeiratourism.org

Madeira Secretaria Regional da Cultura, Turismo e Transportes


Endereço: Av. Arriaga 18, 9000-050 Funchal
Telefone: 291 211 900
Sede: Avenida Arriaga n.º 18, Funchal

ATA – Associação de Turismo dos Açores


Largo Almirante Dunn
9500-292 PONTA DELGADA
Açores tel: 00 351 296 288 082/00 351 21 315 24 68
fax: 00 351 296 288 083/00 351 21 315 24 62
e-mail: turismoacores.ata@mail.telepac.pt
website: www.visitazores.org

Simbologia turística - Sinalização territorial de recursos, equipamentos e produtos turísticos

Restaurante Snack Bar Bar

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Sala de TV Sala de Conferências Ar Condicionado nas Zonas Públicas

Lavandaria Cartões de Crédito Aceites Cofre Geral

Ligação à Internet WI-FI Ar Condicionado

Aquecimento Central Telefone Direto Televisão nos Quartos

Minibar nos Quartos Cofre Individual TV Satélite

TV Cabo Kitchenette Quartos para Não-Fumadores

Instalações para Deficientes Lojas no Hotel Cabeleireiro

Sala de Jogos Bilhar / Snooker Ténis de Mesa

Serviço para Crianças Parque Infantil Babysitting

Jardim Piscina Exterior Piscina Interior

Piscina para Crianças Termas Health Club

Jacuzzi Sauna Ginásio

Campo de Squash Putting Green Driving Range

Campo de Golfe Campo de Ténis Equitação

Animais de Estimação Aceites Canil Garagem

Estacionamento Privativo Transporte de Hotel Futebol

Pavilhão Sazonal

2. Informação turística local – Estudo de Caso

Enquadramento Territorial

Pólos Turísticos

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Nos municípios integrados em pólos turísticos são financiados os projetos que concretizem os
produtos turísticos estratégicos identificados no PENT especificamente para cada pólo turístico
ou outros produtos turísticos identificados no PENT para as regiões onde se localizam os pólos
turísticos. São, igualmente, financiados os projetos que não correspondendo especificamente a
produtos turísticos estratégicos, demonstrem contribuir para a adequada estruturação dos pólos
turísticos correspondentes.

Produtos Turísticos Estratégicos

Nos municípios não integrados em pólos turísticos são financiados os projetos que concretizem
os produtos turísticos estratégicos definidos no PENT para as regiões onde os municípios se
localizam.

Requalificação de destinos turísticos

Nos destinos turísticos identificados – Lisboa, Costa do Estoril, Algarve e Ilha da Madeira, são
financiados os projetos que se traduzam em intervenções integradas de requalificação
patrimonial, urbanística, paisagística e ambiental.

Apoio financeiro a conceder

De acordo com os critérios de avaliação e seleção definidos, os projetos são classificados em


três níveis : 1, 2 ou 3.

Para a definição da intensidade do apoio a atribuir, é tida em consideração a classificação nos


critérios de avaliação e seleção e o enquadramento territorial dos projetos.

2.1. Postos de Turismo

Os Postos de Turismo são pontos de contacto privilegiados, uma das faces de Portugal e um potencial
factor de satisfação dos turistas.
Os 345 postos de atendimento turístico existentes em Portugal, pertencem aos Orgãos Regionais e Locais
de Turismo e às Câmaras Municipais com competências no sector. Fornecem informações locais, tais

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como pontos de interesse a visitar, horários, alojamento, restauração ou actividades, entre outras de
carácter útil.
O Turismo de Portugal, ip é responsável pela gestão em parceria dos 5 Postos situados nas duas maiores
cidades do país - Lisboa e Porto - e nos aeroportos internacionais - Lisboa, Porto e Faro. Nestes, foram
atendidos durante o ano de 2006 perto de 500.000 turistas.

