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Implicações Epistemológias de Bachelard na

investigação científica e suas confluências


com Morin e Popper: Um desafio teórico
para o pesquisador.

Susana Cristina Galaio Montinhos Alves


Willame Carvalho e Silva
Susana.cgm.alves@gmail.com , n.º 22300919
Willamecarvalho2013@hotmail.com

16 de dezembro de 2023
Epistemologias das Ciências
Doutoramento em Educação
Universidade Lusófona de Lisboa

1
Índice

Índice de Tabelas.............................................................................................................3
Resumo.............................................................................................................................4
Abstract............................................................................................................................6
Resumé.............................................................................................................................7
Introdução........................................................................................................................8
1 ....................................................................................................................................16
1.1 Das origens da IA ao ChatGPT...........................................................................16
1.2 O ChatGPT nas salas de aula da atualidade........................................................21
1.3 O futuro do ChatGPT no Processo de Ensino e Aprendizagem..........................22
2 Objetivos do estudo..................................................................................................25
3 Questão de investigação...........................................................................................26
4 Metodologia...............................................................................................................27
5 Recolha de dados......................................................................................................29
5.1 Revisão bibliográfica...........................................................................................29
5.1.1 Estratégias de pesquisa..........................................................................................29

6 Análise dos resultados..............................................................................................32


6.1 Análise dos Resultados obtidos através da revisão da literatura.........................32
8. Considerações finais.................................................................................................33
Referências.....................................................................................................................34
Anexos.............................................................................................................................37

2
Anexo A........................................................................................................................38
Anexo A........................................................................................................................40

3
Índice de Tabelas

Tabela 1 Vantagens e desvantagens de jogar no Euromilhões.........................................8


Tabela 2 Estou a inventar o título.....................................................................................9
Tabela 3 Vantagens e algumas considerações relativas às aplicações do ChatGPT mais
utilizadas pelos professores no processo de ensino e aprendizagem na sala de aula
de acordo com o ChatGPT.....................................................................................13

4
Resumo

O presente estudo foi desenvolvido com o objetivo de apresentar a obra de Gaston


Bachelard a partir de seus estudos sobre no Novo Espírito Científico, e sua contribuição
para a Epistemologia moderna. Apresenta nos seus estudos a noção de ruptura do saber
para o avanço da ciência, afirmando que todo saber histórico deve ser ocupado por
novos saberes, a partir de uma validação da nova prática científica crítica, além de
aprofundar suas teorias sobre o não filosófico. Apresenta o contexto histórico e suas
aproximações com Edgar Morin e Karl Popper.

Palavras-chave: Epistemologia; Novo Espírito Científico; Ruptura.

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Abstract

The present study was developed with the aim of presenting the work of Gaston
Bachelard based on his studies on the New Scientific Spirit, and his contribution to
modern Epistemology. He presents his studies on the notion of rupture of knowledge for
the advancement of science, stating that all historical knowledge must be occupied by
new knowledge, based on a validation of new critical scientific practice, in addition to
deepening his theories about the non philosophicalPresents the historical context and its
approaches to Edgar Morin and Karl Popper.

Keywords: Artificial intelligence; Education; ChatGPT; disadvantages;


potentialities; teaching; learning; teachers; students.

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1 Introdução

O presente trabalho apresenta uma revisão das concepções inerentes da epistemologia


de Gaston Bachelard, de modo a reconstruir a história da ciência. Importa abordar as
suas contribuições para melhor compreender a sua importância que a sua epistemologia
tem para o campo investigativo e da disciplina do conhecimento.
Em seguida, é apresentado um confronto crítico da perspetiva barchelariana com a
formação de um investigador em Educação.
Complementa-se esta revisão com uma possível correlação entre Gaston
Bachelard e Edgar Morin, à qual acresce um diálogo entre Bachelard e Popper.
Discutem-se estes autores em termos de abordagens epistemológicas, pois estão
presentes em boa parte das disciplinas científicas, como as ciências naturais. De modo, a
que fosse feita uma reflexão séria que permita reconstruir as principais ideias de
Bachelard, importa estudá-las e confrontá-las com outros nomes de revelância na
história das epistemologias das ciências. É, assim, importante promover uma discussão
mais avançada que sobre a sua episteme, ou seja, a epistemologia em seu sentido
científico e disciplinar.
Procura-se, portanto, refletir sobre a epistemologia de Gaston Bachelard, fazendo
uma breve menção sobre as suas origens, sobre a sua emergência, características e
objetos, como o objetivo principal, sem esgotar, no entanto, o assunto. Tal como, realça
o dinamismo, como imputável à ciência. Procura-se com esta revisão, promover uma
nova discussão em torno de uma abordagem propostapor Gaston Bachelard.
No último item, Considerações Finais, estão integradas as considerações a reter
relativamente a Gaston Bachelard e o seu contributo para o desenvolvimento da ciência

7
enquanto processo, a que está acoplada uma história “escrita” por pensadores com
visões diferentes à dele.

