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Contabilidade | Marcelo Adriano

Erros de Escrituração e sua Correção

A escrituração contábil de ser realizada sem a existência de vícios, para tanto,


foram estabelecidas formalidades que devem ser cumpridas. Tais formalidades
trazem veracidade à escrituração tornando-as fontes confiáveis de informação.
Dentre as formalidades intrínsecas estão a ausência de rasuras, borrões, espaços
em branco etc. isso impede que um registro uma vez realizado não possa ser
mais alterado, gerando mais segurança e confiabilidade nos registros contábeis
que não poderão ser manipulados.
Mas e se houver um erro que altere o valor de elementos patrimoniais ou de
resultado? Como retificar o lançamento contábil já realizado já que o registro
permanecerá para sempre?
A solução para esse problema é simples. Não se altera o que já está registrado,
deve-se fazer um novo lançamento anulando o efeito da informação errônea,
ou seja, com efeito contrário, fazendo com que as informações tomem a
configuração que realmente deveria ter caso não tivesse ocorrido o erro. Após,
dependendo do caso, faz-se o lançamento correto de forma que fique
devidamente representado o fenômeno que se pretendia registrar inicialmente.

Identifiquemos agora os principais erros notados.

Os principais erros notados são:


a) Erro na identificação da conta debitada, da conta creditada ou ambas
b) Inversão das contas
c) Lançamento em duplicidade
d) Omissão de lançamento
e) Erro no valor (lançado a mais ou a menos)
f) Erro na narração do fato contábil

Por intermédio da Resolução CFC 1.330/11, as Normas Brasileiras Técnicas de


Contabilidade, tratam a retificação de erros de escrituração com três formas de
correção. Segundo essa norma, retificação de lançamento é o processo técnico
de correção de registro realizado com erro na escrituração contábil da entidade
e pode ser feito por meio de:
a) estorno;
b) transferência; e

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c) complementação

Porém, a doutrina apresenta mais um conceito, a ressalva. Assim, esses erros


acima apresentado podem ser identificados e corrigidos imediatamente ou
posteriormente, na conciliação das contas, pelos seguintes métodos:
a) estorno;
b) transferência (Lançamento retificativo);
c) complementação;
d) ressalva.

Fique atento!
Se uma questão cobrar o texto da resolução, ou seja, somente com as três
modalidades de correção, tal questão estará correta por estar de acordo com a
norma supra.
Em qualquer das modalidades supramencionadas, o histórico do lançamento
deverá precisar o motivo da retificação, a data e a localização do lançamento de
origem.

Vejamos a definição dos processos de retificação:


1) O estorno
Consiste em lançamento inverso àquele feito erroneamente, anulando-o
totalmente, ou seja, registrar a crédito o que havia sido erroneamente
registrado a débito e vice-versa, mesmo que algumas das contas tenham
recebido o registro corretamente.

2) Lançamento de transferência
Promove a regularização somente da conta indevidamente debitada ou
creditada, por meio da transposição do registro para a conta adequada.
Diferente do estorno que consiste no lançamento inverso de todas as contas
envolvidas, inclusive àquelas que tenham recebido o lançamento corretamente,
a transferência consiste em transferir o valor registrado da conta errada
diretamente para a conta certa. Por intermédio da transferência, é possível a
correção do erro mediante um único lançamento, sem a necessidade de se
estornar integralmente o lançamento errado para depois lançar o correto.
Porém, somente se pode usar a transferência como meio para retificação de
lançamentos contábeis se o erro o for somente a crédito ou a débito.

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A retificação por meio da transferência corre com o seguinte procedimento:


a) Havendo erro somente no débito: na conta erroneamente debitada registra-
se um crédito de mesmo valor, regularizando o saldo desta. Em contra partida,
debita-se a conta que deveria ter recebido o débito precipuamente, fazendo
com que seu saldo seja compatível com a ocorrência do fato contábil ocorrido.
b) Havendo erro somente no crédito: na conta erroneamente creditada registra-
se um débito de mesmo valor, regularizando o saldo desta. Em contra partida,
credita-se a conta que deveria ter recebido o crédito precipuamente, fazendo
com que seu saldo seja compatível com a ocorrência do fato contábil ocorrido.

