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44984-06 – Circuitos Elétricos B

Exercício III.6: Utilizando o diagrama fasorial das correntes de fase e de linha da carga trifásica da Figura
III.12, demonstrar geometricamente a expressão VL = 2Vφ cos 30o = 3Vφ .

Simulação MATLAB: Utilizando os arquivos III_5.mdl e III_5m.m é possível reproduzir os


resultados. No gráfico e no diagrama fasorial a seguir, observam-se as tensões de fase das Fases 1 ( V 1N em
ciano), 2 ( V 2 N em vermelho) e 3 ( V 3 N em verde) e a tensão de linha entre as Fases 1 e 2 ( V 12 em azul). É
possível observar a defasagem de 120° entre as tensões de fase e que a tensão de linha V 12 está adiantada
( )
30° em relação à referência V 1N .

Para a ligação triângulo, cada fase estará submetida à tensão de linha, conforme mostra a Figura III.12.

I L1
Sistema φ1
V 12
I φ 12 =
Trifásico I L2 I φ 12 Z 12 I L1 = I φ 12 − I φ 31 Z 12
3φ φ2 V 23
Z 31 I φ 31 I L2 = I φ 23 − I φ 12 I φ 23 =
Z 23
com ou I L3 I φ 23 Z 23 I L3 = I φ 31 − I φ 23 V 31
sem φ3 I φ 31 =
Z 31
Neutro

Figura III.12 – Carga trifásica em ligação malha ou triângulo.

Supondo que as tensões de alimentação são simétricas, tem-se, para uma carga equilibrada,
Z 12 = Z 23 = Z 31 = Z :
V
Iφ = I φ = L
Z

IL = I L1 = I φ 12 − I φ 31 = I φ α − I φ α ± 120 o = I φ α + I φ α ± 60 o =
= 2 I φ cos 30 o = 3I φ

Exercício III.7: Utilizando o diagrama fasorial das correntes de fase e de linha da carga trifásica da Figura
III.12, demonstrar geometricamente a expressão I L = 2 I φ cos 30 o = 3I φ .

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Para a ligação estrela sem neutro, cada fase da carga está submetida à diferença de potencial entre o fasor
tensão de fase e o fasor tensão do centro da estrela (ponto O), conforme mostra a Figura III.13.
V 1O V φ 1 − V ON
I L1 = I φ 1 = =
Z1 Z1
V 2O V φ 2 − V ON
I L1 I φ1 Z1 I L2 = I φ 2 = =
Sistema φ1 Z2 Z2
V 3O V φ 3 − V ON
I L3 = I φ 3 = =
Trifásico I L2 I φ2 Z2 Z3 Z3
3φ φ2
O
com ou I L3 I φ3 Z3 V ON = I SC Z NORTON
sem φ3 I SC =
V φ1 V φ 2 V φ 3
+ +
Neutro Z1 Z2 Z3
1
Z NORTON = Z 1 // Z 2 // Z 3 =
1 1 1
+ +
Z1 Z2 Z3
Figura III.13 – Carga trifásica em ligação estrela sem neutro.

Neste caso, inicialmente, é necessário determinar o fasor tensão deslocamento de neutro, V ON , para,
posteriormente, determinar os fasores das correntes de fase que são iguais aos fasores das correntes de linha:
Iφ = I L
Supondo que as tensões de alimentação sejam simétricas, tem-se, para uma carga equilibrada,
Z 1 = Z 2 = Z 3 = Z , logo8:
644 47=0 44 48
V ON =
V φ1 V φ 2 V φ 3 1
Z1
+
Z2
+
Z3
(
= V φ1 + V φ 2 + V φ 3 = 0
Z
)
e, portanto, o ponto O coincide com o neutro do sistema e as correntes de fase e de linha podem ser obtidas
diretamente através de:
V φ1
I L1 = I φ 1 =
Z
V φ2
I L2 = I φ 2 =
Z
V φ3
I L3 = I φ 3 =
Z

Exercício III.8: Um sistema trifásico CBA equilibrado a três fios, V AB = 208 − 120o V, tem carga ligada em
estrela com Z A = 6 0o Ω, Z B = 6 30o Ω e Z C = 5 45o Ω. Determinar as correntes de linha I A , I B e I C e o
fasor tensão em cada impedância. Determinar, também, a tensão de deslocamento do neutro, V ON 9.

