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MARIO DE FARIA BELLO JONIOR
ORTOGONALIDADE
EM
PROJEÇÕES
ORTOGONAIS
1960
Escola Nacional
de
Belas Artez U. B.
Biblioteca
Reg.jy Ano
--- - - ,,-- --_.--------- - ---
Prefácio
* * *
Ao escrevermos êste prefácio - que em todas as obras
é a última coisa que seu autor redige - verificamos não ter
sido respeitado o esquema inicialmente traçado. Assim, ao che-
garmos ao fim de nossa tarefa, notamos que, sob certos aspectos
fomos além do projetado, mas, no geral, não chegamos onde
pretendíamos.
Para dar a esta monografia as dimensões imaginadas
de princípio, estaremos realizando quase que um livro, tão vasto
e tão rico é o manancial por nós apenas perfurado. Não tí-
nhamos tempo para tanto.
o que aí está, parece-nos dá mostra razoável do que, em
um concurso para Professor Catedrático, se pretende obter exi-
gindo dos candidatos trabalhos como êste. A monografia - ou
a tese - deve revelar cultura, erudição e, claro está, capacida-
de didática em sua redação, além de outras qualidades necessá-
rias a quem pretende ser Professor Catedrático de uma Univer-
sidade como a do Brasil.
A eminente Comissão Julgadora do Concurso tem em
mãos o material para examinar e criticar e terá a prova de
defesa de tese para oferecer ao candidato a oportunidade para
reforçar suas afirmações postas, com maior ou menor ênfase,
neste trabalho. •
Talvez antecipando resposta a arqutçoes, queremos tecer
rápidos comentários sôbre a notação que adotamos nas épuras
que aparecem no texto. Procuramos usar da notação cremone-
ana simplificada, seguindo, principalmente, tendência moderna
de autores italianos e espanhois. Procuramos ainda, manter
coerência no emprego dessa notação através dos sistemas de re-
presentação que consideramos. Não é tarefa simples. Tanto
mais que não se conseguiu, ainda, um consenso unânime em
torno dêsse assunto. A matéria permanece controvertida. Entre
nós, os simpósios de Geometria Descritiva já realizados - e aos
quais, infelizmente não podemos compareéer - revelaram que
os pontos de vista das diversas correntes estão longe de coinci-
direm em numerosos detalhes.
Qualquer que seja o sistema de notações, estará sempre
sujeito a crítica, mais ou menos graves. Contra a notação cre-
moneana pura levantaram-se objeções de toda ordem, especial-
mente pela complexidade dos símbolos necessários à identificação
dos diferentes elementos. Esse inconveniente se torna mais sério
na confecção das épuras que, afinal são as peças principais de
qualquer trabalho de Geometria Descritiva, onde a simbologia
pode congestionar o desenho e, assim, sem dúvida, prejudicar
sua apresentação.
Em linhas gerais, os pontos são inâicçdo« por letras
maiúsculas, as retas por letras minúsculas e os planos, por letras
gregas, minúsculas. As projeções ortogonais de pontos e de retas
sôbre o plano horizontal de projeção de Monge (agora designado
por .7(1) são indicadas pelas letras que os identificam acrescidas
de índices 1. As projeções sôbre o plano vertical de projeção
(.7(2' na notação que adotamos), a mesma letra com o índice 2.
Isto é, em essência, o que faz a maioria dos autores italianos
e espanhois que são os que modernizaram sua notação. Os
francêses e inglêses persistem no sistema antigo.
As épuras que apresentamos esclarecem os detalhes, o
que torna ociosa qualquer outra referência agora.
* * *
A monografia está dividida em três partes. a saber:
Título 1 - Princípios Fundamentais da Ortogonalidade;
Título 2 - Sistema bi-projetivo ortogonal de Monge;
Título 3 - Parte A: Sistemas de projeções cotadas;
Parte B: Axonometria Ortogonal.
