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autor
MARCUS VINICIUS MARINHO DE CARVALHO
1ª edição
SESES
rio de janeiro 2018
Conselho editorial roberto paes e gisele lima
Todos os direitos reservados. Nenhuma parte desta obra pode ser reproduzida ou transmitida
por quaisquer meios (eletrônico ou mecânico, incluindo fotocópia e gravação) ou arquivada em
qualquer sistema ou banco de dados sem permissão escrita da Editora. Copyright seses, 2018.
isbn: 978-85-5548-557-2.
Pressão hidrostática 20
Flutuação 21
Refração 23
Tensão superficial 24
Calor específico 25
Movimento de fluxo 26
Viscosidade 27
Força de arrasto 27
Resistência 27
Watsu 138
Prefácio
Prezados(as) alunos(as),
A água como recurso de tratamento de lesões não tem uma data de início na
história. Seu uso terapêutico passivo com compressas, bolsas, banhos veio através
dos tempos evoluindo e seus objetivos ficando mais específicos e diretos. A ciência
tem incentivado vários estudos com a proposta de, a cada dia, proporcionarmos
para nossos pacientes exercícios, técnicas, recursos mais eficazes e com melho-
res prognósticos.
Os exercícios aquáticos terapêuticos, assim como a fisioterapia aquática nos
últimos anos vem aprofundando os estudos sobre o impacto da água nas articu-
lações, músculos, nos nervos, nas disfunções músculo esqueléticas, neurais e res-
piratórias através de clínicas escolas, academias, centros de reabilitação aquática,
que conquistam milhares de adeptos, assim como, indicações médicas cada vez
mais frequentes.
As propriedades físicas da água e seu efeito sobre o corpo imerso tem sido o
grande diferencial no tratamento de doenças de qualquer ordem, além de pro-
porcionar um ambiente humanizado e prazeroso na prática diária. O campo de
trabalho e as oportunidades de emprego crescem de forma exponencial, isso pela
certeza de bons resultados, mais rápidos e menos doloroso, relatado pela grande
maioria dos pacientes.
Esse livro abrange todo conhecimento necessário para acadêmicos e profissio-
nais da fisioterapia que tenham interesse na área. Foi dividido em capítulos dentro
de uma sequência pedagógica progressiva e para que o conhecimento acompanhe
de forma didática seu desenvolvimento crítico e prático dos conteúdos.
No capítulo um descreveremos sobre a história da fisioterapia aquática, a ori-
gem do uso da água no processo terapêutico, o surgimento da reabilitação aquáti-
ca passiva e ativa e a fisioterapia aquática nos dias atuais.
No capítulo dois foram abordados os princípios físicos da água, de suma
importância para a construção dos protocolos de exercícios nas diversas patolo-
gias. Ainda os efeitos fisiológicos da imersão no repouso e no exercício, levando
a um entendimento mais profundo das transformações do corpo submetido ao
meio líquido.
No capítulo três introduzimos os equipamentos aquáticos, a estrutura de uma
piscina terapêutica, como escolher o material adequado para o trabalho diário e
7
como proporcionar um ambiente seguro para os pacientes e fisioterapeutas no dia
a dia laboral.
No capítulo 4 associamos as patologias mais comuns nos diversos segmen-
tos corporais aos exercícios específicos para cada uma. Também o conhecimento
geral sobre os grupos especiais e a fisioterapia aquática direcionada nas disfun-
ções, neurológicas, lesões medulares, reumáticas, pediátricas, ginecológicas, atletas
e cardíacos.
No capítulo cinco fechamos o livro com o conhecimento básico das filosofias
de reabilitação aquática, métodos Bad Ragaz, Halliwick e Watsu.
Espero que este livro proporcione conhecimento suficiente aos leitores aca-
dêmicos e profissionais e que encontrem seu caminho de excelência, dedicação e
amor por essa área tão apaixonante da fisioterapia.
Bons estudos!
1
História da
fisioterapia
aquática
História da fisioterapia aquática
OBJETIVOS
• Conhecer a história do uso da água de forma terapêutica;
• Entender o surgimento da reabilitação aquática no mundo e através dos séculos;
• Compreender a fisioterapia aquática nos dias atuais.
A água com fins terapêuticos tem sua história contada há alguns milhares de
anos. Não se tem exatamente um ponto na história em que a água foi utilizada
como terapia. Registros datando de 2400 a.C. sugerem que a cultura indiana,
antigos egípcios, assírios e muçulmanos faziam uso das fontes minerais para pro-
pósitos curativos4,12. Os hindus, em 1500 a.C. empregavam a água para combater
a febre. Homero menciona o uso da água para tratar a fadiga, curar lesões e com-
bater a melancolia4,7,14.
A maior parte das civilizações antigas respeitava e mencionava adoração pela
água corrente, especificamente as águas puras. Japoneses e chineses assim como
gregos e romanos cultuavam a água e faziam uso da imersão em banhos por longos
períodos1,2. Em 800 a.C. as águas da cidade de Bath, na Inglaterra, já eram utili-
zadas com finalidades terapêuticas17.
capítulo 1 • 10
Por volta de 330 d.C., a primeira proposta dos banhos romanos foi a cura
e tratamento de doenças reumáticas, paralisias e lesões3. Entretanto o primeiro
modo foi o da terapia em “tanques de água”, consistindo em sentar dentro do
tanque e permanecer submerso sem se movimentar10. Com o declínio do Império
Romano a natureza higiênica dos banhos romanos começou a se deteriorar. Foi
então que houve a proibição do uso de banhos públicos pelo Cristianismo, ha-
vendo então um declínio no uso dos sistemas de banhos Romanos3. Estes ba-
nhos elaborados foram desaparecendo com o decorrer das décadas e por volta de
500 d.C., eles deixaram de existir7.
A influência da religião durante a Idade Média conduziu para um novo declí-
nio no uso dos banhos públicos e da água como forma curativa. O Cristianismo
durante este tempo via o uso de forças físicas incluindo-se a água como um ato
pagão. Esta atitude pública persistiu até o século XV, quando ressurgiu o interesse
do uso da água como um meio curativo4.
Nos séculos XVII e XVIII, banhos com propostas higiênicas não eram aceitos
na prática. Entretanto o uso terapêutico da água começou a ressurgir gradualmen-
te. Em 1700, um físico Alemão, Sigmund Hahn, e seus filhos usaram a água para
“dores nas pernas e comichão” e outros problemas médicos13. A disciplina médica
começou a se referir a “Hidroterapia” e foi então definida por Wyman e Glazer
como aplicação externa da água para tratamento de qualquer forma de doença19.
Alguns físicos na Inglaterra, França, Alemanha e Itália promoveram aplicações
internas, (que consistia em beber as águas) e externas (através de banhos e com-
pressas quentes e frias) para tratamento de várias doenças15.
Baruch1 constituiu à Grã Bretanha o berço do nascimento da hidroterapia cien-
tífica, com a publicação de John Floyer, em 1697, com o tratado: An Inquiry into
the Right Use and Abuse of Hot, Cold and Temperature Bath. Floyer dedicou muito
da sua vida ao estudo da hidroterapia. Baruch acreditava que o tratado de Floyer
influenciou o professor Frederich Hoffmann da Universidade de Heidelberg para
incluir as doutrinas de Floyer em suas aulas. De Heidelberg esses ensinamentos
foram trazidos para a França3. Depois disso, o Dr. Currie, de Liverpool, Inglaterra,
escreveu trabalhos relatando sobre a hidroterapia, fornecendo-lhe uma base cien-
tífica através de seus experimentos13. Estes trabalhos foram traduzidos em várias
línguas. Embora os trabalhos de Currie não fossem bem aceitos na Inglaterra, estes
foram bem valorizados na Alemanha1,19.
capítulo 1 • 11
Surgimento da reabilitação aquática
capítulo 1 • 12
Baruch também publicou dois outros livros em 1893: The Uses of Water in Modern
Medicine e The Principles and Practice of Hydrotherapy7. Ele foi o primeiro profes-
sor da Columbia University de New York (EUA) a ensinar hidroterapia.
Spa é um local que é construído numa nascente natural e é circundado por be-
leza natural5. O mais antigo dos EUA foi Berkely Springs, West Virginia, conhe-
cido em 1761 como Warm Springs12. Muitas pessoas que sofriam de reumatismo
visitaram este lugar em que as águas eram ditas curativas. Posteriormente este Spa
tornou-se um grande hotel para 2.000 pessoas. O mais famoso Spa da América
foi o Saratoga Springs em New York. Em 1792 as águas do Spa Saratoga foram
consideradas como benefício medicinal, e em 1794 foi construída uma estrutura
com casa de banhos e chuveiros para o uso de pessoas deficientes12.
Em 1830 foi construída a primeira casa de banho em Hot Springs, Arkansas.
A classe média tinha como objetivo o turismo e a parte social mais do que a tera-
pêutica. Na América, escolas médicas começaram a ensinar os conceitos de hidro-
terapia. Cada Spa tinha um médico e, geralmente, eles eram os proprietários. Na
América os Spas com objetivos de recreação e interação social eram conduzidos
em conjunto com a hidroterapia. Logo após a guerra civil, houve um aumento
transitório do número de Spas nos Estados Unidos. Embora houvesse valor curati-
vo e muitos médicos continuassem mantendo o interesse pelo valor da hidrologia
médica, no final do século XIX, houve um declínio dos Spas12.
Baruch foi considerado o melhor especialista em hidroterapia na América.
Em 1907 ele ocupou a primeira cadeira de hidroterapia na Columbia University.
Embora a hidroterapia não fosse considerada tão importante, Baruch continuou
os seus estudos até 1930. Houve então um declínio da hidroterapia que Baruch
atribuiu à comunidade médica que consentia com a realização de terapias sendo
realizadas por pessoas não treinadas como “massagistas”. Em 1937 o presidente do
Congresso Americano de Fisioterapia criou um comitê para estudar as causas do
declínio dos Spas nos Estados Unidos12.
Durante o século XIX as propriedades da flutuação começaram a ser estudadas
para realizar exercícios em pacientes na água. Para Basmajian2 a finalidade dos Spas
Europeus era a de começar a tratar distúrbios “locomotores” e reumáticos. Em
1898, o conceito de hidroginástica foi introduzido por Leydeen e Goldwater3,7,
que incluíam a realização de exercícios na água que serviram como precursores
do conceito de reabilitação aquática. A hidroginástica implicava na realização de
exercícios na água, sendo estes realizados por um profissional da saúde.
capítulo 1 • 13
Em 1928, o físico Walter Blount descreveu o uso de um grande tanque com
um remoinho onde estava incluso um motor para ativar os jatos d’água. Este tor-
nou-se conhecido como “Tanque de Hubbard”. O tanque de Hubbard foi utiliza-
do inicialmente para realizar exercícios na água. Este auxiliava e assistia no desen-
volvimento dos programas de exercícios na piscina. Durante a primeira metade do
século na Europa, os tratamentos foram baseados em duas técnicas: Bad Ragaz e
Halliwick. Mais tarde foi apresentada uma técnica adaptada denominada Watsu12.
No Brasil, a hidroterapia científica teve seu início na Santa Casa do Rio de
Janeiro, com banhos de água doce e salgada, com Artur Silva, em 1922, que co-
memorou o centenário do Serviço de Fisiatria Hospitalar, um dos mais antigos do
mundo sob orientação médica. No tempo em que a entrada principal da Santa
Casa era banhada pelo mar, eles tinham banhos salgados, aspirados do mar, e ba-
nhos doces, com a água da cidade14.
capítulo 1 • 14
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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capítulo 1 • 15
capítulo 1 • 16
2
Princípios físicos
da água e efeitos
fisiológicos da
imersão
Princípios físicos da água e efeitos
fisiológicos da imersão
OBJETIVOS
• Compreender os princípios físicos da água e associá-los com a conduta fisioterapêutica;
• Discutir as vantagens e desvantagens das propriedades físicas da água e sua relação com
o corpo imerso;
capítulo 2 • 18
• Entender os efeitos fisiológicos do corpo imerso na água em repouso e no exercício e a
relação com a conduta fisioterapêutica.
A água, como toda substância composta por matéria, apresenta uma determi-
nada densidade, ou seja, pode ser caracterizada pela relação entre a sua massa e seu
volume. A gravidade específica, por sua vez, remete à relação entre a densidade de
uma substância ou objeto com a densidade da água. Deste modo, sabendo-se que
a gravidade específica da água é aproximadamente 1, todo objeto ou corpo que for
colocado no ambiente aquático, e apresentar uma densidade menor do que a da
água, flutuará. Caso a sua densidade seja maior do que a da água, o corpo afundará.
A densidade relativa do corpo humano é de aproximadamente 0,97, fato este
que determina a característica de flutuação do corpo. A massa corporal magra,
que inclui ossos, músculos, tecido conjuntivo e órgãos, tem uma densidade tí-
pica de 1,1, enquanto a massa gorda que inclui toda gordura corporal essencial
mais a gordura que excede as necessidades essenciais, tem uma densidade 0,90.
Consequentemente, o corpo humano desloca um volume de água que pesa um
pouco mais que o corpo, levando o corpo para cima por uma força igual ao volu-
me de água por ele deslocado8,10.
capítulo 2 • 19
É comum o conceito de que se deve relaxar para boiar mais facilmente na água.
Algumas pessoas entendem erroneamente que se boia mais fácil porque os músculos
quando contraem fariam com que os respectivos segmentos do corpo ocupassem
um menor volume e como a massa do corpo é constante, então a densidade aumen-
taria o que faria o corpo afundar mais facilmente. Esse conceito é errado porque há
muito se sabe que o músculo quando contrai não apresenta variação de volume.
Historicamente, a hipótese inicial era justamente ao contrário: quando um músculo
contraísse ele aumentaria de volume. Jan Swammerdam fez um experimento, mos-
trando que o volume do músculo não varia quando ele contrai. Mas de fato relaxar
facilita a flutuação! O que acontece na verdade é que relaxa-se os músculos da caixa
torácica e ela então expande, diminuindo a densidade do corpo8,10.
Pressão hidrostática
A água, assim como todos os líquidos, exerce uma pressão em todas as di-
reções. Um corpo submerso, portanto, está exposto a um determinado grau de
pressão, que é determinada pela força por unidade de área1,2. Esta pressão é in-
fluenciada pela densidade do líquido e pela profundidade, pois a coluna de líquido
acima do corpo será responsável pela pressão. Consequentemente, quanto maior a
profundidade, maior a pressão exercida (figura 2.1). A pressão hidrostática age nos
tecidos e exerce uma compressão de vasos sanguíneos, podendo auxiliar no retor-
no venoso e na redução de edemas. Essa pressão influencia diretamente também
na descarga de peso sobre o corpo imerso (figura 2.2).
