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Nietzsche para empreendedores
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prefácio
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prefácio
Reid Hoffman
Empreendedor, investidor, filósofo ocasional
Março de 2021
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INTRODUÇÃO
N ietzsche? Para empreendedores?
Estávamos no final de janeiro de 1988, cerca de nove me‑
ses depois de termos dado início ao processo de transformação do
negócio de consultoria em nome próprio de Brad, a Feld Tech‑
nologies, numa empresa a sério. Tínhamos vividos juntos na fra‑
ternidade universitária e éramos amigos chegados quando abri‑
mos o nosso primeiro escritório do outro lado da rua, em frente à
nossa casa da fraternidade em Cambridge. Planeávamos recorrer
a programadores de software inteligentes, mas económicos, para
criar um software empresarial. Contratámos meia dúzia de pro‑
gramadores compostos, na sua maioria, por estudantes universi‑
tários da nossa fraternidade, que trabalhavam a meio‑tempo. Não
dispúnhamos de qualquer financiamento para além do cartão de
crédito de Brad e dos 10 $ com os quais havíamos comprado as
ações ordinárias.
Dave entrou no escritório de Brad depois de calcular os re‑
sultados financeiros preliminares para janeiro. Até então, as
contas tinham estado praticamente niveladas, mas as notícias
eram agora deprimentes: perdêramos 10,000 $ num só mês. Fo‑
mos apanhados de surpresa e foi com algum esforço que con‑
seguimos destrinçar o que tinha corrido mal. Em vez de estar a
faturar horas aos clientes, Dave havia passado a maior parte do
tempo a gerir os programadores que se encontravam, em regime
parcial, a trabalhar primariamente em projetos futuros. Brad ti‑
nha vendido equipamento informático, o que rendia margens de
lucro bruto reduzidas, em vez de faturar horas aos clientes. Uma
grande parte das nossas receitas desse mês provinha de um pro‑
gramador universitário altamente produtivo, mas imprevisível,
chamado Mike, que estava a trabalhar no projeto de um cliente
faturável.
Antes de termos tido oportunidade para perceber o que ha‑
víamos de fazer, Mike despediu‑se, alegando necessidade de se
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ESTRATÉGIA
C omeçamos com “estratégia”, uma palavra usada excessiva e
indevidamente no meio empreendedor. Uma simples pesqui‑
sa no Google conduz‑nos à toca do coelho das definições clássi‑
cas, A Arte da Guerra, de Sun Tzu, as cartas de Peter Drucker, e um
livro inteiro de Michael Porter (Competitive Strategy) que parece
constar da bibliografia de mais MBA do que qualquer outro livro,
desde sempre.
Embora Nietzsche não tenha sido um teórico de gestão ou
líder, os seus instintos sobre estratégia eram prescientes. Isto
deve‑se ao facto de as suas visões terem por base elementos per‑
manentes da natureza humana e da psicologia, bem como um co‑
nhecimento intenso da história. Ele compreendia de forma instin‑
tiva a diferença entre uma alteração incremental e uma inovação
fundamental. Reconhecia que não existe um único modo correto
de agir. Sobretudo, ele sabia que a mudança requer tempo, mesmo
quando parece ocorrer de um dia para o outro.
A palavra “planeamento” é muitas vezes deixada de fora da
estratégia, a menos que nos estejamos a referir ao “processo de
planeamento estratégico”. Nietzsche oferece‑nos perspetiva tanto
sobre a importância como sobre a dificuldade de planear, espe‑
cialmente no contexto de progresso ambicioso e disrupção. Quan‑
do tentamos concretizar algo, temos de compreender a diferença
entre marcos e metas.
Lembre‑se: a escrita de Nietzsche pode ser desafiante. Leia‑a
devagar e em voz alta, para si. Pondere escrever o que leu numa
folha para reforçar o que ele lhe diz e o ajudar a lembrar‑se do
capítulo mais tarde. A seguir, repita depois de ter lido o capítulo.
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DOMINAR
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ENCONTRAR O SEU CAMINHO
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FAZER O ÓBVIO
Uma startup prospera por estar no sítio certo à hora certa. Como
chegou lá e quão difícil foi a viagem não é muito importante do
ponto de vista do negócio.
No mundo competitivo de hoje, o processo de empreender
novos riscos e procurar oportunidades é profissionalizado e metó‑
dico. É invulgar simplesmente encontrar uma “árvore com os fru‑
tos maduros”, ou seja, um problema empresarial por resolver, mas
pronto a ser resolvido. Muitas vezes, a mesma oportunidade foi
vista por outros empreendedores. Caso contrário, os investido‑
res podem interpretar a ausência de concorrentes como um sinal
de perigo. Poderia indicar que não há mercado, que é demasiado
cedo ou que o empreendedor não está familiarizado com as práti‑
cas habituais.
Alguns empreendedores conseguem encontrar fruta madura
que ainda ninguém tenha descoberto. Muitas vezes, estão ativos
numa indústria ou numa função que dominam. Este ponto de
vantagem permite‑lhes ver novas oportunidades conforme vão
surgindo. Dá‑lhes uma visão das soluções que funcionarão e serão
chamativas perante potenciais clientes que enfrentam os mesmos
problemas. Apesar de muitos outros nesse setor se poderem dar
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SUPERAR OBSTÁCULOS
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rua. Consegue ver o caminho diante de si, mas continua a ser sur‑
preendida pelo vidro.
É difícil quebrar este padrão. Para que o seu negócio singre,
tem de definir metas audaciosas para a equipa e alcançá‑las. Ain‑
da assim, sabe que vão surgir obstáculos imprevistos, alguns dos
quais não será capaz de superar só por se esforçar mais. Isto cria
um conflito propício a gerar desilusão.
Não há nenhuma solução milagrosa para resolver este proble‑
ma. O primeiro passo, contudo, é deixar de se surpreender e abor‑
recer quando acontece.
O segundo passo é aprender a reconhecer quando não é pos‑
sível superar um obstáculo pela persistência. Às vezes, as coisas
demoram mais tempo do que esperava. Noutras, adotou a aborda‑
gem errada. Para ilustrar isto, vamos alargar a metáfora da janela
de vidro. Uma janela pode estar aberta e ser apenas uma questão
de encontrar a fresta aberta. Ou a janela pode estar fechada e a
única solução ser voar pela casa à procura de outra saída. Durante
quanto tempo vai continuar a investir na mesma janela antes de
procurar uma alternativa?
Do mesmo modo, não há uma resposta simples a esta pergun‑
ta. Porém, ao estar ciente de que a solução poderá não passar nem
pela persistência nem por uma mudança de estratégia, vai melho‑
rar as suas hipóteses. Em determinadas situações, conselheiros
experientes poderão ajudá‑lo a fazer essa avaliação.
Não fique surpreendido se voar contra uma janela. E, se isso
acontecer, reflita bem sobre quando e até que ponto deve mudar
de direção para superar o contratempo.
Para mais sobre conselheiros experientes, consulte Maturida‑
de. Para ângulos diferentes sobre a persistência, consulte Persis‑
tência, Paciência na Disrupção e Decisões Firmes.
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