Os problemas fundamentais clássicos foram estudados e
resolvidos nos três sistemas de representação mencionados. Pro-
curamos, todavia, nas diversas aplicações apresentar exemplos
diferentes em cada sistema, permitindo com isso, dar maior
amplitude ao estudo realizado. Em alguns casos, para fugir à
repetição apresentamos exemplos não comuns, dos quais alguns
retiramos do conjunto de problemas formulados (porém não re-
solvidos) por Roubaudi, e outros nós mesmos os formulamos.
Rio de Janeiro, dezembro de 1960
Mário de Faria Bello Júnior
· - . -~ . - - --~- - .--...•. - ...-.._. ~ _ •.... -....,.,
- TíTULO 1
PRINClpIOS
FUNDAMENTAIS
DA
ORTOGONALIDADE
CAPtTULO I
Propriedades geométricas
fundamentais da ortogonalidade
É natural que iniciemos êste estudo fixando o concei-
to de ortogonalidade ou perpendicularidade entre retas, entre
reta e plano e entre planos para, em seguida, tratar das pro-
priedades geométricas fundamentais daí decorrentes. Certo,
porém, que procuremos apresentar a demonstração dos teore-
mas necessários ao desenvolvimento da teoria, que aquí será
considerada, de maneira menos comum, buscando, para isso,
apoio nos recursos inestimáveis da Geometria Projetiva.
2.
.
Ortogonalidade entre reta e plano:
5.,. Também por definição, diz-
------AA------~
I__
se que uma reta e um plano são
perpendiculares quando a reta for
perpendicular a todas as retas do
, plano.
De outra
parte, todos os pla-
nos paralelos ao
plano a, perpendi-
s'"
cular a uma reta
dada r (fig. 3), são,
êles mesmos per-
pendiculares a essa
reta. Em têrmos
projetivos: tais pla-
nos formam o fei-
xe de suporte im-
próprio s co . que,
Figura 3
por isso, é denomi-
nado reta imprópria ortogonal a uma reta dada.
Propriedade fundamental: Os pontos impróprios de re-
tas perpeiuiiculares a uma reta dada r estão situados sôbre a
reta imprópria ortogonal a essa reta r.
E s s a propriedade
.r!
jpco
decorre da definição do ,
conceito de ortogonalidade
entre reta e plano, firma-
da no início, e da d~fini- ,
ção, agora estabelecida, de --_o ---
,1Q.,
,
reta imprópria ortogonal
a uma reta dada.
/'
,,
I
I
I
,,I Sco
.P
I
/
I
Figura 5
1
, /'
,"I~'"
1
, 1
/ 1
,- 1
I
I
:~(P
1
1
1
__~c'"
~---~~: 1
1
I
1
I
I
--------i ~'"
.
I
Fiqura 7
I
I
reta b, o plano refe-
rido, se existisse, de-
veria conter a reta
Sco imprópria orto-
gonal a b. Como ês-
F'igura 8 se plano, por outro
lado, deveria conter a, segue-se que conteria Aco, ponto im-
próprio de a o que obrigaria a Aco situar-se sôbre sco. Mas,
Ortogonalidade entre planos 17
tencer ao feixe S 00 ,
e corno r, por hipó- Figura 10
~-~-- - ----~ - -
18 Princípios fundamentais
Em primeiro lugar
o ponto ROj, impróprio de
r, que é a interseção de
a e {3, deve pertencer às
retas impróprias a ee e
{300, dêsses dois planos:
é o ponto comum a es-
sas duas retas imprópri-
as.
De outra parte,
como a é perpendicular
a a y, por hipótese, a de-
ve conter· o ponto T 00
polo impróprio ortogo-
Figum 11
nal a y; isto é, T 00 é
um ponto 'de aoo. Pela mesma razão, T 00 deve pertencer a
{300. Logo Roo == T 00 e, assim, y é perpendicular ar.
Menor distância entre duas retas reversas 19
Aco
-:":---7
I
I
I
I
I
I
I
I
-----I I
I
I
I
I
I
/soo
I
I
I
I
I
------f I
I
I
I
I
I
I
<.'J/B
co
Figura 13
CAPITULO II
Ortogonalidade no feixe
de retas e no feixe de planos
1. Feixe de retas e feixe de planos
2. Involução
I A B r
----1-----1-------1---
B'} B' A' r'
Figura 14
3. Involução circular
\
\M
Figura 16
í
Pares comuns a duas ínvoluções superpostas 29
6. Pares comuns a
duas involuções das
quais uma é de ân-
gulos retos
Suponhamos,
agora, que uma das
involuções considera-
das no item anterior
seja de ângulos retos.
