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Bases Neurológicas
do Desenvolvimento
Disciplina: Bases Neurológicas da Aprendizagem
Modalidade de Curso
Curso livre de capacitação profissional
GIOVANA ROMERO PAULAI; BÁRBARA COSTA BEBERII; SANDRA BOSCHI BAGGIOIII; TIAGO
PETRYIV (ADAPTADO)
I
Fonoaudióloga, Mestre em Distúrbios da Comunicação Humana pela Universidade Federal de Santa Maria
II
Fonoaudióloga, Especializanda em Fonoaudiologia com área de concentração em Linguagem pela Universidade
Federal de Santa Maria
III
Fonoaudióloga, Especializanda em Fonoaudiologia com área de concentração em Linguagem pela Universidade
Federal de Santa Maria
IV
Fonoaudiólogo, Especializando em Fonoaudiologia com área de concentração em Audição pela Universidade
Federal de Santa Maria
Este texto tem o intuito de discutir a aprendizagem, por meio de um estudo das
funções neurais no processamento das informações. Com isso, pretende-se abordar
a aprendizagem sob a óptica neuropsicológica. Não é intenção discutir
especificamente os distúrbios da aprendizagem, porém, é inevitável não efetuar tais
correlações.
A neuropsicologia é a ciência que tem por objeto o estudo das relações entre as
funções do sistema nervoso e o comportamento humano1.
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MATURAÇÃO NERVOSA
Prestar atenção, compreender, aceitar, reter, transferir e agir são alguns dos
componentes principais da aprendizagem. Assim, a informação captada é submetida
a contínuo processamento e elaboração, que funciona em níveis cada vez mais
complexos e profundos, desde a extração das características sensoriais, a
interpretação do significado até, finalmente, a emissão da resposta 13.
NEUROPSICOLOGIA INFANTIL
Apesar deste profundo e persistente quadro amnésico, o paciente H.M. tinha uma
inteligência superior, era capaz de estabelecer diálogos normalmente, desde que
não fosse distraído, e tinha preservada sua memória para eventos remotos, sendo,
porém, incapaz de lembrar com acuidade eventos ocorridos até cerca de três anos
antes da cirurgia (amnésia retrógrada). Em testes de percepção o seu desempenho
era normal, indicando que o prejuízo observado não era devido à incapacidade de
registrar novas informações (Milner et al., 1968; Scoville & Milner, 1957). A memória
de curto prazo de H.M. achava-se preservada (Milner et al., 1968), assim como a
sua capacidade de adquirir novas habilidades motoras e cognitivas (Corkin, 1968).
Além disso, ele também conseguia aprender, e reter na memória por algum tempo, o
trajeto de labirintos visuais e tácteis muito simples (onde o número de pontos de
escolha a serem lembrados não excedesse a capacidade da memória de curto
prazo), embora a aquisição o destas tarefas de labirinto fosse extremamente lenta
(Milner et al., 1968). Foi demonstrado também que H.M. era capaz de se beneficiar
do efeito de pré-ativação (Corkin, 1984), efeito no qual a performance do indivíduo
pode ser facilitada ou enviesada por informações apresentadas previamente, sem
que o sujeito se dê conta disso. O paradigma básico dos estudos de pré-
ativação (priming) é aquele imaginado por Warrington e Weiskrantz (1970), que
consiste em apresentar uma lista de palavras e subseqüentemente testar os sujeitos
através de dois testes. Um dos testes é de reconhecimento, no qual a tarefa é
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1976; Squire, 1982b). No entanto, lesões focais do lobo temporal direito (não-
dominante) e do esquerdo revelaram, respectivamente, que o hipocampo direito
desempenha papel crítico na memorização do material difícil de verbalizar (como
rostos e sons não-familiares, padrões visuais abstratos) e de material disposto
espacialmente, e que o hipocampo esquerdo está mais relacionado com a memória
de material verbal (Jones-Gotman, 1986; Jones-Gotman & Milner, 1978; Smith &
Milner, 1981).
Mishkin (1978, 1982), por sua vez, não nega a importância do hipocampo, mas
sustenta que o extraordinário déficit de memória observado em pacientes como H.M.
é devido a lesões conjuntas de hipocampo e amígdala. Mishkin verificou, em
macacos, que a lesão bilateral conjunta de hipocampo e amígdala produz um
prejuízo maior que lesões bilaterais de qualquer uma destas duas estruturas feitas
isoladamente. Macacos com este tipo de lesão conjunta apresentavam prejuízos em
tarefas nas quais pacientes amnésicos também mostravam dificuldades (Squire,
Zola-Morgan & Chen, 1988; Zola-Morgan & Squire, 1985).
O caso do paciente R.B. foi o primeiro relatado no qual uma lesão restrita ao
hipocampo produziu amnésia anterógrada, sem sinais de outros déficits cognitivos
ou de amnésia retrógrada significativa. Este paciente ficou amnésico devido a um
episódio isquêmico, e após sua morte o exame histológico do cérebro mostrou que
havia lesão bilateral restrita ao campo CA1 do hipocampo (Zola-Morgan, Squire &
Amaral, 1986). É importante notar, entretanto, que o déficit observado no paciente
R.B. não era tão severo quanto o observado no paciente H.M.
Estes achados indicam que a formação hipocampal (entendida como o conjunto que
inclui o giro denteado, o corno de Amon, o subículo e o córtex entorrinal) e mais o
córtex perirrinal e para-hipocampal desempenham papel de fundamental importância
na memória, presumivelmente devido às conexões recíprocas entre estas estruturas
e o neocórtex associativo posterior. Em consonância com esta ideia está o relato de
perda de memória em primatas devida à desconexão entre o córtex intertemporal
(área TE) e o sistema límbico (Mishkin, 1982).
