Explorar E-books
Categorias
Explorar Audiolivros
Categorias
Explorar Revistas
Categorias
Explorar Documentos
Categorias
História da Álgebra
Universidade Rovuma
Extensão do Niassa
2021
Edson Samuel Manhoso
História da Álgebra
Trabalho da cadeira de
Álgebra Linear 1 a ser
entregue e apresentado no
Departamento de Ciências
Naturais, Tecnologia e
Engenharia para fins
avaliativos, leccionado por:
Universidade Rovuma
Extensão do Niassa
2021
3
Índice
1.Introdução .................................................................................................................................. 4
1.1.Objectivos: .......................................................................................................................... 4
1.1.3.Específicos; .................................................................................................................. 4
1.2.Metodologias: ...................................................................................................................... 4
2.História da Álgebra .................................................................................................................... 5
2.1.A álgebra na antiguidade ..................................................................................................... 5
2.1.2.Álgebra no Egipto ........................................................................................................ 6
2.1.3.A Álgebra na Mesopotâmia .......................................................................................... 7
2.1.4. A álgebra na Grécia ..................................................................................................... 8
2.2.5.A álgebra na China ..................................................................................................... 10
2.2.6.A álgebra na Índia ...................................................................................................... 11
2.2.7.A álgebra na Arábia.................................................................................................... 11
2.2.8.A álgebra na Europa(Ocidental e Oriental) ................................................................ 12
3.Álgebra moderna ...................................................................................................................... 14
3.1.Os números Complexos .................................................................................................... 15
3.1.2.O Teorema Fundamental da Álgebra ......................................................................... 16
3.1.3. Os Quaterniões .......................................................................................................... 16
3.1.4.Grupos e Matrizes ...................................................................................................... 18
3.1.5. Teoria dos Corpos ..................................................................................................... 19
3.1.6.Anéis e Álgebras ........................................................................................................ 20
4.A vida e contribuições de 6 algebristas .................................................................................... 21
4.1.Al-Khowarizmi (Arábia, 780-850) .................................................................................... 21
4.1.2.Viet (França, 1540-1603) ........................................................................................... 22
4.1.3.Cardano (Itália, 1501-1576) ....................................................................................... 23
4.1.4.Bombelli (Itália, 1526-1573) ...................................................................................... 24
4.1.5. Euler (Suíça. 1707-1783) .......................................................................................... 25
4.1.6.Gauss (Alemanha, 1777-1855) ................................................................................... 27
5.Conclusão ................................................................................................................................. 30
6.Referências bibliográficas ........................................................................................................ 30
4
1.Introdução
1.1.Objectivos:
1.1.2.Gerais;
1.1.3.Específicos;
1.2.Metodologias:
2.História da Álgebra
A origem da palavra álgebra. Ela não se sujeita a uma etimologia nítida como, por
exemplo, a palavra aritmética, que deriva do grego arithmos (número). Álgebra é uma
variante latina da palavra árabe al-jabr (às vezes transliterada al-jebr), usada no título de
um livro, Hisab al-jabr w'al-muqabalah, escrito em Bagdá por volta do ano 825 pelo
matemático árabe Mohammed ibn-Musa al Khowarizmi (Maomé, filho de Moisés, de
Khowarizm). Este trabalho de álgebra é com frequência citado, abreviadamente,
como Al-jabr. (Segundo Baumgart 1992)
Sendo que durante a maior parte deste período as equações mais estudadas eram as
lineares e as quadráticas.
(Segundo Baumgart, 1992) o retórico (ou verbal), no qual eram usadas palavras para
representar a coisa a ser determinada; o sincopado, onde as palavras foram substituídas
por suas abreviações; e por último, o simbólico no qual foram implantados símbolos
para representar a quantidade desconhecida. No estágio simbólico a notação sofreu
muitas mudanças, pois ainda não tinham (os matemáticos) encontrado uma forma de
representação específica para a álgebra, já que existia, a possibilidade desses símbolos
serem confundidos com outros já aplicados na geometria.