FORÇA DA GRAVIDADE
NÍVEL DA ÁGUA
PRESSÃO HIDROSTÁTICA
FORÇA DE FLUTUAÇÃO
capítulo 2 • 20
DESCARGA DE PESO
15%
35%
50%
75%
90%
Flutuação
FORÇA DA GRAVIDADE
FORÇA DA FLUTUAÇÃO
Figura 2.3 – Força de flutuação é igual ao volume de água deslocado pelo nadador (força
de gravidade).
capítulo 2 • 21
a flutuação se equivale à força da gravidade, qualquer movimento horizontal é
considerado de apoio ou suporte1,5. Essas três características da flutuação podem
ser efetivamente aumentadas com a utilização de equipamentos flutuadores. Eles
serão mais efetivos nos exercícios de braços e pernas. Exemplo: a abdução de om-
bro pode ser assistida com equipamento flutuador nas mãos, porém a adução
será resistida com o mesmo equipamento, já no exercício de abdução e adução
horizontal na linha da superfície com o mesmo equipamento seria considerado de
suporte ou apoio. (figura 2.4).
A B
C
Figura 2.4 – Halteres flutuadores (A) podem ser de assistência durante a abdução de om-
bro, (B) de resistência para a adução ou (C) de apoio na abdução e adução horizontal.
capítulo 2 • 22
Força da gravidade
B
A CG
CG
Linha da água
CF
CF
Força da flutuação
Figura 2.5 – (A) forças que atuam no corpo em flutuação em equilíbrio e (B) corpo em de-
sequilíbrio. CG - centro de gravidade e CF- centro de flutuação.
Refração
Quando uma luz passa de um meio para o outro com densidades diferentes
sofre uma transformação nessa interface (figura 2.6). Uma parte dessa luz reflete
na interface (ar/água) enquanto a outra parte que passa para dentro do novo meio
(água) muda sua direção6. A refração é a razão pela qual as piscinas, vistas de
fora da água, parecem ser mais rasas do que realmente são. O corpo imerso, em
movimento, também aparenta essas distorções, com isso o acompanhamento dos
movimentos articulares bem como as orientações posturais se tornam mais difíceis
se o fisioterapeuta ou instrutor estiver fora da piscina.
Figura 2.6 – Refração da luz do olhar de um objeto em um recipiente vazio e com água.
capítulo 2 • 23
Tensão superficial
ar
resultante das
forças que atuam
sobre as moléculas
da superfície
líquido
Figura 2.7 – Tensão superficial que atuam sobre as moléculas da superfície da água.
capítulo 2 • 24
Calor específico
capítulo 2 • 25
quantidades de moléculas ao longo de uma grande distância. Por isso, os líquidos
são maus condutores e ótimos convectores.
Irradiação: ao contrário dos processos de condução e convecção que neces-
sitam de um meio material para a transferência de calor, a irradiação é o processo
que pode acontecer sem que exista meio material. Esse processo ocorre por meio
de ondas eletromagnéticas, raios infravermelhos, que podem se propagar na au-
sência de meio material, o vácuo. É dessa forma que a Terra é aquecida pelo Sol
todos os dias e que o café é mantido quentinho dentro de uma garrafa térmica8,10.
O corpo humano produz calor por meio da conversão de calorias fornecidas por
alimentos em outras formas de energia. Apenas 20% dessa energia utilizamos para
realizar trabalho, o restante é utilizado como energia térmica. Nossa temperatura
subiria cerca de 3 ºC por hora, não fosse nossa capacidade de dissipar calor pelos
poros corporais. O principal mecanismo de dissipação de calor corporal é por con-
vecção, quando o sangue, aquecido na região central do corpo, se desloca para a pele
e pulmões, onde se encontra com o ar mais frio, permitindo a perda de calor por
evaporação, suor e troca respiratória que resfriam ainda mais a pele. A transferência
de calor é diretamente proporcional a velocidade do movimento, assim uma pessoa
que se movimenta na água perde mais calor do que aquele que fica parado na mes-
ma água. Essa propriedade de condução térmica, em combinação com o alto calor
específico, faz da água um meio vário para a reabilitação, pois ela retém calor ou frio,
enquanto os libera com muita facilidade para a parte do corpo imersa3.
Movimento de fluxo
capítulo 2 • 26
Viscosidade
A água em uma temperatura ambiente, e nas suas variações para uso terapêuti-
co, é um líquido. Todos os líquidos possuem viscosidade, que remete a quantidade
de atrito entre as moléculas, o que difere os estados da água que utilizamos de
forma terapêutica. Quanto maior for a atração molecular, mais denso se tornará o
líquido. Quanto maior for a viscosidade do líquido mais força deverá ser realizada
para criar um movimento dentro de um líquido. Em resumo, quanto maior a tem-
peratura da água menos viscosidade haverá e mais fácil será produzir movimento
neste líquido, ao contrário, quanto menor a temperatura da água (mais fria) maior
será a viscosidade e maior também será a força para produzir o movimento7.
Força de arrasto
Resistência
capítulo 2 • 27
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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capítulo 2 • 28
nos maiores vasos da cavidade abdominal e para o coração. O fluxo sanguíneo no
pulmão também aumenta, devido ao aumento da pressão sanguínea. Tal resposta
favorece uma maior troca gasosa, devido ao aumento de sangue na circulação
pulmonar. Ocorre também um aumento no consumo energético, pois o coração
deve aumentar a força de contração e aumentar o débito cardíaco, em resposta ao
aumento de volume de sangue. Aumentos do débito cardíaco parecem estar rela-
cionados a variações da temperatura da água, podendo atingir aumentos de 30%
a uma temperatura de aproximadamente 33°C1. Ainda, a imersão na altura do
tórax afeta significativamente o ritmo respiratório e ocasiona aumento do trabalho
respiratório, devido à compressão da caixa torácica. O conjunto de respostas car-
diovasculares à imersão, incluindo a bradicardia, vasoconstrição periférica e desvio
preferencial do sangue para áreas vitais, é conhecido como reflexo do mergulho.
O frio produz dois efeitos principais para abaixar a frequência cardíaca.
Receptores ao frio disparam bradicardia reflexa neural, e a vasoconstrição indu-
zida pelo frio desvia sangue para o tórax, causando aumento do retorno venoso,
com isso, a pré-carga atrial é aumentada, a contratilidade por meio do mecanismo
de frank starling e o volume – contração também sofrem aumento. A maioria dos
pesquisadores onstatou que a bradicardia apneica, induzida pela imersão é depen-
dente da temperatura da água nos seres humanos1. Turtle e Corleaux14 afirmaram
que a imersão em água fria reduz a frequência cardíaca, a imersão em água morna
e quente aumenta a frequência cardíaca e a água à temperatura corporal foi consi-
derada termo neutra. A extensão da vasoconstrição nos membros é inversamente
proporcional à temperatura da água. Ela aumenta com a temperatura decrescente.
Uma temperatura de entre 20 ºC e 40 ºC, pode não ter nenhum efeito sobre o
fluxo sanguíneo periférico durante a imersão. A água morna aumenta a vasodila-
tação periférica, o que atua no resfriamento14.
Sistema musculoesquelético: A transferência de calor quando da imersão
em temperaturas acima da termo neutra (37 °C) podem ocasionar vasodilatação
e aumentar o fluxo sanguíneo muscular. O auxílio da flutuação diminui a sobre-
carga articular e favorece uma atuação equilibrada dos músculos, proporcionan-
do um ambiente de fácil movimentação e que pode potencializar a realização de
exercícios que não seriam possíveis em solo, principalmente em indivíduos com
limitações de força e movimento. Neste sentido, em um ambiente com pouca
descarga de peso, o terapeuta pode utilizar equipamentos específicos (como flu-
tuadores) e aumentar a resistência durante os movimentos na água. Deste modo,
pode-se favorecer o condicionamento muscular, como por exemplo, em corridas
e caminhadas subaquáticas, sem o risco de lesões por sobrecarga das articulações.
capítulo 2 • 29
Sistema renal: Há um aumento do fluxo sanguíneo renal, que ocasiona aumento
da liberação de creatinina. Ainda, a distensão atrial esquerda diminui a atuação sim-
pática no sistema renal, o que aumenta o transporte de sódio tubular2. A excreção de
sódio aumenta, e gera uma parte do efeito diurético da imersão. Ao que parece, os
hormônios reguladores do rim também são afetados, e há uma supressão do hormô-
nio antidiurético devido ao aumento da pressão venosa, o que ocasiona aumento da
excreção de sódio e potássio e aumento da diurese. Os mecanorreceptores cardiopul-
monares e os barorreceptores arteriais também são ativados com o aumento do volume
sanguíneo, e contribuem para a liberação do fator natriurético atrial e consequente
aumento da diurese1. Os efeitos combinados no sistema renal e cardiovascular, em
temperaturas termo neutras, parecem diminuir a pressão em longas imersões, o que
pode gerar diminuições da pressão sanguínea que duram até horas, pós-imersão. Neste
sentido, vale ressaltar que a imersão também pode ser benéfica nos casos de edema, por
auxiliar o retorno de líquido para a circulação linfática.
Os mecanismos da diurese de imersão:
capítulo 2 • 30
Sistema neurológico: Os efeitos da água parecem influenciar os níveis de dor,
por um mecanismo de redução de sensibilidade das terminações nervosas livres.
Becker & Cole2 sugerem que os efeitos da imersão podem causar um extravasa-
mento sensorial, dado pela temperatura, atrito e pressão, o qual pode aumentar
o limiar da dor. Além disso, há um efeito de relaxamento do tônus muscular, que
pode ser devido à vasodilatação e diminuição da sobrecarga corporal, benéfico
nos casos de espasticidade ou tensão muscular exacerbada, como consequência de
problemas de ordem ocupacional, por exemplo.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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capítulo 2 • 32
Caminhada, trote e corrida: EVANS17 estudaram o dispêndio de energia du-
rante a caminhada em duas velocidades e durante o trote em três velocidades, per-
correndo uma piscina a 31 ºC, com água pela cintura. A capitação de oxigênio
foi maior nas duas atividades, em todas as velocidades, do que o mesmo exercício
realizado em esteira ergométrica. Foi necessária de metade a um terço da velocidade
para caminhar ou trotar na piscina no mesmo nível de gasto energético. Dos vários
estudos produzidos nessa linha de pesquisa, pode-se concluir que, quanto maior a
imersão menor o gasto energético nas atividades de caminhar e trotar, e que, este
gasto varia em função da descarga de peso e resistência oferecida pela água15.
BISHOP6 compararam as respostas fisiológicas à corrida em imersão, com cada
participante utilizando um colete de flutuação, com as respostas à corrida em uma
esteira rolante no mesmo nível percebido de esforço. Os participantes exercitaram-se
a uma intensidade preferida para uma corrida de treinamento de 45 minutos. Os
graus de esforço percebido (GEP) não diferiram nos dois modos de exercício. O
consumo de oxigênio médio foi de 1,97 l/min e 2,68 l/min e a frequência cardíaca
máxima de 122 bpm e 157 bpm respectivamente. Os autores concluíram que o
custo metabólico da corrida em imersão, com um colete de flutuação, a uma inten-
sidade preferida de esforço, é menor que a corrida na esteira ergométrica.
HITCHIE & HOPKINS21 compararam o dispêndio de energia durante a
corrida em imersão sem um aparelho de flutuação e a corrida em esteira durante
30 minutos, em ritmo intenso, com corredores treinados. O consumo de oxigê-
nio médio, expresso em relação ao peso corporal foi de 49 ml/Kg/min durante
a corrida na água e de 53 ml/Kg/min durante a corrida na esteira. Os autores
concluíram que a intensidade se mostrou suficiente para melhorar o consumo
de oxigênio sendo, portanto, uma forma eficaz de treinamento. A intensidade da
corrida em imersão possui aumento diretamente proporcional a velocidade. O
estabelecimento da relação entre velocidade e gasto energético ou com as medidas
relacionadas ao gasto (frequência cardíaca, esforço percebido) fornece indicadores
para prescrição individual de exercício de corrida na água15.
Subir e descer degrau (stepping): Esta atividade realizada em água de apro-
ximadamente um metro de profundidade exige menos energia que o mesmo exer-
cício em terra – 17% a 20% menos9. A frequência cardíaca e os níveis de esforço
percebido também são menores, certamente em função da ação da flutuação di-
minuindo a descarga de peso corporal.
Exercícios de calistenia: O gasto energético vai depender do grupo muscular
exercitado, da direção (a favor ou contra a força de flutuação), da velocidade do
capítulo 2 • 33
movimento, do tempo de duração da atividade e da associação ou não de aces-
sórios (boia, palmar, pé-de-pato). De forma geral, e excetuando os exercícios de
relaxamento, o gasto energético para realização de exercícios de calistenia é maior
na água que em terra, podendo atingir o dobro do valor, e sendo suficientes para
produzir efeito de treinamento aeróbico10.
Natação: O gasto energético, medido pelo consumo de oxigênio aumenta
linearmente em função da velocidade, apesar do fato da resistência ao movimento
através da água aumentar com o quadrado da velocidade. Há grandes diferenças
no custo energético dependendo do estilo do nado e do nível de habilidade do
nadador. Essas diferenças tornam difícil a previsão do gasto energético da natação,
mas de forma geral, o custo em energia da natação de uma dada distância é de
aproximadamente quatro vezes o custo da corrida da mesma distância22,27.
O metabolismo anaeróbico em músculos esqueléticos ativos ocorre quando a
demanda de energia excede a taxa de suprimento por meio de metabolismo aeró-
bico. Isto ocorre mais frequentemente no início do exercício e durante períodos de
alta intensidade. O produto final metabólico da glicólise anaeróbica é o ácido láctico
(lactato) e a mensuração de seu acúmulo no sangue é, muitas vezes, usada como um
indicador da quantidade de metabolismo anaeróbico que ocorreu durante o exercí-
cio. O ácido láctico dissocia-se em íons de hidrogênio, aumentando a acidez das cé-
lulas musculares e do sangue, causando hiperventilação e, em altos níveis, a fadiga2.
FRANGOLIAS18 compararam as respostas de lactato sanguíneo durante
42 minutos de corrida em imersão e corrida em esteira, a uma intensidade igual
ao limiar ventilatório. Para os primeiros 14 minutos de exercício, as respostas de
lactato foram similares. Entre os minutos 21 e 42 o lactato sanguíneo diminuiu
mais no exercício na água (25%) que em terra (12%), indicando que a entrada
de lactato no sangue foi menor ou sua taxa de remoção foi maior durante estágios
avançados de corrida na água.
