Você está na página 1de 63

CENTRO UNIVERSITÁRIO DE VIÇOSA-UNIVIÇOSA

CURSO DE PSICOLOGIA

CAROLINE MEDEIROS SALGADO

A ESPIRITUALIDADE E SUA IMPORTÂNCIA EM PACIENTES ONCOLÓGICOS:


UM ESTUDO SOBRE A FORMA DE ENFRENTAMENTO, ACEITAÇÃO E
CONTINUIDADE DO TRATAMENTO.

VIÇOSA
MINAS GERAIS – BRASIL
2022
2

CAROLINE MEDEIROS SALGADO

A ESPIRITUALIDADE E SUA IMPORTÂNCIA EM PACIENTES ONCOLÓGICOS:


UM ESTUDO SOBRE A FORMA DE ENFRENTAMENTO, ACEITAÇÃO E
CONTINUIDADE DO TRATAMENTO

Trabalho de conclusão de curso apresentado


ao Curso de Psicologia do Centro Universitário
de Viçosa – UNIVIÇOSA como requisito para
a obtenção do grau de Bacharel em
Psicologia.

Orientador(a): Maria Tereza Brandi

VIÇOSA
MINAS GERAIS – BRASIL
2022
3

CAROLINE MEDEIROS SALGADO

A ESPIRITUALIDADE E SUA IMPORTÂNCIA EM PACIENTES ONCOLÓGICOS:


UM ESTUDO SOBRE A FORMA DE ENFRENTAMENTO, ACEITAÇÃO E
CONTINUIDADE DO TRATAMENTO

Orientador(a): Maria Tereza Brandi

Aprovação:

A banca examinadora deste Trabalho de Conclusão de Curso, em sessão


pública realizada na UNIVIÇOSA, no dia ____/____/____, resolveu considerar
o(a) aluno(a):

( ) Aprovado(a) ( ) Reprovado(a)

Banca Examinadora:

__________________________________________
Professor(a): Maria Tereza Brandi
Centro Universitário de Viçosa – UNIVIÇOSA

__________________________________________
Banca - Professor(a): André Alves Daniel
Centro Universitário de Viçosa – UNIVIÇOSA

__________________________________________
Banca Professor(a): Leandro Bicalho Lopes
Centro Universitário de Viçosa – UNIVIÇOSA
4

RESUMO

O câncer é uma doença crônica maligna, caracterizada pelo crescimento


desordenado de células. O seu diagnóstico acarreta em muitas mudanças e traz
consigo um compilado de significações, que podem ser pessoais ou sociais, sendo
muitos significados advindos da estigmatização da doença. Nesse contexto, o
paciente precisa reorganizar e adaptar sua vida frente ao adoecimento oncológico e
tratamento, desse modo, muitos indivíduos encontram na espiritualidade um suporte
para o enfrentamento dos problemas físicos e psicológicos decorrentes desse
processo. A espiritualidade auxilia na atribuição de significado à vivência humana,
dando persistência às nossas vivências, principalmente em fases difíceis. A mesma
engloba também o enfrentamento religioso, que é uma estratégia importante de
enfrentamento, onde contribui-se na adesão ao tratamento e enfrentamento da
situação problema, diminuindo a ansiedade e estresse, melhorando a qualidade de
vida do paciente e auxiliando na busca de significado para a situação atual. O
estudo teve como objetivo analisar a importância da espiritualidade na vida de
pacientes oncológicos, bem como analisar a estratégia de enfrentamento religioso,
sendo esta importante para a adesão e continuidade do tratamento. A pesquisa
tratou de um estudo do tipo qualitativo, de caráter descritivo e exploratório, realizada
com 10 pacientes em tratamento há pelo menos 6 meses no Hospital do Câncer de
Muriaé Fundação Cristiano Varella. Foi utilizada uma entrevista semiestruturada
como instrumento básico para a coleta de dados. Os resultados obtidos foram de
encontro com a hipótese da pesquisa, onde 100% dos entrevistados relataram
encontrar na espiritualidade/religiosidade apoio e sustentação para o enfrentamento
da doença. Foi possível ainda, identificar que, a vivência de cada indivíduo diante do
diagnóstico oncológico é subjetiva, podendo apresentar sentimentos semelhantes
mas que são demonstrados de maneiras distintas, apesar disso os participantes
expressam em comum o uso da fé como uma estratégia de enfrentamento. Além
disso, constatou-se que as crenças espirituais/religiosas auxiliam na ressignificação
do sentido da vida, bem como oferecem conforto frente à situação difícil vivenciada,
sendo muitas vezes intensificadas neste período. Ademais, ressalta-se ainda a
relação do enfrentamento religioso com uma melhora na qualidade de vida do
paciente. Diante disso, fica evidente a importância da espiritualidade para pacientes
oncológicos, fazendo-se necessário cada vez mais estudos e pesquisas na área.

Palavras-chave: Câncer; diagnóstico; espiritualidade; enfrentamento; qualidade de


vida.
5

ABSTRACT

Cancer is a chronic malignant disease, characterized by the disordered growth of


cells. Its diagnosis entails many changes and brings with it a compilation of
meanings, which can be personal or social, arising from the stigmatization of the
disease. In this context, the patient needs to reorganize and adapt his life in the face
of oncological illness and treatment. Thus, many individuals find in spirituality a
support to face the physical and psychological problems resulting from this process.
Spirituality helps in attributing meaning to human experience, giving persistence to
our experiences, especially in difficult phases. It also encompasses religious coping,
which is an important strategy that contributes to adherence to treatment and dealing
with the problem situation, reducing anxiety and stress, improving the patient's quality
of life and helping to find meaning for the patient in his current cancer situation. The
study aimed to analyze the importance of spirituality in the lives of cancer patients, as
well as to analyze the religious coping strategy, which is important for adherence and
continuity of treatment. The research was a qualitative, descriptive and exploratory
study, carried out with 10 patients undergoing treatment for at least 6 months at the
Hospital do Câncer de Muriaé - Fundação Cristiano Varella. A semi-structured
interview was used as a basic source for data collection. The results obtained were in
agreement with the research hypothesis, where 100% of the sample reported finding
support in spirituality/religiosity for coping with the disease. It was also possible to
identify that the experience of each individual in the face of the oncological diagnosis
is subjective, and may present similar feelings but that are demonstrated in different
ways, although the participants express in common the use of faith as a coping
strategy. Besides, it was found that spiritual/religious beliefs helps in the
re-signification of life’s meaning, as well as offering comfort in face of the difficult
situation experienced, being often intensified in this period. Moreover, the relationship
between religious confrontation and an improvement in the patient's quality of life is
also highlighted. Taking into consideration, the importance of spirituality for cancer
patients is evident, making more and more studies and research in the area
necessary.

Keywords: Cancer; diagnosis; spirituality; coping; quality of life.


6

SUMÁRIO

Página

1 INTRODUÇÃO ......................................................................................... 6
2 REFERENCIAL TEÓRICO ...................................................................... 8
2.1 Câncer................................................................................................... 8
2.2 Espiritualidade .................................................................................... 11
2.3 Enfrentamento Religioso .................................................................... 16
3 METODOLOGIA ..................................................................................... 18
3.1 Participantes da pesquisa .................................................................. 20
4 RESULTADOS E DISCUSSÕES .......................................................... 24
4.1 Sentimentos marcados com o diagnóstico e as maiores
dificuldades encontradas com o tratamento .......................................... 24
4.2 Estratégias de enfrentamento adotadas............................................ 27
4.3 A relação espiritual/religiosa dos pacientes...................................... 30
4.4 O enfrentamento religioso no tratamento e sua relação com a
qualidade de vida ...................................................................................... 33
5 CONSIDERAÇÕES FINAIS ..................................................................... 35
6 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ........................................................ 37
7 ANEXOS .................................................................................................. 42
7.1 Anexo A – Roteiro de entrevista ........................................................ 42
7.2 Anexo B -Termo de Consentimento Livre e Esclarecido ................. 44
7.3 Anexo C – Carta de autorização da instituição …............................. 47
7.4 Anexo D – Termo de compromisso ................................................... 48
7.5 Anexo E – Parecer Consubstanciado do CEP................................. 49
7.6 Anexo F – Aprovação núcleo de pesquisa, ciência e extensão
(Nupex) ....................................................................................................... 62
7

1. INTRODUÇÃO

De acordo com o Instituto Nacional do Câncer (INCA), o câncer é uma


doença crônica maligna, caracterizada pelo crescimento desordenado de células.
Surge através de uma mutação genética, que consiste na alteração do DNA da
célula, desse modo, a célula neoplásica passa a receber informações inadequadas
para sua atividade. É uma doença que traz no seu diagnóstico um compilado de
significações, que podem ser individuais/pessoais mas também podem ser
coletivas/sociais (PINTO et al., 2015).
A doença oncológica é uma das doenças mais estigmatizadas e temidas da
atualidade. O seu diagnóstico acarreta em muitas mudanças, internas e externas,
produzindo diversos sentimentos, como a tristeza, o medo e a insegurança. A
pessoa que recebe esse parecer precisa reorganizar e adaptar sua vida, por um
momento a prioridade passa a ser o tratamento e muitos planos/atividades
cotidianas que eram preferência passam a ocupar um lugar secundário na vida do
paciente oncológico, concomitantemente o indivíduo se vê diante de uma montanha
russa de sentimentos, onde ele precisa enfrentar e lidar com as emoções, tanto no
diagnóstico, como no tratamento. Nesse contexto, o suporte psicológico se faz muito
necessário, atrelado ao trabalho da equipe médica (PALLINI et al., 2019).
Nesse contexto é notório que os indivíduos que recebem esse diagnóstico
vivenciam um enorme sofrimento, originado pelo abalo emocional no seu estilo de
vida, que acontece em decorrência da doença oncológica, efeitos colaterais ou
tratamento. Alguns desses pacientes descobrirão, em sua espiritualidade, um
suporte para o enfrentamento dos problemas físicos e psicológicos decorrentes
desse processo (LIBERATO; MACIEIRA, 2008). A ligação entre espiritualidade e
saúde tem se tornado uma referência a ser estabelecida na prática do profissional
de saúde. O enfrentamento religioso, por sua vez, engloba a espiritualidade e
religiosidade, que apesar de estarem relacionadas, têm significados distintos. A
religiosidade tem relação com instituição religiosa, onde segue-se uma crença ou
prática determinada pela religião (FORNAZARI; FERREIRA, 2010).
A espiritualidade é mais ampla, é intimamente ligada ao seu “Eu”, é o que dá
sentido à vida, ela fornece aptidão para aguentar sentimentos debilitantes de culpa,
8

tristeza, ansiedade e raiva. A dimensão espiritualista pode ainda, mobilizar energias


positivas e melhorar a qualidade de vida das pessoas. Sendo assim, a
espiritualidade é uma vertente que atribui significado à vivência humana e dá
persistência às nossas vivências, principalmente em fases difíceis - como no
diagnóstico e tratamento do câncer - as pessoas têm tendência a aproximarem de
suas crenças, como tentativa de alívio de grandes dores/perdas ou no
enfrentamento de situações adversas. A espiritualidade no contexto oncológico é
uma via para a promoção de ações de conexão profissional orientadas para
diminuição do sofrimento e melhora na qualidade de vida do paciente (GUERRERO,
et al., 2010).
É válido ressaltar que o enfrentamento religioso pode contribuir sendo um
fator que ajuda na adesão ao tratamento, no enfrentamento da situação problema,
na diminuição da ansiedade e estresse e na busca de significado para sua situação
atual. Importante ainda, salientar que, o paciente se sentir respeitado e considerado
no que diz respeito a sua crença contribui para uma melhor relação entre equipe
profissional e paciente (FORNAZARI; FERREIRA, 2010).
A proposta deste estudo tem inspiração na vida pessoal da pesquisadora e
principalmente, na fase atual vivenciada, onde a espiritualidade, que é a questão
norteadora da pesquisa, exerce um papel de extrema importância. Atrelado a isso,
veio o interesse na área hospitalar, que tomou forma com a disciplina “Psicologia
Hospitalar” e que se consolidou com o estágio realizado no Hospital do Câncer de
Muriaé da Fundação Cristiano Varella, onde foi possível vivenciar através dos
atendimentos realizados a força e importância da espiritualidade em pacientes
oncológicos, bem como para a família. Por fim, um ente querido da pesquisadora já
vivenciou o processo da doença oncológica, fazendo com que fosse vivenciada a
espiritualidade no enfrentamento do câncer por uma outra perspectiva. Sendo assim,
tendo como motivos pessoais da pesquisadora, esta pesquisa partiu da hipótese de
que a espiritualidade é um fator importante e que pode influenciar na qualidade de
vida do paciente oncológico durante o adoecimento e tratamento, sendo utilizada
como uma estratégia de enfrentamento.
A realização desse estudo é importante pois é feita em um momento que se
fala muito sobre ciência e espiritualidade e sua importância no processo de cura e
9

reabilitação de doenças, no caso, a doença oncológica, o que contribui


significativamente para a entrada do discurso da espiritualidade no atendimento em
saúde. O fato é que, falar sobre espiritualidade ainda é um tabu para diversos
âmbitos do conhecimento humano, a necessidade de se falar sobre surge também
do carecimento de ambientes mais humanizados no contexto hospitalar. Sendo
assim, os resultados alcançados na pesquisa podem permitir uma melhor
compreensão e contribuir nessa crescente sobre o assunto, produzindo ainda,
conhecimento acerca da espiritualidade como estratégia de enfrentamento,
aceitação e continuidade do tratamento em pacientes oncológicos.
A pesquisa teve como objetivo geral analisar a importância da espiritualidade
na vida de pacientes oncológicos, bem como a estratégia de enfrentamento religioso
e se essa é importante para a adesão e continuidade do tratamento. Esse objetivo
geral se estendeu nos seguintes objetivos específicos: investigar o impacto do
diagnóstico de câncer e a importância da espiritualidade nesse contexto; analisar o
enfrentamento religioso no paciente oncológico e se esse enfrentamento é
importante para a aceitação, adesão e continuidade do tratamento e identificar a
espiritualidade na perspectiva da melhora na qualidade de vida em pacientes
oncológicos.

