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Obatalá

1. Awon irunmole ojo ose


Obatala é um dos irunmoles que tem o nome muito
conhecido em todos os cantos da região Yorubá, pois o
mesmo tem orikis de “Aniyikaye bi olodumare” (Aquele que
tem fama na terra como olodumare).
Segue algumas informações sobre nomes dados a
Obatala:
a) Orisà Nla (Grande Deus) – Responsável pela
modelagem e criação do corpo humano
Quase não existe nenhuma cidade que não conheça ou
chame Obatalá com este nome devido a sua grande
posição de honra junto à hierarquia dos orixás, pois o
mesmo trata-se de contato direto com Olodumare, os
Babalaôs dizem: Obatalá é ajudante de Olodumare quando
o mesmo inicia a criação dos outros orisás no Orun e
quando Olodumare decidiu criar os humanos (homo
sapiens)em sua imagem espelhada devido a crença
popular, os Babalaôs acreditam que Olodumare confiou em
Obatala a responsabilidade da finalização desta criação
(popularmente na região Yorubá é utilizado o dito popular
sobre o grande trabalho de Obatala em relação a pessoas
de grande beleza).
Algumas pessoas dizem que este Orisá foi quem criou o
nariz, olhos, orelhas e as outras partes no corpo humano,
existe um provérbio Yorubá que comprova este fato
dizendo que a beleza é de sua origem pois o mesmo trata-
se de um Orisá muito belo.
Os intempéries humanos não tratam-se de origem dos
orixás e sim da natureza dos mesmos. Como por exemplo,
nascituros com deficiências ou deformidades não tratam-se
dos domínios dos orixás (como albinos, deficientes de

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movimento) seus defeitos que alguns consideram como
falha do orixá é assim considerado de forma errônea.
1. Orisà Alà
Obatala é conhecido por este nome devido a utilização
de roupas e adornos brancos (cores brancas de forma
geral) e o efun trata-se de um grande símbolo deste orisà.
Seguem qualidades/caminhos deste caminho de Obatalá.

Acima, são poucos nomes deste Orisà, porém, como


em qualquer religião faccionada (facção) existem
diferenças de tratamentos da mesma forma no culto
Yorubá, existem também diferenças de culto deste orisá,
no entanto, trata-se do mesmo Obatalá apenas com
tratamentos diferenciados podendo o mesmo ser chamado
por qualquer um dos nomes acima, podendo o mesmo ser
lembrado pela seguinte oriki:
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Tradução: Aquele que tem a fama, assim como Olodumare
Detentor de Odú claro

2. Odu ti Obatala Ba ró - Odu em que revela Obatala


Não existe nenhum Irunmolè que não tenha Odu
correspondente do Orun para o Ayie. O correspondente a
Obatala é chamado de Arótetan-Ansà, como segue abaixo:

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Depois que Obatala vem com Orunmila para a terra, o
mesmo começa a andar fazendo indicações de pontos de
criação (como árvores, territórios, frutas e outros
elementos) com sua ferramenta (opá), após isso Obatalá
volta a Orunmila e reporta a finalização de seu
mapeamento no Ayie, Orunmila então diz a Obatalá para
que o mesmo fique, assim Obatala inicia sua vida naquele
local junto com sua esposa Yemoó.
Foi Orunmilá quem escolheu para o mesmo iniciar sua
vida, este local fica no meio do caminho, onde sua imagem
é bem refletida e as pessoas começam a presentear ao
mesmo e a sua esposa.
Obatala então reivindicou o poder awise (ordenar,
determinar, decidir) a orunmilá e qualquer pessoa que
tenha problemas e pede ajuda de Obatalá, o mesmo
ora/atende a este problema.
A partir das pequenas árvores que Obatala criou, nasceram
frutos brancos, e estes são chamados de “Iran ajé” ou
“Iranjé”, pois um dos orikis de Obatalá diz:

(ultima linha fala que Obatala é o Deus dos caminhos, da criação)

Depois que aquele lugar tornou-se uma cidade, um dia


Obatala chama um dos aprendizes de Orunmilá com nome
Tenbelegan-ki-i-gba-òná-ki-i-gba-inú-igbé (Não passar pelo,
não passar pela mata fechada) para que o mesmo consulte
o oráculo para si e quando este o faz e reporta a Obatala
sobre o significado do Odú.
O mesmo dizia que Obatalá deveria sair daquele local
e descobrir novos lugares conforme oriki abaixo que trata
sobre o odu de resposta falando sobre a saída de Obatala

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de Iranjé-Ajé, para um novo local que passará a ser
chamado de Iranjé-Oko.

Assim, Obatala e sua esposa saem do local a procura


de um novo local, estes andam por muito tempo até que se
iniciou uma grande tempestade formando um córrego
levando muitas coisas para um enorme buraco que existia
no caminho que Obatalá e sua esposa teriam que passar,
ao olhar dentro deste buraco enxergou muito lixo e uma
grande quantidade de sapos, a água que corria não encheu
o buraco de água e quando esse sapo viu Obatala pediu
para que fosse salvo, quando o mesmo retornou ao sapo:
- O que ganho se salvá-lo??
O mesmo prometeu a Obatala que aquele opà que o
mesmo segurava seria feito de presas de elefante e
prometeu que se fosse salvo daria a Obatala 200 dentes de
elefante (marfim), é neste dia que Obatala descobre o
poder dessa ferramenta (opá) que orunmilá concedeu ao
mesmo. Obatala então colocou essa ferramenta dentro
deste buraco e muitos sapos foram salvos agarrando-se a
esta ferramenta. A partir deste dia Obatala descobre que
nesta ferramenta (opa) tudo que toca é salvo.
Após ter salvado os sapos pergunta aos mesmos,
como vocês saberão onde eu estarei para que você
cumpra o prometido?
O mesmo responde: Como somos nômades nós o
localizamos e o mesmo responde positivamente, assim,

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Obatala e sua esposa continuam a viagem. Após algum
tempo chegam a um lugar onde sua intuição o levara, fecha
os olhos e fixa seu opà sem olhar, quando abre seus olhos
vê pequenas árvores nascendo com frutos brancos
novamente, então Obatala se convence de que naquele
ponto iniciaria a segunda cidade (Iranje-oko), Obatala e sua
esposa então passam a viver neste local.
Um dia, os sapos, tratados anteriormente, visitam
Obatalá formando uma fila, ao chegar e encontrar Obatala,
o mesmo saudando-os perguntando sobre as presas de
Marfim prometidas, os sapos então pedem desculpas para
Obatalá e dizem que foram mal interpretados e que não
haviam prometido nada, na realidade não foram prometidas
200 presas e sim que seriam cantadas 200 cantigas,
Obatala então ordenou que os mesmos ficassem pela
eternidade comprometidos a cantar.

(tradução: o que falamos não são 200 dentes e sim 200 cantigas)

Obatalá então compreende e pede que os sapos cantem as


cantigas

Existem vários Odus que revelam sobre Obatalá,


algumas dessas nomenclaturas são: Osé-fúu ou Osá-
Ogiyan. Existem diferenciações entre regiões onde cada
adiciona e subtrai algumas coisas, onde são criadas as
diferentes formas de culto deste Orisá, porém, pertencem
ao culto do mesmo Orisá sem dúvida.

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3. Ipó ti Orisà yii ko – Comparando a posição deste orisá em
relação aos outros, autoridade, imposição e outros.

Como dito anteriormente que Obatala tem uma


relação muito grande com Orunmila e é sabido sobre o
grande poder de adivinhação do mesmo (vindo de Ifá),
assim como seu Asè, Obatala passa a usar o poder de Ifá
na terra.
Se é lembrado como os Irunmolés são no Orun e a
hierarquia de cada destes, descobrimos que Obatalá está
acima de Orunmilá, suas comprovações são dadas por
parábolas e Odus como por exemplo o Odu Eji-Ogbe

Esse Odu mostra claramento que Obatala é o maior


de todos os Irunmolés e este comprova o porque de todos
os Irunmolés adoram, eligiam e admiram Obatalá. Outras
parábolas que comprovam neste mesmo Odu

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Tradução –
Todas as riquezas que as águas deste mundo têm,
Nada supera o mar
O mar é o chefe das águas, acredite
Todas os rios têm a grandeza
Mas a grandeza destes não se iguala a de Osá (mar)

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O caminho do mar, acredite
Todos os irunmolés discutem e se juntam para retirar um dos orikis de
Obatalá como “O Poderoso”
Chamam Elegbara, Agbo
Mas ele se recusa
Não existe Odu que tenha mais prestígio que o Ejiogbe
Este Odu quem coordena as ações
Ejiogbe é o pai de todos os Odus
O Mar é o chefe de todas as águas
Obatala é o chefe de todos os orisás
Todos os pequenos rios
Que não respeitam o mar
Serão secos (acabarão)
Pedi da riqueza de Olokun
Pedi da riqueza de Olosá
Olosá que é o segundo mar
Eu consegui comer, mas não me satisfaz
Quem não sabe que só a riqueza, benção e a graça de Deus ficam
eternamente
(Oriki usado pra evocar Olokun)

Seguido de Obatala dois importantes Irunmóles são


Orunmila e Esú, o nome completo de Esú é Elégbara.
Quando os grandes Babalawos são questionados como é a
hierarquia dos Irunmolés, estes respondem que depois de
Olodumare, são:

1. Obatala
2. Orunmila
3. Esú
4. Ogún
5. Oyigiyigi – Oba omi (O rei das águas)

Os grandes Babalawos dizem que Obatala o mais


importante de todos e o mesmo trata-se da primeira

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criatura criada por Olodumare, antes mesmo da criação
dos outros Irunmolés e que quando Olodumare começa a
criar os mesmos e outras criaturas é Obatalá quem
Olodumare chama para auxiliá-lo. Olodumare é quem cria a
imagem, Obatala tem a função de criar os órgãos
sensoriais, como dito anteriormente (responsável pela
finalização), por ter essa responsabilidade Orunmilá está
em segundo lugar ao invés de Obatalá que está em
primeira posição. Para mais esclarecimentos segue outro
Odu chamado Ogbé-Dí Wò:

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Esse Odu comprova a antiguidade de Obatalá. Outro Odu
que comprova a antiguidade de Obatala:

Tradução :
Comparação do poder dado por Olodumare a cada ser vivo, o poder da
cobra e do elefante, suas presas sua força e brutalidade, todos os orisás
adoram e providenciam comidas para obatalá, ele é a antiguidades
(ancestral) de todos os orisás.

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4. Àmi Obatala (Identificação/simbologia)

5.1 Vestimenta branca – Esse é que os babalawos


chamam Aso Àlà (identidade branca). Pois os àwòrò
(pessoas que cultuam Obatala) Obatala só usam
paramentos brancos . Calça, camisa, barrete/Ojá
brancos. Iniciados no culto de Obatalá masculinos
usam Gèlè (torço, Ojá de cabeça) e mulheres usam
filá, ambos brancos.
5.2 Efun – Os lugares onde Obatalá habitam devem
ser pintados com Efun e os iniciados devem usar efun
para pintar o corpo e não Osun (odeia Osun)
5.3 Iléke-séséefun – pulseiras brancas, apenas
iniciados do sexo feminino devem usar, braços,
pescoço e pernas.
5.4 Ojé – Tipo de ferro branco, os iniciados para este
Orisá, usam este ferro para fazer braceletes para os
braços (ambos – direito e esquerdo). O dia em que
determinada pessoa é iniciada e recebe esse Ojé não
pode mais retirá-lo até sua morte. Sobre o assunto:
Este ferro é usado para fazer a escultura contida
dentro do assentamento de Obatalá
5.5 Igbá funfun – Cabaça branca, sempre fechada
ambas as partes e todos os itens usados para o culto
devem estar dentro.

5. Àwon ohun Apeere Ojubó Obatala - Itens que


devem constar no Ojubo de Obatalá

5.1 Imagem da pessoa feito pelo ferro Ojé, citado


anteriormente – Esta escultura deve estar dentro da
cabaça branca e representa Obatalá;
5.2 Opá-Osooro – Representa o Opa que Orunmilá dá
a Obatala o dia em que ele vem do céu para a terra;

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5.3 Aaja – Parecido com Agogo, no dia de culto de
Obatalá, deve-se pegar água do rio ao amanhecer,
antes de ser visto por qualquer pessoa, tocando
este instrumento para que todos se escondam afim
de não vê-lo.
5.4 Awe – Tipo de baú, onde é colocada a água
(quartinha) de rio, que deve ser apanhada somente
por mulheres virgens, para que a pessoa possa
beber caso tenha algum problema. Este deve
sempre estar junto ao Ojubo
5.5 Igba Ori – Uma das coisas muito importante é o
crânio de pessoa já falecida , apenas humano, não
animal, lavado até que fique branco devido a lenda:

Obatala ao invés de usar Osun, usa sangue da pessoa,


não usa cabaças para beber, usa o crânio de outros, a
água do Ojubo deve ser depositada dentro do crânio.
Antigamente pessoas eram enterradas vivas só com o
pescoço para foram e é aonde eram colocadas as Awe
(quartinha) com água do rio.

5.6 Éekan – Assento de barro, madeira ou pedra


(apoti). Comprovado pela cantiga:

Ó ni eni ni ilê (tem rasteira , esteira, em casa)


O Sun no orí eekan (mas prefere dormir no assento)

6. Awon Aworo Obatala – Os seguidores de Obatala

São poucos os seguidores de Obatala, no lugar onde


habitam muitos devem existir muitas mulheres virgens para
que possam apanhar água do rio antes do amanhecer, por
isso ninguém deve vê-las e esta água é servida para a
pessoa.

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Um dos tabus dos iniciados de Obatalá é não poder
tomar água de outros dias, á água retirada no dia somente
poderá ser consumida no mesmo, no dia seguinte não deve
ser consumida nem usada para o culto, deverá ser colhida
novamente para uso/consumo.

7. Como são chamados os seguidores de Obatalá

7.1 Aborè ou Adósu – Esses são os nomes pelos quais


devem ser chamados os iniciados ou babalorixás
(masculino); e

7.2 Iye/Yeye Loosá – Somente mulheres mais velhas


nas seguintes condições:

7.2.1 Aquele que nasceu naquele lugar (Ilê), ou através


de pedido a Obatalá
7.2.2 Mulheres que não pode mais engravidar
7.2.3 Mulheres mais velhas na menopausa

Iye/yeyelorisá é um cargo/posição muito importante se


os seguidores são muitos ela é responsável por nomear a
mulher responsável pelos cuidados a Obatalá. Um Ewó de
qualquer uma escolhida para trabalhar no Ojubo é não
manter relações sexuais, no momento em que isto ocorre à
pessoa deve ser destituída desta função.

8. Awon Eewo Obatalá – O que não pode ser


feito/proibições

8.1 Meu (vinho da palma) – Os seguidores de Obatalá


não podem ingerir Emú. O seguidor de Obatalá ao
beber o mesmo é dito que a boca e as mãos serão
desprovidas do branco, segundo a lenda;

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8.2 Ekú Egungun rirú – Iniciados de Obatalá, não
podem carregar ekú egungun (roupa de egungun),
pois é falado que os caçadores têm uma cantiga
falando sobre:
Èmi kò mò pé
Olòbàtálá ki í Ru èkú
Egúngún Ìjaolá bu
Sí yààrá Òrisà-oko
8.3 Iyó – Obatalá e seus seguidores não podem comer
sal;

8.4 Epo – Obatalá e seus seguidores não podem ingerir


epo (dendê) somente banha de orí conforme
cantiga:

Tradução: Ele é um orisá que vê o sal mas não pode comê-lo, ele é um
orisá que vê o dendê mas não pode comê-lo, ele só come coisas brancas.

9.6 Oti Sekete - Cerveja feita de milho, Obatala e seus


seguidores não podem beber desta bebida, caso
queira beber somente poderá beber cerveja feita de
mate (cevada);

9.7 Obatalá e seus seguidores não podem comer


cachorro;

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9.8 Obatalá e seus seguidores não podem comer porco;

9.9 Obatala e seus seguidores não podem tomar água


quente e não podem usar água quente para tomar
banho;

9.10 Obatala e seus seguidores não podem levar o fogo


(vela);

9. Itan bi Emú mimu – Lenda da proibição para


obatalá

Como tratado anteriormente, como olodumare cria o


mundo e como no início a terra estava coberta de água os
mais velhos babalawos dizem que quando Orunmila volta
para o céu e conta para olodumare como a terra era
coberta de água, Olodumare chama Obatalá e concede ao
mesmo 4 elementos:

1. Erupé:Areia
2. Abo Adie: Galinha
3. Ògá: Camaleão
4. Àsé: Asé (opa)

Olodumare diz então a Obatalá que quando estiver a


pouco de chegar na terra para que o mesmo jogue areia do
saco ofertado em cima da água, a galinha no ponto onde a
areia foi jogada para que a galinha use seus pés para
espalhar a terra em cima da água, fala também que quando
a galinha o faz a terra começa a cobrir a água a afastar-se,
assim que esta se espalha para jogar o camaleão, para que
o mesmo possa pisar onde a água já estiver afastada.
Olodumare fala para Obatalá que em todos os lugares
onde esse camaleão pisar secará e só depois disso
Obatalá poderá pisar no chão, depois deste processo

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Obatalá deveria jogar seu Opá naquele ponto e começar a
viver naquele lugar e após isso a terra seria coberta e a
água afastada.
Conforme orientado, Obatalá pegou os elementos e
junto com Orunmilá e outros Irunmolés para a terra, no
caminho da descida do céu para a Terra, estes encontram
muitas dificuldades no meio do caminho Obatalá luta com
Ikú e a vence. Por isso Obatalá tem a seguinte cantiga:

Após vencer Ikú, ele encontra uma árvore de Emú


como estava com sede, Obatalá pediu aos Irunmolés para
que pudesse beber um pouco do emú, Obatala bebeu
demais e adormeceu, quando Orunmilá soube sobre o
sono de Obatalá, este ordenou aos outros Irunmolés para
que o seguissem e escolheu Ogun para ocupar a posição
de Obatalá, assim, Ogun assume a posição de Obatalá e a
viagem continuou.
Ogun já na posição de Obatalá abriu o saco que
continham os elementos e pega todos para si. Procura o
Asé (Opá) e não o acha ninguém sabia que Obatalá
escondeu o Opá dentro de sua calça, quando descobrem já
estavam perdidos no caminho para o Aye.
Faltando pouco tempo para o término da jornada,
seguiram as orientações de Olodumare, e tudo aconteceu,
conforme dito e conseguiram chegar. Após algum tempo
depois de terem ido Obatalá acordou, levantou-se e correu
com muita tristeza atrás dos Irunmolés, não demorou muito
e este chegou, quando chegou em Ifé Oodaye, entrega seu
opa para Ogun mas este pediu que Obatalá o usasse

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conforme combinado com Olodumare, desde aquele dia
Obatalá jurou que jamais beberia Emú, por este motivo, os
seguidores de Obatalá consideram Emú como proibição.
Desde aquele dia o ponto onde obatalá encontra
Orunmilá e Ogun é aquele ponto onde o Rei de IFé é
coroado.

10. Awon ohun ti a fi n bo obatala – oferendas


para Obatalá

10.1 Igbin – Tipo de carne muito apreciada por Obatala,


conforme Oriki abaixo:

10.2 Obé Osiki – Essa é a sopa feita de vegetais e ègúsi,


sem dendê e sem iyò (sal)e o vegetal usado é
èbúé(folha usada na Nigéria)

Outras oferendas muito importantes, feitas a Obatalá:


a) Bode
b) Galinha
c) Obi
d) Iyán (purê de kará)
e) Otí Oká Babá

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11. Bi ati n bo Obatala – Como cultuar Obatalá

Devido a sua importância na criação do Universo, este


orisá têm muitos seguidores e podem ser divididos em 4
partes a forma de culto:

11.1 Bibo ojoojumO – Diariamente


11.2 Bíbo oroorún – A cada 5 dias (semana)
11.3 Bibo Jíjáde si´ni- Através de alguns Odu, quando
surgir
11.4 Bíbo oródun – Anualmente

12.1 Diariamente:
É colhida água fresca do rio todos os dias para reservar
aos necessitados, colhida somente por mulheres virgens ou
mulher anciã que não pode mais engravidar, conforme
orientado antes sem falar com ninguém para colocar no
Ojubó do Orisá.
Antes de colocar a nova água deve-se lavar o recipiente
para colocar a nova, após colocar a água que o sacerdote
irá fazer a oração é jogado o Obí para saber sobre o culto.

12.2 Semanalmente:
No primeiro dia da semana, neste dia é usado o dia
todo para o culto, começando logo no surgir do sol pela
manhã e neste caso, as mulheres já foram pegar a água de
rio, a casa já foi pintada de efun e todos os seguidores
estarão de branco.
As mulheres estarão de capa branca e os homens com
um gelê (ojá) branco e todos de bracelete branco. Após
todos prontos o Baba/Yalorisá fica de frente com Obatalá,
faz a oração e joga o obí e prepara cada uma das coisas
para que Obatalá seja cultuado, após isso são entoadas
muitas cantigas, muita comida e dança, até o final do dia.
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12.3 Na surgimento de um Odu
Não existe datas previstas neste caso, o culto pode ser
realizado a qualquer dia. Obatalá pode aparecer para a
pessoa de 3 formas:
(a) Pelos sonhos
(b) Encontrar em seu caminho
(c) Oko Aláje

12.4 Anualmente:
Culto generalizado tanto de iniciados como apenas
crentes, trata-se da maior festa para culto de Obatalá.
Todos aqueles que foram beneficiados por Obatalá vêm
para agradecer e sempre acontece na Nigéria na época da
safra de Inhame.
É realizada uma grande festa, em dia escohido pelo
Babalorisá, a diferença desta forma de culto são as
pessoas, levando geralmente muitos dias de festa.

12. Akanse Etò Bíbo Oródun – Preparação


especial para culturar Obatalá Anualmente
Duas coisas muito importantes podem ser citadas para o
culto anual de Obatalá

12.1 Órisá wíwé – Lavagem do orisá


12.2 Íyanilé – Purificação da terra

13.1 Eto wiwe orisa – Como a lavagem do orisá é feito pelo


Babalorisá em algumas cidades da região Yorubá
também pode ser feita pelo rei, normalmente,
Babalorisá. Existem 3 tipos de água para lavagem de
Obatalá, essas são específicas para tal fim:

13.1.1 Água de igbin – retirar quebrando o casco do igbin


usar em grande quantidade para lavar o assentamento
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13.1.2 Omi efó água da folha usada no egúsí reservar e
lavar
13.1.3 Água da quartinha colhida no dia

Junta-se as 3 águas e lava-se Obatalá com estas. Feito


pelo Babalorisá.

13.2 Íyanilé – Após feita a lavagem de Obatalá, pegar purê


de inhame e espalhar pelo chão em grande
quantidade com éfó ao mesmo tempo rezar e jogar
Obí para confirmar, segue a cantiga:

Após confirmado, inicia-se a festa com a seguinte cantiga:

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Algo muito importante sobre esta orisá é que o poder
de cura deste orixá é a água fresca ou gelada, água colhida
antes do amanhecer, ainda in natura e sem falar com
qualquer pessoa, na ida ou volta.
Por isso a água deve ser colhida todos os dias e pode
ser oferecida a pessoas com problemas, os seguidores e
iniciados para este orisá acreditam em sua força e em seu
poder de cura sobre qualquer enfermidade.

Por exemplo: Acredita-se que uma mulher com problemas


de gravidez e pede a Obatalá para que seja agraciada com
uma criança e consegue alcançar a graça não pode se
utilizar de outra água para os feitos deste nascituro a não
ser a do Ojubó até que o mesmo se torne adulto.

