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FRUTAL
2015
ORGANIZADO POR: LUIZ GONZAGA LACERDA JÚNIOR
FRUTAL
2015
ORGANIZADO POR: LUIZ GONZAGA LACERDA JÚNIOR
FRUTAL
2015
SUMÁRIO
INTRODUÇÃO ............................................................................................................ 4
LIÇÃO 1 – O FIM INAUGURADO ............................................................................... 5
1. Versículos que usam o termo eschatos............
eschatos.........................
..........................
..........................
..................
..... 5
2. Escatologia Inaugurada .........................
............ ..........................
..........................
..........................
..........................
................
... 5
3. A tensão entre o “já” e o “ainda não”
não” ...........................
.............. .........................
..........................
.....................
....... 6
LIÇÃO 2 – AS PRINCIPAIS CORRENTES MILENISTAS .........................
............ ..........................
..................
..... 7
4. Amilenismo ..........................
............. ...........................
...........................
..........................
..........................
..........................
....................
....... 7
5. Pós-milenismo .............................................................................................. 9
6. Pré-milenismo...........................
.............. ..........................
..........................
..........................
..........................
...........................
.............. 10
7. Pré-milenismo Dispensacinalista ..........................
............. ..........................
...........................
.........................
........... 11
Pré-milenismo Pré-tribulacionista ...........................
............. ...........................
..........................
....................
....... 12
LIÇÃO 3 – O MILÊNIO DE APOCALIPSE 20............................................................ 12
8. Sobre os Mil Anos ...................................................................................... 13
9. Apocalipse 20.7-10: O Pouco
Pouco Tempo de Satanás ...........................
............. .........................
........... 14
10. Conclusão................................................................................................... 15
LIÇÃO 4 – O ESTADO INTERMEDIÁRIO .........................
............ ..........................
..........................
..........................
............... 15
LIÇÃO 5 – OS SINAIS DA VOLTA DE CRISTO (O PRINCÍPIO DAS DORES) ........ 18
LIÇÃO 6 – OS SINAIS DO TEMPO EM PARTICULAR.........................
............ .........................
....................
........ 21
1. Sinais que evidenciam a graça de Deus: A proclamação do Evangelho a
todas as nações. .................................................................................................... 21
a. A proclamação do Evangelho
Evangelho a todas as nações
nações (Mt 24.14) .............
............ . 21
b. A salvação da plenitude
plenitude de Israel ..................... .........................
............ .....................
........ 21
2. Sinais que indicam oposição a Deus: Tribulação, apostasia, anticristo. ..... 22
O Sinal da Tribulação (Mt 24.9,10) ...........................
.............. .........................
..........................
...................
..... 22
O Sinal da Apostasia (2 Ts 2.1-12) ...........................
.............. .........................
..........................
...................
..... 23
O Sinal do anticristo (Dn 7.25; Mt 24.23-24)..........................
............. ..........................
..................
..... 23
3. Sinais que indicam julgamento divino: Guerras, terremotos, fomes (Mt 24.6-
7) 24
LIÇÃO 7 – AS FALÁCIAS DA ESCATOLOGIA ..........................
............. .........................
..........................
...................
..... 24
1. O anticristo ................................................................................................. 24
2. A Besta (Ap 13.1-9) ...........................
............. ...........................
..........................
.........................
..........................
...................
..... 26
Características Gerais ............................................................................. 27
A Marca da Besta ...........................
............. ...........................
..........................
.........................
..........................
...................
..... 28
O Número da Besta ................................................................................. 28
LIÇÃO 8 – A SEGUNDA VINDA DE CRISTO ..........................
............ ...........................
..........................
....................
....... 29
1. A Expectação da Segunda
Segunda Vinda .........................
............ ..........................
...........................
.........................
........... 29
a. Nos Evangelhos ................................................................................. 30
b. No livro de Atos ...........................
.............. ..........................
..........................
..........................
..........................
................
... 30
c. Nas Carta de Paulo .........................
............ ..........................
..........................
..........................
.........................
............ 30
d. Nas epístolas gerais ..........................
............. ..........................
...........................
..........................
......................
.......... 31
e. No livro do Apocalipse ....................................................................... 31
Conclusão ................................................................................................ 31
2. A Natureza da Segunda
Segunda Vinda .........................
............ ..........................
..........................
..........................
................
... 32
a. Que ela deve ser uma vinda pessoal ...........................
............. ..........................
......................
.......... 32
b. Será uma vinda visível ...........................
.............. ..........................
..........................
..........................
..................
..... 33
c. Será uma vinda gloriosa .................................................................... 33
LIÇÃO 9 – O JUÍZO FINAL ....................................................................................... 34
1. Qual é o significado do Dia do Juízo? .........................
............ .........................
..........................
...................
..... 34
2. Qual será, pois, o propósito do juízo final? ...........................
............. ..........................
......................
.......... 34
3. O galardão.........................
............ ..........................
...........................
...........................
..........................
..........................
....................
....... 35
4. O dia do Juízo será o dia da revelação publica de quem de fato é o povo do
Senhor ................................................................................................................... 36
LIÇÃO 10 – RESUMO DE TODAS AS LIÇÕES .........................
............ .........................
..........................
...................
..... 37
CONCLUSÃO ............................................................................................................ 42
BIBLIOGRAFIA ......................................................................................................... 43
INTRODUÇÃO
Esta apostila diz respeito não apenas ao estudo do livro de apocalipse, mas de
toda a Bíblia, pois toda ela é coerente com a esperança da redenção e vitória final do
cordeiro, que é “o primeiro e o último e aquele que vive; esteve morto, mas eis que
está vivo pelos séculos dos séculos e tem as chaves da morte e do inferno ” (Ap
1.17,18). E é por causa do Senhor Jesus, que temos esperança no futuro; sua morte
nos dá vida, mas sobretudo, sua ressureição é o penhor da nossa (Ef 1.14).
Estudar escatologia é discorrer não apenas sobre o que acontecerá, mas sobre
o que já acontece e, por isso, devemos reajustar o nosso foco nos novos céus e nova
terra que ainda virão. Estudar escatologia, coloca nosso coração no lugar correto: a
esperança do retorno do Senhor Jesus glorificado. Essa é a intenção desta apostila.
Soli Deo Glória!
Luiz Lacerda
1 HENDRIKSEN, William. Mais que Vencedores. São Paulo: Cultura Cristã, 2001. Pg. 15.
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LIÇÃO 1 – O FIM INAUGURADO
2. Escatologia Inaugurada
Esse termo trata que as últimas coisas já começaram a acontecer, quem deu
início ao fim foi o próprio Jesus. Um texto bíblico que nos ajuda a entender isto é o
texto de Gálatas 4.4-5 que diz: “vindo, porém, a plenitude do tempo, Deus enviou seu
Filho, nascido de mulher, nascido sob a lei, para resgatar os que estavam sob a lei, a
fim de que recebêssemos a adoção de filhos.” Este texto nos diz que Jesus veio
quando o tempo determinado foi cumprido, ou seja, vindo pois a consumação ou o
cumprimento dos tempos, Deus enviou seu Filho. Outro texto que nos ajudará a
entender isto é o texto de Marcos 1.14-15, que diz: “Depois de João ter sido preso, foi
5
Jesus para a Galiléia, pregando o evangelho de Deus, 15
dizendo O tempo está
cumprido, e o reino de Deus está próximo; arrependei- vos e crede no evangelho.”
Jesus veio inaugurando o tempo do fim.