2. REFERENCIAL TEÓRICO

2.1 Câncer

Sabe-se que o corpo humano é todo formado por células que constituem
tecidos e órgãos, onde as células normais se dividem, maturam e morrem, sendo
assim, renovadas a cada ciclo. No processo biológico do câncer, as células
consideradas anormais deixam de realizar esse processo natural, sofrendo uma
mutação, provocando danos no DNA da célula – onde temos toda informação
genética de um organismo. A célula danificada se divide descontroladamente e sem
organização, produzindo assim, células anormais, que com o tempo podem se
estabelecer umas sobre as outras, ocasionando em uma massa de tecido chamada
tumor (MENDONÇA et al., 2006).
10

Já sobre a causalidade do câncer é importante ressaltar que não é uma


causa única, são um conjunto de fatores externos – presentes no meio ambiente,
onde engloba-se desde os elementos água, terra e ar à ambientes de trabalho,
ambientes de consumo de alimentos e medicamentos e até ambientes sociais e
culturais, que são a nossa maneira de agir e se comportar – e fatores internos –
questões hormonais, mutações genéticas e condições imunológicas – que fazem
emergir a doença oncológica. Importante ainda, salientar que, as causas externas
são consideravelmente maiores (80% e 90% dos casos), sendo raros os casos de
câncer que sua causa deve-se exclusivamente a fatores internos/hereditários (INCA,
2022).
A ocorrência do câncer no Brasil cresce significativamente e gradualmente
com o passar dos anos, em um andamento que acompanha o envelhecimento
populacional, sendo este uma consequência do aumento da expectativa de vida,
além de ser resultado das transformações globais advindas de décadas passadas,
onde mudou-se a situação de saúde dos indivíduos pela urbanização acelerada,
novos padrões de vida, novas condições de trabalho e novos modos de consumo
(MENDONÇA et al., 2006).
As estimativas divulgadas pelo Instituto Nacional do Câncer (INCA) para o
triênio 2020-2022 projetam a ocorrência de 625 mil casos novos de câncer a cada
ano. É a primeira vez que essa estimativa é publicada abrangendo um período de
três anos, através disso são revelados resultados promissores, no que tange a
melhora na qualidade das informações dos registros de câncer e a manutenção das
séries históricas, além de ser destacado a importância do SUS nessa melhora.
Evidencia-se então outro lado, em que mesmo com a crescente de estimativas nos
últimos anos, a taxa de incidência de câncer tem se mantido relativamente estável.
A doença oncológica é conhecida há muito tempo, seus primeiros relatos são
do tempo da antiguidade. Os registros mais antigos de seu surgimento são
relacionados a Hipócrates (460 a.C) e o caráter destruidor da doença foi abordado
pelo médico grego Galeno, onde ele abordou os tumores de pele em seu aspecto
maligno e benigno e considerou o câncer como um mal incurável (SILVA, et al.,
2008). Esse estigma se perpetuou em grande parte da história, onde as pessoas
acreditavam que ao receber o diagnóstico estavam recebendo uma verdadeira
11

sentença de morte. Dado esse contexto, observa-se que a questão do estigma do


câncer é algo construído historicamente, com influência sociocultural, onde desde os
primeiros casos da doença já atribuía-se a ideia de incurável. Como consequência
dessa construção em relação à doença é que ainda hoje existe um medo
exacerbado de adquiri-la (TEIXEIRA, et al., 2012).
Paralelamente a isso, o câncer possui uma série de significados subjetivos
mas também tem uma série de significados simbólicos, psicológicos, sociais e
morais. O medo atribuído ao diagnóstico de câncer é algo enraizado na nossa
cultura, que parece não se dissolver. Embora atualmente o tratamento da doença
oncológica apresente melhores condições, o sentimento de angústia e medo
persistem, o que pode causar grande influência nas atitudes frente o enfrentamento
do câncer. Ressalta-se ainda, o medo do paciente em perder seu objetivo de vida,
seus papéis sociais e até de causar algum dano a família, além de medos atrelados
a possibilidade de morte e possibilidade de cirurgia, a alteração da vida cotidiana, a
perda de autonomia, aos efeitos colaterais do tratamento e suas mudanças
corporais. Observa-se assim crises que se iniciam desde o diagnóstico oncológico e
que ocasionam no desgaste emocional do paciente (BARBOSA, FRANCISCO,
2007).
No decorrer desse processo do tratamento de câncer o paciente vai criando
novos significados sobre diferentes questões que vão emergindo, que são
essenciais para o entendimento da atual realidade, como por exemplo, questões
advindas das suas perdas e dor (física, psíquica, social e espiritual), a dualidade
vivenciada entre vida x morte e o luto. Os pacientes têm o físico afetado, assim
como o seu psicológico, suas emoções, sua dimensão espiritual e social. Dessa
maneira, o suporte psicológico é indispensável, é onde o paciente vai ser escutado,
onde vai ser valorizado o olhar em cima desse sofrimento, propondo reflexão e
significação - coisas que são de extrema importância no adoecimento oncológico
(RAMOS, et al., 2020).
Ressalta-se que por se tratar de uma doença que deixa margem para
inúmeros significados, o diagnóstico é acompanhado por ansiedades, aflições e
angústias, bem como o medo e o luto, ocasionando em um abalo emocional
fortíssimo. Desse modo, a forma como a comunicação do diagnóstico é feita acaba
12

sendo reflexiva em todas essas questões, observa-se então, que essa comunicação
é de extrema importância na relação que o paciente vai ter com o próprio
diagnóstico, além de que, o mesmo está vinculado às experiências pessoais do
indivíduo. Nesse sentido, a compreensão dessas experiências é fundamental, é daí
que vai emergir as necessidades de informação para compreensão do diagnóstico,
além de ser por esse viés que utilizaremos a forma de comunicação mais adequada
para o indivíduo (SILVA, 2005).
Importante ainda, ressaltar que, o luto - processo de reorganização de ideias,
crenças e concepções - é uma vivência presente no adoecimento oncológico. É um
momento de entrar em contato com a dor e com as perdas, não sendo restritas à
morte, mas também as perdas de coisas importantes para o paciente. É de extrema
significância o processo de luto para a elaboração de uma perda bem como a
identificação, compreensão e apoio ao paciente em seus distintos estágios de luto -
a raiva, negação, barganha, depressão e aceitação (RAMOS, et al., 2020).

2.2 Espiritualidade

A Organização Mundial da Saúde (OMS) inseriu a dimensão espiritual no


conceito multidimensional de saúde em 1988, atrelada a quesitos como
compreensão e sentido da vida, não limitando-a a uma crença ou prática religiosa
específica (OLIVEIRA, JUNGES, 2012). Desse modo, a espiritualidade do ser
humano é individual, dinâmica, multidimensional e integradora, é o que dá
consistência às nossas vivências e é onde buscamos sentido para as mesmas
(PINTO et al., 2015).
A religião/espiritualidade foi ignorada pelos psicólogos por muito tempo,
sendo denominada por alguns autores como um fator esquecido da saúde física e
mental. Entretanto, essa visão vem sendo mudada gradativamente com o passar
dos anos, onde encontra-se a chamada “espiritualidade baseada em evidências”,
onde existem inúmeros artigos científicos comprovando uma relação entre
espiritualidade/religião e saúde, desse modo, os profissionais encontram respaldo
científico que mostram o benefício da abordagem espiritual no plano terapêutico de
qualquer doença. Como consequência disso, o tabu em torno da espiritualidade vem
13

se dissolvendo, os profissionais da saúde têm descoberto a importância da


espiritualidade e da participação religiosa na melhora da qualidade de vida do
paciente, bem como na melhora da saúde física e mental (PANZINI, et al., 2007).
Antes de nos aprofundarmos na espiritualidade, é importante entender o
termo, distinguindo-o de religião e religiosidade. A religião é estritamente ligada à
instituição, onde se tem uma doutrina a ser seguida diante da sua vivência religiosa,
que envolve rituais, cerimônias e símbolos que fazem referência ao transcendente, e
que principalmente, trazem explicações sobre a vida e a morte (OLIVEIRA;
JUNGES, 2012).
A religiosidade, por sua vez, trata-se de crenças relacionadas a alguma
instituição religiosa, sendo definida pela realização de alguns ritos religiosos
públicos, que são feitos em conjunto com indivíduos que têm as mesmas crenças.
Já a espiritualidade é mais intrínseca ao indivíduo, são atividades feitas
individualmente, é justamente nesse ponto em que se difere da religiosidade - que é
mais extrínseca ao indivíduo. Desta forma, é comum que religiosidade e a
espiritualidade coexistam entre si (GERONASSO; COELHO, 2012). Assim, a
espiritualidade e a religiosidade se apresentam por uma dimensão experiencial, por
outro lado, a religião está ligada à instituição e a um dogma (OLIVEIRA; JUNGES,
2012).
A espiritualidade, na busca pela transcendência, está além dos dogmas das
religiões, é uma busca voltada para compreender e/ou encontrar um sentido para a
vida, que pode estar ligada a uma força superior ou figura divina, podendo então,
este percurso espiritual partir de um dogma de alguma religião ou de uma
construção interior. Neste estudo focaremos na segunda opção. A espiritualidade
acima de tudo tem um caráter de construção do próprio sujeito, está muito ligada ao
“Eu”, é uma força interior onde superam-se as próprias capacidades (KOVÁCS,
2007).
Jung (1986), obras completas (Vol. XI, p.4) define a espiritualidade como:
“(...) a espiritualidade não está em referência a uma determinada profissão de fé
religiosa e, sim, na relação transcendental da alma com a divindade e na mudança
que daí resulta. Religiões, por sua vez, são as confissões de fé. São formas
codificadas e dogmatizadas de experiências religiosas originárias. Desta forma, a
Espiritualidade está relacionada a uma atitude, a um movimento interno, a uma
14

ampliação da consciência, a um contato do indivíduo com sentimentos e


pensamentos superiores e ao fortalecimento, ao amadurecimento que este contato
pode resultar para a personalidade.”
No que tange o estado de transcendência, atrelado a evolução da
espiritualidade, é pertinente ressaltar que consiste em uma busca de compreensão
além do âmbito pessoal, que é extremamente importante no entendimento e
ressignificação diante de situações de crise vivenciadas pelo indivíduo, como por
exemplo, frente ao adoecimento oncológico. É onde se encontra suporte para
compreender o significado do sofrimento, das perdas ou aproximação da morte.
Observa-se ainda que há uma assídua procura religiosa quando ocorre um estado
de anomia, onde as pessoas sentem que perderam sua autonomia, suas referências
e identidade (KOVÁCS, 2007).
Essa busca por um consolo, uma força, um sentido para a vida diante de
momentos de sofrimento e dor, fundada na espiritualidade, é observável há muitos
séculos, exercendo uma influência muito importante para o indivíduo. É cabível
então, que o profissional da psicologia respeite e compreenda a espiritualidade do
paciente como um aspecto psicossocial de importância no processo de
adoecimento, que favorece a melhora na qualidade de vida (GERONASSO;
COELHO, 2012).
Já em relação ao bem estar espiritual, observa-se que é tão significativo
quanto o bem estar físico, ressalta-se ainda os estudos realizados por MYTKO &
KNIGHT (1999), onde a aplicabilidade regular de aspectos espirituais em qualidade
de vida é imprescindível para a melhor compreensão e manejo entre a integração
corpo-mente-espírito no tratamento do câncer. A espiritualidade acaba agindo como
uma ponte entre esperança e falta de sentido na vida, sendo assim, os pacientes
que localizam/atribuem significado nesse conceito de espiritualidade após a doença,
apresentam melhor qualidade de vida neste período do que a que tiveram antes do
diagnóstico (ELIAS; GIGLIO, 2001).
É fato que o adoecimento oncológico acarreta em prejuízos na qualidade de
vida do paciente. Nesse contexto, quadros depressivos indicam sintomas que
ocasionam em um sofrimento psíquico, com sentimentos de culpa, desânimo com a
vida e tratamento, insônia e falta de esperança. Essa depressão advém também de
15

questões atreladas ao prognóstico negativo, as dores e cansaço por tratamentos


que não apresentaram os resultados esperados. Além do mais, a ansiedade -
também comum no doente oncológico - acomete muitos indivíduos, principalmente
em fases como o diagnóstico, a cirurgia e na fase final do tratamento. Quando
exacerbada, essa ansiedade pode atrapalhar no tratamento e na qualidade de
sobrevida do paciente (GERONASSO; COELHO, 2012).
Observa-se ainda, que, muitos estudos apontam em seus resultados que
onde encontra-se um maior nível de envolvimento religioso/espiritual, encontra-se
também indicadores positivos de bem estar psicológico, apresentando uma maior
satisfação com a vida, melhor saúde física e mental e felicidade, o que traz como
consequência uma melhora na qualidade de vida (STROPPA; MOREIRA-ALMEIDA,
2008). Desse modo, a presença do elemento religioso na maneira de construir,
elucidar e vivenciar o sofrimento no adoecimento oncológico foi observada por
muitos pesquisadores. Evidencia-se assim, uma boa correlação entre saúde e
espiritualidade, existindo ainda, a necessidade de incluir essa temática cada vez
mais como um recurso de saúde, possibilitando reflexão e questionamento a
respeito da dimensão espiritual do ser humano (OLIVEIRA, JUNGES, 2012).
Ainda sobre espiritualidade, ressalta-se o seguinte apontamento:
“A espiritualidade não nega a natureza. Não é algo que se opõe ao material, ao
corpóreo ou ao mundano. Também a espiritualidade não é um "estado de alma" que
se consegue fugindo do mundo. A espiritualidade é algo encarnado no contexto real
da vida de cada pessoa e de cada época. Expressa o sentido profundo da vida,
permitindo que o homem ultrapasse o nível biológico e emocional das suas vivências.
A espiritualidade é a condição basilar, pois, consiste na busca pessoal de sentido
para o próprio existir e agir, sendo uma necessidade psicológica constitutiva de todo
ser humano.” (SIQUEIRA, 2012, p. 39)
Aprofundaremos agora, na busca de sentido, sendo ela subjetiva, própria de
cada indivíduo, por isso não há a possibilidade de se buscar um sentido genérico. A
questão maior não é dar sentido e sim encontrá-lo, é algo para ser descoberto
intimamente por cada pessoa, assim cabe ao psicólogo mostrar que a situação não
é sem saída, embora possa ser percebida assim (KOVÁCS, 2007).
Dado esse contexto, a pessoa acometida com câncer é obrigada a reavaliar
tudo em sua vida, suas prioridades, suas atitudes, sua vida social, suas relações
16

com as pessoas à sua volta e até mesmo o sentido da vida. Diante desse
remanejamento todo é que se dá a importância do acompanhamento psicológico,
auxiliando no processo de reconstrução da nova realidade e na construção do
significado que o paciente atribui ao adoecimento. Todavia, o suporte médico e
psicológico não são os únicos modos de enfrentamento possíveis, observa-se outros
meios de enfrentamento, que englobam desde a família, até aspectos sociais e
espirituais (GERONASSO; COELHO, 2012).
Outro fator observado é que o sentido da vida também se dá quando nos
deparamos com a finitude, com a morte, é justamente nos percebermos finitos que
possibilita ver o sentido da nossa existência. Portanto, o sentido da vida é um rumo
para a existência, é uma busca espiritual no entendimento das causas diante das
situações vividas e faz parte desse processo uma constante reavaliação das nossas
vivências. O sofrimento pode ser uma porta de entrada para a busca de sentido,
para rever situações e para sair do estado de apatia, observa-se ainda que, na
contemporaneidade há uma tendência a eliminar o sofrimento logo de cara, evitando
um processo tão importante, que é o da elaboração desse sofrimento (KOVÁCS,
2007).
Nesse cenário, a dimensão espiritual do paciente permanece plena, apesar
do adoecimento, deixando assim, o indivíduo livre para decidir a maneira como
vivenciará sua doença, seja na dimensão psíquica ou orgânica. Por mais que essa
espiritualidade esteja bloqueada, esse aspecto espiritual tem potencial. Não se diz
respeito a apenas uma explicação ontológica, mas também de uma questão
relevante a ser trabalhada pelo psicólogo, sendo importante mobilizar a existência
espiritual, sendo esta a única que permanecerá, apesar da morte física e psíquica
(ARRIEIRA, et al., 2017).
Ademais é imprescindível que o psicoterapeuta, ao trabalhar os temas
abordados pelo paciente, considere a sua experiência religiosa e espiritual, deixando
que expresse livremente suas crenças e valores. Espiritualidade/religiosidade e
saúde mental se relacionam, o que faz com que seja fundamental encontrar o que é
pessoal e significativo para cada indivíduo e qual seu pertencimento a alguma
comunidade religiosa. Não se pode ignorar esta questão, é importante que o
psicólogo tenha abertura para compreender as metáforas e símbolos apresentados
17

pelo paciente. Outro fator considerável é a importância de se abordar a questão da


busca de sentido, já que essa busca está presente em toda vida e principalmente,
no adoecimento oncológico (KOVÁCS, 2007).