- Lisboa / Palácio Foz

- Porto / Praça D. João I

- Aeroporto do Porto

- Aeroporto de Lisboa

- Aeroporto de Faro

2.2. Sinalização turística

A sinalização turística é um factor imprescindível para o desenvolvimento turístico.

a) Os sinais direccionais - placas para indicar direções de localidades ou atrativos e respetivas distâncias;

b) Os sinais informativos - placas para indicar a existência de atrativos ou itinerários temáticos;

c) Os sinais interpretativos - placas para explicar e interpretar os atrativos.

d) Os quiosques multimédia enquadrados em sistema informático desenvolvido pelo Turismo de Portugal


- terminais que permitem a consulta de bases de dados de natureza turística e, em geral, o acesso a
informação turística de âmbito nacional, regional e local;

2.3. Informação nos lugares de interesse turístico

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Património natural
Região

Património

Identificação de circuito

Direção de circuito Identificação de rota

Direção de rota

Localidade

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2.4.Definição de recurso turístico

Recursos turísticos - todos os bens e serviços que, por intermédio da atividade humana, tornam
possível a atividade turística e satisfazem as necessidades da procura.

✓ O património turístico constitui o elemento fundamental que o homem transforma em


recursos turísticos utilizando meios técnicos, económicos e financeiros.

✓ Os recursos turísticos são constituídos pelo património turístico que, mediante uma intervenção
do homem, se transformam em património utilizável.

✓ Tal como são oferecidos pela natureza, os recursos naturais são insuficientes para garantir
a permanência dos viajantes cuja deslocação originam.

✓ Torna-se necessária a construção de equipamentos que, por um lado, permitam a


deslocação
✓ (transportes, organização de viagens) e, por outro, assegurem aquela permanência
(alojamento, restaurantes).

✓ Sem estes equipamentos não existirá atividade turística embora possam existir deslocações.

O recurso turístico foi definido na Plano Nacional de Turismo de 1986 – 1989 como:
“todo o elemento natural, atividade humana ou seu produto, capaz de motivar a deslocação de
pessoas ou de ocupar os seus tempos livres”.

Um recurso turístico deve constituir um fator essencial para a escolha de um destino, quanto aos seus
atrativos de ordem natural, cultural ou de simples animação recreativa.

Os recursos turísticos dividem-se em:

- Recursos naturais - definem o “espaço turístico” e são extremamente variados e explorados das
mais diversas formas. Neste tipo de recursos incluem-se: o clima (primordial em muitas formas de
turismo), o relevo, a paisagem, a flora, a fauna, o mar e as praias, os lagos e as superfícies de água
(naturais ou artificiais), os rios e ribeiras, as fontes termais, etc..

- Recursos criados pelo Homem - neles podemos englobar os seguintes: os monumentos ou, mais

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genericamente, todo o elemento construído pelo Homem que possa ter interesse (monumentos
diversos, atuais e antigos; museus; barragens; pontes; etc.); as atividades humanas e a
própria existência do Homem: civilizações e povos, usos e costumes, língua, folclore, cultura
(religiosa, artística e científica), festas, técnicas, jogos (desportivos, tradicionais, etc.) e política.

Cada recurso determina uma ou mais atividades, que necessitarão, por vezes, de um
tratamento pontual ou global, com uma definição racional dos equipamentos a colocar no local.
Convém sublinhar a necessidade de cada região ou cada país estabelecer um inventário exato
dos recursos turísticos que possui, de modo a poder adotar uma política turística, que permita
uma exploração racional das suas riquezas.

3. Técnicas de Atendimento personalizado


3.1. Hospitalidade /Assistência como atitude permanente

A hospitalidade é um conceito tão antigo quanto às formas mais remotas de actividade social, desde as
mais arcaicas, tanto no Ocidente como no Oriente; considerada como um atributo de pessoas e de
espaços. A origem desta palavra vem do latim e que tem significado de acolhimento.

Física Cultural Social Fantasia


Motivações
OFERTA

Percepções Experiências passadas – Preferências - Rumores

Expectativa
Imagem Turística

Mercado Intermediários

Produto Turístico
Experiência
DEMANDA

Capital Facilidades - Acessibilidade – Infra-estrutura

Recursos
Atrações Hospitalidade 17
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Hospitalidade agrega valor ao tratamento dispensado às pessoas, que devem ser recebidos como
hóspedes quaisquer que sejam as empresas / instituições. E isto pode ser adotado no primeiro sector
(serviços públicos), em empresa com fins lucrativos e já tem sido incorporado nas ONG’s.

Componentes da hospitalidade:

Existem detalhes que envolvem como receber as pessoas, seja em casa, no trabalho, num centro de
compras e outros lugares. Então o que um profissional deve saber para acolher bem, mesmo que não seja
um profissional do ramo hoteleiro?

