Classificação: abordagem para estudantes de Biblioteconomia
por Derek Langridge.
PARTE I:
A classificação transforma impressões
sensoriais isoladas e incoerentes em
objetos reconhecíveis e padrões
recorríveis.
A organização social requer muitas
classificações que variam do simples ao
complexo = exemplos de objetos que
necessitam de uma classificação
detalhada são aqueles exibidos em
museus, as pinturas e as esculturas em
galerias de arte e os animais em
zoológicos. Embora estas duas
classificações sejam relacionadas, elas
podem ser diferenciadas como:
classificação para o arranjo de objetos e
classificação de ideias. De modo geral, a
última é mais complexa e mais difícil.
Pode haver várias maneiras de classificar
os mesmos objetos ou ideias.
O homem elabora classificações, não as
descobre.
O primeiro tipo de classificação é
conhecido como natural, o segundo como
artificial.
A escolha da classificação está sempre
relacionada a um propósito = Não existe
portanto nenhuma razão em julgar
qualquer classificação como sendo certa
ou errada. Ela pode ser apenas mais ou
menos adequada para o seu propósito,
embora algumas classificações possam
servir a mais propósitos do que outras.
O propósito de classificação em biblioteca
é organizar o conhecimento como contido
em livros e outros meios = a expressão
classificação bibliográfica é comumente
usada como sinônimo para classificação
em biblioteca. Tanto uma expressão
quanto a outra infere o uso da
classificação não só para o arranjo do
acervo em estantes (algumas vezes
chamada de classificação de estante) mas
também para o arranjo de entradas de
assuntos em catálogos, índices e
bibliografias.
Organização do conhecimento é a
expressão mais abrangente para designar
a função da biblioteca desempenhada
pela classificação, Indica a habilidade não
apenas para identificar itens de
informação específicos e definidos de
forma precisa, mas também para
demonstrar a completa gama de assuntos
disponíveis na biblioteca e suas relações
entre si. [...] enquanto os escritores da
pré-guerra usavam a expressão
organização do conhecimento, os
escritores modernos a têm substituído,
frequentemente, por expressões como
recuperação da informação ou
armazenagem e recuperação da
informação. É possível haver unidades
isoladas de informação mas o tempo
conhecimento implica organização.
O estudo fundamental da classificação
está intimamente relacionado ao estudo
de significado e definição. Contribuições
são feitas, em formas diferentes, por
psicólogos, linguistas e filósofos. Os
psicólogos se preocupam com o processo
de classificação como ele ocorre na
mente humana. Os linguistas e filósofos
tratam de significados, definições e
classificações incorporadas em
determinadas línguas. Os filósofos, por
outro lado, se preocupam com a natureza
dessas atividades - com o que
precisamente pretendemos quando
falamos de significado, definição ou
classificação.
“Conceito” é o termo mais fundamental
em todos os estudos relacionados com a
classificação = Os conceitos são
expressos em palavras mas não são
idênticos como palavras. É possível
também haver um conceito (de alguma
coisa) para o qual não haja palavra para
expressá-lo ou para o qual não
conheçamos a palavra. Classe-conceito é
a nossa ideia de um determinado grupo
de objetos. A compreensão de uma
classe-conceito pode ser demonstrada de
duas maneiras - pela habilidade em dizer
se um determinado objeto pertence ou
não à classe, ou pela habilidade em
descrever as propriedades (ou
características) em razão das quais ele
pertence àquela determinada classe.
Os dois aspectos de uma classe-conceito
dão origem às expressões “elementos de
classe” e “classe inclusa”. Os membros de
uma classe são os objetos individuais dos
quais ela é composta. A expressão
“classe inclusa”, por outro lado, é restrita
às classes menores incluídas em uma
classe maior. O conhecimento científico
trata exclusivamente de classes, mas em
humanidade a ênfase é muito mais em
indivíduos. A classificação em biblioteca é
interessada, portanto, em elementos de
classe assim como em classe inclusa.