2.3 Enfrentamento religioso

O enfrentamento é a forma como o indivíduo vai lidar com situações


estressantes e angustiantes internas e/ou externas, através de esforços cognitivos
ou comportamentais, onde abrange-se pensamentos e atitudes do indivíduo que não
dependem dos possíveis benefícios ou malefícios consequentes de suas atitudes.
Desse modo, as estratégias de enfrentamento contém comportamentos que vão
desde tentativas de dominar o ambiente, até de evitação ou de aceitação da
situação estressante (OLIVEIRA; QUELUZ, 2016).
Esse enfrentamento é amplamente adotado em saúde e é utilizado quando as
demandas internas extrapolam os recursos pessoais do indivíduo. É pertinente
ressaltar ainda que, essa estratégia de enfrentamento é de acordo com as
características individuais de cada pessoa e do contexto que ela está inserida.
Pensando no contexto em que o paciente oncológico está inserido, observa-se muito
comumente o uso da estratégia de enfrentamento religioso (GUERRERO, et al.,
2010). Pesquisas apontam que o enfrentamento religioso/espiritual funciona como
um suporte, onde é dado equilíbrio e fortalecimento para o indivíduo, produzindo
tranquilidade e sendo favorável à luta pela vida (Fehring, Miller; Shaw, 1997,
Hoffman; cols., 2006; Teixeira; Lefrève, 2008; Gobatto; Araujo, 2010).
As estratégias de enfrentamento são consideradas de acordo com sua função
e podem ser focadas no problema ou na emoção, quando é focada no problema as
estratégias adotadas pelo indivíduo são ativas, onde há um planejamento e solução
dos problemas. Já o enfrentamento focado na emoção exerce a função de mediador
da resposta emocional causada pelo evento estressor, onde muda-se pensamentos
para lidar com a situação estressante, neste tipo de enfrentamento é mais comum
observar comportamentos de esquiva e negação. O enfrentamento religioso, por sua
vez, pode estar atrelado a ambos os casos (FORNAZARI, FERREIRA, 2010).
18

Exemplifica-se então esses dois modos de enfrentamento. Quando focado no


problema o paciente se vê diante do adoecimento e opta por seguir corretamente o
tratamento proposto. Quando focado na emoção o paciente emite um certo controle
emocional diante da situação estressante (o adoecimento oncológico, por exemplo),
nessa situação o paciente diz a si mesmo palavras de conforto (“vai dar tudo certo”,
“o tratamento vai correr bem”), podendo tender ao aspecto espiritual/religioso. O
enfrentamento pode também ser considerado positivo ou negativo, dependendo da
forma como cada paciente vai encarar o adoecimento, por exemplo, não é positivo
que um paciente em cuidados paliativos, em que não há a possibilidade de cura
sinta-se esperançoso, é considerado positivo se esse paciente se encontrar em
preparação para o fim da vida, despedindo dos entes queridos (OLIVEIRA; QUELUZ
2016).
Quando manifestado de forma positiva, o enfrentamento religioso está
atrelado a modos de enfrentamento ativo, onde encontra-se planejamento,
ressignificação positiva e amparo emocional, que resultam na melhora da saúde
mental, reduzindo o estresse. Desse modo, a espiritualidade/religiosidade
constituem uma importante estratégia de enfrentamento em pacientes acometidos
com a doença oncológica, tendo em vista que esse diagnóstico provoca um enorme
impacto em toda a vida do indivíduo, sendo atravessado por eventos estressores o
tempo todo. Já as estratégias negativas são observadas, por exemplo, na não
adesão ao tratamento por acreditar em uma cura divina, são estratégias que
apontam prejuízos na qualidade de vida e na saúde física (FORNAZARI,
FERREIRA, 2010).
Observa-se que toda a tensão do tratamento de câncer e os sentimentos de
tristeza, medo e angústia advindos do diagnóstico e que causam sofrimento psíquico
no paciente, podem ser aliviados através da estratégia de enfrentamento religioso,
onde usa-se a força da fé e as crenças como um modo de lidar com a doença.
Desse jeito, o enfrentamento religioso abrange a religiosidade e a espiritualidade. É
através dessa estratégia de enfrentamento que vão surgir sentimentos de esperança
e aceitação, é onde vai se encontrar um sentido para esse adoecimento. Dessa
forma, se essa estratégia for saudável para o paciente, o psicólogo pode fortalecer
esse mecanismo de enfrentamento (GUERRERO, et al., 2010).
19

A espiritualidade sendo vinculada a estratégia de enfrentamento, é onde o


indivíduo vai adicionar significado ao processo vivenciado, desde o momento do
diagnóstico até na continuidade e conclusão do tratamento, onde vai se apegar na fé
e na busca de sentido para ter mais esperança e expectativa de cura no decorrer do
tratamento. Sendo assim, a espiritualidade no cenário do câncer exerce um papel
imprescindível, onde percorre um caminho voltado para a diminuição do sofrimento,
afetando a saúde física e psíquica de maneira positiva, acarretando em uma
melhora na qualidade de vida do paciente (PINTO, et al., 2015).

3. METODOLOGIA

A presente pesquisa tratou de um estudo do tipo qualitativo, de caráter


descritivo e exploratório, realizada no Hospital do Câncer de Muriaé - Fundação
Cristiano Varella (FCV), localizado no Município de Muriaé-MG, conforme
autorização da instituição (ANEXO C) e termo de compromisso assinado pela
pesquisadora (ANEXO D). A escolha deste local para a realização do presente
estudo deve-se ao fato da pesquisadora ter realizado um estágio no local e de se
tratar de um hospital referência em tratamentos oncológicos na região, onde
encontra-se um ambiente humanizado, preparado e de qualidade, que deste modo,
proporciona a devida assistência aos pacientes e seus familiares.
Para participar da pesquisa foram selecionados pacientes de ambos os sexos,
maiores de 18 anos e diagnosticados com câncer, que estavam em tratamento com
quimioterapia e/ou radioterapia há pelo menos 6 meses no Hospital do Câncer de
Muriaé – Fundação Cristiano Varella.
Foram excluídos da pesquisa pacientes menores de 18 anos, que não
realizavam o tratamento oncológico há pelo menos 6 meses e aqueles que não
estavam fazendo tratamento com quimioterapia e/ou radioterapia.
A pesquisa foi composta por 10 pacientes de ambos os sexos, que estão em
tratamento quimioterápico e/ou radioterápico há pelo menos 6 meses no hospital,
visto que, se trata de uma amostra significativa e que não necessariamente
representa grandes populações, sendo capaz de oferecer informações relevantes,
possibilitando avaliar as questões em profundidade e detalhe, e buscando a
20

compreensão dos fenômenos de acordo com a perspectiva dos participantes.


Para a coleta de dados, foi realizado um primeiro contato com o centro de
estudos do Hospital do Câncer de Muriaé - Fundação Cristiano Varella, com a
finalidade de se obter uma avaliação da proposta do projeto de pesquisa em
questão.
Através de um contato presencial do pesquisador com a psicóloga
responsável pelo serviço de psicologia do Hospital do Câncer de Muriaé - Fundação
Cristiano Varella, Ludmyla Dornelas Magalhães, CPF 10675707651, que foi
informada previamente sobre os objetivos da pesquisa, após tal contato, o
pesquisador ficou presente na instituição no setor oncológico e abordou os pacientes
que estavam presentes. Através dessa abordagem o pesquisador verificou quais
preenchiam os critérios de inclusão e estes foram convidados a participar da
pesquisa.
Foi realizada uma apresentação concisa da pesquisa e leitura do Termo de
Consentimento Livre e Esclarecido (ANEXO B), onde os participantes assinaram o
termo. Após assinatura a pesquisa teve início.
Os dados foram coletados no segundo semestre de 2022, em 1 encontro,
conforme disponibilidade da instituição. Os participantes foram notificados sobre o
objetivo e a relevância da pesquisa e também sobre o tempo médio que seria
dispensado para responder a entrevista, de aproximadamente 30 minutos. Os
tópicos abordados na entrevista incluíam informações sociodemográficas,
sentimentos em relação ao diagnóstico, quais mudanças foram observadas após
este diagnóstico, quais estratégias de enfrentamento foram adotadas e questões
acerca da fé do entrevistado no processo do adoecimento oncológico. As entrevistas
foram realizadas em ambiente adequado e em sala individual.
Além disso, foram incluídos procedimentos de medidas de segurança
relacionados à pandemia de COVID-19 como orienta os protocolos da Organização
Mundial de Saúde (OMS): Distanciamento social de dois metros, uso correto de
máscara e álcool gel, garantindo que danos previsíveis sejam evitados.
Para a execução da pesquisa, foi utilizada uma entrevista semiestruturada
(ANEXO A) como instrumento básico para a coleta de dados. O instrumento foi
21

produzido pela própria autora do projeto, incluindo informações sociodemográficas


que contemplam as características dos participantes que seriam analisados, além
de aspectos relacionados aos sentimentos marcados com o impacto do diagnóstico
de câncer, quais as mudanças encontradas, qual a dificuldade no tratamento, quais
estratégias de enfrentamento foram adotadas, se encontra na
espiritualidade/religiosidade um suporte para o enfrentamento da doença e se estas
têm impacto na qualidade de vida do paciente, totalizando 10 perguntas.
No momento em que foi autorizado pelo participante, a entrevista foi gravada
em áudio, para que pudesse ser analisada em profundidade posteriormente. Após o
término da coleta de dados, foi realizada pela própria pesquisadora a transcrição
das falas dos participantes em documento word, sendo arquivado em um pen drive.
Ao final do estudo estes dados serão guardados pela professora orientadora do
projeto por um período de 5 anos, sendo deletados pela mesma após esse período.
O projeto foi encaminhado ao Comitê de Ética e Pesquisa com Seres
Humanos Sylvio Miguel do Centro Universitário de Viçosa – Univiçosa, atendendo a
Resolução 466/2012 do Conselho Nacional de Saúde, que normatiza as pesquisas
envolvendo seres humanos, tendo sido aprovado sob o protocolo de nº 5.688.863
(ANEXO E).
Em relação a análise, os dados sociodemográficos serviram para a
caracterização dos participantes da pesquisa. O método empregado para o
tratamento dos dados qualitativos alcançados na entrevista, foi o de análise de
conteúdo, na modalidade categoria temática, a fim de evidenciar as descrições dos
conteúdos aproximados. Essa análise dos dados foi realizada em três fases
distintas, sendo a primeira denominada de pré-análise, com o intuito de organizar as
ideias iniciais; a segunda fase consistiu na exploração do material, no qual foi
realizado a decomposição do material coletado e agrupamento em categorias
temáticas; e na terceira fase de tratamento de resultados, ocorreram a descrição e a
interpretação das categorias em evidência (BARDIN, 2011).

3.1 Participantes da pesquisa


22

Foram entrevistados dez pacientes com câncer, de ambos os sexos, os quais


realizam tratamento quimioterápico e/ou radioterápico há pelo menos 6 meses no
Hospital do Câncer de Muriaé - Fundação Cristiano Varella (FCV).
De acordo com a Tabela 1, percebe-se que a faixa etária dos entrevistados
variou de 23 anos a 82 anos. Em relação ao sexo dos participantes, 60% (n=6) eram
do sexo feminino e 40% (n=4) eram do sexo masculino. Já em relação ao estado
civil dos participantes, observou-se que 60% (n=6) eram solteiros e 40% (n=4) eram
casados. Quanto à religião, 60% (n=6) eram católicos, enquanto os demais se
compunham em: um (10%) evangélico, um (10%) espírita, um (10%) espiritualista e
um (10%) declarou não ter religião. A escolaridade apontou que 80% (n=8) dos
participantes têm o ensino médio completo, enquanto 20% (n=2) têm o ensino
fundamental completo. Considerando a profissão, constata-se uma diversidade
encontrada na pesquisa, onde 20% (n=20) do grupo são trabalhadores rurais e o
restante se compõem da seguinte maneira: um (10%) é escriturário, um (10%) é
metalúrgico, um (10%) é marceneiro, um (10%) é contabilista, um (10%) é do lar, um
(10%) aposentado por invalidez e dois (20%) declararam não ter profissão, é
importante ainda, ressaltar que, após o diagnóstico e início do tratamento os
pacientes entrevistados relataram precisar se afastar de seus empregos.
Já na tabela 2, o tipo de câncer variou muito, sendo 30% (n=3) linfoma, dentre
esses um (10%) é linfoma de Hodgkin e dois (20%) são linfoma não Hodgkin, já o
restante se dividiu em um (10%) no pulmão, um (10%) na próstata, um (10%)
mieloma, um (10%) no lobo superior, um (10%) colorretal, um (10%) metástase e por
fim, um (10%) relatou não saber o tipo de câncer que tem. O tempo de tratamento
contra o câncer variou de 6 meses a 14 anos. Em relação a fase do tratamento,
100% dos participantes da pesquisa (n=10) estavam em tratamento quimioterápico,
sendo que, só um (10%) estava fazendo concomitantemente a este o tratamento
radioterápico. Considerando os efeitos colaterais decorrentes do tratamento, 50%
(n=5) relataram enjoo e/ou cansaço. Como podemos observar na tabela 2, outras
reações adversas foram relatadas, como: queda de cabelo, unhas escurecidas, boca
seca, perda de peso, diarreia, perda de apetite, insônia, intestino preso, dor
abdominal e coceira.
23

Para uma melhor compreensão e para preservar a identidade dos


participantes, os mesmos foram identificados com nomes de árvores, de acordo com
as tabelas sociodemográficas a seguir:

Tabela 1: Dados Sociodemográficos 1.


Identificação Idade Sexo Estado Civil Religião Escolaridade Profissão

Quina 32 M Solteiro Não tem Ens. Não tem


Fundamental
Completo

Figueira 23 F Solteira Evangélica Ens. Médio Não tem


Completo

Cedro 27 M Solteiro Católico Ens. Médio Escriturário


Completo

Juazeiro 44 F Casada Católica Ens. Trabalhadora


Fundamental Rural
Completo

Jucá 82 M Casado Católico Ens. Médio Metalúrgico


Completo

Araça 81 F Solteira Católica Ens. Médio Do lar


Completo

Jatobá 64 M Casado Católico Ens. Médio Marceneiro


Completo

Angelim 48 F Solteira Espiritualista Ens. Médio Aposentada


Completo

Copaia 27 F Solteira Espírita Ens. Médio Trabalhadora


Completo Rural

Aroeira 77 F Casada Católica Ens. Médio Contabilista


Completo

(2022) Elaborado pela autora a partir dos dados da pesquisa.


24

Tabela 2: Dados Sociodemográficos 2.


Identificação Tipo de Tempo de Fase do Efeitos colaterais
câncer tratamento tratamento

Quina Linfoma de 10 meses Quimioterapia Queda do cabelo, unhas


Hodgkin escurecidas

Figueira Linfoma não 11 meses Quimioterapia Enjoo, boca seca,


Hodgkin cansaço

Cedro Pulmão 4 anos Quimioterapia Enjoo, perda de peso,


queda de cabelo

Juazeiro Linfoma não 6 meses Quimioterapia Queda de cabelo, diarreia


Hodgkin

Jucá Próstata 2 anos Quimioterapia Cansaço

Araça Não sabe 8 anos Quimioterapia Perda de apetite, insônia

Jatobá Mieloma 2 anos e meio Quimioterapia Enjoo, cansaço

Angelim Metástase 14 anos Quimioterapia Intestino preso

Copaia Lobo Superior 1 ano e meio Quimioterapia Enjoo, cansaço

Aroeira Colorretal 6 meses Quimioterapia e Dor abdominal, coceira,


Radioterapia enjoo, cansaço

(2022) Elaborado pela autora a partir dos dados da pesquisa.


25

4. RESULTADOS E DISCUSSÃO

4.1 Sentimentos marcados com o diagnóstico e as maiores dificuldades


encontradas com o tratamento.

Nessa categoria, o objetivo foi apontar os principais sentimentos que


marcaram o diagnóstico oncológico e também, apontar as dificuldades encontradas
com o tratamento. Observou-se que, apesar dos pacientes terem o tempo de
diagnóstico, tipo de câncer e idade bastante distintos, alguns sentimentos e
dificuldades são similares, mas vivenciados por cada um de uma maneira singular,
que vai de encontro com a realidade de cada indivíduo.
O diagnóstico oncológico afeta diretamente a vida do paciente, seja no âmbito
biológico, psicológico ou social. Isso acontece por diversos fatores, que englobam
questões a respeito do câncer ser uma doença agressiva, com sintomas debilitantes,
como a dor, perda de peso e a constante sensação de cansaço, sendo considerado
um tratamento longo e com muitos efeitos colaterais desagradáveis, além disso,
pode ainda provocar reações emocionais adversas, causando sofrimento,
desequilíbrios e conflitos internos (SANTANA; ZANIN; MANIGLIA, 2008).
É fato que, receber esse diagnóstico vai desencadear no indivíduo muitos
sentimentos, fragilidades e inquietações diante da nova realidade, que se
desdobrará a partir do diagnóstico (BATISTA; MATTOS; SILVA, 2015). É normal que
apareçam dúvidas/inseguranças e que sintam-se surpresos e apreensivos, por outro
lado, também podem apresentar um enorme anseio de viver e esperança de cura.
Evidencia-se assim, que, a vivência do diagnóstico bem como os sentimentos
marcados por essa descoberta vão variar de acordo com a subjetividade de cada
indivíduo (SANTOS et al., 2021).
Dado esse contexto, há algumas fases - negação, raiva, barganha,
depressão, aceitação - em que o acometido com a doença pode passar e que pode
contribuir no seu processo de aceitação. Alguns pacientes para chegar a aceitação
vão precisar de uma ajuda e compreensão dos que estão a sua volta, enquanto
outros chegam sem quase nenhuma ajuda, é pertinente ainda, ressaltar que, nem
26

todos passam por todas as fases e também não há uma ordem a ser seguida
(KÜBLER ROSS, 1998).
Dos dez pacientes entrevistados, 50% (n=5) relatam em seus depoimentos,
no primeiro momento, um choque diante do diagnóstico, que é acompanhado de
sentimentos de tristeza/medo mas que, posteriormente, transmutaram para
aceitação do seu diagnóstico e tratamento, bem como esperança em relação ao
tratamento e a cura, que evidencia-se nas seguintes falas:
“Ah, de início fiquei tranquilo, depois só em casa que eu fiquei pensativo e
chorei, né? inevitável não chorar. Aí fiquei pensativo durante uns dias e ergui
a cabeça porque é algo que todo mundo tá sujeito e não tem resposta ao
porquê. Acontece… e já que tem a cura nós temos que correr atrás dela,
apesar de ser bem difícil, tem momentos que é complicado”. (Quina)