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13. Bí Obatalá se di Olowo Ati Olola – Como
Obatalá se torna rico e dono da riqueza

A lenda diz que em determinada época, Obatalá


percebeu algo de errado e decidiu consultar Orunmilá, ao
consultar Orunmilá percebeu o Odu Ogbe-sé ou Ogbè-
Káwóléri

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Tradução: Quando orunmilá interpreta o Odu , fala sobre o problema, que
o mesmo não o irá matar. Após a dor e o desespero com certeza o
objetivo será alcançado ou o obstáculo ultrapassado.

Orunmilá solicitou oferendas e obatalá as fez, 3 dias


depois Obatalá foi a uma praça ao chegar nessa praça
avistou um escravo que estava à venda, ao ver interessou-
se e questinou-se sobre o preço, a dona do mesmo, pagou
então as 200 moedas solicitadas. Ao terminar suas
compras e ao retornar para levar seu escravo, Obatalá
descobre que seu escravo era deficiente, por conta do
aviso de Orunmilá, Obatalá nada questionou em relação ao
escravo e o leva para casa.
Ao chegar em casa sua esposa e seus aprendizes riram
dele por conta do escravo deficiente adquirido, tratou este
escravo com muita fartura de comida. Durante aquela noite
o escravo começou a produzir riquezas de forma
inexplicável, desta forma Obatalá tornou-se dono da
riqueza e agradeceu muito a Orunmilá. O escravo diz a
Obatalá para ir à feira e comprar as seguintes coisas:
(a) Awe Aso funfun meji – 2 lençois de roupa branco
(b) Iko Owu meji – 2 algodão
(c) Abere meji – 2 agulha
(d) Ame meji ati – 2 gilete/navalha

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(e) Koto nla kan wa – 1 baú grande
Ao entregar a esta escravo os materiais comprados, o
mesmo corta o lençol na metade, tornando em 4 partes de
tecido e usando todos esses materiais faz uma coroa
colocando-a sobre Obatalá, tornando-o o rei dos reis ou o
Rei da coroa branca, por isso em regiões Yorubá ninguém
pode discutir com Obatalá (verificar imagem da coroa do rei
de Ifé).

14. Díé nínú Orúko àwon Olóbatalá – Alguns


nomes dados aos iniciados para este orisá

Existem 4 denominações para os iniciados a este orisá,


sendo:

15.1 Isórí Kiíní – Pessoas em que as mães sofrem muito


antes de engravidarem e dar a luz ao mesmo e engravidam
por intermédio deste orisá, seja após consulta a Ifá ou
pedido. Quando através de consulta de IFá, ele pede que
na oferenda seja oferecido roupas (tecido) branco, fazendo
as oferendas e nascendo a criança os nomes são os
seguintes:

15.2 Isori Keji – Esses são os filhos dos iniciados no culto


de obatalá que também sofrem muito antes de terem os
filhos, no geral do sexo masculino

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15.3 Isorí Keta – Esses são os que têm problema de Abikú,
com a ajuda de Obatalá a criança nasce e recebe o
seguintes nomes

15.4 Isorí Kerin – Os próprios seguidores (iniciados) para


este orisá, escolhidos de forma aleatório pelos próprios
iniciados o iníco “Efun” é usado somente para meninas e
no caso de meninos é utilizados o “Igbin”

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Yemoó – Esposa de Obatalá

A lenda diz que yemoó vem junto com os irunmolés


para a terra, do sexo feminino e é uma deusa muito
corajosa. Após todos os irunmolés terem chegado a terra,
eles se dividem e cada um passou a viver em determinada
região, em grupos de homens e mulheres, por sua
coragem, ela foi escolhida a chefe do grupo das mulheres.
Torna-se a primeira chefe das mulheres na terra.
Odu que é esposa de Orunmilá, naquela época a
lenda diz que não morava na terra, morava no céu e só
vinha visitar seu esposo de tempos em tempos, devido ao
pouco tempo com seu marido na terra, ficava trancada em
casa e somente os Irunmolés podiam vê-la, porém todos
sabiam que sua esposa era muito bonita, por isso Yemoó
assim como Orunmilá sugestiona que também as mulheres
tivessem companheiros, esta pede que orunmila consulte o
oráculo, tendo como resultado o Odu Ogbé-Até . E o
segundo Odu, que foi para obatalá foi Osá-fún.

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Resumo: Neste Odu é falado sobre a fragilidade feminina em relação a
masculina, sobre a natureza reservada e tímida da mulher

Após ouvir sobre o Odu Yemoó faz a oferenda


necessária, em seguida Obatalá também explica sobre o
Odú Osa-fún.

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Orunmilá explica para Obatalá que este odu fala sobre seu casamento
com Yemoó.

1. Odu ti irunmolé yii báró – Odú que revela Yemoó


O Odu que revela Yemoó é chamado de Osá-Ireté.

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2. Ipo irunmolé yií – Posição deste Orisá

Este orisá, esta Deusa, ocupa posição de grande


destaque em meio aos Irunmolés, ela é a chefe das
mulheres a mais antiga dos irunmolés femininos e muito
dedicada em relação aos filhos, muito fértil e afetuosa.

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3. Àmi Irunmole – Simbologia deste orisá

3.1 Ike funfun – Bacia branca, pote branco


3.2 Gèlè funfun – Pano usado na cabeça branco
3.3 Ikòode – Clip branco, tipo de presilha ou pente para
segurar o cabelo quando usando Gèlè

4. Awon ohun Ojubo – Assentamento

“Eta” – Metadinlogun tabi métàlá – 13 “ETA” dentro de


uma quartinha

5. Awon Aworo – Os iniciados

Os iniciados de Obatalá também devem cultuar Yemoó,


No momento de culto a Yemoó homens em meio ao culto
não devem usar calças, devem usar somente pano na
cintura e pano na cabeça.

6. Awon Eewo Yemoó – Proibições dos iniciados

6.1 Não colocar sal no egusi


6.2 O EgùsÌ
6.3 Não usar dendê no Egùsì

7. O que é usado no assentamento para o culto

7.1 EgùsÌ itòó


7.2 Iyán – purê de inhame
7.3 Obi – 4 gomos

8. Agbára Yemoó – O poder de Yemoó

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A lenda diz que Yemoó possui os mesmos poderes de
Obatalá de dar filhos aqueles que procuram filhos.

9. Como cultuar Yemoó

São 3 as formas de culto de Yemoó, sendo:


1. Semanal;
2. Mediante consulta a Ifá; e
3. Anual.
O dia em que for realizado o culto de Obatalá, Yemoó
também deve ser cultuada.

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36
ÈSÚ

Pode-se dizer que após Olodumare vêm Esú, pois a


diferença dos outros Irunmolés que sempre procuram
Olodumare, 2 representantes que Olodumare escolheu são
Agbo Odara – somente o bem (Esú) e Agbo Oriwo –
somente o mal.
Assim como em parábolas bíblicas Esú e tido como
um dos mensageiros de Olodumare e após desobedecê-lo
foi expulso/banido do Orun, tratando sobre a indução em
que a serpente fez Eva comer a maçã no paraíso. Esú é
tido como o primeiro pecado humano aquele que trás tanto
o bem como o mal.

1. Áwon Orúko Òrisà Yií – Nomes dados aos


iniciados

São os seguintes:

2. Odu ti Esú Bà rò – Odu que revela Esú

O Odu que revela Esú como um dos servidores de


Orunmilá é chamado de Osálógbe:

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3. Ipo Seu ni aarin awon irunmolé – Hierarquia de
Esú em meio aos irunmolés

Como já foi dito anteriormente Esú também é das


antiguidades dos irunmolés, tem alto grau de hierarquia no
Orun, devido a sua atitude confusa (seguindo somente
suas vontades e não as ordens de algum) desobedecendo
a Olodumare, este o expulsou do Orun, isso explica o fato
38
de Esú antes ocupar alto grau de hierarquia dentre os
Irunmolés e depois não ocupar mais mesmo levando em
consideração sua importância.
Como é de grande importância, apesar de criar grandes
confusões, Esú jamais traiu Orunmilá, sua lealdade
pertence à Orunmilá. Existe uma lenda dizendo que o dia
em que Orunmilá morreu este morreu junto. Somente a
cabeça restou, pois ao saber da morte o mesmo enterrou-
se restando somente a cabeça para fora da terra quando
soube que não tratava-se de uma verdade.
Devido a esta lealdade Orunmilá pede oferendas
também a Esú, ou seja, quando é feito oferenda a qualquer
um doa Irunmolés Esú também recebe parte destas.

4. Ami Esú – Simbologia

4.1 Eré – Escultura


4.2 Ogó – Instrumento em forma cilíndrico reto de
madeira
4.3 Yangí - Pedra
4.4 Aso gogowú Dudu – Lençol preto
4.5 Eré méji – 2 esculturas menores que representam
as duas faces de Esú

5. Awòn ohun apeere Ojubo – Elementos do


assentamento (símbolos)

O assentamento de Esú fica necessariamento fora de


casa, fica a céu aberto sem cobertura de preferência na
parte da frente ao contrário dos outros Irunmolés. Embora
em alguns lugares seja comum existir uma pequena
cobertura para o mesmo.
Um ponto muito importante é a referência de Esú o
Yangí e de preferência sempre regado de dendê, não
deixar secar e sempre alguns Obí oferecidos assim como
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outras coisas que não podem faltar como: Erê que deve ser
feito de madeira e enfeitado com búzios

6. Àwon Àwòrò Esú – Nomes dados aqueles que


praticam o culto de Esú

7. Àwon Èewo Esú – Interdições dos iniciados

7.1 Àdi – De cor semelhante ao mel, como se fosse


dendê
7.2 Iyán iganganran – Qualidade de Inhame mais
escura
7.3 Igbin – Não pode levar igbin perto de Esú, causa
muita irritação e problemas para a pessoa

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7.4 As matanças de Esú não podem ser levadas para
casa, estas devem ficar exclusivamente para Esú
7.5 Se durante o culto a Esú o filá da pessoa cai,
problemas estão por vir
7.6 Quando se está segurando qualquer uma das
esculturas de Esú não pode deitar-se em frente ao
rei da cidade
7.7 Não xingar pessoas que cultuam Esú

8. Ohun ti a fi n bo Esú – O Assentamento de Esú

8.1 Elédé – porco


8.2 Ajá – cachorro
8.3 Orúkò – bode
8.4 Adie – Galinha
8.5 Epo – grande quantidade de dendê
8.6 Eja Abori – Peixe
8.7 Eku – Rato
8.8 Iyán – Inhame
8.9 Eye – Pássaro (pomba)
8.10 Oká/Amálá – Purê do inhame seco e ralado cozido
(colocar o inhame para secar, triturar e cozinhar)
8.11 Ewá – feijão fradinho
8.12 Eko – Acaçá
8.13 Obí

9. Esú Bibo – Cultuando Esú

Não existe horário específico para o culto de Esú, porém


pode ser divido em 3 etapas:

1. Semanalmente;
2. Anualmente; e
3. Quando consultado o oráculo Ifá.

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1. Cultuando semanalmente – No mesmo dia em que se
cultua Obatalá deve ser cultuado Esú, mas pode ser
cultuado diariamente também com Obí e dendê,
entoar oriki de Esú, regá-lo com dendê e jogar Obí

2. Anualmente – Deverá ser cultuado em época de seca,


fora do período de chuvas o Babalorisá escolhe
determinado dia, avisa aos caçadores para que
possam ir a caça dos bichos que serão utilizados no
assentamento e de qualquer forma o ritual deve ser
feito na mesma semana de culto a Obatalá, neste dia
o primeiro bicho a ser morto pertence à Esú, os
demais são para sustento próprio

3. Através da consulta a Ifá


3.1 Arinnako – Neste caso através da intuição das
pessoas se o consulente é avisado sem prévia consulta
3.2 Oko Aláje – Quando avisado pelo Babalaô
3.3 Oju Alá – Através dos sonhos
Nestes casos a pessoa revela o que deve ser feito para
realizar a oferenda.

10. Ordem dos que podem realizar cultos a Esú

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** No dia em que Esú é assentado a matança não
pode ser levada para casa, tudo deve ser consumido em
sua festa.
Iyanlé ojúbo – da mesma forma como realizado para
Obatalá, confirmar com Obí
No total são 3 dias de festa realizados a Esú.

11. Agbàra Esú – O poder de Esú

Os yorubás acreditam que em todos os lugares em que


há confusão ou desentimentos acontecendo está Esú,
estes crêem que como Olodumarê tem o poder sobre
coisas boas, Esú tem o poder para realizar coisas ruins.
De fato, os Yorubás acreditam que nenhum dos
Irunmolés tem o poder para realizar o mal a não ser através
de Esú.

12. Esú Riri – A forma de assentar Esú

Na frente da casa ou ao redor da casa, para que todos


vejam que Esú ali se encontra e para conter as maldades
nos arredores do lugar (proteger).
No dia em que for construir um Ojubó de Esú deve-se
conter os seguintes elementos:

1. Porco
2. Cachorro
3. Oruko – bode
4. Adie – Galinha
5. Akuko – Galo
6. Iyán – Inhame
7. Oká – Purê de inhame seco e cozido
8. Eko – Acaça

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9. Otiká – Tipo de Bebida derivada de Emú
10. Ewá – Feijão fradinho
11. Ekuru

E os elementos:

1. Yangi – pedra
2. Ewé Odundun – folha
3. Ewe Ogo
4. Ewe Tetê
5. Ewe Iná
6. Ewe éesi
7. Ewe famonitó
8. Ewe Akérejupon

Fazer um buraco onde será assentado o Esú, macerar


todas as ervas e sabão da costa e lavar o yangí. Dentro
deste buraco, jogar as folhas e o sabão da costa usados
para lavar os elementos, colocar dentro deste buraco
sendo que a cabeça do Yangi deve ficar pra fora.
Dar a matança em cima deste Yangi e está assentado o
Ojubó.

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EGUNGUN

Egungun é um irunmolé muito importante, é através


dele que começa a lembrança referente às pessoas que
faleceram.
Como já foi explicado sobre a criação da terra e a
criação dos seres humanos fundamentais e após Esú
induzir os mesmos ao pecado. Após a procriação e o
banimento do paraíso com o crescimento da raça humana
e o surgimento das doenças Orunmilá volta a terra e
pergunta a Olodumare o que fazer em relação a estes
problemas. Olodumare explica que devido aos pecados
humanos ele envia lágboókun para que os humanos sejam
punidos pelos erros.
Olodumare ainda explicou a Orunmila que Lágboókun
havia ultrapassado o limite e por isso tiraria o poder do
mesmo então o mesmo seria preso para que não criasse
mais confusões.
Olodumare pediu a Orunmilá para que ao retornar ao
aye, transmitisse as pessoas que não fossem feitas mais
maldades. Orunmilá consulta Ifá para saber como prender
Lagboókun, o Odu de resposta foi Òsé-ròsún:

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Após Orunmilá ter perguntando a Ifá, o mesmo realiza
os ebós necessários e chama todas as mulheres no intuito
de escolher a mais bonita para atrair Lágboóku. Nesta
escolha ele ouve a voz do Orun, para que escolhesse
“Mode”.
Ao escolhê-la deveria colocar Ilèkè na água em que
esta usaria para o banho. Ele a banha e coloca Ilèkè na
água para atrair Lágboókun e fica a espera do mesmo no
horário em que Olodumare havia dito que este iria ao Aye
para punir as pessoas.
No horário marcado Orunmilá dá a mulher um rato e
um peixe e ordena que os leve ao lugar onde Lágboókun
irá passar, assim que “Mode” chegou ouviu os passos de
Lágboókun, este a viu e a saudou, na primeira vez e esta
não respondeu da mesma forma na segunda vez e na
terceira também. “Mode” sentou-se e começa a tirar a
casca do peixe e do rato, Lágboókun tira os dois das mãos
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de “mode” e come e ao terminar possuiu “Mode” e volta
para casa de Orunmilá junto com ela.
“Mode” engravidou naquele mês, quando dá a luz,
nasce um menino e este menino chama-se Ológbojó. Após
isto, Lágboókun para com as brigas e punições e tudo fica
em calma na terra.
Lágboókun sempre vêm para visitar seu filho, mas,
logo que Ológbojó tornou-se adolescente e conheceu seu
pai, este não mais voltou às pessoas então passam a
caçoar de Ológbojo dizendo que seu pai é muito ruim, por
isso ninguém queria se relacionar com ele e foi isolado.
Ológbojó pensa neste assunto e fica muito triste, certo
dia este resolve procurar Orunmilá e este ao consultar o
oráculo verifica o Odu Osé-rósún.

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Ológbojó explica sobre suas dificuldades em relação ao
pai e é pedida a seguinte oferenda:

1. Acaça
2. Òlèlè (tipo de acaçá feito com feijão fradinho)
3. Aso Alaari – Pijama, lençol para dormir
4. Akara – Acarajé
5. Oré àtorí – Atori
6. Obí
7. Folha de Ifá

Após providenciar todos os elementos, Orunmilá pediu a


este que esta oferenda fosse levada em frente a casa onde
morava.
Orunmilá então pega a folha de Ifá a esfrega e usa para
limpar Ológbojò e também para limpar a roupa que vestia
cobrindo seu rosto e orienta que comece a distribuir o
restante dos itens para todos que corressem para vê-lo.
Por surpresa de Orunmilá quando ordenou que tudo isso
fosse feito Ologbojo questionou se seu pai ou os outros o
reconheceriam. Orunmilá então esclareceu que tudo
deveria ser seguido à risca por dois motivos:

1. Na idade em que se encontrava e querendo ver seu


pai não poderia ver seu pai cara a cara, deveria cobrir
o rosto, pois o mesmo era tratado como morto.
Deveria fazer tais oferendas todos os anos para ver
seu pai;

2. Se fizesse tais atos às pessoas fatalmente correriam


atrás dele;

Orunmilá então usa as folhas de Ifá para limpar os lábios


de Ológbojó dizendo que o mesmo deveria mudar a voz

50
gritando “Agò o o”. Assim que Ológbojó chegou na frente
da casa de Orunmilá e feito todos os atos, as pessoas
começaram a sair de todos os cantos para se aproximar
dele e assim começa a distribuir o ebó para as pessoas
cantando:

Enquanto as pessoas estivessem cantando com olhos


fixos em Ológbojo, surge do céu o pai Lágbookun e todos
começaram a gritar: “O pai Voltou”. Desde este dia
Ologbojo, passou a ser chamado:

Assim começa o relacionamento entre as pessoas vivas e


mortas.

1. Ipó ati Egungun Kó ninú Irpunmolé – Posição de


egungun entre os irunmolés

Já falamos que Egungun trata-se de uma criança entre


os Irunmolés, mas ocupa posição de grande hierarquia,
pois a vinda destes para a terra deixa a lembrança da
ligação entre pessoas da terra e pessoas já falecidas.
Outro nome dado a egungun é: Ará-Orún kininkin
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2. Àmi Egúngún – Simbolos

2.1 Ore Atorí


2.2 Aso Iyamoje ti a fi bata egungun – vestimenta

3. Awon Ohun àpeere Egungun – Assentamento

3.1 Oré Atorí


3.2 Káábá (grande quantidade, rama, junção de vários
atorís)
3.3 Èkú Egúngún – a roupa sem nenhuma
manifestação, tecidos deixados no chão
3.4 Bàtá egungun – Tambor com dois lados usado no
culto de Egungun
O Ojubpo de egungun é chamado de Ilésanyin.

4. Àwon Olóye Egúngún – Nomes dados aos


cultuadores de egungun

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5. Ilú egungun – Instrumentos musicais de egungun

Os ritmos que egungun dança são:


1. Aponrán
2. Gángan
3. Akítinpá (agere)
4. Àdamo
5. Bàta
6. Àtéwó

Agere é tocado para egungun de caçadores. Egungun


de caçadores são chamados de Jénju, pois tudo utilizado
para fazer as roupas de egungun são trazidos do mato,
como Pelé de jacaré, leopardo, as asas de alguns

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pássaros, chifres de alguns animais. Bàtá é o tocado para
egungun Sangó.

6. Orisú Egungun – Diferentes tipos de Egungun

7. Èewo Egungun – Interdições de egungun

7.1 Não pode entrar em locais envolvidos com


metalurgia;
7.2 Não pode pisar na espiga de milho;
7.3 Pessoas de Obatalá não podem pegar cabeças de
egungun;
7.4 Mulheres não podem entrar nos templos de
egungun; e
7.5 Ninguém pode ver o cocô de egungun.

8. Ohun ti a fi n bo egungun – Elementos do culto de


egungun

1. Galo
2. Bode
3. Acarajé
4. Oká
5. Porco
6. Olélé
7. Iyán – inhame
8. Obí

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9. Egungun Bíbo – Periodicidade do culto de
Egungun

Existem 2 formas de cultuar egungun:

1. Caso alguém apareça falando sobre, intuição


2. Através de festival anual.

É importante saber que não se cultua egungun


semanalmente como outros Irunmolé.

1.1 Através dos sonhos ou quando ao conversar com


alguém envolvido com o culto de egun fale sobre a
necessidade, neste caso egungun mesmo é quem
irá falar o que será ofertado.
1.2 A festa é feita por 27 dias, seu término é dado
quando é iniciado o culto a Obatalá, no dia que
terminar é chamado “Ojó Asekagba” mesmo que
dure 27 dias essa preparação é feita de 3 em 3 dias
em cada família que tem egun na cidade até o seu
final.

10. Ikunlé Egungun – O dia do começo

Quando é dado o início as festividades de egungun o


chefe do culto dos egunguns é quem escolhe o dia a ser
feito, hierarquicamente o superior chama seu inferior
imediato e assim sucessivamente, e vão para o palácio da
cidade e todos os egunguns estarão presentes.
Os superiores pegam o ramo de atorí, colocam todos em
um baú e colocam esse baú no centro do ojubo após
passar dendê na capa de reveste estes atorís, pega o
acaçá e o acarajé para jogar no chão e começa a orar

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(Iyanlé). Após orar, joga obí para confirmar o ritual, assim
inicia-se a festividade.

10.1 Odun Sise – O início da festa

Após os rituais a cada 3 dias se apresentam os eguns


das famílias até o final da festa, neste período os egungun
fazem as oferendas para os ancestrais matando porco e
outros bichos.

10.2 Asékagba – o último dia

Esse é o 27º dia após começar as festividades de


egungun, é feito ritual usando os seguintes itens:

1. Obi
2. Òlélé
3. Acaça

Neste dia, todos os Ojé (pessoas que viram egungun)


fazem reunião no ojubó, o chefe do culto dos egunguns fica
em frente do Kába, pega um pouco de acaçá e Òlélé joga
no chão, um pouco de Otí e joga no chão também, coloca
água nesse ramo de atorí e começa a orar:

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Após entoar o oriki, joga o obí finalizando assim o
festival de egungun. A noite o Ojé faz reunião em volta do
Ojubó, retiram as comidas e jogam no rio

11. Agbàra egungun – O Poder de egungun

Os yorubás crêem que qualquer oração que seja feita na


época do festival de egungun, será realizado como o pai de
Òlogbojó retorna a terra, ao ouvir sua voz, acreditam que
todos os pais, mães , filhos de Ojé, descem do céu para
visitar seus entes na terra.

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Além destes cânticos de egungun as mulheres
também fazem o “Esá” atrás do egungun. Dividem-se em 2
grupos onde o primeiro canta enquanto o segundo repete o
cântico entoado.

