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56
pag. 7
67
pag. 10 Intensificação da parceria em
tempos de transformações
pag. 28
DEPOIMENTOS
Diplomatas
pag. 66
Acadêmicos
pag. 82
Confederações/Associações
2004 – 2014 pag. 88
O início de uma fase de maturidade
nas relações sino-brasileiras Empresas
pag. 36 pag. 96
Introdução
40 anos das relações sino-brasileiras
1974 – 1994
Do estabelecimento das relações à declaração da Parceria Estratégica
1994 – 2004
Intensificação da parceria em tempos de transformações
2004 – 2014
O início de uma fase de maturidade nas relações sino-brasileiras
No início da década de 1970, quando o potencial do a exportar esse produto para a China. Estas
do comércio com a China se tornava cada vez mais vendas foram consideradas um marco na área
evidente, a história do relacionamento sino-bra- comercial, já que os países ainda não tinham re-
sileiro iniciou uma dinâmica de aproximação. De estabelecido as relações diplomáticas.
forma progressiva, diversas empresas brasileiras
se aventuravam às terras distantes do país asiá- Mudanças no plano internacional, como a recu-
tico em busca de negócios. Os resultados positi- peração pela China de seu assento na Organiza-
vos alcançados por uma missão comercial à Feira ção das Nações Unidas (ONU) em 1971 e a apro-
de Cantão, em 1971, revelaram as oportunidades ximação norte-americana, resultado da visita do
promissoras que o mercado chinês apresentava Presidente Richard Nixon em 1972, facilitaram
ao Brasil. ainda mais a integração do país asiático no cená-
rio internacional. O Brasil, além de outros países
Foram algodão e, em especial, açúcar e ferro- latino-americanos, não estava alheio a estas mu-
-gusa, os produtos que sustentaram as primeiras danças. A reaproximação com a China surgiu no
trocas comerciais, que alcançaram aproximada- contexto do “pragmatismo ecumênico responsá-
mente US$ 71 milhões em 1972. A China era um vel”, nome dado à política externa do Governo do
tradicional importador de açúcar de Cuba, mas, Presidente Ernesto Geisel, que buscava ampliar
em 1971, uma safra ruim impediu o país caribenho o leque de parceiros comerciais do país.
de atender à demanda chinesa. Nesse contexto,
o Governo de Pequim fez chegar à Brasília uma Durante a vinda de uma missão comercial ao Bra-
mensagem à Brasília sobre o desejo de adquirir sil para a compra de açúcar, foi tomada a decisão
o açúcar brasileiro. No ano seguinte o Brasil já de estabelecer relações diplomáticas com a Re-
embarcava 100 mil toneladas do produto para o pública Popular da China. No dia 15 de agosto de
país asiático. 1974, o Vice-Ministro do Comércio Exterior, Chen
Jie, e Azeredo da Silveira, Ministro das Relações
Em 1973 a companhia, à época chamada Vale do Exteriores do Brasil, assinaram o documento que
Rio Doce (atualmente, Vale), exportou 4,7 mil previa a troca de Embaixadas entre os países e
toneladas de minério de ferro para o mercado o reconhecimento do Governo Brasileiro de que
chinês, tornando o Brasil o primeiro país do mun- Taiwan era parte inalienável do território chinês.
1976
Comercial
1974
Comercial
1975
Diplomacia
Diplomacia
Apesar da predisposição de ambos os países, das bases da construção do “socialismo com ca-
os primeiros anos da recém oficializada relação racterísticas chinesas”.
sino-brasileira não foram fáceis, já que, em gran-
de medida, persistia a lacuna de conhecimento De forma progressiva, o comércio entre ambas
entre as sociedades. Contudo, a necessidade de as nações se expandiu para novos setores. Ape-
ampliar as exportações em uma conjuntura de sar da complexa cojuntura macroeconômica,
crise da dívida externa consolidou-se como o mo- na década de 1970 o Brasil era um país mais de-
tor para a superação dos primeiros obstáculos. senvolvido que a China. A composição da pauta
exportadora brasileira para o país asiático ao
As oportunidades de negócios propiciadas pelo longo deste período se concentrava em produtos
processo de modernização da China eram signi- industrializados, principalmente petroquímicos
ficativas, evidenciando que o país asiático come- e siderúrgicos, devido ao relativo atraso indus-
çava a renascer economicamente. Com a chega- trial chinês, enquanto as importações brasileiras
da de Deng Xiaoping ao poder, o Governo Chinês da China eram compostas, majoritariamente, de
iniciou um profundo processo de transformação petróleo e carvão. Apesar das crescentes impor-
através da política de reforma e abertura, uma tações deste último produto, entre 1974 e 1979 o
1981 1982
Comercial
Brasil acumulou saldos comerciais positivos com afirmação da ação diplomática brasileira na
a China no valor de US$ 415 milhões. Ásia. De acordo com Shen Yunao, Embaixador
da China em Brasília entre 1989 e 1993, a visita
Nos anos subsequentes, o Brasil continuou a “significou um grande marco nos anais diplomá-
expandir suas exportações, obtendo conside- ticos, pois era a primeira visita de um Presiden-
ráveis superávits com o país asiático. Em 1985, te brasileiro”.
