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A MULHER E O MERCADO DE TRABALHO: APROXIMAÇÕES E


DISTÂNCIAS ENTRE BRASIL E JAPÃO

Luana Antonia dos Santos França1


Rogéria Olímpio dos Santos2

Resumo: Temos como finalidade neste artigo abordar a situação da mulher no mercado
de trabalho por meio de um comparativo entre os mercados ocidental e oriental, levando
em consideração a cultura e como esta se liga à questão de gênero. Teremos como foco
desta comparação os países Brasil e Japão, fazendo uso de dados estatísticos de ambos
para a averiguação do cenário econômico e social, além de suas leis. A principal questão
a ser abordada está no questionamento de que, apesar do Japão apresentar uma situação
favorável no que se diz respeito a educação e saúde em comparação ao Brasil, o mesmo
deixa a mostra um ambiente não muito distante do brasileiro quando se diz respeito à
participação da mulher no mercado de trabalho e no cenário político, que ainda tentam
ganhar espaço em meio a uma cultura tradicionalista e discriminatória no meio social e
trabalhista em ambos os países.
Palavras-chave: Mulher, Mercado de Trabalho, Brasil, Japão.

Abstract:
The purpose of this article is to address the situation of women in the labor market
through a comparison between the western and eastern markets, taking into account
culture and how it relates to the gender issue. We will focus on this comparison the
countries of Brazil and Japan, making use of statistical data of both for the investigation
of the economic and social scenario, in addition to its laws. The main issue to be
addressed is the questioning that, although Japan presents a favorable situation
regarding education and health compared to Brazil, it shows an environment not too
distant from Brazil when it comes to women's participation in the labor market and in
the political arena, who are still trying to gain space in a traditionalist and
discriminatory culture in the social and labor environment in both countries.
Keywords: Woman, Job Market, Brazil, Japan

O caso japonês: a mulher no contexto histórico e cultural no país

1
Graduanda em História pela Universidade Veiga de Almeida.
2
Orientadora e Professora na Universidade Veiga de Almeida.
2

No Japão, o local ocupado pelas mulheres socialmente é marcado por


tradicionalismos e uma visão rígida acerca dos papéis de gênero, ambos carregados
através da história deste povo em uma estrutura que, apesar de todas as mudanças
através do tempo, ainda consegue manter-se fortemente presente nos dias de hoje. A
mulher japonesa no mercado de trabalho tem seu principal problema na
discriminação por gênero, que está ligada a como é vista culturalmente e como este
sistema a afeta de forma negativa, se espalhando para todas as outras partes de sua
vida.

O ideal globalizado do Japão como um lugar de tecnologia abundante e


avanços ininterruptos se mostra superficial e estereotipado, além de simplista
quando se trata da realidade. Apesar de todos os avanços e da fama sobre a
tecnologia, o ambiente de trabalho japonês se mostra bastante tradicional e rígido,
funcionando de maneira hierárquica e exigindo dedicação total de seus funcionários
para com a empresa.

O crescimento industrial que se iniciou no fim da Segunda Guerra Mundial


trouxe ao Japão um novo funcionamento do mercado de trabalho. As vagas de
emprego que outrora existiam em um ritmo rotativo e nunca permanente de trabalho
agora careciam de mão de obra especializa e fixa, da qual se esperava trazer para a
empresa conquistas maiores com uma visão de preservação da posição empregatícia.
Quanto mais tempo esses funcionários dedicavam à empresa, mais eram
reconhecidos dentro da mesma e consequentemente, mais bonificações recebiam.
Este sistema é chamado, posteriormente, de sistema de emprego vitalício. Essa
maneira de encarar o trabalho pode não ter seu surgimento em uma visão tradicional
da cultura, porém conseguiu se estabelecer de maneira tão forte que chegou ao ponto
de se tornar parte do ideal do trabalhador por si só. Esta nova maneira de enxergar a
relação com o trabalho sofre mudanças ao longo das décadas seguintes, mas
preserva o sentimento de doação e esforço para com o trabalho, assim como a
crença de que sem um emprego não há nada mais a ser feito. A garantia do emprego
vitalício caiu por terra depois de inúmeras crises e desenvolvimento do mercado
japonês, deixando os jovens que buscam por seus primeiros empregos em uma
situação de extrema pressão, já que o medo de falhar é enorme. Estes jovens acabam
em uma situação de exaustão extrema, já que muitas empresas exigem o
cumprimento de horas extras sem o pagamento da mesma, e o medo da demissão
3

acaba por prender muitos a empresas abusivas e que não cumprem as leis
trabalhistas.