2.1.2.Álgebra no Egipto
(Segundo Baumgart 1992), A álgebra surgiu no Egipto quase ao mesmo tempo que a
babilónia, mas faltavam a álgebra egípcia os métodos sofisticados da álgebra babilónica,
bem como a variedade de equações resolvidas, a julgar pelo papiro Moscou e Papiro
Rhind-documentos egípcios que datam de cerca de 1850 a.C. e 1650 a.C.,
respectivamente, mas repletem métodos matemáticos de um período anterior. Para
equações lineares, os egípcios usavam um método matemático de um período anterior.
Para equações lineares, os egípcios usavam um método de resolução consistindo em
uma estimativa inicial seguida de uma correcção final, um método ao qual os europeus
posteriormente deram o nome de umtanto abstruso de regra da falsa posição a álgebra
do Egipto, como a babilónia, era retórica.
O Papiro Ahmes trata de vários problemas matemáticos dentre os quais alguns são
algébricos. Trata-se de expressões algébricas simples, equações lineares do tipo x +
, onde são quantidades conhecidas e a quantidade
7
A álgebra egípcia era retórica e não teve uma evolução significativa devido ao sistema
de numeração que era muito primitivo impossibilitando uma possível sofisticação rumo
a novos métodos de solução e extensão a outros tipos de equações.
Assim como no Egipto, pelo final do quarto milénio antes da era cristã, também no vale
mesopotâmico havia por essa época uma civilização de alto nível. Ali, os sumérios
construíram casas e templos decorados com cerâmica, e mosaicos artísticos com
desenhos geométricos e os grandes governantes realizaram vastas obras públicas como
8
A álgebra babilónica, assim como a egípcia, também era retórica, porém, os babilónicos
detinham um maior conhecimento algébrico que os egípcios, pois, nos registos
cuneiformes foram encontradas além das equações lineares, outras como as quadráticas
2 2
dos tipos: ; e as cúbicas dos tipos:
3 2 3 2
A álgebra babilónica tinha atingido um bom nível de
4 2 8 4
abstracção pois as equações do tipo eram reconhecidas
2 4
como sendo apenas equações quadráticas disfarçadas, isto é, quadráticas em
A história grega pode ser recuada até o segundo milénio a.C. quando, como invasores
analfabetos vindos do norte, os povos que formaram essa civilização, abriram caminho
até o mar. Não trouxeram tradição matemática ou literária consigo; no entanto, tiveram
desejo ansioso de aprender, e não demoraram a melhorar o que lhes ensinavam.
9
Através das rotas mercantis os gregos tiveram acesso às culturas egípcia e babilónica.
Entraram em contacto com a matemática dessas civilizações; mas não estavam
dispostos a apenas receber as antigas tradições.
Os gregos usavam um alfabeto composto por vinte e sete letras que representavam os
números: nove para os inteiros menores do que dez, nove para os múltiplos de dez
menores do que cem e nove para os múltiplos de cem menores do que mil.
A álgebra grega foi formulada pelos pitagóricos (sociedade secreta que estudava
matemática e filosofia liderada por Pitágoras de Samos, 569 a.C. a 475 a.C.,
aproximadamente) e por Euclides de Alexandria (325 a.C a 265 a.C.,
aproximadamente). Era uma álgebra geométrica, já que os gregos, em especial Euclides,
eram grandes geómetras e não conheciam os números racionais e só sabiam lidar com
os números inteiros, assim o número representado por raiz quadrada de 2 não podia ser
compreendido pelos gregos.
A civilização da China é mais antiga do que a da Grécia, porém, não mais antiga do que
as do Egipto e Mesopotâmia. Foi uma civilização que pouco contribuiu para o
desenvolvimento da matemática. Ao contrário dos gregos, os chineses não se
interessaram em ampliar os conhecimentos vindos de outras culturas.
Os problemas matemáticos criados pelos chineses muitas vezes parecem mais bonitos
do que práticos, e, no entanto a civilização chinesa foi responsável por um número
surpreendente de inovações tecnológicas como a impressão e a pólvora (século VIII); o
papel e a bússola (século IX) que surgiram mais cedo na China do que em outros
lugares.
A álgebra chinesa apresenta equações que vão até as de grau quatorze e um método de
transformação que usa aproximações decimais para encontrar a raiz (aproximada).