I
Digamos, a involução
I
12 (fig. 18). Como
! a,
vimos, a involução de
ângulos retos é elíti-
ca. Logo, qualquer
que seja a outra, 11,
Eigura 18 o problema terá sem-
••
•
CAPITULO III
Ortogonalidade na estrêla
1. Depois de estudarmos a ortogonalidade no feixe de retas
e no feixe de planos, analisando, sob critérioprojetivo, as
propriedades que caracterizam a perpendicularidade nessas for-
mas geométricas, vamos, agora, considerar a ortogonalidade
na estrêla. Como se percebe, estamos reunindo, numa espécie
de visão panorâmica, o material teórico necessário ao trata-
mento dêsses problemas através dos sistemas de representa-
tação.
2. A estrêla
-----1
',0.---- ----
, ---
c-- .....
N'
, 2 -
Figura 20
r
(1)
Se A se desloca tendendo para Vo, então, quando A
coincidir com S, que pertence à circunferência,' o ponto R
Polaridade plana. Antipolaridade 37
TU=fa
TíTULO 2
ORTOGONALIDADE
NO SISTEMA
BI-PROJETIVO ORTOGONAL
DE MONGE
CAPÍTULO I
Projeção ortogonal doãngulo reto
1. Caso geral
----------
Caso geral 45
tg a > tg ai ou
(5)
tg fJ > tg fil ou
Somando-se membro a membro as desigualdedes (5)
tem-se:
a + li> a. + fJI
x ~
Como a + f3 = ~,decorre a. + fJI < 2'
Logo, no triângulo AIO.B., pode-se escrever:
AIÔIBI = tr - (aI + fJ]) ou
lr
"2' e oposto pelo vértice a B10C;
2. Casos particulares
,.,
,..,------- ........
,., .•..
.-
"
/ ""
,
I
,,
I
B.
Figura 25
50 Sistema bi-projetivo
iJ1 = A1ÔIB1
notando-se que:
e:
resulta:
52 Sistema bi-projetivo
EIFI = a e OICl = b
teremos, finalmente:
(1)
tg a,
ou
(2)
Ia hipótese
o logo a) = O
resulta:
tg 1~1 = ce logo (}l = 900
2a hipótese:
ec então a) = 900
logo:
donde:
b
tg a) = tg fJ) (3)
a
e
A
OICI b
tg OJL)G)
C)L) a
Então, quando:
A A
* * *
Assim, quando a1 = 0,iJ1 = 90°, como vimos. Logo,
o adjacente, de 2a espécie, O2 = 90°, também. Quando ai =
= 90°, {}I = 90° e O2 = 90°. Isto quer dizer que O2 decresce
de 90° (quando ai = O) até um mínimo - que vamos deter-
minar- para crescer, a seguir, até atingir, novamente, 900.
ou
,~l2
U = H I OA I G 1
* * *
o valor de iJ1 máximo: Para obter-se tal valor basta
substituir na expressão (2) o valor de tg aI dado em (3) e
que torna máximo tg iJ1.
Então:
(4)
Q, B,=,C.=F,
I
N. ,I
II
,- " "- ,
,- " , O."'G."'H,
/
I M, I
I
I
I
I
I
,,
+
R,
(F)Jt,
\(Mh,
\
\
\
\
,,
\
\
\
\
\
\
\
\
\
\
\
S,
Figura 26
* * *
Para analizar detalhadamente o caso em que o plano
é paralelo à linha de terra, vamos definir as duas hipóteses
que podem ser formuladas, embora, gràficamente, as soluções
se desenvolvam de maneira análoga.
a) o plano é de sentido direto:
Seja, na figura 28 P, 11
o plano a, paralelo à li- ......... ,•...,
nha de terra, de sentido p,
,,
direto, e o ponto P. O te- \
,
I, \
,,
orem a anterior, evidente-
,
mente, prevalece, e, assim, , I
as projeções Pl e P2 da : I,
I
-' I;
perpendicular p resultam
perpendiculares à linha de
terra. A perpendicular p -
P t
(afastamento do ponto P)
De outra parte:
o que acarreta:
e também:
64 Sistema bi-projetivo
QU
Do próprio enunciado
r~.