O problema social gerado pela carga de trabalho excessiva exigida por


empresas que vivem às margens da lei é enorme: os karoshi são funcionários que
literalmente morrem devido a sua carga abusiva de trabalho:

“Dados oficiais apontam que há centenas de casos anuais de


“karoshi” no país, incluindo enfartos, derrames e suicídios decorrentes
da estafa profissional extrema. Mas ativistas acreditam que o número
real seja muito mais alto. Quase um quarto das empresas japonesas
tem empregados que excedem 80 horas extras semanais por mês -
muitas vezes sem ganhos extras -, diz um estudo recente. E, em 12%
das empresas, os funcionários fazem mais de 100 horas extras por
mês. São números significativos: é a partir de 80 horas extras no mês
que se nota um aumento da possibilidade de morte do funcionário. O
governo japonês está sob crescente pressão para conter o problema,
mas se vê diante de uma tradição corporativa antiga - quem vai
embora do escritório antes que seus colegas ou seu chefe passa a ser
mal visto [...] Os trabalhadores japoneses têm direito a 20 dias de
férias por ano, mas atualmente 35% deles não usam nenhum dia
sequer.” (Lane, 2017)

As convicções deixadas pelo sistema de emprego vitalício na memória dos


japoneses influenciam a relação das empresas com seus funcionários até os dias de
hoje, levando a uma lógica de contribuição que não consegue ser preenchida por
grande parte da população feminina do país. A visão machista de que a mulher deve
cuidar da casa e se dedicar aos filhos em tempo integral é ainda comum e presente
na vida destas, o que as leva a uma situação de escolha muito recorrente entre
construir uma família ou uma carreira. Conseguir ambos parece praticamente
impossível, já que a demanda por dedicação no ambiente de trabalho japonês é
muito alta. A concepção de que mulheres abandonam seus empregos para ter filhos
ainda é forte nos dias de hoje, o que acarreta na não oferta ou oportunidade de
crescimento dentro de seus empregos:

“Depois de criarem os filhos é muito difícil para as mulheres


voltarem a trabalhar”, disse Kathy Matsui, economista de um dos
maiores bancos do Japão que estuda o emprego feminino neste país
desde 1999. “Frequentemente, o problema está dentro das
organizações e em seus sistemas de avaliação”, afirmou à IPS. “A
maioria dos departamentos de recursos humanos rejeita as mulheres
quando há um vazio de 10 anos em seu currículo. Para eles significa
que se esqueceram de tudo o que aprenderam e, portanto, não são
4

aptas para serem contratadas. É uma discriminação sutil”, explicou.”


(Bauwens, 2013)

A tarefa de enfrentar as condições trabalhistas oferecida às mulheres se


apresenta sempre dura e desanimadora, pois o caminho a ser percorrido até a
igualdade de fato aos homens dentro do mercado de trabalho é longo e cheio de
condições a serem enfrentadas. A visão tradicionalista da posição da mulher dentro
da sociedade tem raízes antigas, que devem ser explicadas para um melhor
entendimento sobre como as mesmas afetam a sociedade e mulher japonesa até os
dias de hoje.

Como observado por Carolina Osiro Makigussa (2015:11), a condição


subalterna a qual as mulheres japonesas eram submetidas no passado podem ser
observadas ao longo de boa parte da história nipônica, como no Período Tokugawa
(1600 – 1868), período feudal conhecido como xogunato e marcado pela forte
divisão social, sendo exigido, portanto, o cumprimento do dever das classes de
forma rígida. As normas hierárquicas não se continham somente à divisão de
classes, sendo estas a nobreza, o credo, os samurais (bushi), os camponeses
(hyakushô) e logo abaixo desses os artesões (shokunin) e comerciantes (shônin), mas
também se estendiam à organização familiar, tendo como figura principal e de
comando o kachô, função esta designada ao homem. Todos os outros membros da
família eram, portanto, subordinados ao kachô, incluindo a esposa (shofu). Sendo
assim, podemos observar que mesmo que a classe mude, a mulher sempre estará em
posição submissa aos homens de sua vida, sendo seu pai ou seu marido. Às
mulheres era reservado o papel de cuidadoras da casa, esperava-se que fossem boas
mães e esposas, e somente isto.