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2 Contribuições da Epistemologia Histórica
em Bachelard

2.1 Contexto Conceitual e Histórico

O conceito de Epistemologia surge com o propósito de fundamentar filosoficamente os


estudos científicos em evidência nos finais do século XIX e início do século XX. A
ciência, enquanto instrumento de compreensão do mundo, assume a liderança em
explicar a realidade, apresentando-se como capaz de responder a todas as questões que
afligem a humanidade, seja a sociologia, a psicologia, a antropologia, a medicina, o
direito etc.
Com a crise das ciências, advindo com as guerras, a fome, a morte, as
desigualdades, surge a necessidade de questionar a ciência e seu uso. Para Bunge, a
epistemologia ou filosofia da ciência, é o ramo da Filosofia que estuda a investigação
científica e seu produto, o conhecimento científico. (BUNGE, 1980, p.5).
A epistemologia surge como conhecimento capaz de fazer uma análise da
linguagem científica, ou exame das condições reais da produção do conhecimento
(JAPIASSU, H., 1981, p. 96). Trata-se de compreender como se comportam e com se
interagem a ciência e o conhecimento e seu objeto de estudo. Busca identificar as
relações existentes entre ciência e conhecimento e suas implicações no espaço social.
Como realizar cientificamente a realidade social era a pergunta principal de
Bachelard. Trata-se do racionalismo aplicado. Bachelard pode ser dividido em dois
momentos: diurno e noturno. As obras de Bachelard diurno envolvem sua

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epistemologia, teoria da ciência e o novo espírito crítico da ciência. Já o noturno,
envolve as obras literárias e poé-ticas do autor.
Os estudos epistemológicos de Bachelard têm como referência as revoluções
científicas e suas práticas, a partir da teoria de relatividade de Albert Einstein (1905),
onde o epis-temólogo busca compreender as implicações filosóficas da prática dos
cientistas. A epis-temologia para ele era a história da ciência e como a ciência deve ser
comportar. O Novo modelo de ciência introduzido por Einstein, a partir da teoria da
relatividade, rompe com o modelo epistemológico e metodológico até então tido como
válido e verdadeiro.
O novo espírito científico de Bachelard deve ser construído a partir das novas
conceções epistemológicas.
Com sua filosofia inovadora, o filósofo Gaston Bachelard, membro da Academia
de Ciências Morais e Políticas da Franca, deixa um legado para o século XIX e XX
marcado com uma revolução na Epistemologia das Ciências de grande envergadura.
Nascido em1881, em Champagne, na França, o jovem Barchelard sonhava tornar-
se engenheiro, mas a 1ª Guerra Mundial mudou os seus planos, pelo que resolve
ingressar no magistério secundário, aprofundando estudos de química e física. Mais
adiante dedica-se também à Filosofia e em 1922, apresenta a tese intitulada: “Ensaio
sobre o conhecimento aproximado”.
A sua carreira como docente do ensino superior inicia-se em 1930, sendo
convidado a lecionar na Faculdade de Dijon. Em 1940, inicia as suas aulas em
Sorbonne, lecionando aulas muito frequentadas pelos alunos, em busca de suas ideias
inovadoras sobre fenomenologia e filosofia das ciências.
As principais obras de Bachelard são as seguintes:
 O novo espírito científico – 1934
 A formação do espírito científico – 1938
 O materialismo racional – 1953
 A poética do espaço – 1957
 A poética do devaneio – 1960.

A sua principal tese é a propagação do novo espírito científico e o combate à


opinião. Na Filosofia, desenvolve o conceito de corte epistemológico, onde afima que
na ciência, as evolucões científica acontecem a partir de rupturas e não de forma
evolutiva, ou seja, que são necessários romper com os modelos então válidos e aceitos,
para que o novo aconteça, tendo a validação da comunidade científica, que rompe com
os conceitos anteriormente validados.