Quando recebemos visita em casa, a comida e a bebida é uma das primeiras coisas que providenciamos.
Toda a arrumação e a limpeza é feita com antecedência e procuramos oferecer distrações ou diversões.
Caso o visitante passe mais tempo, oferecemos uma cama aconchegante...

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Hoje, os estudiosos de administração de serviços já relaciona a hospitalidade como um Valor que toda
empresa deveria cultivar, a fim de antecipar-se às necessidades dos clientes

Implementação

A hospitalidade pode ser adotada na melhoria da prestação de serviços em estabelecimentos como:

• bancos

• hotéis, pousadas

• hospitais e clínicas odontológicas

• academias e clubes

• shopping centers

A imaginação do turista

• O turista é aquele que conquistou o privilégio da mobilidade espacial no mundo contemporâneo,


uma mobilidade que depende do tamanho do seu privilégio Um privilégio que também pode ser
encarado como uma enorme perda: não há como um turista deixar de imaginar que onde quer
que ele esteja desfrutando momentos de satisfação, bem estar e segurança, poderia estar em
outra parte.
• É preciso saber lidar com a imaginação do turista pois é ela que o move a chegar e a partir de uma
localidade. Em princípio, não há razão para ele se prender a um lugar específico por mais tempo do
que o necessário para satisfazer o pássaro irrequieto de sua imaginação. E nada é mais angustiante
para alguém que é movido pela paixão de conhecer o mundo do que perder a liberdade de
escolher o seu destino.
• Decorre desta inconstância da imaginação do turista os maiores desafios para aquelas localidades
que são projetadas para propiciar hospitalidade aos visitantes. Para que estes se sintam bem em
um local é preciso que esqueçam por um período todos os outros destinos que lhes escapam. E
não há património ecológico, histórico ou cultural ou mesmo evento que possa prescindir de um

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lugar considerado belo pelo visitante, comida e bebida agradáveis, e uma boa companhia para
aquelas conversas que não têm hora para começar, em que as palavras não saem apressadas
atropelando umas às outras, e ninguém sente incómodo com o silêncio entre um assunto e outro.

O anseio por segurança

• A liberdade de movimento do turista ocorre em um tempo e um espaço que ameaçam a sua


segurança e colocam em risco o seu bem estar e a sua vida. A competição do mercado de trabalho
e a ameaça de desemprego, as redes criminosas, a violência urbana, a corrupção governamental,
os alimentos contaminados, a solidão e o desamparo na velhice são os temores que provocam no
turista o desejo de fuga, nem que seja efémera, para um local seguro e confortável.
• Compreendida desta forma ampla, a segurança envolve desde a proteção contra as ameaças à
integridade física por parte da violência das grandes cidades, serviços médicos e sanitários
adequados e alimentação saudável, até a sensação de abrigo em uma noite fria, o aconchego de
uma companhia que nos livre da solidão e com quem possamos compartilhar experiências e
afetividade.
• Outro dilema que não pode ser desconsiderado: embora o turista queira proteção contra os males
mencionados, muitas vezes é ele próprio que os traz em sua bagagem. É um enorme paradoxo
tentar impedir que o visitante leve à deterioração das condições de bem estar e segurança locais
sem restringir a sua liberdade.
• Hospitalidade, então, não pode ser confundida com a cordialidade superficial e indiferente dos
vendedores e prestadores de serviços. É possível que até implique na necessidade de polidez e
afabilidade nos primeiros contactos, mas é necessário que seja muito mais do que a troca de
expressões superficiais entre compradores e vendedores, para significar proteger o visitante do

perigo, da rotina que entedia, do cansaço e da doença. Significa, pois, garantir segurança ao
visitante cuidando para que ele esteja livre das ameaças que colocam sua vida e o seu bem estar
em risco.

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Hospitalidade é considerar todos os visitantes como bem-vindos, compartilhando com eles o bem estar e
a segurança que também não nos faltam. Hospitalidade é a generosidade de um agrupamento humano,
seja uma comunidade, etnia, cidade, nação, estado ou país. É a ternura da gente de um lugar em relação
ao estrangeiro e os seus mistérios, enquanto este também imagina os seus anfitriões como uma gente
misteriosa e nem por isso deixou de visitá-la. A hospitalidade é, portanto, um encontro bem sucedido
entre mistérios: Civilização não quer dizer outra coisa

3.2. Tipologias de clientes


3.2.1. Clientes individuais/Grupos

A tipologia de Cohen apresenta as seguintes categorias:

a) Turista de massas organizado

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b) Turista de massas individual


c) Turista explorador
d) Turista “sem destino”.

a) Turista de massas organizado


Corresponde à imagem estereotipada de “turista”.

