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UNIVERSIDADE FEDERAL DO CEARÁ

MESTRADO EM LINGUÍSTICA
TÓPICOS EM DESCRIÇÃO E ANÁLISE LINGUÍSTICA I

PROTÓTIPOS EM LINGUÍSTICA COGNITIVA


PROTOTYPES IN COGNITIVE LINGUISTICS
John R. Taylor

DOCENTE: Profa. Dra. Claudete Lima


DISCENTES: Aline Severiano; Márcia Carvalho; Marta de Sousa.
INTRODUÇÃO
O trabalho de Eleanor Rosch sobre categorização impulsionou o surgimento da
Linguística Cognitiva, no início da década de 80.
Teoria “clássica” das categorias: uma entidade pode ser nomeada por uma palavra
se, e somente se, exibir cada uma das características que definem coletivamente o
significado da palavra.
As categorias têm uma estrutura interna, no sentido de que alguns membros podem
ser exemplos “melhores” ou “mais representativos” da categoria do que outros.
Muitas categorias não tinha limites bem definidos.
EFEITOS DE PROTÓTIPOS
As categorias de cores parecem ser representadas na
cognição não como um conjunto de características
criteriosas com limites bem definidos, mas sim em termos
de um protótipo da categoria [...].
(ROSCH, 1975b, pág. 193)

Embora a maioria das pesquisas tenha se concentrado em categorias designadas por


nominais, efeitos de protótipo também foram relatados para categorias verbais
(PULMAN, 1983) e adjetivas (DIRVEN; TAYLOR, 1988). Mais espetacularmente,
eles aparecem mesmo com categorias que possivelmente têm uma definição clássica,
como “número ímpar” (ARMSTRONG; GLEITMAN, 1983).
PROTÓTIPOS E CATEGORIAS SEMÂNTICAS
Embora a difusão dos efeitos do protótipo não esteja em discussão, nem todos
estudiosos compartilham a visão de que esses efeitos precisam ser incorporados em
uma teoria do significado das palavras (e em uma teoria semântica de forma mais
geral).
Hummel (1994) e Coseriu (2002) sustentam que surgem efeitos de protótipo por causa
da correspondência frequentemente imperfeita entre as categorias conceituais que
constituem os significados das palavras e os estados de coisas no mundo.
PROTÓTIPOS E CATEGORIAS SEMÂNTICAS
O EXEMPLO DE “BALD”