3) Lançamento de Complementação
É aquele que vem posteriormente complementar, aumentando ou reduzindo, o
valor anteriormente registrado.
Os lançamentos realizados fora da época devida devem consignar, nos seus
históricos, as datas efetivas das ocorrências e a razão do registro extemporâneo.

Vejamos agora os principais erros e a forma de retificação.


1.1 Erro na identificação da conta creditada, debitada ou ambas.

No momento de um lançamento contábil poderá haver erro na identificação da


conta a receber o registro. Como o lançamento contábil sempre ocorrerá a
débito e a crédito, esse erro pode ocorrer tanto a débito quanto a crédito, ou
ainda em ambos.

O erro provocará dois efeitos:


(1) Alterará indevidamente, para mais ou para menos, o saldo de contas não
envolvidas no fato contábil; e
(2) Deixará de alterar o saldo, para mais ou para menos, da das contas
envolvidas no fato, ou seja, as que deveriam ter seus saldos alterados para
representar as variações provocadas pelo fato contábil.

Para resolver o problema o contabilista deve:


1- Fazer com que as contas alteradas indevidamente retornem a seus saldos
originais, ou seja, com os saldos com valores de antes da ocorrência do erro,
como se o erro nem tivesse ocorrido;

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2-Fazer com as contas que deveriam ter sido movimentadas no lançamento


original o sejam, fazendo com que seus saldos retratem o efeito que o fato
contábil efetivamente provocou.

Meio de retificação
Para retificação dessa situação dependerá se o erro na identificação da conta
ocorreu somente no débito ou crédito ou em ambos.

(1) O estorno, seguido do lançamento correto.


Esse procedimento resolve tanto se o erro tiver sido somente a débito ou a
crédito, quanto se tiver ocorrido em ambos.
Vejamos os exemplos abaixo:
Aquisição de mercadoria a prazo pelo valor de 50.000. O lançamento correto
seria:
Estoques
a Contas a Pagar 50.000
Porém, no momento do lançamento, houve um equívoco e o contador registrou
os débitos e créditos em duas contas completamente diferentes:
Máquinas
a Caixa 50.000
Para se efetuar a correção desse erro deve-se, primeiramente estornar o valor,
invertendo o lançamento como se segue:
Caixa
a Máquinas 50.000
Agora os saldos das contas voltaram a ser como se o fato não tivesse ocorrido.
O próximo passo é realizar o lançamento correto regularizando afinal os saldos
das contas envolvidas no fato contábil:

Estoques
a Contas a Pagar 50.000
(2) Transferência
Diferente do estorno, o lançamento de transferência só serve se o erro na
identificação da conta for a débito ou a crédito, preservando ou o débito ou o
crédito feito corretamente. Isso quer dizer que a transferência envolve somente
a conta que recebeu o registro erroneamente e a conta que deveria ter sido
movimentada por ocasião do lançamento original. Por intermédio da
transferência, é possível a correção do erro mediante um único lançamento, sem

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a necessidade de dois lançamentos, como ocorre com o estorno em que se


estorna integralmente o lançamento errado para depois lançar o correto.

Vejamos a aquisição de mercadoria a prazo pelo valor de 50.000. O lançamento


correto seria:

Estoques
a Contas a Pagar 50.000

Porém, no memento do lançamento, houve um equívoco e o contador registrou


os débitos e créditos em duas contas completamente diferentes:

Estoques
a Caixa 50.000

Observe que a conta estoque foi corretamente debitada, ou seja, seu saldo está
como deveria. Porém, existem duas contas com saldos incorretos:

Conta Caixa: está com saldo menor em 50.000 do que deveria, ou seja, 50.000 a
menos do que a quantidade de dinheiro que realmente tem no caixa da
empresa, pois recebeu um registro credor sem que houvesse saído tal valor:

Contas a Pagar: está com saldo menor em 50.000 do que deveria, ou seja,
50.000 a menos do que o valor das dívidas da empresa, pois deixou de receber
um registro credor, mesmo havendo uma compra a prazo que deve ser paga no
futuro:

Pelo fato de ter havido erro somente no crédito, é possível a retificação com um
único lançamento envolvendo somente a conta creditada erroneamente (Caixa)
e a conta que deveria ter sido creditada (Constas a Pagar). Dessa forma, basta
debitar a conta Caixa, o que fará com que seu saldo aumente em 50.000,
voltando a representar a quantidade de dinheiro que efetivamente tem no caixa
da empresa, e creditar a conta contas a Pagar, aumentando seu saldo em
50.000, o que fará com que seu saldo aumente em 50.000, voltando a
representar o valor real das obrigações da empresa.

Caixa
a Contas a Pagar..........50.000
Obs.: é possível a retificação desse erro por meio do estorno seguido de novo
lançamento correto.

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1.2 Inversão das contas

Ocorre inversão das contas quando a conta que deveria ser creditada é
debitada e a conta que veria ser debitada é creditada.

Voltemos ao exemplo anterior. Aquisição de mercadoria a prazo pelo valor de


50.000. O lançamento correto seria:

Estoques
a Contas a Pagar 50.000

Porém, apesar de ter realizado o lançamento nas contas corretas, o contador


inverteu o débito e crédito fazendo o seguinte lançamento.

Contas a Pagar
a Estoques 50.000

Para se efetuar a correção desse erro deve-se, primeiramente estornar o valor,


invertendo o lançamento como se segue:

Estoques
a Contas a Pagar 50.000

Agora os saldos das contas voltaram a ser como se o fato não tivesse ocorrido.
O próximo passo é realizar o lançamento correto regularizando afinal os saldos
das contas envolvidas no fato contábil:

Estoques
a Contas a Pagar 50.000
Fique atento!

Parte da doutrina, como Luiz Ferrari, por exemplo, 1 entende que, por ser
tratarem de dois lançamentos idênticos, (o Estorno e o lançamento correto) o
mais correto seria fazer um único lançamento com o valor em dobro invertendo
as contas, de forma que há o estorno do valor lançado erroneamente e lance o
valor que deveria ter sido originalmente lançado, que ficaria como abaixo:

1
FERRARI, Luiz, Contabilidade Geral Denomina. 11º. ed. Niterói: Ed. Luiz Ferrari, 2011, Pag. 224.

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Mercadorias
a Caixa 100.000

Relembrando, o CESPE, aparentemente, não endente dessa forma, pois


elaborou essas questões com as seguintes repostas:

(CESPE – 2013) De acordo com as normas brasileiras de contabilidade, não se


pode corrigir por meio de um único lançamento de complementação o
lançamento contábil em que haja inversão entre as contas debitada e creditada
e incorreção de valor.

( ) Certo ( ) Errado

Gabarito: certo

Comentário: já explicado anteriormente.

1.3 Erro por valor lançado a menor

Nessa situação o contabilista ao invés de lançar um determinado valor, lançou


um valor a menor, como no exemplo a baixo.

Seja uma operação de compra a vista de uma mercadoria no valor de 5.000.

Mercadorias
a Caixa 500

Vejam que o contador se confundiu e omitiu um zero no lançamento, o que


provocou um lançamento a menor no valor de 4.500,00.

Para correção dessa distorção, o contador deverá fazer um lançamento de


complementação (positivo) com o valor que faltou, como a baixo.

Mercadorias

a Caixa 4.500

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1.4 Erro por valor lançado maior

Nessa situação o contabilista ao invés de lançar um determinado valor, lançou


um valor a maior, como no exemplo a baixo.

Seja uma operação de compra a vista de uma mercadoria no valor de 5.000.

Mercadorias

a Caixa 50.000

Vejam que o contador se confundiu e colocou um zero a mais no lançamento o


que provocou um lançamento a maior no valor de 45.000.

Para correção dessa distorção o contador deverá fazer um lançamento de


complementação (negativo), invertendo as contas, ou seja, fazendo um estorno
parcial do valor lançado a maior como a baixo.

Caixa

a Mercadorias 45.000

Fique atento!