P, {lU
do teorema tira-se a conclusão
de que a cota e o afastamento
a v, - H,
I
do ponto dado são números
I
I No caso da perpendicu-
~
Q. lar ao bis setor dos diedros pa-
II ="
res, chega-se à solução do pro-
Figura 31
blema por meio do mesmo ra-
ciocínio geométrico que acaba de ser desenvolvido. Note-se,
porém, que o bissetor dos diedros pares é de sentido direto e
que, por isso, a perpendicular terá suas projeções com sentido
discorde. Além disso, os dois traços dessa reta têm suas pro-
jeções de nomes contrários coincidentes.
Reta e plano ortogonais 65
66 Sistema bi-projetivo
Casos particulares
1 a) Consideremos, na
figura 33, o plano a, genérico,
e a reta p, que lhe é perpen-
dicular. Consideremos, a s e-
guir, um dos planos projetantes
,,?fI • :rei de p, o plano {J, por exemplo,
vertical, que a projeta horizon-
talmente. Está claro que Pl ==
== {JJ'Cl' Nêste caso, {J, ortogonal
a a, tem seu traço horizontal
{JJ'Cl ortogonal a ax;
Reciprocamente: se ti-
Figura 33 vermos dois planos a e {J tais
Planos perpendiculares 67
que a, qenerico, e {3, vertical, e tais, ainda, que ax, seja perpen-
dicular a {3Jrl! então a é ortogonal a {3. De fato: se aJrI é per-
pendicular a {3Jrll o plano a contém uma reta perpendicular (aJrI)
ao plano {3 ({3 é vertical e ast-, horizontal), logo a ortogonal a {3.
o mesmo raciocínio poderíamos desenvolver se, ao
invés do plano vertical projetante horizontal de p, considerás-
semos o plano de topo projetante vertical dessa reta. E, as-
sim, provaríamos que se aJr2 for perpendicular a yJr2 (y, o
plano de topo mencionado) a e y serão ortogonais e více-
versa.
2°) Vale essa mesma conclusão para o caso em que
tenhamos dois planos verticais, a e {3, tais que ax, seja orto-
gonal a /iJrI' Ou dois planos de topo a e {3, tais que aa, e
{J:r2 sejam ortogonais.
Na épura da figura 34
representamos uma reta per-
pendicular ao bissetor dos die-
dros ímpares. Seu traço hori-
zontal é simétrico do vertical
V
em relação à linha de terra.
Qualquer plano que contenha
I essa reta responde à condição
de ser perpendicular ao bisse- H,
{\~'\
,I
68 Sistema bi-projetivo
,
-\
dentemente, é a reta horizontal L/" 1 ~
Ip1:
AP. Construido o triângulo de I
I
rebatimento para um ponto I
I
"
Figura 37
Pl == AIP) e P2 == A2P2
d) Na 4a hipótese, a reta procurada será ortogo-
nal às duas outras retas genéricas. É, pois, a interseção
de dois planos, cada um dêles ortogonal a cada uma das
retas dadas. Ou então: a reta-solução é perpendicular ao
plano que passa pelo ponto dado e é paralelo às duas retas
dadas.
4. Aplicações clássicas
S,
Como aplicação propo-
A," __ ---:;.-....L mo-nos a resolver o seguinte.
problema:
Dadas as projeções de
um lado da base de um triângulo
Figura 39 isósceles, completar as projeções
Aplicações clássicas 73
. ------------------- \
\ \
Figura 40
CAPITULO I
Noções fundamentais
Se eliminarmos a projeção vertical das figuras repre-
sentadas no sistema bi-projetivo ortogonal de Monge e consi-
derarmos apenas a projeção horizontal e se, a esta, acres-
centarmos, para cada ponto, um número algébrico, que indique
a cota de cada um dêles, estaremos operando no chamado
sistema de projeções cotadas, idealizado por Felipe Büache.
