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SEGURANÇA PATRIMONIAL

PRICÍPIOS BÁSICOS DE SEGURANÇA E


AÇÕES ANTI-SEQUESTRO PARA EEXECUTIVOS

INTRODUÇÃO:

Rotineiramente a imprensa divulga no cenário mundial, notícias


sobre seqüestros e atentados de toda a ordem, atingindo dignitários,
celebridades e pessoas sem expressão pública, culminando, algumas vezes,
em tragédias incluindo assassinatos.
No circulo das pessoas visadas, não são incluídas apenas os
dignitários (governantes, realeza, diplomatas, líderes, políticos/religiosos), mas
também são considerados alvos em potencial integrantes do alto escalão das
Forças Armadas e Forças Policiais, bem como empresários, executivos,
artistas, testemunhas e membros das famílias dos citados anteriormente.
Considerando o acima exposto, e a crescente onda de violência e
seqüestros que assolam nosso país, considerando também, que a sociedade e
o homem de Segurança podem e devem ajudar o Estado, fazendo uso da
essência prevencionista que norteia sua profissão e principalmente sua
condição primeira de ser humano, é que optamos por remeter-lhe esta matéria
sobre Princípios Básicos de Segurança e Ações Anti-Seqüestro.

GRAU DE SEGURANÇA

É importante ter em mente que não existe segurança perfeita, total ou


absoluta. O que existe é a segurança satisfatória.

A SEGURANÇA É SATISFATÓRIA QUANDO

- É capaz de retardar ao máximo uma possibilidade de agressão;


- É capaz de desencadear forças – no menor espaço de tempo possível – capazes de neutralizar
a agressão verificada.
A SEGURANÇA EMPRESARIAL NO BRASIL

1. Infelizmente ainda prevalece a improvisação;


2. Geralmente o chefe de segurança também é o responsável por serviços como transporte,
limpeza e manutenção;

PRINCÍPIOS BÁSICOS DA SEGURANÇA EMPRESARIAL

1) Segurança é prevenção. Prevenção é treinamento;


2) O investimento em segurança é proporcional ao risco que se corre;
3) As medidas de Segurança não devem impedir ou dificultar a atividade
normal da empresa.

SEGURANÇA PESSOAL DO EMPRESÁRIO

Seqüestro

É o ato de reter ou manter ilicitamente em cárcere privado.


É a retenção ilegal de qualquer pessoa.
É manter alguém em clausura contra a vontade própria.

O Código Penal Brasileiro prevê em seu artigo 148:


"Privar alguém de sua liberdade, mediante seqüestro ou cárcere privado".

SEGURANÇA PESSOAL

“Segurança pessoal é a aplicação de princípios e procedimentos,


à vista diária, destinados a reduzir riscos de atentados de qualquer ordem,
envolvendo aspectos físicos, psicológicos ou morais”.
Se uma determinada pessoa reside, trabalha ou transita em
ambientes onde existe a possibilidade dele ou sua família serem alvos de
atentado ou seqüestro, então os princípios e procedimentos de segurança
pessoal deverão ser aplicados. Se estas medidas forçarem o(s) criminoso(s) a
eleger outros alvos ou permitir que a vítima em potencial perceba e se
precavenha contra o ataque, estas regras então deverão ser aplicadas.

PRINCÍPIOS DA SEGURANÇA PESSOAL

1. Estar sempre alerta e desconfiado;


2. Manter comportamento metódico;
3. Evitar a rotina;
4. Estabelecer boa comunicação;
5. Usar a iniciativa e o bom senso.