1.5 Lançamento em duplicidade

Em caso de lançamento em duplicidade, a correção é feita estornando um deles,


ou seja, invertendo as contas e lançando o valor registrado em duplicidade.

1.6 Omissão de lançamento/lançamento atemporal

Em caso de omissão de lançamento, o registro deverá ser feito na data em que


for descoberto o erro, indicando-se no histórico a data correta relativa à
omissão.

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Os lançamentos realizados fora da época devida devem consignar, nos seus


históricos, as datas efetivas das ocorrências e a razão do registro extemporâneo.

1.7 Erro na narração do fato contábil

Em caso de erro na narração, a correção é feita mediante ressalva, que é a


correção feita imediatamente após o erro na escrituração, normalmente erros
no histórico, local e data. Para tanto se usam expressões como “digo”, “em
tempo”, ”ou melhor”.

ERRO Correção Observação

Erro na identificação da conta Após o estorno deve-se fazer


Estorno
debitada e creditada o lançamento correto.

Se a correção for por


Erro na identificação da conta Estorno ou
estorno, após deve-se fazer o
debitada ou creditada transferência
lançamento correto.

Estorno do valor lançado


com subsequente
lançamento correto.
Inversão das contas Estorno Lançamento inverso com
valor em dobro
(aparentemente não aceito
pelo CESPE).

Lançamento em duplicidade Estorno

Omissão de lançamento Lançamento do fato

Lançamento de
complementação com um
estorno parcial, ou seja,
Erro no valor lançado a maior Complementação
somente em relação ao valor
que ultrapassou o que
deveria ser lançado.

Erro no valor lançado a menor Complementação Lançamento do valor que


faltou nas contas do primeiro

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lançamento

Erro na narração do fato


Ressalva
contábil

2. Normas Sobre Escrituração Contábil.


São várias as normas que regem a escrituração contábil no Brasil, as principais
são:

2.1 Código Civil

Em seu art. 1.179, o Código Civil determina que o empresário e a sociedade


empresária são obrigados a seguir um sistema de contabilidade, mecanizado ou
não, com base na escrituração uniforme de seus livros, em correspondência
com a documentação respectiva, e a levantar anualmente o balanço patrimonial
e o de resultado econômico. É dispensado dessas exigências o pequeno
empresário a que se refere o art. 970.

Código Civil

Art. 970. A lei assegurará tratamento favorecido, diferenciado e simplificado ao


empresário rural e ao pequeno empresário, quanto à inscrição e aos efeitos daí
decorrentes.

Podemos concluir que adotar um sistema de escrituração contábil no Brasil é


obrigatório para toda organização que não se enquadrar como pequeno
empresário.

O Código Civil determina ainda que a escrituração deve ficar sob


responsabilidade de contabilista legalmente habilitado, com uma única exceção,
quando não houver um na localidade em que a empresa se encontra.

Mas que é o contabilista habilitado?

A instituição responsável por regulamentar a atividade do contador no Brasil é o


Conselho Federal de Contabilidade (CFC) que publica várias normas no exercício
dessa função.

Uma delas e a Resolução CFC N.º 1.167/09 que dispõe sobre o Registro
Profissional dos Contabilistas, que em seu art. 1º estabelece que somente
poderá exercer a profissão contábil, em qualquer modalidade de serviço ou

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atividade, segundo normas vigentes, o Contabilista registrado em CRC


(Conselho Regional de Contabilidade).

Integram a profissão contábil os profissionais habilitados como Contadores e Técnicos


em Contabilidade de acordo com a legislação em vigor. Dessa forma, é contabilista
habilitado tanto o contador quanto o técnico em Contabilidade, desde que esteja
registrado em um CRC.

O Código Civil estabelece ainda diversas regras sobre escrituração tais como
formalidades, livros e demonstrativos que veremos a seu tempo.