A queda do xogunato é marcada pela abolição de todas as suas estruturas


pelo imperador Meiji, trazendo transformações através da industrialização do país
com a intenção de modernizar o Japão e aproximá-lo do ocidente. Com o processo
de industrialização acelerado, o êxodo rural se torna gigantesco, o que obriga as
mulheres a trabalharem nas indústrias, levando a uma pequena mudança no poder
exercido pelos pais e maridos sobre as mulheres, porém um forte ideal de que era
dever destas serem boas esposas e mães continuava presente na sociedade. Umas
das grandes mudanças instauradas durante o período Meiji foi o Código
5

Fundamental da Educação, que tinha como objetivo levar educação para toda a
população, incluindo as mulheres. Próximo a isto também é promulgada a
Constituição Meiji, na qual eram reconhecidos os Direitos Humanos.

Ao questionarmos em que momento podemos observar um grande abalo


social para com as mulheres no contexto japonês, vamos parar em um dos períodos
mais influentes para a história mundial: as duas grandes guerras mundiais. Com um
cenário que se repetia por todo o mundo, as mulheres nesse período se viram
obrigadas a tomar a frente do comando familiar já que a presença masculina estava
voltada para o combate na guerra. Este momento favorece o surgimento dos
primeiros grupos feministas no Japão, e a força de trabalho feminino é maior do que
nunca. O fim da Segunda Guerra Mundial traz com si um novo sistema educacional,
que incluía ensino fundamental, médio e superior para todos, além da criação da
Constituição do país.

A Constituição japonesa tem um grande peso dentro desta maneira de


enxergar as mulheres no setor trabalhista. Tanto a Constituição quanto as leis
trabalhistas acabam por ser interpretadas de maneira generalista, sem especificar
gênero, o que deixa espaço para distorções ou meia interpretações da mesma:
“Todas as pessoas são iguais perante a lei e não devem ser discriminadas nas
relações políticas, econômicas ou sociais por causa de raça, crença, sexo, status
social ou origem familiar. Os nobres e a nobreza não serão reconhecidos. Nenhum
privilégio deve acompanhar qualquer honra ao mérito, bem como tais
condecorações não devem permanecer além do tempo de vida do indivíduo que as
detém agora ou que possa vir a recebê-las” (THE CONSTITUION OF JAPAN,
1946). Esta abertura deixada na lei leva o governo, posteriormente, a criar leis que
deixariam mais clara a igualdade da mulher e do homem no âmbito trabalhista,
como visto nos artigos 2º, 3º e 4º, respectivamente, da Lei de Normas Trabalhistas3
nº 49, de 7 de abril de 1947 (modificada pela Lei no. 107 de 9 de junho de 1995):
“As condições de trabalho devem ser determinadas pelos empregadores e
empregados em situação de igualdade 4; O empregador não deve dar tratamento
discriminatório com respeito a salários, horas de trabalho ou outras condições de

3
Labor Standards Law
4
Working conditions should be determined by the workers and employers on an equal basis.
6

trabalho, em razão da nacionalidade, crença ou status social de qualquer


empregado5; O empregador não deve dar tratamento discriminatório para a mulher,
em comparação ao homem no que diz respeito aos salários em razão de o
trabalhador ser uma mulher.6” (NATLEX, 1995). Apesar do que a lei expressa,
haviam restrições dentro das próprias normas trabalhistas que impediam as mulheres
de exercer certos trabalhos, contidas Lei de Normas Trabalhistas, Capítulo: VI-II, e
acabavam por serem usadas para justificar atitudes discriminatórias com a desculpa
do respaldo nessa seção das leis, deixando a mostra que a discriminação não estava
contida e que as leis podiam, portanto, ser falhas diante disto.

Somente em 1985, após a entrada do Japão para a ONU, é criada uma lei
contra a discriminação da mulher no âmbito trabalhista por meio da Lei de
Oportunidades Iguais de Emprego (Equal Employment Opportunity Law), o que
gera um grande debate sobre igualdade de gênero na sociedade japonesa. Este
debate divide a população entre tradicionalistas e os chamados radicais, estendendo-
se até 1999, quando finalmente é promulgada a Lei nº 78 de 1999 para a Sociedade
de Igualdade de Gêneros.

Através deste panorama histórico pode-se observar que o local social em que
a mulher japonesa é colocada se encontra atraído, mesmo considerados os avanços,
para a discriminação e submissão do passado, pois as leis não oferecem o amparo
necessário para contornar as convenções culturais e sociais que rondam a imagem
do feminino e o seu papel na estrutura social, o que possibilitava a manutenção do
tradicionalismo em relação ao trabalho feminino.