Esse método se chama fan-fa cujos elementos podem ter surgido muito antes do século
III na China, mas que tem o nome de Horner, que viveu meio milénio depois. Para
2
resolver a equação – , por exemplo, Chu Shih-Cheih (matemático
que viveu de 1280 a 1303) primeiro obteve como aproximação (uma raiz cai
11
A álgebra da Índia era voltada para o estudo de equações indeterminadas. Era uma
álgebra sincopada e os seus maiores colaboradores foram Bhamagupta (viveu em 628) e
Bháskara (1114 a 1185).
Foi uma infelicidade o fato de os matemáticos indianos terem se apaixonado por análise
indeterminada em particular, pois esse tema não serviu de base para a matemática
moderna e dessa forma a Índia ficou de fora no que diz respeito a contribuições
significativas para a álgebra.
Os árabes foram tomando gosto por traduções, foram conquistados pelo saber dos seus
dominados, e logo traduziram muitas outras obras, em especial as gregas, para o árabe.
Fundaram a Casa da Sabedoria em Bagdá onde reuniram estudiosos da Síria e
Mesopotâmea, além de estudiosos árabes. Dentre os mestres havia um matemático
árabe, Mohammed ibu-Musa Al-Khowrizmi, que fez importantes contribuições para o
desenvolvimento da matamática.
Até que, como no século IX na Arábia, os europeus latinos superaram a barreira com a
cultura árabe no século XII. Aprenderam à língua árabe e traduziram as principais obras
matemáticas da época: obras de Euclides, como os Elementos, que tinham sido
traduzidas para o árabe e Al-jabr Wa’l Mugabalah, de Al-Khowarizm. A época foi de
transição de um ponto de vista antigo para um mais novo.
Pelo final do século XII foram fundadas muitas das universidades famosas como
Bolonha, Oxford e Cambridge. Dessa forma, o século XIII apresentou um grandioso
progresso matemático com relação ao século que o precede, na Idade Média, os
progressos até então alcançados. Tanto que a Europa Ocidental veio a rivalizar com
outras civilizações no nível de suas realizações matemáticas.
O progresso matemático não foi contínuo em nenhuma parte do mundo e também não o
foi na Europa Ocidental que no século XIV enfrentou a pior peste que já assolou a
Europa, a Peste Negra. Nesta época a Inglaterra e a França tinham assumido a liderança
na matemática, porém, além da Peste Negra, foram devastadas pela Guerra dos Cem
Anos e pela Guerra das Rosas, daí o declínio da cultura europeia que só voltaria a
evoluir no século seguinte.
alicerce tão importante para o progresso da matemática, como um todo, que o ano de
1545 é tido como marco inicial da matemática moderna. A álgebra deixara de ser tão
elementar e a partir de agora os algebristas estavam
3.Álgebra moderna
A Europa serviu como berço para tal evolução e agora os países se revezavam com as
suas contribuições. Embora nem sempre as fórmulas de resolução para equações
representem uma ferramenta para a vida prática, elas abrem novos horizontes para os
estudiosos e dessa forma podem ser à base de grandes descobertas.
Outro factor muito importante para a abstracção da álgebra foi à evolução da notação,
nesse aspecto destacam-se François Viét (ou Vieta, em latim) que usou uma vogal para
representar a quantidade a ser determinada, e uma consoante para representar as
quantidades, grandezas ou números supostos ou conhecidos. Mas foi um outro
matemático francês que primeiro usou os símbolos que usamos actualmente, René
Descartes (1596-1650). Ele usou as letras iniciais do alfabeto para representar as
quantidades conhecidas, e as letras do final do alfabeto para as desconhecidas, bem
2 3
como os expoentes para as incógnitas ( ) com a diferença de que
Descartes não via x2 e x3 apenas como área e cubo, como faziam os gregos antigos, ele
também os interpretava como segmentos o que tornou sua álgebra bem mais flexível e
contribuiu para a convenção da simbologia em álgebra.
Segundo Milies até meados do século XVI os matemáticos não aceitavam e nem
sabiam lidar com raízes quadradas de números negativos.
Cardano já tinha se deparado com tal tipo de questão ao aplicar a sua fórmula para ás
3 3
cúbicas na equação que dava mesmo sabendo que
x = 4 era raiz, Cardano não conseguia entender como sua fórmula seria válida nesta
situação. Classificou as raízes quadradas de números negativos como “sofisticas” e não
conseguiu encontrar a saída para a solução.