Claro, Simples

Sem cabelo
Sem disfarce
PROTÓTIPOS E CATEGORIAS SEMÂNTICAS
Outra variação deste tema é que os efeitos de protótipo refletem processos
psicológicos de decisão se uma entidade pertence a uma categoria em não.
Assim, Osherson e Smith (1981) propõem distinguir entre o significado “central” (ou
“linguístico”) de uma palavra e “procedimentos de identificação” que são usados ​
“para tomar decisões rápidas sobre a adesão” (p. 57).
Wierzbicka (1990), adotando uma abordagem diferente, afirma que o recurso a
protótipos é simplesmente uma forma de os semanticistas preguiçosos evitarem a
necessidade de formular definições rigorosas.
PROTÓTIPOS E CATEGORIAS SEMÂNTICAS
O ceticismo sobre a relevância linguístico-semântica
dos efeitos do protótipo pode ter alguma força no
caso de conceitos que, sem dúvida, têm definições
claras, como “número ímpar” e “careca”. O
argumento perde muito de sua força, porém, quando
nos voltamos para uma palavra como fruta.
Para esta palavra – e sem dúvida para muitas outras –
os efeitos do protótipo não podem ser simplesmente
relegados ao ajuste imperfeito entre as palavras e o
mundo, mas devem derivar da estrutura semântica das
próprias palavras.
CATEGORIAS COMO PROTÓTIPOS
Algumas das declarações de Rosch
(especialmente se tomadas fora do
contexto) são capazes de encorajar a
visão de que uma categoria pode ser
representada simplesmente em termos
do seu protótipo. Em Heider (1971), ela
supõe que “grande parte da
aprendizagem real da referência
semântica, particularmente em domínios
perceptivos, pode ocorrer através da
generalização a partir de exemplares
focais” (p. 455).
CATEGORIAS COMO PROTÓTIPOS
Uma abordagem para a relação dos protótipos
com os significados das palavras seria, então,
afirmar que o membro da categoria prototípica é o
significado da palavra e que o potencial referencial
de uma palavra é uma função da semelhança com
o protótipo. Os limites da categoria seriam
definidos pela presença de categorias vizinhas e
contrastantes.
CATEGORIAS COMO PROTÓTIPOS
This approach presupposes an “structuralist” view of
word meanings, whereby word meanings divide up
conceptual space in a mosaic-like manner, such that
the denotational range of one term is restricted by the
presence of neighboring, contrastive terms
(GEERAERTS; GRONDELAERS; BEKEMA,
1994, p. 119).
CATEGORIAS COMO PROTÓTIPOS
Em geral, porém, a visão de que uma
categoria pode ser definida apenas em
termos do seu protótipo levanta uma série de
problemas. Primeiro, para muitos conjuntos
de palavras, a metáfora do mosaico não é
aplicável.
CATEGORIAS COMO PROTÓTIPOS
Um segundo problema diz respeito à noção de
semelhança. O pássaro prototípico é um pequeno
pássaro cantor, como o tordo ou o pardal. Mas
parece absurdo afirmar que o protótipo é tudo o
que existe no conceito de pássaro – que o
significado de pássaro é “robin”/tordo (KLEIBER,
1990, p. 59) e que as criaturas são chamadas de
pássaros simplesmente com base na sua semelhança
com o protótipo.
CATEGORIAS COMO PROTÓTIPOS
A crítica sustentada de Fodor ao papel dos
protótipos (por exemplo, FODOR, 1980,
1998; FODOR; LEPORE, 1996) parece
basear-se na (má) compreensão dos
protótipos como sendo as categorias.
Fodor chamou a atenção para o fato de
que expressões complexas normalmente
não herdam os protótipos de seus
constituintes.
CATEGORIAS COMO CONJUNTOS DE
ATRIBUTOS PONDERADOS
“as categorias tendem a ser definidas em
termos de protótipos ou instâncias prototípicas
que contêm os atributos mais representativos
dentro de si e os menos representativos fora da
categoria” (ROSCH, 1978, p. 30, grifo nosso).
CATEGORIAS COMO CONJUNTOS DE
ATRIBUTOS PONDERADOS
Para Rosch, então, o protótipo é um membro da
categoria que exibe um número máximo de atributos
que são diagnósticos da categoria, na medida em que
esses atributos são compartilhados pelo maior número
de membros da categoria, mas tendem a não ser
partilhados por membros de categorias contrastantes.
A própria categoria passa a ser definida como um
conjunto de atributos que são ponderados
diferentemente de acordo com sua importância no
diagnóstico de associação à categoria, e uma entidade
pertence à categoria se as ponderações cumulativas
dos seus atributos atingirem um determinado limiar.
CATEGORIAS COMO CONJUNTOS DE
ATRIBUTOS PONDERADOS
Um exemplo de visualização de atributos ponderados pode ser
encontrado em Coleman e o conhecido estudo de Kay (1981)
sobre o verbo mentir. Eles identificaram três traços
característicos de uma mentira: é factualmente incorreto, o
falante acredita que está incorreto e o falante pretende enganar
o ouvinte. Se todas as três características estão presentes, uma
declaração é vista como um bom exemplo de mentira, caso
contrário pode haver dúvidas se uma mentira foi contada ou
não.
CATEGORIAS COMO CONJUNTOS DE
ATRIBUTOS PONDERADOS
Um grande problema com qualquer abordagem baseada em
características é que, em alguns casos, estas não podem ser
razoavelmente identificadas independentemente da categoria
que eles deveriam definir. Rosch tomou consciência deste
problema. Ela (1978, p. 42) observou que embora “tenha um
assento” possa ser uma característica de “cadeira”, saber o
que significa algo “ter um assento” baseia-se em uma
compreensão prévia do que significa algo ser um objeto
semelhante a uma cadeira. O problema provavelmente é muito
difundido.
CATEGORIAS COMO CONJUNTOS DE
ATRIBUTOS PONDERADOS
Ao contrário, é a própria categoria que fornece o
