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TEXTO B
Lê o texto.
6. Por que razão crescia o espanto do Cavaleiro ao ouvir os amigos do banqueiro Averardo (linhas 3 a 10)?
6.1 Assinala com X os dois recursos expressivos usados nas linhas 5 a 10 para explicar a razão desse espanto do
Cavaleiro quanto ao que ouvia em casa do Banqueiro.
A. Personificação
B. Comparação
C. Enumeração
D. Metáfora
E. Anáfora
7. Ordena as frases seguintes de acordo com o modo como Filippo organiza a sua narrativa nas linhas 15 a 47.
8. Explica por que razão Cimabué se espantou tanto quando viu Giotto pela primeira vez.
9. Depois de ter visto Giotto e o seu rebanho, Cimabué faz uma proposta ao pequeno pastor e assume com ele dois
compromissos.
Refere, por palavras tuas, essa proposta e esses compromissos.
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Gramática
«Na sua terra ele procurava a companhia dos trovadores e dos viajantes que lhe contavam as suas aventuras e as
histórias lendárias do passado.»
13. Associa cada segmento sublinhado nas frases (coluna A) à função sintática adequada (coluna B). Escreve, em cada
círculo da coluna A, o número correspondente da coluna B.
Coluna Coluna
A B
1. Sujeito
a. «Ao fim da tarde chegaram os amigos do banqueiro Averardo.»
2. Predicado
b. «O pastor seguiu Cimabué, que lhe ensinou todos os segredos da sua arte?» 3. Complemento direto
4. Complemento indireto
14. Reescreve a frase seguinte, substituindo a expressão sublinhada por uma forma contraída do pronome pessoal que
desempenhe, em simultâneo, as funções sintáticas de complemento direto e de complemento indireto
15. Assinala com X a subclasse dos verbos usados nas frases seguintes.
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8. …………………………………………………………………………………………….……. 5 pontos
Aspetos de conteúdo (C)...................................................................................................................................3 pontos
9. …………………………………………………………………………………………….……..................5 pontos
Na resposta, deve referir-se o facto de Cimabué:
• ter proposto levar Giotto para Itália;
• se ter comprometido a tornar Giotto seu discípulo;
• se ter comprometido a tornar Giotto um grande pintor.
Gramática
Texto B
Lê o texto.
Espantou-se o Cavaleiro com aquilo que via, pois naquele tempo a pimenta era quase tão rara como o ouro. O
dono da casa pôs mais lenha na lareira, serviu vinho aos seus hóspedes, e os três homens
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5. Neste texto, um marinheiro, que se encontra em casa de um negociante juntamente com o Cavaleiro, conta um episódio
vivido por um capitão português.
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Refere, por palavras tuas, como tinha sido a carreira de marinheiro, antes do relato da viagem que fez até às costas de
África, alistado numa expedição portuguesa.
6. Numera os tópicos de 1 a 5, de acordo com a ordem pela qual as informações são apresentadas na reportagem.
7. Associa cada frase da coluna A a um elemento da coluna B, de acordo com o texto. Escreve, em cada quadrado da
coluna A, a letra correspondente da coluna B.
COLUNA A COLUNA B
8. Pero Dias tem como objetivo estabelecer contactos com os nativos daquela região.
As ações apresentadas de (A) a (I) referem-se às tentativas de Pero Dias para comunicar com o nativo que apareceu
na praia.
8.1. Escreve a sequência de letras que corresponde à ordem pela qual as ações aparecem no texto.
(A) Agarrou-o por um braço.
(B) Aparou o golpe e caiu trespassado.
(C) Começou a cantar e a dançar.
(D) Disse “Quero paz contigo”.
(E) Ergueu a espada.
(F) Fez gestos.
(G) Fez um gesto para sossegar o nativo.
(H) Ofereceu panos coloridos.
(I) Tentou acalmá-lo perante a luta.
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9. Olhem – disse um moço –, o sangue deles é exatamente da mesma cor. (l. 40)
9.1. Como interpretas a reação dos companheiros de Pedro Dias e o facto de este capitão ter sido sepultado
na praia, junto ao indígena.___________________________________________________________________
Gramática
11. Reescreve as frases seguintes, substituindo as expressões sublinhadas pelos pronomes adequados.
(A) O dono da casa pôs mais lenha na lareira.