A Bíblia deixa claro que toda a era do novo testamento são as últimas coisas,
ou o tempo do fim. Vemos isto em 1 Coríntios 10.11 “11 Estas coisas lhes sobrevieram
como exemplos e foram escritas para advertência nossa, de nós outros sobre quem
os fins dos séculos têm chegado.” Da mesma forma em Hebreus 9.26: “[...] porém, ao
se cumprirem os tempos, se manifestou uma vez por todas, para aniquilar, pelo
sacrifício de si mesmo, o pecado.” E também em 1 João 2. 18 “Filhinhos, já é a última
hora; e, como ouvistes que vem o anticristo, também, agora, muitos anticristos têm
surgido; pelo que conhecemos que é a última hora. ” (Cf. Hebreus 1.1-2; 1 Pedro 1:20)
Esta verdade de que toda a era presente é o fim é também de enorme
significância prática para os cristãos. Ela significa que nós os cristãos precisamos
vigiar, pois quando menos se esperar o noivo virá (Mt 25.13) e que devemos viver em
santa expectação aguardando a volta do Senhor Jesus e não como se ela estivesse
distante no futuro, sem qualquer relevância imediata para nós (1 Co 10.11).
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esta a terceira hora do dia. Mas o que ocorre é o que f oi dito por intermédio do
profeta Joel: E acontecerá nos últimos dias, diz o Senhor, que derramarei do
meu Espírito sobre toda carne...’”
As epístolas de João são normalmente consideradas como pertencendo aos
últimos escritos do Novo Testamento. Aqui também encontramos uma compreensão
da era do Novo Testamento como sendo de cumprimento escatológico. Entretanto, ao
invés de usar a expressão: “os últimos dias”, João usa as palavras: “a última hora”:
“filhinhos, já é a última hora (eschate hora); e, como o vistes que vem o anti-cristo,
também agora muitos anticristos tem surgido, pelo que conhecemos que é a última
hora” (1 Jo 2.18).
4. Amilenismo
Vamos começar explicando a que cremos ser a mais coerente com os escritos
bíblicos, o Amilenismo. A palavra Amilenismo significa literalmente “nenhum milênio”.
Isso não significa que os amilenistas não creem em um milênio. O que eles não creem,
é em um milênio literal, ou seja, quando a palavra de Deus está se referindo a mil
anos, ela está se referindo a um tempo determinado por Deus, mas desconhecido por
nós. O amilenismo ensina que o milênio de Apocalipse 20 é toda a era do Novo
Testamento, desde a primeira vinda de Cristo até o fim do mundo. Portanto, os mil
anos de Apocalipse 20 devem ser entendidos simbolicamente, e não literalmente.
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Este ensino é baseado, primeiro, no fato que os números na Escritura, incluindo
o número mil, são frequentemente simbólicos ao invés de literais. Um bom exemplo é
o Salmo 50.10, onde a Escritura certamente não quer dizer literalmente e somente
“mil montanhas”, mas todas as montanhas.
Visto que a prisão de Satanás é uma das principais características deste
período de mil anos (Ap 20.1-3), ele não está completamente preso, mas com o seu
poder limitado, ou seja, ele está preso para que não possa impedir o evangelho de ser
pregado e resultar na conversão dos povos gentílicos. Veja o que diz o texto de Mt
12.28-29: “Se, porém, eu expulso demônios pelo Espírito de Deus, certamente é
chegado o reino de Deus sobre vós. Ou como pode alguém entrar na casa do valente
e roubar-lhe os bens sem primeiro amarrá-lo? E, então, lhe saqueará a casa.” Sendo
assim, Mt 12.29 interpreta Ap 20.2 e mostra que o resultado da prisão de Satanás é o
sucesso do evangelho entre as nações no Novo testamento.
O Amilenismo, portanto, não espera um milênio ainda porvir, mas crê que
estamos no meio do milênio, e que, quando o milenio terminar, o fim do mundo terá
chegado. Estamos vivendo no tempo do fim.
Os amilenistas não esperam mil anos antes do fim, nem uma vinda de Cristo
mil anos antes do fim, nem esperam que a grande tribulaçao ocorra mil anos antes do
fim do mundo. Antes, eles ensinam que todos estes eventos ocorrerão no fim e serão
seguidos pelo estado eterno. Por isso, o amilenismo ensina que a trombeta de 1 Co
15.51-54 é a ultima, e apos esta trombeta os eleitos estarão para sempre com o
2
2
“Eis que vos digo um mistério: nem todos dormiremos, mas transformados seremos todos, num momento, num
abrir e fechar de olhos, ao ressoar da última trombeta. A trombeta so ará, os mortos ressuscitarão incorruptíveis, e
nós seremos transformados. Porque é necessário que este corpo corruptível se revista da incorruptibilidade, e que
o corpo mortal se revista da imortalidade. E, quando este corpo corruptível se revestir de incorruptibilidade, e o
que é mortal se revestir de imortalidade, então, se cumprirá a palavra que está escrita: Tragada foi a morte pela
vitória.”
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Logo em seguida à tribulação daqueles dias, o s ol escurecerá, a lua não dará a sua claridade, as estrelas c airão
“
do firmamento, e os poderes dos céus serão abalados. Então, aparecerá no céu o sinal do Filho do Homem; todos
os povos da terra se lamentarão e verão o Filho do Homem vindo sobre as nuvens do céu, com poder e muita
glória. E ele enviará os seus anjos, com grande clangor de trombeta, os quais reunirão os seus escolhidos, dos
quatro ventos, de uma a outra extremidade dos céus.”
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nova terra na vida por vir. Apesar do fato de Cristo ter conquistado a vitória decisiva
sobre o pecado e o mal, o Reino do mal continuará a existir lado a lado com o Reino
de Deus até o fim do mundo.
O amilenista, portanto, espera que, antes da volta de Cristo, sejam completadas
a pregação do Evangelho a todas as nações e a conversão da plenitude de Israel.
Ele igualmente aguarda uma forma intensificada de tribulação e da apostasia, bem
como a manifestação de um anticristo pessoal, antes da Segunda Vinda. Esta
Segunda Vinda de Cristo, segundo a compressão amilenista, será um evento único,
não um evento que envolva duas partes. Na hora da volta de Cristo haverá uma
ressurreição geral, tanto de crentes como de incrédulos. Após a ressurreição, os
crentes que ainda estiverem vivos serão transformados e glorificados. Estes dois
grupos, crentes ressurretos e crentes transformados, são então elevados para as
nuvens para encontrar com o Senhor nos ares. Após este “arrebatamento” de todos
os crentes, Cristo completará sua descida a terra e conduzirá o juízo final. Após o
juízo, os incrédulos serão entregues à punição eterna, ao passo que os crentes
desfrutarão para sempre das bênçãos dos novos céus e da nova terra.
5. Pós-milenismo
O Pós-milenismo é a crença de que o retorno de Cristo ocorrerá depois do
Milênio. Defendem que a Igreja já é o Reino de Cristo e que a pregação do evangelho,
gradualmente converterá o mundo, inclusive os judeus. A primeira ressurreição é
espiritual e refere-se à conversão do pecador e a segunda, uma única ressurreição
física geral, de crentes e ímpios. No fim do milênio haverá um aumento da iniquidade,
a grande tribulação e a soltura de satanás por um pouco de tempo.
Os Pós Milenistas esperam que a proclamação do evangelho ganhe a vasta
maioria dos seres humanos para Cristo na presente era. O aumento do sucesso do
evangelho produzirá gradualmente um tempo na história antes do retorno de Cristo
no qual a fé, justiça, paz e prosperidade prevalecerão nos assuntos do povo e das
nações. Ele descansa na crença que a pregação do evangelho terá tanto sucesso que
o mundo será convertido e desfrutará de um longo período de paz e prosperidade
chamado o milênio. Diferente das outras visões, o pós-milenismo espera que as
condições fiquem melhor no tempo precedente ao retorno de Cristo. Eles esperam
uma era dourada para mostrar que uma visão triunfalista da igreja durante este tempo
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vai contra o testemunho do Novo Testamento – 2 Tm 3:1-5: “Sabe, porém, isto nos
últimos dias, sobrevirão tempos difíceis ...”