Circulação
capítulo 2 • 34
comumente utilizada para descrever e regular a intensidade metabólica do exer-
cício. É comum observar que a frequência cardíaca, às vezes, é maior durante
exercícios na água em comparação com seu similar no solo. Esta resposta é em
parte dependente da temperatura da água. Durante exercício de leve a moderada
intensidade, em imersão com a cabeça fora da água, em temperatura termo neutra
(31 ºC a 33 ºC), a frequência cardíaca não é diferente daquela durante o mesmo
exercício em terra no mesmo nível de gasto energético11.
A profundidade da água também afeta a frequência cardíaca durante o exercí-
cio ereto, sendo que, durante o exercício aeróbico na água, a frequência cardíaca
é de 8 a 11 bpm mais baixa com água na altura do tórax do que com água pela
cintura pélvica15.
Ventilação
Regulação da temperatura
capítulo 2 • 35
elevação na temperatura central durante atividades prolongadas varia de 17 ºC
a 34 ºC, dependendo da quantidade de exercício e da composição corporal
da pessoa, principalmente da porcentagem de gordura corporal14. SHEDAHL30
constataram que mulheres obesas que pedalaram em bicicleta a 40% da capta-
ção máxima de oxigênio, não tiveram nenhuma alteração da temperatura retal
durante 90 minutos de atividade em água a 20 ºC, 24 ºC e 28 ºC. Mulheres ma-
gras tiveram uma queda progressiva na temperatura retal nas duas temperaturas
mais baixas e nenhuma alteração na temperatura mais alta. O tremor elevou o
gasto energético das mulheres magras nas duas temperaturas mais baixas.
Sistema endócrino
capítulo 2 • 36
mas os consumos de oxigênio máximo foram os mesmos, sendo seu aumento de
(13% a 15%).
Os autores concluíram que a adaptação da captação máxima de oxigênio ao trei-
namento na água e em terra com a mesma intensidade metabólica foi a mesma, ain-
da que a frequência cardíaca de treinamento diferisse em até 20 bpm. As melhoras
na captação máxima de oxigênio medidas na esteira foram menores do que as me-
lhoras medidas no ciclo ergômetro, indicando que as adaptações foram, em parte,
específicas do exercício na bicicleta. Como as frequências cardíacas foram diferentes
nos três grupos, mas a captação de oxigênio máxima foi a mesma, os resultados indi-
cam que a frequência cardíaca não é uma boa referência quanto ao estímulo de trei-
namento fornecido pelo exercício. Um estudo similar realizado por SHEDAHAL31
tendo como participantes jovens idosos chegou às mesmas conclusões.
YOUNG34 estudaram o efeito do treinamento em água quente (35 ºC) e fria
(20 ºC) sobre a melhora na captação máxima de oxigênio em adultos jovens. Os
participantes treinaram em bicicleta em um ergômetro estacionário, imersos até o
pescoço, durante 60 minutos, cinco dias por semana, durante oito semanas, no mes-
mo nível de captação máxima de oxigênio (60% da captação máxima de oxigênio
máxima atingida em exercício na bicicleta). Durante o treinamento, a frequência
cardíaca e a temperatura central (retal), respectivamente, do grupo que treinou em
água quente foram, em média, 27 bpm e 15 ºC mais altos do que o grupo que trei-
nou em água fria. A captação máxima de oxigênio aumentou em 13% para ambos
os grupos. O treinamento aumentou a capacidade oxidativa do músculo a um grau
semelhante em ambos os grupos, e o volume sanguíneo não se alterou significativa-
mente em qualquer dos grupos. Os resultados do estudo sugerem que as tempera-
turas cutânea e central do corpo não afetam a adaptação metabólica e cardiovascular
do treinamento na água. A alteração no volume plasmático e sanguíneo pode ter
ocorrido em razão da supressão da liberação de vasopressina, renina e aldosterona
durante o exercício na água. Como as frequências cardíacas dos dois grupos durante
o treinamento diferiram por mais de 25 bpm, os resultados do estudo reforçam a
conclusão de que as frequências cardíacas de treinamento são um mau indicador das
adaptações metabólicas ao treinamento. Uma desvantagem do treinamento em água
fresca é que ele não melhora a tolerância ao calor.
LIEBER23,24,8 estudaram os efeitos de treinamento de corrida, na captação má-
xima de oxigênio, em adultos jovens e de meia idade, sedentários. O treinamento
de corrida em imersão foi eficaz para aumentar e manter a captação máxima de oxi-
gênio e o desempenho em corrida. Indivíduos não treinados que efetuaram 16 a 36
capítulo 2 • 37
minutos de corrida com intervalos, em imersão, a 63% a 82% da frequência cardía-
ca máxima, 3 dias por semana, durante 8 semanas, aumentaram a captação máxima
de oxigênio de corrida em esteira e na água em 10,7% e 19,6% respectivamente.
Dois trabalhos avaliaram os efeitos de exercícios de calistenia na água.
MINOR25 estudaram os efeitos de exercícios calistênicos em imersão até o tórax,
em sessões de uma hora, três dias por semana, por doze semanas, em pacientes
com artrite reumatoide ou osteoartrite. Durante o período de atividade a frequên-
cia cardíaca variou de 60% a 80% da frequência cardíaca máxima. A captação
máxima de oxigênio aumentou em 19% a 20%. RUOTI29 estudaram o efeito de
um programa de exercícios na água sobre a resistência muscular, a composição
corporal e a capacidade de trabalho aeróbico em 12 homens e mulheres idosos.
A captação máxima de oxigênio durante a caminhada na esteira aumentou em
15%, a porcentagem de gordura corporal não alterou de forma significativa, a
frequência cardíaca em repouso diminuiu em 7%, a frequência cardíaca durante
caminhada na água, em velocidade padrão, diminuiu em 20 % e a resistência dos
músculos dos braços e ombros aumentaram em 11% e 35% respectivamente. Os
autores demonstraram que exercícios calistênicos constituem um meio eficaz para
melhorar a função cardiorrespiratória e a capacidade de trabalho físico do idoso.
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capítulo 2 • 40
3
A piscina e os
equipamentos
aquáticos
A piscina e os equipamentos aquáticos
OBJETIVOS
• Aprender sobre a infraestrutura de uma piscina terapêutica;
• Conhecer os tipos de equipamentos para intervenção aquática e sua utilização no progra-
ma de exercícios terapêuticos;
• Entender sobre a segurança do trabalho no ambiente aquático.
1ª fase – desenvolvimento
capítulo 3 • 42
1. definir a população de usuários;
2. estabelecer a demanda do serviço;
3. avaliar os recursos disponíveis.
2ª fase – Planejamento
Para esta fase devemos pontuar alguns requisitos para programação das insta-
lações: inicialmente deve-se identificar:
a) a função principal dos futuros usuários;
b) os programas ofertados pelo serviço;
c) como a instalação oferecerá os seus serviços. Um questionário será
apresentado para identificar melhor o foco do projeto, combinando os re-
quisitos principais do serviço e as outras possibilidades de tratamento do
prestador9,10. O projeto inicial pode agregar outros programas além da te-
rapia aquática, dentre elas, natação para bebês, hidroginástica, exercícios
aquáticos funcionais, terapias alternativas (watsu, water dance, halliwick)
ou direcionadas para públicos específicos, por exemplo, gestantes, obesos,
crianças etc.
capítulo 3 • 43
A – Desenvolvimento do orçamento
1. Espaço próprio ou de aluguel
a) Computador
b) Internet
2. Manutenção
a) Limpeza
b) Suprimentos
3. Seguros
a) Responsabilidade
b) Dano a propriedade
4. Utilidades
a) Telefone
b) Água
c) Eletricidade
d) Aquecimento
5. Equipe de apoio
a) Salários
b) Benefícios
6. Desenvolvimento de programas e análise de operação diária
a) Impacto fiscal
b) Oportunidade de programas
c) Custos prováveis de operação
d) Fontes potenciais de receita
capítulo 3 • 44
3. Honorários de engenharia
4. Taxas de licenciamento
D – Custos de construção
1. Demolição/melhorias de áreas existentes de trabalho
2. Controle de erosão – movimento de terra, aterro, proteção de encosta
3. Pavimento de concreto, meio-fio
4. Distribuição de água e gás
5. Esgoto fluvial e sanitário
6. Trabalho de concreto moldado no lugar
7. Vias de acesso e sinalização
8. Taxas de inspeção
9. Paisagismo
10. Áreas de estacionamento em asfalto
11. Comunicação e linhas elétricas
12. Custo de construção por metro
E – Diversos
1. Contrato de construção
2. Juros sobre empréstimo para construção
3. Equipe de apoio antes, durante e depois da construção
4. Projeção de inflação
5. Honorários de advogado e contador
capítulo 3 • 45
cronograma e se satisfaz as especificações do plano. Um engenheiro de projeto
trabalha com o arquiteto e é responsável pelo projeto estrutural do prédio, equi-
pamento mecânico, maquinaria, e sistemas do local, incluindo instalação elétrica,
hidráulica, mecânica, aquecimento, ventilação, condicionamento de ar e outros
sistemas operacionais.
Empreiteiro ou o construtor da piscina: ambos devem ter licença de traba-
lho no local da construção (estado). São responsáveis pela compra do material, e
equipamentos a serem utilizados na construção, realizam a construção, instalam
todo o equipamento necessário e obedecem as especificações do projeto. São res-
ponsáveis pela equipe, escalas de trabalho e inspeções da obra.
Agentes de saúde e segurança: o município fornece uma lista de verificações
de vários requisitos para satisfazer a todas as exigências de saúde e segurança locais,
estaduais e federais.
4ª fase – pós-construção
Para que se possa considerar uma instalação ideal, esta deverá incluir uma
boa estrutura que atenda as necessidades de toda equipe que irá trabalhar e
capítulo 3 • 46
principalmente dos usuários. Os seguintes espaços devem ser garantidos num cen-
tro de excelência: área de recepção e saguão, escritório de administração da piscina
e direção, salas de aula, áreas de vestiários masculinos e femininos, vestiários de
família, salas de equipe de pessoal, primeiros socorros e salva vidas, salas mecâni-
cas e químicas, almoxarifado de equipamentos de apoio e uma sala pequena de
zeladoria e suprimentos.
Área de recepção e saguão: deve ser próximo ao estacionamento, a entrada
deve ser de fácil acesso principalmente para cadeirantes e sem obstáculos gran-
des (vasos, plantas etc.). Deve conter computadores, câmeras de vigilância que
monitore todos os setores e um sistema de comunicação interno. No saguão é
importante cadeiras confortáveis, TV, revistas e carrinho de café, chá e biscoitos
para oferecer aos usuários e um banheiro.
Escritório da direção: deve estar localizado entre as áreas seca e molhada,
deve ser bem ventilada, deve ter uma janela de observação para a piscina, uma li-
nha direta para o serviço de emergência, e comunicação interna. Deve ser um local
agradável e confortável para receber os usuários e realizar reuniões com a equipe.
Sala de aulas: uma sala que acomode entre 20 a 30 pessoas, a depender do
tamanho do serviço e da equipe. Essa sala será utilizada para treinamentos de
pessoal, e deverá ser equipada com projetor, computador, sistema de som e ilumi-
nação, quadro de avisos e pode ainda ser usada para algumas sessões de fisioterapia
caso haja necessidade.
Vestiários: um dos espaços mais importantes do serviço e pode ser o ponto
final de escolha do usuário pelo serviço. Deve ser um local de fácil limpeza, claro
e de fácil acesso. Deve dispor de uma área mínima de 0,50 m2 para cada pessoa
vestir-se. O ideal com conforto preconiza uma área de 1,80 m² para vestiário por
pessoa. Pias, toaletes e chuveiros são itens obrigatórios. Alguns itens opcionais
para conforto e decoração podem ser usados (plantas, espelhos, música ambiente,
iluminação indireta, armários com chave, relógios e tomadas para secadores de
cabelo) e podem fazer o diferencial. É primordial garantir a privacidade dos usuá-
rios através de cortinas ou portas nos chuveiros e trocadores. As paredes devem ser
pelos menos a meia altura de azulejos de fácil limpeza e o piso antiderrapante e
áreas de ventilação para permitir a secagem entre um grupo em uso e outro.
Vestiários de família: são incluídos no planejamento para aquelas pessoas que
necessitam de um acompanhante para auxílio ou para pessoas que necessitam de
privacidade específica para seu asseio. Além dos itens que devem ter nos vestiá-
rios, os de família ainda devem proporcionar telefones para comunicação interna,
capítulo 3 • 47
bancada, cadeiras mais largas, os chuveiros devem ser acessíveis a cadeira de rodas.
Seu acesso deve ser direto a área da piscina.
Sala de primeiros socorros e salva-vidas: deve ficar próxima a área da piscina
e conter um kit de primeiros socorros, aparelho de pressão, prancha para remoção,
desfibrilador, tudo de oxigênio com máscara. Essa sala deverá ter uma boa ligação
com o estacionamento caso haja necessidade de remoção rápida.
Sala mecânica e química: nessas salas serão alocados os filtros, a bomba de
circulação da água, controladores químicos, sistema de vácuo, sistema desinfetan-
te, aquecedor de água, sistema de desumidificação e substâncias químicas.
Almoxarifado de equipamentos: esta sala deve conter ganchos e suporte para
os materiais que são utilizados na piscina, pois estes não devem ficar armazenados
em contato com o solo, equipamentos de borracha, Neoprene, tecidos, EVA, de-
vem ser secados por completo antes do começo das atividades de cada dia, para
não apresentarem mau cheiro e mofo em pouco tempo de uso.
Zeladoria e suprimentos: esse recinto dever ser suficiente para guardar mate-
riais de limpeza, vassouras, rodos, esfregões, escovas, buchas e produtos químicos
como detergentes, sabões etc.
capítulo 3 • 48
Figura 3.1 – Equipamentos utilizados para fisioterapia aquática.
capítulo 3 • 49
Há duas classificações básicas do equipamento para exercício aquático: a
primeira são os aparelhos que utilizam o efeito da flutuação para alterar o posi-
cionamento ou movimento (figura 3.2). Esses aparelhos aumentam o efeito da
flutuação, fornecem maior suporte, diminui as forças compressivas reduzindo o
impacto articular, auxiliam no movimento em direção à superfície e dificultam
os movimentos em direção ao fundo da água. Já os equipamentos de resistência
(figura 3.3), promovem uma redução do efeito da flutuação, auxiliam na postura
durante o movimento, fornece maior estabilidade na execução do exercício, pro-
porciona tração articular, gradua as forças compressivas, aumenta a resistência de
movimentos na direção da superfície e facilita movimentos em direção contrária
a superfície.
capítulo 3 • 50
são baseados no princípio do arrasto. Três fatores determinam o grau de resistência
desses aparelhos.