VULNERABILIDADE DO ALVO DO SEQÜESTRO

As situações abaixo apresentam a maior parcela de tempo em


que o “alvo” se encontra razão pela qual são os locais de maior vulnerabilidade.
São eles:

a. Nas instalações
b. Nos deslocamentos

SEGURANÇA DA INSTALAÇÃO

Os itens abaixo correspondem a uma série de medidas passivas


de proteção que deverão ser adotadas na instalação:

a. Proteção em todas as aberturas

 Portas: adoção de portas e batentes maciços, sem vidros, boa


fechadura, olho mágico, interfone;
 Janelas: dotadas de vidros laminados, grades de ferro, cortinas de
madeira ou tecido (as cortinas devem ser mantidas fechadas ao
anoitecer);
 Chaves: deve-se ter um controle rígido com as chaves, observando um
número mínimo de cópias;
 Alçapão: deve ser construído em aço com sistema interno de abertura.

b. Iluminação e alarmes

 Sistema “back – up” de iluminação ( geradores, lanternas, velas, etc.);


 Área externa iluminada através de holofotes (utilizar sensores de
presença);
 Áreas mortas bem iluminadas;
 Dotar a instalação com sistema de alarme;
 Empregar cães.

c. Empregados

 Investigar antecedentes;
 Ensinar aos empregados como reportar, caso notem alguma atividade
suspeita;
 Não permitir aos empregados acesso desnecessário a pessoa protegida,
bem como, em determinadas áreas da instalação;
 Nunca discutir assuntos relativos a família com empregados.

d. Inspeções

 Realizar inspeções freqüentes nas dependências;


 Dependências vazias devem ser inspecionadas regularmente e
trancadas;
 Realizar inspeções de rotina em todos os aparatos de segurança
(alarmes, iluminação, sistema de prevenção e combate a incêndio...)
e. Visitantes e o atendimento à porta

 De dia: identificar antes de abrir, introduzir o visitante para dentro da


instalação e trancar a porta.
 À noite: apagar a luz interna e manter acesa a luz externa antes de abrir
a porta.

f. Correspondências

 No caso de receber cartas ou pacotes suspeitos verificar o remetente,


procedência, selos, lacre, carimbos, peso e espessuras, cheiro (a
distancia segura) e manchas, rigidez, envelopes duplos, ruídos,...

g. Automóveis

 Os carros devem permanecer em garagens fechadas e devidamente


trancadas;
 Quando isso não ocorrer, devem-se examinar os seguintes pontos: (01)
o chão em torno do carro; (02) os lados do carro; (03) embaixo do carro
e (04) seu interior.

AO DIRIGIR O VEÍCULO

Regras Gerais

O motorista deve estar totalmente familiarizado com as operações


do carro e acessórios; regular equipamentos para melhor conforto (ar
condicionado, bancos...); usar cinto de segurança; manter veículo limpo e
abastecido a pleno; conhecer as rotas, dirigir olhando para frente tentando
prever acontecimentos; acelerar, reduzir marchas e fazer curvas suavemente;
em vias rápidas ficar do lado esquerdo e em vias urbanas de três pistas,
manter-se na pista do meio; manter portas travadas e vidros fechados; usar
setas, não sair de dentro do carro para abrir portas.
MEMBROS DA FAMÍLIA

 Devem entender os procedimentos de segurança;


 Conhecer procedimentos de emergência para fogo, assalto e primeiros
socorros;
 Entender procedimentos de como atender telefone e visitantes (evite
que crianças atendam ao telefone. Elas podem ser facilmente induzidas
a fornecer informações ou até mesmo a abrir a residência).

INSTALAÇÕES DIVERSAS

 Em restaurantes e clubes noturnos sentar em posições dominantes onde


possa enxergar janelas e saídas, saber onde ficam saídas de
emergência; ao utilizar reservas, usar outro nome; despeça-se dentro do
recinto para depois sair para a área externa;
 Em cinemas e teatros comprar ingressos antecipados; entrar na sala
quando já estiver escuro; não sentar junto aos corredores, e realizar
saída rápida no final da sessão;

SEGURANÇA NOS DESLOCAMENTOS

Nos deslocamentos a vulnerabilidade do “alvo” é sempre maior do


que nas instalações. Por esta razão deve-se internalizar o que segue:

1. Tipos de itinerários:

 ROTINEIROS: são aqueles utilizados para o deslocamento entre a


residência e o local de trabalho;
 ESPECIAIS: são utilizados em situações variadas (solenidade,
visitas,...);
 INOPINADAS: são aqueles não programados.
2. Fatores a serem considerados:

Antes de um deslocamento através de um itinerário determinado,


levar em consideração os seguintes fatores: (1) pontos críticos, (2) locais de
chegada e saída, (3) extensão do percurso, (4) horário, (5) flexibilidade (outros
itinerários); (6) condições climáticas e (7) conjuntura atual.

