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RACISMO (HTTPS://WWW1.FOLHA.UOL.COM.BR/FOLHA-TOPICOS/RACISMO)
28.jan.2021 às 11h12
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28/01/2021 No silêncio do meu mundo - 28/01/2021 - PerifaConnection - Folha
No silêncio do meu mundo, eu penso que o campo progressista não foi hábil o
suficiente para transformar o pleito de 2020 em esperança de vitória para as
próximas eleições. Quem esteve minimamente atento à situação política do
Brasil “previu” facilmente o fracasso do “chefe” do executivo na disputa
eleitoral municipal. A sua inabilidade de gerir as diversas crises pelas quais o
país passa e a sua baixa popularidade entre os candidatos com condições de
serem eleitos foram dois fortes indicativos dessa previsão.
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28/01/2021 No silêncio do meu mundo - 28/01/2021 - PerifaConnection - Folha
No meu silêncio, eu entendo que uma das lições que pode ser aprendida com
as eleições estadunidenses é que, apesar de um mandato conturbado e cheio
de contradições, Trump foi o segundo candidato mais votado da história dos
Estados Unidos. Assinalando de certa forma uma capacidade de arregimentar
ainda mais eleitores, embora em alguns estados conservadores “tradicionais”,
como o Texas, a juventude tenha sinalizado uma mudança em direção aos
progressistas, os conservadores conseguiram evitar uma derrota expressiva.
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No meu silêncio, eu digo não é que no Brasil não tenhamos lideranças com
esse perfil ou talvez até mais fortes e com mais ligação visceral com as
comunidades. O caso é que o nosso sistema político racista os “mata” seja
fisicamente ou simbolicamente. Neste último caso acontecendo nas
engrenagens racistas dos partidos, que expropriam nosso capital político e
nos transformam em captadores de votos, porque só admitem o mais do
mesmo: o candidato branco. Essa situação acontece principalmente com os
progressistas, pois são neles que procuramos abrigos na ilusão de que lá
teremos espaço. Entretanto, com raras exceções, esses espaços também
reproduzem mortes simbólicas para nós.
Não é que, no silêncio do meu mundo, eu tenha algum tipo de esperança que
alcancemos justiça social e igualdade racial com o campo progressista
chegando ao poder. Eu sei que não vai rolar. Quando estiveram no poder
nunca se preocuparam em fazer mudanças estruturais radicais ou em
compartilhar poder com negros, favelados, mulheres, indígenas e outros. Eu
tenho a impressão que para a esmagadora maioria do campo progressista a
gente não representa nada mais que voto para garantir a sua continuidade no
poder. Minha preocupação vem no sentido de ter percebido a migração de
muitas lideranças de movimentos sociais, principalmente de povos e
comunidades tradicionais, para partidos de centro-direita. O raciocínio é
lógico. Se essas lideranças migram, os votos também migram, ou seja, estamos
fortalecendo a base de quem tem como projeto a nossa morte sistêmica. É
preocupante que ninguém esteja tentando entender as razões pelas quais
essas lideranças fazem esse movimento.
Do silêncio do meu mundo, digo que a esquerda progressista e liberal, tal qual
a extrema direita que governa o país, não nos serve. É inaceitável (mas não
surpreende) que tudo que se tem aí pensado para 2022 não nos inclua
enquanto potência política capaz de ser protagonista no pleito. A dita
esquerda nos vê apenas como uma massa que pode ser dispensada depois
deles atingirem os seus objetivos. Tanto é verdade que os debates não nos
inclui. Eles estão polarizados entre o mais do mesmo, “homens” brancos e
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28/01/2021 No silêncio do meu mundo - 28/01/2021 - PerifaConnection - Folha
velhos que agem como coronéis e se arrogam donos da “porra toda”. Eles não
estão dispostos a nos oferecer nada além da mesma migalha de sempre,
porque não significamos nada além de um voto sem nome perdido na
“multidão”.
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PerifaConnection, uma plataforma de disputa de narrativa das periferias, é feito por Raull
Santiago, Wesley Teixeira, Salvino Oliveira, Jefferson Barbosa e Thuane Nascimento
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