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Bachelard atribui uma responsabilidade pela transformação epistemológica e pela
mudança no modo de relacionar-se com ciência à nova prática educativa, à figura do
professor e do cientista. Para ele, a tarefa do professor:
(...) consiste no esforço de mudar de cultura experimental, de derrubar os obstáculos
já amontoados pela vida contidiana, de propriciar rupturas com o senso comum, com
um saber que se institui da opinião e com a tradição empiricista das impressões
primeiras. Assim, o epistemólogo tem de tomar os factos como idéias, inserindo-os
num sistema de pensamento (2000, p. 168).

A ideia de ruptura está presente em todo pensamento de Bachelard, apresentando


a necessidade superar o senso comum e os conceitos pré-estabelecidos de forma
dogmática, herdadas pela tradição literária ou, ainda, pelo senso comum ou outras
formas de manifestação, como as opiniões e os saberes vulgares.
Bachelard propõe a tese da ruptura epistemológica, quando uma investigação de
um dado fenômeno encontra o chamado obstáculo epistemológico, ou seja, indefinição
quanto ao conceito, procedimentos, instrumentos etc que não são capazes de oferecer
respostas àquele fenômeno, havendo a necessidade de romper com os parâmetros já
estabelecidos e ousar formatar novas teorias capazes de responder às questões
investigadas.
Para superar o obstáculo epistemológico, o cientista ou o grupo de cientistas
precisam ter a coragem de dizer não. Precisa dizer não à teoria existente e aos métodos e
metodologias existentes, surgindo assim a verdadeira ruptura metodológica (Chauí,
2012, p. 280).
Essa ruptura epistemológica é, no pensamento de Bachelard, uma forma necessária e
fundamentação de construção do conhecimento.
Bachelard considera que as crises que acontecem no contexto do conhecimento
são necessárias para a produção de um novo saber. Tais crises permitem o surgimento
no novo saber científico, nascido no mundo do abastrato e capaz de gerar um novo
saber, rompendo com a ilusão, o senso comum e com o mundo da opinição (Bachelard,
G., 1978, p. 157).
É preciso romper com o antigo saber, afirma Bachelard, para germinar o novo, ou
seja, é necessário haver a destruição no antigo saber, para o aparecimento do novo, para
a construção do conhecimento no novo espírito científico. Só com a ruptura é que pode
haver conhecimento válido.

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3 Debate Epistemológico na formação do
investigador em educação

Os investigadores em educação deparam-se com desafios que envolvem


necessariamente o domínio de paradigmas epistemológicos que foram surgindo ao
longo dos tempos de uma humanidade ansiosa em saber. O processo de construção do
saber exige do pesquisador atenção aos seus referenciais teórico-metodológicos, como
refere António Severino, (s/d):
“Parte-se então do entendimento de que o conhecimento e o domínio do referencial
teórico-filosófico que marca o contexto científico-cultural da atualidade são
imprescindiveis para o desenvolvimento de trabalhos mais rigorosos e profundos de
investigação, análise e reflexão, tanto no campo das Ciências Humanas, em geral,
como no campo das Ciências da Educação, em particular.” (p.1)

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4 Correlação entre Gaston Bachelard e Edgar
Morin

Gaston Bachelard e Edgar Morin são dois notáveis pensadores, críticos e


epistemologistas que marcaram o século XX. Nas suas obras, exigem o rompimento
com o saber Aristotélico e vão contra da visão de Decártes.
Bachelard, conhecido por sua filosofia da ciência, destaca a ruptura
epistemológica e a importância da imaginação na construção do conhecimento. A
epistemologia bachelardiana contempla a filosofia do inexato de acordo com Lima &
Mrenelli (2011, p.1).
Enquanto Bachelard foca na epistemologia e na poética do conhecimento
científico, Morin busca uma visão mais abrangente e integradora da realidade. Edgar
Morin, por outro lado, um pensador da complexidade, enfatiza a interdisciplinaridade e
a compreensão holística dos fenômenos.
Tanto Bachelard como Morin, criticam o pensamento científico clássico fundado
na simplicidade na ciência. É notória sua oposição ao pensamento assintáxico, ao
pensamento fechado que estava incutido no desenvolvimento da ciência. Este modo de
fazer ciência é epistemologicamente ineficaz para estes dois pensadores. De acordo com
Marivalde Francelin (2005, p.1), Bachelard e Morin apresentam duas conceções
distintas de epistemologias, mas ambas vão ao encontro de uma epistemologia da
complexidade. Estas duas conceções contemplam uma ciência em expansão
interdisciplinar e metodológica. Também Oliveira, C. & Rodrigues, V. (2008, p.196)
reforçaram esta ideia, “Percebe-se que ambos afirmam a necessidade de um afastamento
do rigor determinista e das idéias simples do tipo cartesianas, evocando um pensamento