Bombelli supôs que exista uma expressão do tipo a + − b que possa ser considerada
3
como raiz cúbica de 2 + − 121 , ou seja, . Para
calcular essa raiz ele assumiu que a raiz cúbica de 2 - − 121 seja da forma a - − b .
Somando-se com a - − b = 4 obteve a = 2. Com esse resultado achou b = 1,
3
pois . Milies:17 Felizmente as partes + − b e - − b se
anulam, mas como podemos anular o que não existe? Visto que a compreensão de raiz
quadrada de número negativo não existia, por parte dos matemáticos da época. Apesar
de aceitar somente os números reais, era necessário levar em consideração esses
números fictícios para poderem seguir adiante toda vez que ocorresse uma situação
como esta, e Bombelli mostrara uma saída. O método de Bombelli só se aplica a uma
equação quando já se conhece uma das raízes e, portanto não pode ser considerado
como uma fórmula geral.
A importância desse método esta em explicar como se pode obter a solução de uma
equação apesar de surgir pelo caminho raiz quadrada de número negativo. Seu
raciocínio mostrou o papel importante que os números imaginários iriam desempenhar
no futuro. Em 1833, William Rowan Hamilton (1805-1865), matemático e físico
irlandês, deu a fundamentação definitiva dos números complexos como sendo pares
ordenados de números reais tal como é apresentada actualmente.
percebeu que escrever um número complexo da forma não é mais do que dar o
par ordenado de números reais (a, b). Dessa forma Hamilton introduziu uma álgebra
formal de pares de números complexos cujas regras e combinação são precisamente as
que usamos hoje e definiu a soma e o produto de pares ordenados da seguinte forma:
– –
(Segundo, Boyer (1996), Hamilton interpretava seus pares ordenados como sendo
vectores e o produto de dois desses pares como rotação. E tentou estender a sua ideia a
três dimensões não o conseguindo devido à multiplicação de n-uplas, para n maior que
dois que ele não conseguiu formular.
Resolver problemas por radicais se tornou o centro de estudo da álgebra depois do livro
L-Álgebra de Bombelli e agora os matemáticos se questionavam quanto a solução de
equações de grau superior como as de grau maior do que quatro. Provar que uma
equação de grau n tem exactamente n raízes parecia uma consequência da extensão dos
resultados até aqui obtidos para as equações já estudadas.
Muitas foram às tentativas de resolver tal questão: em 1702, Gottfied Wilhem Leibniz
(1646 – 1716), matemático alemão que foi um dos criadores do Cálculo, mostrou que
não era possível fazer tal factoração, mas Nicholaus Bernoulli (1687 – 1759) o corrigiu
em 1719 mostrando que Leibniz havia cometido um erro na sua demonstração; Em
1742, Leonard Euler (1707 – 1783), matemático suíço, observou que se um polinómio
com coeficientes reais tem uma raiz complexa a + b − 1 também tem a conjugada
– e que o produto – – é uma
expressão quadrática com coeficientes reais.
3.1.3. Os Quaterniões
17
Todo polinómio com coeficientes reais admite pelo menos uma raiz complexa Após a
formulação definitiva dos números complexos, Hamilton (1805-1865), matemático
Irlandês, queria compreender como poderia ser feita a seguinte multiplicação:
de forma que os termos desse produto também fosse um
terno. Esperava que o comprimento do produto de vectores fosse igual ao
produto dos comprimentos e para tal considerou i = j = -1, mas a dificuldade estava em
determinar ij e ji. Certo dia enquanto caminhava ao lado de sua esposa veio a revelação:
era necessária a introdução de um quarto termo de forma que
que contém a solução do problema. Partindo dessa fórmula, Hamilton
deduziu que:
Das definições resulta que dados dois quaterniões α e β, tem-se: Com a multiplicação
definida, o conjunto dos quaterniões constitui o primeiro exemplo de anel não
comutativo com divisão, embora esse conceito ainda não estivesse em uso. Dessa
forma, dados dois quaterniões quaisquer, a soma e o produto são também quaterniões.
Essa descoberta teve um papel decisivo no desenvolvimento da álgebra.