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ÒKÉ

Ajíbise é o nome que Òké é chamado (ou que é dado


a este orisá) quando na sua vinda do Orun, quando este
Irunmolé chegou à terra se chamava Ajíbise Òké, Ajíbise é
um dos Irunmolés mais alegres, chamativo, aquele que
chama atenção em meio a uma multidão por conta de seu
senso de humor, além de muito prestativo, por isso os
Irunmolés mais antigos o admiram e respeitam muito,
mesmo sendo um Irunmolé muito jovem dentre eles.
Òké tem um amigo muito íntimo com nome de Afounpamó.
Os dois chegam do Aye juntos.

1. Odú que revela Òké:

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Após Ajíbise ter chegado na terra, continuou fazendo
boas ações assim como no Orun (Fazendo a alegria das
pessoas), ajudando o próximo, devido a este
comportamento Òké passa a ter muitos inimigos falando
mal dele, pensando e realizando maldades para que este
não seja mais feliz. O Autor observa: “Não existe nenhum
Irunmolé com inimigos tanto quanto Ajíbise Òké”,
porém Òké era arraigado de muita sorte, pois possuía o Orí
muito forte que o protegia dos inimigos.
Contudo, mesmo com a grande quantidade de
inimigos estes não surportaram mais, mesmo com a grande
quantidade de maldades que lhe foi enviada nada
acontecia a Ajíbise, estes inimigos então se juntaram e
pediram que Ajíbise fosse embora da terra. Quando
disseram isso para Òké, este chama seu melhor amigo
Afounpamó (citado anteriormente) lhe conta este fato, e
estes observam que: Dua cabeças pensam melhor que

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uma. Diante deste fato ambos decidem consultar Orunmilá
à procura de uma resolução para o fato.
Orunmila consulta o orácula e o Odu de resposta foi:
Ejiogbe, mesmo Odu que revela este Orisá.
Ejiogbe, trás vitórias independente da quantidade de
inimigos que esta pessoa tenha. Orunmilá então fala sobre
o ebó necessário:

1. Abuké merin –
2. Igba Okó ó lé ókan – 201 rastelos
3. Igba Ada ó ló òkan – 201 facão
4. Igba ààké ó ló òkan ati – 201 machado
5. Ewé Ifá – Folhas de Ifá

Após comprar todos os objetos (elementos) entregam


tudo para Orunmilá, este pega as folhas de Ifá e limpas os
corpos dos Abuké merin também trazidos, estes começam
a cavar um enorme buraco.
Continuando a escavação, estes chegam até o Orun
através do buraco, então chamam òké para entrar neste
buraco, antes de entrar òké pede para se despedir de seu
melhor amigo pois o mesmo havia ficado de seu lado no
pior momento em que podia se encontrar, Òké então entrou
no buraco e a notícia se espalhou para que todos fosse vê-
lo, ao chegarem ninguém conseguiu vê-lo, o que gerou
uma enorme confusão mas não demorou para que os
presentes começassem a ouvir Óké e Abuké cantando:

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Quando os inimigos de Òké ouviram a canção,
olharam para cima, para baixo e em todas as direções e
não encontram ninguém, porém ao olhar ao seu redor
vêem muita comidas, sem entender quem colocou os
alimentos no chão, então os inimigos de Òké, sentaram e
começaram a comer, sendo assim Òké venceu seus
inimigos e todos saem deste local feliz.

2. Ipó Irúnmole Yíi – Hierarquia deste Irunmolé

Como já dito anteriormente este Irúnmole têm a cabeça


de um vencedor, pois tem muita fama em meio aos
Irunmolés e pessoas.

3. Àmi Irunmolé – Simbologia

Existem dois principais símbolos deste orisá:


3.1 Òjé àti –
3.2 Onde – Contra egun

Qualquer pessoa que é filho de Òké ou elégun tem que


estar sempre de Contra egun no pulso.

4. Àwon ohun Àpeere Ojubo – Elementos do


assentamento

4.1 Eta – Pedra branca, comparada ao Otá utilizado no


assentamento de Orisás, parecida com bala de
revólver ou com diamente de pequena espessura,
também chamado de pedra de galo, também existe
um ebó a ser feito antes do assentamento: Não
pode ter menos de 20 pedras;

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4.2 Àmú – Grande pote, quartinha, sopeira sempre com
água dentro, de grande importância que este esteja
no Ojubó, pois Òké vive dentro dele;
4.3 Àwé - Pequeno pote, quartinha também com água;
4.4 Íkaraun – Casca de igbin, usada para pegar a água
de dentro do pote; e
4.5 Káada – Cabaça pequena, usada para beber á
água de dentro do Ojubó;

5. Ojubo òké – Assentamento de Òké

O Assentamento de Òké sempre deverá ficar perto de


Òbatalá, pode se dizer também que Òké pode ser
assentado junto com Orisálá.

6. Sisa Eta Òké – Colhendo as pedras de Òké

Quando este ato for feito, os mais velhos elégun, saem a


procura de uma montanha, pois este tipo de pedra somente
é encontrado neste lugar, colhem a pedra.
Quando vêem a pedra de galo (macho, parecida com
bala) antes pegam um obí de 4 gomos e jogam para
confirmar se esta pedra ou não, se o Obí manda recolher a
pedra, colocam esta no assentamento de Òké.

7. Àwon Aworo òké ati Èewó irúnmolé – Interdições

Os cultuadores deste Orisá podem ser tanto homens


quanto mulheres, existem apenas uma condição em
relação a este orisá, o dia que uma pessoa é iniciada como
elégun Òké ou pessoa chamada de filho de Òké, esta
pessoa não pode comer efó Osún (tipo de vegetal).

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8. Ohun ti a fí n Bo Òké - O que é usado para cultuar
Òké

8.1 Èkuru – umas das comidas preferidas de Òké


8.2 Adie òkòkó – Galinha sem pele
8.3 Obi
8.4 Ògedé weere – banana maça ou nanica
8.5 Iréké – Caldo de açúcar

9. Bíbo Irúnmolé – Periodicidade de culto

Como outros Irúnmoles é cultuado de 3 formas


diferentes:

9.1 Semanalmente (5 em 5 dias) – Cultuado junto com


Obatalá, neste dia somente é feita somente oração,
jogar Obí e santificar o chão;

9.2 Bibo ijáde (consulta a oráculo ou ocasional) – Não


existe tempo definido, pode ser através do sonho
ou quando ocasionalmente encontrar um elégun e
este o avisar sobre o cuidado;

9.3 Festa – Na festa deste Orisá, prepara-se tudo que


Òké gosta de comer, será cultuado com suas
comidas após jogar Obí para saber se o mesmo
aceitou a oferenda e inicia-se a festividade
cantando e dançando.

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10. Oriki Oké

65
Òsun

Osún é uma das Irunmolés mais antigas, pois veio do


Orun. Os antigos Babalaôs diziam que mesmo que sejam
16 os irunmolés que se associam a Orunmilá e vêm do
Orun para a terra são 17 que se associam a Osun e que
também somente Osún é mulher dentre estes.
O Odú chamado de Osé-turaá é o que revela Osún:

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Como este Odu revela, quando não está falando sobre
Osún, junto a 4 Irunmolés que vêm junto com esta do Orun.
Quando Osún foi cultuada devemos assumir que já
cultuamos estes 4 Irunmolés também, sendo eles:

1. Boribori awo Irágberi


2. Ègbá Awo Ilukan
3. Èse Awo won ní Liébu ère
4. Àtomu awo won ni Ikiré Ilé

Estes são os seguidores de Osún, são eles que Osún


envia para punir qualquer pessoa que ela o queira. Estes
Irúnmoles são dotados de muita força, os mais velhos
Babalaôs dizem que quando Osún chegou na terra sua
nádega era parecida com a cauda de um peixe.
Diziam que esta chegou com muitos adornos (pulseiras,
gargantilhas, etc). O primeiro marido de Osún foi Orunmila,
depois então se casou com Sangò. Os mais velhos
Babalaôs dizem que quando Osún estava na casa de
Orunmila como esposa, este deu a ela érindinlogun de
búzios como presente.

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Estes búzios é que Osún utiliza para fazer consultar aos
oráculos, quando algum o procurava para ajuda, por tanto
amor que existia entre eles, Osún é cultuada no mesmo dia
em que é cultuado Orunmilá, que é o Ojó Awo.
O motivo mais importante que causou a separação de
Osún com Orunmilá é o fato desta não conseguir ter filhos
com ele. Por este motivo ela se casou com Sangò. Mesmo
com muito esforço também não teve filhos com Sangó,
chegou um momento em que Osún foi a procura de
Orunmilá, para saber por que não conseguia gerar filhos,
ao consultar o oráculo Orunmilá verificou o Odu
Ògúndaséé .

Orunmilá diz a Osún sobre o ebó que este Odú revelou,


que após a oferenda ser entregue Osún geraria um filho,

70
pois Olodumaré iria abrir as portas do céu para que muitos
filhos pudessem ser gerados. O ebó deveria conter:

1. Koto tunpúlu – Tipo de quartinha


2. Efó Yánrin – tipo de vegetal
3. Opólopó ide –
4. Aso iyámojé – roupa
5. Gèlé Iyámojé – pano de cabeça
6. Obi gidi Olójú merin
7. Àgbébó Adie – 2 galinhas
8. Òké owó eyo – 16 búzios
9. Ewé Ifá

Osún então providenciou todos os elementos, entregou a


Orunmilá e este fez o ebó em Osún terminando com a
limpeza no corpo de Osún com a folha de Ifá, ordena que
esta se vista com as roupas. Orunmilá então pega o pano
de cabeça enrolar em cima da cabeça de Osún para que
esta carregue a quartinha (Koto), pede então que Osún
feche os olhos e sentasse em um dos lugares disponíveis e
quando os abrisse acordaria no Orun e escutaria a voz de
Olodumaré.
Olodumaré pergunta a Osún porque havia voltado ao
Orun, antes de Osún responder Olodumaré verificou o sinal
que Orunmilá havia deixado em sua mão e Olodumaré diz
a Osun que fique calada, ordena então Ofe para que tire a
quartinha de cima da cabeça de Osún, tira e coloca em
frente de Osún e pede que esta sente-se. Olodumaré conta
a Osún como as mulheres que sofrem com infertilidade vão
ao Orun e porque as crianças fogem destas sem motivo.
Olodumaré garante a Osún que iria abrir as portas do
Orun para ela também. Quando esta porta, onde estavam
as crianças, foi aberta Osún viu muitas crianças ,
brincando. Quando estas crianças viram a quartinha de

71
Osún ficaram brincando em volta dela (da quartinha), Osún
então começa a dar alimentos para estas crianças.
Quando as crianças viram o quanto isso era bom,
agarraram-se a Osún, esta então levanta a quartinha e
volta para a terra e as crianças junto a ela.
Osún engana estas crianças com comida para que estas
não voltem até chegar no meio do caminho entre o Orun e
o Aye. Ao chegar neste ponto as crianças se afastaram de
Osún, mais uma vez colocou a quartinha no chão e
distribuiu alimento as crianças, de nada adiantou pois ao
chegar na terra e olhar para trás percebeu que não havia
mais nenhuma criança consigo e decepcionada começou a
chorar diante de Orunmilá.
Orunmilá então pediu que Osún não chorasse mais, pois
ela encontrava-se grávida e daria a luz. Assim começa o
uso da palavra para mulheres que engravidam.
Osún engravidou e depois de 3 meses seu corpo
modificou-se e muitas mulheres também engravidaram ao
chegar no 9º mês, 6.000 crianças nasceram. Não é
conhecido o motivo pelo qual muitas mulheres sofrem de
infertilidade, apenas que o ebó feito por Osún então ajuda
a estas mulheres.
Em determinada época, as crianças que nasceram
começaram a adoecer e todas as mulheres correram para
Orunmilá afim de ocnsultar o oráculo e saber o motivo.
Orunmilá diz a cada uma dela o que aconteceu para que
cada uma delas tivesse aquele filho. Explica que Osún foi
quem as ajudou a conseguir, ordena então para que
qualquer ebó que essas mães fizessem deveriam ser
entregue para Osún como demonstração de gratidão, ao
ouvir, começam a dançar e cheias de alegria. Quando cada
uma delas vai para fazer a oferenda, entoam a seguinte
canção:

72
Assim, elas vão à casa de Osún para agradecer,
desde então seus filhos não mais adoeceram, Osún torna-
se então o Irunmolé que todas as mães cultuavam.

1. Ipó Òsun áwon Irúnmolé - Hierarquia deste


Irunmolé

O lugar de Osun é muito importante dentre os Irunmolés,


é de grande destaque e carisma por todos, Osún juntou-se
com os Irunmolés do sexo masculino assim como já foi dito
como estes planejaram contra ela, antes de saberem que
se tratava de uma mulher.
Esta conspiração que deixa claro para eles que Osun
não gosta de traição, comprovada pelo seguinte Oriki:

Olodumare trás muitos benefícios a Osun e dá a ela 4


irunmolés como ajudantes , estes são:

73
1.1 Boribori awo Irágberi
1.2 Ègbá Awo Ilukan
1.3 Èse Awo won ní Liébu ère
1.4 Àtomu awo won ni Ikiré Ilé

2. Àm i Osun – Simbologia de Osun

2.1 Roupas brancas


2.2 Àwé - Quartinha de água
2.3 Ide wéwé –
2.4 Eta – encontrada dentro da água
2.5 Òóyá – Osso de elefante em forma de pente
2.6 Edan – tipo de ferramenta
2.7 Erindinlogun – 16 búzios dentro de um envólucro
branco
2.8 Saworo Osun
2.9 Igi peregun
2.10 Aso Iyámojé
2.11 Awo abókádélè – Prata
2.12 Òbe Sékéle – pequena gilete/navalha

3. Ojubo OSin ati awon ohun Ojubo – Assentamento

Deve ser assentada perto de um rio e uma árvore de


peregun, todos os elementos devem ser enterrados.

4. Awon Aworo Osun – Os cultuadores de Osun

Podem ser tanto mulheres como homens, no caso de


mulheres são chamadas de Yá Osún e no caso dos
homens Babá Osun, ela também é o Adosú Osun

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5. Èewo Òsun – Interdições

5.1 Oká bàbà – Malte


5.2 Pépéyé – Pato

6. Ohun ti a fi n bo Osun – Elementos de Culto

6.1 Èfó yánrin


6.2 Éko – Acaça
6.3 Iyán
6.4 Oká –
6.5 Àké eran, pedaço de carne
6.6 Adie – galinha
6.7 Obi

7. Ilú OSun – Instrumentos de Osun

7.1 Benbe
7.2 Àtéwo Pípa (palma)
7.3 Agogo Osun
7.4 Igbá (cabala)

8. Éto Bibo Osun – Forma de culto

Podem ser :
8.1 Semanalmente - No mesmo dia em que é cultuado
Orunmilá, neste dia os cultuadores de Osun
acordam cedo para limpar a casa de Osún, pegam
água do rio e colocam na quartinha, essa água é a
que ingerida pelas pessoas que procuram Osun por
algum problema, ao chegar do meio do dia Yá Osun
e os outros cultuadores vão até o assentamento e

75
rezam e jogam Obí, caso positivo santificam o chão
com o acaçá e o efó, após isso comem e começam
a cantar .
8.2 Quando por sugestão ou consulta – Ela quem
revela o que deverá ter e o lugar onde esta pessoas
deverá realizar o culto
8.3 Festas Anuais – Sempre deve ser realizado um
grande evento, começa no dia de culto a Orunmilá
e termina no dia de culto a Orunmilá também. No
primeiro dia os cultuadores providenciam as
seguintes coisas:

1. Éfó Osun (vegetal)


2. Ewé Omisinmisin -
3. Ógédé weere – Banana maça ou nanica

Os cultuadores esfregam as folhas junto a banana


maçã, depois de terem feito este ato, tiram a água e
colocar em uma jarra/quartinha, usam essa água para
lavar os Eta Osún, também lavam a quartinha de
Osún, os pentes de Osún e a ferramenta de Osún
também. Também é lavado o assentamento com a
mesma água, é colocado água fresca na quartinha de
Osún e dentro desta água é jogada os Eta Osún, essa
água então torna-se um curativo e qualquer pessoa
pode usar esta água para curar qualquer enfermidade,
após feito o ritual a Yá Osun ou Adosu Osun, faz a
oração, joga o Obi, santifica o chão e assim começa a
festa. No dia seguinte a família de Osun independente
do lugar em que estiver, começa a festejar e fazer a
matança para Osún, até o último dia cantando e
festejando.

76
9. ÀsèKágbá – ùltimo dia da festa

A pessoa que ainda não fez oferenda para Osún podem,


fazer neste dia, este dia é o dia da festa para todos da
família de Osun, o Babá ou Yá Osun, dançam para o
Bairro. Este dia também é o dia em que se deve colher o
que sobrou do ebó do assentamento, todos os restos
devem ser levados para o rio.

77
78
79
Osanyn

Osanyn também é um dos antigos Irunmolés. Ele é o


chefe para pessoas que se chamam A-já-ewé-wa-egbó-se-
òogun-tá (Aqueles que usam as folhas e as raízes das
árvores para praticar a cura). Osanyn é ajudante para os
filhos de Olodumare na terra. Ele é aprendiz de Orunmilá
no Orun. Ele e Orunmilá são muito íntimos e inseparáveis.
O Odú que revela Osanyn revela a relação existente entre
este irunmolé e Orunmilá, sendo este Odú: Okárán-
Oturupon:

80
Após Osanyn ter chegado na terra ele e Orunmilá
continuaram sua amizade, a lenda diz que em determinada
época existiu uma guerra chamada de: “Ogun Ayélé”, e
ninguém soube mais o paradeiro de Osanyn nem mesmo
Orunmilá.Quando Orunmilá procurou osanyn e não achou,
consultou o oráculo para saber sobre seu paradeiro e o
Odú revelado foi Ogundá-meji:

81
Quando o Odu fala para Orunmilá, que Osanyn já
havia sido capturado e que não demoraria a ser vendido
como escravo, Orunmilá começa a procurar em todas as
feiras onde eram vendidos escravos, para que o achasse
antes que fosse vendido. Quando chegou à feira de
Èjigbómekún, Orunmilá viu Osanyn no posto onde ele
estava amarrado como um verdadeiro animal, sendo visto
como mercadoria. Neste momento, osanyn também vê
Orunmilá e começa a cantar:

82
E Orunmilá se comove quando escuta esta canção de
Osanyn, corre para o lugar onde Osanyn estava amarrado
e ordena para que seja solto, pois queria comprá-lo, ao
perguntar sobre o preço, recebe como resposta que eram
300 moedas correntes, Orunmilá não negocia e paga a
quantia.
Osanyn foi solto e entregue a Orunmilá, ao chegar em
sua casa com Osanyn, ordenou que seu cabelo fosse
raspado , tomou banho e vestiu-se com roupas brancas por
3 meses, enquanto estava na casa de Orunmilá Osanyn foi
mimado, quando estava acostumado, Orunmilá ordenou
que fosse dado a Osanyn um rastelo para que começasse
a trabalhar em seu jardim.
Quando Osanyn começa a trabalhar neste jardim,
percebeu as folhas e as raízes das árvores que Orunmilá
pediu para ele cuidar, todas eram ervas que ele poderia
usar para ajudar os filhos de Olodumare. Começa então a
cantar dizendo a importância de cada folha ou raiz ali
contida. Diz a Orunmila que não podia cortar qualquer uma
delas, após muito tempo cantando Orunmilá escutou e
chamou Osanyn pedindo explicações sobre a canção,
Osanyn então, explicou para Orunmilá em detalhes, e
obteve como resposta: A profissão que Olodumare
escolheu para Osanyn é a de curandeiro de doenças.
Pediu então que ele não cortasse as raízes e folhas, mas
que ajudasse os filhos de Olodumare necessitados.
Desde então Osanyn vira chefe das pessoas que
vendem raízes para curar e assim fica famoso virando um
dos Irunmolés mais famoso e prósperos.

83
1. Àmi Osanyn – Simbologia

O Opá que Osanyn segura é um dos seus símbolos. Ele


ordena que esse opá, deve ser colocado no ojubo de
Orunmilá após seu falecimento e todas as pessoas que
cultuam Osanyn devem possuir este Opá e colocá-lo onde
existir um Ojubo Orunmilá, este Opá é feito de ferro, com
alguns ferros apontando para cima e não deve conter
menos que 3 pássaros em sua ponta. Também são
elementos:

1.1 Eye - pássaro


1.2 Òbemá
1.3 Ìlu
1.4 Ilé Ikó Obi si
1.5 Fitíla

2. Ojubo Osanyn – Assentamento

Deve ser assentado junto com Orunmilá, pois antes de


morrer pediu que quando não estivesse mais na terra seu
Opá deveria ser cultuado quando o cultuador quer falar
com ele e seu opá deve ser colocado no assentamento de
Orunmilá e deixá-lo lá para sempre.

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3. Àwon ohun Apeere Ojubo – Elementos do Ojubó

3.1 Opá Osanyn – de ferro, não pode ser menor que 3


as partes que saem do centro para cima
3.2 Erê da pessoa – Enrolar esse erê com roupas
3.3 Erê osanyn – sem roupa alguma
3.4 Imó opé – folha de dendezeiro

4. Awon Aworo Osanyn – Cultuadores de Osanyn

Osanyn não possui muitos cultuadores ou seguidores,


apenas o dono deste opá, essas pessoas são as quais
podem fazer os rituais para as pessoas que procuram este
Irunmolé.

5. Awon Eewo Irunmolé – Interdições

5.1 Adí – O que não pode ser levado em Obatalá,


parecido com Orí
5.2 Ágbádo éyan – Milho queimado no fogo
5.3 Aásáá mímu –
5.4 Osún
5.5 Efun ilê – Efun
5.6 Óbe silo – Pequena faca

Não levar qualquer um desses para o assentamento,


caso levado trará problemas para a pessoa que ofereceu.

6. Ètó Bíbo Osanyn – Como Cultuar

Como já explicado, Osanyn é um dos escravos de


Orunmilá, caso cultue Orunmilá, Osanyn também é

85
cultuado ao mesmo tempo, da mesma forma como Ifá
(quinzenalmente),

Odun Osanyn – Festa

No dia da festa é oferecido a osanyn:


1. Igbin – Carne de grande apreço pelo orisá
2. Ekuru funfun –
3. Àgután – Ovelha
4. Àkó ewúré – Bode
5. ÀGbébÒ Adie
6. Eyelé – pomba
7. Èko – Acaça
8. Obí

A festa deverá ser grandiosa e o cultuador de Osanyn


(elegun ou chamado de Olókó OSanyn) deverá fazer o
agradecimento para o criador das ervas, raízes e árvores, o
cultuador deverá matar os bichos, orar, jogar o obí,
santificar o chão e todos os presentes começam a comer e
dançar.

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YEMOJA

É um dos irunmolés muito importantes que desceu


para a terra. Os Babalaôs dizem que ela e Sango são muito
íntimos no Orun, Yemoja é feminina, ocupa o cargo do
idoso no meio das mulheres. É um irunmolé de muita
paciência, por conta desta qualidade (dádiva), ela é muito
adorada e admirada quando chega a terra.
Quando Yemoja chegou a terra, ela e Sàngó não
demorou muito vieram a ser marido e mulher e Orunmilá
abençoou a relação dos 2. Antes de Yemoja, Sangó já
havia se casado 2 vezes, são Osún e Yemoji.
Quando Yemojá chegou, Sangó passou a ter 3
esposas, não demorou muito após casar-se com Sàngó
quando Yemojá precisou fazer ebó, quando soube Sangò
procurou Orunmilá para saber a veracidade. Orunmilá disse
à Sàngó que avistava no Opon Ifá, 3 coisas boas: Uma das
coisas mais importantes que Orunmilá pediu para sangó
usar no ebó do Odú que saiu é Ikóóde (ornamento usado
por Sangò em festas), orunmilá pediu para que Sango
desse esse ornamento para orunmilá. Sangó por achar
este ornamento muito importante e valioso para si decidiu
dar a Orunmilá outras coisas para esse ebó e orunmilá não
aceitou. Sangó então se recusou a fazer o ebó.
Após muito tempo quando já haviam esquecido, todos
os irunmolés, como era de costume anualmente, juntaram-
se para uma grande festa, durante essa festa Sangó que já
bebe muito começa a dançar, dança muito a ponto de
esquecer-se das 3 esposas que esperavam por ele em sua
casa, durante a sua ausência suas esposas decidem
festejar em casa, chamam os batedores e cada uma delas
começa a dançar, não demora muito tempo e os arredores
começaram a ir para ver Yemoja, quando uma grande
multidão juntou-se para ver Yemoja as outras esposas
também deixaram a festa para ir a festa ver Yemoja.

