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Aulão Revisional

PISM III
Sociologia
Prof: Thales Contin
1. Leia o texto e responda à questão.

Daniel, um garoto de 12 anos, encontrado nos Andes, no Peru, em 1990, vivia entre os
cabritos. Afirma-se que ele sobreviveu se alimentando de raízes, frutas e tomando leite.
Ele usava as pernas e os braços para caminhar, era um quadrúpede e não sabia falar.
Daniel foi estudado pelos norte-americanos, de quem ganhou o nome e desde então não
temos mais notícias sobre ele. Esse caso ilustra a célebre frase: “O homem não nasce
homem. Ele se torna homem” (Elisabeth Badinter).

Explique, na perspectiva sociológica, por que Daniel, apesar de ser humano, não possui
características de indivíduos que vivem com outros humanos.
1. Pontos importantes.

• Devemos pensar todos os elementos da sociologia como imersos em um processo de socialização.

• A socialização é a forma como nós nos humanizamos.

• O ser humano não é uma categoria absoluta, ele é construído mediante contexto, ambientes e práticas.
2. (Uel 2023) Leia os textos a seguir.

O termo uberização nasce justamente de um desses aplicativos, mais especificamente da


empresa Uber, fundada em 2009 e instaurada no Brasil em 2014. Essa empresa buscou
oferecer uma plataforma digital onde um motorista autônomo, chamado de parceiro, era capaz
de se conectar a um usuário de aplicativo – cliente – para prestar-lhe serviços de locomoção.
No entanto, foi o conceito do serviço dessa empresa que serviu de pioneirismo para designar
um novo tipo de relação de trabalho.

(MATA, L. F. A uberização do trabalho no Brasil: desafios e perspectivas. 2021. Disponível em:


<https://jus.com.br/artigos/91548/auberizacao-do-trabalho-no-brasil-desafios-e-perspectivas>. Acesso em: 12 dez.
2022.)
O trabalho uberizado – e isso em si já é trágico – não se restringe aos trabalhadores que
trabalham em plataformas como Uber ou iFood. Há, hoje, plataformas de diversas
modalidades de trabalho: médicos, engenheiros, empregadas domésticas, jornalistas,
professores. Todos os trabalhadores desse amplo campo dos serviços tendem a se converter
em trabalhadores uberizados.

(ANTUNES, R. apud FACHIN, P. A expansão do trabalho uberizado nos levará à escravidão digital. 2020. Disponível em:
<http://abettrabalho.org.br/ricardo-antunes-a-expansao-do-trabalho-uberizado-nos-levara-a-escravidao-digital/>.
Acesso em: 15 dez. 2022.)

Com base nos conhecimentos sobre as transformações recentes no mundo do trabalho e


considerando o contexto caracterizado nesses textos, explique a relação entre trabalho
informal e trabalho precarizado.
2. Pontos importantes.

• Deve-se entender aqui que o trabalho informal é, por essência, precarizado.

• O que se tem em mente com o oposição é o trabalho regido pela CLT ou por outras convenções, como a
do funcionarismo público.

• As novas tecnologias, assim como no período da revolução industrial, contribuem para a flexibilização do
trabalho, que no mais das vezes acarreta perdas de direito.

• A Inteligência artificial é o grande ponto de inflexão a ser pensado nesse novo contexto.
3. (Ufpr 2019) Em Mulheres, raça e classe, Angela Davis afirma que “os papéis das
mulheres na procriação, criação da prole e manutenção da casa possibilitam que os membros
de sua família trabalhem – trocando sua força de trabalho por salários – e isso dificilmente
pode ser negado. Mas disso decorre automaticamente que mulheres em geral,
independentemente de sua classe e raça, sejam definidas de modo fundamental por suas
funções domésticas? Disso decorre automaticamente o fato de que a dona de casa é
realmente a trabalhadora secreta no interior do processo de produção capitalista? Se a
Revolução Industrial resultou na separação estrutural entre a economia doméstica e a
economia pública, então as tarefas domésticas não podem ser definidas como um
componente integrante da produção capitalista. Elas estão, mais exatamente, relacionadas
com a produção no sentido de uma pré-condição. O empregador não está minimamente
preocupado com o modo como a força de trabalho é produzida e mantida, ele só se preocupa
com sua disponibilidade e capacidade de gerar lucro. Em outras palavras, o processo de
produção capitalista pressupõe a existência de um conjunto de trabalhadores e
trabalhadoras exploráveis”
(DAVIS, Angela. Mulheres, raça e classe. São Paulo: Boitempo, 2016, p. 242.)

Considerando a passagem acima, o que se pode entender por “trabalhadora secreta no


interior do processo de produção capitalista”?
3. Pontos importantes.

• A invisibilidade do trabalho feminino é um tema importante e, tendo sido cobrado na última edição do
ENEM.

• O trabalho doméstico feminino coopera para o aumento da desigualdade, exploração e dificuldades na


progressão da carreira das mulheres.

• Esse fenômeno afeta especialmente as mulheres pobres e de classe média baixa.

• Esse fenômeno problematiza noções como a de meritocracia.