o intercâmbio comercial entre os países alcan-
çou a cifra de US$ 1,2 bilhão, posicionando a No entanto, foi a redemocratização brasileira
China entre os dez parceiros comerciais mais que abriu novas perspectivas para o relaciona-
importantes do Brasil. mento bilateral, permitindo explorar uma rela-
ção mais multifacetada com o país asiático. Além
Um importante passo para a consolidação da do comércio, desde o Governo do Presidente José
relação bilateral foi a visita do Presidente João Sarney o vínculo se ampliou para novas áreas,
Figueiredo à China em 1984. Para o Brasil, a com especial foco na cooperação científica e tec-
missão representava um avanço no projeto de nológica.
1981 Comercial
Comercial Comercial
Dentre os principais avanços deste período, des- tir ao longo do início da década de 1990. Apesar
taca-se a assinatura do Acordo de Cooperação das dificuldades durante esses anos, Brasil e Chi-
para Pesquisa e Produção de Satélites Sino-Bra- na estavam em vias de dar um passo importante
sileiros de Recursos Terrestres (CBERS). Resulta- para impulsionar o relacionamento bilateral: o
do do encontro entre o Presidente José Sarney e lançamento da Parceria Estratégica, que marca-
Deng Xiaoping na China, em 1988, o acordo per- ria a aproximação pioneira entre dois grandes
dura até os dias de hoje. países em desenvolvimento.
Ao final da década de 1980, as relações perderam No ano de 1993, importantes líderes chineses
dinamismo devido a problemas internos nos dois visitaram o Brasil, dentre eles o Chanceler Qian
países. As consequências para as relações sino- Qichen e o então Vice-Primeiro-Ministro Zhu
-brasileiras foram significativas e se fizeram sen- Rongji. As visitas demonstravam o interesse
1988 Empresarial
chinês na criação de uma iniciativa de coopera- do por mecanismos institucionais. O termo ain-
ção de maior extensão com o Brasil. No mesmo da caracteriza a existência de relações dinâmicas
ano, durante a vinda ao Brasil do Presidente nos campos econômico e sociocultural, assim
Jiang Zemin, os países decidiram batizar formal- como uma cooperação ativa e abrangente em
mente o vínculo bilateral como Parceria Estra- questões estratégicas. O caráter “estratégico”
tégica, assinalando o início de uma nova etapa
concedido à parceria sino-brasileira indicava a re-
no relacionamento.
cuperação da relação comercial, com vistas a sua
O estatuto de Parceria Estratégica designa um expansão para novos setores, além de consolidar
grau avançado nas relações entre dois países, o programa CBERS. O Brasil foi um dos primeiros
utilizado quando há um diálogo profícuo e amis- países do mundo a ser considerado um Parceiro
toso entre altas autoridades políticas, sustenta- Estratégico pela China.
1.400
1.200
1.000
US$ milhões
800
600
400
200
1974 1975 1976 1977 1978 1979 1980 1981 1982 1983 1984 1985 1986 1987 1988 1989 1990 1991 1992 1993 1994
Exportação 18,9 67,4 9,0 163 129 118 72 104 92 270 453 818 517 362 718 628 382 226 460 799 822
Importação 0,6 1,0 0,3 0,4 4,0 84 244 350 312 505 365 419 289 298 83 128 169 129 117 305 463
Corrente 19,4 68,4 9,3 163 133 202 316 454 404 776 818 1.236 806 659 801 756 551 355 577 1.104 1.286
Inauguração do Consulado-Geral do
Brasil em Xangai
Visita do Chanceler Celso Amorim à
China
1995
Intensificação do relacionamento
bilateral sino-brasileiro no campo
militar, entre 1993 e 1996
Comercial Diplomacia
Novo recorde histórico do comércio Visita do Presidente Fernando Henri-
bilateral: US$ 1.285 bilhão que Cardoso à China
Empresarial Comercial
1996
Inauguração de escritório da Compa- Salto das exportações brasileiras
nhia Vale do Rio Doce (atual Vale) em para a China de US$ 226 milhões
Xangai para US$ 1,2 bilhão, representando
um aumento de mais de 500%, entre
Intalação na China das empreiteiras
1991 e 1995
brasileiras CBPO, Andrade Gutierrez
e Mendes Júnior Empresarial
Ano 1995
Acompanhei o Presidente Fernando Henrique Cardoso
na visita à China na qualidade de Embaixador desig-
nado. Duas das questões prioritárias eram o progra-
ma CBERS, sobretudo a questão do financiamento, e o
estudo das práticas fiscais da China. Naquele momento,
o Brasil passava pela reestruturação do Plano Real e
interessava muito a nós entender como era a prática
chinesa nesse âmbito.”