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Ao chegarem, descobrem que Yemoja estava usando
Ikóóde de seu marido (Sangó) e que esse Ikóóde era o que
era admirado e não Yemoja.
Foi uma grande surpresa para as pessoas verem esse
ornamento na cabeça e Yemoja, o que fez todos pensarem
que Yemoja seria a querida de Sango, pois se não fosse,
como poderia estar usando esse Ikóóde.
Osun e Yemoji, também viram Yemoja com esse
Ikóóde de seu marido e saem de lá, tentam esquecer o que
aconteceu, mas é difícil para ambas tirar da cabeça o que
havia ocorrido, as duas então voltam para casa, pegam as
quartinhas e saem da cidade.
Quando os habitantes ficam sabendo do ocorrido,
Sangó que já estava bêbado sai da festa e ao chegar em
casa não encontra nenhuma das 2 esposas, ao questionar
sobre o destino delas as pessoas apontam a direção em
que seguiram e Sangó corre atrás delas, quando faltava
pouco para alcançá-las ele as chama pelo nome mas para
sua surpresa quando cada uma ouve seu nome, a primeira
jogou a quartinha no chão e encantou-se em um rio, a
segunda por sua vez também jogou a quartinha no chão e
encantou se em outro rio.
Sangó lembrou então o que Orunmilá havia dito para
ele em relação ao ebó e o Ekóóde. Sangó então se deu
conta que 2 coisas muito boas em sua vida haviam se
acabado e percebe que talvez as 3 coisas que Orunmilá
havia falado era suas 3 esposas. Neste momento, sem
saber o que fazer , decidiu voltar para casa e ao entrar viu
Yemoja com sua quartinha nas mãos e Sangó começa a
corer atrás dela antes que jogasse a quartinha no chão,
mas era tarde Yemoja também encanta-se em outro rio.
A cidade inteira fica sabendo do acontecido com
Sangó e este vira a grande chacota com a seguinte
cantiga:

89
O Odú que revela Yemoja é Iká Eléja

90
2. Ipó Yemoja Làárin Irunmolé – Classificação de
Yemoja

91
Por conta de sua enorme paciência ela ocupa lugar de
idosos entre os irunmolés e conforme os Babalaôs dizem:
Yemoja tem uma enorme paciência.

3. Àmi Yemoja – Simbologia

3.1 Èesan Ekuró


3.2 Ìkókó Òrisá – quartinha
3.3 Eta Yemoja – Ota
3.4 Igi Peregun
3.5 Igi Yéyé
3.6 Aso Iyámójé

4. Ojubó Yemoja – Assentamento

Sempre deve estar perto do rio, para escolher um


assentamento os cultuadores vão à procura de mais de um
rio nas proximidades, depois jogam Obi para escolher qual
deles Yemoja escolheu para ter seu assentamento.
Onde estiver este assentamento deverá ser plantado
uma árvore chamada Igi Peregun e Igi Yéyé, outros
assentamentos que podem ser usados para o culto de
Yemoja, caso não tenha rio perto são os assentamentos de
Osún ou de Orisá Oko.

5. Awon Aworo Yemoja – Cultuadores

Mègún é o nome dado aqueles que cultuam a esse


orisá. Todas elas devem ser mulheres e a chefe delas
chama-se “Yáji”. Pessoas que assumem essa posição de
liderança deve ser uma mulher já na menopausa.

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6. Èewo Irunmolé – Interdições

6.1 Eja – Os cultuadores de Yemoja não podem comer


peixe
6.2 Oká Bàbá – Os cultuadores de Yemoja não podem
comer qualquer alimento de Oká Bába
6.3 Orógbo – Não podem usar Orogbo para cultuar
Yemoja, é Sangò que o usa para cultuar
6.4 Tàbá – Não podem fumar charuto

7. Ohun ti wón fi n bo Irunmole – Elementos do culto

7.1 Ègbo – comida de Yemoja


7.2 Iréké – Caldo de cana
7.3 Efó Yanrin
7.4 Èko tutu
7.5 Èkuru funfun
7.6 Obé ikánelegusí
7.7 Igbin
7.8 Obí

8. Ètó Bibo Yemoja – Formas de culto

8.1 Semanalmente – É feito no mesmo dia em que é


cultuado Orunmilá, o feito no rio onde tem o
assentamento de Yemoja, antes do amanhecer os
cultuadores vão até o rio e pegam a água, colocam
na quartinha do assentamento, limpa o
assentamento e pinta o ojubo. A yáji reza, joga o
obí e caso positivo, purificam o solo com acaçá.

8.2 Por sugestão ou ocasional – Yemoja diz o que deve


ser usado e onde deve ser feito.

93
8.3 Festa de Yemoja – A festa deverá ser muito
grandiosa, e varia de local a local com muita
comida e bebida. São entoados toques de Bàtá
podendo também ter outros ritmos. Todas as
comidas usadas para o culto as pessoas podem
comer
Oriki

94
95
Olòkun

È uma das 401 Irunmóles que veio para a terra para


ajudar as criações de Olodumare, mais há mais lendas,
conforme os Babalawôs dizem, que quando Olòkun chegou
no Aye e viu todos os problemas e as maldades que os
humanos praticavam entre si, ela não ficou feliz e disse:
“Não quero ficar nessa terra”, porém, um dia esta resolveu
procurar Orunmilá e dizer que não gostava de ficar neste
mundo nem em um dos 6 mundos que Olodumare criou,
disse também que gostaria de procurar outro lugar para
morar e pediu sua ajuda.
Orunmilá prometeu ajudá-la e consultou o oráculo
para Olòkun e o Odu que apareceu foi Èji-ògbe:

96
Após o surgimento deste Odú Olòkun providenciou
tudo que Orunmilá pediu para o ebó e Orunmilá ordenou
que quando voltasse para casa, fechasse a porta e usasse
a água de Ifá que ele deu pra ela para lavar a cabeça por 7
dias, acrescentou que somente poderia sair de casa, após
o 7º dia.
Tudo que Orunmilá pediu Olòkun fez, porém no 3º dia
em que Olokun estava em casa, percebeu que a porta de
entrada havia virado ouro e a porta de trás havia virado

97
metal e a porta de lado que era de ferro havia virado prata.
No 7º dia Olòkun sai de casa e descobre que a sua nova
casa era debaixo d´agua e que Olodumare já havia
escolhido este local para ela morar, tornou-se muito rica e
começou a agradecer seus parceiros. Para demonstrar seu
sentimento de gratidão Olòkun foi até a casa de Orunmilá
contou tudo que aconteceu para ela Orunmilá ficou muito
feliz e foi junto com ela para sua casa a fim de conhecer
sua nova casa. Ao chegar os 2 comem muito, bebem muito
e começam a cantar

98
Após alguns instantes Orunmilá parou de cantar e
somente Olokun continuou, desde então Orunmilá entra no
mar para jogar para Olòkun sempre que está fazendo a
festa até quando da sua morte, Orunmilá demora muito
tempo para jogar para Olokun, por isso a seguinte cantiga:

1. Odú que revela Olòkun

O nome do Odú que revela Olokun é Ogbè-Atè

99
100
2. Itumo Olòkun – O Significado de Olòkun

Olòkun significa Irunmólé que vive ou convive debaixo


da água do mar.

Awon ohun ti a tún n pé ni olòkun

1) Orúko àmútòrunwá: A atribuição vinda do céu ou


devido a forma de nascimento de uma pessoa, se
uma mulher teve filhos que trouxeram o cordão
umbilical em volta do pescoço o nome dado a esta
criança é Olòkun e os Babalawôs devem fazer ebó
para que este filho, pois é considerado um filho
espiritual, quando quer fazer este ebó os pais desta
criança devem comprar providenciar as seguintes
coisas:

(a) Orú – pote / quartinha


(b) Eyin Adie – Ovos de galinha
(c) Àwon ohun oro Olòkun – elementos de Olokum
(d) Epo – Dendê
(e) Àpó – Saco usado para confecção de roupa
africana

Os babalaôs juntam essas coisas e colocam em uma


quartinha de Olòkun. Nenhuma pessoa não iniciada poderá
saber sobre este fato, isso significa que esta família deve
cuidar obrigatoriamente de Olòkun. Isso é chamado de
“Olòkun Yíya”, após feito esse ebó Olókun já está pronta
para ser cultuada, neste dia que se começa a cultuar
Olòkun.

3. Èyi ni étò bíbo Olòkun – Como culturar Olòkun

101
3.1 Quando se quer cultuar Olòkun os pais da
criança cozinham os ovos de galinha,
macerar/amassar os ovos cozidos dentro do
pote/bacia que contenha dendê e usam essa
mistura para santificar o chão em frente à
Olòkun, e dentro do saco coloca-se o
pote/quartinha quando terminado o culto e todas
as coisas que Olòkun pedir que será usado para
ser cultuada. Olòkun pode pedir:
1.1 Igbin
1.2 Bicho
1.3 Faca

A única interdição é que o sangue desses bichos


não pode cair perto da quartinha dentro do saco, onde
olokun está guardada;

3.2 Orúko Ilèkè – O nome da pulseira/bracelete


(kelê): Em tempos antigos os Yorubás
acreditavam que as pulseiras eram uma coisa
que eram plantadas e nasciam como grama.
Nesta época qualquer pessoa que ao andar e
encontrava Ilèkè, teria de ir avisar o rei de perto
de onde achára e o rei deveria providenciar as
seguinte coisas antes de chamar um Babalaô
para o ebó:
- Eyelé – pombo
- Igbin
- Àké ewúrè – bode macho
- Èwá – feijão fradinho
- Èkuru
- Íreké – caldo de cana
- Ègbo (feito de milho amassado, como uma
pamonha)

102
O chefe/rei do bairro onde este foi encontrado junta
esses elementos e junto do Babalaô, leva pra onde foi
achado aquele Ilèkè, ao chegar se o rei viu o Ilèkè os
Babalaôs faziam o ebó ali, após cavavam a terra até
encontrar um pote grande onde acreditavam ter nascido o
Ilèkè, quando encontrado o pote verá algo muito diferente
do Ilèkè, muito parecido com prato, esse prato, acredita ser
o prato de olòkun e quando aberto verá muitos Ilèkès e
todos serão divididos entre si, metade com a dona do bairro
e o restante entre eles.

3.3 Òunmilá bi Olòkun Asóródayò: Existem muitas


parábolas de ifá que comprovam o
relacionamento entre Ifá e Olòkun, pois os
mesmo possuem uma grande amizade, tal que
Olòkun mesmo dizia que tudo que a ela
pertencia, também pertencia a Ifá, por isso de
forma geral Orunmilá é tido como aquele têm as
mesmas coisas de Olòkun, conforme a seguinte
cantiga:

Ifá Olokun

4. Ipó Irunmolé – Classificação entre os irunmolés

Como a lenda diz, Olòkun não estava contente com o


que ela havia presenciado na terra e dizia não querer ficar
até procurar Orunmilá e este por sua vez fez o ebó

103
necessário, Olodumare então mudou Olòkun de lugar a
cantiga abaixo explica a mudança de Olòkun:

Se observarmos a água do mar, percebe-se que:

1. Não existe areia debaixo da água do mar, apenas


lama;
2. Qualquer água que se junta com o mar, o mar a
engole;
3. Se a pessoa faz um passeio de navio ou barco até o
meio do mar e joga qualquer detrito, Olòkun (Okun)
devolverá ou leva tudo de volta até a praia, isso faz
que a pessoa crê em lendas que dizem que Okun não
pega aquilo que não pertence; e
4. Somente seres vivos podem entrar no okun e ali ficar
até quando desejar, caso contrário o mar leva.

5. Ámi Irúnmolè – Simbologia

Todos os elementos brancos fazem parte da simbologia


deste orisà, porém as mais usadas são:
1. Asò funfun (tecido branco)
2. Efun
3. Ìkaraun igbín (casco de branco pintado com igbin)
4. Òkotó Òkun – pião (brinquedo de criança)
5. Owó eyo –
6. Iléké Séseefun
7. Áwé

104
6. Ojubó Olokun – Assentamento

O assentamento sempre deverá ficar perto do mar,


porém os antigos babalaôs costumavam dizer que o
assentamento de Olòkun deveria ficar onde tivesse uma
árvore de Odán, perégun ou Lapalapa (árvore de Yámi). O
assentamento deverá ser feito com os seguintes
elementos:

1. Ère ènyian – erê da pessoa feito de metal


2. Opolopo okoto – pião
3. Efun
4. Igbá funfun –cabaça branca
5. Búzios
6. Iléke Seseefun

7. Awon Aworo Olokun – Cultuadores

Podem ser tanto mulheres quanto homens, porém as


mulheres são maior quantidade que os homens os chefes
do culto de Olòkun são chamados de: “Ajorí-Iwin”. Mesmo
sendo a maioria composta por mulheres, somente os
homens podem chefiar o culto, é muito importante para que
os culturadores de Olókun tenham muita disciplina em
relação ao namoro, isso é válido para ambos os sexos.
Essas pessoas têm o poder de ir até embaixo do mar
especialmente os homens para cultuar Olòkun.

8. Àwon Èewo Olòkun – Interdições

8.1 Itàà – Qualquer pessoa iniciada para este Orisá não


pode cobiçar o que pertence a outros ou pegar
coisas que não lhe pertencem;

105
8.2 Ata – Pimenta, pessoas deste orisá não podem
usar, comer ou para fazer sopa para cultuar; e
8.3 Eja – Alguns chefes do culto não podem comer
peixe.

9. Àwon ohun ti a fi n bo olòkun – Elementos do


culto

Como olokun é um orisá do mar, tudo que se é comido é


o que usado para cultuá-la, exceto as que contam como
interdição, alguns exemplos do que pode ser usado:

9.1 Àke era – pedaço de carne


9.2 Sapala – Outro tipo de Olélé
9.3 Èwó –
9.4 Ègbo – Canjica de milho branca
9.5 Íréké
9.6 Oyin – mel
9.7 Obi

10. Ètó olòkun Bíbo – Periodicidade do culto

10.1 Semanalmente – É feito no mesmo dia em que é


cultuado Orunmilá, o feito no mar onde tem o
assentamento de Olókun, antes do amanhecer o
chefe vai até o mar. O chefe reza, joga o obí e caso
positivo, purificam o solo.

10.2 Por sugestão ou ocasional – Olòkun diz o que deve


ser usado e onde deve ser feito.

10.3 Festa de Olòkun – A festa deverá ser muito


grandiosa.

106
107
Ogún

É considerado um dos antigos Irunmolés que vêm do


Orun para a Terra. Existem muitas lendas ou parábolas que
comprovam a posição de liderança de Ogùn. A primeira diz
que se fosse a primeira pessoa que vê o caramujo, essa
pessoa deveria ser a tartaruga e não a dona da fazenda,
esse ditado exemplifica que se fosse a primeira pessoa que
chega em Ifé seria Ogún. Pois é ele o dono do Ada (facão)
usado para abrir os caminhos para Orunmilá chegar na
terra livre.
Além desta lenda, após Obatalá já ter bebido muito
Emú, é Ogún quem fica em sua posição para liderar os
Irunmolés até Ifé, seu único defeito é que Ogún não sabe
usar o Opá de Obatalá. Para comprovar mais sua posição
de liderança, após Obatalá e Orunmilá já terem escolhido
os dias em que serão cultuados, Ogún é o terceiro quem
escolhe o dia, na vinda dos Irunmolés para a terra, o facão
que Ogún trouxe foi muito útil, todos os orisás o
consideram muito inteligente e poderoso, existe um ditado
Yorubá que diz: Qualquer irunmolé que desafia Ogún terá o
sangue usado para cozinhar inhame.

Àwon Orukó Ogún:

108
Ogun tem muitos nomes esse não pode surpreender
ninguém, pois não há nenhum país onde não há
cultuadores de Ogun na terra devido a sua grandeza,
também existe muita diversidade em sua forma de culto,
segue algumas qualidades de Ogún:

1. Odú ti Ogun Ba ró – Odú que revela Ogun

O Odú que revela Ogun é chamado de Ogundá-áárin

109
Certo dia Ogun vai até Orunmilá e diz que já fez o ebó
que Orunmilá pediu, mas não sentiu nenhuma diferença e
Orunmilá pergunta sobre como o ebó foi feito. Orunmilá
então questiona Ogun sobre o fato de não ter cortado o
pescoço do cachorro e usado o sangue para limpar seu
corpo.
Após conseguir outro cão, Ogun corta seu pescoço e
pega um pouco do sangue para limpar seu corpo, após isso
cozinhou o cachorro e comeu, esperou um dia de chuva.
Orunmilá então diz a Ogun que ao parar a chuva, no dia
seguinte Ogun deveria andar procurando um córrego até
encontrar, lá encontraria areia branca, tão logo achasse
deveria apanhar um pouco dessa areia e deveria queimar
tal areia. Ogun escutou calmamente tudo que Orunmilá
disse e voltou para sua casa, fez da forma como explicado.

110
Para a surpresa de Ogun ao queimar a areia, a
mesma tranformou-se em ferro e Ogun mistura esse ferro
com Emú, usa outra parte para fazer uma faca e um facão.
A primeira coisa que Ogun produz com este pó é um
pequeno pote para guardar seu Emú, este caçador aprecia
muito tal bebida conforme o seguinte oriki:

Ogun começa a vender a faca, facão e o rastelo que fez, e


ficar muito rico e todos passam a conhecer a fama de
Ogún. As pessoas diziam: Ogun, aquele que transforma
areia em dinheiro!
Assim, Ogun começa a pegar areia, queimar fazendo-
a virar dinheiro, assim Ogún fica muito rico e muito famoso
e todas as pessoas que vão a sua casa são muito se
comparados aos que vão a casa de Alaara e Ajerò. Ogun
rezou, fez ebó e este Olodumare aceita, sempre que
Orunmilá passa na frente na casa de Ogun, comprimenta
Ogun da seguinte forma:

111
Desde então, quando Orunmilá esta festejando Ogun
é quem faz a matança dos bichos. Leva esses bichos para
a casa de Orunmilá e logo que Ogun aparece os filhos de
Orunmilá começam a saudar Ogún.
Muitas cidades foram fundadas depois que Olodumare
aceitou seu ebó. Ogún é fundador dessas cidades na terra
Yorubá:

1. Íré
2. Isúndunrin
3. Iwóya
4. Saki

Essas cidades que Ogun fundou são de grande


importância e jamais podem ser esquecidas, pois através
do Odú Okanran méji é que são fundadas, o mesmo Odú
que revela Ogun.

2. Àmi Ogun – Simbologia

112
São dois importantes símbolos deste irunmolé:

2.1 Facão
2.2 Màriwó òpe

3. Awon Ohun Apeere Ojúbo Ògún – Assentamento

3.1 Opá Ogun – ferramenta de Ogun


3.2 Emú sekelé
3.3 Omo Owú
3.4 Àwé
3.5 Pedra macho – Ota
3.6 Olubondoro – corrente

4. Àwón Awóro Ògun – Cultuadores de Ogun

4.1 O chefe/Rei da cidade caso tenha sido fundado por


ogun e caso não seja fundada por Ogun é o chefe
dos caçadores, seu nome é Oluodé;

4.2 Agbópàá – Cargo de grande importância entre os


que cultuam Ogún, não pode ser qualquer pessoa
que cultua a este Orisá a ser escolhido para esse
cargo, primeiro deve ser alguém muito corajoso e
também deve ser jogado Obí para confirmar quem
deverá ser escolhido;

4.3 Abógún – Pessoa encarregada pelo corte do


cachorro no assentamento de Ogún, o facão deve
ser muito bem afiado e a cabeça deve ser cortada
em um único golpe, caso contrário é porque Ogun
não aceitou a oferenda, alem disto essa pessoa é

113
encarregada de fazer as cantigas no assentamento
de Ogun, santificar o assentamento e jogar o obi;

4.4 Arujá – Esse cargo é para mulheres, qualquer


mulher que vai assumir este cargo, deve ser esposa
de um filho de Ogún e deve ser a última esposa
deste; e

4.5 Aruàgbò – Cargo também feminino, deve ser a


penúltima mulher de um iniciado para este
Irunmolé.

5. Awon Èwo Ogun – Interdições

5.1 Não assoviar em metalúrgicas ou onde se fabrica


ferro;
5.2 Não pode peidar quando sentado em qualquer
material de ferro;
5.3 Os metalúrgicos não podem comer Iré, e também
não pode ser usado para cultuar Ogun;
5.4 Não devem comer Èfó ègúnmo e também não
oferecer ao orisá;
5.5 Não pode usar roupa de egun em metalúrgicas;
5.6 Quando entrar em uma metalúrgica e saudar
qualquer um que trabalhe neste lugar, este deve
usar uma das ferramentas para responder;
5.7 Qualquer rei de cidade de Ogun fundou e cargo do
culto de Egun não pode comer galinha
5.8 A ferramente de Ogun não pode cair no chão, deve
sempre estar em pé, e também não pode ser
levada para casa de outras, além da casa do chefe
do culto de Egun, esse Opá também não pode ser
colocado em qualquer caminho a não ser no mato

114
5.9 A mulher não pode ver a lavagem e o
assentamento de Ogun e esta lavagem deverá
acontecer anualmente
5.10 Se Ogun estiver em repouso, o que costuma fazer
por 3 meses, egungun e Sangò não podem dançar
na cidade que Ogun fundou, e se sua mulher
morrer nesse período não poderá ficar de luto

6. Awon ohun ti a n bo Ogun – Elementos do culto

6.1 Ajá – Cachorro


6.2 Èwá èyan
6.3 Èwó
6.4 Eyelé – pombo
6.5 Igbin
6.6 Àgbó –
6.7 Iyàn
6.8 Èkuru (funfun)
6.9 Obi
6.10 Ataare
6.11 Orógbó
6.12 Èko Tutu

7. Ògún Bíbo – Forma de culto

7.1 Semanalmente – No terceiro dia da semana é o dia


que deve ser cultuado, logo pela manhã as
mulheres da casa limpam o assentamento de Ogún
após colocar água na bacia/quartinha, após isso o
Agboogun vai junto a ela até o assentamento, este
faz a oração, joga o Obí, santifica o solo;

115
7.2 Por sugestão ou ocasional – É ogun quem escolhe
o que deve ser usado e o local onde deve ser feito
o culto;

7.3 Festa de Ogun –

Primeira etapa: Escolha do dia em que será feita a


festa, o rei da cidade ou o chefe dos caçadores
chamam o antigo babalaô para fazer as consultas e
o dia que Ifá determinar será feito o festival

Segunda etapa: É a lavagem de Ogun: A festa


toda dura 7 dias, no primeiro dia é o dia em que é
feita a lavagem de Ogun com as seguintes folhas:
- Ogungun
- Tèté
- Òdúndun
- Òori
- Lóbótujé (lapalapa – pinhão)
- Bóbó àwódi
Os cultuadores deste orisá usam água para macerar
as ervas dentro de uma bacia, levam Ogum até o centro da
casa, nenhuma mulher pode ver, após terminar a lavagem
levam de volta até o assentamento, é dada a matança
(cachorro) é usado o sangue e é jogado em baixo da
árvore. Após isso o chefe vai até o assentamento de Esú,
que deverá ficar em frente à Ogun, joga Obí, caso positivo
volta e usa feijão fradinho para santificar o chão debaixo de
Ogun.
Após isso leva Ogun para qualquer lugar onde se
utiliza ferro como matéria prima, a seguir é o processo para
levar Ogun para este lugar:

(a) Quem fica a frente são os que tocam os


instrumentos

116
(b) Agbopáá (chefe do culto) é quem carrega a
ferramenta, não pode olhar para trás até chegar no
local também não pode passar em cruzamentos,
somente na mata
(c) O rei da cidade ou chefe dos caçadores
(d) Mulheres da casa
(e) Homens da casa e por último as pessoas de
forma geral

Quando chegar ao local deverá ser sacrificada uma


cabra no assentamento de Ogun, após a matança
agboogun e o rei devem fazer todos os ebós, depois deste
ato todos devem comer, beber e dançar. Após isso Ogun
deverá ser levado de volta e não poderá ser percorrido o
mesmo caminho da ida, levando seu opá que deve ser
deixado na frente da casa, neste local é onde estará a
pedra e onde também se planta a árvore de Osè, também
neste local o rei ou o chefe jogam Obí para confirmar a
oferenda, a partir daí é que leva-se sua ferramenta de
volta, de novo deve ser jogado Obí para confirmar, ao sair
vai para o assentamento de Ogun que está na frente da
casa do Rei antes de levar de volta o assentamento para
dentro do palácio.
Após isso só falta levar Ogun para o assentamento,
onde ficará por 3 meses. Nestes 3 meses Egungun ou
Sangò não podem circular na cidade.