3. Pontos críticos:

São as seguintes situações de facilidade ao elemento adverso


para uma hostilização qualquer: (1) tráfego intenso, (2) sinais luminosos, (3)
passagem de pedestres, (4) áreas pouco iluminadas, (5) estradas com
vegetação lateral, (6) lombadas e subidas íngremes, (7) pontos vulneráveis; (8)
viadutos, túneis, pontes e passagem de nível, (9) desvios, (10) obras, tapumes
e bueiros, (11) tráfego de caminhões grandes e pesados e (12) motocicletas.

4. Deslocamentos casa/trabalho:

 Ao sair, evitar a rotina alternando horários e itinerários; ter alguém para


observar a saída; comunicar a rota e a hora estimada de chegada;
 Ao chegar, ficar atento a aproximação final; usar sistema de controle
remoto para abertura dos portões; ter alguém observando a chegada e,
comunicá-la.
 Durante o deslocamento utilizar a maior velocidade possível e segura,
utilizar os caminhos mais seguros e manter cuidado quanto aos pontos
críticos.

OUTRAS RAZÕES QUE PODEM LEVAR AO SEQÜESTRO

 Interesse financeiro;
 Vingança;
 Intimidação;
 Roubo;
 Obtenção de informações;
 Os mais variados interesses políticos;

Generalidades:

Um seqüestro pode ser executado por um grupo de qualquer


tamanho, seja criminoso comum, seja político, desde grandes organizações
internacionais até células isoladas.
Num seqüestro de executivos ou figura política, as equipes
compostas por seqüestradores são geralmente para:
 Desviar as atenções;
 Bloquear cruzamentos de ruas no trânsito;
 Transferência da vítima para outro veículo;
 O agarramento propriamente dito;
 Guarda da vítima;
 Cuidar das negociações;
 Publicidade e propaganda;
 As comunicações.

PREPARATIVOS PARA O SEQÜESTRO E RECONHECIMENTO


DA VÍTIMA

A escolha da vítima é uma decisão importante para os


seqüestradores. Alguns fatores básicos considerados:
 Saber se ele (a vítima), sua família ou sua empresa são suficientemente
ricos para pagar um alto resgate.
 Até que ponto estão dispostos a fazê-lo.
 Há personalidade nos outros membros da família ou da empresa.
 Vulnerabilidade da vítima.
 Seu estilo de vida, seus costumes e hábitos.
 Sua notoriedade.
 Previsibilidade de seus movimentos.
 Suas medidas de precaução e segurança.
 Suas medidas de proteção em casa, no trabalho e na rua.

DA CAPTURA

90% (NOVENTA POR CENTO) DOS SEQÜESTROS OCORREM:

 Quando a vítima está em seu carro a caminho do trabalho ou de volta


para sua casa;
 Quando está perto de casa, do escritório ou da empresa;
 Em ruas estreitas e de pouco movimento são as preferidas;
 Ao atravessar a rua para alimentar-se;
 Quando a vítima tiver que caminhar uma certa distância até sua
garagem, quando chegar em casa;
 Quando a vítima tem o hábito de trabalhar até tarde.