Embaixador Sérgio Duarte,
Embaixador do Brasil na China entre 1996 e 1999.
1998
câmbio bilateral, com déficits para
o Brasil, invertendo a tendência de
superávits registrada entre 1986 e
1995
Diplomacia
1997
Diplomacia
1999
Visita do Vice-Primeiro-Ministro Li
Lanqing ao Brasil
Assinatura de acordo bilateral sobre
serviços aéreos Diplomacia
2001
Diplomacia
2000
Comercial
Estas transformações tiveram importantes efei- Durante este período, importantes mudanças
tos para o relacionamento sino-brasileiro. Foi a na trajetória do desenvolvimento brasileiro tam-
partir dos anos noventa que, pela primeira vez, bém ocorriam. Foi adotada uma série de refor-
houve a presença significativa de produtos chi- mas que transformariam estruturalmente a eco-
neses não energéticos na pauta de importação nomia do Brasil, cujos principais efeitos foram
um processo inicial de estabilização e progressi-
do Brasil, que passou a incorporar itens manu-
va abertura econômica. Como resultado, a taxa
faturados intermediários, como brinquedos, cal-
média de crescimento do Brasil passou de 1,0%
çados, têxteis e aparelhos receptores de rádio e
entre 1990 e 1994 para 2,6% entre 1995 e 1998.
som, entre outros. A maior abrangência da pauta
de produtos chineses importados pelo Brasil foi Apesar destes avanços, a partir de 1997 ambos
resultado do processo de reformas e industriali- os países enfrentaram um período de dificulda-
zação experimentado pelo país asiático. des econômicas relacionadas, sobretudo, a ins-
10.000
9.000
8.000
7.000
US$ milhões
6.000
5.000
4.000
3.000
2.000
1.000
0
1994 1995 1996 1997 1998 1999 2000 2001 2002 2003 2004
Exportação 822 1.204 1.114 1.088 905 676 1.085 1.902 2.520 4.534 5.440
Importação 463 1.042 1.133 1.166 1.034 865 1.222 1.328 1.554 2.148 3.710
Corrente 1.286 2.245 2.247 2.225 1.939 1.541 2.307 3.231 4.075 6.681 9.150
tabilidades financeiras e choques externos, que sificação da pauta, caracterizada pelo progressivo
prejudicaram o avanço da Parceria Estratégica. ingresso de manufaturas chinesas no Brasil, ou-
A economia chinesa foi afetada pela crise finan- torgou um novo perfil ao vínculo bilateral.
ceira asiática de 1997, ano em que as exportações
do país se reduziram sensivelmente por conta da Destaca-se também, neste período, a diversifica-
desvalorização cambial na maior parte de seus ção dos investimentos bilaterais, particularmen-
países vizinhos. Crise financeira análoga atingiu te o ingresso de algumas empresas brasileiras
diretamente o Brasil no final de 1998, conduzin- no setor produtivo chinês. A criação da empresa
do à flutuação cambial do Real em janeiro de Beijing Embraco Snowflake para a produção de
1999 e levando à redução da demanda por impor- compressores na China, assim como a inserção
tações chinesas. Após se manter em um patamar das aeronaves brasileiras da Embraer no mercado
de US$ 2,2 bilhões nos anos de 1995-1997, o inter- chinês no ano 2000 constituem iniciativas pionei-
câmbio comercial entre Brasil e China se reduziu ras desta etapa.
acentuadamente em 1998 e 1999, chegando no
último ano ao seu patamar mais baixo desde O diálogo político também ganhou densidade e
1994: US$ 1,54 bilhão. as visitas presidenciais tornaram-se mais frequen-
tes. O lançamento, em 1997, do primeiro Satélite
Estes impasses marcaram o final desta segunda Sino-Brasileiro de Levantamento de Recursos Ter-
fase do relacionamento sino-brasileiro. Desde a restres, CBERS-1, confirmou o potencial de ambos
declaração da Parceria Estratégica até os primei- os países para estabelecer iniciativas cojuntas em
ros anos do século XXI, Brasil e China atravessa- setores de alta tecnologia. No entanto, ainda se
ram importantes mudanças que transformaram fazia necessária uma arquitetura institucional
a relação em termos quantitativos e qualitativos. mais assertiva, que pudesse expandir o potencial
Além do aumento das trocas comerciais, a diver- desta cooperação para novos horizontes.