Terceira etapa: Neste dia é que o Rei da cidade vai


fazer oferendas para seus ancestrais, faz as matanças
necessárias e a festa começa.

Sétimo dia: É o dia especial para as mulheres da


casa, cada uma delas faz um Ékuru e feijão fradinho,
vão santificar o chão após isso é iniciada a festa.

117
3º mês: Festa de encerramento Todos os caçadores
saem para caçar e quando retornam as mulheres
cozinham, e esta festa pode durar a noite toda
terminando no dia seguinte.

8. Àgbara Ògún – O poder de Ogun

Os Yorubás acreditam que todos os acidentes


domésticos são causados por Ogun, acreditam que não
existe horário nem lugar, nem ao mesmo dia que Ogun não
consiga interferir. Ogun também não gosta de mentira.
Acreditam que apesar de sua bravura e força também é um
Irunmolé misericordioso capaz de ajudar os necessitados,
abrindo os caminhos com seu facão.

Àgbara

118
119
Osoosi

Este Irunmolé também desceu para a terra, têm forte


ligação com Ogún e os antigos Babalaôs dizem que este é
como irmão mais jovem de Ogun.

O Odú que revela este Irunmolé é Osè-Okanran:

1. Orukò Irunmolé – Nomes dados a este irunmolé

120
Ele é mais conhecido com este nome no meio dos
irunmolés, mesmo que os antigos Babalaôs o chamam dos
seguintes nomes:

1. Igbá-keji Ogun (secundário de Ogun)


2. Òrisá ode aperan (segundo orisá caçador de bichos)

2. Ipó Irunmolé – Posição deste Irunmolés em


relação aos outros

Ele é considerado segundo em comando de Ogun, os


Yorubás crêem que este Irunmolé quando este sai a caça
de bichos faz um juramento ou joga praga em alguém
sobre um assunto muito importante, aquele caçador de
bichos deve fazê-lo em nome de Ogun e Ossosi em uma
única vez, dizendo a seguinte frase: “Se estou mentindo
que osoosi me mate, se não que Ogun o mate”
Isto significa que qualquer coisa usada para jurar em
nome de Ossosi ou Ogun devem ser coisas verdadeiras, da
mesma forma no caso de coisas negativas, de forma muito
rápida isso acontece.
Os Yorubás também crêem que esse Irunmolé é para
Ogun como um vigilante pois é ele quem Ogun usa para
vigiar os caçadores de bicho no mato, pois os caçadores de
bicho gostam de fazer a imagem de Osoosi em suas
propriedades (objetos), sempre colocam um pequeno erê
de Osoosi em seu filá ou roupas quando saem pra caça.
Acreditam também que osoosi é um grande protetor para
si, assim como Ogun.

3. Àmi Osoosi – simbologia

São 2 seus principais símbolos:

121
3.1 Orun – Tipo de gargantilha usada , de metal
3.2 Moriwo Paako – Mariwo novo , econtrado no meio

4. Awon Ohun Apeere Ojubo – Assentamento

Comumente na áfrica é assentado junto com Ogun


devido à relação dos dois Irunmolés, portanto, as coisas
utilizadas para Ogun também podem ser usadas para
Osoosi. Com a indentificação do Orun e do Mariwo Paako.

5. Awon Aworo Osooso – Cultuadores

Somente os caçadores de bicho mais velhos e seus


chefes são chamados de Babá Ogun.

6. Éeweó Osoosi – Interdições

6.1 Não podem comer bichos que rastejam


6.2 Não podem jurar em falso

7. Awon ohun ti won fi n bo osoosi – Elementos

7.1 Eyelé – pombo


7.2 Akuko – galo
7.3 Ewa Osósó – feijão sem dendê
7.4 Obí

8. Ètó Bíbo Osoosi – Periodicidade e formas de culto

São também de 3 formas:

122
8.1 Semanalmente – É cultuado no terceiro dia da
semana, junto com Ogun, feito pelos cultuadores de
Ogun que são os mais velhos caçadores de bicho.
De vez em quando santificar o chão com o feijão
torrado sem dendê

8.2 Sob consulta ou indicação – Através da pessoa que


cultua, pelos sonhos ou através do oráculo, Osoosi
quem escolhe os elementos e o lugar a ser feita a
oferenda

8.3 Festa – Feita junto com Ogun, com diferentes


elementos de culto, o Baba Ogun e o Oluwodé
(líder do culto de Ogun) são quem fazem as
oferendas

9. Oriki Osoosi

123
124
Ijá

Ijá também é um dos Irunmolés que vieram para a


terra, assim como Osoosi é considerado um irmão mais
jovem de Ogun.

1. O Odú que revela Ijá é Ósá-Séé:

2. Ipó Irunmolé – Hierarquia em relação aos outros


Irunmolés
Esse Odú revela claramente que este Irunmolé, vêm
para terra somente para ajudar Ogun, é esse Irunmolé que
Ogun usa para fazer o trabalho duro, sério.
125
É um dos ajudantes entre muitos, para os caçadores de
elefante e bichos. Além de auxiliar todas as pessoas que
utilizam ferramentas como meio de sobrevivência. Devido a
estes fatos também ocupa um cargo muito importante em
meio aos Irunmolés.

3. Àmi Irunmole – Simbologia

Sua represntatividade é dada por:


3.1 Ogbó – Um opá, com uma lança na ponta
3.2 Orun Itafá –
3.3 Òkúta ako – pedra (ota) macho

4. Awon ohun apeere ojubo – Assentamento

O nome do assentamento é “ilebá”, sempre está no meio


da casa ou também na frente da casa, o assentamento de
Ijá é construído assim como o assentamento de Ogun, nele
poderá encontrar:
1. Ogbó
2. Orun
3. Moriwo op
4. Ileké sinsin
5. Okotó Okun (pião)

5. Awon Aworo Ijá – Cultuadores de Ijá

São os mais velhos caçadores de bichos, líderes do


culto de Ogun, não deve existir mulheres no meio do culto
de Ijá.

126
6. Éewo Irunmolé – Interdições

São em suas interdições que ficam claras suas


diferenças entre Ijá e Ogun.
6.1 Ajá – não se pode levar cachorro onde exista o
assentamento de Ijá e também não se pode usá-los
para cultuá-lo
6.2 Nnkan Osu – Mulheres mentruadas não devem
aproximar-se do assentamento de Ijá

7. Ohun ti won i bo ijá – Elementos de culto

1. Akuko Adie – galo


2. Ewa Yiyan – Feijão torrado
3. Èko Tútu – Acaça
4. Obi
5. Orúko – Cabra

8. Èto Bibo Ija – Periodicidade e formas de culto

Não se pode cultuar semanalmente, somente sob


sugestão ou consulta ao orácula ou em sua festa anual.

8.1 Por sugestão, sonho ou consulta ao oráculo – O


próprio Irunmolé indica os elementos e o local a ser
feito o culto
8.2 Festa: Festa muito grandiosa como dos outros
Irunmolés porém são mais comuns na cidade de
Ibáribá e acontece no terceiro dia da festa de Ogun,
ao amanhecer os sacerdotes juntam-se no
assentamento, rezam, santificam o chão e jogam o
obi, fazem sacrifico com o pombo, matam o galo,
matam a cabra e inicia-se a festa logo em seguida.

127
Após o pôr do sol as crianças e as mulheres
começam a dança em volta do assentamento e por
todo bairro.

9. Oriki Ijá

128
Orisá-Oko

Também é um dos antigos irunmolés. Chegou do


Orun para o Aye e ao chegar na terra gosta de caçar
bichos e pescar em suas horas livres. A lenda sobre este
Irunmolé diz que este se trata de um ótimo nadador e por
este motivo a lenda diz que este esporte que o salva e lhe
trás coisas boas.
Certo dia Orisá Oko foi nadar em um rio, enquanto
nadava viu que o rio estava levando uma mulher, sem
pensar duas vezes ele nada para salvar esta mulher, logo,
ao salvá-la fica famoso. Os pais desta mulher que ele
salvou, começam a procurá-lo para saber quem a salvou o
Pai desta mulher é Obatalá e Yemoo sua mãe, os dois
correm para casa de Orisá Oko para agradecê-lo e quando
chegou não apenas agradeceu como presenteou dando-lhe
sua filha como esposa, assim, esta mulher tornou-se
esposa dele.
Obatála e Yemoo então começaram a cuidar dos
casais, o que iam comer e beber não seria um problema,
por muita atenção dedicada, fez com que o Egusi torna-se
um prato de muita apreciação pelo Orisá-Oko. Orisá-oko é
amigo íntimo de Sangó desde o Orun até sua vinda para a
terra, e os antigos Babalaôs diziam que os dois trocavam
afazeres. Orisá-oko é considerado um orisá muito alegre,
amável e generoso todos os dias são como um dia de
festa na casa de Orisá Oko.

1. Orukó Orisa – Nomes dados a este Orisá


1.1 Orisá Oko
1.2 Aja-n-gele

2. Odu ti Orisá Oko Bá ró – Odú que revela este orisá

È chamado de Óbárá-òtua:
129
É por conta deste Odú que Orisá Oko não se
acostumou a sair de sua casa para caçar, ele fica em seu
templo sempre. Somente sai quando é para caçar.
Em seu templo leva-se tudo que ele gosta de comer.
Após casar-se com a filha de Obatalá, os dois se
comportavam como filhos dos donos de Ifé e depois de
algum tempo os outros Irunmolés e o povo de Ifé começou
a conspirar contra ele, fala que Orisá Oko não tem nada,
que todas suas riquezas pertenciam a sua família (sogro e
sogra).
Esta situação magoa muito Orisá Oko, e certo dia este
procura Orunmilá, querendo se tornar respeitado pelo povo.

130
Orunmilá consulta o oráculo e o Odu revelado foi Ogunda
Ako, dizendo que este Orisá não pode sair para descobrir
sua cidade:

Orunmilá diz a Orisá Oko para não sair da cidade e


indica ebó com os seguintes elementos:

(a) Eye iráwò (Okanleerúgba) –


(b) Opolopo isu

131
(c) Agbón ègusi – Cesta cheia de melão
(d) Òpá gangan
(e) Ewé Ifá

Orisá Oko fez o ebó indicado por Orunmilá, e após o ebó


também fez uma festa muito grande para as pessoas
comerem Iyan e Egusi, muita carne e muitas bebidas. Os
Irunmolés e o povo de Ifé comem e bebem bastante, após
isso Orunmilá usa a folha de ifá para limpar seu corpo, dá a
ele Òpá gangan e diz que agora ele poderia sair para
procurar sua cidade e fundá-la, Orunmilá diz para ele que
qualquer lugar que ele veja um pássaro chamado eye iráwo
deveria ser neste lugar onde deveria ser fundada a cidade.
Não demorou muito, Orisá Oko começa a enriquecer, ter
muito dinheiro e riquezas, têm muitos filhos e muitos
seguidores e a fama dele cresceu e todos começam a se
juntar em sua cidade . Quando estas pessoas juntaram se
comentavam sobre o ebó e o pássaro utilizado e as boas
coisas que trouxeram este ebó, quando tentou explicar qual
o pássaro utilizado no ebó passado por orunmilá (eye-etú),
o lugar fundado por Orisá Oko é Iràwò. Nessa cidade que
ele morreu.

3. Àmi Orisá Oko – Simbologia

3.1 Efun
3.2 Owó eyo
3.3 Òpá gangan
3.4 Idà
3.5 Osùn
3.6 Oyin – mel (quando os cultuadores vêem o mel em
frente desta casa, acreditam que orisá Oko está ali
presentee começam a jogar água para dentro e fora
de casa)

132
4. Awon Ohun Apeere Ojubo – Assentamento

4.1 Êre – escultura da pessoa feita de metal e deve ser


pintado semanalmente com efun e Osun
4.2 Àwé Omi tútú
4.3 Idá – espada
4.4 Moriwò ope
4.5 Òpá gangan (Instrumento parecido com o de
Orunmilá)

5. Awon Aworo Orisa Oko – Cultuadores

6. Èewo Orisá-Oko – Interdições

6.1 Os iniciados não podem comer inhame fresco


6.2 Não podem carregar egungun

7. Ohun ti a fi n bo Orisá Oko – Elementos usados


para o culto

7.1 Oruko – cabra


7.2 Agbebo adie – galinha
7.3 Eyelé – pombo
7.4 Obé Egusi
7.5 Igbin
7.6 Iyan
7.7 Oká –

133
8. Bibo Irunmolé – Peridicidade e formas de culto

Realizados de 3 formas:

8.1 Sugestão, consulta ao oráculo ou sonho:


Qualquer uma dessas formas ele mesmo revela
quais elementos utilizar e onde deve ser feito o
culto;

8.2 Semanalmente: Como é considerado um dos


grandes caçadores de bichos divide-se o dia com
Ogun , ao amanhecer a Yalorisá, arruma e pinta a
casa do orisá Oko , na parte da tarde os
cultuadores levam água fresca préviamente
armanezada na quartinha de seu Ojubó, rezam e
jogam obi ara confirmar , favendo possibilidade
pode ser feita festa com bebida e comida, sendo
oferecido tudo isso as pessoas; e

8.3 Festa: A festa começa no dia em que começa a


festa de Ogun, os cultuadores pegam água de rio,
limpam os assentamentos e trocam todas as roupas
brancas, tudo que é branco deve ser novo (tecidos).
Idá wiwé – Folhas usadas para a lavagem:

- Ewé oríjin
- Ewé Iyeyé
- Elégédé
- Osún

Todas as folhas devem ser maceradas, depois de


esfregar todas as folhas colocar a água em uma
bacia, misturar com Osun, e usar essa mistura para
134
lavar o assentamento, deve ser lavado em pé e após
terminada a lavagem deve ser enxugado com roupa
branca, confirmar com Obí, neste dia a festa já
começa.
Ojó Asekagba (Último dia): Ao amanhecer os
cultuadores devem colocar inhame cozido e levam
para o ojubó, após isso jogam obí para confirmar,
após isso ordenar para que as mulheres para que
cortem os inhames (usado depois para preparar
grande quantidade de Iyan),leva Obi , pombo, galinha
ou outras coisas que ele pedir (tudo em
agradecimento).
Éwó Líla – Torra-se o inhame e a descasca, corta-o
em duas partes e as coloca dentro de um prato, regar
com dendê e sal. Separa um pouco do inhame que foi
torrado para santificar o chão em frente ao orisá Oko,
isso significa que este já comeu o inhame daquele
ano, após fazer isso as mulheres começam a tirar o
inhame já cozido no fogo e pilão até virar o Iyán. Tudo
isso é levado para o Ojubo. O Babalorixá veste-se
com roupa branca e a Yalorisá também ambos com
pano de cabeça e ojá (cintura) brancos, com tudo isso
em mãos e devidamente vestido o Babalorisá abaixa-
se na frente de orisá oko, reza, pega um pedaço do
Iyán (5 vezes) e coloca em frente ao orisá, em cima
desses pedaços coloca-se o Egusi e tamém o Igbin.
Após isso chama o Balogun para jogar o Obí, caso
positivo a festa deve prosseguir dando início ao fim da
festa.

9. Idí ti orisá oko kó fi Gbodó Tèté jê Isu tuntun –


Porque Orisá Oko não pode comer inhame antes
de sua festa

135
Como é falado que este orisá é caçador de bichos e
amigo íntimo de Sangò, um dia Orisá Oko saiu para caçar
de demorou muito para voltar para casa, enquanto estava
caçando, nada conseguiu caçar e nem mesmo achar
nenhuma fruta para este comer. Estava muito faminto e
dessa forma voltou para casa, ao chegar nada tinha para
comer também e saiu de casa muito bravo e volta
novamente para caçar, ao chegar no mato encontra um
fazendeiro que estava limpando os matos que haviam
nascido em seu jardim, onde havia plantado Isu, Orisá Oko
pediu ao fazendeiro que torrasse um inhame para ele
comer, este responde a ele que o Isu que tinha era de outra
qualidade (Kara).
Essa resposta irritou Orisá Oko e este foi falar com
Sangó para que este o ajude torrando o inhame com o fogo
que saia pela sua boca. Desta forma Orisa Oko se vinga da
fome e desde então as pessoas costumam a dizer que a
fome leva a orisá Oko a atirar fogo nas fazendas. Desde
então resolveu não comer mais Inhame.

10. Orisá Oko Ati Ajé


Estes possuem grande rivalidade, se as pessoas
suspeitassem da crueldade de alguma mulher, é Orisá Oko
quem leva essa pessoa. Este orisá possui um ajudante em
meio os Irunmolés chamada Gúlútú, é ela quem ele manda
para matar as Yámi, essa gúlútu sempre fica no
assentamento de Orisá Oko, e é cultuado junto com Orisá
Oko, diz se que Gúlútú é Marido de Ajé.

136
137
Sàngó

Sango é um dos Okanlenirinwó Irunmolé que veio do


Aye para a terra. Não é Sangó que se chama Alááfin ní oyó
ilè ele é chamado de Itioli Olúkosó, Omo odédé, mas o
Sango dos irunmolés se chama Ayilégbé-órun, ele também
é que Orunmilá chama de “Ajuwòn”. O dia em que
Orunmilá jogou búzios para que ele não fosse assassinado,
é neste dia que Orunmilá o chama com este novo nome.
Sangó é um Irunmolé muito forte, poderoso e bravo.
Gosta de confusão e encrenca. Provoca muitas brigas em
meio aos Irunmolés.

1. Bi sango se Gba Ojó – Como Sango escolheu seu


dia de culto

Como já foi falado anteriormente sobre como Orunmilá


recebeu os dias de culto por Olodumare no Orun e como
ele dividiu esses dias (4 dias) entre os Irunmolés, é
necessário enfatizar que após ter recebido os 4 dias de
Olodumare , ele chama os mais velhos Irunmolés para
dividir estes dias, Obatalá que é o mais velho é quem
escolhe o primeiro dia (Ojo Osè Orisà Alaso funfun), após
Obatalá ter escolhido seu dia, Orunmilá escolheu o dia
seguinte e este é chamado de Ojo Awo, o terceiro a
escolher o dia foi Ogun (Ojo Ogun), após os mais velhos
terem escolhidos seus dias, estes começam a pensar entre
si quem pegaria o último dia que restou entre Òiygi, Iámi,
Guédé, Odú e os outros mais velhos. Em meio a discussão
viram Sango levantar a cabeça esbravejando com eles
jogando pedras. Ao ser questionado sobre sua atitude por
Orunmilá, Sangó para e foi até eles, Obatalá então implora
aos outros mais velhos irunmolés para que deixassem
Sangó escolher o último dia e este dia passa a ser
chamado Ojo Jàkúta, pois foi através de sua atitude

138
(pedras) que Sangó conseguiu seu dia. Apesar de ser mais
novo devido a confusão conseguiu seu dia.

2. Iyawo Ogun ti Sango Gba – Outros feitos

Outro fato que comprova a tendência de Sangó por


confusões é o fato de este ter roubado a esposa de Ogún,
ainda no Orun, Ogun já era marido de Oyá, após chegar ao
Aye Oya e Ogun passam a morar juntos, relacionando-se
como marido e mulher. Apesar do grande amor e o bom
relacionamento entre si certo dia Ogun briga com Oya e
bate nela, assim que Ogun saiu de casa, Oya começa a
chorar e neste momento que Sangò, entra em sua casa
para comprimentá-la, pois sango e Ogun são amigos, ao
ser questionada Oyá conta a Sangò.
Ao invés de Sangó acalmar Oyá, ele a chama para ir
morar junto dele, assim Sangó tira Oyá de dentro de casa e
a torna sua esposa. Essa atitude surpreendeu os outros
Irunmolés, pois entre eles era como se tivesse existido uma
quebra do código de ética e a punição foi muito severa, sua
morte.
Ao saber sobre sua punição, Sangò pediu ajuda a
Orunmilá, este então consulta o oráculo e o Odu revelado
foi muito positivo e fala sobre o ebó. Após feito o ebó, os
irunmolés chama Sangò para que venha e conte a todos o
motivo de ter roubado a esposa de outro Irunmolé, quando
este começa a falar, para contar sobre o acontecido, todas
as vezes em que abria a boca era fogo que dela saia e
todos ficaram assustados então Oloofin pediu para que
Ogun perdoasse Sangò e para que este pudesse ficar com
Oya é no Odu que orunmilá joga para Sangò que se tira o
nome Sangò Ajuwo.

3. Iyawo Orunmilá ti Sango tún Gbá

139
Diz o ditado que: “Quem ajuda não esquece e quem é
ajudado fatalmente esquecerá”, após Orunmilá ter ajudado
Sangò e o salvado da morte, este agora toma Osún de
Orunmilá. Em uma época que este também não se
encontrava em casa, este fez com que Sangò se tornasse
inimigo das crianças e dos Adultos e todos os Irunmolés
tornaram-se inimigos dele e todos viram-se contra Sangó.

4. Orukó Irunmolé – Nomes dado a Sango

Já se sabe desde o berço que este Irunmolé têm muitos


nomes, depois dele falecer um rei muito poderoso, que o
rei de Oronian também chamava-se Sango, isso torna difícil
qual realmente é o nome deste Irunmolé que primeiro se
chamava filho de Oronian, pode ser que era usado o
mesmo nome para 2 pessoas poderosas, mas existem
alguns nomes que são atribuição deste Irunmolé.

4.1 Sangó
4.2 Ayilégbe-Orun
4.3 Arira
4.4 Obileja
4.5 Ewelere

5. Iyato ti o wá Sango Irunmolé ati Sango Oba – a


diferença entre sango Irunmolé e Sangó rei

Sàngó (Irunmolé) Sàngò (Oba Aláàfin)

Veio do céu com os outros Nasceu na terra filho de


Irunmolés Okanbí e Oronian é seu pai.
Tornou-se Orisá pela
adoração popular.