Simulação MATLAB: Utilizando o arquivo de simulação é possível reproduzir os resultados. Para a


simulação deste circuito foi utilizado o arquivo III_6.mdl do qual obtém-se os valores de regime
permanente (“Steady state”) por intermédio do bloco “powergui”. Observar que a tensão de linha conhecida
foi transformada em tensões de fase, conforme ilustração a seguir.

8
Vide expressão (7).
9
Respostas: I A = 23,3 − 98,9o A, I B = 15,45 − 2,5o A, I C = 26,5 116,6 o A, V AO = 139,8 − 98,9 o V, V BO = 92,7 27,5o V,

V CO = 132,5 161,6 o V, V ON = 28,1 39,8o V.

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Simulação MATLAB (continuação):


ω V CN V BN
V BN

V AB
V AN

V AB = 208 − 120o
V CN V AN

Seqüência ACB com V AN = Vφ 0 Seqüência ACB com V AB = VL − 120


o

Como exemplo, na figura a seguir a corrente na impedância Z C = 5 45o , em destaque na janela “Steady
State Computations -- System: Exer_III.6”, é dada pelo seu valor de pico I C = 26,5 2 116,6o = 37,47 116,6o A
(pico).

Exercício III.9: Refazer o Exercício III.6 considerando um sistema trifásico ABC equilibrado a três fios
com V AB = 208 − 120o 10.

Simulação MATLAB: Para verificação dos resultados, pode ser utilizando o mesmo arquivo do exercício
anterior, alterando-se as fases das fontes de tensão, pois a tensão de linha conhecida deve ser transformada
em tensões de fase, conforme ilustração a seguir.
ω
V CN V BN

V AN
V AB = 208 − 120o
V AB

V BN V AN V CN

Seqüência ABC com V AN = Vφ 0 Seqüência ABC com V AB = VL − 120


o

10
Respostas: I A = 20,00 − 165,07 o A, I B = 24,93 64,60 o A, I C = 19,40 − 63,58o A, V AO = 120,00 − 165,07 o V,

V BO = 149,58 94,60 o V, V CO = 97,00 − 18,58o V, V ON = 31,48 − 67,70 o V.

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III.3 – Potência polifásica

Considere um sistema genérico conectado a n fios e alimentado por tensões e correntes senoidais conforme
ilustra a Figura III.14.
i1 (t )
v1 (t )
*
S1 = V 1 ⋅ I 1

i 2 (t ) SISTEMA
v 2 (t )
*
S2 =V 2 ⋅ I2

.
. .
(com ou .
. sem .
i n (t ) neutro)
v n (t )
*
Sn =V n ⋅ In

Figura III.14 - Sistema elétrico genérico a n fios

A potência polifásica complexa de um circuito a n fios é:


* * *
S nφ = V
114 ⋅ I4
1 + V 2 ⋅ I 2 + K + V n ⋅ I n = Pnφ + jQnφ
444 42444444 3 (9)
n termos
Fazendo:
V 1 = V 1X + V X
V 2 = V 2X +V X
M
V n = V nX + V X
chega-se a:
* * *
S nφ = V 1 X ⋅ I 1 + V 2 X ⋅ I 2 + K + V nX ⋅ I n + I 1 + I 2 + K + I n VX ( )
*

mas, para um circuito a n fios, tem-se:


I1 + I 2 +K+ I n = 0 (lei dos nós)
e pode-se escrever:
* * *
S nφ = V 1 X ⋅ I 1 + V 2 X ⋅ I 2 + K + V nX ⋅ I n

Fazendo X ≡ n (n-ésimo condutor), tem-se V nX = V nn = 0 resultando em:


* * *
S nφ = V 1n ⋅ I 1 + V 2 n ⋅ I 2 + K + V (n−1)n ⋅ I (n−1) (10)
14444444244444443
( n −1) termos
*
Os produtos V kn ⋅ Ik correspondem a:
*
V kn ⋅ I k = Vkn α kn ⋅ I k − β k = Vkn ⋅ I k γ k = Vkn ⋅ I k ⋅ cos γ k + jVkn ⋅ I k ⋅ sen γ k (11)
sendo γ k o ângulo entre o fasor tensão V kn e o fasor corrente I k , conforme ilustra a Figura III.15.
Im V kn

γk
α kn Ik
βk
Re

Figura III.15 - Fasores V kn e I k no cálculo da potência complexa a n fios

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Substituindo (11) em (10) chega-se a:


S nφ = Pnφ + jQnφ

( )
Pnφ = Re S nφ = V1n I1 cos γ 1 + V2 n I 2 cos γ 2 + K + V(n−1)n I (n−1) cos γ (n−1)
1444444444 424444444444 3
(12)
(n −1) termos

( )
Qnφ = Im S nφ = V1n I1 sen γ 1 + V2 n I 2 sen γ 2 + K + V(n −1)n I (n −1) sen γ (n −1)
144444444424444444443
(13)
(n −1) termos

CONCLUSÃO (Teorema de Blondell): “A potência ativa de um circuito a n fios pode ser determinada
através da soma algébrica das leituras de (n-1) wattímetros desde que os sensores de corrente sejam
colocados em (n-1) fios diferentes e todos os sensores de potencial sejam referidos ao fio restante”.

De forma análoga, pode-se estender tal teorema para a potência reativa: “A potência reativa de um circuito a
n fios pode ser determinada através da soma algébrica das leituras de (n-1) varímetros desde que os sensores
de corrente sejam colocados em (n-1) fios diferentes e todos os sensores de potencial sejam referidos ao fio
restante”.

A potência aparente polifásica é dada por:


S nφ = S nφ = Pn2φ + jQn2φ
e o fator de potência médio do conjunto é dado por:
Pnφ Pnφ
FPmédio = =
S nφ Pnφ + jQn2φ
2

Para um sistema trifásico qualquer (a três ou quatro fios, ou seja, com ou sem condutor neutro), conforme o
ilustrado na Figura III.16, a potência complexa fornecida pelo Sistema A para o Sistema B é dada por:

I1
φ1 V 1N

I2
φ2 V 2N

Sistema A Sistema B
I3
φ3 V 3N

IN
N

Figura III.16 – Sistema trifásico para a determinação da potência complexa.

* * *
S 3φ = V 1N ⋅ I 1 + V 2 N ⋅ I 2 + V 3 N ⋅ I 3
logo,
( )
P3φ = Re S 3φ = V1N I1 cosθ1 + V2 N I 2 cosθ 2 + V3 N I 3 cosθ 3
Q3φ = Im(S ) = V
3φ θ + V2 N I 2 sen θ 2 + V3 N I 3 sen θ 3
1 N I1 sen 1

S 3φ = P3φ + jQ3φ

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e o fator de potência médio é dado por:


P3φ
FPmédio =
S3φ
As potências aparentes fornecidas pelas fases são dadas por:
S1 = P12 + Q12 = V1N I1
S2 = P22 + Q22 = V2 N I 2
S3 = P32 + Q32 = V3 N I 3
e os fatores de potência são dados por:
P
FP1 = 1 = cosθ1
S1
P
FP2 = 2 = cosθ 2
S2
P
FP3 = 3 = cosθ 3
S3

Exercício III.10: Dois sistemas trifásicos em equilíbrio, x e Y, estão interconectados por linhas cuja
impedância é igual a Z = (1 + j 2 ) Ω. As tensões de linha dos sistemas x e Y são, respectivamente,
V ab = 12 0o kV e V AB = 12 5o kV, como mostrado na figura abaixo. Determinar qual sistema é a fonte, qual é
a carga e a potência média fornecida pela fonte e dissipada pela carga11.
Z
+ +
V ab Z V AB
– –
Sistema x Sistema Y
Z

Simulação MATLAB: Utilizando o arquivo de simulação é possível reproduzir os resultados. Para a


simulação deste circuito foi utilizado o arquivo III_7.mdl do qual obtém-se os valores de regime
permanente (“Steady state”) por intermédio do bloco “powergui”. Observar que a tensão de linha conhecida
foi transformada em tensões de fase, conforme ilustração a seguir. Para as fontes do Sistema Y, as tensões de
fase devem ser adiantadas de 5o.
ω V cN
V cN

V aN

V ab V bN V aN

V bN V ab = 12 0o

Seqüência abc com V aN = Vφ 0 Seqüência abc com V ab = VL 0


o

11
Respostas: O Sistema Y (fonte) fornece potência para o Sistema x (carga). A potência média fornecida pelo Sistema Y é 5,13 MW;
a potência média dissipada pelo Sistema x é 4,91 MW; a diferença entre os valores anteriores é dissipada na linha de transmissão.

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Simulação MATLAB (continuação): Na figura a seguir observa-se em destaque o valor da potência média
fornecida para cada um dos sistemas.