“Um susto muito grande. A gente nunca espera que aquilo vai acontecer, e
quando o médico diagnosticou que eu tinha que fazer quimioterapia, pra mim,
assim… eu tinha que fazer, era um tratamento, um cuidado”. (Cedro)

“Ah, eu levei um choque, depois eu fui conformando”. (Jatobá)

“Pra mim foi tranquilo porque eu acho que a gente tem que aceitar o que
vem, né? Não é uma coisa boa, claro que não! Mas também não adianta ficar
aborrecido, chorando… que não vai resolver nada (...)”. (Aroeira)

Apesar desses relatos, foi possível ainda, observar que há indivíduos que
apresentam sentimentos similares aos demais, porém não demonstram tanta
aceitação como os outros, onde através das falas é notório como a dor ainda é muito
presente, aparecendo também o sentimento de raiva. Evidenciando assim, a
subjetividade de cada indivíduo diante do diagnóstico da mesma doença:
“É difícil, muito difícil. A gente confia muito em Deus mas dói um cadin, na
hora dói muito, é uma coisa que a gente nunca espera que vai acontecer com
a gente, de repente acontece… dói muito, dói demais”. (Juazeiro)

Do câncer? No primeiro não me desesperei, não fiquei com raiva, ninguém


tinha nada com isso, então não tinha porque eu ficar nervosa com todo
mundo. Agora nesse eu já tô mais agressiva, com raiva”. (Araça)

Dado o diagnóstico, o indivíduo precisa seguir em frente, e, desse modo, vai


se preparar para receber o tratamento adequado. O tratamento oncológico, com
quimioterapia e/ou radioterapia causa grandes mudanças pessoais para o paciente e
traz consigo um compilado de modificações na vida do sujeito, como, por exemplo,
alterações de cunho social, que resultam em uma readaptação de toda a rotina.
27

Essas alterações podem perpetuar por todo o tratamento, deixando o processo


ainda mais difícil (BATISTA; MATTOS; SILVA, 2015).
O adoecimento oncológico é visto como um aprisionamento a um lugar
estranho, onde o paciente se vê sem perspectiva de sair para lugares que
frequentava antes, por exemplo, e isso ocorre porque a rotina do tratamento leva o
paciente a lidar e a se acostumar com isso, o que é expressado por eles de maneira
incômoda e difícil. Outro ponto a ser observado é que, apesar da doença ser um
fato na vida do indivíduo, a atribuição de significado é dada de acordo com cada
consciência, é nesse lugar que o diagnóstico de câncer ganha significado, que pode
ir de irreversível até ao lugar de transformações e cura (IAMIN; ZAGONEL, 2011).
Quando questionados a respeito das maiores dificuldades encontradas com o
tratamento, metade dos entrevistados (50%) expuseram em seus relatos a
dificuldade de lidar com a perda das atividades cotidianas, que fica evidente nas
seguintes falas:
“Pra mim que não sou dessa cidade é, tipo… mudar de cidade. Fora isso as
vezes a fraqueza que é normal da doença. Mas o que mais me afetou
mesmo foi ter mudado de cidade ne”. (Quina)

“Ah… as dificuldades são assim, quando você tá trabalhando, acaba


influenciando o seu trabalho, você foge do seus costumes, você muda a sua
rotina”. (Cedro)

“Quase tudo, né? Porque eu parei de trabalhar, gostava de caminhar, jogar


bola, parei tudo”. (Juazeiro)

“Foi ter que sair lá da minha casa e dificuldade de, tipo assim, não poder
mais sair, passear, conversar, sentar numa mesa (...)”. (Copaia)

Ademais, frente às dificuldades encontradas com o tratamento, outros


participantes relataram não encontrar dificuldade, e foi possível ainda observar nas
falas dos pacientes a manifestação da fé como uma aliada neste processo, bem
como a família, ajudando o paciente oncológico no decorrer do tratamento, que é
revelado nas seguintes falas:
“Não… não senti nada de diferente, pra mim continua tudo do mesmo jeito.
Eu acho que eu encarei bem, assim… com naturalidade (...)”. (Aroeira)

“Nenhuma, porque eu já estava amparada por Deus e por meus irmãos, eles
que me ajudaram, né? Graças a Deus, então não me senti desamparada em
momento nenhum”. (Araça)
28

Evidencia-se assim, a variedade de significações que a consciência pode dar


a um mesmo adoecimento, variando de acordo com a vivência pessoal de cada um.
Observa-se ainda que, a manifestação da fé como uma estratégia de enfrentamento
diante do tratamento do câncer é citada e utilizada pelos pacientes, onde o próprio
indivíduo poderá conceder significado ao seu adoecimento, objetivando obter maior
esperança de cura durante o tratamento (GUERRERO, et al., 2010).

4.2 Estratégias de enfrentamento adotadas.

O propósito nessa categoria foi de entender como o paciente buscou lidar


com as mudanças e ressignificar/encontrar um novo sentido para a vida após o
diagnóstico oncológico, apontando as principais estratégias de enfrentamento
adotadas pelos pacientes frente ao tratamento, sendo assim uma maneira que estes
encontraram para lidar com as dificuldades. Pode-se observar a predominância de
duas esferas, no que se diz respeito a estratégia de enfrentamento: família e
espiritualidade. Sendo assim, será desdobrado nesta categoria os resultados
encontrados no que tange estas questões.
O autor Angerami-Camon (2003, p. 79) afirma que o processo de
adoecimento traz em sua composição “uma configuração de total falta de sentido
para o próprio significado existencial do paciente”, ele aponta ainda que o
diagnóstico do câncer acopla aspectos que transcendem a própria doença. Há de se
ressaltar também, a importância da espiritualidade no enfrentamento da doença, é
observável que quando as pessoas se deparam com enfermidades, acabam
buscando na espiritualidade/religiosidade recursos para poder enfrentar estas
situações, o enfrentamento religioso então entra como um precursor na busca de
sentido e conforto diante da doença oncológica (IAMIN; ZAGONEL, 2011).
A pessoa acometida com câncer é obrigada a rever praticamente tudo na sua
vida, desde aspectos que envolvem sua vida social, suas prioridades, suas
relações, até seus familiares e suporte, bem como reconhecer e cuidar das suas
emoções. É um trabalho que pode ser facilitado via intermédio de um psicólogo,
ademais, ainda é importante para esses pacientes oncológicos um auxílio que
29

venha da família/círculo social e que envolva também níveis espirituais/religiosos. A


fé auxilia o paciente e a família no enfrentamento da situação e é também na família
que o paciente encontra apoio e sustentação em momentos de crise
(GERONASSO; COELHO, 2012).
Dado esse contexto e pensando nos participantes da pesquisa aqui
realizada, observou-se que, 50% (n=5) dos entrevistados citaram o apoio da família
sendo crucial para o processo de ressignificação/busca de um novo sentido para a
vida, quando questionados sobre o que ajudou neste processo, bem como sendo
este apoio um aliado no processo de enfrentamento da doença, ficando evidente
nas seguintes falas:
“Deus e meus filhos, são os principais”. (Juazeiro)

“A vida vem me lapidando aos pouquinhos, entendeu? A vida não para por
causa do que eu tô sentindo, a vida não para e eu tô seguindo por causa da
minha filha”. (Angelim)

“Minha família, base, né? Papai, mamãe e meus cachorros. E pensar que se
tudo que eu passei e tô passando agora e vou passar tem um propósito,
Deus não ia deixar eu passar por isso sem saber, tipo, algum motivo tinha,
entendeu? Às vezes ele quis me transformar em uma pessoa diferente”.
(Copaia)

“Busquei assim, ne? Sempre rezando bastante e contando com a


colaboração de irmãs e irmão, mesmo com a distância a gente sente que
ficava preocupado, então isso aí é uma forma da gente se alimentar e poder
superar”. (Aroeira)

Diante do sofrimento enfrentado pelos pacientes durante o tratamento


oncológico, a família tenta ajudá-los, estimulando, reanimando, fazendo com que
encontre forças para seguir com o tratamento e todo mal estar provocado pelo
mesmo, desse modo, faz com que os pacientes transcendam de uma derrota
existencial, indo em direção a luta pela vida (SALCI; MARCON, 2011). Acredita-se
que a família é um fator primordial para a superação do câncer, onde a presença
deles no processo de enfrentamento, independentemente do modo de apoio que
oferecem é importantíssima, neste relato podemos observar isto com mais clareza:
“Meu pai, minha mãe e minha avó, dali foi tudo. Quando eu tava internada no
hospital pra descobrir que era um Linfoma, meu pai ia todo dia, ele tem uma
fé muito grande. A minha mãe também, tá sempre ali torcendo muito por
mim, acreditando mais em mim do que eu mesma, porque acho que é
normal, às vezes eu não acreditar em mim, ainda mais quando eu tô
passando mal, e minha família, por sempre estar perto de mim me ajudou
30

muito”. (Figueira)

A participação da família é importantíssima no enfrentamento do câncer, bem


como a busca pela espiritualidade e a busca pelo lazer. É de extrema relevância
estes aspectos, que englobam o apoio da família mas também o suporte que a fé
oferece, e até mesmo o desenvolvimento de atividades prazerosas, como hobbies,
por exemplo. Estes são fatores que auxiliam na melhora da qualidade de vida do
paciente (JUNIOR, et al., 2014). Foi possível observar um relato (10%) onde é
citado a importância do hobby como uma estratégia de enfrentamento adotada
frente o adoecimento:
“(...) Na minha opinião foi mais religiosidade, hobby, trabalho. Como eu
trabalho como dj, com festa, eu lido muito com as pessoas, eu tenho essa
facilidade de conversar com os outros, de brincar com os outros, de levar a
música de um jeito descontraído pra todo mundo, sempre levando alegria
para as pessoas, e eu vendo a alegria das pessoas estando numa festa
comigo, isso pra mim é um retorno”. (Cedro)

É pertinente ainda, destacar a importância da espiritualidade neste processo


de enfrentamento, onde ela sempre aparece, mesmo que atrelada a outras
questões, como por exemplo, família/hobbie. Nesta pesquisa, 100% (n=10) dos
pacientes, quando questionados, relataram encontrar na espiritualidade/religiosidade
apoio e sustentação para o enfrentamento da doença, o que evidencia-se nas
seguintes falas:
“Eu procurei força em Deus, foi o único que eu procurei força, foi em Deus.
Segurei a mão dele e falei ‘ó, não solta a minha mão, que eu não vou soltar a
sua’, e não soltei, fui até o fim, todo dia pedindo”. (Araça)

“Deus que deu força, porque se não for Deus nós não era nada”. (Jucá)

“Deus, eu agradecia… Deus, obrigada por eu estar aqui de novo, que é onde
eu gosto, lá no meu sítio. Por eu estar aqui, respirando esse ar, ouvindo o
canto dos passarinhos, do jeito que eu queria… Acho que foi isso a minha
forma de pensamento”. (Copaia)

“Tirei forças do divino espírito santo”. (Jatobá)

A espiritualidade pode ser uma estratégia de enfrentamento poderosa para o


paciente, onde o mesmo consegue atribuir significado ao seu adoecimento, se
apegando na fé para amenizar o sofrimento e assim, ter uma melhora na qualidade
de vida bem como maior esperança de cura durante o tratamento oncológico. A
espiritualidade surge como um componente que gera sentimentos de
31

esperança (PINTO, et al., 2015).


Desse modo, foi possível certificar-se que a fé ajuda os indivíduos
acometidos com câncer no processo de adesão e continuidade do tratamento. Foi
possível ainda, observar em um relato o pensamento também voltado para a
ciência, onde percebeu-se a necessidade dela e não somente orações, entendendo
que as orações são um complemento, que é importante que se siga as
recomendações médicas (GERONASSO; COELHO, 2012). O que ficou claro na
seguinte fala:
“(...) O médico falou ‘é preciso fazer’ então vamos fazer, né? É o que resolve
no momento? É a ciência, é a medicina que ta levando pra esse caminho?
Então vamos nele, né? Se não tiver outro melhor… paralelamente, como eu
falei, tem a religião, que a gente também tem fé, também acredita muito em
Deus”. (Aroeira)

Por fim, observa-se que as crenças e práticas religiosas estão intimamente


ligadas com uma melhor saúde física e mental, e que o envolvimento com essas
práticas espirituais/religiosas podem fornecer um maior significado do sentido da
vida, coisas que, estarão interligadas com a maior resiliência do paciente e
resistência às dificuldades encontradas em decorrência da doença oncológica
(PANZINI; BANDEIRA, 2007).

4.3 A relação espiritual/religiosa dos pacientes.

Nessa categoria objetivou-se mostrar a relação espiritual/religiosa dos


pacientes, buscando compreender o que a fé representa para eles, se estas
crenças espirituais/religiosas dão sentido a sua vida bem como se encontra na fé
conforto diante de situações difíceis, e, por fim, analisar se estes sentiram diferença
na sua relação com a fé antes e após o diagnóstico oncológico. Os relatos
encontrados na pesquisa possibilitaram identificar conteúdos psicoafetivos ligados à
fé, onde evidenciou-se que a fé contribuiu na adesão ao tratamento bem como na
esperança de cura e melhora da qualidade de vida.
Ao se deparar com uma doença grave, como é o câncer, e pensando em
suas consequências psicossociais para o indivíduo, a espiritualidade mostra seu
papel e importância. Ela proporciona que o indivíduo ultrapasse o estado
32

emocional/biológico de acordo com sua vivência, onde o mesmo vai ir de encontro


ao sentido profundo daquilo que ele próprio é e de como vive em seu cotidiano, ou
seja, auxilia na busca de sentido. Desse modo, durante o tratamento do câncer a
dimensão espiritual funciona como uma alavanca em direção à esperança, a um
propósito e sentido para a vida, fornecendo amadurecimento e forças para enfrentar
situações dificeis (BENITES; NEME; SANTOS, 2017).
Pensando nessa importância da espiritualidade trazida por vários autores que
formulou-se uma pergunta questionando o que a fé significa para estes pacientes, e,
não surpreendentemente, 80% (n=8) dos entrevistados citaram que a “fé é tudo”, o
que evidenciou-se nas seguintes falas:
“A fé? a fé é tudo né? Eu posso não ser crente, posso não ser católico,
posso não ser evangélico mas a fé é tudo. Se não tiver fé em Deus, vai ter fé
em que?”. (Quina)

“Tudo, tudo, tudo, tudo eu ponho Deus na frente, tudo que eu vou fazer, se
eu tenho uma consulta eu peço a Deus pra preparar o local, preparar o
médico, eu peço a Deus pra colocar anjo naquele consultório. Eu tô sempre
pedindo a Deus, a Jesus pra ta aqui com a gente, eu sempre coloco assim”.
(Angelim)

“Tudo, né? Fé é tudo, sem fé a gente não consegue nada na vida”.