1. O tamanho do equipamento ou o espaço que ele ocupa na água;
2. A quantidade de resistores que a peça contém e a disposição deles na
água;
3. A velocidade de movimento do aparelho na água, quanto maior a velo-
cidade, maior será a resistência oferecida pelo aparelho.
Piscinas
capítulo 3 • 51
Equipamentos de acesso
capítulo 3 • 52
Escolha do equipamento e precauções
capítulo 3 • 53
Segurança no trabalho na piscina
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capítulo 3 • 55
capítulo 3 • 56
4
Reabilitação
aquática geral
Reabilitação aquática geral
OBJETIVOS
• Compreender os princípios gerais da fisioterapia aquática para patologias dos MMSS, MMII
e coluna vertebral;
• Conhecer, discutir e elaborar programas aquáticos para grupos especiais (neurológicos,
reumáticos, pediátricos, atletas, ginecológicos e cardiopatas), assim como para pacientes
com distúrbios da marcha e do equilíbrio.
Fratura de ombro
As fraturas mais comuns que afetam o ombro são: do acrômio, úmero, escá-
pula e clavícula (figura 4.1). Tem sua etiologia geralmente por queda ou trauma
direto. As fraturas sem desalinhamento são tratadas de forma conservadora com
imobilização do braço por 4 a 6 semanas. Fraturas mais graves requerem inter-
venções cirúrgicas para reduzir e fixar. A fisioterapia já pode ser iniciada nesta fase
com micro mobilizações. Após a primeira fase de dor sem mobilização, o paciente
só relata dor ao movimento, nessa fase é importante avaliar o grau de fraqueza
muscular e amplitude de movimento, que afeta principalmente: escápula, claví-
cula, úmero, articulação glenoumeral e acrômioclavicular, músculos, ligamentos
e cápsula articular. A prioridade de exercícios será restaurar a amplitude, manter a
integridade dos movimentos adjacentes (pescoço, cotovelo e punho) e fortalecer
todos os músculos que envolvem a cintura escapular.
capítulo 4 • 58
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Tendinite de ombro
capítulo 4 • 59
Normal Tendinite
Tendão do supra espinhoso
Tendão do
bíceps
Tendão do
subescapular
Bursite de ombro
capítulo 4 • 60
Figura 4.3 – Bursite de ombro.
Lesão do manguito
capítulo 4 • 61
então o enrijecimento e espessamento da cápsula articular. A recuperação pode ser
espontânea e rápida, porém a falta de tratamento pode levar dois anos ou mais.
Dor e rigidez são os principais sintomas, com redução do arco de movimento
principalmente para rotação externa e interna e abdução. Além de alterar o ritmo
escápulo-umeral com dor referida abaixo do braço. As partes mais acometidas são
a cápsula articular, músculos e tendões do ombro. As prioridades nos exercícios
devem ser na restauração da amplitude de movimento e exercícios de fortaleci-
mento dentro do limiar de dor.
Luxação de ombro
capítulo 4 • 62
ainda lesionar nervos do plexo braquial. Restaurar a amplitude do movimento,
fortalecer os músculos do manguito rotador e cintura escapular são prioridades de
exercícios para luxação.
Fase 1
Pacientes com luxação recente e pós-cirúrgicos permanecem nesta fase de 4
a 8 semanas. Para as outras patologias o parâmetro para evoluir de fase deve ser a
realização de todos os exercícios destinados a esta etapa.
Aquecimento: puxada com o braço flexionado; braçada do nado peito e exer-
cício de pêndulo – cada exercício deve ser realizado por 2 minutos.
Alongamento: peitoral, elevação dos ombros, rolamento dos ombros para
trás, adução horizontal com flexão de cotovelo (abraço), alongamento cruzado à
frente, flexão, extensão, adução e abdução horizontal, abdução e rotação externa
do ombro com bastão. Manter por 10 segundos por 6 vezes.
Fortalecimento: flexão, extensão, abdução, adução com a resistência da água,
abdução e adução horizontal e rotação interna e externa com resistência. Deverá
ser executado em 1 série de 8 a 12 repetições.
Fase 2
Para os pacientes com luxação ou que fizeram reparo do manguito devem
permanecer nesta fase por 4 semanas após completar a fase 1. Os demais pacientes
devem evoluir para esta fase assim que estiverem aptos na fase 1.
capítulo 4 • 63
Aquecimento: puxada com o braço estendido; braçada do nado peito e exer-
cício de pêndulo – cada exercício deve ser realizado por 2 minutos.
Alongamento: toque de cotovelo com as mãos nos ombros, puxada para trás
por trás das costas, rotação interna, abdução e extensão dos ombros com os coto-
velos flexionados. Manter por 20 segundos por 5 vezes.
Fortalecimento: flexão, extensão, abdução, adução com a resistência da água,
abdução e adução horizontal e rotação interna e externa com resistência. Deverá
ser executado em 2 séries de 8 a 12 repetições com pequenos palmares.
Fase 3
Aquecimento: puxada com o braço estendido; puxada cruzada e exercício de
pêndulo – cada exercício deve ser realizado por 2 minutos.
Alongamento: pressionamento das mãos acima da cabeça em supino, rotação
externa, rotação interna funcional e externa com bastão e extensão dos ombros
com os braços estendidos. Manter por 30 segundos por 5 vezes.
Fortalecimento: flexão, extensão, abdução, adução com a resistência da água,
abdução e adução horizontal e rotação interna e externa com resistência, remada,
puxada lateral e remada para cima com elástico. Deverá ser executado em 3 séries
de 8 a 12 repetições com palmares maiores.
Fase 4
Aquecimento: puxada com o braço estendido; puxada cruzada, exercício de
pêndulo e combinação de movimentos de braços – cada exercício deve ser realiza-
do por 2 minutos.
Alongamento: puxada acima da cabeça, abdução de ombros com o braço
supinado e rotação externa com o braço supinado. Manter por 20 segundos por
5 vezes.
Fortalecimento: puxada com braço flexionado, puxada com o braço estendi-
do, círculo do ombro, nado peito, fazer onda em piscina funda. Deverá ser execu-
tado em 4 séries de 15 a 20 repetições. Progredir para piscina funda.
Fratura de cotovelo
As fraturas nessa região envolvem o úmero, rádio ou ulna (figura 4.7). São
geralmente causadas por queda ou trauma direto. Em geral são tratadas com in-
tervenção cirúrgica com fixação interna. A recuperação é lenta e a amplitude do
capítulo 4 • 64
movimento é difícil de retornar ao estado fisiológico. A rigidez é o maior proble-
ma residual da fratura. As partes do corpo mais afetadas são úmero, rádio, ulna,
cápsula articular, músculos e ligamentos, pode também ocorrer lesão dos nervos.
Maximizar a amplitude do movimento e fortalecer os músculos do cotovelo são as
prioridades dessa patologia.
Tendinite de cotovelo
capítulo 4 • 65
causa dor. Alongamento, fortalecimento com exercícios excêntricos são atividades
de prioridades nesta patologia.
Luxação de cotovelo
capítulo 4 • 66
Figura 4.9 – Luxação do cotovelo.
Fase 1
Aquecimento: puxada com o braço flexionado; braçada do nado peito – cada
exercício deve ser realizado de 2 a 3 minutos.
Alongamento: bíceps braquial, flexores do antebraço (mãos em posição de
reza), flexão e extensão de punho com as mãos fechadas e extensores do antebraço
(posição inversa da reza). Manter por 10 segundos por 5 vezes.
Fortalecimento: flexão do cotovelo, flexão do bíceps em posição de rosca in-
vertida e rotação de punho. Deverá ser executado em 1 série de 8 a 12 repetições.
Fase 2
Aquecimento: puxada com o braço flexionado; braçada do nado peito – cada
exercício deve ser realizado de 2 a 3 minutos.
Alongamento: tríceps suave, bíceps braquial, flexores do antebraço (mãos em
posição de reza), círculos com o punho cerrado e extensores do antebraço (posição
inversa da reza). Manter por 20 segundos por 5 vezes.
Fortalecimento: flexão, extensão com resistência, pronação e supinação com
a resistência da água. Deverá ser executado em 2 séries de 8 a 12 repetições.
Fase 3
Aquecimento: manter o aquecimento da fase 2.
Alongamento: tríceps, bíceps braquial, flexores do antebraço (mãos em posi-
ção de reza), supinador e pronador. Manter por 30 segundos por 5 vezes.
capítulo 4 • 67
Fortalecimento: executar os mesmos exercícios da fase 2 com resistores adi-
cionando flexão, extensão com resistência, pronação e supinação com a resis-
tência, flexão combinada do cotovelo. Deverá ser realizado em 3 séries de 8 a
12 repetições.
Fase 4
Repetir os exercícios da fase 3 com aumento da intensidade (resistores maiores
e velocidade do movimento), aumentando a quantidade de séries para 4 e manten-
do as repetições entre 8 e 12.
Fratura de punho
As fraturas mais comuns que envolvem o punho são as de Colles (rádio e ulna
distal) e do escafoide. O mecanismo de lesão ocorre por queda sobre a mão em
posição de extensão. As fraturas de Colles são reduzidas por intervenção cirúrgica
podendo, eventualmente, evoluir para uma deformidade do punho em relação ao
rádio e ulna “pescoço de cisne”. As fraturas que acometem o escafoide são comu-
mente difíceis de visualização no raio X até três semanas após a lesão.
A demora da consolidação ocorre por
pouca vascularização neste local. Os si-
nais e sintomas mais comuns são dor e
rigidez e pode evoluir para distrofia sim-
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Tendinite de punho
capítulo 4 • 68
ser realizado para restabelecer a amplitude do movimento, sem esquecer do forta-
lecimento da musculatura.
Luxação de punho
capítulo 4 • 69
Exercícios aquáticos para o punho e mãos
Fase 1
Aquecimento: puxada com o braço flexionado; braçada do nado peito e ab-
dução do braço com extensão do punho – cada exercício deve ser realizado de 2
minutos. Alongamento – enrolar os dedos, fechar e abrir as mãos e mãos espalma-
das. Manter por 10 segundos por 6 vezes.
Fortalecimento: flexão e extensão de punho, desvio ulnar e radial de punho.
Deverá ser executado em 1 série de 8 a 12 repetições.
Fase 2
Aquecimento: repetir os movimentos da fase 1.
Alongamento: da palma da mão, do supinador e pronador. Manter por 20
segundos por 5 vezes.
Fortalecimento: círculos com o punho, rotação de punho e oponência do
polegar. Deverá ser executado em 2 séries de 8 a 12 repetições.
Fase 3 e 4
O aquecimento e alongamento são reproduzidos da fase 2, enquanto o fortale-
cimento na fase 3 utiliza pequenos resistores (halteres de EVA), na fase 4 modifica
somente o tamanho dos resistores, agora maiores, e a velocidade do movimento
também aumentada em relação a fase 3.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
1. ANDREWS JR, HARRELSON GL, WILK KE. Reabilitação Física das Lesões Esportivas. 2 ed.
Guanabara Koogan, Rio de Janeiro, 2000.
2. GOULD JA. Fisioterapia na ortopedia e na medicina do esporte. 3 ed. Manole. São Paulo. 1993.
3. GREEN W, HECKMAN J, ROSEMONT IL. The Clinical Measurement of Joint Motion. American
Academy of Orthopaedics Surgeons, 1994.
4. HALL SJ. Biomecânica Básica. 5 ed. Manole. São Paulo, 2009.
5. MAGEE, DJ. Avaliação musculoesquelética, 3 ed, Manole. São Paulo, 2002.
capítulo 4 • 70
Reabilitação aquática para as extremidades inferiores
Artrose de quadril
Bursite do quadril
capítulo 4 • 71
Figura 4.14 – Bursite do quadril.
Fratura do quadril
capítulo 4 • 72
Luxação de quadril
capítulo 4 • 73
como rotações externas e cruzamento de perna. A cintura pélvica, fêmur, múscu-
los do quadril e joelho são as partes mais afetadas. Exercícios leves sem impacto
para as fixações não cimentadas, restabelecimento da amplitude e fortalecimento
dos músculos que envolvem o quadril são as indicações para esta patologia.
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Fase 1
Aquecimento: caminhada para frente, para trás e lateral. Cada exercício deve
ser executado por 2 minutos.
Alongamento: alongamento passivo do quadríceps, isquiotibiais. Manter por
10 segundos por 5 vezes.
Fortalecimento: flexão e extensão do quadril, adução e abdução sem cruzar a
linha mediana e contração isométrica do glúteo. Deverá ser executado em 1 série
de 8 a 10 repetições.
Fase 2
Aquecimento: caminhada para frente, para trás e lateral, caminha com a per-
na estendida e bicicleta. Cada exercício deve ser executado por 2 minutos.
capítulo 4 • 74
Alongamento: alongamento passivo do quadríceps, ativo dos isquiotibiais,
rotação externa e interna do quadril e adutor. Manter por 20 segundos por 5 vezes.
Fortalecimento: flexão e extensão do quadril, adução e abdução, contração
isométrica do glúteo e circundução do quadril. Deverá ser executado em 2 séries
de 8 a 12 repetições.
Fase 3
Aquecimento: caminhada para frente, para trás e lateral, caminha com a per-
na estendida e bicicleta. Cada exercício deve ser executado por 2 minutos.
Alongamento: alongamento do quadríceps, ativo dos isquiotibiais, rotação
externa e interna do quadril, adutor e tensor da fáscia lata. Manter por 30 segun-
dos por 5 vezes.
Fortalecimento: batimentos de pernas estendidas, marcha com passos largos,
agachamentos e circundução do quadril. Deverá ser executado em 3 séries de 8 a
12 repetições.
Fase 4
Aquecimento: caminhada para frente, para trás e lateral, caminha com a
perna estendida, bicicleta e deep runner. Cada exercício deve ser executado por
2 minutos.
Alongamento: alongamento do quadríceps, dos isquiotibiais, rotação externa
e interna do quadril e adutor. Manter por 20 segundos por 5 vezes.
Fortalecimento: os mesmos exercícios da fase 3 com aumento da resistên-
cia com uso de botas ou tornozeleiras. Deverá ser executado em 4 séries de 8 a
12 repetições.
Artrose do joelho
capítulo 4 • 75
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Fratura de joelho
capítulo 4 • 76
Figura 4.19 – Tipos de fraturas de joelho.