A dupla projeção ortogonal de Monge é, assim, subs-
tituida por uma representação mista, constituida pela projeção
ortogonal sôbre um plano único à qual se junta um núz;nero
algébrico.
(JJ + f) = 1800
ou
(JJ = 180 - f)
Logo
1
tg (JJ = cotg t1 = tg t~
1
resulta i = I
12.28 = (1)2
ou
1.28 = 1
donde
28 = i = l/I
Na épura da figura 47
a reta dada é AI ( + 2) Bl( + 6)
e o ponto Pie + 4). Rebatemos
o plano (AB . P) sôbre o plano
horizontal de cota ( + 4), com o
que se fixa a horizontal dessa
cota como eixo de rebat.mento.
Basta, agora, que determine
mos a posição, no rebatimento,
de um ponto apenas da reta,
visto que um outro já está si-
Figura 47 tuado sôbre o eixo. Nessa po-
Ortogonalidade entre planos 91
30 Problema: Por um
ponto passar a reta
o
perpendicular a uma a
outra reta e paralela a
um plano. Figura 49
92 Sistema de projeções cotadas
MN, sé encontram, é 7
a projeção do ponto 6
comum a essas duas
5~----~2~------~--~
retas. Como também
4
pertence a AB, sua
cota é a de um pon- 3
to dessa reta que se 2
4
projeta segundo MI. I
A épura indica que o
MI (+ 3) é a proje- a
B,C+5)
Figura 50
ção cotada dêsse pon-
to. Como MN é perpendicular a AB, MN está situada no
plano a, que por M se traça ortogonalmente a AB. Com is-
so, determinamos imediatamente a cota do ponto N, comum
a MN e a CD. Este ponto tem a projeção cotada N I ( + 5).
E, desta forma, MN fica completamente determinada. A reta
CD, por seu turno; pertence ao plano {J, que, por N, se traça
perpendicularmente a MN. E, com isto, fica determinada
CI ( + 7) DI ( + 3), projeção cotada de CD, concluindo-se o pro-
blema.
Observação: Teria sequência semelhante o processo para re-
solver o problema em que fossem dadas: a projeção cotada
de MN e as projeções de AB e CD.
b) Daremos solução, agora, a um interessante problema
de ortogonalidade entre retas.
Problema: Entre as retas paralelas a um plano a, dado, e que
se apoiam sôbre duas retas reversas, a e b, determinar aquela
que é, também, perpendicular a uma terceira reta, c.
A reta procurada devendo ser, por hipótese, paralela
a a terá seu ponto impróprio sôbre a reta imprópria de a.
De outra parte, devendo ser perpendicular à reta c, terá seu
ponto impróprio situado sôbre a reta imprópria de um plano
94 Sistema de' projeções cotadas
_6 Na figura 51,
6 conhecem-se: o plano
Hl(+2) Tl(+5,7)
5 a, por sua escala de
2 G1( +2) 5 declíve, e as retas
AB, CD e EF, por
4 suas projeções cota-
das. A reta ST, pro-
curada, deve ser pa-
ralela ao plano a e
perpendicular a reta
Dl+4) EF, ao mesmo tempo
4
que deve apoiar-se
sôbre as retas rever-
sas AB e CD.