Exercício III.11: Um sistema simétrico de tensões trifásicas ABC alimenta uma carga conectada em estrela
com neutro. Sabendo que Z A = (4 + j 3) Ω, Z B = (3 − j 4) Ω, Z C = 5 Ω e V L = 50 3 V, determinar:

a) As potências complexas e os fatores de potência de cada fase: S A , S B , S C , FPA , FPB e FPC .

b) A potência complexa total e o fator de potência médio: S 3φ e FP3φ 12.

Simulação MATLAB: Utilizando o arquivo de simulação III_8.mdl é possível reproduzir os resultados


que são mostrados em destaque a seguir.

Exercício III.12: Refazer o Exercício III.11 removendo o condutor neutro.

a) S A = (400 + j 300) VA, S B = (300 − j 400 ) VA, S C = 500 W, FPA = 0,8 , FPB = 0,6 e FPC = 1 .
12
Respostas:
b) S 3φ = (1200 − j100) VA e FP3φ = 0,9965 .

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Para um sistema trifásico simétrico alimentando uma carga equilibrada, tem-se13:


v A (t ) = Vm cos(ωt + φ ) i A (t ) = I m cos(ωt + φ − θ )
(
vB (t ) = Vm cos ωt + φ − 120o ) (
iB (t ) = I m cos ωt + φ − 120o − θ )
(
vC (t ) = Vm cos ωt + φ + 120o ) (
iC (t ) = I m cos ωt + φ + 120o − θ )
Utilizando a definição de potência instantânea, tem-se:
p A (t ) = v A (t )i A (t ) = Vm I m cos(ωt + φ ) cos(ωt + φ − θ ) (14)
( ) (
pB (t ) = vB (t )iB (t ) = Vm I m cos ωt + φ − 120 cos ωt + φ − 120 − θ
o o
) (15)
pC (t ) = vC (t )iC (t ) = Vm I m cos(ωt + φ + 120 )cos(ωt + φ + 120
o o
−θ ) (16)
sendo a potência total dada por:
p3φ (t ) = p A (t ) + pB (t ) + pC (t )
[ (
p3φ (t ) = Vm I m cos(ωt + φ ) cos(ωt + φ − θ ) + cos ωt + φ − 120 o cos ωt + φ − 120 o − θ + ) ( )
( ) (
+ cos ωt + φ + 120 o cos ωt + φ + 120 o − θ )] (17)

Das expressões (14), (15) e (16), têm-se14:


1
cos(ωt + φ ) cos(ωt + φ − θ ) = [cos θ + cos(2ωt + 2φ − θ )]
2
( ) (
cos ωt + φ − 120 o cos ωt + φ − 120 o − θ ) =
1
2
[cos θ ( )]
+ cos 2ωt + 2φ − 240 o − θ =

=
1
2
[cos θ + cos(2ωt + 2φ − θ + 120 )] o

( ) (
cos ωt + φ + 120 o cos ωt + φ + 120 o − θ ) =
1
2
[cos θ + cos(2ωt + 2φ + 240 − θ )] =
o

=
1
2
[cos θ + cos(2ωt + 2φ − θ − 120 )] o

Substituindo as expressões anteriores na expressão (17), chega-se a:


 64444444444444 47=0 44444444444444 8
p3φ (t ) = Vm I m
1
2
(
3 cosθ + cos(2ωt + 2φ − θ ) + cos 2ωt + 2φ − θ + 120 o + cos 2ωt + 2φ − θ − 120 o  =

) ( )
 
1 Vm I m
Vm I m 3 cosθ = 3 cosθ = 3P1φ = 3VI cosθ
2 2
Deste modo, a potência trifásica instantânea fornecida para um sistema equilibrado15, através de tensões
simétricas, é constante. Assim, embora a potência instantânea fornecida por intermédio de cada uma das
fases seja variável, o somatório de todas as contribuições é constante.

Exemplo III.3: Para o circuito em regime permanente da Figura III.17, determinar:


V 1N Z1 I1
+ a
V 1N = 12600 0 V

I 12 V 2 N = 12600 − 120o V
V 2N Z2 I2 Z 12
+ b V 3 N = 12600 120o V
N Z 31
I 23 Z 23 Z 1 = Z 2 = Z 3 = (2 + j 20) Ω
V 3N Z3 I3 I 31
+ c Z 12 = Z 23 = Z 31 = (2514 − j 900 ) Ω

Figura III.17 – Circuito trifásico equilibrado com carga em triângulo.