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complexo na ciência”. Isto vai ao encontro das palavras proferidas por Bachelard, G.,
(1985):
“Enquanto que a ciência de inspiração cartesiana fazia muito logicamente o
complexo com o simples, o pensamento científico contemporâneo procura ler o
complexo real sob a aparência simples fornecida por fenômenos compensados; ela
se esforça em encontrar o pluralismo sob a identidade” (p. 124)

Edgar Morin enquadra-se nessa ideia, pois a ideia de simplicidade vai ao encontro
do que tende a procurar uma ordem no universo, quando para este filósofo, a ciência só
avança com uma necessária desordem no que já está conhecido. A este respeito Edgar
Morin referiu que:
“Assim, o paradigma da simplicidade é um paradigma que põe ordem no universo e
expulsa dele a desordem. A ordem reduz-se a uma lei, a um princípio. A
simplicidade vê quer o uno, quer o múltiplo, mas não pode ver que o Uno pode ser
ao mesmo tempo Múltiplo. O princípio da simplicidade quer separar o que está
ligado (disjunção), quer unifica o que está disperso (redução)” (p. 86).

O conhecimento para Edgar Morin não reflete o “mundo objetivo”, mas o traduz e
o constrói, dado que a produção, a reprodução e o desenvolvimento do conhecimento
fazem parte de um constante construir-desconstruir-construir no universo do próprio
conhecimento (Francelin, M., 2005, p.107).
Ambos partilham uma visão dinâmica do conhecimento e consideram como a
verdadeira forma de conhecimento – o conhecimento científico.
Na Tabela 1, estão apresentadas, sumariamente, algumas das principais diferenças
e semelhanças nas abordagens dos dois epistemólogos.

Tabela 1
Correlação entre Gaston Bachelard e Edgar Morin

Gaston Bachelard Edgar Morin

A razão não é um processo lógico e objetivo. A A ciência não é um conjunto de factos lógicos
ciência não é apenas um conjunto de factos e objetivos.
objetivos, mas um empreendorismo dinâmico que
envolve uma interação complexa entre a mente do
cientista, a imaginação, a observação e a
experimentação.

A ciência é uma construção que envolve ruptura e Propõe uma epistemologia de


descontinuidade com o saber anterior. O descontinuidades.
progresso é descontínuo progride por meio de

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ruturas. Os cortes epistemológicos são
descontinuidades na produção do saber científico.
A ciência é um processo dinâmico em constante
alteração. Mostra-se dotada de dinamismo e
inconstâncias. Está em constante evolução.
A razão é fruto da reflexão e da experiência.
A sua visão de ciência assenta numa perspetiva da Sustenta uma visão de epistemologia da
complexidade e da holística. A ciência deve complexidade. Opõe-se à ideia de
abraçar a complexidade e não da simplificação. simplicidade.
Destaca-se a sua obra intitulada, “O Novo
Espírito Científico”, onde na sua introdução se
pode ler: “A complexidade essencial da filosofia
científica”.
Promove uma compreensão mais integrada e
ética do conhecimento.

A tabela mostra que são vários os pontos que se cruzam entre os dois
epidemiologistas quanto à construção e desenvolvimento da ciência.