Caraterísticas:

- Visita o seu destino viajando em autocarro com ar condicionado;


- Num itinerário inflexível previamente acordado com a agência de viagens;
- Fica em hotéis que recriam o ambiente do seu país;
- Não toma praticamente nenhuma decisão;
- Em todas as fases da viagem é separado de contactos com a cultura do país anfitrião;
- Numa viagem do tipo “sol e praia” o turista permanece dentro do complexo da unidade
hoteleira onde se encontra.
- Não se aventura a sair dessa “redoma ambiental”.
- Não se afasta verdadeiramente do seu meio social.

O turista interno ou doméstico que viaje em “package” também se inclui nesta categoria.

b) Turista de massas individual


Semelhante ao turista de massas organizado.

Caraterísticas:

- A escolha das férias ou viagens é organizada através de um operador turístico - frequenta os


locais de massas;
- Tem, no entanto, um certo grau de poder de decisão e controlo pessoais – escolhe o itinerário.

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- Combina a familiaridade com um certo grau de novidade;


- Confia no sistema turístico estabelecido, mas procura ocasionalmente um escape para sair da
sua “redoma ambiental”.

c) Explorador
Caraterísticas:

- Faz os seus próprios preparativos para a viagem;


- Tenta evitar ao máximo o “circuito” turístico, afastando-se dos locais frequentados pelas
massas;
- Faz tentativas de ligação com as gentes e culturas locais:
o Aprende a língua
o Procura restaurantes e acontecimentos locais
- Porém, procura um grau razoável de conforto e segurança;
- Apesar de ser capaz de fugir à “redoma ambiental” mantém alguns dos valores e rotinas do seu
quotidiano.

d) “Sem destino”
É o oposto do turista de massas organizado.

Características:

- Tenta submergir nas comunidades locais vivendo e trabalhando com os autóctones/nativos do


país que visita;
- Não tem itinerário fixo e acaba por ficar submerso na cultura e costumes locais;
- Evita todo e qualquer contacto com o sistema institucionalizado do turismo – a cultura local
considera o turismo e os turistas falsos.
- A fuga da redoma do ambiente familiar é quase completa.

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4. Informação turística
4.1. Animação, promoção e informação turística

A Animação, promoção e informação turística são atividades importantes para desenvolver e dar a
conhecer um destino turístico. Sem a animação o turista não se diverte e a sua divulgação boca-a-boca
não será feita. Sem a promoção o turista não tem conhecimento do destino, sendo que nunca o irá visitar.
A informação turística surge como forma de informar as atividade e locais a visitar num determinado
destino. Estes três pontos são importantíssimos para o desenvolvimento favorável de um determinado
destino turístico.

4.1.1. A região: Levantamento dos principais recursos turísticos

Uma região pode ser qualquer área geográfica que forme uma unidade distinta em virtude de
determinadas características. Em termos gerais, costumam, mas não necessariamente, ser menores que
um país.

A divisão e administração territorial diferem, de facto, de país para país, concretizando-se segundo
políticas próprias e tendo em conta particularidades geográficas, étnicas, históricas, económicas,
ecológicas, entre outras.

Para o levantamento dos recursos turísticos deverá ser efetuadas as seguintes ações:

• Inventariação dos recursos turísticos

Realização de levantamentos, sistematização e disponibilização de informações sobre o conjunto de


recursos turísticos de uma determinada área.

• Avaliação dos produtos turísticos


Estudo sobre o comportamento e caracterização de determinado segmento da oferta turística de uma
área.

4.1.2. Património e aspetos culturais

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Património cultural é o conjunto de todos os bens, materiais ou imateriais, que, pelo seu valor próprio,
devam ser considerados de interesse relevante para a permanência e a identidade da cultura de um povo.

O património é a nossa herança do passado, com que vivemos hoje, e que passamos às gerações
vindouras.

