Autismo em

mulheres: o que
o DSM-5 TR não
te conta
Dra. Annelise Júlio
Doutora em Neurociências
VP da SBNp
Neuropsicoterapia | @neuropsicoterapiabh
 TRANSTORNO DO
ESPECTRO AUTISTA
Núcleo A (3/3)
Déficit de reciprocidade socioemocional

Déficit comportamentos comunicativos

não-verbais usados para interação social

Déficit para desenvolver, manter e

compreender relacionamentos
 TRANSTORNO DO
ESPECTRO AUTISTA
Núcleo B (2/4)
Movimentos motores, uso de objetos ou fala
estereotipados ou repetitivos

Insistência nas mesmas coisas, adesão inflexível a

rotinas ou padrões ritualizados de comportamento

Interesses fixos e altamente restritos que são

anormais em intensidade ou foco

Hiper ou hiporreatividade a estímulos sensoriais ou

interesse incomum por aspectos sensoriais do ambiente
2,8%
1 menina a
cada 3,8 meninos

Maenner et al., 2023

 Em amostras populacionais a
01 diferença é de 1:3

Em amostras clínicas que já

02 tiveram diagnóstico de TEA as
taxas são maiores 1:4

Em indivíduo com um perfil de

03 deficiência intelectual as taxas
diminuem 1:2

Hull, et al., 2020; Loomes et al. 2017;Yeargin-Allsopp et al. 2003.

 Meninas são 10X menos
encaminhadas para diagnóstico do
que meninos.

Meninas são mais propensas a ter

diagnóstico errado

O diagnóstico vem em casos mais

graves ou só tardiamente

Estrin et al., 2021; Wood-Downie, 2021; Tubío-Fungueiriño, 2021; Ros-Demarize et al., 2020
 EU
EXISTO
As dificuldades
na identificação

Green et al., 2019

Hipóteses para a diferença
de diagnóstico entre sexos
01 02 03

Estereótipo de Estimulação no Teoria do copo

Gênero período da infância

Estrin et al., 2021; Green et al., 2019; Lai et al., 2017; Hoang et al., 2018
Teoria do
Copo

Hoang et al., 2018;Sandin, et al., 2017, Jacquemont et al., 2014

Teoria do
Copo

Hoang et al., 2018;Sandin, et al., 2017, Jacquemont et al., 2014

O que o DSM-5 TR não
te conta

"FEMALE
AUTISM
PHENOTYPE"
(FAP)
Melhores habilidades de
esconder traços sociais
Masking/Camuflagem

Dubreucq & Dubreucq, 2021; Hull et al., 2017

Melhores habilidades de
comunicação,
pragmática e
comportamentos
expressivos
(como a gesticulação
apropriada)

Dubreucq & Dubreucq, 2021; Hull et al., 2017

Mais comorbidades
psiquiátricas
TAG, Depressão, TEPT...

Dubreucq & Dubreucq, 2021; Hull et al., 2017

Piores marcadores de
qualidade de vida

Dubreucq & Dubreucq, 2021; Hull et al., 2017

Características que não
aparecem no DSM-5
Maior capacidade de maior habilidade de
aprender a se maior consciência e autocontrole e
adequar a regras desejabilidade social empatia
sociais

mais interesses Maior tendência a

restritivos mais traços expressar questões
associados a animais perfeccionistas de gênero
e celebridades

maior discrepância
entre inteligência e
sucesso profissional
 • Melhores hab. visuais

• Melhor desempenho em tarefas:

⚬ flexibilidade cognitiva
Diferenças ⚬ fluência verbal
nos aspectos ⚬ velocidade de processamento
cognitivos ⚬ funções executivas

O melhor funcionamento executivo -> melhor

camuflagem e hab. sociais

Tubío-Fungueiriño et al., 2021

Masking/Camuflagem
Capacidade do indivíduo com TEA de
imitar comportamentos neurotípicos,
mascarando suas dificuldades de
comunicação e traços autísticos em
situações de interação social, com a
finalidade de promover o ajuste e a
aceitação social entre pares, e de
adaptar-se frente a demandas
ambientais e sociais

Tubío-Fungueiriño et al., 2021; Green et al., 2019

Hiperempatia existe?

Ocorre quando a pessoa está muito

sintonizada com as emoções de outras
pessoas e as espelha com a mesma
intensidade, com tendência a captar
sentimentos negativos.

Smith, 2009, Kok et al., 2016; Stroth et al., 2019; Komeda et al., 2019; Pearson et al., 2022
 Fortes reações emocionais quando outras
pessoas experimentam sentimentos negativos.
Pode incluir sintomas físicos (dor de estômago,
náusea).

Sobrecarga depois de conversar com as pessoas

sobre seus problemas; é como se estivessem
acontecendo com a pessoa.

A pessoa fica tão focado nos problemas de

outras pessoas que negligencia cuidar de si
mesmo.

Acha difícil dizer não às pessoas porque sente

pena delas.

Smith, 2009, Kok et al., 2016; Stroth et al., 2019; Komeda et al., 2019; Pearson et al., 2022
Flexibilidade e teoria
da mente
Grandes influências na rotina e em
processos terapêuticos

Lowinger & Pearlman-Avnion, 2019

 Comorbidades

Casos de maior suporte:

- T. desenolvimento intelectual
- Eplipsia

Casos de menor suporte:

- depressão
- ansiedade
- transtornos alimentares
- menores níveis de autoestima
- comportamentos perfeccionistas

Estrin et al., 2021; Green et al., 2019; Tubío-Fungueiriño et al., 2021; Wilson et al., 2022
 Grandes influências
na rotina e em
processos
terapêuticos
Comorbidades
Piores os
desfechos na
saúde mental

Estrin et al., 2021; Tubío-Fungeriño et al., 2021; Green et al., 2019

Impactos ao
longo do desenvolvimento
Infância
Dificuldades de diagnóstico precoce:
melhor interação e menos problemas
de comportamento
Dificuldades de lidar com as
expectativas de gênero existentes
sobre meninas

Wood-Downie et al., 2021

Adolescência
• Intensificação dos sintomas ansiedade e depressão
• Comportamentos de automutilação/autopunitivos
• Busca de pertencimento em grupos de “excluídos”
• A menarca como potencializador das características.
• Mais experiências sexuais negativas
• Questões relacionadas à formação da identidade e ao
desenvolvimento sexual. Maior ocorrência de não-
heteronormatividade.
Estrin et al., 2021; Tubío-Fungeriño et al., 2021; Green et al., 2019
Essa menina
mudou
completamente
na adolescência
 Dubreucq & Dubreucq, 2021; Hampton et al., 2021; Rynkiwicz et al., 2019

Vida Adulta

Não nasci para Sou excelente

ser mãe, não
tenho instinto
no meu
materno trabalho!!!
(mas não consigo
perceber que estou em
um burnout)
 • Questionário de Camuflagem de Traços
Autistas (CAT-Q)
⚬ Hull et al., 2018
Instrumentos
• Questionnaire for Autism Spectrum
Conditions (Q-ASC)
⚬ Ormond et al., 2017
 Torna-se imperativo compreender
profundamente todas as facetas desse perfil,
tanto no âmbito clínico, familiar, escolar,
ocupacional e relacional. Somente diante desse
entendimento as mulheres autistas receberão o
seu devido reconhecimento, de modo a ter a
oportunidade de obter suporte, apoio, e uma voz
ativa na sociedade.
Toledo et al., in press
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