Lesão do menisco
capítulo 4 • 77
Entorse do joelho
capítulo 4 • 78
que limitam a amplitude do movi-
mento. Essa lesão acomete todas as
estruturas que envolve o joelho como,
músculos (quadríceps, isquiotibiais, gas-
trocnêmio), ligamentos, cápsula, menis-
cos e músculos adjacentes (glúteos, ten-
sor da fáscia lata, adutores e abdutores
do quadril). As prioridades de exercícios
devem ser restabelecer a amplitude de
movimento, propriocepção, fortaleci-
mento muscular, equilíbrio e coordena-
ção motora.
capítulo 4 • 79
Exercícios aquáticos para o joelho
Fase 1
Aquecimento; caminhada para frente, para trás e lateral. Cada exercício deve
ser executado por 2 minutos.
Alongamento; alongamento passivo do quadríceps, isquiotibiais, gastrocnê-
mios e sóleo. Manter por 10 segundos por 5 vezes.
Fortalecimento: bicicleta com uma perna em apoio unipodal, agachamento,
flexão e extensão do quadril, adução e abdução do quadril, flexão e extensão do
joelho. Deverá ser executado em 1 série de 8 a 12 repetições.
Fase 2
Aquecimento: caminhada para frente, para trás e lateral, caminha com a per-
na estendida e bicicleta. Cada exercício deve ser executado por 2 minutos.
Alongamento: alongamento ativo do quadríceps, isquiotibiais, gastrocnêmios
e sóleo. Manter por 20 segundos por 5 vezes.
Fortalecimento: flexão e extensão do quadril com pequenos resistores, adu-
ção e abdução do quadril, flexão e extensão do joelho com resistores, elevação dos
calcanhares, transferência lateral e ântero-posterior de peso. Deverá ser executado
em 2 séries de 8 a 12 repetições.
Fase 3
Aquecimento; caminhada para frente, para trás e lateral, caminha com a per-
na estendida e bicicleta. Cada exercício deve ser executado por 2 minutos poden-
do usar tornozeleira para aumentar a resistência.
Alongamento; alongamento do quadríceps, ativo dos isquiotibiais, gastrocnê-
mio e sóleo. Manter por 30 segundos por 5 vezes.
Fortalecimento: batimentos de pernas estendidas, marcha com passos largos,
elevação dos calcanhares, flexão e extensão com resistência do joelho e subir e des-
cer do step. Deverá ser executado em 3 séries de 8 a 12 repetições.
Fase 4
Aquecimento: caminhada para frente, para trás e lateral, caminha com a
perna estendida, bicicleta e Deep runner. Cada exercício deve ser executado por
2 minutos.
capítulo 4 • 80
Alongamento: alongamento do quadríceps, dos isquiotibiais, gastrocnêmio e
sóleo. Manter por 30 segundos por 5 vezes.
Fortalecimento: batimentos de pernas estendidas, marcha com passos largos,
elevação dos calcanhares, flexão e extensão com resistência do joelho e subir e des-
cer do Step. Deverá ser executado em 4 séries de 8 a 12 repetições.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
1. ANDREWS JR, HARRELSON GL, WILK KE. Reabilitação Física das Lesões Esportivas. 2 ed.
Guanabara Koogan, Rio de Janeiro, 2000.
2. GOULD JA. Fisioterapia na ortopedia e na medicina do esporte. 3 ed. Manole. São Paulo. 1993.
3. GREEN W, HECKMAN J, ROSEMONT IL. The Clinical Measurement of Joint Motion. American
Academy of Orthopaedics Surgeons, 1994.
4. HALL SJ. Biomecânica Básica. 5 ed. Manole. São Paulo, 2009.
5. MAGEE, DJ. Avaliação musculoesquelética, 3 ed, Manole. São Paulo, 2002.
Fratura de tornozelo
capítulo 4 • 81
Figura 4.24 – Fratura da tíbia e fíbula.
Entorse do tornozelo
capítulo 4 • 82
Tendinite do tornozelo
Ruptura
tendão de Aquiles
tendinite
calcanhar
Fasciíte plantar
capítulo 4 • 83
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Fase 1
Aquecimento: caminhada para frente, para trás e lateral. Cada exercício deve
ser executado por 2 minutos.
Alongamento: alongamento passivo do quadríceps, isquiotibiais, gastrocnê-
mios e sóleo e tibial anterior. Manter por 10 segundos por 6 vezes.
Fortalecimento: flexão plantar e dorsal, inversão e eversão, flexão e extensão
dos dedos. Deverá ser executado em 1 série de 8 a 12 repetições.
Fase 2
Aquecimento: caminhada para frente, para trás e lateral, passo cruzado e bi-
cicleta. Cada exercício deve ser executado por 2 minutos.
Alongamento: alongamento ativo dos gastrocnêmios e sóleo, alongamento
com grande afastamento ântero-posterior, alongamento do tibial anterior e alon-
gamento da fáscia. Manter por 20 segundos por 5 vezes.
Fortalecimento: flexão plantar e dorsal, inversão e eversão, elevação dos cal-
canhares e passada lateral. Deverá ser executado em 2 séries de 8 a 12 repetições.
capítulo 4 • 84
Fase 3
Aquecimento: caminhada para frente, para trás e lateral, passada cruzada e
bicicleta. Cada exercício deve ser executado por 2 minutos.
Alongamento;– alongamento do tibial anterior, dos gastrocnêmio e sóleo.
Manter por 30 segundos por 5 vezes.
Fortalecimento: batimentos de pernas estendidas, marcha com passos largos,
elevação dos calcanhares, caminhar nos calcanhares. Deverá ser executado em 3
séries de 8 a 12 repetições.
Fase 4
Aquecimento: caminhada para frente, para trás e lateral, caminha com a
perna estendida, bicicleta e Deep runner. Cada exercício deve ser executado por
2 minutos.
Alongamento: alongamento do tibial anterior, dos gastrocnêmio e sóleo.
Manter por 30 segundos por 5 vezes
Fortalecimento: batimentos de pernas estendidas, marcha com passos lar-
gos, elevação dos calcanhares, caminhar nos calcanhares, exercícios de equilíbrio.
Deverá ser executado em 4 séries de 8 a 12 repetições.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
1. ANDREWS JR, HARRELSON GL, WILK KE. Reabilitação Física das Lesões Esportivas. 2 ed.
Guanabara Koogan, Rio de Janeiro, 2000.
2. GOULD JA. Fisioterapia na ortopedia e na medicina do esporte. 3 ed. Manole. São Paulo. 1993.
3. GREEN W, HECKMAN J, ROSEMONT IL. The Clinical Measurement of Joint Motion. American
Academy of Orthopaedics Surgeons, 1994.
4. HALL SJ. Biomecânica Básica. 5 ed. Manole. São Paulo, 2009.
5.AGEE, DJ. Avaliação musculoesquelética, 3 ed, Manole. São Paulo, 2002.
Todo impacto, todo choque que o corpo recebe do solo é absorvido pelos pés.
Isso pode ser a causa de muitas alterações mecânicas que o corpo sofre ao longo
da vida. Na água esse impacto é reduzido de forma substancial devido a ação de
capítulo 4 • 85
algumas propriedades físicas da água, principalmente a flutuação, por isso, a mar-
cha na água é um ótimo recurso para reeducação da marcha. As articulações dos
membros inferiores acometidas por lesões podem ser precocemente submetidas à
descarga de peso no ambiente aquático, com dor reduzida e menor risco de lesões
adicionais, além de melhor percepção do movimento da marcha. O meio líquido
é também um bom ambiente para corrigir alterações nos padrões da marcha1,2.
Ciclo da marcha
Fase do Apoio
Fase de Balanceio
Ocorre quando o pé não está mais sustentando o peso e se move para frente.
Permite que os pododáctilos do membro saiam do solo e que ocorra o ajuste de
capítulo 4 • 86
comprimento do membro. Permite que o membro se mova para frente levando o
corpo. Essa fase pode ser dividida em três subfases3.
Balanceio inicial ou aceleração: Ocorre quando o pé é elevado do solo.
Ocorre a flexão do joelho em torno de 60 º e dorsiflexão do tornozelo permitindo
que o membro acelere para frente.
Balanceio intermediário: Ocorre quando o membro inferior encontra-se ad-
jacente ao membro inferior que está sustentando o peso, o qual se encontra na
subfase de apoio médio.
Balanceio final ou desaceleração: Membro inferior desacelera, preparando-
se para realizar o contato inicial com o solo. O músculo quadríceps controla a
extensão do joelho e os posteriores da coxa controlam a flexão3.
É caracterizada pelo apoio dos dois pés no solo. Ocorre duas vezes durante a
marcha normal quando a carga corporal altera para a perna oposta. Os parâmetros
fisiológicos de marcha durante esta fase incluem:
1. Base de 5 a 10 cm. Uma base mais larga indica equilíbrio alterado3,6.
2. Tamanho de passo de 35 a 40 cm e deve ser bilateralmente igual3.
3. O desvio lateral da pelve deve ser de 2,5 a 5 cm.
4. O desvio vertical da pelve deve ser de 5 cm.
5. A rotação pélvica deve ser de 4º para frente, no balanceio da perna e 4º
para trás no apoio da perna.
6. O ângulo podal para fora deverá ser de 5 º a 10 º.
Ação Muscular
capítulo 4 • 87
Eretores da espinha: Mantém uma atividade constante durante a marcha,
com picos de contração nas fases de contato inicial e apoio médio.
Glúteo máximo: Começa ao toque do calcanhar ao solo, de forma isométrica,
impedindo a flexão da pelve, e vai até a fase de apoio médio, de forma concêntrica,
promovendo a extensão da pelve.
Quadríceps: Atuam isometricamente na fase de contato inicial. Já na fase de
duplo apoio, atua excentricamente para frear a flexão de joelho. Atuarão de forma
concêntrica na fase de desaceleração estendendo o joelho, para iniciar a fase de
contato inicial.
Isquiotibiais: Começam a trabalhar isometricamente na fase de contato ini-
cial, freando a flexão do quadril. Na fase de balanço atua flexionando o joelho na
fase de aceleração até a oscilação média. A partir da oscilação média até a oscilação
final irá atuar excentricamente, controlando a extensão do joelho e desacelerando
o segmento.
Abdutores: Se contraem para estabilizar a pelve durante a fase de contato
inicial e na fase de apoio único.
Adutores: Se contraem para estabilizar a pelve durante a fase de contato ini-
cial e na fase de aceleração flexionando o quadril.
Fibulares: Possui atividade semelhante a do tríceps, com a contração inician-
do na fase de apoio e indo ao máximo na elevação do calcanhar.
Tibial anterior: É ativado de forma isométrica. O maior pico de contração
desse músculo é durante a fase de apoio inicial. Na fase de contato atua de forma
excêntrica durante o aplanamento do pé. Na passagem para o apoio médio, vai
atuar de forma concêntrica ajudando no avanço da tíbia. Na fase de balanço,
para evitar que o pé caia, vai realizar contração isométrica para mantê-lo na posi-
ção neutra.
Tríceps sural: Sua atividade inicial acontece na fase de contato, com o pé pla-
no, atuando excentricamente para retardar e controlar o avanço da tíbia. Na fase
de elevação do calcanhar e propulsão, irão atuar de forma concêntrica para elevar
o calcanhar do solo e iniciar a fase de aceleração e balanço.
capítulo 4 • 88
nervosas permanentes, fusão articular, anormalidades graves no osso. As anorma-
lidades da marcha resultam em lesões ortopédicas e indicam alterações específicas
a seguir.
Andar com o quadril ou joelho rígidos: a dor no quadril ou no joelho pode
resultar neste tipo de marcha. Edema, contratura muscular, alteração da mecânica
articular por artrose ou artrite podem reduzir a amplitude de movimento no qua-
dril ou no joelho.
Hiperextensão do joelho: pode indicar instabilidade articular, frouxidão liga-
mentar ou pode ocorrer por diminuição da força do quadríceps.
Circundução da perna durante a fase de balanceio: rigidez, fraqueza ou dor
podem gerar dificuldade para flexionar o quadril ou joelho. Esse padrão de com-
pensação permite ao paciente evitar os dedos do pé no chão durante o balanceio.
Andar com a perna em rotação externa: a rigidez dos rotadores externos do
quadril é a razão mais aceitável para esta marcha. A falta da ação dos dorsiflexores
também pode apresentar este tipo de padrão de marcha.
Marcha de trendelenburg: é caracterizado por uma inclinação da lateral pel-
ve e quadril quando o pé é retirado do chão no início da fase de balanceio, indi-
cando fraqueza dos abdutores, principalmente glúteo médio, do membro oposto.
Contato anormal do calcanhar: na marcha fisiológica o primeiro contato
com o solo é feito pelo calcanhar seguido por um rolamento em direção aos de-
dos. Pacientes com deficiência dos dorsiflexores por rigidez ou fraqueza muscular
realizam este contato do pé com o solo completo, sem rolamento.
Tamanho de passo desigual:– dor, medo, instabilidade, insegurança são os
fatores que levam o paciente a realizar o passo da perna não acometida por uma
lesão com menor distância em relação ao passo da perna acometida. Essa atitude
desorganiza o padrão de marcha pela falta de mobilidade da perna com lesão.
Na grande maioria dos casos, os pacientes são liberados para realizar a marcha
na água antes de andar em solo. Isso ocorre pela ação das propriedades físicas da
água que atuam no corpo imerso modificando sua fisiologia. Os exercícios na
água facilitam o ganho de amplitude de movimento, ganho de força associados a
reeducação da marcha. Os exercícios descritos a seguir auxiliam na força muscular,
coordenação motora, equilíbrio antes do início da deambulação aquática.
• Movimentos pélvicos de retroversão, anteversão e lateralização;
capítulo 4 • 89
• Flexão e extensão do quadril;
• Adução e abdução do quadril;
• Flexão e extensão com resistência do joelho;
• Agachamentos bipodais e unipodais;
• Elevação dos calcanhares;
• Flexão dorsal e plantar dos tornozelos;
• Inversão e eversão dos tornozelos;
• Alongamento dos isquiotibiais, adutores, gastrocnêmios e sóleo.
Equilíbrio
É a qualidade física que permite manter a posição do corpo no espaço com es-
tabilidade, seja de maneira estática ou durante o movimento dinâmico7. Quando
ocorre alguma lesão ou desequilíbrio de forças por vícios posturais ou de movimen-
tação, o resultado pode levar a uma deficiência proprioceptiva dos mecanorecep-
tores, principalmente dos tornozelos que irão levar a uma alteração do equilíbrio4.
capítulo 4 • 90
Essa perda ou alteração do equilíbrio resulta em medo de queda no paciente,
que gera um efeito cascata de redução de mobilidade, fraqueza muscular, rigidez
e dor. A água aumenta o tempo de reação de queda diminuindo o medo e reduz
a velocidade dos movimentos o que a torna um ótimo recurso para trabalhar o
equilíbrio.