Do património cultural fazem parte bens imóveis tais como castelos, igrejas, casas, praças, conjuntos
urbanos, e ainda locais dotados de expressivo valor para a história, a arqueologia, a paleontologia e a
ciência

em geral. Nos bens móveis incluem-se, por exemplo, pinturas, esculturas e artesanato. Nos bens
imateriais considera-se a literatura, a música, o folclore, a linguagem e os costumes.

4.1.3. Desportos

Desporto é uma atividade física sujeita a determinados regulamentos e que geralmente visa a competição
entre praticantes. Para ser desporto tem de haver envolvimento de habilidades e capacidades motoras,
regras instituídas por um confederação regente e competitividade entre opostos. Algumas modalidades
desportivas se praticam mediante veículos ou outras máquinas que não requerem realizar esforço, em
cujo caso é mais importante a destreza e a concentração do que o exercício físico. Idealmente o desporto
diverte e entretém, e constitui uma forma metódica e intensa de um jogo que tende à perfeição e à
coordenação do esforço muscular tendo em vista uma melhora física e espiritual do ser humano. As
modalidades desportivas podem ser coletivas, duplas ou individuais, mas sempre com um adversário.

Também podemos definir desporto como um fenómeno sociocultural, que envolve a prática voluntária de
atividade predominantemente física competitiva com finalidade recreativa ou profissional, ou
predominantemente física não competitiva com finalidade de lazer, contribuindo para a formação,
desenvolvimento e/ou aprimoramento físico, intelectual e psíquico de seus praticantes e espectadores.
Além de ser uma forma de criar uma identidade desportiva para um inclusão social.

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A atividade desportiva pode ser aplicada ainda na promoção da saúde em âmbito educacional, pela
aplicação de conhecimento especializado em complementação a interesses voluntários de uma
comunidade não especializada

4.1.4. Gastronomia

A gastronomia (do grego antigo γαστρονομία; γαστρός ["estômago"] e νομία ["lei"/"conhecimento"]) é


um ramo que abrange a culinária, as bebidas, os materiais usados na alimentação e, em geral, todos os
aspetos culturais a ela associados. Um gastrónomo (gourmet, em francês) pode ser um(a) cozinheiro(a),
mas pode igualmente ser uma pessoa que se preocupa com o refinamento da alimentação, incluindo, não
só a forma como os alimentos são preparados, mas também como são apresentados, por exemplo, o
vestuário e a música ou dança que acompanham as refeições.

Por essas razões, a gastronomia tem um foro mais alargado que a culinária, que se ocupa mais
especificamente das técnicas de confeção dos alimentos. Um provador de vinhos é um gastrónomo
especializado naquelas bebidas (e, muitas vezes, é também um gastrónomo no sentido mais amplo do
termo).

O prazer proporcionado pela comida é um dos fatores mais importantes da vida depois da alimentação de
sobrevivência. A gastronomia nasceu desse prazer e constituiu-se como a arte de cozinhar e associar os
alimentos para deles retirar o máximo benefício. Cultura muito antiga, a gastronomia esteve na origem de
grandes transformações sociais e políticas. A alimentação passou por várias etapas ao longo do
desenvolvimento humano, evoluindo do nómada caçador ao homem sedentário, quando este descobriu a
importância da agricultura e da domesticação dos animais

4.1.5. Folclore

Folclore é um termo que em inúmeros ambientes provoca mal estar. Para os mais jovens é sinônimo de
coisa ultrapassada, de velharia e é criticado por se prestar a paternalismos. Folclore e cultura popular

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possuem significados múltiplos e variados, constituindo conceitos complexos e confusos, não bem
definidos.

Para Gramsci (1978) folclore é um aglomerado indigesto de fragmentos de todas as concepções que se
sucederam na história. Ao mesmo tempo Gramsci considera o folclore como importante e diz que deve
ser estudado e compreendido como concepção do mundo e da vida, em grande parte implícita, de
determinados estratos da sociedade, em contraposição às concepções oficiais do mundo. Para Gramsci
existe cultura popular na medida em que existe cultura dominante. Nesta perspectiva, segundo alguns, a
cultura popular assumiria em face da cultura dominante uma posição diversa, contestadora de sua
autoproclamada universalidade. A este respeito parece enriquecedora a hipótese de Bakhtin, destacada
por Ginzburg (1987), de que existe uma influência recíproca entre a cultura das classes subalternas e a das
classes dominantes, que funcionou especialmente durante a Idade Média e até a metade do século XVI.