140
Sangó Ayilegbé , este Nesse período Okanbí ainda
Sangò e Oduduwa viveram não havia nascido pois
junto na terra Oduduwa é sua mãe
Sangó é um Irunmolé, é Sangó rei, não é um
maior que o rei pois o rei é Irunmolé, após ter se
dono da terra e Orisá é dono matado em Kòso torna-se
do céu Orisá
Esse Sango que os mais Esse Sango não mkora em
velhos deixam escolher o Ifé e sim em Oyó
dia para culto em Ifé
Sango neste caso que é Sango não tem relações
responsável por roubar a com este fato, ainda nem
esposa de Ogun e de mesmo havia nascido
Orunmilá
O nome deste Irunmolé é Este Sangó não chegou a
Ayilégbe Òrun e é irmão conhecer Baáyànni e nem
mais jovem de Baáyànni mesmo possui parentesco
Lóde Orun
Sangò sai de Ifé e se Neste caso se suicida em
enterra uma pequena cidade
chamada Igbetí no caminho
para Oyó-ilé, esta cidade é
chamada de kóso
O Odu que revela esse O Odu que revela esse
Sangó é chamado de Oyeku Sango é Okanran-meji
meji

6. Odu que revela Sango

141
O ebó deste odú fala sobre o acontecido sobre Sangò
em relação a Oyá e como foi o desenrolar do ebó. No final
todos que estavam atrás de Sangó fogem cantando a
cantiga:

O ebó que Orunmilá faz para Sangó o surpreende


muito, em busca de agradecê-lo e pediu que Orunmilá
Assentasse Ifá para si dizendo que era para seu culto
particular. Orunmilá fica muito feliz em saber que seria

142
cultuado por Sango, diz a Sango quando custaria para este
ter seu próprio Ifá e este saiu em busca de dinheiro.
Não tendo alternativas Orunmilá deu a quantia
necessária para fazer este Ifá para Sangò, Sangó ainda
deu 40 búzios para Orunmilá e assim tornou-se Babalaô e
começa a jogar Ifá em todos os lugares. Pediu a Orunmilá
que desse a ele alguns Awoifá e que conseguem
interpretar bem os Odus, são eles:

1. Sééré
2. Lábá
3. Tóó
4. Èró-Pésé
5. Kábiyesí

Após sangô estar com esses Awos de Orunmilá, este dá


para ele um símbolo que este deverá usar para demonstrar
quem era. (Osé Sango).
Em qualquer hora em que Sangò estiver bravo e as
pessoas não perceberem Sangó poderá usar seu Osé para
castigá-los. Se percebido a saudação “Kabiyiesi to to fún ún
ún” pode acalmá-lo e estes não será castigados.Após
Sangó já ter se tornado Babalaô , volta a pedir a Orunmilá
para que este lhe dê poder e fama, mais que todos os
Irunmolés, mesmo sabendo que um desses tratava-se de
Orunmilá, Orunmilá consultou Ifá e o Odú revelado foi
Okanran-meji :

143
Sango providenciou tudo e fez o ebó necessário, uma
das coisas que o ebó pediu foram 2 cabras, uma delas foi
ofertada a todos os irunmolés e a outra orientou que fosse
levada para casa de Osanyn com um dos potes, bacia ou
quartinha. Sangò mandou uma de suas esposas avisar
Osanyn, quando sua esposa chegou na casa de Osanyn
este não deixa a esposa de Sangò voltar para que ela
pegasse algo para Sangó, Osanyn mata a cabra e corta a
parte da carne usando a para fazer sopa com outros
ingredientes e folha de ifá, quando terminou de fazer este,
entrega a esposa de Sangó dizendo para ela não degustar
e também que não espiasse até chegar em casa. Apenas
Sangó poderia comer daquela sopa.
Quando chegou no meio do caminho essa esposa
comeu um pedaço de carne, assim que termina de comer a
fumaça começa a sair de sua boca sempre que tentava
falar algo. Rapidamente levantou-se e correu para sua
casa, quando a viu Sango percebeu que sua esposa já
havia comido do que Osanyn havia preparado.
Sango corre e tira rapidamente o pote da mão dela e
come o resto muito rápido, desde esse dia, quando Sangò
144
abre a boca é fumaça e fogo que sai de sua boca. Este
então se torna famoso em meio aos Irunmolés, a esposa
em questão era Oyá.

7. Ipó Sangó Awon Irunmolé – Hierarquia

Muitas lendas já citadas neste livro já deixam claro que


Sangò é um orisá jovem em meio aos irunmolés, por causa
de sua bravura, por sempre criar encrencas e por causa de
suas maldades, colocou-se em lugar de destaque entre os
Irunmolés. Sangò se presenteia o cargo e o respeite entre
os Irunmolés e os humanos.

8. Awon Ohun Apeere Ojubo – Assentamento

8.1 Osè (Oxe)


8.2 Sééré (Xére)
8.3 Lábà
8.4 Opòn Sangó
8.5 Odó Sangò (pilão)
8.6 Edún ààrá (Pedra de raio)
8.7 Igbá Osun

9. Àmi Sangó – Representação de Sangò

9.1 Òsú Sangó


9.2 Irun ori Didi – Devem estar sempre com o cabelo
trançado
9.3 Osùn
9.4 Kele Sangò (pequena conta de pedras vermelhas e
brancas)
9.5 Aso Osún – Roupas vermelhas

145
10. Awon Aworo Sango – Cultuadores

10.1 Mogbá (Baba mogbá) – Chefe do culto de Sangó


10.2 Elégún – Aquele que carrega o fogo na cabeça
10.3 Adòsú - responsável por abrir os caminhos aonde
Sangó irá passar
10.4 Oníkele – Coordenador, organizador
10.5 Apehún

11. Awón Èewo Sangò – Interdições

11.1 Eran èsuó – tipo de carne/bicho


11.2 Eku ago – tipo de rato
11.3 Èwá Sésé – tipo de feijão
11.4 Orí Fífá – Não podem raspar o cabelo, devem estar
sempre trançados se homem.

12. Àwon ohun ti a fi n bo Sàngó – elementos


para o culto

12.1 Àgbó – Cabra


12.2 Orógbó
12.3 Akúkó òróró
12.4 Àmálá
12.5 Obe Gbégiri (tipo de sopa feita com feijão)
12.6 Obi
12.7 Ataare
12.8 Òrúko (cabrito)
12.9 Otí Oká (cerveja de malte)
12.10 Kòlá
12.11 Èwá Èyan (tipo de feijão - branco)
12.12 Èwá Òsoso

146
Muito importante enfatizar que quando na festa de Ogún
é tocado o Bàtá, Sangò não deve dançar para outros Bàtá.
Para acalmar a ira de Sangó deve ser em uma
oficina/metalurgia usa-se uma das ferramentas como Bàtá
para ele, as mulheres e crianças devem acompanhar
batendo palmas. Os ferreiros cantam para Sangò

13. Ètó Sango Bibo – Periodicidade e formas de


culto

13.1 Por sugestão ou consulta ao oráculo, sonho:


Caso qualquer uma dessas formas, Sangò é quem
diz que deve ser usado para seu culto, assim como
horário e local a ser realizado. As interdições
também são ditas para esta pessoa.
13.2 Culto semanal (a cada 5 dias): O quarto dia da
semana é o dia que deve ser cultuado, conforme a
lenda citada. Ao Amanhecer as emégun de Sangó
(mulher) limpam os arredores do assentamento de
Sangó, a tarde o chefe do culto vai até o Ojubo
junto aos outros chefes e iniciados, com todos
presentes o chefe começa a balançar o Xére na
frente de Sangó , enquanto o faz a oração para as
famílias, o rei e todos os outros. Após isso pega um
Orobô, corta uma pequena parte de cima e outra de
baixo e divide em 2, e o joga como se fosse Obí, se
positivo significa que Sangò aceitou os pedidos,
caso contrário deve-se perguntar a Sango porque
recusou as oferendas e pedidos, caso seja um
chefe de grandes posses as esposas desses chefes
devem cozinhar e servir à todos.
13.3 A cada 29 dias: Sangó deve ser cultuado neste dia
para que seja lembrado o dia em que este Sangó
(De Oyó)passou por um lugar chamado Atigba,
para sair de Ifé e ninguém mais o viu, este dia
presume-se que seja uma sesta-feira. O que é

147
usado neste diz é um tipo de galo chamado Akukó
Ororo e Orogbo, quando chega este dia, os
cultuadores juntam-se em um barracão de Sangó e
o chefe balançando o Xere começa as rezas, as
mulheres por sua vez começam a elogiar Sangó.
Após isso é jogado o Orogbo, matam o Akuko com
muitas comidas, santificam o assentamento e o
chão, dançando em ritmo Bàtá.
13.4 Odun Sangó: O Início - Antigamente para a festa
de Sangó, que dura 9 dias, era escolhido no dia do
culto de Sangó (4º dia da semana) e termina no
mesmo dia de culto de Sangó. No primeiro dia, é o
dia em que Sangó vai para a montanha,
antigamente uma montanha chamada Àtibá em Ilê
Ifé, foi aquela em que Sangó sobe. Esta montanha
deve:
(a) Ficar afastada da cidade
(b) Deve ser coberta por mata
(c) Onde se pode encontrar pedra de raio
(d) Deve ser de grande altura
Ao amanhecer os cultuadores e os mais velhos
Babalaôs chegam na casa do chefe do culto, quando
todos estão presentes, o chefe sai a frente seguido
pelos Babalaôs e os iniciados até chegar a esta
montanha. Juntam muitas galinhas dentro de jaulas
com muito Orogbo, ao chegar na montanha os Aworo,
devem começar a procurar as pedras de raio até
chegarem no topo desta montanha, ao chegarem um
dos Babalaôs mais velhos consulta a Ifá para saber
quais e quantas pedras Sangó deve pegar, de 1 a 4, é
a quantidade escolhida que define quantas galinhas
devem ser sacrificadas. O Sangue destas galinhas
deve ser jogado em cada pedra.
Após isso, o chefe do culto, pega 3 folhas e todos eles
descem da montanha, depois de descer da montanha,
o chefe pega mais 2 diferentes folhas (Ewe óòri e Ewe

148
igbá), todas as folhas colhidas então somam 5, essas
são levadas junto com a pedras colhidas.
Ao chegarem em casa, o chefe do culto macera essas
folhas com água, junta-se sabão da costa e essa
mistura é usada para lavar as pedras de raio. A água
que restou da lavagem usa para lavar o Opon Sangó
e o pilão. Após terminar a lavagem do Opon, este
deve ser pintado com Osun, e coloca as pedras
dentro, e o leva para o Ojubo de Sangó neste
barracão, somente após isso feito é que se faz a
matança do cabrito e o sangue é corrido em cima das
pedras dentro do Opon. Joga-se orogbo em frente ao
Ojubo, caso positivo, Sango aceito todas as
oferendas, todas as pessoas e presentes começam a
dar a matança levada.
O primeiro cabrito que se matou é o que é usado para
santificar o redor do assentamento, corta-se esse
cabrito em partes (picado) cozinha-se a cabeça
inteira, quando pronta essa sopa, assim como o
Amálá, pegam as 9 pedras macho em um prato
grande e em cima deste 9 Okutá, é feito um tipo de
recipiente para colocar o Amalá e sem seguida a sopa
a cabeça e os pedaços do cabrito e deixar no Ojubó
de Sangó.
Usa-se outros pratos, um com o feijão, alguns
pedaços da carne de cabrito, o outro tipo de feijão e
este deve ser colocado para outros Irunmolé. Para
Esú, serve-se amalá e a sopa e é colocado em frente
ao seu Ojubó, essa é a festa de Sangó, neste primeiro
dia pega um pouco de feijão (Ososo) e usa para
santificar o chão não pode se usar carne como parte
deste ritual pois, Sangó não come bichos que foram
mortos com ferro
Ayeye odun ati di ojó Asékágbá – A festa até o final :
Por 9 dias os cultuadores estão em festa, comendo,
bebendo e dançando sem trabalhar. Dentro desses 9

149
dias, qualquer pessoas que quer cultuar Sangó, tem a
oportunidade de fazer oferendas a Sangó, o último dia
é quando a pessoas que carrega o fogo na cabeça,
leva o fogo para frente da casa com cantigas e danças
em ritmo de Bàtá. Na tarde deste dia os elegun
Sangó, faz muitas magias na frente da casa do chefe
do culto, depois da festa o chefe do luto entra, joga
Orogbo e caso positivo, recolhem tudo do Ojubo de
Sangó,e elvam os restos para fora da cidade, onde
cavam um buraco e enterrar esses restos e assim se
encerra a festa.

14. Agbára Sangó – O poder de Sangó

Sangò é considerado um orisá muito poderoso e muito


astuto. Não gosta de mentiras e ladrões e não gosta
também de traição, qualquer pessoa que comete qualquer
um destes atos e usa o nome de Sangó para jurar, ao
chover Sangó briga com esta pessoa.

15. Ètó bi won se n dá ènyàn ni Osu Sango –


Como se ordena uma pessoa como Osu Sango

Qualquer pessoa do apreço de Sango, ou aquele que é


escolhido por Sango, pode ser seu cultuador, seja homem
ou mulher. Porém é mais comum na família de Sangò do
que com pessoas que não tenham nenhuma ligação com
este, seguem as coisas que devem ser providenciadas:

- Eku meji – Ratos


- Eka méji -
- Akuko Ororo -
- Agbebo Adie - Galinha
- Eyelé – pombo

150
- Igbin - 16
- Ètu – Galinha da angola
- Aké ewuré kan -
- Iyá odó kan – Pilão
- Osùn
- Abe Olúkondó – Tipo de navalha, objeto cortante

Leva estes elementos no assentamento de Ogun, o


chefe do culto de Sangó, emboca esse pilão e o escolhido
senta-se nele, junta-se a água dos igbins dentro de uma
cabaça e misturar com sabão da costa de osun isso é
usado para lavar a cabeça desta pessoa, após terminada a
lavagem usa-se essa navalha para retalhar o cabelo da
pessoa deixando-o parecido com um oxe, deixa-se apenas
o centro do cabelo raspando dos lados.
Pega parte do cabelo que foi raspado e juntar com os
elementos restantes e faz-se uma sopa, essa sopa deve
ser ingerida pelo iniciante, após comer a pessoa levanta e
deve ficar trancada dentro de um quarto por 7 dias sem se
comunicar nem ver as pessoas. Ao amanhecer o 7º dia, o
chefe do culto vai ao quarto e chama a pessoa como se
chama egungun, caso este responda é grande sorte para o
iniciado e sua família, é feita uma grande festa. Caso não
responda a crença é de que essa pessoa jamais será a
mesma pessoa na vida dela, significa que esta viu a ira de
Sangó, significa que está enlouquecerá.

151
152
Oyá

Oyá é uma das Irunmolés que vem para a terra, do


sexo feminino seu nome no Orun é Àráká e na terra passa
a ser chamada de Oyá. Os mais velhos Babalaôs dizem
que Oyá é mais reconhecida e famosa no Orun quando
estava em meio as mulheres solteiras. Portadora de grande
beleza, conforme diz a lenda, podemos observar que Oya
significa que Oyá é derivado do termo Ogun + Yá = Oyá,
pois no Orun seu marido era Ogun é o amor por seu marido
que leva Oyá a vir do Orun para a terra. Pois esta se sentia
muito confortável no Orun.
Após os Irunmolés já terem chegado na terra, Oyá não
queria sair e deixa seus próximos no Orun. Como esta
amava demais Ogun, desceu para a terra e continuou a
manter comunicação com seus próximos no Orun em uma
mata na periferia da cidade de Ifé. Já havia se casado com
Ogun neste tempo, não demorou muito para virem para Ifé
e começaram a viver juntos como marido e mulher.
Mesmo Ogun sabendo que Oyá mantinha contatos no
Orun, Oyá nada dizia sobre o assunto a ninguém, nem
mesmo Ogun. Saiu de casa sem avisar seu marido para se
encontrar com seus próximos do Orun e não demorou
muito para que seu marido suspeitasse de sua atitude. Esú
usa então essa situação para criar grande situação e
desafeto entre eles. Ogun bate em Oyá e esta se separa de
Ogun e casa-se com Sangó.
O amor entre sangó e Oyá era muito ardente. O
mesmo motivo da separação de Ogun com ela é que leva
também a separar-se de Sangó. A partir deste momento
separa-se de Sangó e passa a morar sozinha, Oyá então
fica livre para ficar próximo aos seus sempre que assim o
quizesse.
Para facilitar a comunicação entre seus próximos no
Orun, fez um tipo de véu (vestimenta, adê no Brasil, na

153
Nigéria é chamado de ago - máscara), este material
continha buracos na região dos olhos e dois chifres. Oyá
guardava esse objeto debaixo de uma árvore chamada Igi
òbobó, escondido de todos. Quando chegava a hora em
que ela queria ficar de seus próximos, ia até esse lugar,
vestia esse objeto e sumia.
Nesta época, existiu um grande caçador de bichos na
cidade de Ifé, com nome de Olúkosi Èpé, pessoa de grande
índole. Este caçador, vai até Orunmilá para consultar-se e
o Odú que foi revelado para este foi:

Orunmilá explica a este caçador sobre a necessidade


de ebó, pois este iria encontrar uma mulher de vida dupla
chamada Obinrin Abàmi, e que iria se casar com ele. Este

154
caçador ouviu o conselho de Orunmilá e fez o ebó, no 7º
dia após o ebó o caçador sai para caçar na mata, ao
chegar embaixo da árvore resolveu descansar um pouco
em cima desta árvore.
Não demorou muito, quando este viu Oyá em baixo
dessa árvore e para sua surpresa esta mulher tirou o pano
que a cobria e coloca a mão dentro de um buraco nessa
árvore e retira o objeto de dentro (como uma máscara),
veste esse ago como se fosse um egungun e entra na
mata. O caçador então começa a olhar esta mulher e
quando esta se aproximou de uma árvore, tira essa
máscara, anda mais adiante, até que se encontra com seus
próximos. Ao ver que estava sendo observada, a mulher se
assusta o caçador desce da árvore e pega a máscara que
esta usava e leva para casa.
Ao chegar em sua casa, guarda essa máscara no teto.
Uma de suas esposas observa que o caçador havia
guardado algo, mas finge não ter visto nada, após guardar
sai novamente, dessa vez para se divertir. Ao anoitecer
Oyá se despede de seus próximos no Orun e volta para a
terra, quando chegou debaixo da árvore em que sempre
escondia este objeto não o achou mais, procurou em todos
os cantos e não encontrou. Começou a chorar sem saber o
que mais fazer.
A lenda diz que muito choveu neste dia e o chão
estava muito molhado, isso fez com que fossem reveladas
pegadas no chão. Oyá então começa a seguir as pegadas
de haviam no chão até chegar na casa deste caçador. Ao
chegar encontra o caçador em frente a sua casa o saúda e
senta-se junto a ele. Quando escureceu o caçador
pergunta a esta o que desejava, Oyá responde que
gostaria de dormir em sua casa, assim Oyá torna-se
esposa do caçador e dá a luz a nove filhos.
Certo dia Oyá e seu marido estavam sentados em
frente a sua casa e começaram a brincar. Oyá pergunta a
este se um dia, este esteve em caça e algo de estranho

155
ocorresse, como um grande caçador de bichos o que
faria?. O caçador respondeu que haveria várias alternativas
que este poderia inclusive tornar-se uma mosca, outro
animal que constrói casa de barro no chão e antes que
continuasse a falar sua mãe o calou e disse que este não
deveria contar tudo a esposa. E este não terminou a
conversa.
Oyá e a primeira esposa do caçador moravam juntas e
certo dia houve um desentendimento entre estas e o
caçador não estava em casa, as duas brigam a primeira
esposa diz a Oyá que embora estivesse vivendo ali todos
sabiam de sua vida dupla através da máscara apontando
para o teto, revelando assim o grande segredo do caçador
a Oyá. Oyá então teve certeza de que o caçador , marido
das duas, contou seu segredo a primeira esposa, subiu no
teto, pegou a máscara e começou a colocar água nesta
para que amolecesse tendo em vista sua confecção em
couro, para que pudesse vesti-la novamente.
Ao amanhecer, Oyá colocou esta máscara e
transformou-se em efòn (búfalo) e matou a primeira esposa
e seus filhos, depois disso, sai para encontrar seu marido
no mato e o encontra na mesma árvore onde esta
anteriormente guardava a máscara. Por sua astúcia, esse
caçador percebeu que não era exatamente um búfalo que
vinha em sua direção, e percebeu que era sua esposa que
havia se encantado em um búfalo, ao chegar neste lugar
começa a usar o chifre para tentar derrubá-lo, após algum
tempo o caçador desce da árvore e é perseguido pelo
animal. Quando falta pouco para alcançá-lo e matá-lo o
marido transforma-se em “iromi” um tipo de folha que flutua
na água. Esta perde a visão deste e fica a sua procura sem
saber que este estava encantado em sua frente , naquela
frente.
Não o achou e volta para casa, ainda transformada
em búfalo, encontra seus filhos que a viram começam a
fugir dela, percebendo que ainda continuava como búfalo,

156
transforma-se novamente em mulher, chama as crianças e
conta o que lhe aconteceu.
Após isso reza para eles, tira os 2 chifres que estava
naquela máscara e ordena que estes cultuem aqueles 2
chifres como se fossem um irunmolé em sua lembrança.
Disse também que ela deveria ser chamada de Oyá, a
partir deste dia Àrákà passou a ser chamada de Oyá e os
noves filhos que teve com este caçador chamam-se
“Íyasán”. Depois que Àrákà sumiu, seu pai chegou e os
filhos contam que sua mãe já virou um Irunmolé e que o
nome dela era Oyá, esse era o nome que ela pediu para
ser chamada, contam a seu pai que como pagamento pela
traição ele deveria providenciar as seguintes coisas:

1. Aké ewúré – Cabrito


2. Agbebo Adie - galinha
3. Opolopo ohun ti enu í jê – muitas comidas
4. Obi

Providenciou tudo e cultuou Oyá, o chefe dos caçadores


jogou o Obi e a resposta foi positiva este então começa a
cantar:

As interdições que Àrákà deu a seus filhos é que eles


não podem comer carneiro e não podem criá-lo como

157
animal de estimação pois foi o motivo que causou a briga
entre ela e a primeira esposa do caçador.

1. Àmi Oyá – Simbologia

1.1 Iwo efòn Méji – dois chifre de búfalo


1.2 Edùn áárá funfun – Pedra de raio branca
1.3 Oré àtórí finfin – galho de árvore utilizado no culto
de egun - desenhado (finfin)
1.4 Bùmu (àwé Oyá)
1.5 Igbá Àdemú – Igbá de 2 partes
1.6 Àré Oyá
1.7 Làbá Oyá – tipo de roupa, tecido, vestimenta
1.8 Kele Oyá – tipo de bracelete

2. Àwon ohun Ojubó – Assentamento

Todos os símbolos citados acima são os que devem


constar no assentamento de Oyá

3. Àwon Awòró Oyá – Cultuadores

Tanto mulheres quanto homens, podem ser os


cultuadores de Oyá. A liderança do culto pertence ás
mulheres e o nome dela é Iyá-Oyá e o homem escolhido
para ser o co representante é Bàbá-Oyá. Qualquer mulher
que for escolhida como líder, deve ser uma mulher já na
menopausa, de idade avançada. Uma identificação os
cultuadores de Oyá são o Kele Oya (Ilèkè)

4. Àwon Èéwo Oyá – Interdições

158
4.1 Não pode comer e cultuar carneiro
4.2 Não pode levar qualquer objeto com pele de
carneiro até o assentamento de Sangó
4.3 Não podem comer cachorro

5. Ohun ti wón n bo oyá – Elementos do Culto

5.1 Àké ewúré – Bode


5.2 Agbébó Adie - Galinha
5.3 Pépéye – Pato
5.4 Elédè - Porco
5.5 Iyán – Purê de inhame
5.6 Okà - Malte
5.7 Èko – Acaça
5.8 Èwó -
5.9 Ègbo – pamonha
5.10 Obi
5.11 Orogbo mérin
5.12 Afárá oyin – favo de mel
5.13 Òtútú òwú – Algodão colhido (fresco)
5.14 Ewé Ilasa –

6. Èto Bíbo Oyá – Periodicidade e formas de culto

6.1 Semanalmente: No mesmo dia em que é cultuado


Sangó também é feito o culto de Oyá. Os
cultuadores levantam ao amanhecer para limpar o
local onde fica o Ojubó, jogam a água que está na
quartinha e vão ao rio para pegar água fresca, no
meio do dia juntam-se todos próximo ao Ojubó um
dos líderes faz a reza, santifica o solo e joga o Obí.
6.2 Sugestão, consulta ou sonho: Em qualquer um
desses casos, Oyá diz os elementos, o dia e o lugar
a ser feito o ritual

159
6.3 Festa anual: A festa dura 9 dias, começa no 4º dia
da semana e termina no 4º dia seguinte, durando 9
dias.