Exercícios de apoio e transferência de peso auxiliam na reabilitação da funcio-
nalidade articular e força muscular7,8. Os exercícios a seguir auxiliam a restabelecer
a propriocepção antes da progressão para os exercícios em solo.
1. Afastamento lateral das pernas;
2. Passada lateral;
3. Transferência de peso lateral;
4. Transferência de peso ântero-posterior;
5. Apoio unipodal;
6. Balanço de perna ântero-posterior e lateral com apoio unipodal;
7. Subir e descer do step.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
1. ANDREWS JR, HARRELSON GL, WILK KE. Reabilitação Física das Lesões Esportivas. 2 ed.
Guanabara Koogan, Rio de Janeiro, 2000.
2. GOULD JA. Fisioterapia na ortopedia e na medicina do esporte. 3 ed. Manole. São Paulo. 1993.
3. GREEN W, HECKMAN J, ROSEMONT IL. The Clinical Measurement of Joint Motion. American
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4. HALL SJ. Biomecânica Básica. 5 ed. Manole. São Paulo, 2009.
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8. BERG KO, MAKI BE, WILLIAMS JI, et al. Clinical and Laboratory Measures of Postural Balance
in an Elderly Population. Arch Phys Med Reabili 73: 1992.
capítulo 4 • 91
Reabilitação aquática para coluna vertebral
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capítulo 4 • 92
para os membros superiores. As partes mais acometidas são as vértebras, músculos
paravertebrais, ligamentos espinhais, nervos, discos e facetas articulares. As prio-
ridades nos exercícios incluem restabelecer a amplitude de movimento, reduzir
dor e espasmo, alongamento muscular da cintura escapular e pescoço, correção
postural e manter a mobilidade e força da coluna torácica e ombros.
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capítulo 4 • 93
Dor crônica cervical: qualquer dor que persista por mais de 3 meses que
não tenha lesão do disco intervertebral considera-se dor crônica. Geralmente tem
origem muscular ou ligamentar. Os exames complementares como RX, TC ou
RNM não são boas escolhas para diagnosticar a dor crônica. O exame clínico é
soberano neste caso detectando nível de dor e limitações de movimento. As partes
mais acometidas são as vértebras, músculos paravertebrais, ligamentos espinhais,
nervos, discos e facetas articulares. Potencializar a amplitude de movimento, alon-
gar o pescoço e toda cintura escapular, fortalecer músculos do ombro e pescoço e
correção postural são os exercícios indicados para esta patologia.
Fase 2
Aquecimento: os exercícios deverão ser realizados por 2 minutos, observando
o alinhamento postural. Caminhada para frente, para trás, passada lateral e cami-
nhada puxando a água com os braços flexionados alternando, flexão, flexão lateral,
rotação e retração do pescoço.
capítulo 4 • 94
Alongamento: Alongamento lateral e com flexão do pescoço, do trapézio supe-
rior e alongamento do elevador da escápula. Manter por 20 segundos por 5 vezes.
Fortalecimento: combinação de movimentos de braço e flexão de braço e
contração pélvica na barra. Deverá ser executado em 2 séries de 8 a 12 repetições.
Fase 3
Aquecimento: os exercícios deverão ser realizados por 2 minutos. Caminhada
para frente, para trás, passada lateral e caminhada puxando a água com os braços
flexionados alternando, flexão, flexão lateral, rotação e retração do pescoço.
Alongamento: Alongamento lateral e com flexão do pescoço, do trapézio,
alongamento do elevador da escápula e extensão torácica. Manter por 30 segundos
por 5 vezes.
Fortalecimento: flexão, extensão, adução e abdução do ombro com resis-
tência, adução e abdução horizontal com resistência contração pélvica na barra.
Deverá ser executado em 3 séries de 8 a 12 repetições.
Fase 4
Aquecimento: os exercícios deverão ser realizados por 2 minutos. Seguir os
exercícios da fase 3.
Alongamento: Os mesmos da fase três, apenas modificando o tempo de ma-
nutenção do exercício. Manter por 45 segundos por 5 vezes.
Fortalecimento: flexão, extensão, adução e abdução do ombro com resistên-
cia, adução e abdução horizontal com resistência, empurrar para trás com o braço
flexionado, retração escapular e puxar para baixo com os braços na lateral. Deverá
ser executado em 4 séries de 8 a 12 repetições.
Os exercícios para extensão cervical são semelhantes aos de flexão, porém de-
ve-se observar que todos os exercícios que envolvem a flexão agora devem ser
realizados em extensão.
capítulo 4 • 95
Fortalecimento: combinação de movimentos de braço, flexão de braço, adu-
ção e abdução horizontal com resistência, contração pélvica e rotação do tronco
com apoio bipodal. Deverá ser executado em 1 série de 8 a 12 repetições.
Fase 2
Aquecimento: os exercícios deverão ser realizados por 2 minutos, observan-
do o alinhamento postural. Caminhada para frente, para trás, passada lateral e
caminhada puxando com os braços flexionados alternando, estilo nado de peito
clássico em pé.
Alongamento: Alongamento lateral e com flexão do pescoço, do trapézio,
peitoral, retração do pescoço e alongamento do elevador da escápula. Manter por
20 segundos por 5 vezes.
Fortalecimento: combinação de movimentos de braço e flexão de braço, con-
tração pélvica na barra, rotação com resistência do tronco, retração escapular, adu-
ção e abdução horizontal com resistência e contração abdominal em pé. Deverá
ser executado em 2 séries de 8 a 12 repetições.
Fase 3
Aquecimento: os exercícios deverão ser realizados por 2 minutos. Caminhada
para frente, para trás, passada lateral e combinação de movimentos de braços.
Alongamento: Alongamento do trapézio, alongamento do elevador da escá-
pula, peitoral, lateral de tronco em pé. Manter por 30 segundos por 5 vezes.
Fortalecimento: rotação do tronco com resistência, adução e abdução hori-
zontal com resistência, retração escapular, contrações abdominais em pé, extensão
das costas com resistência e flexões laterais. Deverá ser executado em 3 séries de 8
a 12 repetições.
Fase 4
Aquecimento: os exercícios deverão ser realizados por 2 minutos. Seguir os
exercícios da fase 3.
Alongamento: os mesmos da fase três, apenas modificando o tempo de ma-
nutenção do exercício. Manter por 45 segundos por 5 vezes.
Fortalecimento: os mesmos da fase três, apenas modificando a quantidade de
séries. Deverá ser executado em 4 séries de 8 a 12 repetições.
capítulo 4 • 96
Procedimentos aquáticos para coluna lombar
Fase 1
Aquecimento: os exercícios deverão ser realizados por 2 minutos, obser-
vando o alinhamento postural. Caminhada para frente, para trás, passada lateral
e bicicleta.
Alongamento: panturrilha, isquiotibiais, alongamento com flexão de quadril
e joelho, piriforme sentado e alongamento lateral em pé. Manter por 10 segundos
por 6 vezes.
Fortalecimento: elevação do joelho ao peito, flexão lateral com halteres, exten-
são das costas com resistência, contração pélvica, rotação do tronco em pé e flexão
e extensão ativas da coluna. Deverá ser executado em 1 série de 8 a 12 repetições.
Fase 2
Aquecimento: os exercícios deverão ser realizados por 2 minutos, observando
o alinhamento postural. Caminhada para frente e para trás, passada lateral, bici-
cleta, flexão e extensão do quadril, abdução e adução do quadril, mobilização ativa
pélvica e contração pélvica.
Alongamento: isquiotibiais, piriforme em pé, adutores e alongamento lateral
em pé. Manter por 20 segundos por 5 vezes.
Fortalecimento: elevação do joelho ao peito, flexão lateral com halteres, ex-
tensão das costas com resistência, rotação do tronco em pé com resistência, con-
trações abdominais em pé e cruzada e flexão e extensão ativas da coluna. Deverá
ser executado em 2 séries de 8 a 12 repetições.
Fase 3
Aquecimento: os exercícios deverão ser realizados por 2 minutos, pode adi-
cionar caneleiras nos pés. Caminhada para frente e para trás, passada lateral, bici-
cleta, flexão e extensão do quadril, abdução e adução do quadril, mobilização ativa
pélvica e contração pélvica.
Alongamento: isquiotibiais, piriforme em pé, adutores e alongamento lateral
em pé. Manter por 30 segundos por 5 vezes.
Fortalecimento: flexão lateral com halteres, contrações abdominais em pé,
rotação do tronco com quadril e joelho flexionados, rotação do tronco em pé com
resistência e exercícios abdominais na barra lateral. Deverá ser executado em 3
séries de 8 a 12 repetições.
capítulo 4 • 97
Fase 4
Aquecimento: os exercícios deverão ser realizados por 2 minutos. Seguir os
exercícios da fase 3.
Alongamento: os mesmos da fase três, apenas modificando o tempo de ma-
nutenção do exercício. Manter por 45 segundos por 5 vezes.
Fortalecimento: Os mesmos da fase três, apenas modificando a quantidade
de séries. Deverá ser executado em 4 séries de 8 a 12 repetições.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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7. PITMAN A. Awesome aqua abdominals. Canadian Aquatic Leaders Alliance Conference, Guelph,
Ontario, 1994.
capítulo 4 • 98
proximais, e acredita-se que pode ser usada como tratamento da própria ataxia17.
Os benefícios comumente descritos da reabilitação aquática para adultos com le-
são cerebral incluem redução do tônus, prevenção de contraturas, assistência ao
equilíbrio estático e dinâmico, fortalecimento mais precoce e mais eficaz, benefí-
cios cardiovasculares, motivação, recreação e socialização18.
A fisiopatologia da lesão cerebral para desenvolver programas eficazes de rea-
bilitação para pacientes inclui déficit do movimento voluntário, alteração do equi-
líbrio e da marcha. Todas as três áreas podem influenciar umas às outras e ter
fatores contributivos semelhantes17. O déficit de movimento voluntário (DMV) é
a incapacidade de efetuar o movimento funcional e está muitas vezes presente após
lesão cerebral23,34. O DMV pode variar de leve a grave e ser o resultado de muitas
causas subjacentes23.
Hipóteses tradicionais a respeito do DMV atribuem uma falta de controle
inibidor pelo SNC a partir de centro supra-espinhais sobre os centros inferiores
como a causa de reflexos de estiramento hiperativos13,14, as causas subjacentes que
são ao mesmo tempo neurais e não neurais22,23, os fatores contributivos para o
DMV de origem central, periférica ou ambos. Pessoas que demonstram o DMV
podem ter diferentes mecanismos contribuindo para o seu movimento24.
O equilíbrio é uma tarefa motora complexa que exige integração de infor-
mação sensitiva, coordenação motora e controle biomecânico25,26,27. O ambiente
aquático gera melhora para o paciente devido a temperatura tépida da água ser con-
siderada eficaz para reduzir hipertonia e melhorar a qualidade de movimento15,32.
A necessidade da água morna para tratar hipertonia pode não ser tão grande
quanto à necessidade de evitar a água fria, porque a água fria agrava os estados
hipertônicos33. Quando os pacientes exibem complacência diminuída no múscu-
lo e em outros tecidos conjuntivos, Watsu é a melhor forma de trabalho corporal
aquático, sendo um alongamento eficaz para o tratamento, e outras atividades
de alongamento podem comprovar-se eficazes porque preparam o paciente para
mover-se mais livremente durante partes mais ativas da sessão de tratamento18.
O ambiente aquático pode ser um dos poucos lugares onde movimentos recí-
procos podem ser efetuados com segurança34. Isso é importante para reabilitar os pa-
cientes com lesão cerebral porque encorajar essas atividades pode diminuir a atrofia
das fibras musculares de contração rápida e possivelmente reverter efeitos descondi-
cionados33,34. Pode ser necessário efetuar atividade rápida e recíproca de uma maneira
ativa-assistida se déficits graves do movimento voluntário estiverem presentes. Além
do padrão e velocidade de movimento, a iniciação e cessação do movimento devem
ser avaliadas e tratadas porque elas se relacionam com movimento funcional35.
capítulo 4 • 99
A tarefa básica do equilíbrio é posicionar o centro da gravidade do corpo so-
bre alguma parte da sua base de apoio, por exemplo, os pés em bipedestação e as
nádegas em sedestação25,26. Quando o centro de gravidade estende-se além da base
de sustentação, a estabilidade é desafiada. Normalmente, os limites de estabilida-
de de um adulto são de 12º em uma direção antero-posterior e de 16º em uma
direção lateral. As pessoas com disfunção do equilíbrio têm limites de estabilidade
muito reduzidos18.
Para haver a melhora do paciente o uso do Watsu ou do método Halliwick
que consiste em um método de natação e terapia, e de outras atividades aquáticas
de alongamento/fortalecimento pode ter uma influência mecânica positiva sobre
os fatores biomecânicos associados ao equilíbrio24,36. O ambiente aquático é par-
ticularmente adequado para essas atividades uma vez que as propriedades físicas
da água permitem fácil manipulação pelos terapeutas e qualidades de resistência
progressiva para pacientes que têm a necessária amplitude de movimento35.
capítulo 4 • 100
avançada e transferência inadequada de peso32. Na fase de oscilação de indivíduos
normais, a extremidade inferior é mobilizada pela flexão ativa do quadril acompa-
nhada por flexão passiva do joelho37.
A reabilitação aquática para a fase de apoio, do padrão da marcha de um pa-
ciente, pode ser melhorada pelo aumento da amplitude de movimento no mem-
bro de apoio, particularmente na extensão do quadril e dorsiflexão do tornozelo38.
Alterações teciduais nos músculos extensores do joelho podem impedir movimen-
to do membro no padrão fisiológico, além disso, a fraqueza dos músculos do tor-
nozelo e amplitude limitada de movimento para pouco espaçamento entre os pés.
Outras formas de DMV podem contribuir para uma fase de oscilação anormal28.
O watsu pode ser eficaz para alongar as regiões mais próximas da pelve e mem-
bros inferiores do paciente. Especificamente, o alongamento da coluna e a mobi-
lização da perna aumentam a extensão do tronco e quadril. Entretanto, o alonga-
mento das partes mais distais do membro inferior exige métodos de alongamento
semelhantes aos usados em terra39. Efetuar esse alongamento é vantajoso porque o
suporte da flutuação possibilita que a atividade seja realizada de uma maneira mais
independente e eficaz, especialmente nos pacientes com dificuldade para ficar em
pé. Watsu também pode influenciar a fase de oscilação da marcha ao melhorar a fun-
cionalidade dos tecidos moles39,40. A redução da rigidez possibilita flexão passiva de
joelho na oscilação inicial, assegurando melhor espaçamento do membro ao solo40.
capítulo 4 • 101
cadeia cinética aberta irá solicitar maior força de estabilização por parte do tronco,
abdômen e segmentos proximais.