(Juazeiro)

“Tudo, na minha vida é tudo. A fé, se não tiver a fé, eu acho que… Quando
você tá mais ali, quando você tá fraco, você pensa que eu tenho Deus, ele
que me criou, ele sabe das minhas dificuldades e ele sabe o quanto eu
suporto, entendeu? Eu acho que a base de tudo é a fé. Eu acho que é a fé
que me movimenta”. (Copaia)

Observa-se ainda, que, em situações de sofrimento exacerbado, o que


espera-se é que o indivíduo lide com uma tentativa de compreensão da situação
que foge do racional, espera-se que entenda que a vida tem um sentido
incondicional, sentido esse que só é compreendido através da fé e do amor, ou seja,
são coisas que não são compreendidas a nível racíonal, é uma busca de sentido
que só pode ser encontrada através da fé (ARRIEIRA, et al., 2017).
É válido pensar na fé sendo o que nos possibilita sonhar com o infinito e lidar
com o finito (ROESE, 2011). A espiritualidade - que também engloba a fé - é o que
dá sentido à vida, ela é independente da religião, é intrínseca ao indivíduo, é o que
fornece a capacidade de suportar situações difíceis, podendo melhorar inclusive a
33

qualidade de vida do paciente oncológico (GUERRERO, et al., 2010). Quando


questionados se suas crenças espirituais/religiosas dão sentido a sua vida, 70%
(n=7) dos participantes disseram que sim, o que ficou claro nas seguintes falas:
“Dá, claro que dá. Sem elas a gente fica perdido, pode-se dizer. Por mais
que você tenha resistência, por mais que você tente querer ou não aceitar…
é o que dá sentido”. (Aroeira)

“Muito, dão total sentido”. (Juazeiro)

“Rapaz… eu creio que sim! Apesar de não seguir nada, dá muito sentido
sim”. (Quina)

Paralelamente a isso, quando questionados se encontram na fé conforto


diante de situações difíceis, 80% (n=8) dos entrevistados disseram que sim, como
mostra nas falas a seguir:
“Todo conforto, porque eu sei que Deus está cuidando de mim, entendeu?
Pode ta acontecendo qualquer coisa ruim na minha vida, eu sei que ele tá
cuidando (...)”. (Angelim)

“Sim, sempre quando eu penso em algo que assim… que eu não vou
conseguir, eu penso nele, eu penso em Deus”. (Copaia)

“Claro, é claro que tem momentos que a gente vacila também, né? Não é
porque eu tenho fé que eu… tem hora que bate assim, um vacilo, mas a
gente vai superando”. (Aroeira)

“A oração é o conforto”. (Cedro)

Vivenciar o adoecimento oncológico bem como estar em contato com a


finitude da vida proporciona ao indivíduo reflexões sobre o sentido da vida e um
maior entendimento da dimensão espiritual, propiciando assim, a busca de sentido
para viver fundados na fé e na esperança de cura durante o tratamento, do mesmo
modo que esta dimensão espiritual também oferece recursos para lidar com
situações difíceis, como é neste caso. A vivência desse processo de adoecimento
traz consigo a ressignificação da vida e dos valores pessoais (BENITES; NEME;
SANTOS, 2017).
Por fim, buscou-se compreender se a relação dos entrevistados com a fé
mudou antes e após o diagnóstico, observou-se que 60% (n=6) dos pacientes
acharam que a sua relação com a fé mudou, que intensificou, enquanto o restante
34

dos participantes (40%) acreditam que a fé não mudou, permanecendo a mesma


antes e após o diagnóstico. Evidencia-se a visão da maioria nas seguintes falas:
“Acho que sempre muda, porque você busca mais a Deus, né? nesses
momentos mais difíceis… que antes, eu tinha essa crença, essa coisa toda,
mas é aquela história, né? Você não tá precisando… tá tudo ok… correndo
normalmente, você vai levando, aí depois você vê que não é bem por aí, aí
você começa a ver o outro lado”. (Aroeira)

“Muda, ne? Porque antes a gente não tava passando mal, a gente não tava
doente, tava com saúde, e de repente a gente adoece e muda muito. Parece
que a fé aumenta, a gente confia mais em Deus, pelo menos eu me sinto
assim”. (Juazeiro)

“Intensificou, intensificou mais, porque eu acho que a gente, diante do


sofrimento a gente apega mais as coisas de Deus, na hora da dificuldade a
gente apela pra ele”. (Cedro)

Observa-se então que, em situações difíceis e que envolvem risco de vida,


como é na doença oncológica, o crer em um Deus ou Ser supremo é intensificado,
porque os pacientes acreditam que para Ele tudo é possível, sendo assim, o poder
da fé é considerado um fator importantíssimo para estes pacientes. Ressalta-se
ainda que, quando existe essa crença alinhada com a superação de alguma
dificuldade o indivíduo pode fortalecer ainda mais a sua fé, contribuindo para o
possível enfrentamento de novas situações difíceis (SOUZA, et al., 2015).

4.4 O enfrentamento religioso no tratamento e sua relação com a qualidade de


vida.

Objetivou-se, nessa categoria, apontar se o enfrentamento religioso ajudou os


pacientes no processo de aceitação, adesão e continuidade do tratamento e se
acreditam que a espiritualidade contribui na melhora do bem estar físico, mental,
psicológico e emocional diante do adoecimento, ou seja, se impacta na qualidade de
vida do indivíduo. Obteve-se resultado satisfatório no que tange estas questões e
desdobram-se os resultados encontrados a seguir.
O termo enfrentamento é muito utilizado quando se fala de câncer, a pessoa
acometida com a doença usa diferentes estratégias de enfrentamento no decorrer
do tratamento, entender essas estratégias de enfrentamento é importantíssimo para
uma melhor compreensão da qualidade de vida do indivíduo (PEÇANHA, 2008).
35

Paralelamente a isso, observa-se a existência da relação entre


espiritualidade/religiosidade, qualidade de vida e saúde, onde evidencia-se a
importância dos aspectos espirituais no processo de enfrentamento da doença,
propiciando a cura e reabilitação (BENITES; NEME; SANTOS, 2017).
O enfrentamento religioso é uma importante estratégia frente a situações
consideradas difíceis, como é no diagnóstico de câncer, que impacta diretamente na
vida do indivíduo e ainda proporciona um tratamento repleto de eventos estressores.
Desse modo, o enfrentamento religioso se caracteriza por estratégias
comportamentais que usam da fé, da espiritualidade e da religiosidade para lidar
com estes eventos adversos, sendo consideradas importantes aliadas, o uso delas
neste processo possibilita melhoras na saúde mental, reduzindo o estresse e
impactando na qualidade de vida do paciente (FORNAZARI, FERREIRA, 2010).
Quando os pacientes foram questionados a respeito do enfrentamento
religioso e se este ajudou no processo de aceitação, adesão e continuidade do
tratamento, 80% (n=8) dos participantes relataram que ajudou, evidenciando assim
uma resposta positiva à pergunta, onde o enfrentamento religioso contribui neste
processo, o que evidencia-se nas seguintes falas:
“Com certeza, acho que se você não acreditar, em ambas as partes, tanto no
seu lado emocional e no seu lado espiritual, que seria a fé, vamos falar
assim. Se os dois não tiverem igualados eu acho que não vai pra frente, você
se deixa levar, se deixa adoecer por conta daquilo, aquilo vai envolvendo a
sua cabeça como se você não tivesse cura, você tá no tratamento mas de
certa forma você não acredita, entendeu? se os dois não estão alinhados
você acaba não acreditando”. (Cedro)

“Com certeza, você sem fé, você não é nada. Como você vai ter fé numa
coisa que você tá ali pedindo e não sara, não melhora nunca? Então você
tem que pedir e ter fé”. (Araça)

“Ajudou, ajudou em tudo, ne? porque a gente vai ficando com a fé e aí nada
me abala, né? mas se eu não ficar com ela eu tava baixo”. (Jatobá)

“Totalmente, sem dúvidas. Igual assim… você passa a acreditar mais em


tudo. Igual, Nossa Senhora da Saúde, tem uma imagem muito bonita aqui na
Fundação, então… eu tava sentindo muito dor na minha perna, aí eu fui nela
e pedi ‘tira essa dor da minha perna, mãe’, aí no terceiro passo que eu dei eu
não tava sentindo essa dor, aí aquilo me fez acreditar mais que é força, que é
fé, que é verdadeiro e que existe”. (Copaia)

Pensando no enfrentamento religioso atrelado a qualidade de vida,


perguntou-se aos entrevistados se acreditam que a fé influenciou na melhora do
36

bem estar físico, mental, psicológico e emocional diante do adoecimento, obteve-se


que 90% (n=9) acreditam que melhorou sim estas questões, impactando diretamente
da qualidade de vida do acometido com a doença oncológica, o que revelou-se nas
seguintes falas:
“Isso aí é sem dúvida, na vida de qualquer um… é uma vida totalmente
diferente ne? mais calma”. (Quina)

“Tudo, tudo, tudo. Físico, espiritual, tudo, sabe? em todo geral, é uma coisa
incrível, pra mim fé é tudo, Deus é pai de todos e a pessoa tem que ter fé. Ter
fé e acreditar, sabe?”. (Copaia)

“Acredito, acredito sim… minha vida tá melhorando com a minha fé”.


(Juazeiro)

“Sim, ainda mais no mental e no emocional, porque se você não acredita o


seu emocional fica uma bosta. E eu também sou humana, tem dias que eu
não acredito em mim, mas se eu começo a orar, a ter fé, de alguma forma me
faz acreditar em mim, acalma de alguma forma”. (Figueira)

Evidencia-se assim, a relação da espiritualidade/religiosidade com a saúde


mental, o bem estar psicológico e a integração bio-psico-sócio-espiritual do indivíduo
(OLIVEIRA, JUNGES, 2012). As mesmas têm demonstrado seu grande impacto
sobre a saúde física/mental, já a qualidade de vida tem sido um mediador entre o
âmbito da saúde e questões religiosas/espirituais. Desse modo, todas estas
questões estão interligadas, ocasionando em uma união entre espiritualidade e
saúde cada vez mais forte, vista, estudada e falada. (FORNAZARI, FERREIRA,
2010).

5. CONSIDERAÇÕES FINAIS

A partir da realização deste estudo, foi possível observar que, o diagnóstico


de câncer acarreta em muitas mudanças na vida do paciente, despertando diversos
sentimentos, concomitantemente a isso, o tratamento oncológico é longo e
estressante, desse modo, afeta o indivíduo em toda sua esfera: biológica, psíquica e
social. Dado esse contexto, foi possível evidenciar que a espiritualidade/religiosidade
é um fator importante para os pacientes oncológicos, auxiliando no enfrentamento
da doença de maneira significativa.

Os resultados encontrados corroboram a hipótese desse estudo, ou seja,


37

evidenciou-se que a espiritualidade/religiosidade como uma estratégia de


enfrentamento, que auxilia no processo de aceitação e continuidade do tratamento é
muito importante, eficaz e recorrente em pacientes oncológicos, com dados
significativos desta pesquisa comprovou-se isso, que também vai de encontro aos
achados de estudos utilizados nesta pesquisa. Além disso, averiguou-se que a
espiritualidade/religiosidade é uma aliada na qualidade de vida destes pacientes,
sendo muito comum o uso da estratégia de enfrentamento religioso, onde todos os
entrevistados citaram encontrar na espiritualidade/religiosidade apoio e sustentação
para o enfrentamento da doença.

Dado esse contexto, foi possível observar também que, a atribuição de


significado da doença varia de acordo com a subjetividade de cada indivíduo, onde
costuma-se observar sentimentos semelhantes mas muitas vezes demonstrados de
maneiras distintas, que vai de encontro ao significado que a consciência de cada um
atribuiu. Foi possível ainda, observar como independente da subjetividade de cada
um, todos expressam o uso da fé como uma importante aliada nesse processo, no
que diz respeito a ressignificação do sentido da vida e conforto diante da situação
difícil que o acometido com a doença oncológica enfrenta, que por sua vez, acarreta
em uma melhora da qualidade de vida do mesmo.
Por fim, diante do que foi estudado e pesquisado, constatou-se que é vivido
um momento onde o discurso da espiritualidade está adentrando cada vez mais na
prática de profissionais da saúde, onde o presente estudo buscou contribuir nessa
crescente. Ademais, ressalta-se ainda que, novos estudos e pesquisas na área são
cada vez mais necessários, pois apesar da crescente, essa esfera ainda representa
um tabu em nossa sociedade, no que se diz respeito a compor a prática de
profissionais da saúde.
38

6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS

ANGERAMI-CAMON, Valdemar Augusto. O psicólogo no hospital. Psicologia


Hospitalar: teoria e prática, São Paulo: Pioneira Thompson Learning, 2003.

ARRIEIRA, Isabel Cristina de Oliveira et al. O sentido da espiritualidade na


transitoriedade da vida. Escola Anna Nery: revista de enfermagem, 2017.
Disponível em:
<https://www.scielo.br/j/ean/a/F5n46JqtVcqbG8PvW68FqML/?format=html&lang=pt>
Acesso em: 02 abr. 2022.

BARBOSA, Leopoldo Nelson Fernandes; FRANCISCO, Ana Lúcia. A subjetividade


do câncer na cultura: implicações na clínica contemporânea. Revista SBPH, Rio
de Janeiro, v. 10, n. 1, jun. 2007. Disponível em:
<http://pepsic.bvsalud.org/pdf/rsbph/v10n1/v10n1a03.pdf>. Acesso em: 28 mar.
2022.

BATISTA, Delma Riane Rebouças; MATTOS, Magda de; SILVA, Samara Frizzeira
da. Convivendo com o câncer: do diagnóstico ao tratamento. Revista de
enfermagem da UFSM, Mato Grosso, n. 5, p. 499-510, 2015. Disponível em:
<https://periodicos.ufsm.br/reufsm/article/view/15709/pdf> Acesso em: 19 out. 2022.

BENITES, Andréa Carolina; NEME, Carmen Maria Bueno; SANTOS, Manoel


Antônio dos. Significados da espiritualidade para pacientes com câncer em
cuidados paliativos. Estudos de Psicologia, Campinas, pag. 269-279, abr./jun.
2017. Disponível em:
<https://www.scielo.br/j/estpsi/a/nCPbXZgwbwX9DzSqbVZ5vkn/abstract/?lang=pt>
Acesso em: 26 out. 2022.

CARVALHO, Vicente Augusto et al. Temas em psicooncologia. 1 ed. São Paulo:


summus editorial, 2008.

ELIAS, Ana Catarina de Araújo; GIGLIO Joel Sanes. A questão da espiritualidade


na realidade hospitalar: o psicólogo e a dimensão espiritual do paciente.
Estudos de psicologia, v. 18, n. 3, p. 23-32, 2001. Disponível em:
<https://www.scielo.br/j/estpsi/a/Sr3HnwSCBC3npSYnJVsrNbx/?format=pdf&lang=pt
> Acesso em: 31 mar. 2022.

FORNAZARI, Sivia Aparecida; FERREIRA, Renatha El Rafihi.


Religiosidade/Espiritualidade em Pacientes Oncológicos: Qualidade de Vida e
Saúde. Psicologia: Teoria e pesquisa. v. 26, n. 2, p. 265-272, abr-jun 2010.
39

Disponível em: <https://doi.org/10.1590/S0102-37722010000200008>. Acesso em:


27 mar. 2022.

GERONASSO, Martha Caroline Henning; COELHO, Denise. A influência da


religiosidade/espiritualidade na qualidade de vida das pessoas com câncer.
Saúde e meio ambiente: revista interdisciplinar, v. 1, n. 1, p. 173-187, 2012.
Disponível em: <http://www.periodicos.unc.br/index.php/sma/article/view/227>
Acesso em: 30 mar. 2022.

GOBATTO, Caroline Amado; ARAUJO, Tereza Cristina Cavalcanti Ferreira de.


Coping religioso-espiritual: reflexões e perspectivas para a atuação do
psicólogo em oncologia. Revista SBPH, Rio de Janeiro, v. 13, n. 1, p. 52-63, jun.
2010. Disponível em:
<http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1516-0858201000010
0005> Acesso em: 4 abr. 2022.

GUERRERO, Giselle Patrícia et al. Relação entre espiritualidade e câncer:


perspectiva do paciente. Revista brasileira de enfermagem, Brasília, 64 (1), fev.
2011. Disponível em: <https://doi.org/10.1590/S0034-71672011000100008>. Acesso
em: 27 mar. 2022.

IAMIN, Solange Regina Signori; ZAGONEL, Ivete Palmira Sanson. Estratégias de


enfrentamento (coping) do adolescente com câncer. Psicol. Argum., Curitiba, v.
29, n. 67, p. 427-435, out./dez. 2011. Disponível em:
<https://periodicos.pucpr.br/psicologiaargumento/article/view/20155/19441> Acesso
em: 20 out. 2022.

INSTITUTO NACIONAL DO CÂNCER (INCA). Brasil terá 625 mil novos casos de
câncer a cada ano do triênio 2020-2022. Disponível em:
<https://www.inca.gov.br/noticias/brasil-tera-625-mil-novos-casos-de-cancer-cada-an
o-do-trienio-2020-2022>. Acesso em: 26 mar. 2022.

INSTITUTO NACIONAL DO CÂNCER (INCA); COORDENAÇÃO DE PREVENÇÃO


E VIGILÂNCIA (CONPREV). A situação do câncer no Brasil. Ministério da saúde,
Rio de Janeiro, 2006. Disponível em:
<https://bvsms.saude.gov.br/bvs/publicacoes/situacao_cancer_brasil.pdf> Acesso
em: 28 mar. 2022.

INSTITUTO NACIONAL DO CÂNCER (INCA). O que causa o câncer?. Disponível


em: <https://www.inca.gov.br/causas-e-prevencao/o-que-causa-cancer>. Acesso em:
26 mar. 2022.
40

INSTITUTO NACIONAL DO CÂNCER (INCA). O que é câncer?. Disponível em:


<https://www.inca.gov.br/o-que-e-cancer#:~:text=C%C3%A2ncia%20%C3%A9%20u
m%20%20termo%20que,adjacentes%20ou%20%C3%B3rg%C3%A3os%20a%20%
20dist%C3%A2ncia>. Acesso em: 25 mar. 2022.