“[...] a sociedade local ainda impõe barreiras ao sucesso profissional


das mulheres. Prova disso é que mais da metade das japonesas que
trabalham no arquipélago são funcionárias não efetivas – a maioria
tem emprego de meio período. Segundo o estudo, grande parte delas
voltou ao mercado de trabalho após o nascimento de seus filhos, assim
como acontece em vários países da Europa. No entanto, as vagas de
meio período no Japão são bem restritas no que se refere à quantidade
de horas trabalhadas e à posição das mulheres dentro das empresas. O
ponto interessante levantado pelos pesquisadores é que essa situação
é, indiretamente, alimentada pelo governo. Os homens podem incluir
suas mulheres como dependentes na declaração de imposto de renda,
desde que o salário delas não ultrapasse um milhão e 3 mil ienes (R$
5
An employer shall not engage discriminatory treatment with respect to wages, working hours or other
working conditions by reason of the nationality, creed or social status of any worker.
6
An employer shall not engage in discriminatory treatment of a woman as compared with a man with
respect to wages by reason of the worker being a woman.
7

20.210) ao ano, se elas trabalharem em empregos de meio período.


Assim, além de as mulheres não recolherem tributos, aliviam a
taxação em cima do marido. Desta forma, o sistema tributário japonês
encoraja não só elas e a família a permanecerem nessa situação como
as empresas a pagarem menos às suas funcionárias. [...] Para os
pesquisadores, embora a questão financeira colabore, o cerne é mesmo
cultural. Eles citam as corporações que ainda são adeptas da filosofia
de que cabe aos homens o papel de chefe de família e provedor do lar
enquanto para as mulheres basta um emprego para complementar a
renda, geralmente em vagas para recepcionistas ou de atendimento ao
cliente, sem grandes chances de promoção. E uma prova de que o
problema está arraigado na sociedade nipônica é que essa
“segmentação de gêneros” é bastante aceita em pesquisas de opinião.”
(Fujino, 2010)

As pesquisas sobre igualdade de gênero apontam um cenário nada animador para


o Japão. Segundo o Fórum Econômico Mundial (World Economic Forum), o Japão
ocupa o 111º lugar no ranking mundial de igualdade de gênero no relatório do ano de
2016: “A região do Leste da Ásia e Pacífico vem em seguida, tendo diminuído 68% da
sua desigualdade de gênero. Essa é uma região de forte contraste, com uma grande
distância entre as sociedades mais igualitárias em questões de gênero, como as Filipinas
e a Nova Zelândia, e os pesos pesados econômicos China (99), Japão (111) e Coreia
(116). O passo lento de mudança nessas grandes nações em parte explica porque as
atuais projeções sugerem que a região não fechará a sua lacuna econômica por outros
111 anos.” (Cann, 2016:2)

Além do tratamento não igualitário dentro do ambiente de trabalho, as japonesas


ainda lidam com o trabalho doméstico, que é destinado somente a elas, sendo assim, se
uma mulher trabalha meio período, ela ainda é responsável por todos os afazeres
domésticos e dos cuidados para com os filhos, já que os maridos não se veem
responsáveis por isso. Segundo Kawabe (2017), uma pesquisa da empresa Research and
Develepment apontou que, entre as mulheres entrevistadas, 99% disse que cozinhavam
em casa e que cuidavam desta tarefa enquanto 24% dos homens afirmaram fazer o
mesmo. Sobre lavar as roupas, 97% das mulheres disseram fazer a tarefa e 23% dos
homens disseram fazer a mesma. Ao serem questionadas sobre quem limpava a casa,
80% das mulheres se disseram responsáveis pela tarefa, contra 18% dos homens que
afirmaram cuidar desta.

Na educação, vemos que a situação é equilibrada entre homens e mulheres nos


períodos primários e secundários da educação (ensino fundamental e médio), não
8

havendo quase diferenciação alguma entre os dois e nem impedimento de alcance nessa
fase da educação. A mudança no cenário ocorre no setor terciário da educação, ou seja,
no ensino superior, como pode ser observado no gráfico contido no relatório do ano de
2017 feito pelo World Economic Forum:

Figura 1: Gráfico de dados sobre a igualdade de gênero no Japão no ano de 2017


do World Economic Forum

Fonte: World Economic Forum (2017)7

Neste gráfico podemos observar que os homens tem vantagem de acesso para o
ensino superior no país, mostrando que as mulheres precisam se esforçar para entrar e se
manter na educação superior, mesmo que esta seja, supostamente, garantida
constitucionalmente a todos. A maneira como essa discriminação ocorre na sociedade
japonesa não é sempre explícita. Pelo contrário, é algo que, para ser notado, precisa ser
observado com atenção, já que a manutenção do pensamento cultural que coloca a