13
Foi utilizada a seqüência ABC, mas o resultado permanece válido para a seqüência ACB.
1
14
Lembrar que: cos a cos b = [cos(a − b ) + cos(a + b )]
2
15
Observar que o resultado obtido pode ser estendido para qualquer sistema polifásico simétrico que alimente cargas equilibradas, ou
seja, a potência polifásica instantânea fornecida para um sistema equilibrado, alimentado por tensões simétricas, é constante.

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a) O circuito equivalente por fase e as correntes de linha de todas as fases.


b) As tensões de fase e de linha na carga.
c) As correntes de fase na carga.
d) A potência ativa total fornecida pela fonte trifásica ao circuito.
e) A potência total dissipada na carga que está conectada em triângulo.
f) O percentual da potência fornecida pela fonte que é dissipada pela carga.

Solução:
a) O circuito equivalente para a Fase 1 é dado por:
Z1 I1
a
+
+ Z∆
V aN ZY = = 838 − j 300
V 1N 3

A partir do circuito equivalente pode-se determinar a corrente de linha da Fase 1, sendo as correntes das
demais fases obtidas aplicando o mesmo defasamento observado nas tensões, ou seja, I 2 deve estar atrasado
de 120o com relação à I 1 e I 3 deve estar adiantado de 120o com relação à I 1 :
V 1N 12600 12600
I1 = = = = 14,2302 18,43o = 13,5 + j 4,5
Z1 + Z Y 2 + j 20 + 838 − j 300 840 − j 280
I 2 = 14,2302 − 101,57o = −2,8529 − j13,9413
I 3 = 14,2302 138,43o = −10,6471 + j 9,4413

b) Como o circuito é equilibrado, as tensões de fase na carga para a Fase 1 podem ser obtidas a partir do
circuito equivalente, empregando divisor de tensão:
ZY 838 − j 300
V aN = V 1N = 12600 = 12666,07 − 1,26o = 12663 − j 279
Z1 + Z Y 2 + j 20 + 838 − j 300
Para as demais fases é aplicada a mesma defasagem utilizada na determinação das correntes:
V bN = 12666,07 − 121,26o = −6573,12 − j10826,98
V cN = 12666,07 118,74o = −6089,88 + j11105,98
As tensões de linha podem ser obtidas pelas diferenças entre as tensões de fase:
V ab = V aN − V bN = 21938,28 28,74o = 19235,71 + j10548,71
V bc = V bN − V cN = 21938,28 − 91,26o = −482,41 − j 21932,97
V ca = V cN − V aN = 21938,28 148,74o = −18753,30 + j11384,26
Observar que as tensões de linha apresentam um módulo que é 3 vezes o módulo das tensões de fase e
uma fase adiantada de 30o em relação as respectivas tensões de fase (isto é válido para a seqüência ABC).

c) As correntes de fase na carga podem ser obtidas de diversas formas. Inicialmente será determinada a
partir das tensões de linha, sendo dadas por:
V ab 19235,71 + j10548,71
I 12 = = = 8,2158 48,44o = 5,4507 + j 6,1473
Z 12 2514 − j 900
V bc − 482,41 − j 21932,97
I 23 = = = 8,2158 − 71,56o = 2,5984 − j 7,7941
Z 23 2514 − j 900
V ca − 18753,30 + j11384,26
I 31 = = = 8,2158 168,44o = −8,0491 + j1,6468
Z 31 2514 − j 900

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Solução (continuação):
Uma outra forma, válida inclusive para circuitos desequilibrados, é a partir das equações de malha do
circuito que são dadas por:
V 1N Z1 I1 a
+

I 12
IA
Z 12
V 2N Z2
+ I2 b
N Z 31
I 23
IC
IB
V 3N Z 23
Z3 I3 I 31
+ c

( ) ( )
− V 1N + Z 1 I A + Z 12 I A − I C + Z 2 I A − I B + V 2 N = 0
− V + Z (I − I ) + Z (I − I ) + Z I + V
2N 2 B A 23 B C 3 B 3N =0
Z (I − I ) + Z (I − I ) + Z I = 0
23 C B 12 C A 31 C

(Z 1 )
+ Z 12 + Z 2 I A − Z 2 I B − Z 12 I C = V 12
( )
− Z 2 I A + Z 2 + Z 23 + Z 3 I B − Z 23 I C = V 23
(
− Z 12 I A − Z 23 I B + Z 12 + Z 23 + Z 31 I C = 0 )
(2518 − j860)I A − (2 + j 20)I B − (2514 − j900)I C = 12600 3 30o
− (2 + j 20)I A + (2518 − j860 )I B − (2514 − j 900 )I C = 12600 3 − 90o
− (2514 − j 900 )I A − (2514 − j 900 )I B + (7542 − j 2700)I C = 0

