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SOCIOLOGIA GERAL - P2 (Valor: 10,0 pontos)

Professor: Rodolfo Noronha

Monitora: Clara Souza

Aluna: Marília Armanda Bellot

Questão 01 (Valor: 3,0 pontos): A partir de nossas discussões sobre a pesquisa de


Richard Sennett, explique os títulos do livro e do capítulo 01, apresentando suas
ideias principais:
Podemos tomar como fundamento por trás do título do livro "A corrosão do caráter"
do sociólogo e historiador, Richard Sennett, como uma consequência do sistema de
trabalho capitalista utilizado no mundo moderno. Sennett aborda em seu livro, que o
sistema trabalhista contemporâneo tem seus pontos positivos, entretanto, mesmo
tendo sido uma gigantesca mudança, não se foi de todo uma verdadeira melhoria.
Sennett mostra isso falando sobre o capitalismo flexível, e da necessidade que se há
de se ter flexibilidade no mundo trabalhista atual, para se habilitar as mudanças, aos
novos empregos, e logo ai já temos um grande contraste com o capitalismo industrial,
já que no tempo passado o comum era se ver uma pessoa trabalhando em um
mesmo ramo/área por toda sua vida, enquanto isso, atualmente, a economia se é
totalmente voltada para o resultados no curto prazo o que se trás por consequência a
instabilidade do futuro dentro de uma mesma profissão, o que acaba por gerar um
grande impacto sobre o caráter pessoal, Sennett nos mostra isso a partir da história
de vida de Rico, um engenheiro, que têm uma melhor condição financeira, e têm
como principal preocupação de sua vida a sua moral e como formar o caráter de
seus filhos, e seu pai Enrico, um faxineiro, que tinha como único objetivo servir a
família.
No capítulo "A Deriva" vemos justamente que as características de um bom
trabalho não são as mesmas que a de um bom caráter, já que na vida do pai, Enrico,
vemos que mesmo sendo uma faxineiro, o mesmo era assalariado, tinha um mesmo
patrão e uma carreira, e sua perspectiva de vida em questão trabalhista era de longo
prazo, o mesmo sabia por mais quantos anos teria que trabalhar ali até poder se
aposentar, tendo sua vida trabalhista planejada, e garantida ao mesmo, o passando
segurança e confiança. Já com rico, no mundo atual do capitalismo flexível, mesmo
ele ocupando um cargo que recebia muito mais do que o seu pai, o engenheiro não
possui nenhuma certeza ou estabilidade, em 14 anos de trabalho teve que se mudar
4 vezes, e havia sido demitido da empresa em que trabalhava e acabou tendo que
começar o próprio negócio, entretanto tudo continuava exigindo muito do seu tempo,
tendo que lidar com vários clientes e atender o desejo destes e ajustar seu tempo
para entender o pedido de cada um, tendo assim que ser flexível, e suas
expectativas de vida trabalhistas são de curto prazo também já que nunca se sabe
quando vai ter que mudar novamente de cidade ou de emprego, não há estabilidade
alguma, e esse é justamente o significado do título desse capitulo, " à deriva" pois é
assim que rico sente que deixou sua vida pessoal e emociona, a deriva, sem
nenhuma perspectiva de mudança, vivendo para o trabalho, partindo do ponto que
tanto ele, quanto sua mulher, vivem para sobreviver nessa economia capitalista atual,
que apenas muda toda hora, não se há compromisso e nem lealdade, então como
ensinar esses valores aos seus filhos se eles não viram nenhum exemplo real disso
acontecendo na sociedade capitalista.
Entendemos assim que que o capitalismo moderno apenas nos deixa a deriva de
forma ética e emocional, correndo o nosso caráter, (que é a base da relação humana)
e levando a maior parte de nosso tempo, não deixando nada para as relações
interpessoais, se tornando estas também de curto prazo.