A expectação pós-milenista de uma era dourada futura, anterior à volta de
Cristo, não faz jus à tensão contínua na história do mundo entre o Reino de Deus e
as forças do mal. Está havendo e continuará a haver uma tensão sempre presente na
história. Já em Gênesis 3.15, Deus anunciava a antítese que continuaria por toda a
história: inimizade entre a semente da mulher e a semente da serpente. Esta antítese
continua até ao fim da história. Encontrada em Mt 13.36-43, Jesus ensina que o povo
que o maligno continuará a existir lado a lado com o povo redimido de Deus até a hora
da ceifa.
6. Pré-milenismo
Prosseguiremos agora examinando uma terceira importante posição acerca do
milênio, que é o pré-milenismo. Ele [o pré-milenismo] é a visão de que a segunda
vinda de Cristo ocorrerá antes do Seu Reino Milenar e que esse reino será um período
literal de 1000 anos.
Segundo esse ponto de vista, a presente era da igreja continuará até que, com
a proximidade do fim, venha sobre a terra um período de grande tribulação e
sofrimento. Depois desse período de tribulação no final da era da igreja, Cristo voltará
à terra para estabelecer um reino milenar. Quando ele voltar, os crentes que tiverem
morrido serão ressuscitados, terão o corpo reunido ao espírito, e esses crentes
reinarão com Cristo sobre a terra por mil anos . Durante esse tempo, Cristo estará
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fisicamente presente sobre a terra em seu corpo ressurreto e dominará como Rei
sobre ela. Os crentes ressuscitados e os que estiverem sobre a terra quando Cristo
voltar receberão o corpo glorificado da ressurreição, que nunca morrerá, e nesse
corpo da ressurreição viverão sobre a terra e reinarão com Cristo.
Quanto aos incrédulos que restarem sobre a terra, muitos (mas não todos) se
converterão a Cristo e serão salvos. Jesus reinará em perfeita justiça e haverá paz
por toda a terra. Muitos pré-milenistas sustentam que a terra será renovada e veremos
de fato o novo céu e a nova terra durante esse período . No início desse tempo,
5
4
Alguns pré-milenistas o consideram mil anos literais, enquanto outros o entendem como expressão simbólica
para um período longo.
5
Mas a fidelidade a esse ponto não é essencial ao pré-milenismo, pois é possível ser pré-milenista e sustentar
que o novo céu e a nova terra virão só depois do juízo final.
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Satanás será preso e lançado no abismo, de modo que não terá influência sobre a
terra durante o milênio (Ap 20.1-3).
De acordo com o ponto de vista pré-milenista, no final dos mil anos Satanás
será solto do abismo e unirá as forças com muitos incrédulos que se submeteram
externamente ao reinado de Cristo, mas por dentro revolvem-se em revolta contra ele.
Satanás reunirá esse povo rebelde para batalhar contra Cristo, mas serão derrotados
definitivamente. Cristo então ressuscitará todos os incrédulos que tiverem morrido ao
longo da história, e esses comparecerão diante dele para o julgamento final. Uma vez
realizado o juízo final, os crentes entrarão no estado eterno. Mas, assim como no caso
do pós-milenismo, os argumentos a favor do pré-milenismo não se baseiam em
observação de eventos correntes, mas em passagens específicas das Escrituras,
especialmente Ap 20.1-10.
7. Pré-milenismo Dispensacinalista
Segundo esse ponto de vista, a era da igreja continuará até que, de repente,
de maneira inesperada e secreta, Cristo chegará a meio caminho da terra e chamará
para si os crentes. Essa afirmação, segundo essa linda é r etirada de 1Ts 4.16-17: “[...]
os mortos em Cristo ressuscitarão primeiro; depois, nós, os vivos, os que ficarmos,
seremos arrebatados juntamente com eles, entre nuvens, par a o encontro do Senhor
nos ares”. Cristo, então, retornará ao céu com os crentes arrebatados da terra.
Quando isso acontecer, haverá uma grande tribulação sobre a terra por um período
de sete anos.
Durante esse período de sete anos de tribulação, cumprir-se-ão muitos dos
sinais que, segundo predições, precederiam a volta de Cristo. O grande ajuntamento
da plenitude dos judeus ocorrerá à medida que eles aceitarem Cristo como o Messias.
Em meio ao grande sofrimento haverá também muita evangelização eficaz, realizada
em especial pelos novos cristãos judeus. Ao final da tribulação, Cristo voltará com os
seus santos para reinar sobre a terra por mil anos. Depois desse período milenar
haverá uma rebelião que resultará na derrota f inal de Satanás e suas forças, e então
virá à ressurreição dos incrédulos, o último julgamento e o começo do estado eterno.
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Pré-milenismo Pré-tribulacionista
Antes de mais nada, leia Ap 20.1-10, pois faremos considerações a partir do pré-
conhecimento desta passagem bíblica.
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8. Sobre os Mil Anos
O livro do Apocalipse está cheio de números simbólicos. Portanto, em
apocalipse 20 isto não é diferente. Os mil anos utilizado nesta passagem não devem
ser interpretados de formar literal. A expressão “mil anos” neste texto deve ser
interpretada como indicando um período completo entre a primeira e a segunda vinda
de Jesus.
Quando analisamos este texto em um contexto geral das escrituras, ele se auto
explica. Veja o que diz o texto de Mateus 12:28-29. “Se, porém, eu expulso demônios
pelo Espírito de Deus, certam ente éch egado o rein o d e Deus s ob re vós . Ou como
pode alguém entrar na casa do valente e roubar-lhe os bens sem primeiro amarrá-lo?
E, então, lhe saqueará a casa. ” Esse texto está mostrando que Jesus para saquear o
reino de Satanás teve que o amarrar possibilitando assim a pregação do evangelho
aos povos gentílicos. O reino de Deus é chegado, o poder do diabo é limitado pelo
próprio Cristo.
A eficiência da pregação é verificada já nos tempos de Jesus, quando ele envia
os setenta e eles voltam maravilhados. Veja o que diz o texto de Lc 10.17-20:
“17 Então, regressaram os setenta, possuídos de alegria, dizendo: Senhor, os
próprios demônios se nos submetem pelo teu nome! 18 Mas ele lhes disse: Eu
via Satanás c ain do do céu co m o um relâm pag o. 19 Eis aí vos dei autoridade
para pisardes serpentes e escorpiões e sobre todo o poder do inimigo, e nada,
absolutamente, vos causará dano. 20 Não obstante, alegrai-vos, não porque os
espíritos se vos submetem, e sim porque o vosso nome está arrolado nos céus.”
O significado geral disso é claro: O próprio Satanás caiu com grande força de
sua posição de poder. Isso é o que Jesus tinha visto com seus próprios olhos. Os
partidários de Satanás não podem se manter. O que conta nessa conexão e o que é
dito aqui é essencialmente a mesma coisa encontrada em Mt 12.28-29 e Lc 11.20-
13
22 . Aqui, o grande momento de colapso do governo de Satanás chegou e ao mesmo
6
tempo, marca a chegada do Reino do Céu. A redenção não é mais futura, mas tornou -
se presente. Nessa luta é o próprio Jesus quem quebrou o poder de Satanás e que
continua a fazê-lo. O diabo está preso, ele teve sua cabeça esmagada, isto não
significa que Satanás não possa fazer qualquer mal enquanto estiver preso. Significa
apenas que enquanto Satanás estiver preso, ele não poderá enganar as nações de
modo a impedi-las de aprenderem acerca da verdade de Deus.
Jesus segurou o dragão, a antiga serpente, que é o diabo, Satanás, e o
prendeu, limitando o seu poder para que não mais enganasse as nações,
possibilitando assim, a pregação do evangelho aos povos gentilicos, ou seja, aos
povos não judeus.
6
Se, porém, eu expulso os demônios pelo dedo de Deus, certamente, é chegado o reino de Deus sobre vós.
Quando o valente, bem armado, guarda a sua própria casa, ficam em segurança todos os seus bens. Sobrevindo,
porém, um mais valente do que ele, vence-o, tira-lhe a armadura em que confiava e lhe divide os despojos.
14
mundial à Igreja nos dias imediatamente precedentes à segunda vinda de
Cristo.