Analisando relações entre a cultura dominante e a cultura popular, e o problema da circularidade entre
ambas, o historiador Carlo Ginzburg (1987: 16/17) assume posição favorável ao conceito de cultura
popular:

“A existência de desníveis culturais no interior das assim chamadas sociedades civilizadas é o pressuposto
da disciplina que foi aos poucos se autodefinindo como folclore, antropologia social, história das tradições
populares, etnologia européia. Todavia, o emprego do termo cultura para definir o conjunto de atitudes,
crenças, códigos de comportamento próprios das classes subalternas num certo período histórico é

relativamente tardio e foi emprestado da antropologia cultural. Só através do conceito de ‘cultura


primitiva’ é que se chegou de fato a reconhecer que aqueles indivíduos outrora definidos de forma
paternalista como ‘camadas inferiores dos povos civilizados’ possuíam cultura. A consciência pesada do
colonialismo se uniu assim à consciência pesada da opressão de classe. Dessa maneira foi superada, pelos
menos verbalmente, não só a concepção antiquada de folclore como mera coleção de curiosidades, mas

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também a posição de quem distinguia nas idéias, crenças, visões do mundo das classes subalternas nada
mais do que um acúmulo desorgânico de fragmentos de idéias, crenças, visões do mundo elaborados
pelas classes dominantes provavelmente vários séculos antes. A essa altura começa a discussão sobre a
relação entre a cultura das classes subalternas e a das classes dominadas. Até que ponto a primeira está
subordinada à segunda? Em que medida, ao contrário, exprime conteúdos ao menos em parte
alternativos? É possível falar em circularidade entre os dois níveis de cultura?”

Gramsci destaca elementos positivos e negativos no folclore. Suas concepções encontram-se difundidas
entre intelectuais que se interessam pela cultura popular. Deve-se ressaltar contudo, que para o povo, o
folclore não se constitui um aglomerado indigesto, mas um todo integrado. A visão do portador do
folclore é totalizante e difere da visão do intelectual, que, como Gramsci, considera o folclore uma
“bricolagem”, um aglomerado indigesto de fragmentos de concepções diferentes (Ver Ferretti, S. 1990).
Ginzburg, com vimos, critica a ideia de cultura popular em Gramsci, como acúmulo de fragmentos de
ideais elaboradas pela classe dominante, preferindo a hipótese da circularidade entre cultura popular e
erudita.

Para muitos, folclore equivale a cultura popular. Para outros, cultura popular equivale a cultura de massas
e seria diferente do folclore. Com isso abre-se uma discussão interminável e considerada mesmo
bizantina, que segundo Rita Segato de Carvalho (1992), começa a perder fôlego a partir dos anos 60 com
mudanças ocorridas nas Ciências Sociais e devido a diversos fatores, uma vez que hoje dilui-se a

preocupação com a elaboração de tipologias de culturas e de sociedades e também porque é difícil definir
e diferenciar o que é e o que não é povo, como o que é e o que não é cultura popular.

A expressão cultura popular pode ser entendida como uma forma mais moderna de designar o folclore. A
palavra folclore encontra-se desgastada e tem conotações pejorativas. A expressão cultura popular é
também discutível. Alguns como Canclini (1983), propõem a expressão culturas do povo. O conceito de
cultura popular, criticado sobretudo por cientistas sociais, vem sendo hoje largamente utilizado no âmbito
da História. Isambert (1982) discute o renascimento do interesse pelo estudo de religião, cultura popular e
festas, como temas interrelacionados e caracteriza múltiplas utilizações destes conceitos.

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4.1.6. Artesanato

Inicialmente o que caracteriza o artesanato é a transformação da matéria-prima em objetos úteis, quem


realiza esta atividade denomina-se artesão, este reproduz objetos que chegaram até ele através da
tradição familiar ou cria novos de acordo com suas necessidades.

Para evidenciar melhor este conceito vamos definir o que não é artesanato.

1. A indústria têxtil ou manufatura não se encaixa neste conceito pois há o predomínio da máquina é
a fábrica, ali se produz tecidos, aparelhos eletrodomésticos, muitos objetos etc, quem trabalha
neste local denomina-se operário.