7
Disponível em: < http://reports.weforum.org/global-gender-gap-report-2017/dataexplorer/#economy=JPN >
9

mulher em posição inferiorizada ocorre de maneira automática, passando de maneira


orgânica pelo aprendizado popular:

O ministro da Educação do Japão condenou nesta sexta-feira


(3/8) o escândalo que atingiu o país após a imprensa local relatar que a
Universidade de Medicina de Tóquio supostamente fraudou as
pontuações obtidas pelos alunos no vestibular para diminuir a
quantidade mulheres aprovadas. “Estamos pedindo [à Universidade de
Medicina de Tóquio] para investigar e relatar o mais rápido possível
como os exames de admissão foram praticados e se foram feitos
corretamente”, disse o ministro Yoshimasa Hayashi em entrevista
coletiva. “Vamos esperar pelo relatório e considerar como reagiremos.
Em geral, a seleção discriminatória injusta de participantes para as
mulheres é totalmente inaceitável.” Segundo o jornal japonês Yomiuri
Shimbun, a universidade vinha rebaixando as pontuações das
candidatas no exame desde 2011. Uma fonte que pertence à instituição
e não quis se identificar informou que a prática foi motivada por uma
crença entre a comunidade médica de que as mulheres abandonam a
profissão para se casar ou dar à luz, deixando os hospitais com falta de
funcionários. Em 2010, 40% dos candidatos aprovados eram
mulheres, segundo a publicação. No primeiro ano de implantação das
fraudes, o número caiu para 30%. Agora, em 2018, apenas 18% dos
que foram aceitos na instituição pertenciam ao sexo feminino, apesar
de as mulheres representarem 39% do total de candidatos.” (Redação
Revista Veja, 2018)

A realidade nipônica para com as mulheres se mostra dura e discriminatória em


muitos setores. A reflexão final sobre este cenário será feita mais a frente, após a
apresentação do caso brasileiro, onde analisaremos como este lida com a questão de
igualdade de gênero e com as mulheres de sua sociedade a seguir.

A mulher brasileira e o mercado de trabalho

A posição da mulher na sociedade brasileira está em constante ritmo de mudança


desde o século XX, demonstrando melhora na maneira como as mulheres são vistas na
sociedade e no conhecimento das mesmas enquanto a seus direitos e sobre a questão de
gênero através do feminismo de diversas correntes, gerando grande comoção atualmente
nas redes sociais e tendo como resultado o aumento progressivo de uma consciência
mais igualitária entre as mulheres. Apesar disto, o cenário ampliado ainda está distante
do ideal igualitário tão aclamado na atualidade, com o crescimento do conservadorismo
e tradicionalismo no país nos últimos anos, revelando, além disto, números ainda
enormes e assustadores sobre violência doméstica, assassinatos e assédio para com as
mulheres. Segundo o Relógio da Violência, ferramenta que trabalha em conjunto com o
10

Instituto Maria da Penha, uma mulher é agredida física ou verbalmente a cada 2


segundos no Brasil8.

O local em que as brasileiras se encontram no mercado de trabalho atualmente é,


sem dúvida, vantajoso em comparação ao passado. Por elas foram desbravados cargos
em setores nunca antes ocupado por mulheres, mesmo que infimamente. Podemos
observar nos dias de hoje que áreas antes tradicionalmente masculinas, como a
medicina, direito, magistratura, arquitetura e engenharia, agora contam com a ainda
pequena, porém crescente, presença feminina.

“A primeira observação que deve ser feita em relação a essas carreiras


é a consolidação da presença feminina entre esses profissionais, ao
longo da década de 1990, principalmente entre arquitetos, médicos,
advogados e outros profissionais da área jurídica, mas também entre
os engenheiros. [...] As diferenças regionais são de pequena monta,
exceto pela presença mais marcante de arquitetas e médicas no
Nordeste e de advogadas e procuradoras no Sudeste, em 2005. Na
mesma data, as engenheiras e as arquitetas estão mais presentes no
Nordeste do que no Sudeste. O ingresso das mulheres nessas
ocupações de qualidade teria ocorrido como resultado da convergência
de vários fatores. Entre eles, uma intensa transformação cultural, a
partir do final dos anos 1960 e, sobretudo, nos 1970 na esteira dos
movimentos sociais e políticos dessa década, impulsionou as mulheres
a ingressar nas universidades, em busca de um projeto de vida
profissional. A expansão das universidades públicas e, principalmente,
privadas, na mesma época, foi ao encontro desse anseio feminino.”
(Bruschini, Ricoldi e Mercado, 2008:22)