Finalmente, lembre-se de que a derrota das forças da Síria, foi inesperada e
completa. Foi claramente, uma operação de Deus. Por essa razão, o ataque
violento de Gogue e Mogogue contra Israel serve como excelente símbolo para
o conflito final dos ímpios contra a Igreja. Todo o mundo iníquo perseguirá a
Igreja. A perseguição será mundial. Essa interpretação se dá com base no
versículo nove, onde diz: “Marcharam sobre a superfície da terra” .
Descrevendo assim um conflito entre a Igreja e o mundo. Esse é o último
ataque das forças do anticristo contra a Igreja.
10. Conclusão
O significado, então, é este: A época durante a qual a Igreja, como poderosa
organização missionária, será capaz de espalhar o evangelho em todos os lugares
não durará para sempre; nem mesmo até o momento da segunda vinda de Cristo.
Observe o que acontece hoje mesmo em alguns países. Não há regiões desta terra
que parecem estar já entrando no “pouco tempo” de Satanás? A Batalha de G ogue e
Mogogue é a batalha do Armagedom. Satanás enganará o mundo iníquo; Levará eles
a pensar que será possível uma vitória real e absoluta sobre a Igreja e que Deus
poderá ser derrotado, no entanto ele próprio já sabe o desfeche desta peleja.
15
O homem não foi criado para morrer. A morte é a consequência, ou seja, a
punição pela desobediência. Se o homem não tivesse pecado ele não morreria, mas
como ele pecou, o corpo do homem perdeu a imortalidade, cumprindo aquilo que Deus
havia dito: “E o Senhor Deus lhe deu esta ordem: De toda árvore do jardim comerás
livremente, mas da árvore do conhecimento do bem e do mal não comerás; porque,
no dia em que dela comeres, certamente morrerás ” (Gn 2.16-17). A maldição da morte
entrou no corpo do homem, “Mas Deus, sendo rico em misericórdia, por causa do
grande amor com que nos amou, e estando nós mortos em nossos delitos, nos deu
vida juntamente com Cristo” (Ef 2.4-5). Cristo removeu a maldição. Os crentes no
senhor Jesus ainda morrem, no entanto, morrem em Cristo que recebeu a maldição
no lugar deles. “Agora, pois, já nenhuma condenação há para os que estão em Cristo
Jesus” (Rm 8.1). Sendo assim, a morte é um inimigo vencido. Veja o que diz o texto
de 1 Co 15.54-57: “E, quando este corpo corruptível se revestir de incorruptibilidade,
e o que é mortal se revestir de imortalidade, então, se cumprirá a palavra que está
escrita: Tragada foi a morte pela vitória. Onde está, ó morte, a tua vitória? Onde está,
ó morte, o teu aguilhão? O aguilhão da morte é o pecado, e a força do pecado é a
lei. Graças a Deus, que nos dá a vitória por intermédio de nosso Senhor Jesus Cristo.”
Na morte, “ [...] o pó volte à terra, como o era, e o espírito volte a Deus, que o
deu” (Ec 12.7). João Calvino comentando sobre a parábola de Lázaro e o homem rico,
escreve:
“A verdade geral transmitida é que as almas dos crentes, quando deixam os
seus corpos, desfrutam de uma vida alegre e bendita fora deste mundo, e que
para o réprobo, há terríveis tormentos preparados”. [Comentário sobre Lucas
16.23]
Desta forma, podemos entender que na morte, o corpo do homem retorna ao
pó, vê a corrupção e se decompõe, mas a alma, o homem em si, entra no estado
intermediário e permanece consciente. A Bíblia vê esta condição incorpórea como
temporária. O estado eterno será um no qual os homens terão novamente corpos;
eles terão os mesmos corpos, no entanto estes corpos serão glorificados, ou seja, um
corpo sem corrupção, sem defeito, não sujeito a enfermidades e necessidades.
Um dos símbolos de fé da Igreja Presbiteriana do Brasil, A Confissão de Fé de
Westminster, diz o seguinte:
O corpo dos homens, depois da morte, volta ao pó e vê a corrupção; mas a
alma deles (que nem morre, nem dorme), por ter uma substância imortal, volta
16
imediatamente para Deus que a deu. A alma dos justos, sendo então
aperfeiçoada em santidade, é recebida no mais alto dos céus, onde contempla
a face de Deus em luz e glória, esperando a plena redenção do corpo deles; e
a alma dos ímpios é lançada no inferno, onde permanecerá em tormentos e em
trevas espessas, reservada para o juízo do grande dia. Além destes dois
lugares destinados às almas separadas de seus respectivos corpos, as
Escrituras não reconhecem nenhum outro lugar. (2 Co 5.8; Fp 1.23)
Paulo escrevendo sobre isso diz: “21 Porquanto, para mim, o viver é Cristo, e o
morrer é lucro. 22 Entretanto, se o viver na carne traz fruto para o meu trabalho, já não
sei o que hei de escolher. 23
Ora, de um e outro lado, estou constrangido, tendo o
desejo de partir e estar com Cristo , o que é in comparavelmente melhor” (Fl 1.21-23).
O que Paulo está dizendo aqui é que, no momento em que ele parte ou morre, naquele
mesmo momento ele estará com Cristo. Esta condição, ele acrescenta, será “muito
melhor” do que a presente, rejeitando claramente a ide ia de que, após a morte, ele
entrará num estado de sono da alma ou não existência. Porque, como poderia o sono
da alma ou não existência ser “muito melhor” do que o estado atual no qual ele tem
comunhão consciente, embora imperfeita, com Cristo? 7
Outro texto que nos mostra qual será a condição eterna dos filhos de Deus está
em 2 Co 5.1; 6-8. Estes versículos nos afirmam que no momento em que a morte
acontecer, em que nossa casa terrestre se desfizer, ou seja, nosso corpo, nós temos
imediatamente, uma casa eterna nos céus. No momento em que deixarmos nosso
corpo, estaremos com o Senhor. Uma vez que não estaremos mais no corpo,
deveremos ser libertos dos sofrimentos, imperfeições e pecados que afligem esta vida
presente. Mas nossa glorificação não será completa até que tenha acontecido a
ressurreição do corpo. Por causa disso, a condição dos crentes, durante o estágio
intermediário, conforme é ensinado por Calvino, é uma condição de ser incompleto,
de antecipação, de felicidade provisória.
Ao mesmo tempo, o ensino bíblico sobre o estado intermediário é de grande
importância. Os crentes que morreram são “os mortos em Cristo” (1 Ts 4.16); estejam
eles vivos ou mortos, eles são do Senhor (Rm 14.8). Nem a morte nem a vida, nem
qualquer outra coisa em toda a criação, será capaz de separá-los do amor de Deus
em Cristo Jesus (Rm 8.38,39). Este ensino deveria nos trazer grande conforto. Nos
17
termos da imagem de 2 Co 5.6-8, nossa vida atual é um estar ausente do Senhor,
uma espécie de peregrinação. A morte, para o cristão, entretanto, é um chegar em
casa. É o fim de sua peregrinação; é seu retorno à sua casa verdadeira. 8
8 Idem, pg 119.
18
coisas vos tenho dito para que tenhais paz em mim. No mundo, passais por aflições;
mas tende bom ânimo; eu venci o mundo.” (Jo 16.33). Vivemos hoje a explosão das
falsas religiões e estas têm enganado a muitos. Muitas igrejas hoje têm usado o
sincretismo religioso para atrair fiéis aos seus cultos. Essas igrejas estão dando
ênfase em patuás. Esses patuás se evidenciam através de toalhas ungidas por suor
de bispos que têm o poder de curar, travesseiros ungidos que destrói qualquer
enfermidade, rosas que tem o poder de restaurar casamentos, sal grosso como
instrumento de purificação, água do Rio Jordão para abençoar vidas, óleo santo de
Israel e por aí vai. O foco destas igrejas está no homem e não em Deus. Mas isso é
apenas um sinal da volta de Cristo. O Sinal do falso cristianismo.
terremoto no Japão foi descrito na ocasião como a “maior catástrofe desde o dilúvio”.