A denotação de um termo são os
membros da classe representados por
aquele termo. O termo extensão é usado
frequentemente como sinônimo de
denotação, mas algumas vezes, para
significar todas as classes menores
incluídas numa classe maior. Essas
classes menores estarão baseadas nas
propriedades da classe maior. O termo
conotação significa o conjunto de
propriedades que define o termo para a
classe.
O termo intenção é usado algumas vezes
com o mesmo significado. Pode ser usado
também para significar todas as
propriedades partilhadas em comum pelos
membros de uma classe - neste caso
também denominada de intenção
objetiva, ou todas as propriedades
presentes na mente de uma pessoa que
se refere à classe - neste caso também
denominada de intenção subjetiva.
Os livros de lógica dão as seguintes
regras básicas de classificação (ou
divisão lógica):
● A característica (princípio) de
divisão deve produzir no mínimo
duas classes.
● Apenas um princípio de divisão
deve ser usado de cada vez para
produzir classes mutuamente
exclusivas.
● As subclasses devem ser
completamente exaustivas quanto
à classe origem (de outra maneira
somos deixados com um elemento
desconhecido).
● Ao dividir uma classe
sucessivamente em subdivisões
cada vez menores, nenhuma
etapa de divisão deve ser omitida.
Essa regra é mencionada algumas
vezes como o princípio da
modulação.
A mais séria limitação à divisão lógica é
que ela se refere apenas a um tipo de
relação - aquela entre a coisa e seus
tipos, conhecida em contextos científicos
como gênero e espécie. Uma relação que
é confundida muitas vezes com divisão
lógica é a partição - a divisão de um todo
em suas partes.
PARTE II:
Assuntos = são de mais de um tipo;
diferem em grau de complexidade.
Todo o conhecimento humano é um
conhecimento parcial e os nossos
enfoques diferentes do mundo são
refletidos em diferentes formas de
conhecimento ou disciplinas
fundamentais.
Paul Hirst, aplica quatro critérios para
definir essas formas: os conceitos usados,
a estrutura lógica, a metodologia e os
meios de testar descobertas. Com esses
critérios distingue oito formas:
matemática, ciências físicas, ciências
humanas, história, conhecimento moral,
arte, religião e filosofia. A palavra
“disciplina” é usada indiscriminadamente
para denominar qualquer corpo
sistemático de conhecimento e, é portanto
aconselhável usar a expressão “disciplina
fundamental” quando nos referimos às
maiores divisões do conhecimento. O
professor Hirst reconhece também duas
outras maneiras de organizar o importantes deste estudo são históricos,
conhecimento. A uma ele denomina de
campos do conhecimento, e nela o
conhecimento de várias formas é coletado
em torno de um objeto ou interesse
central. A outra ele denomina de teorias
práticas.
A classificação em bibliotecas deve fazer
uso de cada sistema científico que existe.
Em classificação reservamos o termo
“categoria” para as classes mais gerais de
fenômenos.
Outro elemento importante é o conceito
de relações entre categorias. Há uma
relação entre uma coisa e suas
propriedades, uma coisa e suas ações,
uma coisa e as ações desenvolvidas nela
e assim por diante.
Os sistemas de classificação para o
conhecimento podem, eles próprios, ser
classificados de acordo com o propósito a
que se destinam = Um mapa completo de
qualquer área do conhecimento,
mostrando todos os seus conceitos e suas
relações, é conhecido como um esquema
ou sistema de classificação. Tais
esquemas podem ser idealizados para
propósitos diferentes. R.C.Richardson
divide os sistemas, primeiro, em teóricos e
práticos. Os teóricos compreendem três
classes: filosófica/científica, pedagógica e
enciclopédica.
Richardson dividiu os sistemas práticos
em bibliotetico - para o arranjo de livros
em estantes de uma biblioteca - e,
bibliográfico, adequado ao arranjo de
títulos numa bibliografia ou catálogo
sendo portanto mais flexível do que o
bibliotetico.
Universo do conhecimento é a
denominação atualmente dada ao estudo
do conhecimento sob vários pontos de
vista como uma preparação para os
estudos mais técnicos dos bibliotecários.