____________________________________________________________________________________________
(B) Pero Dias ergueu no ar a sua espada.
____________________________________________________________________________________________
(C) O capitão resolveu não levar para bordo Pero Dias.
12. Associa as expressões destacadas nas frases da coluna A à função sintática da coluna B.
COLUNA A COLUNA B
1. Espantou-se o Cavaleiro com aquilo que via… A – Sujeito
2. Ali colocou panos coloridos. B – Predicado
3. Veio a Lisboa e aí embarcou numa caravela. C – Complemento direto
4. Os marinheiros fizeram uma cruz, que espetaram na areia. D – Complemento indireto
E – Complemento oblíquo
F – Modificador do nome restritivo
G – Predicativo do sujeito
14. Assinala com um X a frase que contém uma oração coordenada adversativa.
(A) Quando eles ficaram só a seis passos de distância, pararam.
(C) Pero Dias tentou aparar o golpe, mas ambos caíram trespassados.
2.1. D; 2.2. C; 2.3. B.
3. 3, 2, 1, 5, 4.
4.1. A; 4.2. C; 4.3. B; 4.4. A.
5. O capitão contou que tinha sido marinheiro desde criança, que tinha viajado por todos os portos da Europa, incluindo os da
Península Ibérica e que um dia decidiu alistar-se nas expedições portuguesas para viajar para sul.
6. 3, 5, 2, 1, 4.
7. 1. B; 2. A; 3. C; 4. F; 5. D; 6. E.
8.1. (H) – (D) – (F) – (C) – (E) – (G) – (A) – (I) – (B)
9.1. A reação dos companheiros de Pero Dias revela ignorância e desconhecimento; o sangue dos humanos é igual,
independentemente da raça de cada um. Além disso, esta frase revela o racismo e a discriminação por parte dos
marinheiros; talvez julgassem que o sangue dos brancos tivesse uma cor diferente da dos negros. Ao ter sido sepultado na
praia, junto ao indígena, a mensagem que se quer transmitir é a de igualdade e de paz entre as raças e os diferentes povos.
10. Verbo principal: pôs, bailaram
Verbo copulativo: ficou.
Verbo auxiliar: tenham.
11. A. O dono da casa pô-la.
B. Pero Dias ergueu-a no ar.
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GRUPO II – LEITURA
É Natal?
Dantes o Natal era uma coisa como um presépio vivo cheio de musgo e coisas pequeninas como ovelhas de loiça pintadas
à mão. Era o tempo de adivinhar o que estaria dentro daqueles tantos embrulhos em cima dos armários altos onde não
chegávamos nunca.
Era o tempo do frenesim1 de contar os dias e ver a meia grossa de lã pendurada na lareira e imaginar como raio iria o Pai
Natal colocar todas as nossas prendas ali dentro. Era o tempo de espreitar de vez em quando a chaminé cheia de fuligem e
pensar como é que as barbas do Pai Natal se mantinham imaculadas 2 de neve apesar daquela travessia difícil e como poderia a
barriga rechonchuda caber naquele funil tão estreitinho e escuro que era o caminho entre o céu e a nossa sala…
Natal era quando os crescidos falavam com meias palavras para não percebermos que estavam a falar dos nossos presentes,
era quando os tios-avós e restante família apareciam vindos do nada e se juntavam à volta da canja de galinha servida em
chávenas com duas – duas! – asas e quando os passarinhos de plumas a fingir saíam dos armários cheios de louça antiga para
vir decorar a mesa grande.
Natal era quando a minha avó embrulhava dezenas de lâmpadas em papel celofane às cores e os empregados do meu avô –
coitados – iam pendurá-las na grande ameixoeira que fazia de abeto nórdico a fingir, para termos no jardim a árvore colorida e
iluminada da Leiria provinciana daquele tempo.
Natal era a certeza de o tempo ser infinito, de termos eternamente tudo e todos à nossa volta e de tudo ser bom e quentinho
no inverno que rugia lá fora.
Depois crescemos.
Sabemos então que nada é infinito, nem todos permanecem à nossa volta, nem tudo nos acompanha.