Isso, sem mencionar os terríveis terremotos do Haiti, e o quarto maior terremoto da
história, ocorrido no Japão, com intensidade máxima de 9 graus na escala Richter. De
acordo com a pesquisa geológica dos Estados Unidos:
9 China, 1920, 180 mil mortos; Japão, 1923, total de feridos: 1,5 milhão, dos quais 200 mil morreram.
19
De 1890 a 1930 – houve apenas 8 terremotos medindo 6.0 na escala Richter.
De 1930 a 1960 – houve 18.
De 1960 a 1979 – houve 64 terremotos catastróficos.
De 1980 a 1996 – houve mais de 200 terremotos dramáticos.
Jesus nunca nos pediu que crêssemos na proximidade de Sua vinda com base
apenas em um sinal. Mas quando todos os sinais rapidamente se mu ltiplicam, dando
assim seu testemunho acumulado, se transformam evidências claras de que Jesus
está voltando. Portanto, esses sinais da vinda de Cristo não deixam margem para que
pessoas inteligentes deixem de reconhecê-los. São sinais claros da volta de Jesus.
Hoje, Deus está nos dando o privilégio de saber que o seu filho amado está voltando.
Diante disto devemos fazer o que está registrado no evangelho de Lucas 21.28 : “Ora,
quando estas coisas começarem a acontecer, olhai para cima e levantai a vossa
cabeça; porque a vossa redenção está próxima.”
10 Rm 13 diz que o estado é mão de Deus vingadora, que Ele usa para restringir o mal.
20
LIÇÃO 6 – OS SINAIS DO TEMPO EM PARTICULAR
Nesta lição veremos os sinais dos tempos em particular, conforme eles são
desenvolvidos nas Escrituras. Embora seja difícil desenvolver uma visão sistemática
desses sinais, poderá ser útil agrupá-los sob os seguintes três títulos: (1) Sinais que
evidenciam a graça de Deus, (2) Sinais que indicam oposição a Deus e (3) Sinais que
indicam julgamento divino.
1. Sinais que evidenciam a graça de Deus: A proclamação do Evangelho a
todas as nações.
Jesus não quer dizer que cada derradeira pessoa da terra tem de se converter
antes da Parousia , uma vez que é evidente pelo restante das Escrituras que esse
11
nunca será o caso. Jesus também não quer dizer que cada indivíduo sobre a terra
precisa ouvir o Evangelho antes que ele retorne. O que ele efetivamente diz é que o
Evangelho tem de ser pregado por todo o mundo como um testemunho para todas as
nações.
Temos humildemente de admitir que somente Deus poderá saber quando este
sinal tiver sido totalmente cumprido. O fato de que o Evangelho está sendo pregado
por todo o mundo é um sinal que nos assegura que Cristo veio e está voltando
novamente, mas não nos conta exatamente quando ele estará voltando outra vez.
Entremete, a Igreja deve continuar a proclamar fielmente o Evangelho por todo o
mundo, sabendo que missões continuarão a ser a característica peculiar desta era até
a Parousia.
“Pois não há distinção entre judeu e grego, uma vez que o mesmo é o Senhor
de todos, rico para com todos os que o invocam” (Rm 10.12)
Defendemos a interpretação desta passagem como indicando que Deus
cumpre suas promessas a Israel da seguinte forma: Embora Israel tenha sido
11A palavra grega Parousia era usada com o sentindo de presença ou vinda. Seu uso técnico indicava a presença
ou chegada de um rei ou governante. No Novo Testamento ela é usada designar a presença (vinda) de Cristo
novamente a Terra.
21
endurecido em sua incredulidade, este endurecimento sempre foi e continuará a ser
um endurecimento parcial, nunca um endurecimento total. Em outras palavras, Israel
continuará a voltar para o Senhor até a Parousia, ao passo que ao mesmo tempo a
plenitude dos gentios continuará a ser arrebanhada. E dessa forma todo o Israel será
salvo: não somente a última geração de israelitas, mas todos os verdadeiros israelitas
- todos aqueles que não apenas são de Israel, mas que são Israel, para usar a
linguagem de Romanos 9.6. Uma outra forma de dizer isto seria: todo o Israel, em
Romanos 11.26, significa a totalidade dos eleitos dentre Israel. A salvação de todo
o Israel, portanto, não acontece exclusivamente no tempo do fim, mas acontece ao
longo da era entre a primeira e a Segunda Vinda de Cristo - na verdade, desde o
tempo da chamada de Abraão. Todo o Israel, portanto, difere do remanescente eleito
mencionado em Rm 11.5, mas apenas como a soma total de todos os
remanescentes ao longo da história.
22
O Sinal da Apostasia (2 Ts 2.1-12)
23
3. Sinais que indicam julgamento divino: Guerras, terremotos, fomes (Mt
24.6-7)
Estes sinais são evidências do juízo divino. Isto não significa que pessoas que
suportam sofrimento ou morte, como resultado de tragédias tais como guerras,
terremotos ou fomes, são escolhidas como objeto específico da ira de Deus; considere
as palavras de Jesus acerca daqueles sobre quem caiu a torre de Siloé: “Ou cuidais
que aqueles dezoito sobre os quais desabou a torre de Siloé e os matou eram mais
culpados que todos os outros habitantes de Jerusalém? Não eram, eu vo-lo afirmo;
mas, se não vos arrependerdes, todos igualmente perecerão” (Lc 13.4-5). Mas isto
significa que estes sinais, de que agora tratamos, são manifestações do fato de que o
mundo presente está sob a maldição de Deus , e que a ira de Deus está
12
1. O anticristo
A figura do anticristo é uma das mais mal compreendida no cenário bíblico.
Quem vai nos auxiliar numa compreensão coerente sobre a figura do anticristo é o
apostolo João. Há somente quatro versículos da Escritura que expressamente
mencionam “anticristo”, todos nas cartas de João.
“E a Adão disse: Visto que atendeste a voz de tua mulher e comeste da árvore que eu te ordenara não comesses,
12
maldita é a terra por tua causa; em fadigas obterás dela o sustento durante os dias de tua vida.” (Gn 3.17)
24
1 Jo 2.18-19: “Filhinhos, já é a última hora; e, como ouvistes que vem o
anticristo, também, agora, muitos anticristos têm surgido; pelo que conhecemos
que é a última hora. Eles saíram de nosso meio; entretanto, não eram dos
nossos; porque, se tivessem sido dos nossos, teriam permanecido conosco;
todavia, eles se foram para que ficasse manifesto que nenhum deles é dos
nossos.”
1 Jo 2.22: “Quem é o mentiroso, senão aquele que nega que Jesus é o Cristo?
Este é o anticristo, o que nega o Pai e o Filho.”
1 Jo 4.3: “todo espírito que não confessa a Jesus não procede de Deus; pelo
contrário, este é o espírito do anticristo, a respeito do qual tendes ouvido que
vem e, presentemente, já está no mundo.”
2 Jo 1.7: “Porque muitos enganadores têm saído pelo mundo fora, os quais
não confessam Jesus Cristo vindo em carne; assim é o enganador e o
anticristo.”
João corrige a falsa noção de anticristo que apareceu entre os cristãos em seu
tempo; em primeiro lugar, declara que o anticristo não é uma realidade de um futuro
distante, mas da presente realidade. Em segundo lugar, ele diz que o anticristo não é
simplesmente uma pessoa, mas um grupo amplo de pessoas. Terceiro, ele define o
anticristo não como uma pessoa (um futuro líder mundial), mas como um movimento
em curso: “Filhinhos, esta é a última hora e, assim como vocês ouviram que o
anticristo está vindo, já agora muitos anticristos têm surgido. Por isso sabemos que
esta é a última hora” (1Jo 2.18).