JUNG, Carl Gustav. Obras completas (Vol. XI, p.4). Editora Vozes, Petrópolis,
1986.

JUNIOR, Renê Ferreira da Silva et al. “Estamos mais unidos” - A família como
apoio no enfrentamento do câncer do colo de útero. Revista Eletrônica Acervo
Saúde, v. 6, n. 3, p. 658-665, 5 dez. 2018. Disponível em:
<https://acervomais.com.br/index.php/saude/article/view/7606> Acesso em: 22 out.
2022.

KOVÁCS, Maria Júlia. Espiritualidade e psicologia – cuidados compartilhados.


O mundo da saúde, São Paulo, v. 31, n. 2, p. 246-255, abr. - jun. 2007. Disponível
em: <http://www.saocamilo-sp.br/pdf/mundo_saude/53/12_Espiritualidade.pdf>
Acesso em: 31 mar. 2022.

KÜBLER ROSS, Elizabeth. Sobre a morte e o morrer. São Paulo, Martins Fontes,
1998.

MYTKO, J.J.; KNIGHT, S.J. Body, mind, spirit: Towards the integration of
religiosity and spirituality in cancer quality of life research. Psychooncology, 8
(5), 439-50, 1999.

OLIVEIRA, Márcia Regina de; JUNGES, José Roque. Saúde mental e


espiritualidade/religiosidade: a visão de psicólogos. Estudos de psicologia,
Natal, v. 17, n. 3, p. 469-476, set. - dez. 2012. Disponível em:
<https://doi.org/10.1590/S1413-294X2012000300016> Acesso em: 30 mar. 2022.

OLIVEIRA, Priscila Flávio de; QUELUZ Francine Nathalie Ferraresi Rodrigues. A


espiritualidade no enfrentamento do câncer. Revista de psicologia da IMED, v.8,
n. 2, 2016. Disponível em:
<https://seer.imed.edu.br/index.php/revistapsico/article/view/1314/1036> Acesso em:
03 abr. 2022.

PALLINI, Ana Celi et al. Percepções de pacientes oncológicos sobre


espiritualidade: um estudo qualitativo. Revista Psicologia para America Latina,
México, n. 32, p. 169-179, out./2019. Disponível em:
<http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1870-350X201900020
0008>. Acesso em: 26 mar. 2022.
41

PANZINI, Raquel Gehrke; BANDEIRA, Denise Ruschel. Coping (enfrentamento)


religioso/espiritual. Rev. Psiq. Clín., n. 34, pag. 126-135, 2007. Disponível em:
<https://www.scielo.br/j/rpc/a/BxLcY5gJFkgTZRnL4kXxYFH/?lang=pt&format=pdf>
Acesso em: 23 out. 2022.

PANZINI, Raquel Gehrke et al. Qualidade de vida e espiritualidade. Revista de


psiquiatria clínica, São Paulo, 2007. Disponível em:
<https://doi.org/10.1590/S0101-60832007000700014> Acesso em: 03 abr. 2022.

PINTO, Ariane Costa et al. A importância da espiritualidade em pacientes com


câncer. Revista Saúde.com, Criciúma - Santa Catarina, v. 11, n. 2, p. 114-122,
dez./2015. Disponível em:
<https://periodicos2.uesb.br/index.php/rsc/article/view/351>. Acesso em: 25 mar.
2022.

RAMOS, Camila Maria de Oliveira; FEIJÃO, Georgia Maria Melo; MELO, Cynthia de
Freitas. As vivências do luto do paciente oncológico. Alternativas en psicología,
Fortaleza (Ceará, Brasil), n. 43, ago. 2019 - jan. 2020. Disponível em:
<https://alternativas.me/32-numero-43-agosto-2019-enero-2020/217-as-vivencias-do
-luto-do-paciente-oncologico-las-vivencias-de-luto-en-el-paciente-oncologico>
Acesso em: 29 mar. 2022.

ROESE, Anete. Sofrimento espiritual, busca de sentido e espiritualidade. Rev.


Pistis Prax., Curitiba, v. 3, n. 2, p. 333-359, jul./dez. 2011. Disponível em:
<https://periodicos.pucpr.br/pistispraxis/article/view/13196/12611> Acesso em: 25
out. 2022.

SALCI, Maria Aparecida; MARCON, Sonia Silva. Enfrentamento do câncer em


família. Texto Contexto Enferm, Florianópolis, p. 178-86, 2011. Disponível em:
<https://www.scielo.br/j/tce/a/MJLKgTSWkPsdW3mZkmrn6Hd/?format=pdf&lang=pt
> Acesso em: 22 out. 2022.

SANTANA, Jeanny Joana Rodrigues Alves; ZANIN, Carla Rodrigues; MANIGLIA,


José Victor. Pacientes com câncer: enfrentamento, rede social e apoio social.
Paidéia, São José do Rio Preto - SP, n. 18, p. 371-384, 2008. Disponível em:
<https://www.scielo.br/j/paideia/a/xpY5WpRPHYCBbWVPQyZYPVf/?lang=pt&format
=pdf> Acesso em: 19 out. 2022.

SANTOS, William Messias Silva et al. O diagnóstico de câncer e o apoio


interpessoal: percepção dos pacientes oncológicos. Revista Brasileira de
42

Pesquisa em Ciências da Saúde, n. 8, 2021. Disponível em:


<https://icesp1.websiteseguro.com/revistas/index.php/RBPeCS/article/view/1358/165
5> Acesso em: 20 out. 2022.

SILVA, Shirley de Souza; AQUINO, Thiago Antonio Avellar de; SANTOS, Roberta
Montenegro dos. O paciente com câncer: cognições e emoções a partir do
diagnóstico. Revista brasileira de terapias cognitivas, Rio de Janeiro, v. 4, n. 2, p.
73-89, dez. 2008. Disponível em:
<http://pepsic.bvsalud.org/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1808-5687200800020
0006)>. Acesso em: 28 mar. 2022.

SILVA, Valéria Costa Evangelista da. O impacto da revelação do diagnóstico de


câncer na percepção do paciente. Dissertação (mestrado) - Escola de
enfermagem de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto, 2005.
Disponível em:
<https://www.teses.usp.br/teses/disponiveis/22/22132/tde-11052005-112949/publico/
SILVA_VCE.pdf> Acesso em: 01 abr. 2022.

SIQUEIRA, Marília Parreiras Maia. Enfrentamento religioso em situações de


sofrimento. Dissertação (Mestrado em Psicologia) - Pontifícia Universidade Católica
de São Paulo, São Paulo, 2012. Disponível em:
<https://sapientia.pucsp.br/bitstream/handle/15128/1/Marilia%20Parreiras%20Maia%
20Siqueira.pdf> Acesso em: 03 abr. 2022.

SOUZA, Verônica de Moura et al. Espiritualidade, religiosidade e crenças


pessoais de adolescentes com câncer. Rev. Bras. Enferm., pag. 791-796,
set./out. 2015. Disponível em:
<https://www.scielo.br/j/reben/a/BptmFK5RwPLtYJfrSF7ywsr/?format=pdf&lang=pt>
Acesso em: 24 out. 2022.

STROPPA, André; MOREIRA-ALMEIDA, Alexander. Religiosidade e saúde. Saúde


e espiritualidade: uma nova visão da medicina, Belo Horizonte: Inede, p. 427-443,
2008.

TEIXEIRA, Luiz Antonio; PORTO, Marco Antonio; NORONHA, Claudio Pompeiano.


O câncer no Brasil: passado e presente. Outras letras, Rio de Janeiro, 2012.
Disponível em:
<http://observatoriohistoria.coc.fiocruz.br/local/File/o_cancer_no_brasil_passado_e_
presente.pdf> Acesso em: 28 mar. 2022.
43

7. ANEXOS

7.1 ANEXO A – ROTEIRO DE ENTREVISTA

DADOS SOCIODEMOGRÁFICOS

DATA DA ENTREVISTA: ____/____/_____


Identificação:__________________________________________ Idade: _________
Sexo: _____________ Estado Civil: _______________ Religião:________________
Escolaridade: _____________________ Profissão: _____________________
Qual o tipo de câncer: _____________________________________________
Tempo de tratamento do câncer: ____________________________________
Fase do tratamento:
( ) Quimioterapia: Qual sessão? _________
( ) Radioterapia: Qual sessão? __________
Efeitos colaterais decorrentes do tratamento: _____________________________
___________________________________________________________________
___________________________________________________________________

ENTREVISTA

1- Como foi para você receber o diagnóstico de câncer e quais sentimentos foram
apresentados com essa descoberta?
2- Quais mudanças foram sentidas na sua vida após o diagnóstico e início do
tratamento? Quais as maiores dificuldades encontradas com o tratamento?
3- Como você buscou lidar com essas mudanças e ressignificar/encontrar um novo
sentido para a vida após o diagnóstico?
4- Quais foram as formas de enfrentamento adotadas diante do adoecimento?
5- O que a fé representa para você?
6- Suas crenças espirituais/religiosas dão sentido à sua vida?
7- Encontra na fé conforto diante de situações difíceis?
8- Como você considera a sua relação com a espiritualidade/religiosidade antes e
44

após o diagnóstico?
9- Acredita que o enfrentamento religioso ajudou no processo de aceitação, adesão
e continuidade do tratamento? Se sim, exemplifique.
10- Acredita que a fé pode contribuir na melhora do bem estar físico, mental,
psicológico e emocional diante do adoecimento?
45

7.2 ANEXO B – TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO

TERMO DE CONSENTIMENTO LIVRE E ESCLARECIDO


Você está sendo convidado como voluntário a participar do estudo "A espiritualidade e sua
importância em pacientes oncológicos: um estudo sobre a forma de enfrentamento, aceitação
e continuidade do tratamento”, que tem como objetivo analisar a importância da
espiritualidade na vida de pacientes oncológicos, bem como analisar a estratégia de
enfrentamento religioso, sendo esta importante para a adesão e continuidade do tratamento.

Esta pesquisa é importante porque acreditamos que ela possa possibilitar a ampliação de
conhecimentos acerca da relação ciência e espiritualidade e sua importância no processo de
cura e reabilitação da doença oncológica, contribuindo para a entrada do discurso da
espiritualidade no atendimento em saúde, favorecendo assim, a eclosão de ambientes mais
humanizados no contexto hospitalar. Todas as informações necessárias sobre a pesquisa
encontram-se relacionadas neste Termo de Consentimento Livre e Esclarecido - TCLE. O
TCLE foi redigido em conformidade com a resolução CNS 466/2012 do Conselho Nacional
de Saúde.

PARTICIPAÇÃO NO ESTUDO

A sua participação no referido estudo será de responder a uma entrevista semiestruturada, em


aproximadamente 30 minutos, utilizando-se da gravação de áudio das informações
respondidas. A coleta de dados será realizada no Hospital do Câncer de Muriaé – Fundação
Cristiano Varella, em apenas 1 encontro, em ambiente adequado e sala individual. A
entrevista abordará informações sociodemográficas, sentimentos em relação ao diagnóstico,
quais mudanças foram observadas após este diagnóstico, quais estratégias de enfrentamento
foram adotadas e questões acerca da fé do entrevistado no processo do adoecimento
oncológico.

RISCOS E BENEFÍCIOS

A pesquisa a ser realizada terá como possíveis benefícios a ampliação de conhecimentos


acerca do tema e maior reconhecimento e entendimento da dimensão espiritual no contexto da
saúde, poderá servir como base para a compreensão da espiritualidade como uma estratégia de
enfrentamento para o paciente oncológico, podendo possibilitar um melhor entendimento
sobre como esta estratégia acarreta em uma melhora na qualidade de vida do indivíduo, bem
como sensibilizar profissionais e acadêmicos da saúde, para possível compreensão a respeito
dos vários comportamentos do doente oncológico e as práticas frente à doença. Além disso, os
participantes poderão ter oportunidade de acessar seus sentimentos vivenciados após o
recebimento do diagnóstico de câncer originados do seu processo de subjetivação,
possibilidade da elaboração do adoecimento sem se preocupar com julgamentos ou estigmas,
podendo falar livremente em um espaço de escuta empática. A pesquisa poderá, ainda, ter o
risco de causar cansaço nos participantes voluntários em responder as perguntas, e também
estarão sujeitos a risco psicológico devido ao desconforto de retomar fatos desagradáveis do
cotidiano e de falar sobre seus sentimentos. Serão tomadas medidas para sua redução, como
apoio psicológico imediatamente caso o indivíduo demonstre frágil ou esteja muito
46

emocionado, e as entrevistas serão realizadas com objetividade, controle do tempo e


compreensão do estado emocional da participante. A fim de minimizar o risco de
constrangimento, ficará claro que a participante poderá responder apenas as questões que
achar conveniente. Para evitar qualquer risco de constrangimento e ou identificação dos
participantes os mesmos serão identificados com nomes de árvores, assegurando assim sua
privacidade e o seu sigilo. As entrevistas serão realizadas de forma individual e em local
reservado, assegurando desta forma sua privacidade e caso seja necessário a pesquisa será
interrompida. Serão inclusos procedimentos de medidas de segurança relacionados à
pandemia de COVID-19 como orienta os protocolos da Organização Mundial de Saúde
(OMS): Distanciamento social de dois metros, uso correto de máscara e álcool gel, garantindo
que danos previsíveis sejam evitados.

SIGILO E PRIVACIDADE

Estou ciente de que minha privacidade será respeitada, ou seja, seu nome ou qualquer outro
dado ou elemento que possa, de qualquer forma, identificar-lhe, será mantido em sigilo. Os
pesquisadores se responsabilizam pela guarda e confidencialidade dos dados, bem como a não
exposição dos dados de pesquisa.

AUTONOMIA

É assegurada a assistência durante toda pesquisa, bem como é garantido a você o livre acesso
a todas as informações e esclarecimentos adicionais sobre o estudo e suas consequências,
enfim, tudo o que você queira saber antes, durante e depois da sua participação. Você poderá
se recusar a participar do estudo, ou retirar seu consentimento a qualquer momento, sem
precisar justificar, e de, por desejar sair da pesquisa, não sofrerá qualquer prejuízo à
assistência que vinha recebendo.

RESSARCIMENTO E INDENIZAÇÃO

Você não terá qualquer despesa decorrente de sua participação na pesquisa e nem terá
qualquer vantagem financeira, uma vez que a abordagem e realização do estudo serão no
Hospital do Câncer de Muriaé – Fundação Cristiano Varella, no momento em que você já
estará lá para tratamento. Contudo, caso ocorra algum dano decorrente da sua participação no
estudo, identificado e comprovado, terei o direito assegurado a buscar indenização conforme
determina a lei.

CONTATO

As pesquisadoras envolvidas com o referido projeto são Caroline Medeiros Salgado e Maria
Tereza Brandi, e com elas poderei manter contato pelos telefones (32) 9 9914-3306 ou (31)
3899-8000.
O Comitê de Ética em Pesquisa em Seres Humanos Sylvio Miguel é composto por um grupo
de pessoas que estão trabalhando para garantir que seus direitos como participante de pesquisa
sejam respeitados. Ele tem a obrigação de avaliar se a pesquisa foi planejada e se está sendo
executada de forma ética. Se você achar que a pesquisa não está sendo realizada da forma
como você imaginou ou que está sendo prejudicado de alguma forma, você pode entrar em
47

contato com o Comitê de Ética em Pesquisa com Seres Humanos Sylvio Miguel do Centro
Universitário de Viçosa- Univiçosa pelo telefone (31) 3899-8033 entre segunda e sexta-feira
das 08h00 as 12:00 e das 14:00 as 18:00 ou pelo e- mail cep@univicosa.com.br.

DECLARAÇÃO

Declaro que li e entendi todas as informações presentes neste Termo de Consentimento Livre
e Esclarecido e tive a oportunidade de discutir as informações deste termo. Todas as minhas
perguntas foram respondidas e estou satisfeito com as respostas. Entendo que o TCLE foi
redigido em duas vias onde receberei uma via assinada e datada deste documento e que outra
via assinada e datada será arquivada pelo pesquisador responsável do estudo. Enfim, tendo
sido orientado quanto ao teor de todo o aqui mencionado e compreendido a natureza e o
objetivo do já referido estudo, manifesto meu livre consentimento em participar, estando
totalmente ciente de que não há nenhum valor econômico, a receber ou a pagar, por minha
participação.

Dados do participante da pesquisa


Nome:
Telefone:
e-mail:
Viçosa,________ de___________ de __.