3
Pelo ponto
PI ( + 2), do plano a,
2*-----1
traçamos o plano 13,
perpendicular a EI ( +
+ 2) F (+ 4), constru-
j
to Ao é o simétrico de A em rela-
ção a a. A reta AOMB encontra o
plano a no ponto M. Dizemos que, \ /
para êsse ponto, o percurso AM +
+ BM é o menor de todos os ou-
tros que considerem em a, pontos
"
/<)(
/., .Di
diferentes de M. De fato, A°M +
+ MB sendo uma linha reta é o
menor percurso de AOe B. Como, Figura 52
96 Sistema de projeções cotadas
<I
I
I
5
I
Por A construimos a perpendi-
___
~==--_*'D,(t- 5,5) cular ao plano a e, logo em se-
5
6 guida, determinamos o pé des-
7 sa perpendicular sôbre a. A
projeção do simétrico de A se
4
B,( +8) obtem imediatamente transfe-
rindo a distância, em projeção,
-- ---
AICI, para CIAlo. O simétrico
de AI é NI( + 1,5). Por B tra-
2 çamos, também, a perpendicu-
lar a a e determinamos seu pé
DI ( + 5,5). O ponto M perten-
ce a C1 ( + 2,8) DI ( + 5, 5) e a
o NI ( + 1, 5) BI ( + 8). Sua pro-
11
jeção cotada e Ml ( + 3,7). As-
Figura 53 sim AI (+ 4) MI(+ 3, 7) BI (+ 8)
é o percurso mínimo procura-
do. Na épura, a pontuação foi feita supondo a opaco. Com
isto resulta mais fácil a vizualização. É claro que CIMI é a
projeção ortogonal de AM sôbre o a, da mesma forma que
MIDI é a projeção, sôbre êsse mesmo plano, do segmento MB.
CAPITULO I
Noções fundamentais
Triedro de Referência
/
100 Axonometria Ortogonal
Representamos z,
na figura 56, a épura
axonométrica de um ,,,.,,
I
tamos os eixos axo-
,,
I
T'~\~ -L ~~,Tx
TI e a reta Ty Tz es-
tão correlacionados
na anti-polaridade cu-
Figura 56
jo círculo fundamen-
tal tem 01 para centro e a distância 001 como raio. O mes-
mo acontece com Ty e TxTz e com Tz e TxTy.
102 Axonometria Ortogonal
\
perpendicular a \
\
um plano a, \
dado por seus \ B,
1° Processo
A primeira observação que logo ocorre é a de que as
retas de XOY perpendiculares a a', (e a prévia de P é uma
delas) se projetam sôbre ;;rI segundo retas paralelas. A pré-
via procurada passa por P' I e terá, assim, sua direção co-
nhecida, porque determinada preliminarmente. É o que fa-
remos a seguir.
2° Processo
P\. Tx Ty Tz é o pla-
no paralelo a :;rI e Figura 58
106 Axonometria ortogonal
Casos particulares
Os casos particulares, claro está, se resolvem através
dos mesmos. métodos utilizados no caso geral, acima analisa-
dos. De resto, são mais simples. Todavia, podemos formular
dois exemplos para ilustrar.
10 exemplo: Pede-se traçar por um ponto P a perpendicular
ao plano a, perpendicular a um dos planos coordenados.
Se a reta procurada deve ser perpendicular a um pla-
no, êle mesmo perpendicular a um dos planos coordenados,
ela deve ser, lógicamente, paralela a êsse plano coordena-
Ortogonalidade entre reta plano 107
Na figura 60
o plano a se define
pelo eixo OZ e pela
bissetriz do ângulo
reto XOY. Feito o
rebatimento de XOY
sôbre o plano Tx Ty Tz
determinamos a bis-
setriz dêsse ângulo
reto, que depois de
alçada, é o traço a\
do plano dado. Os
dois outros traços a' 2
e a', confundem-se
com OIZI'
• A reta Tz BJ
é a interseção de a
Figura 60 y
com Tx T Tz. Logo
PI passa por P1 e é
perpendicular a Tz BI' A prévia p\ se constrói como nos ca-
sos anteriores.