conhecimento de base para uma compreensão
adequada das suas características. É como se
precisássemos primeiro ter alguma representação
global de instâncias de categoria antes de sermos
capazes de identificar as características que a
definem. As características emergem como
dimensões de similaridade entre instâncias
conhecidas (LANGACKER, 1987, p. 22).
CATEGORIAS COMO CONJUNTOS DE
ATRIBUTOS PONDERADOS
Uma alternativa radical às abordagens baseadas em características interpreta uma
categoria simplesmente como uma coleção de instâncias. O conhecimento de uma
categoria consiste em um armazenamento de memória de exemplares encontrados
(MEDIN; SCHAFFER, 1978; SMITH; MEDIN, 1981). A categorização de uma
nova instância ocorre em virtude de semelhanças com um ou mais dos exemplares
armazenados. Na sua forma “mais pura”, a teoria exemplar nega que as pessoas
façam generalizações sobre exemplares de categorias. Representações mistas também
podem ser consideradas, no entanto, na medida em que instâncias que se assemelham
muito podem se fundir em uma imagem genérica que preserva o que é comum às
instâncias e filtra os detalhes idiossincráticos (ROSS & MAKIN, 1999).
PROTÓTIPOS COMO PADRÕES DE CATEGORIA
Outra abordagem para protótipos e categorização
é a visão de que os protótipos constituem o valor
padrão de uma categoria, ativado na ausência de
informações mais específicas. Se os protótipos
forem padrões, devemos esperar que os atributos
do protótipo possam ser substituídos à medida
que informações mais específicas se tornam
disponíveis. A noção do que é prototípico também
pode variar de acordo com o conhecimento prévio
e a tarefa em questão (BARSALOU, 1987).
PROTÓTIPOS COMO PADRÕES DE CATEGORIA
Por que é que certas configurações de propriedades (ou certos
conjuntos de exemplares) passam a constituir uma categoria?
Rosch (1975b, p. 197) sugeriu que estes podem refletir a
“estrutura correlacional do ambiente”, em que as categorias
“seguem a correlação natural dos atributos, aqueles que
maximizar a correlação e, portanto, a previsibilidade dos
atributos dentro das categorias.” Esta abordagem faria a
previsão (manifestamente incorreta) de que diferentes línguas
se concentrariam essencialmente nas mesmas categorias, e
também de que as categorias só mudariam se o ambiente
mudasse (MACLAURY, 1995, p. 251).
PROTÓTIPOS E O NÍVEL BÁSICO
Relação entre as palavras e as coisas no mundo;
Perspectiva referencial ou semasiológica;
Perspectiva onomasiológico: fundamenta a noção de termo de nível básico;
Nível básico: é neste nível que as categorias são maximamente contrastantes no que
diz respeito à validade dos seus atributos (MURPHY, 2002, cap. 7).
As noções de protótipo e nível básico são frequentemente geminadas, tendo a
primeira a ver com a organização “horizontal” das categorias, a segunda com a sua
organização “vertical” em taxonomias (ROSCH, 1978).
POLISSEMIA
Os vários significados de um item polissêmico constituem uma “categoria de
sentidos”, que se centra em um sentido “prototípico” ou “mais representativo”, do
qual os demais podem ser derivados. Esta abordagem de “rede radial” à polissemia
tem desfrutado de considerável popularidade.
Cada um dos sentidos identificáveis de uma palavra polissêmica constituirá ele
próprio uma categoria, com sua própria estrutura interna, instâncias prototípicas e
assim por diante.
POLISSEMIA
Primeiro, precisamos ter em mente que quando falamos de uma “categoria de
sentidos” ou do sentido “prototípico” de uma palavra polissêmica, estamos usando
os termos “categoria” e “prototípico” de maneira bastante diferente de como eles
são usados com referência aos tipos de estudos que Rosch realizou. Num caso, a
categoria consiste em sentidos distintos; no outro, estamos lidando com diferentes
instâncias de um mesmo conceito.
Em segundo lugar, no caso de algumas palavras polissémicas, parece altamente
contra-intuitivo falar de uma “categoria de sentidos”.
POLISSEMIA
No outro extremo do espectro estão os casos em que é difícil determinar se dois
usos de uma palavra exemplificam dois sentidos distintos ou um mesmo sentido, e
os vários critérios para a distinção que foram propostos por vezes não dão uma
resposta inequívoca.
Talvez a conclusão mais razoável a tirar do que foi dito acima é que conhecer uma
palavra envolve aprender um conjunto (possível, um conjunto muito grande e
conjunto aberto) de usos e padrões de uso estabelecidos.
Neste contexto, Langacker (1987, p. 381), fala de protótipos “locais”. Langacker
interpreta uma linguagem como um inventário de recursos simbólicos
convencionalizados (p. 57).
CATEGORIAS FONOLÓGICAS
Pressupõem traços binários para definir segmentos fonéticos, formando a base para
regras fonológicas, generalizações e restrições.
Abstraem detalhes finos fonéticos e variações na pronúncia real, negligenciando
dimensões sociofonéticas da fala.
Dificuldades em reconciliar a evidência de armazenamento de palavras, sílabas e
segmentos em formas fonéticas completas.
Constatação de que uma quantidade significativa de informação "episódica" é
preservada, adicionando complexidade à relação entre fonologia e fala.
Condições necessárias e suficientes para a pertença de uma categoria enfrentam
desafios diante da variedade de realizações possíveis, especialmente no caso do
fonema /t/ em inglês.
Diante da falta de características fonéticas comuns, Taylor (2003) propõe uma
análise de categoria radial, seguindo a abordagem de Nathan (1986).
CATEGORIAS FONOLÓGICAS

