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Resenha do Texto: ACOLHIMENTO, SENTIDOS E PRÁTICAS DE ENSINO DE

PORTUGUÊS PARA MIGRANTES E REFUGIADOS, NA UNIVERSIDADE DE


BRASÍLIA E NA UNIVERSIDADE FEDERAL DO PARANÁ Lúcia Maria de Assunção
Barbosa1 Bruna Pupatto Ruano2

No fim do ano de 2014, cerca de 59,5 milhões de pessoas se deslocaram à força


em todo o Mundo, por conta de perseguições políticas, violações de direitos humanos,
guerras, conflitos, violência generalizada, esses dados foram retirados do Alto
Comissariado das Nações Unidas. Essa migração atual perpassa aquela ocorrida no
pós-Segunda Guerra Mundial.
Por conta disso, pessoas de diversas nacionalidades têm elencado o Brasil
como uma possibilidade real de reconstrução de suas vidas. Esse capítulo, faz
referência a Doutorada em Linguística Aplicada pela Universidade de Lisboa Maria
José dos Reis Grosso a qual fala sobre a relevância da aprendizagem da língua e da
cultura do país de acolhimento para a inserção e integração do indivíduo na sociedade
que o acolhe. E o objetivo desse capítulo dentro desse cenário, é expor as ações e as
especificidades do contexto de ensino-aprendizagem do português brasileiro para
migrantes e refugiados e o papel das Instituições de Ensino Superior brasileiras nessa
importante tarefa.
Portanto, parte-se do pressuposto de que a qualidade de “refúgio” estabelece
desafios intrínsecos a esse processo, diferentes daqueles desafios caracterizados nos
contextos tradicionais de ensino do Português como Língua Estrangeira . Tem-se que
se considerar todas essas variantes e especificidades neste processo de ensino-
aprendizagem da língua portuguesa. Não tem como não levar em consideração, as
condições psicossociais do refúgio por si só, mas todas as barreiras e condições que
cercam os refugiados e que iram de alguma maneira refletir nesse processo de forma
negativa. Há ainda a urgência desse aprendizado que pode criar dificuldades para
quem aprende, por conta das perspectivas individuais sobre a língua-alvo, a sua
autoimagem, os planos para o futuro, como a necessidade urgente de aprendizagem
para inserção no mercado de trabalho e integração na sociedade.

1
Doutora em Linguística Aplicada pela Universidade Paris VIII, professora de português para estrangeiros da
Universidade de Brasília. Coordenadora atual do NEPPE - Núcleo de Ensino e Pesquisa em Português para
Estrangeiros.
2
Doutoranda em estudos linguísticos pela Universidade Federal do Paraná, professora de Português como Língua
Estrangeira do Centro de Línguas e Interculturalidade da UFPR (Celin) e uma das coordenadoras do projeto de
extensão universitária Português Brasileiro para Migração Humanitária (PBMIH-UFPR).
PORTUGUÊS COMO LÍNGUA DE ACOLHIMENTO

Nesse aspecto, Dra. Maria José, fala que o conceito Português como língua de
acolhimento descreve a língua ultrapassando a noção de língua estrangeira ou de
segunda língua. Para ela, o uso da língua de acolhimento para o público adulto, recém-
imerso numa realidade linguístico-cultural não vivenciada antes, "estará ligado a um
diversificado saber, saber fazer, a novas tarefas linguístico-comunicativas que devem
ser realizadas na língua-alvo". O que evidencia o caráter de urgência e da efetividade
para sedimentar a plena inserção cidadã da pessoa que aprende essa nova língua.
O aprendizado é inerente aos sentimentos incluídos nesse processo de
acolhimento, de se sentir acolhido por essa nova sociedade, conforme essa dinâmica
se estabelecer , mais depressa estarão prontos para adquirirem as necessárias
competências linguísticas (e outras) para se tornarem membros de pleno sucesso.
Entender que acolher pressupõe dinâmicas que representem a inserção da pessoa
acolhida em todos os aspectos das relações sociais, incluindo os materiais (assistência
imediata, acesso à educação, à tradução de documentos, por exemplo).

EXPERIÊNCIAS DA UNB E DA UFPR NA INSERÇÃO LINGUÍSTICO-LABORAL DE


MIGRANTES

O fenômeno migratório contemporâneo apresenta inúmeros desafios para a


sociedade brasileira e acreditamos que as Instituições de Ensino Superior – IES podem
desempenhar um papel primordial para atuar, tanto no ensino e pesquisa como por
meio da extensão universitária. Desse modo, a língua portuguesa impõe-se como porta
de entrada para que estes novos imigrantes/refugiados possam dar o primeiro passo
para sua sobrevivência e integração local que inaugure um novo recomeço.

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