O estudo dessa área foi iniciado pelo
grande bibliotecário e professor hindu,
Ranganathan. Os elementos mais
filosóficos e sociológicos.
O bibliotecário não é um perito sobre o
universo do conhecimento: este é o
campo dos filósofos, dos cientistas e dos
historiadores. O bibliotecário, entretanto,
está interessado nas descobertas por eles
realizadas e sobre elas deve basear seu
próprio trabalho na organização do
conhecimento. Para caracterizar o
trabalho dos bibliotecários quando
definem áreas de conhecimento para
classificações bibliográficas o
Ranganathan introduziu a expressão
universo de assuntos.
PARTE III:
A classificação em biblioteca deve levar
em consideração as características físicas
do acervo = A característica mais
importante da classificação em biblioteca
é portanto sua relação com a classificação
do conhecimento. Essas características
constituem a forma de um documento é
distinto de seu assunto. A forma nos diz o
que um documento é, distinto de sobre o
que é.
A forma física é a última característica a
ser levada em consideração = o ponto
mais importante a se considerar sobre
essas formas é exatamente os mesmos
termos podem ocorrer como assuntos.
Desde que as formas físicas não afetam o
assunto que contém, os termos “livro” e
“documento” nas páginas seguintes
podem ser considerados para significar
qualquer forma física.
As formas de apresentação são diferentes
das formas físicas = Há três grupos
distintos dessas formas de apresentação.
O primeiro se refere aos símbolos usados
para transmitir informação. Podem ser
pictóricos, matematicos e línguas. O
segundo descreve o método de seleção,
arranjo ou apresentação. Podem ser
agrupados a grosso modo de acordo com
o que indicam: ordem, formas “literarias”,
reduções, coleções, chaves e regras. A
terceira forma de apresentação origina a
maior confusão entre assunto e forma. A
indicação do texto para determinados
leitores é frequentemente confundida com
assunto.
Um esquema que prevê a terceira forma
de apresentação é a Classificação dos
Dois Pontos e, Ranganathan a denominou
de forma de fase de intenção. Esse é um
meio de indicar o nível de apresentação,
que é expresso também por termos como
“ elementar”, "intermediário" e “avançado”.
Um pouco semelhante em aparência com
a fase de intenção é o ponto de vista. O
exemplo mais simples de ponto de vista é
“pró e contra”.
As disciplinas fundamentais poderiam ser
descritas como formas intelectuais de
apresentação. As subdisciplinas são
misturadas pois nos apresentam forma
intelectual e assunto. A diferença entre
formas de conhecimento e formas de
apresentação é que as formas do
conhecimento realmente afetam o
conteúdo do assunto, as formas de
apresentação não.
O assunto é o nosso principal interesse
na classificação em biblioteca.
Alguns escritores afirmam que uma única
classificação em biblioteca pode e deve
ser feita para atender a todos os
propósitos. Outros afirmam que esquemas
diferentes são necessários para
propósitos diferentes. Ranganathan é o
mais notável adepto do primeiro ponto de
vista, enquanto que o segundo é comum
nos EUA.
As vantagens de um único esquema para
todos os propósitos são óbvias e
atraentes: econômicas de esforço,
cooperação entre bibliotecas e
familiarização para os usuários.
A classificação em biblioteca é idêntica a
uma classificação pura do conhecimento?
O melhor pensamento moderno diz Sim,
com alguns pequenos ajustes.
Reconhece, contudo, que na realidade
não existe nenhum limite para as
distinções teóricas que possam ser feitas,
e o grau de detalhe que possa ser
especificado.
Estabelece um limite levando em
consideração o conhecimento como foi
publicado. Essa prática de exame é
conhecida como uso corrente na
literatura. A expressão foi originalmente
usada há sessenta anos atrás pelo
bibliotecário inglês, Wyndham Hulme.
Para ele, “Uso Corrente na Literatura”
significa um sistema de classificação dos
assuntos dos livros, como diferente das
classificações filosóficas ou científicas do
conhecimento.