Em 1853 Hamilton introduziu os biquaterniões que nada mais são do que quaterniões
com coeficientes complexos e constituem assim uma álgebra de dimensão oito. Ainda
no mesmo artigo que fala dos biquaterniões uma nova generalização se inicia e em 1848
é apresentado a Royal Irish Academy os Números Híper complexos como o conjunto de
todos os símbolos da forma: x1e1 + x2e2 + ... + xnen, onde x1, x2, xn são números reais, e
18
1 2 n
eventualmente, complexos e , , .. são símbolos, chamados de unidades do sistema
que apresenta as mesmas propriedades dos quatérnios para a soma e o produto.
3.1.4.Grupos e Matrizes
Nos anos seguintes dois novos exemplos de estruturas algébricas, de grande importância
foram introduzidos por Athur Cayley: o conceito de grupo e de matriz. Cayley tinha
uma grande habilidade para as formulações abstractas: sabia enxergar uma
generalização por traz de um exemplo particular e isto lhe permitiu ser o primeiro a dar
o conceito de grupo abstracto. O primeiro matemático que usou o termo grupo foi
Evariste Galois (1811 – 1832), um francês. O estudo das permutações estava em alta na
época e muitos matemáticos estavam envolvidos com o estudo desse tema. Para definir
a noção de grupo abstracto, Cayley usou uma notação multiplicativa e, para explicar o
fato de num grupo uma só operação está definida, ele observou que no seu conjunto os
símbolos + e 0 não têm nenhum significado. Para introduzir a adição ele denotou os
elementos do grupo por letras gregas α , β, e considerou combinações lineares do tipo
aα +bβ + .. que tratou como elementos de um sistemas híper complexo.
Aqui novamente a visão de Cayley lhe permitiu ver um novo sistema algébrico
semelhante aos que vinham sendo observados: o fato de as matrizes se comportarem
como quantidades, pois elas podem ser somadas, multiplicadas ou compostas. Cayley
observou aí uma clara relação com os quaterniões; notou que se M e N são duas
matrizes de ordem 2x2 que verificam M2 = N2 = - 1 e MN = - NM então, L = MN, tem-
se que as matrizes L, M e N satisfazem um sistema de relações precisamente similar
aquele da teoria dos quaterniões. Daí a demonstração actual de que M2(C), o anel das
matrizes de ordem 2x2 com coeficientes complexos é isomorfo ao anel dos quaterniões
nos números complexos, de Hamilton. Neste momento resulta, por fim, que as matrizes
também são sistemas híper complexos.
Tempos depois E. H. Moore (1862 – 1932), matemático inglês, provou, em 1903, que
todos os corpos finitos de mesma ordem são isomorfos entre si e, portanto, são
isomorfos aos corpos de Galois dessa ordem. Uma outra linha de pesquisa que
contribuiu para a Teoria dos Corpos foi a Teoria dos Números de Gauss a qual estudou
os resíduos quadráticos, ou seja, dado um número primo p e um número inteiro a que
não é múltiplo de p, um inteiro x diz-se um resíduo quadrático de a, em relação a p se
x2 ≡ a (mod p). Anos mais tarde Gauss considerou também resíduos cúbicos e
biquadraticas. A Teoria dos Números de Gauss foi o primeiro passo rumo a uma área de
20
grande importância na álgebra actual: a Teoria dos Números Algébricos. Esta teoria foi
desenvolvida a partir dos esforços de inúmeros matemáticos para provar o Teorema de
Fermat que diz: numa equação da forma tem solução inteira para
n > 2.
Com estas definições prova-se que os números algébricos formam um corpo, os inteiros
algébricos formam um domínio de integridade e que se um inteiro algébrico é um
número racional, então é um inteiro ordinário. Neste contexto Dedekind deu a primeira
definição formal de corpo e de anel.
3.1.6.Anéis e Álgebras
O objectivo de Fraenkel era dar uma teoria abstracta e compreensiva da Teoria dos
Anéis, no entanto, esta tarefa não pode ser desenvolvida na época. A álgebra se tornara
uma ciência de alto grau de abstracção. Agora é possível fazer cálculos em dimensões
superiores a dois, lidar com estruturas inimagináveis pelos nossos antepassados. Muitos
foram os matemáticos que contribuíram para esse tão elevado nível de desenvolvimento
algébrico, e o capítulo seguinte é dedicado a alguns deles.