As correntes de malha são dadas por:


I A = 14,2302 18,43o = 13,5 + j 4,5
I B = 14,2302 − 41,57 o = 10,6471 − j 9,4413
I C = 8,2158 − 11,57 o = 8,0490 − j1,6471
e as correntes de fase na carga podem ser obtidas a partir das correntes de malha, sendo dadas por:
I 12 = I A − I C = 8,2158 48,44o = 5,4507 + j 6,1473
I 23 = I B − I C = 8,2158 − 71,56o = 2,5984 − j 7,7941
I 31 = − I C = 8,2158 168,44o = −8,0491 + j1,6468
Uma terceira forma de obter as correntes de fase é considerar que em um circuito equilibrado a relação entre
as magnitudes das correntes de linha e de fase em uma ligação em malha (triângulo) é igual a 3 . Desta
forma, a magnitude de todas as correntes de fase na carga conectada em triângulo é dada por
I 14,2302
Iφ = L = = 8,2158 . Com relação ao ângulo de fase dos fasores corrente de fase, observa-se uma
3 3
diferença de fase de 30o com relação aos respectivos fasores corrente de linha, estando as correntes de fase
na carga em triângulo I 12 , I 23 e I 31 adiantadas em relação às correntes de linha I 1 , I 2 e I 3 ,
respectivamente, conforme mostrado no diagrama fasorial a seguir.

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44984-06 – Circuitos Elétricos B

Solução (continuação):
90 15
120 60

I3 10

150 I 12 30
5

I1
180 I 32 0

210 330

I 23
240 300
I2 270

d) Em função do equilíbrio do circuito, a potência fornecida pela fonte trifásica corresponde a três vezes a
potência fornecida pelas fontes individualmente. Para a fonte da Fase 1, tem-se:
( )
S 1 = V 1 I 1 = 12600 ⋅ 14,2302 18,43o = 179300 − 18,43o = (170104 − j 56685) VA
* *

Assim, a potência ativa total da fonte trifásica é dada por:


{ }
P3φ = 3 Re S 1 = 3 × 179300 = 510312 W

e) Em função do equilíbrio do circuito, a potência dissipada nas três fases do circuito é idêntica, sendo a
potência total dissipada na carga igual à potência dissipada em uma das fases, que pode ser determinada
no circuito equivalente por fase:
2
P1φ = RY ⋅ I 1 = 838 × 14,2302 2 = 169693 W
P3φ = 3P1φ = 3 × 169693 = 509081 W
Observar que o mesmo resultado pode ser obtido para a carga conectada em triângulo, pois a potência ativa
dissipada em cada carga, neste caso, é dada por:
2
P1φ = R∆ ⋅ I 12 = 2514 × 8,21582 = 169693 W

f) O percentual da potência fornecida pela fonte que é dissipada pela carga é determinado a partir dos
resultados obtidos nos Itens (d) e (e):
509081
P(% ) = 100% = 99,75%
510312

Na Tabela III.1 encontram-se sugestões de exercícios, referentes aos assuntos tratados neste capítulo.

Tabela III.1 – Sugestões de exercícios referentes ao Capítulo III.


Livro Capítulo Página: Exercícios
465: 12.1; 12.2; 12.4; 12.5; 12.6; 12.9 466: 12.11; 12.13; 12.14
467: 12.17; 12.20 468: 12.21; 12.22; 12.25; 12.27
Alexander&Sadiku
12 469: 12.32; 12.34; 12.36; 12.39; 12.40; 12.41; 12.43
(2003)
470: 12.45 471: 12.55
472: 12.63; 12.64; 12.66; 12.67; 12.68; 12.69; 12.70
Nilsson&Riedel 272: 11.1; 11.3; 11.5; 11.6; 11.9 273: 11.12; 11.14; 11.16; 11.17
11
(1999) 274: 11.21; 11.23; 11.25; 11.26; 11.27; 11.28; 11.29
506: 12.1; 12.2 507: 12.6; 12.10; 12.18; 12.21; 12.22
508: 12.23; 12.28; 12.31; 12.34
Irwin (2000) 12
509: 12.39; 12.40; 12.41; 12.44; 12.46; 12.47
512: 12.63; 12.64; 12.65

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