_________________________________ _________________________________
Assinatura do participante da pesquisa Caroline Medeiros Salgado

USO DE ÁUDIO

Autorizo o uso de minha voz, por meio da gravação de áudios, para fins da pesquisa, sendo
seu uso restrito a transcrição em palavras do conteúdo respondido, sem identificação da
pessoa.

_________________________________ _________________________________
Assinatura do participante da pesquisa Caroline Medeiros Salgado
48

7.3 ANEXO C – CARTA DE AUTORIZAÇÃO DA INSTITUIÇÃO

Muriaé, 13 de Junho de 2022

Ao Comitê de Ética em Pesquisa

Eu, SÉRGIO GOMES DA SILVA, CPF: 095.451.917-59, responsável pelo Departamento


de Pesquisa e Desenvolvimento do Hospital do Câncer de Muriaé, CNPJ:
00.961.315/0001-03, CNES:2195453, situado na Av. Cristiano Ferreira Varella, 555 - Bairro
Universitário - Muriaé/MG - CEP 36.888-233, conheço o Projeto de Pesquisa intitulado " A
espiritualidade e sua importância em pacientes oncológicos: um estudo sobre a forma
de enfrentamento, aceitação e continuidade do tratamento " desenvolvido pelo
pesquisador Caroline Medeiros Salgado, e concordo com a realização deste trabalho neste
estabelecimento uma vez havendo carta de aprovação de Comitê de Ética em Pesquisa no
sistema CEP/CONEP. Declaro que esta instituição possui a infraestrutura necessária para a
condução do projeto em questão.
Atenciosamente,

Coordenador do Dep. de Pesquisa e Desenvolvimento


Hospital do Câncer de Muriaé
Fundação Cristiano Varella

Entidade Beneficente de Assistência Social – CCEAS0365/2004 – CNPJ: 00.961.315/0001-03


Avenida Cristiano Ferreira Varella, 555, Universitário, Muriaé – MG – 36888-233
Telefone: (32) 3729-7000 / Fax: (32) 3729-7001 / www.fcv.org.br
49

7.4 ANEXO D – TERMO DE COMPROMISSO

TERMO DE COMPROMISSO DO PESQUISADOR RESPONSÁVEL

Eu, Caroline Medeiros Salgado, pesquisador responsável do Projeto intitulado “A

espiritualidade e sua importância em pacientes oncológicos: um estudo sobre a forma de

enfrentamento, aceitação e continuidade do tratamento”, declaro estar ciente do

compromisso de manter as informações pertinentes a esse projeto atualizadas no Sistema de

Gerenciamento de Projetos de Pesquisa (SGPP), incluindo a entrega dos relatórios científicos,

apresentando as entregas propostas no projeto (artigo, melhoria de processo ou formação

acadêmica). Por fim, declaro estar ciente das diretrizes de Boas Práticas Científicas, bem

como me comprometo a seguir os códigos de ética em pesquisa e de integridade científica.

Muriaé, ___ de___________ , 20___

_______________________________________

Assinatura do pesquisador responsável do Projeto


50

7.5 ANEXO E – PARECER CONSUBSTANCIADO DO CEP

SYLVIO MIGUEL / UNIVIÇOSA

PARECER CONSUBSTANCIADO DO CEP

DADOS DO PROJETO DE PESQUISA


PACIENTES ONCOLÓGICOS: UM ESTUDO SOBRE
Título da Pesquisa: A FORMA DE ENFRENTAMENTO, ACEITAÇÃO E
A ESPIRITUALIDADE E SUA IMPORTÂNCIA EM CONTINUIDADE DO TRATAMENTO.
Pesquisador: BRANDI
MARIA TEREZA
Área Temática:
Versão 3
:
CAAE: 00.8090
59672222.6.00
Instituição Proponente: SUPERIOR DE VICOSA LTDA
UNIVICOSA - UNIAO DE ENSINO
Patrocinador Principal: Financiamento Próprio

DADOS DO PARECER

Número do Parecer: 5.688.863

Apresentação do Projeto:
As informações elencadas nos campos Apresentação do projeto, Objetivo da Pesquisa e Avaliação dos
Riscos e Benefícios foram retiradas do arquivo de informações Básicas da Pesquisa
(PB_INFORMAÇÕES_BÁSICAS_DO_PROJETO_n° 1963663 de_20/09/2022 ) e/ou do Projeto Detalhado
(PROJETO.pdf de 20/09/2022):
Resumo:
O câncer é uma doença crônica maligna, caracterizada pelo crescimento desordenado de células. O seu
diagnóstico acarreta em muitas mudanças e traz consigo um compilado de significações, que podem ser
pessoais ou sociais, sendo muitos significados advindos da estigmatização da doença. Nesse contexto, o
paciente precisa reorganizar e adaptar sua vida frente ao adoecimento oncológico e tratamento, desse
modo, muitos indivíduos encontram na espiritualidade um suporte para o enfrentamento dos problemas
físicos e psicológicos decorrentes desse processo. A espiritualidade auxilia na atribuição de significado à
vivência humana, dando persistência às nossas vivências, principalmente em fases difíceis. A mesma
engloba também o enfrentamento religioso, que é uma estratégia importante de enfrentamento, onde
contribui-se na adesão ao tratamento e enfrentamento da situação problema, diminuindo a ansiedade e
estresse, melhorando a qualidade de vida do paciente e auxiliando na busca de significado para a situação
atual. O presente estudo terá como objetivo analisar a importância da espiritualidade na vida de
51

Avendida Maria de Paula Santana nº 3815


Endereço:
Silvestre
Bairro: CEP:
36.570-000
UF: MG Município: VICOSA
Telefone:
(31)3899-8033 E-mail: cep@univicosa.com.br

Página 01 de 11

SYLVIO MIGUEL / UNIVIÇOSA

Continuação do Parecer: 5.688.863

pacientes oncológicos, bem como analisar a estratégia de enfrentamento religioso, sendo esta importante
para a adesão e continuidade do tratamento. A pesquisa tratará de um estudo do tipo qualitativo, de caráter
descritivo e exploratório, será realizada com 10 pacientes que estejam em tratamento há pelo menos 6
meses no Hospital do Câncer de Muriaé - Fundação Cristiano Varella. Será utilizada uma entrevista
semiestruturada como fonte básica para a coleta de dados.

Hipótese
Essa pesquisa parte da hipótese de que a espiritualidade é um fator importante e que influencia na
qualidade de vida do paciente oncológico durante o adoecimento, sendo utilizada como uma estratégia de
enfrentamento, aceitação e continuidade do tratamento.

Metodologia
A presente pesquisa trata-se de um estudo do tipo qualitativo, de caráter descritivo e exploratório. A
pesquisa será realizada no Hospital do Câncer de Muriaé - Fundação Cristiano Varella (FCV), localizado no
Município de Muriaé-MG, conforme autorização da instituição (ANEXO C) e termo de compromisso assinado
pela pesquisadora (ANEXO D). A amostra será composta por 10 pacientes, que estejam realizando
tratamento de câncer há pelo menos 6 meses no Hospital Do Câncer de Muriaé – Fundação Cristiano
Varella. A escolha do número de participantes refere-se ao fato de se tratar de uma amostra significativa e
que não necessariamente representa grandes populações, sendo capaz de oferecer informações relevantes,
possibilitando avaliar as questões em
profundidade e detalhe, e buscando a compreensão dos fenômenos de acordo com a perspectiva dos
participantes. Para a coleta de dados, será realizado um primeiro contato com o centro de estudos do
Hospital do Câncer de Muriaé - Fundação Cristiano Varella, com a finalidade de se obter uma avaliação da
proposta do projeto de pesquisa em
questão. Através de um contato presencial do pesquisador com a psicóloga responsável pelo serviço de
psicologia do Hospital do Câncer de Muriaé - Fundação Cristiano Varella, Ludmyla Dornelas Magalhães CPF
52

10675707651, esta será informada previamente sobre os objetivos da pesquisa, após tal contato, o
pesquisador ficará presente na instituição no setor oncológico e abordará os pacientes que estiverem
presentes. Através dessa abordagem o pesquisador verificará quais preenchem os critérios de inclusão e
estes serão
convidados a participarem da pesquisa. Será realizada uma apresentação concisa da pesquisa e leitura do
Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (ANEXO B), onde os participantes assinarão o termo. Após
assinatura a pesquisa terá início. A coleta de dados será realizada no segundo

Avendida Maria de Paula Santana nº 3815


Endereço:
Silvestre
Bairro: CEP:
36.570-000
UF: MG Município: VICOSA
Telefone:
(31)3899-8033 E-mail: cep@univicosa.com.br

Página 02 de 11

SYLVIO MIGUEL / UNIVIÇOSA

Continuação do Parecer: 5.688.863

semestre de 2022, conforme a disponibilidade da instituição. Os participantes serão notificados sobre o


objetivo e a relevância da pesquisa, bem como as questões abordadas (informações sociodemográficas,
sentimento em relação ao diagnóstico, quais mudanças foram observadas após este diagnóstico, quais
estratégias de enfrentamento foram adotadas e questões acerca da fé do entrevistado no processo do
adoecimento oncológico) e também sobre o tempo médio que será dispensado para responder a entrevista,
de aproximadamente 30 minutos, em apenas 1 encontro, no Hospital do Câncer de Muriaé – Fundação
Cristiano Varella. As entrevistas acontecerão em ambiente adequado e em sala individual. Além disso, serão
inclusos procedimentos de medidas de segurança relacionados à pandemia de COVID-19 como orienta os
protocolos da Organização Mundial de Saúde (OMS): Distanciamento social de dois metros, uso correto de
máscara e álcool gel, garantindo que danos previsíveis sejam evitados.
Critério de Inclusão:
Serão selecionados pacientes de ambos os sexos, maiores de 18 anos e diagnosticados com câncer, que
estejam em tratamento oncológico com quimioterapia e/ou radioterapia há pelo menos 6 meses, no Hospital
do Câncer de Muriaé – Fundação Cristiano Varella.
Critério de Exclusão:
Serão excluídos da amostra pacientes menores de 18 anos, que não realizem o tratamento oncológico há
pelo menos 6 meses e aqueles que não estejam fazendo tratamento com quimioterapia e/ou radioterapia.
53

Objetivo da Pesquisa:
Objetivo Primário:
Este trabalho terá como objetivo analisar a importância da espiritualidade na vida de pacientes oncológicos,
bem como analisar a estratégia de enfrentamento religioso, sendo esta importante para a adesão e
continuidade do tratamento.
Objetivo Secundário:
1) Investigar o impacto do diagnóstico de câncer e a importância da espiritualidade nesse contexto. 2)
Analisar o enfrentamento religioso no paciente oncológico e se esse enfrentamento é importante para a
aceitação, adesão e continuidade do tratamento.3) Identificar a espiritualidade na perspectiva da melhora na
qualidade de vida em pacientes oncológicos.

Avaliação dos Riscos e Benefícios:


Riscos:
A pesquisa poderá ter o risco de causar cansaço nos participantes voluntários em responder as perguntas, e
também estarão sujeitos a risco psicológico devido ao desconforto de retomar fatos

Avendida Maria de Paula Santana nº 3815


Endereço:
Silvestre
Bairro: CEP:
36.570-000
UF: MG Município: VICOSA
Telefone:
(31)3899-8033 E-mail: cep@univicosa.com.br

Página 03 de 11

SYLVIO MIGUEL / UNIVIÇOSA

Continuação do Parecer: 5.688.863

desagradáveis do cotidiano e de falar sobre seus sentimentos. Serão tomadas medidas para sua redução,
como apoio psicológico imediatamente caso o indivíduo demonstre frágil ou esteja muito emocionado, e as
entrevistas serão realizadas com objetividade, controle do tempo e compreensão do estado emocional da
participante. Para evitar qualquer risco de constrangimento e ou identificação dos participantes os mesmos
serão identificados com nomes de árvores, assegurando assim sua privacidade e o seu sigilo. As entrevistas
serão realizadas de forma individual e em local reservado, assegurando desta forma sua privacidade e caso
seja necessário a pesquisa será interrompida. Serão inclusos procedimentos de medidas de segurança
relacionados à pandemia de COVID-19 como orienta os protocolos da Organização Mundial de Saúde
(OMS): Distanciamento social de dois metros, uso correto de máscara e álcool gel,
garantindo que danos previsíveis sejam evitados.
54

Benefícios:
A pesquisa a ser desenvolvida terá como benefícios a ampliação de conhecimentos acerca do tema e maior
reconhecimento e entendimento da dimensão espiritual no contexto da saúde, poderá servir como base para
a compreensão da espiritualidade como uma estratégia de enfrentamento para o paciente oncológico,
podendo possibilitar um melhor entendimento sobre como esta estratégia acarreta em uma melhora na
qualidade de vida do indivíduo, bem como sensibilizar profissionais e acadêmicos da saúde, para possível
compreensão a respeito dos vários comportamentos do doente oncológico e as práticas frente à doença.
Além disso, os participantes poderão ter oportunidade de acessar seus sentimentos vivenciados após o
recebimento do diagnóstico de câncer originados do seu processo de subjetivação, possibilidade da
elaboração do adoecimento sem se preocupar com julgamentos ou estigmas, podendo falar livremente em
um espaço de escuta empática.

Comentários e Considerações sobre a Pesquisa:


Esta é a terceira avaliação deste projeto. Estudo nacional e unicêntrico, prospectivo, qualitativo, de caráter
acadêmico realizado para obtenção do título de Bacharel do curso de Psicologia. Patrocinador:
financiamento próprio. País de Origem: Brasil. Número de participantes incluídos no Brasil e no mundo: 10.
Previsão de início e encerramento do estudo: início 17/10/2022 e término, 20/11/2022.

Considerações sobre os Termos de apresentação obrigatória:


Vide campo Conclusões ou Pendências e Lista de Inadequações
Avendida Maria de Paula Santana nº 3815
Endereço:
Silvestre
Bairro: CEP:
36.570-000
UF: MG Município: VICOSA
Telefone:
(31)3899-8033 E-mail: cep@univicosa.com.br

Página 04 de 11

SYLVIO MIGUEL / UNIVIÇOSA

Continuação do Parecer: 5.688.863

Recomendações:
Vide campo Conclusões ou Pendências e Lista de Inadequações
Conclusões ou Pendências e Lista de Inadequações:
55

Trata-se de análise de resposta ao parecer pendente n° 35.648.433 emitido pelo CEP em 16/09/2022. 1. No
formulário online da Plataforma Brasil (PB_INFORMACOES_BASICAS_DO_PROJETO_1963663, de
14/06/2022), no Resumo e no projeto detalhado (PROJETO_TCC.pdf, de 10/06/2022), lê-se “Para a coleta
de dados, será realizado um primeiro contato com o centro de estudos do Hospital do Câncer de Muriaé -
Fundação Cristiano Varella, com a finalidade de se obter uma avaliação da proposta do projeto de pesquisa
em questão. Os participantes serão recrutados através de um contato telefônico da pesquisadora com o
serviço de psicologia do hospital. O psicólogo responsável pelo setor será informado previamente sobre os
objetivos da pesquisa e após, a pesquisadora será encaminhada para os voluntários que atenderem os
critérios de inclusão”. Neste texto não ficou claro como os pesquisadores obterão os telefones para o
contato com os participantes. Solicita-se que seja explicitado como estes contatos serão obtidos, visto que
pela Lei Geral de Proteção de Dados, não é permitido ao setor fornecer essas informações aos
pesquisadores (LEI Nº 13.709, de 14 de agosto de 2018 e RESOLUÇÃO CNS N° 466 de 2012, item III.1a e
III.1c)
Resposta: Foi inserido no tópico Metodologia (Coleta de dados) como os pesquisadores obterão os
telefones para o contato com os participantes. Os participantes serão recrutados através de um contato
telefônico da pesquisadora com a psicóloga responsável pelo serviço de psicologia do Hospital do Câncer
de Muriaé – Fundação Cristiano Varella, Ludmyla Dornelas Magalhães CPF 106.757.076-51, onde a
psicóloga será informada previamente sobre os objetivos da pesquisa e após, a pesquisadora será
encaminhada para os voluntários que atendam os critérios de inclusão através do contato telefônico. Há
algum documento que foi alterado devido à pendência? Sim, foram alterados o formulário online da
Plataforma Brasil (PB_INFORMACOES_BASICAS_DO_PROJETO_1963663) e o projeto de pesquisa
(PROJETO_TCC.pdf) no item Metodologia.
Análise: Não atendida. No Projeto Detalhado (PROJETO_TCC.pdf submetido em 03/08/2022) os
pesquisadores afirmam que entrarão em contato com os participantes via contato telefônico. O que não ficou
claro no texto é como os pesquisadores obterão esses contatos telefônicos dos pacientes que atendem aos
critérios da pesquisa, pois a psicóloga do setor não pode passar esses contatos aos pesquisadores. Ao
fazer isso, a psicóloga e os pesquisadores estarão infringindo a