Abu Abdullah Mohammed ben Musa Al-Khowarizmi nasceu em torno de 780 da era
cristã em Khowarizmi, região sul do Mar Aral, na parte Perça ocupada pelos árabes
(atualmente parte do Uzbequistão).
Quando criança mudou-se com seus pais para um lugar ao sul de Bagdá. Na época do
califa al-Mamum (809 – 833) trabalhou na Casa da Sabedoria, onde estavam reunidos
estudiosos da Síria e Mesopotâmia, bem como estavam reunidas grandes obras
científicas da Antiguidade.
Depois explicou como escrever um número no sistema decimal usando os dez símbolos.
Descreveu as operações de cálculo (adição, subtracção, multiplicação e divisão)
segundo o método indiano e explicou a extracção da raiz quadrada.
Em 830 aproximadamente, época das traduções das ciências gregas, hindus, percas e etc
para a língua árabe, Al-Khowarizmi publicou sua álgebra, intitulada aljaber Wa’l
Mugabalah (ciência da restauração e equilíbrio), que é composto de seis capítulos
breves onde cada um destes trata de um tipo específico de equação quadrática que ele
classificara em seis tipos.
Por ser o primeiro a escrever sobre álgebra e pelo modo simples e claro de explicar seus
conteúdos ele é considerado o Pai da Álgebra.
As suas contribuições não param por aí, traduções do seu nome levaram à palavra
algorismo ou algoritmo; a palavra usada por ele para a incógnita, deu origem ao x
da álgebra moderna; al-jaber deu origem á palavra álgebra.
Também deve a ele a introdução do calculo hindu no mundo islâmico, que depois pôde
ser aprofundado e ampliado por outros matemáticos árabes que o seguiram.
Al-Khowarizmi morreu em 846 aproximadamente. Pouco se sabe sobre a sua vida, mas
o que sabemos já é o bastante para que ele seja considerado uma das maiores
capacidades científicas do islã.
Nessa época a álgebra estava resumida a um receituário para resolver equações numa
incógnita ou sistemas de duas equações e duas incógnitas, os nossos sistemas de
equações lineares, derivadas de problemas comercial ou geométrico. Ao contrário da
23
Ele deu um passo profundo seguindo rumo à convenção dos símbolos ao usar uma
vogal maiúscula para representar à incógnita e uma consoante, também maiúscula, para
representar o coeficiente. Foi o primeiro a mostrar a diferença que existe entre
coeficiente e variável e a partir de suas representações o matemático, também francês,
René Descartes (1596 – 1650) formulou as representações atuais para os termos
François Viét morreu em 1603, deixando um bom alicerce preparado para maiores
construções na Matemática.
Cardano era viciado em jogo e assumiu ter jogado xadrez, por quarenta anos, e dados
por 25, diariamente. Nesta época era comum jogar para passar o tempo e como valia
dinheiro, era uma actividade que poderia render algum para prover suas necessidades,
mas na verdade ele acabou perdendo boa parte da sua vida e fortuna nesta actividade.
Mas soube tirar proveito dos jogos e desenvolveu a primeira análise matemática de
jogos. Formulou o conceito de espaço amostra com resultados igualmente prováveis.
Escreveu um pequeno manual do jogador intitulado Líber de Ludo Ale e (O Livro dos
Jogos de Azar), que pode ter sido a sua maior contribuição para a matemática.
24
Rafael Bombelli nasceu em 1526, na cidade de Bolonha, Itália. Era o mais velho dos
seis filhos de Antonio Mazzoli. O pai de Rafael era um próspero negociante de lãs e
tinha posses. Em 1506, a cidade de Bolonha estava sob o domínio de Giovanne II e
Antonio Mazzoli envolveu-se em manifestações contra o seu governo, como não
conseguiram tirar Giovanne do poder a família de Rafael teve seus bens confiscados e
foi exilada e somente depois de muitos anos a família Mazzoli obteve o perdão e pode
voltar à Bolonha e recuperar os seus bens.
Na tentativa de disfarçar a sua descendência, Rafael mudou seu sobre nome para
Bombelli.
Trabalhou para um nobre romano, Alessandro Rufini, futuro bispo de Melfi. Neste
período interessou-se por matemática e envolveu-se no desafio do momento que era
determinar as fórmulas geral para a resolução das equações cúbicas e quânticas, quando
conheceu vários outros estudiosos, dentre os quais Girolamo Cardano, do quase tornaria
um admirador.