Mas, damos connosco a repetir rituais, a jurar a pés juntos que o Pai Natal virá, a pendurar as mesmas meias grossas de lã
na chaminé, a esconder presentes nos roupeiros, a lembrar com saudades a canja da consoada, a tecer o maravilhoso do Natal
dentro dos corações das crianças, a ver o espírito da época adoçar gente rabugenta, uma espécie de delicadeza e se faz favores
e Boas Festas a descer como um manto invisível por sobre o mundo.
E o mundo continua terrível, mau, difícil, com todas as atrocidades3 que o tornam sem sentido.
Mas, por breves momentos, é Natal, e desejamos do fundo de nós que haja mais dias assim, dias em que estejamos juntos,
vivos, próximos, iluminados e de coração cheio.
É, pois, Natal sim senhor.
Sempre que pudermos, no resto do tempo, no resto dos dias, nas pequenas grandes coisas que tornam a vida dos outros um
pouco melhor – uma pequena atenção, um grande abraço, uma mensagem, um pouco de nós – somos também o Natal dos
outros e isso, sim, é para levar o resto do ano na lembrança.
Alexandra Azambuja, https://www.jornaldeleiria.pt/opiniao/e-natal (texto com supressões)
Responde aos itens que se seguem, de acordo com as orientações que te são dadas.
1. Assinala as afirmações verdadeiras, tendo em conta a opinião da jornalista relativamente à imagem que tinha do
Natal, quando era pequena.
(B) O Natal era apenas o tempo dos presépios vivos e cheios de musgo.
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(D) O Natal era o tempo do aconchego, da família que estava sempre presente.
(E) O Natal servia apenas para se preocupar com as prendas que não caberiam na meia pendurada na
chaminé.
2. Para cada item (2.1. a 2.3.), escolhe a opção que completa corretamente as afirmações que se seguem.
2.3. A palavra “Mas” , usada na linha 31, pode ser associada à ideia de
(A) consequência,
(B) conclusão.
(C) causa.
(D) contraste.
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O regresso
Finalmente, na antevéspera do Natal, ao fim da tarde, chegou a uma pequena povoação que ficava a
poucos quilómetros da sua floresta. Aí foi recebido com grande alegria pelos seus amigos, que ao cabo de
tão longa ausência já o julgavam perdido. Um deles hospedou-o em sua casa e emprestou-lhe um cavalo
seu, pois o do viajante vinha exausto e coxo. O Cavaleiro pediu notícias daqueles que deixara.
‒ Estão à tua espera, afligem-se pela tua demora e rezam pelo teu regresso ‒ respondeu um amigo.
E na madrugada seguinte o peregrino partiu.
Era o dia 24 de dezembro, um dos dias mais curtos do ano, e ele caminhava com grande pressa, pois
queria aproveitar as poucas horas de luz.
Antes da meia-noite, sem falta, tinha de chegar à sua casa na clareira de bétulas.
E ao fim de três quilómetros de marcha, cheio de confiança, penetrou na grande floresta.
A alegria de estar já tão perto dos seus fazia-lhe esquecer o cansaço e o frio.
Mas agora, depois de quase dois anos de ausência, a floresta parecia-lhe fantástica e estranha. Tudo
estava imóvel, mudo, suspenso. E o silêncio e a solidão pareciam assustadores e desmedidos.
O inverno tinha despido as árvores, e os ramos nus desenhavam-se negros, esbranquiçados,
avermelhados. Só os pinheiros cobertos de agulhas continuavam verdes. Eram daqueles pinheiros do Norte
que se chamam abetos, que são largos em baixo e afilados em cima, que têm o tronco coberto de ramos
desde o chão e crescem em forma de cone da terra para o céu.
A neve apagara todos os rastos, todos os carreiros. E através do labirinto do arvoredo o Cavaleiro
procurava o seu caminho. O seu plano era chegar ainda com dia a uma pequena aldeia de lenhadores que
ficava perto do rio que passava junto da sua casa. Uma vez encontrado esse rio, mesmo de noite, não se
poderia perder, pois o curso gelado o guiaria.
À medida que avançava, os seus ouvidos iam-se habituando ao silêncio e começavam a distinguir ruídos
e estalidos. Era um esquilo saltando de ramo em ramo, uma raposa que fugia na neve. Depois ao longe,
entre os troncos das árvores, avistou um veado. Caminhava em direção ao nascente e ao fim de uma hora
encontrou na neve rastos frescos de trenós.