90.000
80.000
70.000
US$ milhões
60.000
50.000
40.000
30.000
20.000
10.000
2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013
Exportação 5.440 6.835 8.402 10.749 16.523 21.004 30.786 44.315 41.228 46.026
Importação 3.710 5.355 7.990 12.621 20.044 15.911 25.595 32.791 34.251 37.303
Corrente 9.150 12.190 16.393 23.370 36.567 36.915 56.381 77.105 75.479 83.329
14.000
12.000
10.000
8.000
US$ milhões
6.000
4.000
2.000
-2.000
-4.000
-6.000
2004 2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013
Saldo 1.730 1.480 412 -1.872 -3.522 5.093 5.190 11.524 6.976 8.723
40.000
35.792
35.000
30.000
25.000
US$ milhões
20.000
15.000 13.090
11.880
10.000 8.030
4.791 3.449 3.465
5.000
3.235
564 549
0
2007-09 2010 2011 2012 2013
Total Confirmados
Fonte: CEBC
Neste sentido, foi estabelecida, em 2004, a Co- O Plano de Ação Conjunta define, para um pe-
missão Sino-Brasileira de Alto Nível de Concer- ríodo de cinco anos, os objetivos, as metas e
tação e Cooperação (COSBAN), como o mecanis- orientações para a cooperação bilateral e busca
mo formal de maior importância voltado para o aprimorar a coordenação e a atuação dos meca-
acompanhamento e implementação da agenda nismos existentes, assim como ampliar e apro-
bilateral. A COSBAN conta com onze subcomis- fundar as trocas nas áreas política, econômica,
sões e seis grupos de trabalho dedicados aos agrícola, industrial, tecnológica e cultural. O Pla-
principais setores de interesse mútuo. Além dis- no estabelece como principais objetivos:
so, é responsável pelo monitoramento do Plano
de Ação Conjunta 2010-2014, firmado em 2010, i) esboçar uma estratégia de médio e longo
pelos Presidentes Lula e Hu Jintao, bem como prazo para o relacionamento;
do Plano Decenal de Cooperação Brasil-China ii) promover a expansão das relações forta-
(2012-2021), assinado pela Presidente Dilma lecendo a complementaridade entre as duas
Rousseff e pelo Primeiro-Ministro Wen Jiabao, economias;
em abril de 2011.
2ª Conferência Internacional do
CEBC: “Desafios Emergentes”, em
São Paulo
2008
3ª Reunião Bilateral do CEBC, em
CEBC
Xiamen
Lançamento da Agenda China pelo
Empresarial CEBC em conjunto com o MRE,
Abertura de escritório da Suzano MDIC, MAPA, Apex-Brasil, CNI e
Papel e Celulose em Xangai ABDI, em Brasília
Empresarial
2009
Inauguração de fábrica de compo-
nentes da Marcopolo na China
Assinatura de contrato entre
Petrobras e Sinopec para
construção dos gasodutos
Cabiúnas-Catu e Cabuínas-Vitória,
no valor aproximado de US$ 1,9
bilhão
Início das atividades do escritório
de representação da Felsberg e
Associados em Xangai
iii) identificar potenciais obstáculos a esse Sem dúvidas, na última década o aprofundamen-
crescimento e intensificar o diálogo sobre essas to das relações sino-brasileiras ganhou amplitu-
questões; de em escala global, sendo notável que a apro-
iv) diversificar a interação no campo econômico- ximação entre os dois parceiros já ultrapassa o
-comercial e em outras áreas prioritárias, como escopo bilateral. Foi neste contexto que, duran-
ciência, tecnologia e inovação. te a visita do Premier Wen Jiabao ao Brasil em
junho de 2012, se estabeleceu a Parceria Estraté-
Como forma de complementar o Plano de Ação gica Global, como reconhecimento da crescente
Conjunta, os líderes dos dois países formaliza- dimensão internacional que ganha a relação
ram a criação do Plano Decenal de Cooperação sino-brasileira e de seu potencial em contribuir
Brasil-China. Seu objetivo é assinalar as áreas para as reformas nas instituições e regras mul-
prioritárias e os projetos-chave em ciência, tilaterais – como as de Bretton Woods – e para
tecnologia e inovação; cooperação econômica; a solução de grandes questões globais como as
e intercâmbios entre os povos, no período de mudanças climáticas.
2012 a 2021.
Empresarial Comercial
interesses de ambos.”
Embaixador Valdemar Carneiro Leão,
Embaixador do Brasil na China desde 2013.
LINHA 2
Participação na missão presidencial de uma comitiva composta
por mais de 400 empresários, 2004.
LINHA 2
Visita do Presidente Xi Jinping. Reunião Bilateral do CEBC.
Jantar Comemorativo, 2014.