O avanço nestas áreas antes exclusivamente masculinas se deu nas últimas


décadas do século XX e continuaram, crescente, no século XXI. Apesar disto, a atuação
feminina se mostrou muito restrita a áreas específicas no Brasil, como apontado por
Bruschini, Ricoldi e Mercado (2008:28) apud Fundação Carlos Chagas (2007): “A
estrutura ocupacional do mercado de trabalho brasileiro apresenta tendências
recorrentes que pouco se alteraram nos últimos 30 anos. No emprego formal,
representam continuidades no padrão de ocupação das mulheres a elevada presença
feminina em setores tradicionais da indústria, como é o caso das costureiras no ramo da
confecção, assim como nos serviços de cuidado pessoal, higiene e alimentação, como é
o caso das cabelereiras e especialistas em estética em geral, das faxineiras, arrumadeiras
em domicílio e hotéis, lavadeiras, tintureiras e cozinheiras. Persistem igualmente outros

8
Disponível em < http://www.relogiosdaviolencia.com.br/# >
11

tradicionais guetos femininos, como enfermagem (89% de participação feminina),


nutrição (93%), assistência social (91%), psicologia (89%) e magistério nos níveis pré-
escolar (95%), fundamental (88%) e médio (74%). A presença feminina continua
predominante ainda entre secretárias (85%) e auxiliares de contabilidade e caixas
(75%), segundo dados referentes a 2002.”

A enorme presença feminina na área da educação é antiga e remonta à fundação


da República, que tinha como ideal de progresso a educação universal, retirando, pela
primeira vez na história brasileira, o foco da educação feminina dos deveres do lar para
o aprendizado de fato, tendo em vista o crescimento da nação, o avanço. A inserção
feminina na formação de professores acontece de forma abrangente. A mulher é
considerada pelo ideal republicano como aquela responsável pela formação das pessoas,
substituindo a visão de que a mulher era inculta e ignorante por uma mulher educada,
vista como o alicerce da família e consequentemente, da pátria, formadora dos futuros
cidadãos.

Como citado anteriormente, os guetos nos quais as mulheres atuavam e


continuam a atuar se mostram como o retrato de uma visão social de que as mulheres
não são capazes de exercer tarefas consideradas intelectuais ou que necessitam de força
física. Estas são empurradas para funções que envolvem cuidados pessoais ou confecção
do que era considerado delicado, exibindo um ideal de que mulheres são delicadas,
frágeis e devem participar somente do cuidado ou da criação do próximo socialmente,
quase como uma expressão maternal indireta.

A discriminação da mulher no ambiente de trabalho brasileiro acontece de forma


ampla, podendo ser explícita ou não, mas sempre abusiva em algum nível. Os direitos
das mulheres, incluindo os trabalhistas, trilharam um grande caminho até os dias de
hoje. A não existência dos direitos femininos foi uma realidade por séculos na história
brasileira. A mulher era considerada como posse de seu marido, sendo assim, somente
ele poderia tomar decisões por ela, e ela, por sua vez, devia se ater as suas obrigações
domésticas e somente a elas. Quando as mulheres finalmente começaram a trabalhar
fora de casa, não contavam com garantias, proteção ou lei alguma específica, e ainda
tinham que ter a permissão dos maridos para executarem diversas tarefas fora de casa.
12

A Consolidação das Leis de Trabalho CLT (Decreto-Lei n.º 5 452, de 1 de maio


de 1943) sancionada pelo então presidente Getúlio Vargas, passou a considerar os
direitos trabalhistas das mulheres, no Capítulo III do Título III nomeado “Da Proteção
do Trabalho da Mulher”, porém esta só serviu para compilar a legislação já existente
sobre o trabalho feminino, mostrando, portanto, que a intenção da seção estava
direcionado à criação de certas condições e regras referentes ao trabalho feminino,
como por exemplo, a vedação do trabalho noturno feminino: “É vedado à mulher o
trabalho noturno, considerado este o que for executado entre as vinte e duas (22) e as
cinco (5) horas do dia seguinte.” (Art 379 - Decreto Lei nº 5.452 de 01 de Maio de
1943). A vedação estava ligada, primeiramente, a uma ideia de proteção à saúde da
mulher, que era vista como fraca e frágil, e logo em seguida à proteção moral da
mesma, já que uma mulher circular desacompanhada de seu marido à noite era
considerado um ato escandaloso e desrespeitoso para com a imagem de seu conjugue.