— Bom sinal — pensou ele —, não me enganei no caminho.
De facto, seguindo esses rastos, depressa chegou à pequena aldeia dos lenhadores.
Todas as portas se abriram, e os homens da floresta reconheceram o Cavaleiro que rodearam com
grandes saudações.
1. As seguintes palavras permitem caracterizar os sentimentos dos amigos do Cavaleiro no início do texto (linhas 1 a
7).
1.1. Seleciona uma destas palavras e explica por que razão ela é adequada para caracterizar os sentimentos
demonstrados pelos amigos.
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2. Lê o seguinte excerto.
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“E ao fim de três quilómetros de marcha, cheio de confiança, penetrou na grande floresta. A alegria de
estar já tão perto dos seus fazia-lhe esquecer o cansaço e o frio.
Mas agora, depois de quase dois anos de ausência, a floresta parecia-lhe fantástica e estranha. Tudo
estava imóvel, mudo, suspenso. E o silêncio e a solidão pareciam assustadores e desmedidos.” (linhas 12
a 16)
Para os itens 2.1. e 2.2. seleciona a opção que completa corretamente cada uma das afirmações.
(B) comparação.
(C) personificação.
(D) enumeração.
3. Apresenta três elementos da descrição do espaço físico que indicam que a ação se desenrola no inverno. Baseia a tua
resposta nos parágrafos compreendidos entre as linhas 17 a 24.
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4. Identifica três informações do texto que comprovam que o Cavaleiro estava disposto a vencer todas as dificuldades
para chegar a casa.
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GRUPO IV – GRAMÁTICA
1. Associa as palavras sublinhadas em cada frase da coluna A à classe que lhe corresponde na coluna B.
Coluna A Coluna B
2. Reescreve a frase apresentada, substituindo o constituinte sublinhado pela forma adequada do pronome pessoal.
Todos receberam o Cavaleiro com grande alegria.
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3.2. A função sintática desempenhada pelo constituinte sublinhado na frase “Aí foi recebido com grande alegria
pelos seus amigos.” é
(A) complemento direto.
c) Todos _____________ (ansiar, pretérito imperfeito do indicativo) pela chegada do peregrino que
___________________ (inspirar, pretérito mais-que-perfeito composto do indicativo) esta história.
PROPOSTAS DE CORREÇÃO
Grupo II – Leitura
1. (A) – V; (B) – F; (C) – V; (D) – V; (E) – F
2.1. (B)
2.2. (D)
2.3. (D)
Grupo III – Educação Literária
1.1. O aluno apresenta uma destas três possibilidades:
‒ O adjetivo alegres é adequado para caracterizar os amigos do Cavaleiro porque foi este o sentimento que eles
demonstraram ao verem o Cavaleiro, a quem já julgavam morto, após tanto tempo de ausência;
‒ O adjetivo generosos é adequado para caracterizar os amigos do Cavaleiro porque um dos amigos ofereceu-
- lhe dormida e um dos seus cavalos, pois o Cavaleiro queria continuar viagem, mas o seu cavalo vinha cansado e
coxo;
‒ O adjetivo compreensivos é adequado para caracterizar os amigos do Cavaleiro porque eles compreenderam a
preocupação do Cavaleiro em ir ao encontro da família e da família, que estava ansiosa com o seu regresso e
preocupada com o que poderia ter acontecido.
2.1. (C)
2.2. (D)
3. Vários elementos apontam para o facto de a ação se desenrolar no inverno: a maioria das árvores encontravam-
-se sem folhas e os seus ramos estavam negros, vermelhos e esbranquiçados da neve e os caminhos estavam cobertos de
neve, rio gelado
4. Logo no início do texto, é dito que o cavalo do Cavaleiro vinha cansado e coxo, o que comprova o esforço feito para
chegar a casa a tempo do Natal; no dia seguinte, o Cavaleiro continuou viagem, o que
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comprova a sua determinação em chegar a casa. Afirma-se também que “ele caminhava com grande pressa” (ll. 9-10)
para aproveitar a luz do dia, que o ajudava a encontrar o caminho. Por fim, apesar de não conseguir ver o caminho por
este estar coberto de neve, ele não desistiu e continuou viagem pela floresta.