Questão 02 (Valor: 4,0 pontos): Relacione o texto de Pierre Bourdieu aos outros
autores clássicos trabalhamos na disciplina (K. Marx, M. Weber e É. Durkheim),
explicando sua influência no texto do autor:
O texto de Pierre Bourdieu do livro "O Poder Simbólico" falando sobre como
conhecer o mundo é atribuir significados, e sobre como as simbologias têm poder e
movem o mundo, nós remete a Durkheim quando Bourdieu fala sobre a importância e
o poder das estruturas sociais, Bourdieu diz que os sistemas simbólicos, apenas
podem exercer um poder estruturante (estruturando a lógica de compreensão da
realidade) porque são estruturados (mutáveis).
Utilizando assim de Durkheim, que fala sobre as estruturas, e os fatos sociais, e
como estes moldam a consciência coletiva, entretanto Bourdieu vai além de
Durkheim, falando sobre a importância das estruturas simbólicas, e a disputa por
significados, e como isso advém tanto de interesses particulares como interesses
universais, sendo utilizado como um ato de poder, logo dominação, e é nesse ponto
em que Bourdieu, utiliza de Weber, que fala sobre o poder legitimado, e sobre os
sistemas de significados e as formas de dominação, mas enquanto weber fala sobre
a importância da ação social e da compreensão das motivações individuais, Bourdieu
fala sobre a influência de estruturas sociais mais amplas na formação de
comportamentos sociais.
E com relação a Marx, Bourdieu fala sobre as relações de poder e a luta de classes
(que impõe definições do mundo) garantindo uma reprodução ideológica (simbólica)
ou de classes sociais (material), Bourdieu também fala sobre a dominação de classes
e como uma cultura dominante, cria uma classe dominante tendo por assim uma
ideologia. Mas Marx fala mais sobre a luta de classes e sobre a economia, enquanto
Bourdieu foca mais na questão dos símbolos culturais e sociais.

Questão 03 (Valor: 3,0 pontos): A partir de nossa discussão sobre as ideias de


Ângela Davis, é possível pensar em um capitalismo antirracista e antimachista?
Explique desenvolvendo as relações entre as opressões de gênero, raça e classe:
Vendo a partir do livro "Mulheres, raça e classe" de Ângela Davis, não é possível
pensar em um governo capitalismo como sendo antirracista e antimachista,
quando fala sobre a possibilidade de um capitalismo antirracista e antimachista
Ângela pontua esses atos como sendo inerentes e advindo do sistema econômico
capitalista.

A autora destaca em seu livro como as mulheres, principalmente as negras, enfrenta


diversas opressões sociais em seu cotidiano a décadas, onde as estruturas de poder
sempre estão criando formas de estimular a desigualdade.

Com relação ao capitalismo, Davis argumenta que as mulheres negras sempre foram
exploradas mais devido a sua vulnerabilidade socioeconômica, sendo obrigadas a se
submeterem a qual situação fosse melhor para o sistema, seja quando era
necessário que estas fossem colocadas como trabalhadoras escravas na parte
agricula, ou quando era necessário colocar estas como sexo frágil pra que elas
tivessem menos direitos, ou então para serem encaradas como mãezonas da casa e
cuidadoras do lar, mas nunca como mulheres femininas, afinal de contas, elas não
eram brancas. Ou seja, sempre tendo que ser mutáveis as necessidades desse
sistema governamental.

Para pensar em um capitalismo antirracista e antimachista seria necessário a


mudança total das estruturas que perpetuam a exploração e a marginalização para
assim promoverem políticas que praticassem a igualdade, pois atualmente vemos a
opressão de gênero no capitalismo em diversos pontos, como na diferença salarial,
na segregação e na objetificação das mulheres. Integrar uma perspectiva antirracista
nesse contexto implica reconhecer que as mulheres radicalizadas enfrentam desafios
a mais, seja nos trabalhos ou no dia a dia. Então para que o capitalismo fosse
antirracista e antimachista exigiria medidas para eliminar as disparidades salariais e
criar oportunidades igualitárias para todas as mulheres, independentemente de raça
ou classe, o que infelizmente é praticamente uma utopia.

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