A verdadeira mudança em termos legislativos para com o trabalho feminino


ocorreu somente com a consolidação da Constituição Brasileira de 1988, onde, de fato,
foram garantidos e revisados os direitos trabalhistas das mulheres, além do avanço em
relação à proteção do direito de maternidade da mulher: proibição da discriminação em
relação ao sexo (art. 3º, IV; art. 5º, I) , abolição da “chefia” da sociedade conjugal (art.
226, 5º: Os direitos e deveres referentes à sociedade conjugal são exercidos
igualmente pelo homem e pela mulher) , instituição de normas de combate à
discriminação e meios de assegurar a igualdade (Lei 9029/95 e 9799/99),
redimensionamento das normas de proteção à maternidade nos âmbitos trabalhista e
previdenciário (art. 392 e seguintes da CLT, com acréscimos da Lei 9799/99 e
Lei 8213/91), abandono do princípio de “proteção da mulher” mediante revogação de
normas falsamente protetivas (Leis 7855/89 e 10244/01), licença-maternidade de 120
dias (a partir do 8º mês de gestação), sem prejuízo do emprego e do salário, que será
integral. Caso receba salário variável, receberá a média dos últimos seis meses. (art. 392
e 393 da CLT), estabilidade no emprego: do momento da confirmação da gravidez até
cinco meses após o parto a gestante não poderá ser demitida sem justa causa (art. 391-
A da CLT), a gestação não pode ser motivo de negativa de admissão (art. 373-A, II e IV
da CLT), a jornada de trabalho é igual tanto para mulheres como para homens, ou seja,
oito horas diárias e quarenta e quatro horas semanais, exceto nos casos para os quais a
lei fixa duração inferior (art. 373 da CLT).
13

Apesar dos avanços legislativos dos direitos trabalhistas das mulheres, o que
pode ser observado é que a discriminação por gênero continua a acontecer em relação a
diferença salarial entre homens e mulheres no país, além das práticas de abuso dentro do
ambiente de trabalho relacionada, principalmente, à visão machista de subordinação e
objetificação feminina.

“O mercado de trabalho brasileiro mostra que as mulheres ainda têm


um longo caminho a percorrer para obter o mesmo reconhecimento
que os homens. Pesquisa realizada pelo site de empregos Catho neste
ano com quase 8 mil profissionais mostra que elas ganham menos que
os colegas do sexo oposto em todos os cargos, áreas de atuação e
níveis de escolaridade pesquisados – a diferença salarial chega a quase
53%. Além disso, mulheres ainda são minoria ocupando posições nos
principais cargos de gestão, como diretoria, por exemplo. [...] A
pesquisa mostra que as maiores diferenças salariais se dão entre os
profissionais de nível superior e com MBA – as mulheres ganham quase a
metade do salário dos homens. O percentual é atenuado conforme a
escolaridade vai diminuindo, mas o salário dos homens é superior em todos
os níveis de escolaridade [...] as mulheres ocupam cargos de presidente e
diretor recebem em média 32% a menos que os homens. No cargo de
consultor, a diferença chega a quase 39%. As menores diferenças estão nos
cargos de auxiliar/assistente e estagiário/trainee. [...] Já em relação à
distribuição das mulheres entre cargos de gestão pesquisados, houve
uma pequena melhora desde 2011, mas as desigualdades ainda
aparecem e aumentam à medida que o nível hierárquico sobe. O cargo
de presidente é o que tem a menor proporção de mulheres – 25,85%
em 2017 - e apresenta o menor crescimento em comparação a 2011 -
aumento de 2,94 pontos percentuais. Já o cargo de encarregado, o
mais baixo entre os pesquisados em nível de gestão, tem a maior
proporção de mulheres – 61,57%. [...] A pesquisa da Catho mostra que
em todas as áreas de atuação pesquisadas, as mulheres ganham menos que os
homens, até mesmo nas que há predominância feminina, como na de saúde.
A maior diferença está na área jurídica – as mulheres recebem menos da
metade da remuneração dos homens (52,7% a menos).” (Cavallini, 2018)

A jornada de trabalho feminina é afetada, diretamente, pelo tradicionalismo da


sociedade, já que estas acabam por trabalhar em jornadas duplas: ao terminar o turno de
trabalho na empresa, inicia-se o turno de trabalho doméstico cuidando da limpeza da
casa, organização, cozinha e filhos. As mulheres das classes sociais mais altas
conseguem se ver livres de exercer certas tarefas pela cultura de contratação de serviço
doméstico. Mesmo assim, a tarefa de zelar pela educação dos filhos quase que
integralmente acaba por cair em seus braços. As mulheres de classe social menos
favorecida acaba por viver sobrecarregada de funções, como observado por Hirata e
Kergoat (2008:244): “[...] a presença maciça de empregadas domésticas e faxineiras nas
casas, que muda a situação em matéria de divisão sexual do trabalho doméstico. Quase
14