Quando o trabalho recomeçou, em 1560, o livro ainda não estava concluído e Bombelli
passou a visitar o professor António Maria Pazzi, da Universidade de Roma. Nesse
período teve acesso a um manuscrito de Diofante, que foi um matemático grego da
antiguidade.
Rafael Bombelli Foi o primeiro matemático a usar o jogo de sinais. No seu livro sobre
álgebra ele escreveu:
mais raiz quadrada de menos n vezes mais raiz quadrada de menos n é igual a
menos n;
mais raiz quadrada de menos n vezes menos raiz quadrada de menos n é igual a mais
n;
menos raiz quadrada de menos n vezes mais raiz quadrada de menos n é igual a
mais n;
menos raiz quadrada de menos n vezes menos raiz quadrada de menos n é igual a
menos n.
Também foi o primeiro a mostrar uma saída para a solução de uma equação em que
aparecia raiz quadrada de número negativo.
Bombelli não era um matemático profissional, pois não fora universitário, no entanto,
foi importante para o desenvolvimento da álgebra, que era a sua área. Em 1923, seus
escritos foram encontrados numa biblioteca de Bolonha e seus cinco livros foram e
publicados em 1929.
Leonard Euler nasceu no dia 15 de abril de 1707 em Basileia, Suíça. Seu pai, Paul
Euler, era um ministro religioso que possuía algum conhecimento matemático e era
casado com Margaret Brucker, filha de um outro homem da igreja.
Teve suas primeiras aulas de matemática com o pai o que pode ter despertado seu gosto
pelo assunto. Paul Euler queria mesmo era que seu filho se tornasse um teólogo e
sonhava em ver seu filho estudando Teologia. Quando completou a idade de ir para a
escola, Euler foi morar com a sua avó materna e como não tinha muitas aulas de
matemática, passou a ler livros e a ter aulas, às escondidas, sobre o assunto.
26
Aos 14 anos entrou para a Universidade e logo fez um exame, com o professor Jean
Bernoulli (1667-1748), que foi seu professor de matemática e descobriu o potencial do
garoto.
Aos 19 anos, após concluir os estudos na Universidade de Basileia, tentou uma vaga
para professor de Física na própria Universidade, mas não conseguiu devido a sua
juventude.
Aos vinte anos foi indicado para o Grande Prémio da Academia de Paris no qual obteve
o segundo lugar. Foi convidado a trabalhar na Academia de São Petersburgo na Rússia,
mais chegando lá não conseguiu o emprego devido à morte de Catarina I, que fundara a
escola e como gostava da ideia de trazer estrangeiros para trabalharem nela, convidara a
Euler.
Desiludido com a carreira de professor, Euler entrou para a marinha Russa onde se
tornou tenente. Mas a esperança não havia morrido e em 1730, com a Academia já em
melhores condições, assumiu o seu lugar de professor de física na escola.
Aos 26 anos, se tornou o principal matemático da academia com a saída de seu amigo
Daniel Bernoulli (1700-1782), filho de Jean Bernoulli. Com esse novo cargo passou a
ganhar melhor e pode investir mais na sua pesquisa matemática.
Casou-se em sete de Janeiro de 1734, com Katharin Gsell e tiveram 13 filhos dos quais
apenas 5 sobreviveram à infância.
Sua facilidade em escrever era tanto que chegava a estar com um filho no colo, um
bloco de notas sobre a perna e os outros filhos a brincarem à volta dos seus pés.
Em 1735, aos 28 anos, perdeu a visão do olho direito. Convidado por Frederico, o
Grande, deixou a Academia de São Petersburgo e foi para a Academia de Berlim, na
Alemanha, onde passou 25 anos, voltando à Rússia em 1766, aos 59 anos.
de uma circunferência;
Euler escreveu em todos os níveis, em várias línguas, publicando mais de 500 livros e
artigos. Por volta de 1770 perdeu a visão do olho esquerdo e agora precisava ditar suas
ideias para que um dos seus filhos escrevesse, ou escrever com giz em grandes quadros
negros. No entanto o fluxo de suas pesquisas e publicações não diminuiu. Em 1776, aos
59 anos perdeu todos os seus bens, a excepção dos manuscritos de matemática, num
incêndio na sua casa.