Começo:

(a) Obi
(b) Orogbo
(c) Otútú òwú – Algodão fresco
(d) Afáraá – favo de mel
(e) Ewé Ilasa

Os cultuadores neste dia, usam água junto com a


fava de mel para o Ewé ilasa e usam a peneira para
separar a água dentro do Ojubó, essa água é que é
usada para lavar a pedra e o atorí de egungun que
ficam dentro do ojubú, após lavar tudo é envolvido por
tecido e colocado na frente do Ojubó. A Iyá-oyá reza,
após isso o Babá Oyá santifica o solo com Oká (Èlùbó
– farinha de inhame) quente e a sopa feita de feijão.
Após isso feito, joga o Obí e caso positivo inicia-se a
festa pelos restantes 8 dias, nesse período qualquer
pessoa que queira fazer pedidos a Olodumare através
de Oyá leva suas oferendas conforme prometido.
Aqueles que também desejam deve levar os objetos
para que possa fazer. Muita festa, muita comida e
cantigas com Bàtá, dançam para o bairro, todos os
dias por 9 dias.

Final:

É neste último dia que Oyá sai como se fosse


egungun, a máscara que representa é feita com
roupas brancas, dois chifres e Oyá dança por todos os
bairros. Volta para o assentamento no pôr do sol. Ao

160
retornar os cultuadores tiram todos os restos e levam
para enterrar em um buraco cavado próximo ao rio
que não seca no verão. Após estes serem levados,
voltam, jogam obi próximo ao ojubó e assim encerra-
se o festival.

Se observarmos, percebemos que o búfalo é muito


importante no culto de Oyá.

161
162
Baáyànnì

É um dos antigos Irunmolés que vem do Orun para a


terra, é irmão mais velho de Sangó, pois tem muita
paciência e não gosta de problema como seu irmão Sangó.

1. O Odú ifá que revela este Irunmolé é Ogbè-Bàrà:

163
Orunmilá pediu a Baáyànnì para fazer um ebó, neste
ebó deveria conter:

1. Ikòkò òdú (Pote de barro, terracota)


2. Owó eyo – búzios
3. Ègbo – pamonha
4. Orogbo
5. Ilákó

Após feito o ebó, outros Irunmolés descobrem que é


Baáyànnì o dono do dinheiro que Sangò estava gastando,
são esses búzios que Baáyànnì usa para fazer a coroa que
ele usa. Este é chamado de Adé Orí Baáyànnì.
Baáyànnì é o irmão mais velho que Sangó sempre pediu
para ficar em casa quando ele saiu, a lenda diz que quando
Baáyànnì não quer ficar são as pamonhas que Sangó usa
para enganá-lo e fazê-lo ficar em casa.

2. Àmi Baáyànnì – Simbologia

2.1 Adé owó eyo – coroa feita de búzios


2.2 Efun
2.3 ÌkòKó òdú – pote de barro, terracota

3. Àwon ohun Ápeere Ojúbo – Assentamento

Baáyànnì fica no mesmo barracão onde está assentado


Sangó, em seu ojubo deve não pode faltar:
3.1 Adé Owó eyo – coroa de búzios
3.2 Efun
3.3 Ikoko odu – neste colocar água

164
4. Àwon Aworo Baáyànnì – Cultuadores

Os cultuadores de Sangó também são os de Baáyànnì,


sendo eles:

4.1 Mogbá Baáyànnì – Líder do culto


4.2 Elégun Baáyànnì
4.3 Adosú Baáyànnì
4.4 Apehún Baáyànnì

5. Àwon Èewo Baáyànnì – Interdições

Como Baáyànnì é o irmão mais velho de Sangó, tudo


que Sango não gosta Baáyànnì também não gosta:
5.1 Eran ésuó-carne de animal
5.2 Eku ago – rato
5.3 Èwá sésé

6. Awon ohun ti a fi n bo Baáyànnì – Elemento de


culto

6.1 Àgbo – carneiro


6.2 Ègbo – pamonha
6.3 Orogbo
6.4 Obi
6.5 Ataare
6.6 Opolopo ounje – muitas comidas (Amalá, Iyan)
6.7 Obé gbégiri – sopa feita de feijão

7. Ilú Baáyànnì – Instrumento de Baáyànnì

165
Este é seu instrumento preferido, caso não tenha
basta apenas bater palma para que se contente este
Irunmolé.

8. Etò Bíbo Baáyànnì – Periodicidade e formas de


Culto

8.1 Semanalmente: No mesmo dia em que Sangó é


cultuado, ou seja, no 4º dia. Os cultuadores ao
amanhecer limpas o local onde fica o Ojubó,
oram e santificam o solo e jogam Obi para
confirmar.
8.2 Através de sonho, oráculo ou sugestão: Ele
quem determinar os elementos e local de culto.
8.3 Festa Anual: Somente ocorre quando a festa de
Sango está se aproximando, neste dia que é feito
a festa de Baáyànnì, começa no dia de culto de
Sangò e tem duração de 5 dias, no primeiro dia
os cultuadores ao amanhecer dançam com ritmo
de Bàtá, até o assentamento , oram , santificam o
solo com pamonha de milho , jogam o obí para
confirmar e caso positivo o líder do culto mata o
carneiro, cozinhá-lo e santificam o chão com uma
parte do cozido, todos dançam comem e bebem,
durante os cinco dias são repetidos os rituais.

9. Ojó àsékagba – ùltimo dia

È neste dia que o líder do culto agradece a todos os


colaboradores, mata mais um carneiro no barracão de
Baáyànnì, comem, rezam e ao pôr do sol, recolhem todos
os restos e tudo é jogado no rio. As pessoas que foram no
rio, 1 deles quem vai jogar o obi e encerrar o festival.

166
167
Sònpònná

Sònpònná veio do Orun para a terra, é um dos


Irunmolés mais íntimos de Osanyn, muito bravo, nervoso e
temperamental. Por conta deste nervosismo que seus
cultuadores não podem fazer dentro de casa, sempre na
parte de trás.

1. Outros nomes dados a este Irunmolé

2. O Odu que revela Sònpònná é o Odú Obàrá-Òtuá:

168
Orunmilá pediu a Sònpònná para que fizesse
determinado ebó, em sua vinda do Orun para a terra, ele
fez o determinado ebó e se estabeleceu na terra cuidando
e ajudando pessoas. O que surpreendeu Sònpònná é que
todas as pessoas que ele ajudava não agradeciam, e isso o
entristecia, ficando muito decepcionado, conta isso para
Ossanyn e dizia que iria parar de fazer o bem.
Osanyn o aconselhou a não deixar de fazer o bem ,
pediu para que os dois fossem até orunmilá para saber,
pede a Orunmilá para consultar o oráculo e o odu revelado
foi Osáturupon.

Orunmilá pediu a Sònpònná para providenciar as


seguintes coisas para o ebó:

1. Sokoto Pénpé
2. Èwú pénpé

169
3. Igba àdó (cabaça pequena, como Ado ide usado em
Osún)
4. Ewé ifá
5. Osùn

Sònpònná providenciou tudo e levou até orunmilá, este


amassou as folhas e Osùn e usou para limpar os Sòkóto e
Èwú pénpé (roupas a primeira calça, mais curta e a
segunda uma camisa), em seguida amarrou o àdó junto a
sua roupa e andar, até o centro de Ifé. Sònpònná fez como
recomendado por Orunmilá e quando estava passando
pela cidade com essas roupas, o povo corria atrás para vê-
lo, ninguém entendia o que estava acontecendo, este volta
para casa e fala com Orunmilá, este pediu que tivesse
Paciência e aguardasse o que iria acontecer.
Após 2 dias todas as pessoas que Sònpònná havia
ajudado e não haviam agradecido, começam a ficar
doentes e todos tinham a mesma doença , estes foram até
a casa de Orunmilá e contam o que aconteceu, como
teriam ficado doente. Orunmilá diz que esta doença era
chamada de Igbòná, e que essa doença era Olóde ou
Bàbá-Àgbá quem os fazia ficar doente.
Orunmilá diz a estes que voltem e visitem a pessoas
sempre os ajudou, pois nunca haviam agradecido, para lhe
pedir desculpas e o agradecer, caso quizessem se curar da
doença. Orunmilá não cita o nome de Sònpònná, depois de
muito pensar todos descobrem que era de Sònpònná a
quem Orunmilá se referia.
Orunmilá fica contente que as pessoas tenham lembrado
quem ele falava, foi até Sònpònná para agradecer. Todas
as pessoas doentes foram até a casa de Sònpònná para
agradecê-lo do bem que faz com dinheiro e muito presente
e pediam muita saúde.
Cada um que agradecia curava-se da doença, até que
todos ficaram curados e todos os curados cantam :

170
3. Àmi Òrisá Sónponná – Simbologia

3.1 Osé – feito de ferro


3.2 Èwu Pénpé – Pintando com Osún e pendurado com
búzios
3.3 Sòkot Penpé – Com búzios e pintando com Osun
3.4 Kérénsè – Parecido com ferramenta de Nanã

4. Àwon Nnkan Ojubó – Assentamento

Como já dito, o assentamento deve ser feito fora de


casa, de preferência na parte de trás, pois é um Irunmolé
muito bravo, não somente por este motivo, mas também
porque muito do que se coloca em seu assentamento, são
muito fortes.

4.1 Làbà – Tipo de porta usada para fechar o ojubo e


está e enfeita com muitos búzios
4.2 Àwo Abókádélè Olòmorí – Tipo de Ibá de omolu, de
duas partes onde uma fica ancaixada na outra,
dentro desta peça é que é colocado tudo que ele
tira do corpo da pessoa que sofre com as doenças
171
4.3 Àwé – Tipo de quartinha onde fica a água
4.4 Eta Sònpònná – Pequena pedra que deve ser
colhida da montanha e deve ser colocada dentro da
quartinha com a água.

5. Erò Arùn Sònpònná – O que deve se dar aquele


que é atacado

Quando uma pessoa é atacada por esta doença, é o que


deve ser dado pelos cultuadores:

5.1 Emú – todos que moram naquela casa deve tomar


o Emú e usar para santificar o ambiente;
5.2 Owò – Vassoura de palha, qualquer casa que se
encontrar com este problema não pode ser varrida
com este tipo de vassoura
5.3 Epo – Deve ser usado dendê para cobrir o corpo da
pessoa contra as feridas
5.4 Igbin – água do Igbin
5.5 OsÙn – passar direto no corpo

6. Awon Aworo Sònpònná – Cultuadores

Podem ser tanto homens como mulheres os seguidores,


são chamados de Emègùn, somente ele quem pode entrar
no local onde fica o Ojubo de Sònpònná, não pode ser
fofoqueiro, nem tudo que se vê pode ser falado.

7. Èéwo Sònpònná – Interdições

7.1 Ìfé – Não podem assoviar onde existe


assentamento de Sònpònná

172
7.2 Ìli Ìlu – Não pode tocar qualquer instrumento de
toque ou sino em casa onde houver pessoas
doentes
7.3 Ara bíbu – Não pode usar Sònpònná para jurar
7.4 Orí Fífá – Não pode raspar a cabeça da pessoa que
sofre

8. Ohun ti won fi n bo Sonponna – Elementos do


culto

Pode cultuar Sònpònná com todas as comidas:

8.1 Egbo – Pamonha


8.2 Èwá Isako – Tipo de feijão
8.3 Èkuru
8.4 Òruko – Cabrito
8.5 Akuko – Galo
8.6 Ajá – cachorro
8.7 Orógbó
8.8 Àgbado titã – Milho torrado
8.9 Emú
8.10 Omi tútú – água fresca

A água fresca e o Emú são coisas usadas para acalmar


Sònpònná.

9. Ètó Bíbo Sònpònná – Periodicidade e formas de


culto

9.1 Semanalmente: no 4º dia da semana, o mesmo


escolhido por Sangó, como já dito o assentamento
de Sònpònná não deve ser visitado por qualquer
pessoa, por causa deste, somente o cultuador que

173
entende bem e que fez o assentamento pode ter
acesso a este local .

Ètò Sònpònná - Assentamento

Ao amanhecer, os cultuadores juntam-se para limpar o


barracão de Sònpònná e quando e ao meio dia o chefe
leva as seguintes coisas:
1. Oyin
2. Èyan-àgbàdo
3. Àwo abókàdèlè
4. Orógbo
5. Àkutá Ako méta

Ao chegar, ele reza , santifica o chão e joga orogbo,


caso positivo joga um pouco de feijão dentro do prato e
coloca em frente do ojubo de Sònpònná, coloca água da
chuva, dentro da quartinha do assentamento.

Èto Oríta – Por volta de 1:00 da tarde os cultuadores


de Sònpònná, vão até o cruzamento do bairro, juntam 3
pedras macho, colocam feijão no pote/alguidar depois
disso joga orogbo, joga água fria no chão, dessa forma
cutuando Sònpònná, qualquer pessoa pode presenciar
esse ritual

9.2 Por sugestão, consulta ao oráculo ou sonho: De


qualquer forma é ele quem dita o lugar e os
elementos a serem utilizados no culto.

9.3 Festa Anual: A festa deste Irunmolé, é feito


durante o verão é o chefe do culto quem vai

174
escolher o dia que deverá ser no mesmo dia de
culto a Sangó e tem duração de 5 dias.

Ojó Ikúnlé (Quando começa): Ao amanhecer será feita


oração, santificação e é joga Obi, assim como preparada a
comida da festa ao Irunmolé, depois disso o chefe do culto,
amigos e família levam o bicho do festival. Os presentes
levam o que haviam prometido. A festa dura 5 dias com
muita comida e muita bebida, na madrugada do 5º dia,
pegam todos os restos e enterram próximo a um rio na
periferia da cidade.

175
176
Nàná-Bùkúù

Náná-Búkúù também é um dos antigos Irunmolés, tem


muito proximidade com Sonponna (amiga), e como são
muito próximos as pessoas acreditam que estes parecem
gêmeos e que qualquer coisa que se faz para um deve se
fazer também para o outro, pois o culto de ambos é muito
parecido, alguns acreditam que se cultua soponna Náná-
Búkúù já está sendo cultuada sem sentir nenhuma magoa.
Até mesmo, existem os que cultuam Náná-Búkúù ao
invés de soponna, pois esta é mais paciente e simpática,
ao contrário do primeiro que é tempermental e bravo.
Alguns também não sabem se existe diferença entre
ambos. Considera-se os 2 como um só.
A lenda diz que Náná-Búkúù e Ogun são inimigos,
pois os cultuadores de Náná-Búkúù não usam faca para
matar os bichos quando estes são realizados. Não somente
a faca, qualquer coisa que tenha a ver com Ogun (ferro)
não pode ser tocado no bicho que vai ser usado para este
orisá. Além disto, não se pode usar faca para cortar os
bichos, pois os dois são inimigos.
No caso so rituais, é utilizada uma faca de Bambu,
bem afiada para fazer os rituais, este orisá demonstra
muito domínio acima de soponna, se este quer brigar com
alguém e Náná-Búkúù chega a saber que trata-se de uma
pequena falha desta pessoa, este orisá não deixa que
soponna brigue com aquela pessoa.
Náná-Búkúù não gosta de enganação, ganância,
traição e roubo. Náná-Búkúù acredita que uma pessoa ruim
pode mudar e qualquer pessoa que comete determinada
falha e a reconhece deve ser perdoada por ela. Ela não
cobra muitos ebós das pessoas que a procuram buscando
perdão. A única coisa sobre ela é que , qualquer um que
faça algo para que esta fique brava não vai ser perdoado

177
mais por ela assim como é difícil resolver seu problema
com Ogun.

1. O Odú que revela essa Irunmolé é:

178
2. Ipó Náná-Búkúù láárin Irunmolé – Hierarquia em
relação aos outros Irunmolés

Ocupa grande posição de destaque e referência em


meio aos outros Irunmolés. Muito feliz, amável e paciente,
têm muitos amigos no orun entre os antigos Irunmolés,
poucos de seus amigos íntimos são , osun, soponna,
obatalá e Ogun, o que parece estranho pela sua
problemática com Ogun, mas assim era no Orun e a
confusão aconteceu comente na terra e não foi resolvido
até os dias de hoje.
As lendas mostram que e fica claro a boa disposição
deste orisá para com os outros Irunmolés quando estão
vindo para a terra , como ela não vem junto primeiro com
os outros Irunmolés , presenteia estes que estão descendo,
conforme segue:

1. Obatalá – Recebe um Ojé, um tipo de cordão que


deve ser usado por Obatalá e qualquer um que entre
em disputa com obatalá na terra perderá
2. Osún – A lenda diz que Náná-Búkúù dá a Osún
muitos metais (armas) para que esta possa brigar
contra seus inimigos e em qualquer um que Osun bata
com um desses metais tornaria-se deficiente e a boca
dessa pessoa incharia como forma de doença
3. Ogun – Dá a Ogun um pedaço de ferro e pede que se
defenda com este ferro, porém quando esta vem pra
terra vira inimiga de Ogun e este usa o mesmo ferro
para se defender dela.

3. Àrùn Igboná ati Náná-Búkúù - Náná-Búkúù e as


doenças de verão

179
É muito importante explicar o poder que igboná tem para
o conflito entre as pessoas. As lendas dizem que quando
os Irunmolés pediam o Poder de Olodumare para se
defender na terra, Náná-Búkúù pediu a Olodumare foi o
que poder para que este fizesse o Igboná, Olodumare
pediu a Náná-Búkúù para que providenciasse: Yánmòti,
Yérépé (urtiga), Osùn, elédè e Oká bábá.
Depois que Náná-Búkúù providenciasse os elementos,
pediu a Olodumare que juntasse estas 4 coisas para
causar a doença nas pessoas e Olodumare confirmo.
Todas essas coisas não foram feitas sem o conhecimento
de Orunmilá e foi ele quem pediu ou relembrou a Náná-
Búkúù para pedir o remédio contra o que esse mal
causaria.
Olodumare então dá a ela as seguintes coisas: Ewé
Odundun, Ewé rinrin e Tetê adáyebá, para quando
qualquer pessoa estivesse atacada com Igobná, explicou
que todas as folhas juntasse a banha de orí e dendê e
deveria ser chamado de eró (remédio), essa mistura
deveria ser ingerida e passado no corpo da pessoa. E foi
isso também que Orunmilá deu a soponna deu para curar
as pessoas.

4. Àmi Irunmolé – Simbologia


Êre Eniyan – Escultura humana

5. Àwon Ohun Apeere Ojubo ati irunmole –


Assentamento

5.1 Erê humano – feito de argila


5.2 Oká Babá
5.3 Yérèpé – urtiga
5.4 Yànmòti

180
6. Awon Aworo Náná-Búkúù - Cultuadores

São muitos os cultuadores de Náná-Búkúù, acredita-se


que pela relação entre Náná-Búkúù e soponna o
assentamento destes não pode ser separado ficando no
mesmo lugar. Quem não quer juntar os 2 no mesmo
assentamento deve colocar soponna na parte de trás da
casa e Náná-Búkúù no centro.

7. Èéwo Irúnmolé – Interdições

7.1 Àdi èyan


7.2 Èeru Alámò

8. Ohun ti a fi nbo Náná-Búkúù – O que é usado para


cultuar

8.1 Ahun – tartaruga


8.2 Igbin
8.3 Òri – Banha de Orí
8.4 Epo pupa – Dendê
8.5 Oyin Irèké
8.6 Èkuru
8.7 Èko Tútu
8.8 Ègbo
8.9 Èyan ágbádo
8.10 Orogbo

9. Ètò Bíbo Náná-Búkúù – Periodicidade e forma de


culto

9.1 Somente através de festa: Quando chega o dia da


festa os cultuadores de Soponna que também

181
podem ser os de Náná-Búkúù, fazem toda a
preparação, se a pessoa que não sabe encontra no
meio da festa, pensará ser uma festa para soponna
, no dia de seu culto e montado um tipo de assento
e neste assento é colocado tudo que é usado para
o culto.

182
ALGUNS IRUNMOLÉS QUE NÃO TÊM DIA ESPECÍFICO
DE CULTO

Apèré

Orí é considerado um dos grandes Irunmolés, os


Yorubpas acreditam que temos 2 Orís, Orí de fora, que
todos podemos ver e o nosso Orí interno, Orí de fora é
aquele que todos podemos ver.
O Orí interno é como se fosse um irmão gêmeo e este
fica no céu, qualquer fato que nos acontece na terra,
também está acontecendo com o Orí no Orun. Os Yorubás
crêem que o Orí interno é mais forte por seu tempo de
existência em relação ao Orí externo. Por este motivo os
Yorubás possuem oração onde é dito que o Orí interno da
pessoa não pode se contrair em relação ao externo. Crêem
também que o destino das pessoas está sob
responsabilidade do nosso Orí no Orun. Acreditam
também que aquele dia em que Olodumare cria uma
pessoa, já escolhe o Orí interno é este quem vai deixar
esta pessoa realizar todo que escolheu no céu antes de
sua vinda para a terra.
Os Yorubás acreditam que o destino escolhido não
pode ser apagado, existe uma lenda conforme os Babalaôs
falando que: Uma das pessoas mais velhas do céu é Apèré
e que este é um representante importante de Olodumarè.È
ele que olodumarè chama para pegar as duas cabaças
onde foi colocado alguns elementos fundamentais em
respeito as 2 primeiras criaturas que Olodumare criou na
terra. Desde este dia Apèré torna-se Irunmolé que
Olodumaré usa como representante de sua criação. Como
este Irunmolé está na terra, ele também está no céu.

1. O Odú que revela este Irunmolé é:

183
184
185
Caso uma pessoa consulte Ifá e a esposa deste
homem esteja grávida, e o odu revelado foi o citado é que
essa esposa dará a luz a meninos e deverá se chamar
“Ajálá”, os babalaôs crêem que essa criança será filho de
Orunmilá, pois “Ajàlá” é a pessoa que modela os Orís para
Olodumare.

2. Orúko Irúnmolè – Nomes dados

3. Àmi Irunmolé – Simbologia

186
3.1 Ère Orí ènyian – devem ser feitos de madeira ,
erê da pessoa
3.2 Ilè Orí – Uma pequena casa , pode ser feita de
madeira

4. Òjúbo Orí – Assentamento

Orí não tem assentamento, os Yorubás acreditam que


ninguém sabe onde Orí mora no Orun, pois a seguinte
canção fala que ninguém sabe o dia a hora e o lugar onde
vai morrer

Por essa importância, orí não tem assentamento, se


Orí aparece para a pessoa através de consulta ao oráculo,
pode-se cultuá-lo em qualquer lugar dentro de casa, caso
queira, pode fazer o êre, como representação de Orí no
Orun e os 2 são cultuados juntos.