Muitos cristãos do tempo de João tinham ouvido que o anticristo (singular)
estava vindo. João respondeu-lhes dizendo que já agora muitos anticristos (plural) têm
surgido. O verbo “surgido” ou “aparecido” (gegonasin) indica que esses anticristos
13
13
γεγόνασιν, verbo indicativo perfeito ativo na 3ª pessoa do plural de γίνομαι (gínomai).
25
(2 Jo 1.7). “Quem é o mentiroso, senão aquele que nega que Jesus é o Cristo? Este
é o anticristo: aquele que nega o Pai e o Filho ” (1 Jo 2.22).
“Esses anticristos que têm surgido”, diz João, “saíram do nosso meio, mas na
realidade não eram dos nossos”. Em outras palavras, eles se elevaram à posição de
cristãos, alegaram ser cristãos, professaram ser líderes da Palavra na Igreja Cristã, e,
no entanto, foram separados dos cristãos para que ficasse evidente a todos que não
eram deles. Em suma, demonstravam um deleite na verdadeira religião e não obstante
a destruíam.
João focaliza a atenção dos seus leitores sobre um, ou talvez dois, mo vimentos
heréticos. O primeiro, provavelmente gnóstico na sua origem, negou a humanidade
genuína de Jesus Cristo (2 Jo 1.7). O segundo, provavelmente judaico na sua origem,
negou que Jesus tenha sido Messias (1 Jo 2.22). João claramente aplica a concepção
de anticristo (ho antichristos) à tendência generalizada de se propalar inverdades
sobre a identidade de Cristo, mas todo espírito que não confessa Jesus [como vindo
em carne] não procede de Deus.
“Esse é o espírito do anticristo, acerca do qual vocês ouvi ram que está vindo,
e agora já está no mundo” (1Jo 4.3). O anticristo não é um governador individual,
malévolo, aparecendo no futuro. Antes, o anticristo foi uma tendência herética
contemporânea acerca da identidade de Cristo, influente entre muitas pessoas dos
dias de João.
26
em Apocalipse 17.12 que os dez chifres são dez reis; são os líderes ou governantes
das dez províncias imperiais.
Em Apocalipse 17.9-10, João identifica as sete cabeças como sete colinas
(lugares) e sete reis (indivíduos). No mundo antigo Roma era conhecida como a
cidade das sete colinas. João, situado na extremidade do mar Mediterrâneo, olha em
direção a Roma e vê uma besta surgindo do mar. Roma foi um império mundial que
detinha autoridade sobre todos os povos e nações (Ap 13.7); constituía o auge dos
quatro impérios em Daniel, um império completamente satânico (v. 2); e que existiu
sobre sete colinas (v. 9). A seguir estão algumas outras características da besta.
Características Gerais
A besta não foi apenas um império, mas também um homem (Ap 13.18). João
diz que a besta tinha em cada cabeça um nome de blasfêmia (v. 1). Os césares de
Roma eram adorados como deuses. Os imperadores de Roma foram designados
como:
Sebastos (alguém a ser adorado);
Divus (deus);
E mesmo Deus e Theos (Deus).
As moedas de Nero traziam “Salvador do mundo”, e Domiciano era chamado
“nosso Senhor e nosso Deus”. João deu traç os específicos que identificavam a besta,
todos os quais não apontavam a alguém a mais de 2000 anos no futuro, mas a um
imperador ainda vivo nos seus dias: Nero.
Apocalipse 17.10 diz “São também sete reis. Cinco já caíram, um ainda existe,
e o outro ainda não surgiu; mas, quando surgir, deverá permanecer durante pouco
tempo”. João especificamente diz que o sexto rei estava governando no presente.
Quem é o sexto rei? Ninguém outro senão Nero, o primeiro grande perseguidor de
cristãos. João disse que o sexto rei estava governando quando ele escreveu; esse rei
seria sucedido por um sétimo que governaria “durante pouco tempo” (Ap 17.10). Isso
foi cumprido à risca: Nero foi sucedido por Galba, que governou por apenas três
meses até ser assassinado.
Então, o que significa o termo Besta na visão reformada? Besta é o poder
perseguidor de Satanás.
27
A Marca da Besta
O Número da Besta
28
é seiscentos e sessenta e seis” (Ap 13.18). Por que João simplesmente não diz quem
é a besta? Por que ele fala em linguagem secreta?
João estava escrevendo de Patmos, onde foi exilado pelos romanos. A igreja
sofria uma perseguição sistemática pelo estado romano sob Nero. João identifica o
imperador romano, mas o faz de uma forma que preserve a igreja das represálias no
caso da carta ser interceptada pelas autoridades romanas. Quase todas as igrejas no
império romano eram constituídas por judeus e gentios. Champlin no seu comentário
de Apocalipse diz o seguinte:
“João usou um criptograma que nos é desconhecido hoje em dia, no entanto,
os interpretes tem feito seus cálculos usando valores latinos ou valores gregos,
e até mesmo hebraicos, os nomes que tem esses valores numéricos, ‘666’,
são: Nero, Diocreciano, Balaão, César.
A solução mais provável é a seguinte: O nome desejado é “Neron Caesar” em
que o cálculo é feito à base do valor das letras gregas, Neron Kaisaar,
transliteradas do hebraico, dá o total de 666.” (R.N. Champlin, Ph.D.)
William Hendriksen em seu livro Mais que Vencedores diz o Seguinte:
“O número da besta é número de homens. Ora, o homem foi criado no sétimo
dia. O número seis, sobretudo, não é o número sete e jamais chega a sete.
Falha sempre em atingir a perfeição, isto é, nunca se torna sete. Seis significa
não atingir a marca, significa falha. Sete significa perfeição ou vitória. Regozije-
se, ó Igreja de Deus! A vitória está do seu lado. O número da besta é 666, isto
é, falha sobre falha, sobre falha. É número de homens, pois a besta se gloria
no homem; e tem de falhar!” 14
14 HENDRIKSEN, William. Mais que Vencedores. São Paulo: Cultura Cristã, 2001. P. 206.
29
para introduzir a consumação deste Reino. Embora, como vimos, o Reino de Deus
esteja presente em um sentido, ele é futuro em outro. Vivemos agora entre duas
vindas. Olhamos cheios de alegria, no passado, para a primeira vinda de Cristo, e
aguardamos com ansiedade por seu retorno prometido.
a. Nos Evangelhos
b. No livro de Atos
Os anjos disseram aos discípulos que assistiam à ascensão de Jesus aos céus:
“Esse Jesus, que dentre vós foi assunto ao céu, assim v irá do modo como o vistes
subir” (At 1.11). E Paulo disse aos atenienses que um dia Deus julgará o mundo pelo
homem a quem levantou dos mortos, o Senhor Jesus Cristo (At 17.31).
30
insta com os Coríntios para serem cautelosos em fazer julgamentos, uma vez que o
Senhor está vindo: “Portanto, nada julgueis antes do tempo, até que venha o Senhor,
o qual não somente trará à plena luz das coisas ocultas das trevas...” (1 Co 4.5) Em
Tito 2.13 ele descreve os cristãos como aqueles que estão “aguardando a bendita
esperança e a manifestação da glória do nosso grande Deus e Salvador Cristo Jesus”.
E em Romanos 8.19 ele nos fala de que a “ardente expectativa da criação aguarda, a
revelação dos filhos de Deus”.
O autor de hebreus diz que “assim também Cristo, tendo se oferecido uma vez
para sempre para tirar os pecados de muitos, aparecerá segunda vez, sem pecado,
aos que o aguardam para a salvação” (Hb 9.28). Tiago fala de modo semelhante
quando diz: “fortalecei os vossos corações, pois a vinda do Senhor está próxima” (Tg
5.8). Pedro enfatiza tanto a certeza da volta do Senhor como a incerteza sobre sua
hora: “Ora, logo que o Supremo Pastor se manifestar, recebereis [os anciãos] a
imarcescível coroa da glória” (1 Pe 5.4); “Virá, entretanto, como ladrão, o dia do
Senhor” (2 Pe 3.10). João insta com seus leitores a permanecerem em Cristo a fim de
que, quando ele se manifestar, eles possam ter confiança (1 Jo 2.28); mais adiante,
ele afirma que quando Cristo efetivamente aparecer de novo, seremos como ele, uma
vez que o veremos como ele é (1 Jo 3.2).
e. No livro do Apocalipse
“Eis que vem com as nuvens, e todo olho o verá” (Ap 1.7). “Venho sem demora”,
diz Jesus à Igreja em Filadélfia; “Conserva o que tens, para que ninguém tome a tua
coroa” (3.11). E em Apocalipse 22.20, o penúltimo verso do Novo Testamento, lemos:
“Aquele que dá testemunho destas coisas diz: Certamente venho sem de mora. Amém.