4. (Ufu 2020) “Em análise do sistema carcerário do estado de São Paulo entre os anos de 2007 e
2014, a pesquisadora Dina Alves aponta que: ‘no período analisado, enquanto a taxa de encarceramento
masculino aumentou em 48%, a taxa de mulheres encarceradas teve um aumento de 127%,
evidenciando o crescimento proporcional das mulheres no sistema prisional. Ao traçar o perfil das
14.810 mulheres encarceradas, é possível visualizar uma linha de cor e de gênero nas prisões
paulistanas: as negras compõem 67% do total; as jovens entre 18 e 29 anos representam 50%; as
mulheres que não concluíram o ensino fundamental, 50%; e as que foram condenadas com penas de até
oito anos de reclusão compõem o universo de 63%.’”

Alves, Dina. Rés negras, juízes brancos: uma análise da interseccionalidade de gênero, raça e classe na
produção da punição em uma prisão paulistana. Revista CS, 21. Cali, Colombia: Facultad de Derecho y
Ciencias Sociales, Universidad Icesi. 2017, pp. 97-120.

a) De que maneira a presença desproporcional de mulheres negras no sistema carcerário pode


evidenciar a existência do racismo estrutural no Brasil?
b) Cite e explique duas políticas públicas ou ações de combate à desigualdade racial no contexto
brasileiro atual.
4. Pontos importantes.

• A questão nos lembra que, em se tratando de desigualdades, os elementos de segregação são


cumulativos e não excludentes.

• O domínio do termo “racismo estrutural” é fundamental para pensarmos as relações de desigualdade


presentes na sociedade brasileira. A chegada de Silvio Almeida (elaborador do termo) ao Ministério dos
Direitos Humanos pode contribuir para a escolha do assunto esse ano.

• A questão também aborda a elaboração de políticas públicas destinadas ao combate a esse tipo de
discriminação, que podem ser feitas tanto de forma reparativa como preventiva.
5. (Uel 2020) Leia a charge e o texto a seguir.

O conceito de ideologia, nos termos propostos por Karl Marx (1818-1883), refere-se,
também, àquela ideia ou declaração “(...) que em algum aspecto significativo ela é falsa,
enganosa ou um relato parcial da realidade e, portanto, uma ideia que pode e deve ser
corrigida.”
GIDDENS, A.; SUTTON, P. W. Conceitos essenciais da Sociologia. São Paulo: Editora da Unesp, 2016, p. 229.
A charge sugere a presença de uma “ideologia do mérito” quando está em pauta a discussão
da desigualdade social na sociedade de tipo capitalista.

Com base na charge e no texto, explique como a “ideologia do mérito” justifica a


desigualdade social no capitalismo e, em seguida, identifique os motivos que a caracterizam
como enganosa ou um relato parcial da realidade.
5. Pontos importantes.

• A ideologia do mérito, ou meritocracia, pressupõe a falsa ideia de que os resultados são resumíveis a
variável da ação, ignorando todos as outras.

• Se por um lado o esforço e o mérito são fundamentais para projetos individuais e públicos, por outro a
falta de atenção as limitações impostas pelo meio são um verdadeiro problema.

• A meritocracia só seria possível em um contexto de igualdade.

• Segundo Pierre Bourdieu, mesmo essas desigualdades se multiplicam em várias áreas, como no capital
simbólico, por exemplo, não bastando por isso a simples igualdade de recursos.
6. No dia 20 de maio de 2012, o programa televisivo Fantástico apresentou, no quadro “O
Que Vi da Vida”, uma entrevista com a apresentadora Xuxa. Nessa entrevista, ela afirmou
que fora abusada sexualmente até a sua adolescência. Nos dias seguintes, o número de
denúncias ao Disque 100 – serviço que recebe denúncias de casos de violação dos direitos
humanos – aumentou em 30%.

Levando em consideração o fato acima descrito, comente sobre a possibilidade dos meios
de comunicação servirem para o exercício de direitos e proteção contra a violência.
6. Pontos importantes.

• Os meio ode comunicação são importantes veículos de divulgação de informação, devido a isso, podem
popularizar tendência e práticas positivas de combate a abusos.

• Recentemente uma onda de exposed’s tomou conta das redes sociais no Brasil e no mundo, denunciando
esse tipo de prática.

• Da mesma forma em que as redes podem cooperar para a veiculação de temas negativos, elas também
podem ajudar na criação de uma cultura contrária aos abusos.
7. Para Gohn (2011), os movimentos sociais devem ser entendidos como ações sociais
coletivas de caráter sociopolítico e cultural que motivam modificações e alterações nas
diferentes formas de organização de uma população. Blumer (2017), por sua vez, corrobora
o entendimento de Gohn, acrescentando que os movimentos sociais são agentes de
alterações, mas não somente um produto dessas.

Discorra sobre a importância dos movimentos feministas para o Brasil atualmente e


comente três importantes reivindicações ou bandeiras desses movimentos.
7. Pontos importantes.

• Entre as reivindicações desses movimentos podemos citar a luta contra o patriarcado, as desigualdades
de gênero e a violência sistemática que sofrem as mulheres, como no caso do feminicídio.

• O movimento feminista foi fundamental para a conquista de direito por parte das mulheres, como o voto
feminino, a entrada no mercado de tralho e a independência social em relação aos pais e maridos.

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