O argumento de Hulme foi aplicado
apenas aos assuntos contidos nos livros
como um todo, não aos assuntos mais
específicos de artigos de periódicos. “Uso
corrente na literatura” é também uma
expressão ocasionalmente usada em seu
sentido restrito de volume de literatura
sobre um assunto. Tem sido adotada na
CDD para estabelecer um limite arbitrário
à quantidade de detalhes especificada no
esquema.
A classificação em biblioteca usa a
classificação filosófica como base =
Classes principais diferem em número de
um esquema para outro, não são
usualmente definidas de forma clara e
não fazem nenhuma distinção entre as
disciplinas fundamentais e as sub
disciplinas.
A exceção notável referida no parágrafo
anterior é a Classificação de Assuntos,
idealizada em 1906 por James Duff Brown
para uso em bibliotecas inglesas. É
também notável por estar virtualmente
extinta. O argumento óbvio contra esse
princípio é que as pessoas raramente
estão interessadas em todos os aspectos
de uma determinada entidade.
Ranganathan usa a expressão assunto
básico para significar qualquer área do
conhecimento na qual a pessoa possa se
especializar.
Nosso primeiro princípio para a em facetas, de acordo com regras para
classificação de fenômenos deve portanto
ser a aplicação de categorias. O conjunto
mais geral usado para esse propósito é o
da Classificação dos Dois Pontos de
Ranganathan. Consiste de cinco
categorias denominadas: personalidade,
matéria, energia, espaço e tempo. A
vantagem desse conjunto é que ele pode
ser aplicado a todas as áreas do
conhecimento.
As categorias aplicáveis no todo, ou em
grande parte, do conhecimento são
conhecidas como categorias
fundamentais.
No contexto de uma determinada classe,
usamos o termo faceta. O princípio
particular usado para definir qualquer
faceta é conhecido como sua
característica de divisão.
Se o documento tem apenas uma única
faceta essa deve ser um assunto básico.
Esses são chamados assuntos simples
por Ranganathan e implicam em que o
documento trate de todo o campo
nomeado e não destaque qualquer
fenômeno particular.
Tais termos por eles próprios são
chamados isolados por Ranganathan.
Quando temos isolados são listados
sistematicamente em determinadas
classes, são conhecidos como focos
dentro das facetas.
Um livro composito é aquele que contém
dois ou mais assuntos distintos.
Uma classificação filosófica ou científica
consiste em um único conceito. Uma
classificação em biblioteca por outro lado
deve incluir classes. Há duas maneiras
pelas quais podemos tentar atingir essa
finalidade. A primeira é listar cada
possível assunto, simples e composto que
possa ocorrer. Os esquemas que listam
um grande número de assuntos composto
são conhecidos como enumerativos. Esse
outro método consiste em listar apenas
assuntos básicos e isolados arranjados
reunir essas partes elementares para
formar assuntos compostos. Tais
esquemas são conhecidos como
facetados ou analítico-sintéticos. Analisam
os assuntos em suas partes
componentes.
Uma qualidade essencial de um esquema
de classificação é a consistência no uso e
consequentemente a possibilidade de
predizer a localização de determinados
assuntos.
Regras estritas para combinar os
símbolos que representam as partes
componentes de assuntos compostos são
portanto essenciais se quisermos evitar o
caos no uso de um sistema de
classificação facetado. Elas são
conhecidas como a regra para ordem de
citação. Vários princípios para a escolha
de ordem de citação têm sido sugeridos,
O princípio mais fundamental é o da
dependência. Ranganathan o denomina
de princípio de Parede-Quadro. A ordem
de citação mais comum é a de conceitos
sucessivamente dependentes. Essa
ordem de dependência é mencionada
algumas vezes como ordem de citação
padrão. Outros princípios de ordem de
citação incluem a subordinação dos meios
aos fins. A escolha da ordem de citação é
muito importante uma vez que ela
determina, mais do que qualquer outro
fator, o arranjo dos assuntos em uma
biblioteca. Deve portanto ser baseada nas
necessidades dos usuários. Aqueles
aspectos de um assunto que ocorrem
como subdivisões em vários lugares são
conhecidos como conceitos relacionados
dispersos.