5. Àwon Aworo Orí – Cultuadores

Orí não têm distinção de culto, todos podem cultuar


Orí, Orí na crença dos Yorubás é aquele que atrai coisas
boas para a pessoa, caso tenha ebó a ser feito para o Orí
da pessoa é o Babalaô quem o faz.

187
6. Èewo Orí – Interdições

Orí não possui interdições, tudo que se come pode ser


usado para cultuar Orí. Os mais antigos Babalaôs não
costumvam usar qualquer coisa que tenha esqueleto para o
culto de Orí, por isso por costume é usado igbin.

7. Awon nnkan ti won fi n bo ori – O que pode ser


usado

7.1 Igbin
7.2 Àgbon – Côco
7.3 Obí
7.4 Àkuko – Galo
7.5 Òrúko – Cabra
7.6 Elédé – porco
7.7 Oyin – mel
7.8 Irèkè – caldo de cana
7.9 Eja Aborí – (peixe bagre)
7.10 Eyelé – pombo
7.11 Éwá – Feijão fradinho

O Autor cita que os 5 sublinhados são os de mais


apreço pelo Orí.

8. Eto Bíbo Orí – Forma de culto

Orí não tem um dia específico, qualquer dia orí pode


ser cultuado. Sua forma de culto é através de sugestão,
oráculo ou sonho. Em qualquer dessas formas ele mesmo
diz o que quer e onde quer ser cultuado. Também quam vai

188
ganhar neném, deve cultuar o orí para saber o destino
desta criança que irá nascer.

189
Edan

Edàn é uma das antigas Irunmolé. Os antigos


Babalaôs dizem que é mulher, muito corajosa e honesta e
tem muita perseverança e amor para as outras pessoas.
Ela é uma amiga íntima de Orunmilá no céu quando os
irunmolés estavam vindo para a terra Edan não vem junto
com eles, escolhe ficar no céu e depois que estes vêm para
o Aye e que começam a cuidar das pessoas doentes, deu-
se inicio a muitas intrigas em meio as pessoas e havia
grande confusão em Ifé.
Todas as pessoas mais velhas em Ifé reuniram-se
para saber o que estava acontecendo, não conseguiram
resolver o problema e mandaram um mensageiro para o
céu para implorar a Edàn para que ela viesse a Ifé afim de
resolver estes problemas. Os mais velhos sabiam que
somente Orunmilá era quem podia conversar com Edàn e
esta não recusaria, pois Olodumare não havia obrigado
esta a vir para a terra.
Todos concluíram que Orunmilá pediria a Edàn. No
Início Orunmilá recusou-se, porém após algumas
tentativas, Orunmilá aceitou e consultou ifá e o Odú
revelado foi:

190
Após ter consultado Ifá, Orunmilá pediu aos mais
velhos em Ifé para que providenciasse os sguintes itens:

Os mais velhos juntaram todas as coisas que


Orunmilá pediu, fizeram o ebós pedido e Orunmilá foi ao
191
Orun para implorar que Edán viesse para a terra. Ao
chegar no Orun, após muito discutir convence Edàn a vir
para a terra junto a ele.

1. No dia que Edàn vem junto de Orunmilá para a


terra o Odú revelado foi:

192
Assim, Edàn vem para a terra em Ifé, todas as pessoas
de Ifé agradecem a Orunmilá e desejam Boas vindas a
Edán recebendo-a de mãos abertas, a primeira coisa que
fez ao chegar foi pedir para que todos limpassem seus
sentimentos e que fariam o bem uns para os outros. Para
cada juramento deveria ser usado um dos itens:

1. Eku meta (rato)


2. Eja meta (peixe)
3. Eye meta (pássaro)

Cada um providenciou e leva pra frente de Edàn,


ajoelhou-se em sua frente e fizeram o seguinte juramento:

193
Após terminarem o juramento de repetir as coisas através
de Orunmilá, Edàn coloca as mãos na cabeça dessa
pessoa e diz as seguintes palavras:

194
Assim, Edàn começa a purificar as pessoas que
moravam em Ifé até que os mentirosos, ladrões e traidores
morreram.

2. Òrúko Irunmolé – Nomes Utilizados

2.1 Edan
2.2 Molè
2.3 Iyá-Ayé

Edán é o nome que esta Irunmolé trouxe do Orun o


nome de Molè é dado, pois “Ilê” é o nome de sua mãe no
Orun. A mãe de Edàn é dona da terra e qualquer pessoa
que cultua a Edàn não pode trair a outras pessoas. Os
Babalaôs dizem que quando Edàn chegou em Ifé, ela dá a
Luz a “Ajè” e que as pessoas que sabiam o segredo Edàn
chama-se “Ogbóni”, Edan é um irunmolé, Ogboni é uma
sociedade por isso o nome completo de Edán é”Edan
Ógboni”.
A tradução para Ogboni é aquilo que o olho vê e o
ouvido escuta não pode ser transmitido, existem muita
ligação entre Edàn, Ogboni e Ajè, por isso Ajè não pode
fazer maldade para ògboni, se um Ogboni ofende um Ajè,
nada pode fazer.
Pois os 2 se ajoelham em frente a Iyá-ayé.

3. Ipò Edan làárin Irúnmolè – Hierarquia em relação


aos outros Irunmolés

Ela ocupa um cargo de grande relevância e destaque


por trata-se de uma grande administradora por ser muito
corajosa, honesta e ser muito admirada e respeitada.

195
4. Àmi Edan – Simbologia

Existem três pontos de grande relevância que os


cultuadores de Edàn usam como símbolo de identificação,
são eles:

4.1 Okun Kìké: Tipo de Ilékè que usam no pulso


esquerdo
4.2 Sàki Edan: O chefe do culto é chamado de
Oluwò, quando está saindo , por qualquer motivo,
coloca esse Sàki no braço depois de se vestir
4.3 Kíki: Saudação , existe uma forma que todos os
cultuadores de Edan se cultuam e quem não
pertence a este culto não conhece

5. Ojúbo Edan – Assentamento

5.1 O culto de Edan é totalmente diferente de que


qualquer outro Irunmolé. Nâo se pode fazer
assentamento dela onde possa ser visto pelas
pessoas. Seus assentamentos sempre estão em
um quarto fechado e este quarto deve sempre
estar fechado;

5.2 Como qualquer pessoa pode vir a ter


assentamento de alguns Irunmolés, no caso de
Edan não funciona desta forma. Qualquer um
que não é “Ilédi”, não pode ter um assentamento
de Edàn, somente as seguintes pessoas podem
ter este assentamento:
(a) Filho ou criança que se chama “Atínukè” –
Quando uma mulher engravida e leva essa gravidez
para o assentamento de Edan, ao nascer caso a
criança seja menina ela deve ter este nome, este

196
tipo de criança ao crescer pode pisar no
assentamento de Edan.
(b) Ibeji – Gêmeos , estes podem ir no assentamento
de Edan
(c) Ode – Caçador de bichos, pois todos os
caçadores conhecem egungun e conhecem Oro
(d) Babalaô – O Babalaô pode chegar no
assentamento de Edan sem ser Ilédi, pois os
babalaôs são representantes de Orunmilá e foi este
quem intermediou a vinda de Edan para a Terra.

Tirando este grupo de pessoas pode ser feito ebó para


que os restantres possam pisar no assentamento de Edan.

6. NNkan Ojubo – Assentamento

6.1 Erê Eniyan – escultura da pessoa feita em metal


e se veste com roupas próprias (Fazer uma
menina e um menino)
6.2 Opoon Olomori – Como o opon Ifá, neste caso
leva uma parte em cima para que seja fechado,
dentro deste fica um lençol e os 2 erês, deve
sempre ficar fechado, mulheres não podem olhar
dentro deste Opoon. A mulher que não passar a
menopausa não pode ver. Os yorubás crêem,
que qualquer mulher ao ver este assentamento
antes da menopausa não terá filhos.

7. Awon Aworo Edan – Cultuadores

7.1 Oluwo – Cargo mais elevado, é ele quem lidera o


culto de Edàn
7.2 Apeena – Esse cargo pertence a pessoa que é
mensageiro de Edàn

197
7.3 Iyá-abiye – Cargo para mulheres
7.4 Elékun Mèfá
7.5 Asìpa – Aquele que sacrifica os bichos dentro do
culto

8. Ohun ti wón fi n bo Edan

8.1 Akè Eran


8.2 Igbin
8.3 Eyelé
8.4 Opebe
8.5 Eku
8.6 Eja
8.7 Eye
8.8 Obi
8.9 Iyàn

9. Etò Bíbo Edan – Periodicidade e formas de culto

Não tem dia específico de culto, deve ser cultuada de


2 formas:
Primeira - Através de sugestão, consulta ao
oráculo ou sonho, caso seja uma dessas formas, ela
mesmo dita o que deve ser usado, o dia e local a ser
feito o culto. De prefrência em seu assentamento,
gosta muito de Èkuru funfun, Pèlu Ata dindin (Pimenta
frita), este segundo é usado para fazer o Ekuru,
coloca-se no opoon junto a duas partes do Obí, 7
atares e santifica-se o chão com isso.

Odun: é a chefe quem escolhe o dia, ao


amanhecer todas as coisas que Edan pediu devem
estar juntas. Todas as pessoas que cultuam a este
Irunmolé não podem falar sobre e é muito importante
198
dizer que os bichos (cabrito) e o inhame são de
grande necessidade. A pessoa responsável pelo corte
deverá sempre estar presente, as mulheres preparam
a sopa, pegam a sopa dentro do opon e levam até o
assentamento. O líder purifica o chão com um dos
pedaços de inhame e após ter feito isso joga o Obí e
todas as pessoas que estão próximos ao Ojubó
devem gritar: Hèèpà, por três vezes.
As pessoas começam a beber e comer, somente os
iniciados podem comer que sobrou do IYán no pilão e
o restante da carne que sobrou no assentamento,
caso tenha Ekuru funfun, também deve ser usado
para santificar o chão.

10. Èéwo Irúnmole – Interdições


A única interdição é que os cultuadores não podem dividir
Obí com outras pessoas para comer.

199
Ibejì

Os gêmeos, não fazem parte dos Irunmolés que vem


para a terra, mas também são considerados Irunmolés, por
estes motivos:

1. As duas criaturas que Olodumare criou, são aos pares


2. As duas criaturas fundamentais não possuíam nem
pai nem mãe
3. Foram criados no Orun
4. Através deles que todas as tribos foram criadas
5. O próprio Olodumare quem diz a Orunmilá para dar
nome a ambos
6. Èje e Oyún quem Olodumare ordenou para que
criasse as duas criaturas fundamentais

Portanto, os Yorubás crêem que gêmeos são as


maravilhosas criaturas de Olodumare, devido a este fato
são muito respeitados. Muitos Babalaôs acreditam que o
Odu Ejiogbe que revela Orunmilá é o mesmo que revela
Ibeji, porém os Odús que os antigos ou o mais velhos
Babalaôs acreditam revelar Ibeji é Ejiokó:

1. Odú que revela estes Irunmolés

200
201
Até hoje se esse Odu é revelado para algum
consulente, os babalaôs dizem para que este não viaje
para outro país, acreditam que Olodumare não quer outra
coisa a estes a não ser fazendeiros, acreditam que será
uma pessoa de sucesso no plantio e colheita e que terá
gêmeos como filhos.

2. Ipò Orisà – hierarquia

Ibejí são muito admirados e respeitados e os Yorubás


crêem que qualquer um que tenha gêmeos é muito
abençoado.
Gêmeos são considerados os filhos mais queridos,
acredita-se que tudo que Olodumare cria são pares e que
as primeiras pessoas a serem criadas por Olodumare são o
homem e a mulher.

3. Àmi Irunmolé – Simbologia

202
Èré – escultura de homem e mulher feitos de madeira e
pintadas com Osùn.

4. Òjubó Ibejí – Assentamento

É feito no meio da casa, no quarto da mãe dos gêmeos.

5. Awon Aworo Ibeji – Cultuadores

Não existe cultuadores de Ibejí, suas mães é quem são


os cultuadores.

6. Àwon Èéwo Ìbeji – Interdições

6.1 Não gostam de pessoas egoístas, caso faça uma


coisa para determinada pessoa com mais presentes
que seja feito para as outras também.
6.2 Os pais devem criá-los juntos
6.3 Caso um deles morra, não se deve falar a outros
que este morreu, deve-se dizer apenas que o outro
está viajando, no dia do casamento de um deles,
caso o outros ainda não tenha casado, o mesmo
deve ser feito para os 2

7. Ohun ti won fi n bo Ibeji – Elementos usados para


o culto

Tudo que a boca come. O que mais gostam é de feijão


fradinho

203
7.1 Èwá
7.2 Èkuru
7.3 Àkúko
7.4 Àgbon
7.5 Ìréke
7.6 Òlèlè
7.7 Èko

8. Etò Bìbo Ìbeji – Formas de culto

Por não ter dia específico de culto e não ter uma festa
específica, a única forma de cultuá-los é através de
sugestão, consulta ao oráculo ou sonho. De qualquer forma
eles quem dizem o que querem e a forma como querem ser
cultuados, como já dito não possuem assentamento,
quando se quer cultuá-los deve ser feito junto a escultura
dos êres.

204
205
Òdú

É considerada uma das antigas Irunmolés, é muito


corajosa. Os mais antigos Babalaôs dizem que ela é uma
das primeiras mulheres a ter esposo no céu e uma das
primeiras mulheres a ter esposo também no Aye.
A lenda diz que Ifá que revelou a ela o Odu, antes
dela casar-se com Orunmilá era Òré kó gba elèta, elèji ni
ore gbá, significa que se Orunmilá casar com ela, ele não
poderia casar-se com ela e isso é uma grande verdade da
mesma forma era pra Odú, porém Orunmilá não cumpriu e
falhou, quebrou a promessa. O Odú Ifá que saiu pra Odú
antes de casar-se com Orunmilá, é chamado de:

1. Odú que revela este Irunmolé:

206
Orunmilá prometeu casar-se com Òdú e não casar-se
com mais ninguém enquanto estes vivessem juntos como
marido e mulher no Orun, não tinham nenhum problema,
briga ou discussão e Olodumaré abençoou o
relacionamento deles. Depois que Orunmilá veio para a
terra, ele e sua esposa Odú renovam sua promessa para
que o marido morasse na terra e ela no Orun.
No início não teve nenhum problema e Olodumare deu
a Orunmilá a responsabilidade de organizar o Aye. Odú
veio visitar seu marido no Aye sempre que nenhuma
criatura humana a pudesse ver e também esta não se
mostrava a nenhum outro Irunmolé, somente seu esposo

207
que a vê, pois Òdú se chamava também “Èléhàá”, por isso
até hoje, entre os Babalôs Odú é a primeira mulher que foi
trancada dentro de sua casa e não podia mostrar-se a
ninguém, e foi seu esposo Orunmilá que fez isso com ela
para que ninguém pudesse vê-la.
Após muito tempo vivendo separada de seu marido,
Orunmilá quebrou o compromisso de não casar com
nenhuma outra mulher, quando Odú soube deste fato, Odú
não aceitou que nenhum dos Irunmolés Intercedesse,
chama orunmilá e decretou para que estes pudessem viver
juntos:

1. Não poderiam ter mais relações sexuais


2. Quando Orunmilá quizesse visitá-la deveria usar
roupa branca e deveria segurar um igbin vivo na mão
3. Odú diz a Orunmilá que ele somente poderia vê-la
quando ela quizesse e não ao contrário
4. Diz a Orunmilá não informar a ninguém antes de
visitá-la, após esta ter aceitado sua visita

Orunmilá aceitou a todas as determinações. Então não


se separaram como marido e mulher. Os outros Irunmolés
perceberam que o relacionamento dos 2 não era mais
como antes.

2. Òrúkó Irunmolé –Outros nomes dados

2.1 Òdú – no aye


2.2 Iyàalé-Ayé
2.3 Iyá eléháá

208
3. Àmi Irunmolé – Simbologia

3.1 Roupas brancas


3.2 Ikarahun igbin – casca do Igbin

4. Ohun Apeere Ojubo – Assentamento

Ère – ère Odú , feita de ferro e o rosto desse ère não


pode ser voltado para frente, sempre dentro de uma cesta
ou caixa e sempre fechado

5. Àwon Aworo Irúnmole – Cultuadores


Os mais velhos Babalaôs são os cultuadores de Òdú.
Quaisquer Babalaôs que queiram cultuar Odú em primeiro
lugar devem conhecer muito cobre Odú e deve ter sua
própria Òdú

6. Èéwo Irunmolé – Interdições

6.1 A mulher não pode ver Odú

209
6.2 O homem que não iniciado para Ifá, não pode ver
Òdú. E para um homem poder conhecê-la deve
providenciar as seguintes coisas:
(a) Obí (não o de 4 gomos)
(b) Igbin
(c) Obi gidi (4 gomos)
(d) Opolopo – grande quantidade de comidas,
especialmente Iyán
6.3 Não pode vestir roupa
6.4 A comida usada para o culto de Odú é o Purê de
Inhame
6.5 Não e pode usar outra coisa para a sopa de Òdú
a não ser banha de Orí
6.6 A Casca do Igbin deve ser usada como pote
6.7 Somente os homens já iniciados para Ifá podem
cozinhar a sopa de Òdú, é proibido para
mulheres fazer a sopa de Òdú.

7. Ohun ti won fi bo Irunmolé – elementos do culto

7.1 Obi (não o de 4 gomos)


7.2 Igbin
7.3 Iyán
7.4 Obi gidi

8. Ètó Bíbo Irunmolé – Periodicidade e formas de


culto
Òdú faz parte dos Irunmolés que não tem dia
específico para ser cultuada, têm duas formas de culto:
A primeira é o culto por sugestão, sonho ou consulta
ao oráculo :
Caso seja qualquer uma dessas situações, ela quem diz a
forma e o lugar.

210
Caso seja uma festa: O chefe do culto quem escolhe o dia
da festa e devem ser providenciados:
1. Obí ewure
2. Opolopo igbin
3. Ori (banha de ori)
4. Isu – Iyán cru
5. Obi-Yóbi
Após providenciar essas coisas o sacerdote, reza, joga o
obí e Awise (babalaô) quem mata os bichos para òdú e os
homens que já são iniciados para Ifá cozinham a sopa e as
mulheres preparam o Iyán. Após a comida pronta o Oluwo
santifica o chão e joga Obí.
Neste dia todos os homens que vão ao ojubo de Odú,
não podem vestir calça. O chefe do culto também não pode
somente um pano cobrindo e de cor branca. Caso o Obí
responda de forma positiva é porque Òdú aceitou as
oferendas e começa a festa.

211
Òluwére

Os yorubás cultuam algumas árvores e em especial a


árvore òpe.
Que o cristão considera errado, mas os Yorubás não
estão cultuando árvores em si, mas os Irunmolés que
vivem dentro daquela árvore. Uma das árvores que os
Yorubás consideram ter um irunmolé vivendo dentro deles
é a árvore do Iroko.
No meio dos Irunmolés importantes Oluwèré é
considerado um deles, ele é o chefe das Irunmolés que são
chamados os membros/parceiros de Orun. O chefe chama-
se Akéwejé e os Yorubás crêem que ele mora dentro desta
árvore.
Um dos motivos para a pessoa procurar saber aonde
mora este Irunmolé é a infertilidade, isso pode acontecer
quando uma mulher está sofrendo com Abíkus ou quando
ela não consegue ter filhos. Caso um destes ocorra com
uma mulher, esta mulher procura, um Babalaô para
consultar o oráculo e o Odú que costuma ser revelado é
que Olúwere está junto dela. E se ela não procurar onde
ele mora e cultuá-lo, seu problema não irá melhorar. Caso
isso aconteça ela deve procurar uma árvore de Iroko.

1. Èto Lilé Ojubo Oluwere – Assentamento

Escolher uma árvore de Iroko. Os yorubás acreditam que


não somente os chefes que vivem dentro de árvores,
existem também outros espíritos que convivem junto a ele,
alguns crêm que estes espíritos que vivem dentro das
árvores, atormenta as mulheres quando estão indo para o
rio pegar água. Outros atormentam os caçadores de bichos
à noite no mato, é esse tipo de espírito que pode destruir
uma cidade.

212
Qualquer árvore que tenha esse tipo de espírito é
considerada Iroko. Através do oráculo de Ifá que o Babalaô
descobre este tipo de árvore, onde este chefe está
morando. Quando Ifá mostra essa árvore estas são as
coisas que são levadas até ela:

1. Os babalaôs tiram todos os matos em volta deste


Iroko;
2. Plantam bananas
3. Colocam um pote/quartinha de água no tronco dessa
árvore e colocam água nessa quartinha todos os dias,
quando trocam essa água, é a que se dá aos Abikús e
a mesma que se dá para mulheres que não estão
conseguindo engravidar tomarem banho
4. Colocam pequeno pote branco debaixo dessa árvore
e ali todos os dias será servida comida para Olúwere
5. Desde aquele dia que ele começa a fazer as quatro
coisas acima, não pode mais chamar essa árvore de
Iroko a não ser de Oluwéré
6. É obrigatório para qualquer pessoa que peça algo a
este Irunmolé, cultuá-lo semanalmente, que de forma
geral será no dia de culto a Ifá

Após essa árvore já ter se tornado Orisá e mulheres


devem entoar a seguinte cantiga, e devem sempre colocar
um tecido branco em volta desta:

2. Ojubo oluwere

213
É a árvore de Iroko onde habita Oluwère, que é
considerado seu assentamento, é neste lugar que as
pessoas que estão querendo algo dele, devem cultuá-lo,
essas são as coisas que dêem constar em seu
assentamento:

2.1 Quartinha de água, que deve ser trocada


periodicamente e também a água de dentro deve
ser trocada, sem esquecer que a água trocada
pode ser usada para cura
2.2 No vaso, vasilha separado é que deve ser colocada
comida
2.3 Aso àlá – colocar pano branco em volta da árvore

3. Àwon nnkan ti wón fi n bo oluwere – Elementos do


culto

3.1 Iyán
3.2 Akuko adie
3.3 Obé osiki
3.4 Ewa
3.5 Ekuru
3.6 Awon ippanu
3.7 Obi gidi

4. Awon Aworo Oluwere – Cultuadores

Os cultuadores de Oluwere são as crianças e os mais


velhos Babalaôs são os chefes do culto

5. Èewo Oluwere – Interdições

Não podem fumar charuto próximo a esta árvore.


214
6. Éto Bibo Oluwere – Periodicidade e formas de
culto

Somente os Babalaôs mais antigos que podem liderar o


culto . Não tem dia específico, porém pode ser cultuado no
dia em que se faz o Culto a Orunmilá. Pode ser de 2
formas:
6.1 Por consulta ao oráculo, sugestão ou sonho: Ele
quem diz o que usar e onde deve ser cultuado

6.2 Festa anual: São os Babalaôs que escolhem o dia,


e as mulheres que através dele tiveram filhos que
vao juntar-se para providenciar essa festa. Ao
amanhecer no dia da festa, as mulheres começam
a cozinhar e ao nascer do sol se juntam e vão até a
árvore , ao chegar santificam o chão e um dos mais
velhos babalaôs rezam, santificam o chão com o
alimento (inhame), sopa de Osiki, um galo que já
deve estar preparado e depois disso ele joga Obi e
caso positivo começa a festa pois Oluwere aceitou
tudo, todas as mulheres começam a festa , assim
como as crianças começam a dançar e cantar.

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