Você está na página 1de 2

O livro “A construção social da realidade” é uma obra que tem como propósito fazer uma

leitura da chamada “Sociologia do Conhecimento”, ele começa explicando exatamente o que


seria essa forma de sociologia. Nessa obra, Thomas Luckmann e Peter Berger fazem uma
análise do que eles chamam de “processos de legitimação pelos universos simbólicos” que
coloca como base do seu pensamento a intersubjetividade e a biografia individual. A grande
proposta do livro está na análise de como o homem constrói o seu próprio conhecimento da
realidade. Ele trata das relações entre o pensamento humano e o contexto social dentro do
qual ele vive. Resumindo, o entendimento que os autores têm do que é realidade e
conhecimento: a realidade da qual temos consciência, o conhecimento que temos dela, é
um produto da sociedade. Essa última construída pelo próprio homem e, por isso, ao mesmo
tempo que o homem constrói e molda a sociedade ele é por ela influenciado.
Em seu trabalho os autores abordam o problema da transmissão a uma nova geração das
objetivações da ordem institucional que, por sua vez, é tornada como parte inerente e
irrefutável da história. Para eles a legitimação é uma questão de tradição teórica, incluindo
também as explicações e justificações.
Esse trabalho explora a questão apresentada do conhecimento, passando por uma
abordagem dos aspectos sociológicos da realidade e conhecimento, pela análise dos
fundamentos do conhecimento na vida cotidiana, pela análise da sociedade como realidade
objetiva e pela análise da sociedade como realidade subjetiva.
Coexistem diversas realidades, mas a que atua como com maior intensidade na dialética é a
realidade da vida cotidiana. A questão relevante abordada diz respeito ao referenciado no
título da obra: “A Construção Social da Realidade”. A realidade, entendida como fenômenos
que existem independentes da nossa vontade, é construída por uma conjunção de fatores
sociais, decorrentes da ação humana. A abordagem complementar apresenta a dialética
realçada em toda a obra: O homem constrói a realidade social ao mesmo tempo que é por
ela influenciado.

O artigo “A gaiola de ferro revisitada: isomorfismo institucional e racionalidade coletiva nos


campos organizacionais”, de Paul J. DiMaggio e Walter W. Powell, expressa que na teoria
organizacional moderna, existe uma visão de um mundo de organizações diferenciado e
diverso, buscando explicar a variação entre organizações em termos de estrutura e
comportamento. Há uma homogeneidade entre as organizações, e não uma variação onde
exista um campo já bem estabelecido.
O isomorfismo é o melhor meio de descrever o processo de homogeneização, pois constitui
o processo de restrição que força uma unidade em uma população a se assemelhar a outras
unidades que enfrentam o mesmo conjunto de condições ambientais. Sendo que na esfera
populacional a abordagem sugere que características organizacionais são modificadas na
direção de uma compatibilidade cada vez maior com características do ambiente.
Três mecanismos que ocorrem mudanças isomórficas são: isomorfismo coercitivo,
isomorfismo mimético e isomorfismo normativo. Em relação ao isomorfismo coercitivo,
pode-se dizer que é o resultado tanto de pressões formais quanto informais, em que as
organizações são submetidas, por outras organizações que são dependentes ou pelas
características culturais da sociedade em que a organização está inserida. Outro meio
bastante importante na questão desse isomorfismo é a existência de um ambiente legal, que
afeta aspectos do comportamento e da estrutura das organizações.
O isomorfismo mimético é adotado a partir de ambientes de incerteza, e organizações
tomam outras organizações como modelo de atuação, servindo como uma fonte de práticas
que uma organização pode-se utilizar, que outras organizações já utilizam com sucesso.
Usualmente organizações novas, tomam como modelo organizações com maior tempo de
experiência, e com práticas já difundidas e desenvolvidas no mercado, a fim de modelos
para se basear.
O isomorfismo normativo é associado a profissionalização, ou seja, as categorias
profissionais estão sujeitas às mesmas pressões coercitivas e miméticas das organizações.
Os profissionais apresentam muita semelhança com seus pares em outras organizações.
Dois aspectos importantes: apoio da educação formal e por especialistas universitários e
constituição de redes que perpassam as organizações, tais como associações e entidades
de classe.

O artigo “O que é legitimidade organizacional?”, de Luciano Rossoni, relembra o conceito de


legitimidade organizacional partindo do seu caráter estrutural, evidenciando o seu vínculo
com os princípios mais enraizados na sociedade. Assim, os autores baseiam seus
argumentos na teoria da estruturação de Giddens e na concepção de construção social da
realidade de Berger e Luckmann

Você também pode gostar