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Henrique Rothbarth Lima

GRR: 20221067
08/02/2023
No capítulo 4 do livro Perspectivas Sociológicas, de Peter Berger o autor diz que “ O adulto
normal é aquele que vive dentro das coordenadas que lhe foram atribuídas” e que “Aquilo a
que se chama consenso geral é na verdade o mundo dos adultos aceito como óbvio” estas
frases resumem, a ideia do autor, que defende que o local em que nós estamos no meio
geográfico e social, são determinantes para as nossas escolhas e o contexto em que
estamos inseridos, e que, estando em sociedade, corremos riscos ao ignorar ou desobedecer
as regras, ou coordenadas que definem nossa localização. Esse pensamento segue no
próximo parágrafo onde o autor afirma ainda que “as coordenadas básicas dentro das quais
se pode mover e tomar decisões ainda terão sido traçadas por outros, na maioria estranhos,
muitos deles mortos, há muito tempo”.

Em seguida o autor cita diferentes áreas de pesquisas pelas quais ele irá defender sua ideia,
dita anteriormente, sendo elas o controlem social e a estratificação social. O controle social,
segundo o autor, se refere as diferentes formas usadas por uma sociedade para “enquadrar”
seus membros recalcitrantes’, sendo que estes métodos, variam de acordo com a finalidade
e o caráter do grupo em questão, o autor então explica sobre os diferentes meios de controle
social, sendo o primeiro o uso da violência física, especialmente utilizada pelo Estado através
de forças militares, sendo o responsável pela sustentação da ordem política, independente
de qual seja. Ele continua então, dizendo que “em qualquer sociedade normal, a violência é
utilizada apenas como último recurso e apenas a ameaça dessa violência final basta para o
exerço do controle social. O autor mesmo diz que o uso constante da violência se torna
ineficiente no seu propósito, pois se a mera presença da força já causa influência, o seu
excesso retira o efeito psicológico que deveria ter na sociedade. Em segundo lugar, o autor
apresenta os meios subviolentos de controle social, onde são mencionados os controles
políticos, legais, econômicos, sendo o econômico o mais focado, devido ao poder de coerção
que ele proporciona, em destaque as utilizações de sansões econômicas nas igrejas e
universidades. Outros mecanismos de controle social são apresentados, que são, o ridículo,
a persuasão a difamação e o opróbrio. É citado então a maneira com que uma opinião
contraditória chega a um consenso através da persuasão, como no exemplo que é dado dos
canibais exercendo pressão sobre um não canibal. Nesse sentido, o autor diz que “o que jaz
no fundo dessa pressão aparentemente inevitável no sentido de um consenso será
provavelmente um profundo desejo humano de ser aceito” o que acaba normalmente alvo de
manipulação por diversos grupos de pessoas. O ridículo e a difamação são outros
mecanismos de controle, que são eficientes quando realizado sobre crianças, ou em
pequenas comunidades como dito no texto, onde a fofoca é praticamente essencial para os
relacionamentos neste tipo de convívio social, na medida em que corresponde a uma forma
comum de comunicação.

O capítulo 5 do livro de Peter Berger visa mostrar que não só a sociedade impõe e obriga os
indivíduos a terem certas escolhas e ações, mas os homens sempre tentam se encaixar na
sociedade e, portanto, em última análise, querem agir de acordo com o que a sociedade
espera cada indivíduo. Para mostrar isso, o autor primeiro nos apresenta a teoria do papel
que faz parte da escola Americana. A teoria do papel afirma que, assim como no teatro, cada
pessoa tem um papel. A sociedade espera uma postura diferente de cada papel, as pessoas
não estão realmente limitadas a desempenhar um único papel cada, uma pessoa
desempenha vários papéis em sua vida diária, dependendo do ambiente em que se encontra
e de que maneira as pessoas esperam que o indivíduo aja. Um exemplo é um homem que
age em uma autoridade no trabalho por causa de sua posição hierárquica, mas que agem
fraternalmente dentro de casa com sua família. Outro ponto importante é que é dificilmente
as pessoas fingem exercer um papel, geralmente as pessoas realmente se tornam seu papel,
ou seja, a sociedade acaba moldando o indivíduo e o transformando. Em contraste com a
teoria dos papéis, o autor nos introduz a sociologia do conhecimento, que é de origem
europeia. A sociologia do conhecimento mostra que as regras da sociedade estão interligadas
diretamente com o tempo em que estão inseridos, as relações de poder existentes e quem
fez as regras. Quase sempre a ideia geral de sociedade é criada por quem tem mais poder,
a ideia geral de sociedade, serve para manter a ordem social e quase sempre repetida pelos
indivíduos honestamente. Depois de introduzir essas duas formas de análise, o autor tenta
alinhá-las com a teoria dos grupos de referência, onde que diz que os grupos de referência
servem como modelos para indivíduos onde eles sempre podem se comparar e fazer o
possível para corresponder para serem aceitos pelo grupo. Cada grupo de referência tem
uma certa visão de mundo e essa visão de mundo carrega consigo diferentes maneiras de
viver. Para ilustrar, o autor fornece um exemplo das universidades que possuem várias
"tribos", cada uma com diferentes formas de se vestir e agir, e diferentes visões políticas. Por
fim, o autor apresenta o conceito de internalização, quando os indivíduos durante sua
socialização acabam internalizando suas formas de agir e ver o mundo. Desta forma, a
sociedade se torna parte do indivíduo.

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