Após passar 17 anos de cegueira total, Euler morreu em 18 de Setembro de 1783, aos 76
anos, de uma hemorragia cerebral.
Johann Carl Friederich Gauss nasceu num casebre em Brunswich, Alemanha. Seu pai,
Gerhard Diederich era jardineiro e pedreiro e não queria que o filho estudasse, mas a
sua mãe Dorothea e seu tio Friederich, que percebeu a inteligência do sobrinho, o
incentivaram e o ajudaram nos seus primeiros passos como estudante.
Gauss era um génio; tinha uma memória fotográfica conseguia lembrar dos
acontecimentos da sua infância; aos dois anos impressionava as pessoas que
acompanhavam o seu desenvolvimento; antes dos três anos corrigiu uma longa soma
que seu pai fazia, ao seu lado, em voz alta; aprendeu a ler e a somar sozinho.
Aos 7 anos entrou para a escola. Certo dia o professor pediu que os alunos somassem
de um 1 a 100 e Gauss logo achou a resposta, 5050, aparentemente sem cálculos, supõe-
se que já aí ele tivesse descoberto a fórmula para calcular a soma dos termos de uma
progressão aritmética.
Aos 10 anos ele foi admitido na classe de aritmética e na primeira aula, sem que os
alunos ali presentes jamais tivessem ouvido falar de uma progressão aritmética, o
28
professor deu-lhes um longo problema de soma, cujo resultado, através de uma fórmula
poderia ser encontrado em poucos segundos. O problema era o seguinte:
O professor disse quem for terminando vá colocando a lousa sobre a minha mesa.
Terminando o ditado Gauss colocou sua lousa na mesa. Quando o professor
olhou na lousa estava escrito apenas um único número, o certo. Ele descobrira,
instantaneamente, o macete.
Todos os outros alunos tinham enormes somas erradas. O professor ficou tão atónito
com a proeza do menino de 10 anos que pagou do próprio bolso livros de aritmética
para ele, que as absorvia ligeiramente.
Reconhecendo que fora ultrapassado pelo aluno, o professor passou o ensino para seu
jovem assistente, Johann Martin Bartelo (1769-1856), que era apaixonado por
matemática. Entre Bartelo, com dezassete anos, e Gauss, com 10, nasceu uma amizade
que durou toda a vida.
Foi o primeiro a construir um polígono regular dezassete lados usando somente régua e
compasso como auxiliares. Também foi o primeiro a representar graficamente os
números complexos pensando em partes real e imaginária como ordenadas de um plano.
Gauss casou-se em 1805, com a idade de 28 anos com Johanne Osthof de Brunswisck.
Não era ambicioso por dinheiro e poucas obras suas foram publicadas durante sua vida.
Queria mesmo era o progresso da matemática pelo qual lutou até descobrir que sofria de
dilatação cardíaca. Gauss morreu em 1855, aos 78 anos e é considerado Príncipe da
Matemática.
5.Conclusão
Chegado este conclui que A origem da palavra álgebra. Ela não se sujeita a uma
etimologia nítida como, por exemplo, a palavra aritmética, que deriva do
grego arithmos (número). Álgebra é uma variante latina da palavra árabe al-jabr (às
vezes transliterada al-jebr), usada no título de um livro, Hisab al-jabr w'al-muqabalah,
escrito em Bagdá por volta do ano 825 pelo matemático árabe Mohammed ibn-Musa al
Khowarizmi (Maomé, filho de Moisés, de Khowarizm). Este trabalho de álgebra é com
frequência citado, abreviadamente, como Al-jabr.
A Europa serviu como berço para tal evolução e agora os países se revezavam com as
suas contribuições. Embora nem sempre as fórmulas de resolução para equações
representem uma ferramenta para a vida prática, elas abrem novos horizontes para os
estudiosos e dessa forma podem ser à base de grandes descobertas
31
6.Referências bibliográficas
GOMES, Pedro Cledison Braga, (2007), Universidade Estadual vale do Acaraú – uva
Centro de ciências exactas etecnológicas– CCET(Monografia).
Site: www.somatematica.com.br\algebra.php.