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5 Contribuição de Popper e Bachelard

Karl Popper, epistemólogo (1902 – 1994), destaca que houve uma reelaboração
científica nos conceitos estabelecidos sobre verdade, ou seja, a verdade era apresentada
como algo que era verdadeiro e se apresentava como tal, coincidindo o fenômeno com o
conceito. O autor entende que uma verdade não é suficiente para confirmar uma teoria,
pois a manutenção de uma teoria só possui validade se for testada, passando por diver-
sas tentativas de falseamento, e não está livre de ser contestada nunca.
Para Popper, uma teoria científica é boa, enquanto mantiver aberta à refultação,
validação, e falseabilidade, estando sempre disponível para verificação. Isso consiste na
verdade da ciência. Para ele, o valor de uma teoria não se mede por sua verdade, mas
pela possibilidade de ser falta. A falseabilidade é o fundamento primeiro do conceito de
verdade para Karl Popper.
Popper afirma que as mudanças científicas são uma consequência da concepção
da verdade como coerência teórica. Ele propõe que uma teoria científica seja avaliada
pelas possibilidades de ser falsa ou falsificada (Chauí, M., 2012, p.282).
Tal idéias de Popper aproximam-se às de Bachelard, pois a sua Filosofia do Não
possui elementos semelhantes às teorias de Popper.
Para Bachelard, as três etapas que constituiram historicamente as Ciências foram
as seguintes:
A) Estado pré-científico, que abrange o período da antiguidade até o início do sé-
culo XVIII;
B) Estado científico, que envolve meados do século XVIII até o início do século
XX;

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C) Novo Espírito Científico, surge com a Teoria da Relatividade, com Albert
Einstein.
Seguindo os mesmos fundamentos de Bachelard, Karl Popper afirma que a ciência
não produz verdades absolutas, que necessita ser verificadas e se fundamente na falsea-
bilidade, ou seja, para validar qualquer teoria, é necessário buscar refutar, testar e passar
pelo crivo da validação, a partir do princípio da falseabilidade, ou seja, testadas pela ex-
perimentação. Qualquer teoria que não possa passar por tais testes, estão no mundo do
mito, da religião, com seus dogmas de fé, e não poderão ser chamados ciência.
As teorias de Popper aproximam-se à teoria de Bachelard, com sua Filosofia do
Não, no qual o autor está em constante investigação e questionamento, em busca de
validação. Bachelard rompe com a opinião, DOXA, e busca a verdade a partir da
experiência científica teorizada.
Para Bachelard, a construção do conhecimento deve ceder ao novo. As formas
mais válidas de produção do saber científico estão baseadas na rutura, que se opõe ao
determinismo científico. Trata-se de reavaliar todo saber existente a partir de uma
postura crítica, distante do saber dogmático e das opiniões, tendo apenas em mente o
novo espírito científico, ele próprio afirmou que;” A própria essência da reflexão é
compreender que não se compreenderá” (Bachelard, G., 2000, p. 147).

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6. Considerações finais

O presente trabalho buscou apresentar a epistemologia de Gaston Bachelard e sua


contribuição para a construção do Novo Espírito Científico, construído a partir de seus
estudos, bem como a constribuição dos estudos de Karl Popper e Edgar Morin, a partir
de seus contributos para a obra do autor. A partir da sua noção de ruptura como os
modelos dogmáticos e com o senso comum, evidencia-se que a proposta do novo
espírito científico de Bachelard contribuiu para uma abertura para a compreensão do
que seja ciência e como ela deve se comportar para promoção de uma revolução da
sociedade a partir dos conhecimentos científicos.

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Referências

Bachelard, G. (1985). O novo espírito científico. Tempo Brasileiro.

Bachelard, G. (2000). A Filosofia do Não. Abril Cultura.

Chauí, M. (2012). Convite a Filosofia. Editora Ática.

Japiassu, H. (1986). Introdução ao pensamento epistemológico. 4. Ed. Francisco


Alves Editora.

Japiassu, H. (1981). Questões Epistemológicas. Imago.

Oliveira, C. & Rodrigues, V. (2008). Gaston Bachelard e Edgar Morin: diálogos


sobre a complexidade. Revista Eletrônica do Mestrado em Educação Ambiental,
20(195-201). https://periodicos.furg.br/remea/article/view/3840/2290

Francelin, M. (2008).

Morin, E. (2001). Introdução ao pensamento complexo. Instituto Piaget.


Severino, A. (s/d). Implicações epistemológicas da investigação científica: desafio
teórico para o pesquisador. Uninove/Feusp.
https://www.academia.edu/27651319/IMPLICA%C3%87%C3%95ES_EPISTEMOL
%C3%93GICAS_DA_INVESTIGA

19
%C3%87%C3%83O_CIENTIFICA_DESAFIO_TE
%C3%93RICO_PARA_O_PESQUISADOR

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