Estabilização distal: a estabilidade das extremidades distais pode ser estabele-
cida através de um apoio fixo ou móvel (barra ou macarrão). Isso irá proporcionar
uma atividade de execução mais branda quando comparada a uma atividade de
extremidade livre (quando não há contato com qualquer apoio), exemplo. Corrida
na parte funda, nados, movimentos do método Bad Ragaz etc.
Velocidade do movimento: a velocidade do movimento realizado na água é
diretamente proporcional a resistência, ou seja, quanto mais rápido o movimento
é executado mais força deverá ser imprimida. Com isso, movimentos de grande
amplitude são mais difíceis de realizar. Para uma progressão segura e evolução com
menor risco, deve-se iniciar o movimento com pequena amplitude e velocidade
reduzida e aumentar essa relação com a progressão do paciente.
capítulo 4 • 102
C6: possui extensão de punhos, pronação de antebraços e protração de om-
bros por ação do serrátil anterior.
C7: pouca ação dos tríceps, peitoral e grande dorsal o que promove uma esta-
bilidade escapular e que permite uma potencial funcional maior.
C8: possui ação íntegra do tríceps, flexor de punhos e músculos extrínsecos
da mão. É observada uma postura da mão em garra pela perda da ação da muscu-
latura intrínseca.
T1-T6: completa ação da mão. Boa condição respiratória pelo controle dos
músculos intercostais.
T6-T12: controle completo de tronco e controle de alguns segmentos abdomi-
nais, reto e oblíquo externo completo e parte dos transversos e oblíquos internos.
L1 – L3: pouco controle dos flexores e adutores do quadril e extensores
dos joelhos.
L4: controle motor dos flexores do quadril, quadríceps, tibiais anterior e pos-
terior. Presença de pé equino.
L5: completa ação dos extensores e abdutores do quadril e pouca ação dos
flexores dos joelhos.
S1-S2: função íntegra dos músculos das extremidades inferiores.
capítulo 4 • 103
Redução da dor: o alívio da descarga de peso, a postura facilitada, o relaxa-
mento e a temperatura unidos ao prazer que o ambiente da água proporciona,
auxiliam na redução da dor e sua percepção.
Estado respiratório: o simples fato de o corpo estar imerso na água com a
lâmina de água na altura do processo xifoide ou até o pescoço, proporciona uma
pressão torácica aumentada causada pela pressão hidrostática que vai solicitar mais
esforço e eficiência respiratória melhorando seu condicionamento13,14.
Circulação periférica: a ação da pressão hidrostática no corpo imerso propor-
ciona um desvio do sangue periférico para a região cefálica, aumentando o volume
sanguíneo central. Isso pode auxiliar a reduzir ou prevenir o risco de trombose e
úlceras de pressão16.
Estado Cardiovascular e metabólico: quando o corpo está imerso no meio
líquido, alterações cardiovasculares como aumento do débito cardíaco e do vo-
lume sistólico ocorrem. Alterações metabólicas como exemplo a taxa metabólica
geral também aumenta13,16,17. Além dessas, a carga cardíaca reduz no corpo imerso,
facilitando o trabalho do lesado medular.
Resistência aeróbica: as propriedades físicas com os efeitos fisiológicos alte-
rados na imersão associados ao treinamento de resistência e fortalecimento mus-
cular, aumentam a capacidade aeróbica, eficiência mecânica e o poder de reali-
zar trabalho20.
Funcionalidade: o exercício em meio aquático para pessoas com lesão me-
dular é um ótimo recurso para restabelecer o equilíbrio, coordenação motora e a
capacidade funcional de maneira significativa. Atividades livres no paciente me-
dular permite através da estabilidade, garantida pela pressão hidrostática e força de
flutuação, maior tempo de reação a queda e perda de equilíbrio.
Benefícios psicológicos: alterações psicológicas como irritabilidade, queda
da autoestima, depressão, sensação de incapacidade para a vida, são sinais comuns
no paciente lesado medular. Assim o esporte e o exercício regular resgatam através
de estímulos sensitivos e motores a qualidade de vida desses pacientes, melhoran-
do seu estado de humor, tensão, vigor e confusão mental2.
Contraindicações e precauções
1. Febre;
2. Doenças infecciosas;
3. Erupções cutâneas;
capítulo 4 • 104
4. Pressão arterial não controlada;
5. Capacidade vital menor que 1l;
6. Convulsão recente ou não controlada;
7. Incontinência intestinal ou urinária;
8. Menstruação sem proteção.
capítulo 4 • 105
lesões instáveis e uso de colar cervical. Antes de realizar a flutuação livre em prono,
deve-se numa fase inicial sustentar o paciente com apoio na barra, evoluir para
apoio em macarrão ou prancha e suporte manual do fisioterapeuta nos MMII.
Todos os movimentos envolvidos nessas posturas com suporte ou não tem o ob-
jetivo de fortalecer os extensores do tronco, abdominais, flexores de quadril e joe-
lhos e ainda melhorar a condição respiratória com contato da cabeça, boca e nariz
com a água no momento da expiração.
Atividades em pé: pacientes com lesões incompletas estão aptos a executar
exercícios nesta postura que envolve transferência de peso, apoio bipodal, unipo-
dal, marcha, exercícios em barras paralelas, com suporte manual, suporte móvel
como macarrão, exercícios de agachamento, subir e descer um degrau e movimen-
tos de MMSS em posição de bipedestação. Todos esses exercícios tem o objetivo
de restabelecer o equilíbrio, a coordenação, força, resistência muscular, proprio-
cepção, funcionalidade e controle de tronco.
A atividade aquática é geralmente realizada por duas razões nesse grupo: para
os exercícios ou natação. Com isso a utilização de exercícios isoladamente pode
mostrar-se entediante às crianças, menos produtiva quanto aos esforços e menos
efetiva quanto aos resultados. Dessa forma jogos e atividades que são divertidos e
prendem o interesse das crianças possuem maior probabilidade de desenvolver as
habilidades necessárias para a possível reabilitação1.
Atividades em meio líquido tem sido bem aproveitada em forma de recreação
pelas crianças há muitos anos, e a população infantil com necessidades especiais
não constitui exceção. De fato, a água é usada tanto na recreação quanto como
uma terapia com as crianças, com resultados surpreendentes. Os melhores resul-
tados ocorrem quando ambas as áreas fundem-se em uma abordagem única no
trabalho com crianças de todas as idades3,65.
A água é utilizada para trabalhar vários problemas patológicos específicos em
crianças, a utilização de programas aquáticos é obtida como fator de reabilitação
nesses indivíduos através de vários exercícios como:
Amplitude de movimento: a depender da condição patológica a amplitude de
movimento pode aparecer com hiper ou hipomobilidade. Os exercícios para resta-
belecer essas condições incluem saltos com a criança no colo, empurrar os pés na
parede, movimentos de bicicleta no colo do fisioterapeuta para a hipermobilidade.
capítulo 4 • 106
Alongamentos, movimentos de batimentos de perna e braços para as condições
de hipomobilidade.
Exercícios de respiração: os exercícios de soprar bolhas na água, a pressão
hidrostática no tronco, soprar bola de plástico com ou sem canudo e falar embaixo
d’água são atividades que auxiliam a restabelecer o controle respiratório e condi-
cionar o sistema promovendo melhor resistência aeróbica.
Flutuação e recuperação na posição supino: a flutuação em supino deve ser
estimulada para a criança controlar o corpo sem suporte de flutuadores inicialmente
para que a criança perceba seu corpo na água. Posturas em flexão podem ser reduzi-
das nessa posição e favorecer a marcha em solo. A recuperação na posição supino é o
retorno para a posição de pé que proporciona mais segurança para a criança.
Flutuação e recuperação na posição prono: quando a criança estiver pronta e
segura no controle da respiração pode ser iniciada nessa posição. Pode ser fornecido
suporte manual, com aparelhos móveis ou ainda na barra. Essa postura estimula a
extensão do quadril, fortalecimento do tronco e controle e extensão do pescoço. A
recuperação em prono deve ser ensinada antes da flutuação, pois a insegurança da
criança na posição de prono pode ser um fator complicador dessa postura.
Rolamento: o rolamento do corpo é utilizado para a criança tirar o rosto da
água quando estiver em posição prono e não conseguir realizar a extensão cervical.
Quando ocorre a rotação cervical o corpo acompanha o movimento. Esse movi-
mento tem o objetivo de reduzir a rigidez e melhorar o controle no tronco.
Mudanças de direção: a mudança de direção é importante para estimular a
consciência corporal, movimentos unilaterais e independentes durante um deslo-
camento na água.
Técnicas de bad ragaz, watsu e halliwick “adaptadas” para diminuir a dor, au-
mentar a amplitude e progredir para exercícios de fortalecimento com suporte da
flutuação para os quadris, podem ser utilizadas em crianças hipertônicas, hipera-
tivas e sem controle do corpo.
capítulo 4 • 107
Um dos principais fatores que afetam as mulheres na gestação é a lombalgia,
causando desconfortos que prejudicam a qualidade de vida da maioria das mu-
lheres neste período1. Assim o exercício aquático é tido como a atividade ideal
para a gestante, pois os benefícios da atividade física em imersão possibilitam a
prevenção e melhora dos desconfortos músculo-esquelético10. As propriedades fí-
sicas da água promovem o relaxamento muscular geral, reduz a sensibilidade à dor,
reduzem espasmos musculares, melhora a eficiência cardíaca e pulmonar, melhora
a força e a elasticidade muscular e mantém o peso e a composição corpórea em
níveis adequados no período gestacional71.
A aplicação de exercícios aquáticos terapêuticos para a paciente pré-parto e
pós-parto pode ser efetuada em várias posições, dependendo dos objetivos do in-
divíduo e do tratamento, de precauções médicas, da fase da gravidez e da resposta
psicológica da paciente ao ambiente. Dessa forma com o problema identificado e
uma compreensão completa dos efeitos hidrodinâmicos sobre as mulheres grávi-
das, o avaliador pode obter qual o melhor programa de tratamento a ser utiliza-
do32. Conforme Ruoti, Morris e Cole3 alguns exercícios são propostos dentro de
um programa de reabilitação aquática para gestantes como: em posição suspensa,
onde o paciente fica sustentando o peso em uma orientação vertical com a cabeça
fora da água; contração abdominal em posição sentada que usa a propriedade
assistiva da flutuação, com flutuadores em torno dos braços e uma boia em cada
mão, a paciente flexiona os joelhos e quadril para 90º para possibilitar equilíbrio
adequado; exercício para o assoalho pélvico na mesma posição inicial utilizada
no exercício precedente, a paciente abduz e roda externamente as extremidades
inferiores juntando os calcanhares3.
Dentro desse contexto de elaboração de um programa de exercícios aquáticos
para gestantes é importante a inserção de alguns exercícios específicos para obter
benefícios durante a gestação, o que afirma Campion32 como:
• Elevar e abaixar os calcanhares até o solo;
• Alongamento de adutores;
• Alongamento em cross-country suspenso;
• Alongamento de flexores laterais do tronco;
• Alongamento de panturrilha;
• Agachamento resistivo;
• Adução e abdução de ombro;
• Balanço pélvico em pé;
• Contração abdominal protetora;
capítulo 4 • 108
• Fazer ponte;
• Fortalecimento e estabilização da cintura escapular;
• Flexionar os joelhos em cadeia cinética fechada em pé;
• Abdominal na barra com pouca elevação das pernas (observar a idade
gestacional);
• Tríplice flexão de membros inferiores (leg press) alternada;
• Tríplice flexão de membros inferiores com abdução em Rã bilateral;
• Fixação de tórax (chest press) de frente e de costas com abdução e adução
horizontal de braços;
• Fixação do tórax (press back) de cotovelos dobrados com flexão e extensão
de ombros;
• Retração escapular.
capítulo 4 • 109
Benefícios da reabilitação aquática específica
capítulo 4 • 110
frequência. Todos esses sintomas podem ser combatidos na água pelos efeitos da
imersão do corpo e propriedades físicas, que vão aumentar a capacidades do pa-
ciente de realizar exercícios com maior intensidade e menor risco de dor e com-
pressão articular.
Atividades passivas: nos casos que os movimentos ativos não são realizados,
os passivos podem ser realizados para evitar rigidez articular. A temperatura e os
efeitos das propriedades físicas da água auxiliam no ganho de amplitude com
menos dor.
Atividades ativo-assistidas, ativas e resistidas: a resistência da água somada
aos movimentos de grande amplitude potencializam o esforço muscular durante
o movimento. O que vai variar o objetivo serão a velocidade e a direção do mo-
vimento. A resistência ao movimento ainda pode acrescida de aparelhos como
halteres, tornozeleiras ou hidrotone.
Exercícios isométricos e isotônicos: exercícios de estabilização ou com im-
possibilidade de movimento articular pode ser beneficiado da contração isomé-
trica. Em geral na fase inicial do tratamento pode ser utilizado para otimizar de
forma precoce o fortalecimento muscular. Já os exercícios isotônicos são utilizados
com maior ênfase nas fases intermediária e avançada. Diferentes graus de amplitu-
de, velocidade e direção do movimento vão determinar o grau de esforço muscular
durante o movimento de acordo com a progressão do paciente.
Controle postural: as variações de exercícios, equilíbrio, coordenação motora
e ganho de amplitude de movimento devem ser precedidas de um bom controle
postural com exercícios de estabilização de tronco sem dor e sem compensações.
Exercícios em cadeia cinética fechada e aberta: as atividades sem susten-
tação de peso podem ser muito utilizadas nas fases iniciais do tratamento para
evitar a descarga de peso articular. É um ótimo recurso para ganho de amplitude,
resistência e força. Auxiliam na funcionalidade, mobilidade articular e nutrição
capsular. Os exercícios de cadeia fechada proporcionam sustentação de peso, pro-
priocepção e controle de movimento. Podem ser realizados com apoios estáticos
(barra e step) ou dinâmicos (prancha, macarrão e halteres) potencializando a esta-
bilização articular e muscular com co-contrações.
capítulo 4 • 111
Reabilitação aquática para o atleta
capítulo 4 • 112
a resistência em terra é fornecida pelo peso e a gravidade, a resistência na água é
fornecida pela turbulência e flutuação e é influenciada pela área de superfície, pela
velocidade de movimento e pelo arrasto53.
Os princípios de treinamento e as progressões são os mesmos usados em solo.
Exercícios de calistenia, de fortalecimento com FNP (facilitação neuro-proprio-
ceptivo) e de controle motor, atividades de cadeia cinética aberta e fechada, treina-
mento da marcha e atividades funcionais são todos facilmente adaptados à água.