A ordem de citação diz respeito apenas à
ordem das partes constituintes dentro dos
assuntos de documentos individuais. A
expressão geralmente usada hoje em dia
para designar a ordem completa das
classes é ordem de arquivamento. A
ordem dos itens em um acervo a
expressão ordem de estante é usada
algumas vezes, e para a ordem das
classes nas páginas de um esquema de
classificação é usada a expressão ordem
de tabelas.
Diz-se ser mais geral qualquer assunto
que seja maior do que o outro e que
contenha completamente; tais relações
são denominadas algumas vezes como
relações de abrangência. Incluem: classe
principal ou assunto básico em relação a
todas as suas subdivisões, gênero em
relação à espécie, toda em relação à
parte e classe em relação a seus
membros. Sendo assim, como essa
ordem se aplica a gênero e espécie é
algumas vezes denominada como uma
ordem de extensão decrescente e
intenção crescente.
Isto meramente significa que onde quer
que a relação de geral/especial se aplique
entre dois itens o geral precederá o
especial. Onde os itens não estão na
relação geral/especial outros princípios de
ordem devem ser encontrados.
A ordem escolhida para as classes
principais de qualquer esquema particular
deve refletir uma visão contemporânea
predominante. O que é chamado de
ordem "evolucionária" é um exemplo.
Bliss ainda argumentou, embora de
maneira não muito convincente, que
houve uma grande correlação entre a
ordem de desenvolvimento na natureza,
no conhecimento e na aprendizagem.
Também usou um princípio subsidiário no
arranjo das classes da Classificação
Bibliográfica que denominou de Gradação
por especialidade. Com isso ele quis dizer
que as disciplinas mais limitadas em
escopo deveriam vir depois daquelas de
maior aplicação.
Um princípio que opera dentro de uma
faceta é, certamente, a ordem do geral
antes do especial que se aplica ao gênero
e suas espécies. Ranganathan sugeriu as
seguintes possibilidades para ordem na
série: quantidade crescente, mais antigo
no tempo, mais antigo na evolução,
contiguidade espacial, complexidade
crescente, ordem canônica, categoria
favorecida ou uso corrente na literatura e
ordem alfabética.
A ordem de citação se refere à ordem de
combinar as facetas dentro do assunto de
um determinado documento.
O problema da ordem de arquivamento
para as facetas aparece quando temos
dois livros. Ranganathan sugere que o
princípio aqui é aquele em que o assunto
mais abstrato vem primeiro e o mais
concreto em segundo. Isto é precisamente
o oposto do princípio usado para ordem
de citação e é portanto comumente
conhecido como o princípio de inversão.
O geral contém o especial, mas não há
dúvidas de que o abstrato não contém o
concreto (ou vice-versa). Nesse estágio é
suficiente compreender que a ordem de
arquivamento de facetas é escolhida de
maneira a preservar o princípio do geral
ao especial onde quer que ocorra no
esquema.
Há apenas dois métodos fundamentais
para mostrar relações: por justaposição
ou por referência-cruzada. Um esquema
de classificação adequado usa o primeiro
método, com uma quantidade limitada de
referência-cruzada para indicar as
relações não mostradas pela ordem
principal.
Quando os assuntos são arranjados por
nome em ordem alfabética as relações
são principalmente mostradas por
referência-cruzada. Tal lista de assuntos é
conhecida como uma lista de cabeçalhos
de assuntos e, quando é usada para
construir um catálogo, o resultado é
conhecido como um catálogo alfabético
de assuntos.
Os métodos subsidiários usados para
mostrar relações de assuntos,
principalmente em tabelas de
classificação, são: margens à esquerda,
estilo de apresentação, peso e tamanho
do caráter tipográfico.
A notação é apenas um instrumento de
codificação para facilitar o arranjo dos
itens em um sistema de classificação. No
Ocidente isso virtualmente nos limita aos
números arábicos 0-9 e às letras romanas
A-Z (ou a-z). Há apenas uma função que
uma notação deve desempenhar e que é
a preservação da ordem desejada. Se
apenas um conjunto de símbolos é usado,
a notação possui a qualidade da pureza.