O fonema /t/ em inglês é particularmente instrutivo a esse respeito. Este fonema é notável por seu rico e variado
conjunto de alofones. Estes incluem as variantes aspiradas, não aspiradas, glotalizadas e ejetivas, realizações alveolares e
dentárias, sons sonoros e surdos, bem como flaps, aproximantes e, cada vez mais em muitos dialetos, a oclusiva glótica.
Foneticamente, esses sons carecem de características definidoras comuns.
CATEGORIAS FONOLÓGICAS
Grieser e Kuhl (1989) e Kuhl (1991) aplicaram a metodologia de Rosch para avaliar
a qualidade de exemplos de fonemas vocálicos.
Sujeitos conseguiram julgar sons vocálicos sintetizados como bons ou menos bons
exemplos de um fonema vocálico.
Observação de limites difusos à medida que tokens de uma vogal eram
gradualmente categorizados como tokens de uma vogal vizinha.
Espaço vocálico comparável ao espaço de cores, ambos percebidos em termos de
"focos" ou pontos centrais, mesmo sem linhas de demarcação óbvias.
Semelhança com estudos sobre cores, onde, embora as línguas dividam o espaço de
cores de maneira diferente, os falantes concordam sobre os pontos focais.
Ausência de fronteiras definidas, mas certas regiões, como as "vogais pontuais" /i, a,
u/, são consideradas especiais devido à estabilidade vocal alcançada.
CATEGORIAS FONOLÓGICAS
Diferenças entre línguas na quantidade de
categorias vocálicas reconhecidas e variação
nos valores "focais".
Estudos revelam que bebês até os seis meses
têm a capacidade de discriminar diferentes
qualidades vocálicas.
CATEGORIAS FONOLÓGICAS
A pesquisa de Kuhl (1991; 1995) revela o "efeito magnético perceptivo" causado
pela exposição contínua à língua ambiente.
A exposição inicial a articulações claras e prolongadas, dirigidas a crianças, semeia
categorias vocálicas, reestruturando o espaço vocálico.
O efeito magnético perceptivo reduz a distância perceptual entre o protótipo e seus
vizinhos, atraindo os sons em direção ao protótipo.
Resulta na percepção categórica dos sons vocálicos, onde as diferenças dentro de
uma categoria são subestimadas.
Mecanismo contribui para a impressão subjetiva de que todos os membros de uma
categoria de fonema são essencialmente "iguais".
Contrariando Bloomfield (1993), pesquisas subsequentes mostram que esperança
em propriedades acústicas invariantes era ilusória.
CATEGORIAS FONOLÓGICAS
Descobertas de Kuhl sobre fonemas vocálicos são compatíveis com teorias de
protótipos, sugerindo representação baseada na proximidade ao protótipo.
Consistente com a teoria exemplar de Pierrehumbert (2001, 2002), onde a
representação mental de uma vogal consiste em traços de memória de ocorrências
prévias.
Sugere-se que a ênfase inicial deve ser na propagação de novas categorias através de
melhores exemplos, em vez de treinar discriminação de casos limítrofes.
Estudos apoiam a eficácia de priorizar a exposição a padrões exemplares na
formação de categorias (MCCLELLAND, FIEZ, MCCANDLISS, 2002).
CATEGORIAS SINTÁTICAS
Diversos testes, incluindo distribuição e substituibilidade, são usados para
determinar propriedades sintáticas e categorias linguísticas.
Os testes ajudam a identificar se um grupo de palavras forma um constituinte
sintático, se é um sintagma nominal ou verbal, e se atua como sujeito de um verbo.
Centrados em distribuição e substituibilidade, esses testes contribuem para definir
categorias linguísticas com base em suas características.