Se a sustentação reduzida de peso é um fato a ser considerado, exercícios de forta-
lecimento podem ser efetuados em água funda ou em água rasa com um colete de
flutuação54,55. Exercícios que reproduzem os gestos esportivos também devem ser
implementados nas fases avançadas do tratamento para proporcionar mais segu-
rança, propriocepção e estabilidade para os atletas.
O atleta com cirurgia ou lesão recente pode, com segurança, executar exercí-
cios de treinamento de marcha em água até o tórax durante a fase inicial de rea-
bilitação53. O atleta atinge vários objetivos com esse exercício simples, incluindo
sustentação de peso sobre o membro afetado, treinamento funcional e de força
para a cintura pélvica e os membros inferiores e nutrição da cartilagem articular55.
Os exercícios de fortalecimento na água progridem de variadas maneiras, in-
cluindo o aumento das repetições ou séries, acréscimo de equipamento, aumento
da velocidade do exercício, mudança na posição do paciente ou mudança na pro-
fundidade de imersão do corpo56. A flutuação e a área de superfície podem, ambas,
ser usadas como ferramentas para alcançar os objetivos de força57. Exercícios assis-
tidos por flutuação são usados quando o paciente é incapaz de gerar torque contra
a força de empuxo58. A incapacidade de produzir torque pode resultar de diversos
fatores, incluindo dor, problemas musculares, lesão neurológica, compressão de
tecido inerte ou fatores psicológicos58,59.
A resistência muscular é trabalhada eficazmente em exercícios em imersão
tais como trotar, bater os pés verticalmente na posição de esqui cross-country, é
o movimento de esqui sem deslocamento do corpo da água60. Os exercícios de
fortalecimento para a extremidade superior incluem ações musculares isoladas
específicas para padrões funcionais de movimento59. Padrões normais de movi-
mento da cintura escapular e dos membros superiores podem ser introduzidos
precocemente no processo de reabilitação em virtude da sustentação da água61,62.
Além disso, o fortalecimento da extremidade superior pode ser encorajado du-
rante atividades de marcha tais como andar para frente, para trás e lateralmente,
com indicação por parte do terapeuta do componente apropriado da extremidade
superior a ser trabalhado63.
capítulo 4 • 113
A adição de equipamento aumenta a área de superfície e a turbulência, tor-
nando mais difícil o exercício55. O uso incorreto e sem orientação adequada do
equipamento também pode alterar a qualidade e o padrão de movimento. O for-
talecimento da extremidade inferior na piscina pode começar precocemente no
processo de reabilitação, aproveitando ao mesmo tempo o ambiente de gravidade
reduzida e a ADM. Como em qualquer programa de fortalecimento, um aqueci-
mento deve preceder qualquer atividade vigorosa59,60.
Atividades de aquecimento na piscina tais como marcha para frente, para trás
e lateral facilmente progridem para atividades de fortalecimento e resistência para
o tronco e extremidade inferiores, pelo aumento da velocidade de movimento ou
adição de resistência com equipamento64.
capítulo 4 • 114
também aumenta, devido ao aumento da pressão sanguínea. Ocorre também um
aumento no consumo energético, pois o coração deve aumentar a força de contra-
ção e aumentar o débito cardíaco, em resposta ao aumento de volume de sangue12.
Os pacientes cardíacos indicados para um programa de fisioterapia aquática
são classificados em dois grandes grupos: não cirúrgicos: pós infarto do miocárdio,
angina estabilizada, sobreviventes de “morte súbita”, doença vascular periférica,
insuficiência cardíaca congestiva e miocardiopatias. Cirúrgicos: pontes coronaria-
nas, ablação de placas de ateroma, transplante cardíaco, implantação de marcapas-
so, implante de desfibrilador automático e cirurgia de válvulas cardíacas3.
capítulo 4 • 115
Antes de introduzir qualquer programa de reabilitação aquática, alguns proce-
dimentos de segurança e emergência devem ser tomados para garantir a tranqui-
lidade da equipe de atendimento e principalmente dos pacientes. Um local próxi-
mo a piscina equipado com aparelhos de emergência (desfibrilador), medicações
de suporte avançado de vida, telefones de contato com equipes especializadas de
resgate e fácil acesso a saída. Com as devidas precauções, a reabilitação cardíaca no
ambiente aquático pode ser segura e com ótimos resultados, proporcionando uma
vida mais saudável e com risco muito reduzido1.
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capítulo 4 • 120
5
Filosofias de
reabilitação
aquática
Filosofias de reabilitação aquática
OBJETIVOS
• Compreender os princípios, vantagens e desvantagens e manobras básicas dos métodos
de reabilitação aquática:
• Halliwick;
• Bad Ragaz;
• Watsu.
capítulo 5 • 122
nos padrões de movimentos, trabalho isotônico resistido dos grupos musculares
agonistas e antagonistas, a oportunidade clínica do uso do exercício em cadeia
cinética fechada com segurança3. Knupfer ainda introduziu algumas propriedades
físicas da água como flutuação, turbulência, tensão superficial, e temperatura a
33,3 oC para reduzir a dor, melhorar a complacência de tecidos moles, reduzir
espasmos musculares e promover relaxamento, tornando um diferencial entre o
exercício na água e no solo2.
Com o crescimento e aceitação da facilitação neuromuscular proprioceptiva
(FNP) o Dr. Zinn e equipe refinaram e modificaram os exercícios de Knupfer.
Em 1967 os fisioterapeutas Bridget Davis e Verena Laggatt incorporaram os pa-
drões da FNP de Margareth Knott, no que resultou no método dos anéis de Bad
Ragaz (MABR)4.
Comparação do MABR X FNP
• O MABR incorporou premissas básicas da FNP, porém modificou-as para
a água;
• Corpo estabilizado pelo fisioterapeuta e não pela gravidade;
• Na MBR corpo sustentado por flutuadores; na FNP pela maca;
• Movimentos do paciente ou de água alteram o metacentro;
• No MABR as mãos do fisioterapeuta são o único ponto fixo;
• Na MABR a resistência é manual + água; No FNP é manual;
• A restrição clínica da MABR com a FNP é que embora a amplitude to-
tal de movimento possa ser alcançada, o alongamento rápido (passivo) não pode
ser executado.
Objetivos do Tratamento
capítulo 5 • 123
9. Restauração de padrões normais de movimento das extremidades infe-
riores e superiores;
10. Melhoria da resistência geral;
11. Treinamento da capacidade funcional global.
Técnicas
Isotonicamente
Isocineticamente
Isometricamente
capítulo 5 • 124
Posicionamento
Diretrizes do Tratamento
Progressão do Exercício
capítulo 5 • 125
3. Alteração do braço de alavanca;
4. Mudança da resistência de proximal para distal;
5. Aumento da velocidade do movimento;
6. Alteração da direção de movimento;
7. Uso de inversões rápidas e padrões recíprocos para aumento do ar-
rasto global;
8. Aumento do suporte de flutuação.
Indicações
Contra-indicações
Padrões de exercícios
capítulo 5 • 126
Comando: “mantenha o alinhamento”, “mantenha esta posição enquanto eu
te movo na água”, “mantenha o corpo reto”.
capítulo 5 • 127
Rotação isotônica com flexão
capítulo 5 • 128
Figura 5.5 – Flexão lateral isocinética do tronco.
Posição inicial
Membro afetado: extensão de quadril e joelho. Planta do pé posicionada no
abdômen do terapeuta. Pé em pequena rotação externa. Membro não afetado:
extensão de quadril e joelho (figura 5.6).
Flutuadores cervical e pélvico.
Contato: Mão lado afetado: estabilizar o joelho (anterior ou posterior confor-
me necessário). Mão lado não afetado: dorso do pé. Artelhos medialmente.
Posição final: Membro afetado: extensão de joelho e quadril. Descarga de
peso no abdômen do terapeuta. Membro não afetado: flexão de quadril e joelho.
Continuar flexionando contra a resistência do terapeuta.
Comando: mantenha seu MI E (ou D) retificado. Dedos para cima. Puxar
seu joelho D (ou E) para cima, em direção ao ombro e mantenha. Abdômen
para cima.
capítulo 5 • 129
Figura 5.6 – Padrão membro inferior com descarga de peso.
capítulo 5 • 130
Padrão de membro superior unilateral
Figura 5.9 – Padrão de membro superior unilateral (posição inicial (A) e final (B)).
capítulo 5 • 131
Padrão de membros superiores simétrico bilateral
Posição inicial:
MMSS D e E: paciente posiciona as 2 mãos no quadril. Ombro em rotação
interna. Pronação e flexão de punho e dedos. As mãos do terapeuta estão sobre
cada mão do paciente. Utilizar flutuador de tornozelo (figura 5.10).
Ponto médio: paciente empurra os MMSS para cima e para trás da cabeça,
para a seguinte posição: rotação externa, supinação e extensão de punho e dedos.
O contato do terapeuta é trocado para o aspecto palmar das mãos do paciente,
segurando nas eminências tênares.
Posição final: paciente puxa ambas as mãos para baixo no quadril D
(figura 5.11).
Comando: cotovelos em extensão. Dedos abertos, virar as palmas para cima,
empurrar os MMSS para cima e para trás. Agora, apertar minhas mãos, virar a pal-
ma para baixo assim que você puxar suas mãos para baixo no quadril D. Empurrar
MMSS para cima e para trás. Puxar as mãos para baixo no quadril E. Repetir.
Paciente irá mover-se de um lado ao outro do terapeuta. Quando os MMSS
estão em extensão no quadril E, paciente estará posicionado no lado D do tera-
peuta. Vice-versa. Terapeuta resiste ao movimento mantendo a posição estática e
dos MMSS enquanto o paciente empurra para longe e puxa em direção ao tera-
peuta. O paciente move na água.
capítulo 5 • 132
Figura 5.11 – Padrão de membros superiores simétrico bilateral (posição final).
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Método Halliwick
capítulo 5 • 133
O trabalho se desenvolve em grupos que motivam e favorecem a interação
social, ao mesmo tempo que otimizam o aprendizado. Sua característica holística
influenciou sobre maneira as atividades aquáticas e trouxe uma série de refinamen-
tos às técnicas de hidroterapia. Desenvolveu novos meios de se exercitar e mostrou
que programas terapêuticos e recreativos combinados oferecem uma reabilitação
contínua para todas as pessoas e deficiências, permitindo o alcance do máximo
potencial e trazendo benefícios físicos, psicológicos e sociais.
O controle da respiração, do equilíbrio e a liberdade de movimentos são os
principais objetivos do conceito Halliwick. Quando adquirida a habilidade para
manter ou mudar a posição do corpo, de forma controlada, o participante torna-
se capaz de responder com flexibilidade a diferentes situações, estímulos e tarefa
criando ou solicitando movimentos com eficiência e independência.
O Programa dos Dez Pontos é um processo de aprendizagem estruturado atra-
vés do qual o nadador, mesmo sem experiência prévia, progride à independência
na água controlando movimentos corporais, melhorando capacidades cardiorres-
piratórias, equilíbrio e motricidade. Tornando-se mais confiante e participativo
física e socialmente. Para muitos é a oportunidade de ser competente e indepen-
dente na água e aprender a nadar, enquanto que para outros permite a participa-
ção e inclusão através de atividades aquáticas diversas.
Os 10 Pontos do Programa são:
Adaptação Mental
Figura 5.12 – Adaptação mental, desenhos de Jean-Pierre Maes - Instrutor Senior Halliwick.
capítulo 5 • 134
Desligamento
capítulo 5 • 135
Controle da Rotação Longitudinal
Empuxo
capítulo 5 • 136
pés do fundo da piscina e percebe que a água pode sustentá-lo, ou ao recolher
objetos do fundo da piscina nota que o empuxo o "empurra" de volta à superfície
(figura 5.18).
Equilíbrio em imobilidade
Deslize em turbulência
capítulo 5 • 137
Progressões Simples e Movimentos Básicos de Natação
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Watsu
capítulo 5 • 138
Foi criado como uma técnica de massagem ou bem-estar que não era neces-
sariamente destinada a pacientes tais como são claramente definidos. Entretanto,
terapeutas de reabilitação aquática aplicaram a abordagem em pacientes com uma
variedade de distúrbios neuromusculares e musculoesqueléticos, relatando sucesso
empírico3. Devido ao meio aquático essa técnica diminui o peso corpóreo, aumen-
tando a sensibilidade aos movimentos e somadas aos exercícios respiratórios pos-
sibilitam um relaxamento profundo. O Watsu também promove o alongamento
muscular, melhora do sono, trabalha a postura, alivia o quadro álgico e auxilia a
prevenção. A combinação dos efeitos mecânicos, fisiológicos e psicológicos asso-
ciados à temperatura da água fornece aos pacientes diversos benefícios, tais como:
“respiração mais suave, melhora da amplitude do movimento, reduz os níveis de
estresse e ansiedade e adequação do tônus”2.
Através de movimentos e toques, desbloqueiam-se pontos de tensões físicas e
mentais, podendo também ser liberadas emoções, uma vez que há um aumento
da sensibilidade dos tecidos e o favorecimento do fluxo sanguíneo. As sessões são
amplamente indicadas em casos de depressão, estresse, insônia e problemas mus-
culares. Alguns pacientes relatam que o relaxamento é tão intenso que a impressão
é de se estar de volta ao útero materno.
Não há um protocolo específico para a aplicação do método. Existem certas
manobras que o terapeuta deverá adaptar às limitações do paciente. Porém, esta
adaptação deve estar baseada nos princípios básicos, que são: alongamentos passi-
vos, mobilização articular, pressão sobre os pontos de acupuntura e equilíbrio dos
fluxos de energias (meridianos).
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Figura 5.22 – Começando na parede.
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2. Balanço da respiração: movimento linear que necessita de minuciosa
observação da respiração do paciente, deslocando-o de um lado para o ou-
tro em linha reta acompanhando seu ciclo respiratório. A posição de ambos
os braços permanece a mesma e para realizar o movimento, basta fazer a
descarga do peso em uma perna só, alternando entre a perna direita e a
esquerda.
3. Sanfona: gradualmente e a cada ciclo expiratório, o terapeuta mobiliza
os quadris no sentido céfalo – podálico. Durante a EXpiração, o terapeu-
ta”afunda” a pelve do paciente e durante a INSpiração, retorna com a pelve
para a posição inicial. A mão cranial (mão do espelho, que apoia a cervical)
permanece na mesma posição durante todo o movimento.
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Figura 5.25 – Sanfona rotatória.
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Figura 5.27 – Rotação com a perna de fora.
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Figura 5.29 – Mobilização de ombro.
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Figura 5.31 – Balanço braço-perna.
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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de Medicina, vol. 65, nº 5, mai. 2006. Disponível em: <http://www.cibersaude.com.br/revistas.
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