Avendida Maria de Paula Santana nº 3815


Endereço:
Silvestre
Bairro: CEP:
36.570-000
UF: MG Município: VICOSA
Telefone:
(31)3899-8033 E-mail: cep@univicosa.com.br

Página 05 de 11

SYLVIO MIGUEL / UNIVIÇOSA

Continuação do Parecer: 5.688.863


56

Lei Geral de Proteção de Dados. Solicita-se que os pesquisadores apresentem uma forma de contato com
os participantes que não envolva a liberação de dados pessoais por parte da psicóloga do serviço (LEI Nº
13.709, de 14 de agosto de 2018 e RESOLUÇÃO CNS N° 466 de 2012, item III.1a e III.1c). Resposta: Foi
inserido no tópico Metodologia (Coleta de dados): Através de um contato presencial do pesquisador com a
psicóloga responsável pelo serviço de psicologia do Hospital do Câncer de Muriaé - Fundação Cristiano
Varella, Ludmyla Dornelas Magalhães CPF 10675707651, esta será informada previamente sobre os
objetivos da pesquisa, após tal contato, o pesquisador ficará presente na instituição no setor oncológico e
abordará os pacientes que estiverem presentes. Através dessa abordagem o pesquisador verificará quais
preenchem os critérios de inclusão e estes serão convidados a participarem da pesquisa. Essa será a forma
de contato estabelecida com os participantes para a pesquisa. Há algum documento que foi alterado devido
à pendência? Foram alterados os documentos referentes ao Projeto detalhado (PROJETO_TCC.pdf) e
Formulário online (PB_INFORMACOES_BASICAS_DO_PROJETO_1963663). Análise: Atendida.
2. No documento intitulado TCLE.pdf, de 10/06/2022, no item Participação no estudo, lê-se “minha
participação no referido estudo será de responder a uma entrevista semiestruturada, utilizando gravação de
áudio das informações respondidas. A coleta de dados será realizada no Hospital do Câncer de Muriaé –
Fundação Cristiano Varella.” Neste texto ficou faltando informações importantes ao participante de pesquisa,
como os assuntos abordados na entrevista, quanto tempo ele terá que disponibilizar para participar da
pesquisa e onde no hospital a pesquisa será realizada. Solicita-se que essas informações sejam
adicionadas ao TCLE (RESOLUÇÃO CNS N° 466 de 2012, item IV.3.a).
Resposta: Foi inserido no item "Participação no estudo" as informações: Tempo aproximado de 30 minutos
para realização da entrevista (descritos no projeto detalhado e no formulário online); quantas vezes terá que
ir ao Hospital do Câncer de Muriaé - Fundação Cristiano Varella (1 encontro); onde será realizada a
entrevista (ambiente adequado e sala individual) e os tópicos que serão abordados na entrevista
(informações sociodemográficas, sentimentos em relação ao diagnóstico, quais mudanças foram
observadas após este diagnóstico, quais estratégias de enfrentamento foram adotadas e questões acerca
da fé do entrevistado no processo do adoecimento oncológico).
Há algum documento que foi alterado devido à pendência? Sim, foram realizadas alterações no documento
TCLE.pdf e no projeto de pesquisa (PROJETO_TCC.pdf) no item Metodologia.

Avendida Maria de Paula Santana nº 3815


Endereço:
Silvestre
Bairro: CEP:
36.570-000
UF: MG Município: VICOSA
Telefone:
(31)3899-8033 E-mail: cep@univicosa.com.br

Página 06 de 11

SYLVIO MIGUEL / UNIVIÇOSA


57

Continuação do Parecer: 5.688.863

Análise: Atendida.
3. No documento intitulado TCLE.pdf, de 10/06/2022, no item Participação no estudo, lê-se “A minha
participação no referido estudo será de (...)”. A forma como o texto foi elaborado não é mais correta, visto
que a orientação da Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (CONEP) é que o TCLE seja feito na forma
de carta convite (na 3ª pessoa) e não de declaração (1ª pessoa). Solicita-se que os pesquisadores acessem
o modelo disponível no site do CEP Sylvio Miguel para basear a escrita do TCLE deste projeto (MANUAL
DE ORIENTAÇÕES CONEP: Pendências frequentes em protocolos de pesquisa clínica, 2015, item 1.1.c).
Resposta: Foi realizada alteração no item "Participação no estudo", sendo redigido na terceira pessoa.
Há algum documento que foi alterado devido à pendência? Foi realizada a alteração no documento referente
ao TCLE e no projeto de pesquisa (PROJETO_TCC.pdf) no anexo B (Termo de consentimento livre e
esclarecido).
Análise: Atendida.

4. No formulário online da Plataforma Brasil (PB_INFORMACOES_BASICAS_DO_PROJETO_1963663, de


14/06/2022), no projeto de pesquisa (PROJETO_TCC.pdf, de 10/06/2022 ) e no TCLE (TCLE.pdf, de.
10/06/2022) lê-se que “A pesquisa a ser desenvolvida terá como benefícios a ampliação de conhecimentos
acerca do tema e maior reconhecimento e entendimento da dimensão espiritual no contexto da saúde,
poderá servir como base para a compreensão da espiritualidade como uma estratégia de enfrentamento
para o paciente oncológico, podendo possibilitar um melhor entendimento sobre como esta estratégia
acarreta em uma melhora na qualidade de vida do indivíduo, bem como sensibilizar profissionais e
acadêmicos da saúde, para possível compreensão a respeito dos vários comportamentos do doente
oncológico e as práticas frente à doença.”. Tais benefícios não são voltados para os participantes de
pesquisa. Solicita-se que sejam apresentados benefícios, que podem ser diretos ou indiretos, aos
participantes da pesquisa (RESOLUÇÃO CNS N° 466 de 2012, itens II.4; III.1.b; III.1.c; III.2.d, V.2 e NORMA
OPERACIONAL CNS 001/2013 item 3.3.d).
Resposta: Foram inseridos os seguintes benefícios voltados aos participantes da pesquisa: oportunidade de
acessar suas emoções e sentimentos vivenciados após o recebimento do diagnóstico de câncer de mama,
originados do seu processo de subjetivação, possibilitando a elaboração do adoecimento, sem se preocupar
com julgamentos ou estigmas, podendo falar livremente em um espaço de escuta empática.

Avendida Maria de Paula Santana nº 3815


Endereço:
Silvestre
Bairro: CEP:
36.570-000
UF: MG Município: VICOSA
Telefone:
(31)3899-8033 E-mail: cep@univicosa.com.br

Página 07 de 11
58

SYLVIO MIGUEL / UNIVIÇOSA

Continuação do Parecer: 5.688.863

Há algum documento que foi alterado devido à pendência? Foram alterados os documentos referentes ao
TCLE (TCLE.pdf), Projeto detalhado (PROJETO_TCC.pdf) e Formulário online
(PB_INFORMACOES_BASICAS_DO_PROJETO_1963663).
Análise: Atendida.

5. No formulário online da Plataforma Brasil (PB_INFORMACOES_BASICAS_DO_PROJETO_1963663, de


14/06/2022), no projeto de pesquisa (PROJETO_TCC.pdf, de 10/06/2022 ) é informado que participarão 10
pacientes que estejam em tratamento há pelo menos 6 meses no Hospital do Câncer de Muriaé - Fundação
Cristiano Varella. Porém, existem mais de 10 pacientes vinculados a este local e os critérios de inclusão e
exclusão, por si só, não justificam este número. Solicita-se que seja apresentado ou o cálculo amostral ou a
justificativa para esse número de participantes (NORMA OPERACIONAL CNS 001/2013 item 3.4.1.6).
Resposta: Foi inserido no tópico Metodologia (Tamanho da amostra) o porquê da escolha do N amostral. A
escolha do número de participantes refere-se ao fato de se tratar de uma amostra significativa e que não
necessariamente representa grandes populações, sendo capaz de oferecer informações relevantes,
possibilitando avaliar as questões em profundidade e detalhe, e buscando a compreensão dos fenômenos
de acordo com a perspectiva dos participantes.
Há algum documento que foi alterado devido à pendência? Foram alterados os documentos referentes ao
Projeto detalhado (PROJETO_TCC.pdf) e Formulário online
(PB_INFORMACOES_BASICAS_DO_PROJETO_1963663).

Análise: Atendida.
6. No formulário online da Plataforma Brasil (PB_INFORMACOES_BASICAS_DO_PROJETO_1963663, de
14/06/2022), no projeto de pesquisa (PROJETO_TCC.pdf, de 10/06/2022 ) e no TCLE (TCLE.pdf, de.
10/06/2022), no item Riscos, é citado que haverá o risco de constrangimento. Porém, não foram
apresentadas formas de minimizar este risco. Solicita-se que seja acrescentado nestes documentos as
formas de minimizar este risco (RESOLUÇÃO CNS N° 466 de 2012, itens III.1.b, III.1.c e IV.3.b).
Resposta: Foi inserido no item "Riscos da pesquisa", que ficará claro que a fim de minimizar o risco de
constrangimento, a participante poderá responder apenas às questões que achar conveniente. Há algum
documento que foi alterado devido à pendência? Foram alterados os documentos referentes ao TCLE
(tcle.pdf), Projeto detalhado (PROJETO_TCC.pdf) e Formulário online
((PB_INFORMACOES_BASICAS_DO_PROJETO_1963663).

Avendida Maria de Paula Santana nº 3815


Endereço:
Silvestre
Bairro: CEP:
59

36.570-000
UF: MG Município: VICOSA
Telefone:
(31)3899-8033 E-mail: cep@univicosa.com.br

Página 08 de 11

SYLVIO MIGUEL / UNIVIÇOSA

Continuação do Parecer: 5.688.863

Análise: Atendida.
7. No formulário online da Plataforma Brasil (PB_INFORMACOES_BASICAS_DO_PROJETO_1963663, de
14/06/2022), e no projeto de pesquisa (PROJETO_TCC.pdf, submetido em 10/06/2022), lê-se que “...para a
coleta de dados será realizado entrevista com gravação de áudio...”, mas não foi esclarecido como esses
dados serão processados e arquivados durante a pesquisa, bem como serão eliminados ao final de estudo.
Solicita-se que seja explicitado como os dados da entrevista serão processados e arquivados durante a
pesquisa, bem como serão eliminados ao final de estudo, visto que trata-se de dados sensíveis conforme a
Lei Geral de Proteção de Dados (LEI Nº 13.709, de 14 de agosto de 2018).
Resposta a pendência 7: Foi inserido no Resumo, no Formulário online e no Projeto de Pesquisa no tópico
Metodologia (Métodos utilizados na coleta de dados) as informações: Como os dados serão processados e
arquivados (pela própria pesquisadora, transcritos em word e arquivados em um pen drive); e como serão
eliminados (os dados processados pela pesquisadora em word e arquivados em pen drive serão guardados
pela professora orientadora do projeto por um período de 5 anos, após esse período serão descartados pela
mesma).
Há algum documento que foi alterado devido à pendência? Foram alterados os documentos referentes ao
Projeto detalhado (PROJETO_TCC.pdf) e Formulário online
(PB_INFORMACOES_BASICAS_DO_PROJETO_1963663). Análise: Atendida.
8. No formulário online da Plataforma Brasil (PB_INFORMACOES_BASICAS_DO_PROJETO_1963663,
submetido em 03/08/2022) consta que a coleta de dados será iniciada em 19/08/2022. Tal data não é
compatível com a avaliação prévia do CEP. Solicita-se que a coleta de dados não seja realizada antes do
parecer de aprovação do CEP e que o cronograma de execução da pesquisa seja ajustado considerando o
calendário de avaliações do CEP (NORMA OPERACIONAL CNS 001/2013: 2.2.d e 3.3.f).
Resposta: Foi alterado no cronograma a data da coleta de dados e dos passos subsequentes à mesma. Há
algum documento que foi alterado devido à pendência? Foram alterados os documentos referentes ao
Projeto detalhado (PROJETO_TCC.pdf) no item cronograma e no Formulário online
(PB_INFORMACOES_BASICAS_DO_PROJETO_1963663).

Análise: Atendida.
60

Considerações Finais a critério do CEP:


Orientações para todos os protocolos de pesquisa aprovados:
Avendida Maria de Paula Santana nº 3815
Endereço:
Silvestre
Bairro: CEP:
36.570-000
UF: MG Município: VICOSA
Telefone:
(31)3899-8033 E-mail: cep@univicosa.com.br

Página 09 de 11

SYLVIO MIGUEL / UNIVIÇOSA

Continuação do Parecer: 5.688.863

- O pesquisador responsável deverá encaminhar um relatório no prazo final da pesquisa, tendo sido este
executado ou não, por meio da Plataforma Brasil, via notificação do tipo relatório para que seja devidamente
apreciado no CEP, conforme Norma Operacional CNS n° 001/13, item XI.2.d.
- A pesquisa deverá ser desenvolvida conforme delineada no protocolo aprovado. Caso haja necessidade de
alterações, o pesquisador principal deverá enviar uma EMENDA ao CEP, apontando quais partes do
protocolo foram modificadas, bem como a justificativa para tal conforme Resolução CNS n.º 466/2012, Item
III.2.u. O novo protocolo só poderá ser executado após aprovação das mudanças pelo CEP.
- O CEP deve ser informado de todos os efeitos adversos ou fatos relevantes que alterem o curso normal do
estudo (Res. CNS n.º 466/12 – Item V.5).

Este parecer foi elaborado baseado nos documentos abaixo relacionados:


Tipo Documento Arquivo Postagem Autor Situaçã
o

Informações PB_INFORMAÇÕES_BÁSICAS_DO 20/09/2022 Aceit


Básicas do _P ROJETO_1963663.pdf 06:56:25 o
Projeto

Projeto PROJETO.pdf 20/09/2022 MARIA TEREZA Aceit


Detalhado / 06:55:48 BRANDI o
Brochura
Investigador

Brochura PROJETO_TCC.pdf 20/09/2022 MARIA TEREZA Aceit


61

Pesquisa 06:54:44 BRANDI o

Outros CARTA_RESPOSTA.pdf 20/09/2022 MARIA TEREZA Aceit


06:54:31 BRANDI o

TCLE / Termos TCLE.pdf 03/08/2022 MARIA TEREZA Aceit


de 19:43:50 BRANDI o
Assentimento /
Justificativa de
Ausência

Outros carta_aceite_instituicao.pdf 14/06/2022 MARIA TEREZA Aceit


11:17:34 BRANDI o

Outros ENTREVISTA_TCC.pdf 10/06/2022 MARIA TEREZA Aceit


12:37:10 BRANDI o

Folha de Rosto folhaDerosto.pdf 10/06/2022 MARIA TEREZA Aceit


12:35:43 BRANDI o

Situação do Parecer:
Aprovado
Necessita Apreciação da CONEP:
Avendida Maria de Paula Santana nº 3815
Endereço:
Silvestre
Bairro: CEP:
36.570-000
UF: MG Município: VICOSA
Telefone:
(31)3899-8033 E-mail: cep@univicosa.com.br

Página 10 de 11

SYLVIO MIGUEL / UNIVIÇOSA

Continuação do Parecer: 5.688.863

Não

VICOSA, 06 de Outubro de 2022

Assinado por:
Flávia Xavier Valente
(Coordenador(a))
62

Avendida Maria de Paula Santana nº 3815


Endereço:
Silvestre
Bairro: CEP:
36.570-000
UF: MG Município: VICOSA
Telefone:
(31)3899-8033 E-mail: cep@univicosa.com.br

Página 11 de 11
63

7.6 ANEXO F – Aprovação núcleo de pesquisa, ciência e extensão (Nupex)

NÚCLEO DE ENSINO, PESQUISA E EXTENSÃO –


NUPEX

DECLARAÇÃO

Declaro para os devidos fins que o projeto de TCC intitulado A espiritualidade e sua
importância em pacientes oncológicos: um estudo sobre a forma de enfrentamento,
aceitação e continuidade no tratamento, de autoria de Caroline Medeiros Salgado e
Maria Tereza Brandi do Curso de Psicologia, foi registrado pelo Núcleo de Ensino,
Pesquisa e Extensão do Centro Universitário de Viçosa – UNIVIÇOSA sob o número
326.2022.01.01.17.03.

Viçosa, 19 de setembro de 2022

Atenciosamente,

__________________________________________________________
Eliene da Silva Martins Viana
Coordenadora da Pesquisa

Você também pode gostar