A qualidade necessária para esse aspecto
da função é conhecida como
hospitalidade. Uma notação hospitaleira é
aquela que permite a inclusão de
qualquer assunto novo em seu devido
lugar. Uma segunda função que a notação
frequentemente desempenha é atuar
como um instrumento de localização ou
elo entre o catálogo e o acervo. As outras
qualidades da notação se referem a sua
aceitação pelos usuários e podem então
ser chamadas de psicológicas.
São englobadas pelo termo simplicidade.
Uma notação deve ser fácil de ler,
escrever e lembrar. As outras qualidades
são brevidade e mnemônica. A principal
determinante de brevidade é o número de
símbolos na notação, conhecido como o
comprimento da base.
Outros fatores que afetam a brevidade
são: a quantidade de detalhes a ser
especificada e a uniformidade de
distribuição da notação através do
esquema. Os artifícios mnemônicos
(auxílios à memória) são apresentados
principalmente para garantir que o mesmo
isolado seja sempre representado pela
mesma notação, independentemente do
contexto no qual ocorre.
Além de sua função obrigatória de
preservar a ordem, uma notação pode
mostrar também algumas relações dentro
de e entre assuntos. Os símbolos usados
para introduzir as facetas são conhecidos
como indicadores de faceta e o melhor
termo para uma notação deste tipo é
expressiva. Uma notação que mostra a
hierarquia gênero/espécie desta maneira
deve ser chamada de notação
hierárquica. “Expressiva” e "hierárquica"
são termos usados um tanto
indiscriminadamente na literatura de
classificação em biblioteca e, o estudante
está sujeito a possíveis confusões. As
duas coisas são diferentes e um esquema
pode apresentar uma sem a outra.
Esquemas como a Classificação dos Dois
Pontos que apresenta ambas podem ser
chamados "hierárquicos e expressivos”.
Por causa desses problemas muitas
notações modernas não mostram
hierarquia e são conhecidas como
notações ordinais.
PARTE IV:
Os esquemas gerais são elaborados
especialmente para bibliotecas públicas,
bibliotecas acadêmicas e bibliografias
nacionais. Os esquemas especializados
são elaborados para aquelas bibliotecas
que enfatizam uma área de conhecimento
ou servem a um grupo especial de
pessoas (frequentemente com o mesmo
interesse). Os esquemas especializados
têm um assunto central (a especialização
denominada) e assuntos periféricos (com
diferentes graus de importância em
relação à especialização). Os esquemas
especializados são usados em
bibliografias, serviços de indexação e
resumos, assim como em bibliotecas
especializadas. Deve haver três partes em
qualquer esquema geral: as tabelas, as
regras para uso e o índice alfabético. Os
esquemas podem ser analisados como
segue: estrutura geral (assuntos básicos)
e estrutura das classes individuais. Os
esquemas são denominados
enumerativos ou facetados mas esses
termos são realmente relativos. O
esquema de Dois Pontos é o único
completamente facetado, seguido pela
CDU. O da Biblioteca do Congresso é o
mais próximo do outro lado da escala,
seguido por Dewey, com a Classificação
Bibliográfica no meio do caminho. O único
esquema geral completamente
enumerativo é a Classificação
Internacional de Rider. Esses são quase
sempre listados separadamente como
divisões comuns de assuntos. Também
listadas para uso em qualquer classe são
as divisões de forma.
Classificação Decimal de Dewey:
● Autor é o Mevil Dewey;
amplamente usada em todo o
mundo, especialmente em
bibliotecas públicas.
● As classes principais são: 100
filosofia, 200 religião, 300 ciências
sociais, 400 classe vaga, pois
filologia não representa uma
disciplina fundamental, 500
ciência, 600 tecnologia, 700/800
artes, 900 história.
● Apresenta notação com números
decimais puros; suas regras são
inadequadas para assegurar uso
consistente do esquema.