O encontro entre os Presidentes Dilma Rous- por parte de ambos os governos, da impor-
seff e Xi Jinping no Brasil, realizado em julho tância desta instituição, com a presença, pela
de 2014, resultou no avanço de diversas pau- primeira vez, dos presidentes dos dois países,
tas que favoreceram a intensificação da rela- Dilma Rousseff e Xi Jinping, na Reunião Anual
ção bilateral e o reconhecimento da Parceria Bilateral do CEBC.
Estratégica Global. A visita de Estado refor-
çou a dimensão política da interação sino- Ao mesmo tempo, também é notável a expansão
-brasileira, inaugurando uma nova fase deste da diversificação das relações bilaterais para
relacionamento. além da área econômica. Uma evidência deste
movimento é a distribuição dos acordos por se-
Durante o encontro presidencial, foram fir- tores mais abrangentes, incluindo agronegócio,
mados 56 acordos entre órgãos públicos e pri- aviação civil, finanças, ciência e tecnologia e in-
vados de ambos os países. Uma análise geral fraestrutura. Da mesma forma, houve incentivo
destes documentos demonstra que metade ao avanço nas áreas de intercâmbio acadêmico e
deles está inserida na área de comércio e in- de estudantes, e ensino de línguas.
vestimento, indicando o grande potencial eco-
nômico do intercâmbio entre Brasil e China. A visita marcou, ainda, o maior entendimento
entre os governos, fruto de avanços no diálogo
Cabe destacar que mais da metade dos atos bilateral, especialmente no que tange à supera-
assinados envolveu negociações entre empre- ção de impasses que obstruíam setores-chave da
sas chinesas e brasileiras. A expansão do perfil relação. O caso da suspensão do embargo man-
empresarial de trocas entre os dois países rea- tido pela China à exportação de carne bovina
firma o papel preponderante de instrumentos brasileira desde o final de 2012 exemplifica esse
como o Conselho Empresarial Brasil-China no movimento de avanço, assim como os resultados
apoio ao desenvolvimento da relação bilate- na área de aviação civil.
ral. A ocasião evidenciou o reconhecimento,
27
de Reservas, que funcionará como mecanismo de
%
proteção frente a instabilidades financeiras.
14%
Defesa
Consular e Jurídico
Essa é uma tarefa que envolverá um crescente Não caberá aqui uma análise detalhada do
entrosamento entre governo, setores produ- processo pelo qual passa a economia chinesa,
tivos e academia, e com a qual o CEBC poderá mas sim a ênfase de algumas de suas caracte-
rísticas especialmente relevantes no contexto
contribuir de forma significativa, favorecen-
das relações bilaterais. De um ponto de vista
do uma compreensão mais aprofundada das
geral, as reformas são fundamentais para ga-
novas características das relações bilaterais
rantir um novo ciclo de crescimento e abertu-
nos próximos anos, suas oportunidades e
ra. Embora crescendo a taxas menores, a China
desafios. Explorar de forma positiva a con-
deverá manter um papel central na recupera-
juntura inaugurada pelas transformações em
ção da economia mundial e no aumento do
curso na China demandará não apenas a cla- comércio global. A ampliação de seu já eleva-
reza acerca do que o país asiático é hoje, mas do grau de abertura e as modificações em sua
uma projeção fundamentada de para onde estrutura produtiva deverão torná-la um par-
ele caminha. ceiro ainda mais significativo para países que,
13
12,4
12
11,9
11,2
11 10,8
9,7
10
9,0
9,6
9 8,4
9,1 7,8
8
8,0 7,9
7 7,4 7,5
6,8 6,6
6 6,2
6,0
5
mar/00
mar/06
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mar/04
mar/96
mar/05
mar/98
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mar/02
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set/13
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set/11
mar/1
1. “Implicações de uma China em transformação: oportunidades 2 . Para efeito de comparação, o Brasil respondeu por 1,3% das exportações globais
para o Brasil?” Banco Mundial, 2014 em 2013, mantendo praticamente o mesmo patamar desde os anos 80, segundo
dados da Unctad. Segundo o Banco Mundial, até 2030, as exportações chinesas
podem chegar a um patamar entre 19% e 23% das exportações globais.
3. Dados de 2013.
A China assumiu papel importantíssimo no cená- tamente integrado – no qual mais de 65% das
rio econômico global, dando passos importantes exportações dos países da região destinam-se a
na consolidação da sua presença no comércio seus países vizinhos – e (3) os produtos de maior
mundial, na formação de uma cadeia produtiva valor agregado respondem por 53,6%3 dos bens
na Ásia e na agregação de valor na sua pauta de manufaturados destinados ao mercado exter-
exportação de manufaturados. Com isso, hoje (1) no4. Além disso, a China detém parte relevante
se coloca como o principal exportador mundial da demanda mundial de commodities, influen-
(saindo de cerca de 2% no início dos anos 90 para ciando, direta e indiretamente, decisões ligadas
quase 12% do total vendido no globo em 20132), a projetos de investimentos nessas áreas e a
(2) interage em um comércio intra-asiático al- taxa de câmbio de diversos países.