AMNÉSIA DIENCEFÁLICA
Outro paciente (B.J.) tornou-se amnésico após um acidente com um taco de bilhar
que, à semelhança de N.A., penetrou por sua narina atingindo o cérebro.
Ressonância magnética nuclear mostrou que a lesão atingiu principalmente os
corpos mamilares, permanecendo o tálamo intacto. A amnésia apresentada por este
paciente, entretanto, restringia-se a materiais verbais (Dusoir, Kapur, Byrnes,
Mackinstry & Hoare, 1990).
trazida à mente verbalmente como uma proposição, ou não verbalmente como uma
imagem (Saint-Cyr, Taylor & Lang, 1988; Squire, 1986). Seria este tipo de memória
que estaria afetada em pacientes amnésicos.
Tulving (1983) propôs ainda uma outra distinção conceituai entre o que ele chama
de memória episódica e memória semântica. O termo memória episódica refere-se
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Perspectivas
Em que pese o grande progresso ocorrido na área, muito resta por descobrir e
muitos pontos polêmicos precisam ser esclarecidos, como a questão da identidade
ou não da amnésia do lobo temporal medial e da amnésia diencefálica.
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O papel de cada estrutura, isto é, o que cada uma delas faz para tornar possível as
funções psicológicas abrangidas sob a rubrica geral de memória, continua quase
inteiramente um mistério. Outra questão pouco tocada ainda refere-se à s interações
entre as diversas estruturas envolvidas.
REFERÊNCIAS
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criança. J Pediatr 2004;80(2):111-6. Disponível em: http//www.scielo.br
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Pesquisa do Programa do Pós-Doutorado. Università degli Studi di Roma "La Sapienza".
Roma;1993.
https://www.youtube.com/watch?v=T5E_8ct-JEA
Alguns educadores defendem que uma escola não precisa preparar-se para
garantir a inclusão de alunos com necessidades especiais, mas tornar-se preparada
como resultado do ingresso desses alunos. Indicam, portanto, a colocação imediata
de todos na escola. Entendem que o processo de inclusão é gradual, interativo e
culturalmente determinado, requerendo a participação do próprio aluno na
construção do ambiente escolar que lhe seja favorável. Embora os sistemas
educacionais tenham a intenção de realizar intervenções pedagógicas que propiciem
às pessoas com necessidades especiais uma melhor educação, sabe-se que a
própria sociedade ainda não alcançou níveis de integração que favoreçam essa
expectativa.
https://www.youtube.com/watch?v=krYIZ_6UtrQ
elementos para a transformação requerida pela escola de modo que atenda aos
princípios democráticos que a orientam.
https://www.youtube.com/watch?v=ieasHdgWDJA
que eles requerem, evitando enfatizar os seus atributos ou condições pessoais que
podem interferir na sua aprendizagem e escolarização.
É uma forma de reconhecer que muitos alunos, sejam ou não portadores de
deficiências ou de superdotação, apresentam necessidades educacionais que
passam a ser especiais quando exigem respostas específicas adequadas.
O que se pretende resgatar com essa expressão é o seu caráter de
funcionalidade, ou seja, o que qualquer aluno pode requerer do sistema educativo
quando frequenta a escola. Isso requer uma análise que busque verificar o que
ocorre quando se transforma as necessidades especiais de uma criança numa
criança com necessidades especiais. Com frequência, necessitar de atenção
especial na escola pode repercutir no risco de tornar-se um portador de
necessidades especiais. Não se trata de mero jogo de palavras ou de conceitos.
https://www.youtube.com/watch?v=_P3gBZZ1YJI
https://www.youtube.com/watch?v=w8EDNWyJKg0
participação dos alunos, considerando suas necessidades específicas. Ele deve ser
articulado com a proposta da escola regular, embora suas atividades se diferenciem
das realizadas em salas de aula de ensino comum. (MEC, 2009).
Deve ser realizado no período inverso ao da classe frequentada pelo aluno e
preferencialmente, na própria escola. Há ainda a possibilidade de esse atendimento
acontecer em uma escola próxima. Nas escolas de ensino regular o AEE deve
acontecer em salas de recursos multifuncionais que é um espaço organizado com
materiais didáticos, pedagógicos, equipamentos e profissionais com formação para o
atendimento às necessidades educacionais especiais, projetadas para oferecer
suporte necessário a estes alunos, favorecendo seu acesso ao conhecimento.
(MEC, 2007).
O atendimento educacional especializado é muito importante para os
avanços na aprendizagem do aluno com deficiências na sala de ensino regular. Os
professores destas salas devem atuar de forma colaborativa com o professor da
classe comum para a definição de estratégias pedagógicas que favoreçam o acesso
ao aluno ao currículo e a sua interação no grupo, entre outras ações que promovam
a educação inclusiva.
Quanto mais o AEE acontecer nas escolas regulares nas que os alunos com
deficiências estejam matriculados mais trará benefícios para esses, o que contribuirá
para a inclusão, evitando atos discriminatórios.
Click e assista
https://www.youtube.com/watch?v=S7hu2sthM2I
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Referências
CURY, Carlos Roberto Jamil. Os fora de série na escola. Campinas: Armazém do Ipê, 2005.
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OLIVEIRA, Valeska Fortes (Org). Imagens de professor: significações do trabalho docente. Ijuí :
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STAINBACK, Susan; STAINBACK, Willian. Inclusão: um guia para educadores. Porto Alegre :
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TUNES, Elizabeth. Identificando concepções relacionadas à prática com o deficiente mental.