Grupo IV – Gramática
1. A – 4; B – 1; C – 2; D – 5; E – 6
2. Todos o receberam com grande alegria.
3.
3.1. (C)
3.2. (D)
4. a. Fazia; b. encontrasse; chegaria; c. ansiavam; tinha inspirado
Texto B
Lê o texto.
Dante e Beatriz
– Quando Dante tinha nove anos de idade, viu um dia na rua uma rapariguinha, tão jovem como ele,
e que se chamava Beatriz. Beatriz era a criança mais bela de Florença: os seus olhos eram verdes e
brilhantes, o seu pescoço alto e fino, os seus cabelos leves e loiros, trémulos sob a brisa. E caminhava
com ar tão puro, tão grave e tão honesto que lembrava as madonas que estão pintadas nas nossas igrejas.
Dante amou-a desde essa idade e desde esse primeiro encontro. Mas passados anos, em plena juventude,
Beatriz morreu. Esta morte foi o tormento de Dante. Então, para esquecer o seu desgosto, começou uma
vida de loucuras e erros. Até que um dia, numa Sexta-Feira Santa, a 8 de abril do ano de 1300, se
encontrou perdido no meio duma floresta escura e selvagem. Aí lhe apareceram um leopardo, um leão e
uma loba. Dante olhou então à roda de si e viu passar uma sombra. Ele chamou-a em seu auxílio e a
sombra disse-lhe:
«Sou a sombra de Virgílio, o poeta morto há mais de mil anos, e venho da parte de Beatriz para te
guiar até ao lugar onde ela te espera.»
Dante seguiu Virgílio. Primeiro passaram sob a porta do Inferno onde está escrito: «Vós que entrais
deixai toda a esperança».
Depois atravessaram os nove círculos onde estão os condenados. Viram aqueles que estão cobertos
por chuvas de lama, viram os que são eternamente arrastados em tempestades de vento, viram os que
moram dentro do fogo e viram os traidores presos em lagos de gelo. Por toda a parte se erguiam
monstros e demónios, e Dante agarrava-se a Virgílio tremendo de terror. E por toda a parte reinava a
escuridão como numa mina. […]
Depois de terem percorrido todos os abismos do Inferno voltaram à luz do sol e chegaram ao
Purgatório, que é um monte no meio duma ilha subindo para o céu. Aí Dante e Virgílio viram as almas
que através de penitências e preces vão a caminho do Paraíso. Neste lugar já não se viam demónios, mas
em cada nova estrada surgiam anjos brilhantes como estrelas.
Até que chegaram ao Paraíso Terrestre, que fica no cimo do monte do Purgatório. Aí, entre relvas,
bosques, fontes e flores, Dante tornou a ver Beatriz. Trazia na cabeça um véu branco cingido de oliveira:
os seus ombros estavam cobertos por um manto verde e o seu vestido era da cor da chama viva. Vinha
num carro puxado por um estranho animal metade leão e metade pássaro.
– Dante – disse ela –, mandei-te chamar para te curar dos teus erros e pecados. Já viste o que sofrem
as almas do Inferno e já viste as grandes penitências daqueles que estão no Purgatório. Agora vou-te
levar comigo ao Céu, para que vejas a felicidade e a alegria dos bons e dos justos.
Guiado por Beatriz, o poeta atravessou os nove círculos do Céu. Caminharam entre estrelas e
planetas, rodeados de anjos e cânticos. E viram as almas dos justos cheias de glória e de alegria. Quando
chegaram ao décimo Céu, Beatriz despediu-se do seu amigo e disse-lhe:
– Volta à Terra e escreve num livro todas estas coisas que viste. Assim ensinarás os homens a
detestarem o mal e a desejarem o bem.
Dante voltou a este mundo e cumpriu a vontade de Beatriz. Escreveu um longo e maravilhoso poema
chamado «A Divina Comédia», no qual contou a sua viagem através do reino dos mortos.
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Sophia de Mello Breyner Andresen, O Cavaleiro da Dinamarca, Porto, Porto Editora, 2017, pp. 26-30.