12% 11,7
10,3
8,7
9%
6,4
6%
3,3
3%
1,7
1,3
1,2
1,1 0,8
0,9
0
2000
2006
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2009
2004
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1989
1994
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1983
1995
1985
1992
1993
1987
1997
2011
1981
1991
66 % 63,0
55,8
54,6
54% 53,8
54,1
48% 49,1
45,7 49,2
44,6
42%
jun 01
out 01
fev 01
jun 02
out 02
fev 02
jun 03
out 03
fev 03
jun 04
out 04
jun 05
fev 04
out 05
fev 05
jun 06
out 06
fev 06
jun 07
out 07
fev 07
jun 08
out 08
fev 08
jun 09
out 09
fev 09
jun 10
out 10
fev 10
jun 11
out 11
jun 12
fev 11
out 12
fev 12
jun 13
out 13
fev 13
jun 14
out 14
fev 14
Fonte: CEIC Elaboração: Bradesco
60%
53,6
56,4
54,5
50%
44,6
40%
35,1
32,0
33,9 29,1
30% 30,6
20,3
20% 17,8
15,6 14,2 14,4
10%
1995
1996
1997
1998
1999
2000
2001
2002
2003
2004
2005
2006
2007
2008
2009
2010
2011
2012
2013
5. Do sistema financeiro, que contempla o endividamento dos governos 6. Essa desaceleração no ritmo de crescimento pode ser mais ou menos in-
locais financiado pelos bancos e pelas instituições não bancárias (o cha- tensa, segundo projeções recentemente divulgadas pelo Banco Mundial.
mado shadow banking) e que muitas vezes tem a terra e/ou a propriedade De fato, as taxas de crescimento podem cair entre 4 e 7 p.p. até 2030, em
como colateral. Assim, poderíamos dizer que temos quase toda a econo- relação ao padrão atual, nos cenários propostos pela instituição.
mia chinesa alavancada.
48% 46,4
45,6 45,9
45,8
42%
39,0
38%
36,2
33,5 35,3
32,4 34,9
31,8
30%
1996
1997
1998
1999
2000
2001
2002
2003
2004
2005
2006
2007
2008
2009
2010
2011
2012
2013
Consumo das famílias Investimentos
Tendo essa visão sobre as condições atuais da tes, equipamentos eletrônicos e de transmissão
China, entendemos que o comércio entre os dois e motores – com uma gama ampla de itens, de
países parece, por ora, praticamente consoli- baixo a alto valor agregado, sendo que esses úl-
dado e os investimentos, até agora, em fase de timos têm ganhado espaço. Hoje a China ocupa
amadurecimento. A corrente de comércio somou o posto de principal parceiro comercial do País,
mais de US$ 62 bilhões nos primeiros nove meses com 18,7% das nossas vendas e 16% das nossas
compras. Como efeito de comparação, o Brasil
deste ano, com as exportações acumulando que-
responde por cerca de 1,5% e 3,0% das exporta-
da de 3,6% e as importações, altas de 0,7% nesse
ções e importações da China, respectivamente.
período quando comparamos com o mesmo do
ano passado. Os principais produtos exportados Assim, a relação tem sido construída com base
pelo Brasil para a China continuam sendo miné- no comércio complementar 7, com algum grau de
rio de ferro, soja, celulose e petróleo. Há alguns dependência do lado da China, quando se pensa
itens que mostraram rápido crescimento como em commodities. Reforça esse caráter a posição
açúcar e carnes, ainda que tenham uma partici- que o Brasil ocupa como principal fornecedor de
pação menor. Por outro lado, importamos uma alimento para a China e como segundo maior
variedade de produtos chineses manufaturados, fornecedor de minério de ferro. Uma nova janela
com alguma concentração em máquinas e par- se abre no que tange às proteínas, que ainda en-
10.000
4.000
-2.000
-8.000
-14.000
-20.000
-26.000
Japão
Taiwan
Hong Kong
Rússia
Cingapura
Coreia do Sul
Alemanha
Itália
índia
Europa
Tailândia
Chile
Malásia
França
Canadá
Indonésia
Austrália
Argentina
Nova Zelândia
EUA
Brasil
8. Apenas somando as vendas brasileiras para a China de minério de ferro 9. Mesmo que essa tendência esteja se revertendo nos últimos trimestres,
e soja, chegamos a mais de 75% do total exportado ao país de janeiro a a valorização dos preços das commodities favoreceu a apreciação da moe-
setembro deste ano. da brasileira, pressionando ainda mais a competitividade da indústria lo-
cal, influenciada tanto pela perda de exportações como pelo crescimento
da participação das importações no consumo final doméstico.