EVITANDO O SEQÜESTRO

1. Os executivos devem sentir a necessidade de sua segurança e tê-la como


hábito praticando-a de forma consciente.
2. O menosprezo às medidas de segurança deixa campo aberto para os
seqüestradores e assaltantes.
3. Levar o problema da violência a sério;
4. Habituar-se a necessidade de sua segurança e de seus familiares;
5. Conhecer as medidas preconizadas de proteção;
6. Apoiar as medidas sugeridas pelos profissionais da Segurança Patrimonial;
7. Evitar o otimismo exagerado: “Isso pode acontecer aos outros mas nunca
acontecerá a mim ”. Ou pessimismo cético: “Se alguém estiver com a intenção
de me pegar, nada poderá detê-lo”. Procurar um ponto de equilíbrio;
8. Ter em mente que os seqüestradores são profissionais e não querem errar.
Por isso procuram sempre o alvo mais fácil, e que é perfeitamente possível
conciliar as atividades empresariais e particulares com um esquema de
segurança.

Ex.:
a) Rei Hussein, da Jordânia – vive sob constantes ameaças.
b) Presidente Charles De Gaule, da França, sobreviveu a 31 atentados.
No contexto da prevenção é cabível dar manutenção a um conjunto de
procedimentos que:
Reduzirão as oportunidades;
Diminuirão as facilidades;
Proporcionarão mais tranqüilidade.

MEDIDAS PREVENTIVAS

1) no trabalho
2) na rua
3) no lar
4) cuidados com a família

No Trabalho

a) Atenção com os funcionários. Evitar infiltrações. Fazer investigação social;


b) Treinamento do pessoal em segurança;
c) Segurança física (portões, alarmes, vigilantes)
d) Dificultar o acesso ao empresário e altos executivos através de “barreiras”
de proteção:

- Segurança rotineira
- Observação de um perímetro
- Criação de uma “área protegida”
- Estabelecimento de um refúgio seguro.

Na Rua
a) Variação de horário e trajeto;
b) Dirigir o mais rápido que a lei permitir;
c) Vidros e portas fechados e travados;
d) Trafegar sempre mantendo certa distância para fugas;
e) Evitar trafegar atrás de veículos do tipo furgão. Pode haver seqüestradores.
f) Só usar “seguranças” se for adequadamente treinados.

No Lar

a) Muros altos;
b) Boa iluminação. Elimine obstáculos naturais (árvores, vegetações,...);
c) Trancas seguras e confiáveis.
d) Circuito fechado de TV
e) Ao receber visitas, certifique-se de sua idoneidade. Ex.: polícia, manutenção,
encomendas,...
f) Cães de guarda;
g) Comunicação fácil com a segurança (alarme)
h) Abrigos.

O COMPORTAMENTO DO SEQÜESTRADO E AS
NEGOCIAÇÕES

a) Esteja mentalmente preparado;


b) Converse com a esposa, os filhos e amigos sobre isso. Estabeleça metas;
c) Procure saber o máximo possível sobre seqüestros. Quanto mais souber,
menos traumatizante será a experiência;
d) Lembre-se que apenas 3% dos casos de seqüestro terminam com a morte
do refém;
e) A melhor hora para escapar do seqüestro é a hora da abordagem;
f) Tome nota mental de tudo que se passa e não provoque os seqüestradores;
g) Estar preparado para as humilhações, privações, má alimentação, ausência
de sono, etc;
h) Evite o ódio aos seqüestradores. Por mais difícil que possa parecer, procure
fazer amizade com eles. Isso pode ajudar nas negociações;
i) Procure ocupar o tempo fazendo exercícios físicos, escrevendo,
memorizando detalhes do local. Faça um plano de fuga, por mais impossível
que possa parecer;
j) Em caso de cerco da polícia, tente sensibilizar os seqüestradores de que no
momento, estão em igualdade de condições, e tente convencê-los a se
entregar;
k) Nunca negociar com a polícia. Deixe isso para os seqüestradores. Assim a
polícia poderá testar-lhes o estado de espírito.
As circunstâncias e a conjuntura do momento serão o termômetro
para maiores ou menores cuidados a se adotar, porém, o objetivo principal é
tornar ato reflexo as sugestões de Segurança aqui sugeridas.

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