.•..•
I
)-'F
Passemos por P o pla- I, 1
Tx I Ia 1-'
no Tx Ty Tz, paralelo a Jl'1' A
principal ri deve ser, como vi- XI
mos nos casos anteriores, or-
togonal à principal AIB] da in-
terseção de Tx T; T, com o pla-
Figura 61
no a, procurado. Por isso, tra-
çamos por P, a reta
2,
A,B] perpendicular a rI'
Conclui-se, desde já, que
(1\ passará por AI e «, /
I
por Bl'
Determinaremos
a' 1, seguindo o mesmo
raciocínio desenvolvido
no primeiro problema,
que acaba de ser exa-
minado. Assim, por Tz ,
no plano T; Ty T, , cons-
truimos 'r, :=1 ortogonal
a r'] e, em consequên-
cia, determinamos, no
plano XOY, a reta OICl
à qual a', será paralelo. Figura 62
110 Axonometria ortogonal
Casos particulares
No problema anterior um dos planos dados foi admi-
tido perpendicular a uma das faces do triedro fundamental,
hipótese, aliás, já formulada em outros exemplos desta parte
do' trabalho. Também já vimos, em problema passado, o
caso de um plano con-
tendo um dos eixos coor- z,
denados, que, por isso, re-
sulta perpendicular a um
plano coordenado. São,
sem dúvida, casos particu-
lares, que estamos agora
ressaltando para compor a'lo!
de interseção de a
Figura 65
com a reta r. É o
ponto M, que se caracteriza por MI e M\.· A perpendicular
procurada é, naturalmente, MP, cuja principal e prévia se de-
terminam sem maior dificuldade.
* * *
Da mesma forma que no estudo dos dois sistemas an-
teriormente considerados, o 4° problema, então formulado, por
ser caso de perpendicular comum, será tratado no ítem que
segue.
4. Aplicações clássicas
É certo que poderíamos, sob o título acima, incluir
numerosos exemplos de problemas envolvendo os conceitos
de ortogonalidade que vimos aplicando. Vamos indicar dois
exemplos sugestivos para não fugir à norma que nos traça-
mos para os sistemas monge ano e das projeções cotadas.
A escolha não obedeceu a outro critério se não o de a-
proveitar o ensejo para abranger os diversos campos de re-
presentação do ponto, da reta e do plano, na Axonometria Orto-
gonal.
Aplicações clássicas 115
Figura 67
z,
{j't/
X, Y,
Figura 68
1. A estrêLa 3i
2. Correspondência ortogonaL na estrêLa 32
3. PoLaridade pLana. AntipoLaridade 3.5
--- -_.-
130 Índice
4. Aplicações clássicas 71
4. Aplicações clássicas 92
5. Bibliografia 121
6. Indice 129
• 11:stelivro foi composto
e impresso nas oficinas da
GRÁFICA GUTENBERG
--- -- -
•
ERRATA
Pág. Linha Onde se lê: Leia-se
6 3 figura no fizemos ao
6 27 a memória do mes- - à memória do saudoso
tre e saudoso
7 17 arquições arguições
7 31 crítica críticas
16 16 oferecíamos ofereceríamos
19 2 sãa . são
19 7 existe consiste
20 4 resolvê-los. resolvê-Ios,
20 10 {j
Y
21 8 a, al
21 9 a al
29 2 perteçam pertençam
--2
34 25 VVo= VVo =
36 6 J == AlB2 . AlB2 J == AlBl . A2B2
37 5 da circunferência da circunferência, ou,
ou, o o polo
37 28 b - a antipolar b-o anti-polo
37 última VoR VnF
38 7 afimar-se afirmar-se
--2 2
38 21 VVo = (V)Vo =
Pág. Linha Onde se lê: Leia-se
39 21 assmi assim
43 24 - podemos - podermos
44 27 ao plano J[ - ao plano J[j
44 29 - AIAI - AIBI
45 10 desigualdedes - desigualdades
51 14 arteriormente anteriormente
51 15 NIP\ - NIC.
--2 --2
51 22 - EIFI - Ela'
--2
51 24 EIFI - --2
E!O!
52 1 Mas, E!F! é o Mas, E!O! é o
eixo semi-eixo
52 1 - (portanto, diâmetro _ (portanto, raio
52 2 OIC! é o eixo OjCI é o semi-eixo
52 4 - EIFI Ela!
52 13 - (no denominador - tg . /31
da fração) /31
53 penúltima - O máximo de f)2 O máximo de f)l
74 2 - SAlt SA!tl
77 30 - a) - Perpendicular - d) - Perpendicular
--2 -
100 18 - TzTx = OTz + - Tz --2 --2
Tx = OTz +
101 11 - TTy - r..r,
104 12 - P\ - PI