14,0% 14,0%
7.000
12,0%
6.000
10,0%
5.000
8,0%
4.000
6,0%
3.000
2.255 4,0%
3,2%
2.000 0,1% 1,5% 2,0%
0,5% 1,1%
0,1% 0,5%
1.000 0,1% 693 492 0,0%
101 0,0% 245
17 13 35 34
0 -2,0
2005 2006 2007 2008 2009 2010 2011 2012 2013 2014
9,0
8,2
8,0
6,3 7,1
7,0 6,7
6,3
6,0
5,6
5,3
5,0
4,2
4,0
3,2 3,3
3,0
2,0
1,0
0,0
Agricultura e Energia e Manufatura Serviços Crescimento
alimentos mineração do PIB
18 17,0
16
14
12 11,0
10,0 10,0
10 9,0 9,0
8 7,0
6,0
6 5,0
4
3,0
2
Agricultura e Energia e Manufatura Serviços Total
alimentos mineração
66 49,0
46
36
26 23,5
21,5
17,5
16
14,5
11,0
10,0 9,5 10,0 10,0
6
Agricultura e Energia e Manufatura Serviços Total
alimentos mineração
2010 2030
Diplomatas
Embaixador Clodoaldo Hugueney
Embaixador do Brasil na China entre 2008 e 2013
Tudo isso determina que as relações entre a As relações têm cada vez maior influência global.
China e o Brasil tenham uma importância que Considero que, ao tempo em que se desenvolve o
vai além do âmbito bilateral, relacionamento bilateral, os dois
exercendo, consequentemen- países devem cumprir as suas
te, influência no plano global. obrigações internacionais e refor-
Nesse sentido, o Brasil é, não Cabe ressaltar que os çar a coordenação e cooperação
apenas um importante par- nas organizações internacionais e
ceiro comercial e econômico
dois parceiros também multilaterais. Por sua vez, devem
para a modernização da Chi- podem buscar a coope- aderir aos propósitos e princípios
na, mas um parceiro estraté- ração em terceiros pa- da Carta das Nações Unidas, de-
gico muito importante nos fender a igualdade soberana dos
íses da América do Sul Estados, salvaguardar e promover
assuntos mundiais.
e África na construção a justiça internacional, promover
Neste contexto, os maiores de infraestrutura.” um mundo multipolar e a demo-
desafios são expandir ainda cratização das relações interna-
mais a escala do comércio bi- cionais e participar ativamente
lateral, que já é consideravelmente grande. Para na governaça global, no intuito de conquistar mais
isso, teremos que otimizar a estrutura de comér- poder institucional e o direito de falar pelos países
cio e aumentar a proporção de produtos de alta em desenvolvimento.
Acadêmicos
Anna Jaguaribe
Diretora do Instituto de Estudos Brasil-China, IBRACH
Renato Baumann
Diretor de Estudos, Relações Econômicas e Políticas Internacionais
(DINTE), Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada, IPEA
Zhou Zhiwei
Secretário-Geral do Centro de Estudos Brasileiros, no Instituto
de Estudos da América Latina da Academia Chinesa de Ciências
Sociais, ILAS/CAS
Confederações / Associações
ABIEC
Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes
ABIOVE
Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais
ABPA
Associação Brasileira de Proteína Animal
CNA
Confederação da Agricultura e Pecuária do Brasil
CNI
Confederação Nacional da Indústria
CNT
Confederação Nacional do Transporte
Ibá
Indústria Brasileira de Árvores
Empresas
Brasileiras Chinesas
Banco do Brasil Baidu
Marcopolo ICBC
Suzano
Vale
A Agência BB Shangai veio coroar o sucesso de Por isso, fazemos questão de ressaltar nosso
uma estratégia iniciada há mais de dez anos, com compromisso em apoiar negocialmente os
clientes nos dois países e contribuir para tornar
esse relacionamento cada vez mais forte e
duradouro.
Por isso, fazemos questão de ressal-
tar nosso compromisso em apoiar
negocialmente os clientes nos dois
países e contribuir para tornar esse
relacionamento cada vez mais forte
e duradouro.”
Nossa interação e nosso gociar, que nos possibilitou fazer planos de longo
aprendizado com a Chi- prazo para este mercado com base na confiança
na sempre foram muito estabelecida em nossos relacionamentos.
grandes, pois é um mer-
cado de alto volume e o Nossa parceria com os chineses teve início há 20
canal de exportação que mais cresceu nos últi- anos e hoje contamos com duas plantas na China
mos cinco anos, passando de quinto maior impor- e um recém-inaugurado escritório de vendas em
tador de carne do Brasil para o segundo maior. A Xangai. Adicionalmente, nossa base de produção
Marfrig sempre teve muita afinidade com o mer- de proteína animal na América do Sul está muito
cado chinês por causa do seu jeito simples de ne- bem posicionada para suprir o crescente consu-
mo de carne bovina da China, com alta qualidade
e a um preço competitivo. Certamente, esta será
uma parceria duradoura e crescente.