20% das mulheres ativas ocupadas no Brasil são empregadas domésticas ou diaristas, o
que significa que 1/5 das mulheres (7 milhões) que trabalham o fazem em atividades de
serviços a particulares. Essas cifras contrastam com os 10% de mulheres nas atividades
de serviço na França (1 milhão), segundo a pesquisa de emprego de 2005. Contudo, o
acúmulo de tarefas domésticas e profissionais é a regra para uma parte das camadas
populares mais pobres e para o conjunto das trabalhadoras precárias, que exercem
atividades remuneradas informais (sem proteção nem direitos sociais) ou estão
desempregadas; Elas “se viram” para enfrentar a procura de emprego, as atividades de
cuidado dos filhos e de outros membros da família, frequentemente ampliada, e diversas
atividades profissionais, em geral “bicos”. Elas se viram acumulando empregos
precários e intermitentes, atividades informais mal remuneradas, muitas vezes
realizadas em casa (preparam alimentos para vender em escritórios ou na rua, passam
roupa, fazem concertos, costuram etc.), trabalho doméstico e cuidado dos filhos. Esse
“modelo” diferencia essas mães, principalmente as desempregas, de suas homólogas
japonesas. De fato, no Brasil, o acúmulo de tarefas e as práticas de conciliação ocorrem
no contexto de uma rede informal de solidariedade bastante ampla, que inclui família
ampliada, vizinhos, amigos, etc.”

A visão conservadora acerca das tarefas que, supostamente, estão ligadas ao


feminino apresenta um cenário triste, de repressão e pressão social para com a mulher
brasileira em diversos níveis, mostrando que, apesar de todos os avanços, os números
ainda são altos quando se trata do espaço da igualdade entre homens e mulheres na
sociedade brasileira.

Considerações finais

Os dados e reflexões apresentados ao longo deste trabalho acerca das realidades


sociais tanto do Japão quanto do Brasil sobre a realidade trabalhista feminina
demonstram que, apesar dos números positivos em relação à segurança, saúde e
educação dos japoneses, a visão e lugar social no qual a mulher japonesa é colocada
revela discriminação e uma visão de inferioridade, incapacidade e fragilidade feminina
presente no ideal cultural da sociedade, o que acaba por refletir em como essa mulher
vai ser tratada e vista em diversos setores sociais. Estas visões e entendimentos acerca
15

da mulher japonesa acabam por entrar em concordância com a visão brasileira sobre
suas mulheres. A sociedade brasileira se diz e tenta se mostrar compreensiva e aberta ao
progresso social, porém acaba por cair na manutenção dos velhos preconceitos e
tradicionalismos sobre a mulher, a vendo como inferior, incapaz e frágil assim como os
japoneses.
A manutenção e aplicação dos direitos sociais e trabalhistas se mostrou frágil em
ambos os países, apesar do Brasil se mostrar mais consistente juridicamente, quando
aplicadas à realidade, as leis são burladas, distorcidas ou simplesmente ignoradas a
favor das convenções sociais acerca do feminino.
As diferenças salariais estão presentes em ambos os países, porém o Brasil se
mostra um pouco mais a frente na tentativa de redução da lacuna salarial entre homens e
mulheres.
O trabalho doméstico feminino mostra-se diferentes entre as duas realidades:
enquanto no Brasil há uma cultura de jornada dupla, onde a mulher trabalha fora de casa
e cuida dos afazeres domésticos ao mesmo tempo numa espécie de malabarismo, a
mulher japonesa tem a tendência a se dedicar somente a uma função, sendo raras
aquelas que conciliam a vida doméstica com um emprego assalariado.
Apesar dos problemas enfrentados no Brasil pelas mulheres, podemos observar
uma crescente, mesmo que vagarosa, melhora na igualdade de gênero, enquanto o Japão
se mostra estagnado em relação ao mesmo. De acordo com Oliver Cann no Relatório de
Desigualdade Global de Gênero (2017) para o World Economic Forum, o Brasil ocupa a
79º posição de 144 países avaliados, enquanto o Japão se mantêm na 111º posição no
mesmo ranking.
Concluímos que o machismo estrutural e a visão conservadora se mostra
fortemente presente em ambas as realidades, que atuam de maneira diferente diante
destes de modo geral, apesar de suas similaridades. A melhora para este cenário se
encontra na educação sobre o assunto, na desconstrução de preconceitos e
tradicionalismos, como também na divulgação e debate de forma aberta e educativa
sobre o problema.

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