Classificação Decimal Universal:
● Retirada de Melvil Dewey por Paul
Otlet e Henri La Fontaine
(Bélgica), Frits Donker Duyvis
(Holanda) e um grande número de
membros anônimos de comitês da
Federação Internacional de
Documentação.
● Uso em bibliotecas especializadas
em todo o mundo e
particularmente na Europa.
● Notação formada por números
decimais além de indicadores de
facetas especiais, com os dois
pontos como um sinal de relação
 versátil. Possui a virtude de não
proporcionar nenhuma regra. Seu
índice alfabético varia de uma
edição para outra.
Classificação da Biblioteca do
Congresso:
● Autoria dos funcionários da
Biblioteca do Congresso.
● Cada classe no esquema é
publicada separadamente desde
1902. É usada na própria
Biblioteca e em bibliotecas de
universidades nos EUA e
Grã-Bretanha.
● Estrutura baseada
Classificação Expansiva de Cutter
(1893). Há menos de vinte classes
principais arranjadas na ordem:
humanidades, ciências sociais,
artes, ciências e tecnologia.
● A ordem alfabética
frequentemente usada e a ordem
de citação nem sempre é
consistente. Sua notação mistura
letras e números inteiros. É o
menos sistemático de todos os
esquemas, com possibilidade
frequente
classificação-cruzada.
Classificação Bibliográfica:
● Henry Bliss é o autor.
● Uso mais ou menos limitado À
Grã-Bretanha e aos países do
Commonwealth.
● Apresenta estrutura formada por
cerca de vinte classes principais
arranjadas numa ordem que
corresponde a maior implicação da
ideia de evolução.
● A notação é apresentada por letras
maiusculas, com números e letras
minúsculas usadas para
subdivisões comuns. A vírgula é
usada como indicador de faceta, o
hífen como equivalente aos dois
pontos na CDU. É parcialmente
expressiva, mas não é hierárquica,
a hospitalidade é alcançada pelo
princípio decimal e notação
ordinal.
● Suas regras são inadequadas para
uso consistente das tabelas
auxiliares para assuntos
compostos e seu índice alfabético
não é particularmente bom pois
apresenta muitas redundâncias
através da repetição de
subdivisões já apresentadas nas
tabelas. É o mais didático de todos
os esquemas gerais.
na Classificação dos Dois Pontos:
● S.R.Ranganathan é o autor.
● Muito usada em bibliotecas
acadêmicas, especializadas e
públicas na Índia.
● Estrutura formada por cerca de
é quarenta classes principais
arranjadas na ordem: ciências e
tecnologia, misticismo, artes,
humanidades, ciências sociais.
● As classes individuais são
divididas, posteriormente em
divisões canônicas, sistemas e
de divisões especiais, onde for
apropriado.
● A ordem de citação é padronizada
em todo o esquema e não há
assuntos compostos enumerados.
● Sua notação mistura letras e
números, além de indicadores
especiais de facetas. É totalmente
expressiva e hierárquica.
● É o único esquema com uma série
completa de regras explícitas.
● Seu índice alfabético corresponde
às tabelas completamente
analisadas, o índice se refere
apenas a termos elementares,
nunca a assuntos compostos.
 ● É o esquema pioneiro da
classificação moderna e ainda o
único esquema geral
completamente facetado.

Classification Research Group: grupo

fundado em 1952, que examinou os
problemas de um novo esquema geral de
classificação que trabalha sem apoio
financeiro e tendo seus métodos
sumarizados por B.C. Vickery em Faceted
classification.

Esquemas especializados: tem sido o

principal produto da pesquisa moderna.

O esquema moderno mais acessível e

abrangente é aquele idealizado
originalmente por Jean Aitchison para uso
da English Electric Company. Sua última
edição tem o título Thesaurofacet.
(sobre Ciência e Tecnologia)

Um bom exemplo de esquemas modernos

em ciências sociais é a London
education classification por D.J.Foskett.

Um bom esquema para música, planejado

por E.J.Coates é o The British catalog of
music classification (British National
Bibliography, 1960).