Acreditamos que a China será o
Acreditamos que a China será o maior importa-
maior importador de carne do dor de carne do Brasil num futuro breve. Neste
Brasil num futuro breve. Neste contexto, nossa base de produção de proteína
contexto, nossa base de produção animal na América do Sul, aliada a nossa estru-
tura instalada na China, nos deixarão bem posi-
de proteína animal na América do
cionados para absorver este potencial e forta-
Sul, aliada a nossa estrutura ins- lecer nosso relacionamento comercial com este
talada na China, nos deixarão bem país, tornando-se um dos maiores destinos de
nossas exportações.
posicionados para absorver este
potencial e fortalecer nosso rela-
cionamento comercial com este
país, tornando-se um dos maiores
destinos de nossas exportações.”
Como maior mercado impor- dos clientes em nosso negócio, chave esta para
tador de nossa matéria-pri- garantir o sucesso num mercado tão singular
ma, a China ocupa uma po- como o chinês.
sição estratégica em nossos
negócios. A Suzano, visando uma presença global Sem dúvida, a China continuará como o maior
com atuação local no mercado chinês, altamente mercado potencial para o setor de celulose nos
competitivo e dinâmico, estruturou sua operação próximos 10 ou 20 anos. A visão da Suzano Papel
na Ásia, com profissionais sino-brasileiros e chi- e Celulose é investir cada vez mais no mercado
neses. Nossa equipe tem como foco criar um rela- chinês, pois nenhum negócio que queira perma-
cionamento de longo prazo, com valor e respeito necer minimamente competitivo no cenário in-
às relações comerciais, promovendo benefícios ternacional poderá estar fora dele.
para ambos os lados e aumentando a confiança
Associados
Seção Brasileira
Agência de Promoção de Exportações e Confederação da Agricultura e Pecuária do Federação das Indústrias do Estado do Rio
Investimentos Brasil (CNA) de Janeiro (FIRJAN)
(Apex-Brasil) Confederação Nacional da Indústria (CNI) Fundação Armando Álvares Penteado (FAAP)
Andrade Gutierrez Confederação Nacional do Transporte (CNT) Fundação Dom Cabral
Associação Brasileira das Indústrias Construtora Odebrecht Fundação Instituto de Administração (FIA)
Exportadoras de Carne (ABIEC)
Deloitte Indústria Brasileira de Árvores - Ibá
Banco do Brasil
Duarte Garcia, Caselli Guimarães e Terra Mattel do Brasil Ltda.
Banco Itaú BBA Advogados PwC
Bank of China Embraer Sertrading
Bank of Montreal Federação das Indústrias do Estado de Mato SGI - Sandstone Group International Power
BNDES Grosso (FIEMT) Transmission
Bradesco Federação das Indústrias do Estado de Minas Suzano Papel e Celulose
BRF Gerais (FIEMG)
TozziniFreire Advogados
Bunge Federação das Indústrias do Estado de Santa
Catarina (FIESC) Vale
Centro Brasileiro de Relações Internacionais
Federação das Indústrias do Estado de São Vallya
- CEBRI
Paulo (FIESP) Veirano Advogados
Comexport
Seção Chinesa
A&W(Shanghai) Woods Co.Ltd China Nonferrous Metal Industry’s Foreign Hubei Golden Ring Co.,Ltd
Engineering and Construction Co., Ltd. (NFC) Nuctech Company Limited
Aluminum Corporation of China Limited
China North Industries Corp. ShanXi Foreign Investment & Trade (Group)
BAIDE Industry (ZhaoQing) Co.,Ltd
China Railway Construction Corporation Co.Ltd
Baosteel Group Corporation
Limited SINOPEC
Blooming Drilling Rig Co.,Ltd
CITIC Group Wuhan Iron and Steel (Group) Company
China Aviation Industry Corp.(AVIC)
COFCO Corporation profiles
China Civil Engineering Construction
Fujian Electronics & Information (Group) Xinxing Cathay International Group Co., Ltd
Corporation
Co., Ltd. Yankuang Group Co.Ltd
China Forestry Group Corporation
Guangxi Liugong Machinery Co.,Ltd Yefela Trading (Beijing)Ltd.
China Metallurgical Group Corporation(MCC)
Guosen Securities
China Minmetals Corporation
Huawei Technologies Co., Ltd
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