2.2 Lei 6.404/76

A lei 6.404/76 é o mandamento legal que disciplina o funcionamento das


Sociedades por Ações, e, em seu Art. 177, determina que a escrituração da
companhia será mantida em registros permanentes, com obediência aos
preceitos da legislação comercial e desta Lei e aos princípios de contabilidade
geralmente aceitos, devendo observar métodos ou critérios contábeis uniformes
no tempo e registrar as mutações patrimoniais segundo o regime de
competência.

Outro ponto a ser ressaltado é que a lei 6.404/76 estabelece independência da


Contabilidade em relação a outras legislações, pois os demonstrativos contábeis
não serão alterados frente exigências da legislação tributária ou de legislação
especial sobre a atividade que constitui seu objeto. Para tanto, deverá haver
registros auxiliares com o fim de atender as exigências do fisco.

Os registros da escrituração contábil não deverão ser alterados, quando outras normas
determinarem procedimentos diversos daqueles estabelecidos na Lei 6.407/76.

Isso não quer dizer que as determinações de outros mandamentos legais não devem ser
atendidas, como as fiscais e trabalhistas, por exemplo. Ao contrário, todas as
determinações serão obedecidas, mas em registros auxiliares, ou seja, nos registros
principais estarão os registros contábeis conforme determina a Lei 6.404/76, devidamente
preservados de qualquer interferência. Em registros auxiliares serão cumpridas as
determinações de outros mandamentos legais.

Por fim, é importante ressaltar, que, conforme determinação da lei 6404/76, a


Comissão de Valores Mobiliários – CVM, também tem poder para ditar normas

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contábeis no Brasil, porém somente para as companhias abertas, ou seja,


aquelas que comercializam suas ações em bolsa de valores. No cumprimento de
tal atribuição, a CVM deverá observar os padrões internacionais de
Contabilidade adotados nos principais mercados de valores mobiliários. A lei
abre ainda a possibilidade de as companhias fechadas observarem tais normas
na elaboração de suas demonstrações contábeis.

A CVM é uma autarquia federal, criada com o objetivo de fiscalizar, regulamentar e


desenvolver o mercado de valores mobiliários, visando ao seu fortalecimento. Uma de
suas principais atribuições é proteger o pequeno investidor, de modo a garantir o
cumprimento da legislação que disciplina as diversas modalidades de investimentos.

Fonte: http://www.cvm.gov.br/port/protinv/PRODIN.asp

2.3 Decreto Lei 486/69

Esta norma dispõe sobre escrituração e livros mercantis e a escrituração


contábil, obrigando todo comerciante a seguir ordem uniforme de escrituração,
mecanizada ou não, utilizando os livros e papéis adequados, cujo número e
espécie ficam a seu critério, ficando dispensado desta obrigação o pequeno
comerciante.

2.4 Lei 11.638/07.

Essa lei estendeu os efeitos das disposições da lei 6.404/76 às denominadas por
ela, sociedades de grande porte, no que se refere à escrituração, às
demonstrações contábeis e á obrigatoriedade de auditoria externa
independente por auditor registrado na CVM.

Considera-se de grande porte, para os fins exclusivos desta Lei, a sociedade ou


conjunto de sociedades sob controle comum que tiver, no exercício social
anterior, ativo total superior a R$ 240.000.000,00 (duzentos e quarenta milhões
de reais) ou receita bruta anual superior a R$ 300.000.000,00 (trezentos milhões
de reais).

2.5 Normas editadas pelo CFC, Conselho Federal de Contabilidade.

Segundo a parte final da alínea “f” do art. 6º do Decreto-Lei n.º 9.295/46,


alterado pela Lei n.º 12.249/10, o CFC tem competência para e editar Normas
Brasileiras de Contabilidade de natureza técnica e profissional. Assim, o CFC é o

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órgão responsável por regular a Contabilidade no país, para tanto edita várias
normas regulando várias matérias, cujas mais importantes serão vistas no
restante desse trabalho.

2.6 Outras leis.

Outras leis poderão tratar de normas contábeis específicas, normalmente as que


regulam empresa com atividades ou forma jurídicas específicas, ou ainda, leis
que regulam tributos, como é o caso do Regulamento do Imposto de Renda
que faz exigências sobre quais livros devem ser adotados conforme a base de
tributação da empresa.

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