Vem, Senhor Jesus!”
Conclusão
Esta mesma expectação vivida pela volta de Cristo deveria marcar a Igreja de
Jesus Cristo nos dias de hoje. Se esta expectação não mais estiver presente, há algo
radicalmente errado. É o servo infiel da parábola de Jesus que diz em seu coração:
“Meu senhor tarda em vir” (Lc 12.45). Pode haver várias razões para a perda deste
31
senso de expectação. É possível que a Igreja hodierna esteja tão envolvida em
assuntos materiais e seculares que o interesse pela Segunda Vinda esteja se
desvanecendo no segundo plano. É possível que muitos cristãos não mais creiam
numa volta literal de Cristo. É também possível que muitos dos que creem numa volta
literal empurram este evento para tão longe, no futuro distante, que não vivem mais
na espera dessa volta. Quaisquer que sejam as razões, a perda de uma expectativa
vívida e vital da Segunda Vinda de Cristo é um sinal de uma enfermidade espiritual
das mais sérias na Igreja. Embora possa haver diferenças entre nós acerca dos
diversos aspectos da Escatologia, todos os cristãos deveriam aguardar ansiosamente
pela volta de Cristo e deveriam viver à luz desta expectação renovada a cada dia.
O próprio Cristo voltará em sua própria pessoa. Isto é claramente ensinado, por
exemplo, em Atos 1.11, que registra as palavras dos dois homens com vestes
brancas, que falaram aos discípulos na hora da ascensão de Cristo: “Varões galileus,
porque estais olhando para as alturas? Esse Jesus que dentre vós foi assunto ao céu,
assim virá do modo como o vistes subir? ”. No mesmo sentido são as palavras de Atos
3.19-21, proferidas por Pedro no templo:
“Arrependei-vos, pois, e convertei-vos... a fim de que da presença do Senhor
venham tempos de refrigério, e que envie ele o Cristo, que já vos foi designado,
Jesus, ao qual é necessário que o céu receba té aos tempos da restauração de
todas as coisas, de que Deus falou por boca dos seus santos profetas desde a
antiguidade”.
Paulo também ensina que Cristo voltará em pessoa: “Pois a nossa pátria está
nos céus, de onde também aguardamos o salvador, o Senhor Jesus Cristo” (Fp 3.20).
Veja também o que ele diz em Colossenses 3.4: “Quando Cristo, que é a nossa vida,
se manifestar, então vós também sereis manifestados com ele, em glória”.
32
b. Será uma vinda visível
Testamento utiliza para a Segunda Vinda, é colocado em paralelo com apephane que
é uma forma verbal do mesmo termo grego. Se a primeira manifestação de Cristo,
descrita nas palavras de abertura do texto, foi visível – o que ninguém ousaria negar
– o uso de uma forma cognata do verbo epiphino, para designar a segunda
manifestação de Cristo, prova acima de qualquer dúvida que a Segunda Vinda será
tão visível quanto foi a primeira.
A primeira vinda de Cristo foi uma vinda em humilhação. Isaías já tinha predito
isso:
“Ele não tinha aparência nem formosura; olhamo-lo, mas nenhuma beleza
havia que nos agradasse. Era desprezado, e o mais rejeitado entre os homens;
homem de dores e que sabe o que é padecer; E como um de quem os homens
escondem o rosto, era desprezado, e dele não fizemos caso” (Is 53.2,3).
Paulo também nos lembra que, quando Cristo veio à terra pela primeira vez,
ele “a si mesmo se esvaziou, assumindo a forma de servo”, e “a si mesmo se humilhou,
tornando-se obediente até a morte, e morte de cruz” (Fp 2.7,8).
Mas quando Cristo vier de novo, tudo será diferente. Ele retornará em glória. O
próprio Cristo nos falou disso, em seu Sermão Profético: “[...] e verão o Filho do
homem vindo sobre as nuvens do céu com poder e muita glória” (Mt 24.30). Paulo
15 ἐπιφάνεια, ας, ἡ aparecendo, aparência, epifania. Textos em que aparece, por ex.: 2 Ts 2.8; 1 Tm 6.14; 2 Tm
1.10; 4.1, 8; Tt 2.13). [GING, pg. 77]
33
acrescenta mais alguns detalhes: “Porquanto o próprio Senhor descerá dos céus, com
uma sonora ordem, com a voz do arcanjo e com o chamado da trombeta de Deus ” (1
Ts 4.16, NIV). Cristo voltará para ser glorificado nos seus santos (2 Ts 1.10), e nós
que somos seu povo apareceremos com ele em glória quando ele retornar (Cl 3.4).
Cristo voltará como o glorioso conquistador, o Juiz de tudo, o redentor de toda a
criação, o Rei dos reis e Senhor dos senhores (Ap 19.16).
34
Uma vez que esta atribuição está intimamente relacionada com as vidas que
as pessoas viveram, este assunto terá de ser determinado por ocasião do juízo final.
c. Um terceiro propósito é o de executar o julgamento de Deus sobre cada
pessoa.
Em Apocalipse 20.11-12 diz: “Vi um grande trono branco e aquele que nele se
assenta, de cuja presença fugiram a terra e o céu, e não se achou lugar para eles. Vi
também os mortos, os grandes e os pequenos, postos em pé diante do trono. Então,
se abriram livros. Ainda outro livro, o Livro da Vida, foi aberto. E os mortos foram
julgados, segundo as suas obras, conforme o que se achava escrito nos livros.”
Todos serão julgados. No entanto, na ocasião do juízo final o destino final de todos já
terá sido determinado. Deus não necessita de proceder a uma investigação nas vidas
das pessoas para determinar quem será salvo e quem não o será. Vemos em Efésios
1.4 que o destino dos salvos é não apenas pré-conhecido por Deus, mas tem,
também, sido predeterminado desde a eternidade: “assim como nos escolheu nele
[Cristo] antes da fundação do mundo”. Vemos em João 10.27, 28 que Cristo conhece
as suas ovelhas e lhes deu vida eterna, de modo que ninguém pode tirá-las de sua
mão. Então para que um julgamento sendo que o destino eterno já está traçado?
3. O galardão
O que tratamos anteriormente nos leva à questão do galardão. Sem dúvida a
salvação é dada totalmente pela graça; mesmo assim a Bíblia indica que haverá
diferenças no galardão a ser recebido pelo povo de Deus no dia do juízo.
Sobre esse assunto, uma passagem neotestamentária que é especialmente
importante para entendermos este assunto está em 1 Coríntios 3.10-15. Seremos
julgados segundo as nossas obras para galardão. Conforme o verso 11, o fundamento
único sobre o qual todos têm de construir é Jesus Cristo, mas muito depende de como
a pessoa constrói sobre esse fundamento. Ela pode construir com ouro, prata e pedras
preciosas - ou ela pode construir com madeira, feno e palha (v.13). Então a passagem
fala acerca de um fogo que testará o tipo de obra que cada um tem realizado - uma
referência óbvia ao Dia do Juízo:
“Se permanecer a obra de alguém que sobre o fundamento edificou, esse
receberá galardão; se a obra de alguém se queimar, sofrerá ele dano; mas esse
mesmo será salvo, todavia, como que através do fogo” (vs. 14, 15).