"The cat sat on the mat"


"There’s a man at the door"
"There’s a man been shot"
CATEGORIAS SINTÁTICAS
A argumentação de Aarts (2004) destaca que há graus de representatividade em
categorias gramaticais e lexicais, mas evidências limitadas de limites confusos entre
essas categorias.
Casos como modificadores em expressões como "torta de maçã" em inglês e
adjetivos nominais em japonês (UEHARA, 2003) evidenciam áreas cinzentas entre
categorias.
A distinção entre possessivos pré-nominais e compostos, como em "crânio [de um
homem]" e "[crânio de homem]" (TAYLOR, 1996), pode apresentar imprecisão.
Exemplos destacam a complexidade e fluidez de fronteiras categorizadoras na
linguística, evidenciando a relatividade de certas classificações.
CONSTRUÇÕES
Construções são padrões que combinam unidades linguísticas menores, como
palavras, morfemas e frases.
Abordagens generativas veem construções como resultados de regras, enquanto
perspectivas baseadas no uso as consideram inferidas pelos falantes a partir do
input.
Construções podem ser descritas tanto semanticamente (qual o significado
transmitido?) quanto formalmente (quais itens são prováveis e em que
configuração?).
Ambos os aspectos das construções podem gerar efeitos de protótipo, influenciando
a aceitabilidade e a variação.
Discussão sobre a extração de Wh a longa distância ilustra efeitos de protótipo na
aceitabilidade da construção.
CONSTRUÇÕES
Verhagen (2005) destaca um protótipo claro para a extração de Wh a longa
distância, observando uma tolerância a desvios mínimos desse protótipo.
Verhagen argumenta que a saliência do protótipo na construção "você acha" se deve
à cláusula principal não carregar o conteúdo informativo principal, funcionando
pragmaticamente como um apelo ao ouvinte.
O papel pragmático é observado em crianças nas primeiras frases complexas,
indicando uma função semelhante.
Verhagen argumenta que uma abordagem de protótipo para a construção é
preferível por sua adequação descritiva e pela explicação oferecida para a natureza
do protótipo.
A aplicação da noção de protótipo às construções contribui para a compreensão de
fenômenos linguísticos complexos.
CONSTRUÇÕES
O exemplo da extração Wh ilustra a associação entre uma construção e os itens
prováveis de ocorrerem nela.
Verhagen propõe que a construção seja considerada uma categoria, representando
características ou atributos da categoria.
A associação pode ser estudada pela validade de sugestão e validade de categoria,
examinando a probabilidade de uma entidade ser membro da categoria e a
probabilidade de um membro da categoria possuir uma determinada característica.
Permite inferências sobre a probabilidade de uma entidade exibir uma propriedade
com base em sua associação com uma categoria, como a probabilidade de um
pássaro ter asas e ser capaz de voar.
Categorias úteis para construir e operar geralmente combinam validades de
sugestão e de categoria.
CONSTRUÇÕES
Validade de sugestão refere-se à probabilidade de uma entidade fazer parte de uma
categoria dada sua ocorrência, enquanto a validade de categoria é a probabilidade
de uma palavra ocorrer como parte de uma construção específica dada a presença
dessa construção.
Exemplo de "palavras cranberry," como "dint," ilustra alta validade de sugestão,
sendo altamente preditiva da construção "por força de."
A ocorrência de "por" não prediz efetivamente o uso de "dint" em outras
construções, mostrando assimetria na relação.
Na construção holandesa de extração Wh, alta validade de categoria é
exemplificada, pois sua ocorrência prediz fortemente a presença do verbo principal
"denken."
Destaca a importância das associações entre construções e itens para compreender a
eficácia das categorias linguísticas na comunicação.
CONSTRUÇÕES
"Dint" e extração de Wh mostram assimetrias notáveis em relação à sugestão e à
validade da categoria, consideradas marginais nas línguas devido às baixas
frequências absolutas.
Casos em que ambas as validades convergem para valores moderadamente elevados
são essenciais para o núcleo produtivo e dinâmico de uma língua.
A análise colostrucional examina as construções em relação às palavras e vice-versa,
destacando a associação mútua entre palavras e construções.
Exemplos como a construção [V PP] em inglês revelam forte associação de certas
palavras, como "lote," contribuindo significativamente para sua ocorrência.
Goldberg investigou a interação de palavras e construções em construções de frases
verbais em inglês, destacando um verbo "prototípico" associado a construções
específicas.
CONSTRUÇÕES
Sintaxe e léxico de uma língua estão intrinsecamente entrelaçados, moldando a
estrutura da linguagem pela interação entre categorias e suas características.
A interação entre palavras e construções é fundamental para a aprendizagem de
línguas, refletindo a tendência da linguagem em categorizar situações de acordo
com os recursos linguísticos disponíveis.
Esses estudos corroboram as descobertas de Rosch sobre a estrutura interna das
categorias na linguagem, destacando a tendência da linguagem em categorizar
situações.
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(EM INGLÊS).

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