2. Artes puras ou desinteressadas, em que se produzem bens artísticos em estúdios ou ateliês. Os


profissionais normalmente possuem elevados sentimentos estéticos e formação erudita. Estes
denominam-se artistas.

3. Artes industriais ou ofícios - o lugar de trabalho é a oficina e os obreiros são artífices. A produção é
mais ou menos organizada, e decompõe-se em várias fases ou operações elementares a que se
costuma chamar de diversão do trabalho. Os objetos resultantes é criações de muitos, elas são
produzidas em série embora não sejam obtidas em molde.

4. Indústria popular ou caseira, onde a matéria-prima sofre transformação a fim de se transformar


em bem económico.

Outras caraterísticas do artesanato

• Como sistema de trabalho que engloba os diversos processos de artesão, o artesanato assinala um
avanço cultural e só apareceu como consequência da divisão de campo ocupacional no período
histórico em que a precisão de meios de subsistência e os hábitos de vida em sociedade passaram
a exigir maior produção de bens.

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• Sendo o artesanato uma manifestação de vida comunitária, o trabalho se orienta no sentido de


produzir objetos de uso mais comum no lugar, seja em função utilitária, decorativa ou religiosa.

• O artesanato é um sistema de trabalho do povo, se bem que pode ser encontrado em todas as
camadas sociais e níveis culturais. Podendo ser denominado artesanato indígena, ou primitivo,
folclórico ou semierudito, requintado.

• O artesanato é prático, sendo informal sua aprendizagem. O que o artesão faz, cria-o ele próprio
ou aprender na tenda artesanal da família ou do vizinho, observando como este fazia, pela vivência
e pela imitação, vendo-o trabalhar. Não se receber aulas teóricas; aprende-se a fazer, fazendo;
pratica-se porque quer; age-se voluntariamente. Vai daí o acentuado cunho pessoal do trabalho
artesanal, apesar da vulgaridade da maioria das peças produzidas nesse sistema.

Não se deve confundir artesanato, que é fonte de produção, com o produto dele resultante. Produto é
coisa e artesanato é o conjunto de maneiras pelas quais a coisa é feita.

Importância do artesanato

No processo evolutivo da raça humana, a atividade económica deve ser examinada como etapa inicial.
Sem trabalho, o homem não avança sequer um palmo na via esplêndida do progresso. E foram as mãos
que abriram o caminho para a longa e vitoriosa jornada que ainda prossegue. Desde tempos remotos,
conforme vimos, o homem inventou e fez instrumentos, e descobriu processos que lhe aumentaram a
eficácia da ação produtiva. À soma de tais possessos acreditamos poder chamar artesanato, embora
nascente, porque, àquela época, eram as técnicas reduzidas em número e bastante elementares. Além
dessa sua importância histórica, o artesanato abrange outros valores, os quais hoje o tornam reconhecido,
universalmente. Os povos mais desenvolvidos do mundo criam instituições destinadas ao seu incremento
e o realizam mediante exposições periódicas e feiras anuais de objectos de arte popular, com distribuição
de prémios aos primeiros artesãos colocados, levantamentos de mapas artesanais, amparo comercial e
outras medidas inteligentes.

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Bibliografia

SIRGADO, J. R. (1991) – A expressão geográfica do turismo em Portugal. Diss. Mestrado, CEG, Lisboa.

SIRGADO, J. R. (1993) – "Turismos nas regiões portuguesas: contributo para a modelação de um cenário de
desenvolvimento e inovação para o final do século". Inforgeo, 6, Edições Colibri, Associação Portuguesa de Geógrafos,
Lisboa, pp. 21-36.

SIRGADO, J. RAFAEL (1990) – Turismo e Desenvolvimento Local e Regional. O caso do concelho de Lagos na Região do
Algarve e no país, Dissertação de Mestrado em Geografia Humana e Planeamento Regional e Local, Lisboa, Faculdade de
Letras.

UMBELINO, J.; BOAVIDA-PORTUGAL, L.; FERREIRA, M. J. e SOUSA, J. F. (1993) – "O inventário dos recursos
turísticos de Portugal Continental (1993)".

VALLÊRA, M. J. (1990) – "Portugal, os organismos internacionais e o turismo". Turismo, Ano 2-1ªS, 15-17, DGT, Lisboa.

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