35
Ambos os tipos de edificadores são salvos pela graça, pois ambos construíram
sobre o fundamento único que é Jesus Cristo. Mas o construtor, cuja edificação sobre
o fundamento passar no teste do fogo e sobreviver, receberá um galardão. O homem
cuja obra não passe no teste do fogo, porém, sofrerá perda.
Que quer dizer a perda? Não pode significar a perda da salvação - veja o verso 15. A
perda que este homem sofre tem de ser uma perda de galardão. Este homem é salvo
como “alguém que escapou por entre as chamas”, assim como um homem escapa de
um prédio em fogo, tendo perdido todas as suas posses com exceção das roupas do
corpo. Parece óbvio que esta passagem fala sobre um galardão que alguns crentes
recebem e outros não. Esse galardão será diretamente proporcional ao tipo de
material com o qual a pessoa construiu sobre o fundamento da fé em Cristo -
em outras palavras, à qualidade de sua vida cristã. Todos serão julgados e serão
julgados segundo as suas obras. Este julgamento não é para a salvação, mas
sim para galardão.
Em Apocalipse 20.12, está especificamente declarado que “os mortos foram
julgados segundo as suas obras, conforme o que se achava escrito nos livros”. Veja
o que diz em 1 Co 3.8: “Ora, o que planta e o que rega são um; e cada um receberá
o seu galardão, segundo o seu próprio trabal ho. ” Nem é necessário dizer que tantas
boas obras como as más obras são levadas em conta.
Observe, em adição a passagem de Efésios 6.8, onde se lê: “Certos de que
cada um, se fizer alguma coisa boa, receberá isso outra vez do Senhor, quer seja
servo, quer livre”; e também Hebreus 6.10, onde está escrito: “Porque Deus não é
injusto para ficar esquecido do vosso trabalho e do amor que evidenciastes para com
o seu nome, pois servistes e ainda servis aos santos”. E ainda: “Eis que venho
rapidamente; e meu galardão está comigo; para retribuir a cada homem conforme é a
sua obra” (Ap 22.12).
16 Mt 25.35
36
surpresa, que as “ovelhas” não praticam estas boas obras para merecer o Reino:
“Senhor, quando foi que te vimos com fome e te demos de comer? Ou com sede e te
demos de beber?” (v.37). Sua surpresa revela que eles não estavam fazendo estas
obras para merecer a vida eterna, mas antes como um modo espontâneo de expressar
sua devoção genuína à Cristo, mostrando amor aos irmãos de Cristo. Suas obras
foram evidências de sua fé. Os “cabritos”, por outro lado, não revelaram amor por
Cristo pelo fato de não demonstrarem amor aos irmãos de Cristo; dessa forma,
mostraram que eles próprios não eram verdadeiros crentes. Em outras palavras, a
cena do julgamento de Mateus 25 ilustra, vividamente, a natureza do juízo final. Cada
um será julgado segundo as suas obras.
Às vezes é dito que os pecados dos crentes, que Deus perdoou, apagou e
lançou no mar do esquecimento (Is.43.25) não serão mencionados no dia do juízo.
Entretanto, se é verdade que nada há que agora esteja oculto que não venha a ser
revelado (Lc 8.17), e que o juízo se ocupará de todas as nossas obras, palavras e
pensamento, então certamente os pecados dos crentes também serão revelados
naquele dia. No entanto, podemos descansar em Cristo Jesus, pois como diz a palavra
de Deus: “Agora, pois, já nenhuma condenação há pa ra os que estão em Cristo Jesus”
(Rm 8.1).
37
do Espírito Santo em si, mas ainda espera por seu corpo ressurreto. Ele vive nos
últimos dias, mas o último dia ainda não chegou.
38
argumentam que essas profecias da futura bênção de Deus à Israel
ainda irão se cumprir entre o próprio povo judeu.
4. O milênio de Apocalipse 20
Quando analisamos este texto em um contexto geral das escrituras, ele se auto
explica. Veja estes versos 2 e 3:
“Ele segurou o dragão, a antiga serpente, que é o diabo, Satanás, e o prendeu
por mil anos; lançou-o no abismo, fechou-o e pôs selo sobre ele, para que não
mais enganasse as nações até se completarem os mil anos. Depois disto, é
necessário que ele seja solto pouco tempo.”
a. Jesus amarrou o valente. Jesus segurou o dragão, a antiga serpente, que é
o diabo, Satanás, e o prendeu, limitando o seu poder para que não mais
enganasse as nações, possibilitando assim, a pregação do evangelho aos
povos gentílicos, ou seja, aos povos não judeus.
b. O Pouco Tempo de Satanás. Quando os mil anos se passarem, Satanás será
solto de sua prisão. Então fica muito claro que uma final e mais terrível
perseguição se dará, por meio das forças anticristãs. Estas oprimirão a Igreja,
motivadas pelo próprio Satanás.
c. A perseguição Final. A perseguição de Gogue Mogogue, foi a grande
opressão que o povo de Deus teve de suportar na antiga dispensação. Sobre
o ataque da Síria sob Antíoco Epifanes. Este ataque violento de gogue e
Mogogue contra Israel serve como excelente símbolo para o conflito final dos
ímpios contra a Igreja. Todo o mundo iníquo perseguirá a Igreja. A perseguição
será mundial. Essa interpretação se dá com base no versículo 9, onde diz:
“Marcharam sobre a superfície da terra”. Descrevendo assim um conflito entre
a Igreja e o mundo. Esse é o último ataque das forças do anticristo contra a
Igreja.
5. O Estado Intermediário
O que acontece com o homem após a morte? Na morte, o corpo do homem
retorna ao pó, vê a corrupção e se decompõe, mas a alma, o homem em si, entra no
estado intermediário e permanece consciente. A Bíblia vê esta condição incorpórea
como temporária. O estado eterno será um no qual os homens terão novamente
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corpos; eles terão os mesmos corpos, no entanto estes corpos serão glorificados, ou
seja, um corpo sem corrupção, sem defeito, não sujeito a enfermidades.
7. As Falácias da Escatologia
a. O anticristo
O apostolo João (que escreveu o livro de Apocalipse) rejeitou a ideia de um
anticristo futuro e individual; ao invés disso, alertou os cristãos acerca de um
movimento (ou movimentos) heréticos. Há muitos anticristos. “De fato, muitos
enganadores têm saído pelo mundo, os quais não confessam que Jesus Cristo veio
em corpo. Tal é o enganador e anticristo”
b. A Besta (Ap 13.1-9)
Besta é o poder perseguidor de Satanás.
c. A Marca da Besta
A marca da besta é uma imitação barata do selo de Deus ao Seu povo. Aqueles
que se submetem a César e ao estado romano têm respeitabilidade social e os seus
benefícios (econômicos, políticos, religiosos etc.). Mas os cristãos se negaram a
adorar a besta e assim foram perseguidos até a morte e tornaram-se econômica e
socialmente proscritos. A marca da besta reflete um coração perverso que adora e
serve a César.
d. O número da Besta
Os judeus que viviam nos dias de João usavam o seu alfabeto tanto na
simbologia sonora (fonética) quanto nos seus valores numéricos. Cada letra do
alfabeto hebraico tinha um equivalente numérico. A pronúncia hebraica do nome de
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Nero em documentos da época relativos aos escritos de Apocalipse, que equivale
exatamente a 666.
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CONCLUSÃO
Ao final deste curso de Escatologia, devemos estar apenas com uma oração
em nossos corações: “Maranata, ora Vem Senhor Jesus! Vem! ”. Esse é o propósito
do estudo das últimas coisas; este é o propósito do livro de Apocalipse dado a nós,
Igreja do Senhor representada pelos sete candeeiros em Ap 1. E, à ardente oração
da Igreja por sua volta, Cristo responde, dizendo: “C er t am e n t e v e n h o s e m d e m o r a !”
(Ap 22.20).
Amém! Vem, Senhor Jesus!
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HENDRIKSEN, William. Mais que Vencedores. São Paulo: Cultura Cristã, 2001. Pg. 277.
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