3. Faz a descrição física de Beatriz, explicitando a intenção da utilização do adjetivo «bela» (linha 2) no grau superlativo
relativo de superioridade.
5. Identifica o recurso expressivo presente no excerto «em cada nova estrada surgiam anjos brilhantes como estrelas.»
(linhas 22-23), explicitando o seu valor expressivo.
6. Refere os elementos que contribuem para transmitir a ideia de serenidade associada ao Paraíso Terrestre.
7. Relê os três últimos parágrafos do texto. Explicita o pedido que Beatriz fez a Dante.
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8. Assinala com um o processo de organização das sequências narrativas através do qual a história de Dante é integrada na
ação principal da obra O Cavaleiro da Dinamarca.
GRUPO III
GRAMÁTICA
A B
1. verbo auxiliar
a. Beatriz, cuja beleza impressionava todos, era 2. pronome relativo
muito jovem. 3. determinante indefinido
b. Ela era muito amada por Dante. 4. determinante relativo
c. O desgosto que Dante sofreu fê-lo começar uma 5. preposição simples
vida de excessos. 6. verbo principal
d. Certo dia, o poeta encontrou-se perdido numa transitivo direto e
floresta. indireto
e. No Inferno, Dante estava a tremer de terror. 7. verbo copulativo
f. Beatriz fez um pedido a Dante. 8. pronome pessoal
a. ____ b. ____ c.____ d. ____ e. ____ f. ____
3. Reescreve as frases seguintes, substituindo a expressão sublinhada pela forma adequada do pronome pessoal. Faz as
alterações necessárias.
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__________________________________________________________________________
a.
Para que ___________________ (poder, pretérito imperfeito do modo conjuntivo) curar Dante dos seus erros e
pecados, Beatriz chamou-o ao Paraíso.
b. Quando o poeta ___________________ (transpor, pretérito perfeito simples do modo indicativo) os nove
círculos do céu, caminhou entre estrelas e planetas rodeados de anjos e cânticos.
c. Se Dante aceder ao pedido de Beatriz, ________________________ (cumprir, futuro composto do modo
indicativo) a sua vontade.
SOLUÇÕES
Texto B
3. Beatriz era jovem. Tinha olhos verdes e brilhantes, pescoço alto e fino e os seus cabelos eram leves e loiros. Além
disso, era detentora de uma enorme beleza, ideia que se pretende realçar com a utilização do adjetivo «bela» no grau
superlativo relativo de superioridade.
4. Dante ficou aterrorizado com o que observou no Inferno. «Dante agarrava-se a Virgílio, tremendo de terror.» (linha
18)
5. O recurso expressivo presente no excerto é a comparação, utilizada para destacar a luminosidade e, por associação, a
esperança, associadas ao lugar onde Dante se encontrava, o Purgatório. Estes «anjos brilhantes como estrelas» eram as
almas que iam a caminho do Paraíso, depois de cumprirem as suas penitências.
6. A ideia de serenidade do Paraíso Terrestre é transmitida através de elementos como as relvas, os bosques, as fontes e as
flores, associados a um ambiente aprazível e calmo. Além disso, a cor do véu de Beatriz, o branco, também,
simbolicamente, se relaciona com a ideia de paz, de tranquilidade.
7. Beatriz pediu a Dante que regressasse à Terra e registasse num livro tudo o que viu na sua viagem através do reino dos
mortos, para que pudesse ensinar os homens a escolher o caminho do Bem.
8. C.
9. Cenário de resposta
No anúncio apresentado, observamos a entidade promotora (Fnac), o slogan («Uso obrigatório») e o texto
argumentativo («Há máscaras… partilha a tua»).
O objetivo deste anúncio é promover a leitura, enfatizando a ideia de que esta permite adquirir mais sabedoria e
desenvolver a imaginação.
A imagem, ao mostrar que os livros estão a ser usados como as máscaras que, a certa altura, foram de uso obrigatório,
destaca como a leitura é vital para nos proteger da falta de conhecimento e abrir novos horizontes.
GRUPO III – GRAMÁTICA
1. a. 4; b. 1; c. 2; d. 3; e. 5; f. 6.
2.
a. Complemento agente da passiva; b. Predicativo do sujeito; c. Complemento oblíquo.
3. a. Dante escrevê-la-ia. b. Nunca a leram?
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