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Família – Parte II
SISTEMA DE ENSINO
Livro Eletrônico
DIREITO CIVIL
Família – Parte II
Sumário
Carlos Elias
Apresentação. . .................................................................................................................................. 4
Família – Parte II.............................................................................................................................. 7
1. Casamento..................................................................................................................................... 7
1.1. Capacidade para Casamento. . ................................................................................................. 7
1.2. Procedimento para Casamento.. .......................................................................................... 10
1.3. Espécies de Casamento quanto à Celebração.................................................................. 14
1.4. Prova do Casamento............................................................................................................... 17
1.5. Efeitos do Casamento............................................................................................................ 20
1.6. Caracteres do Casamento......................................................................................................21
1.7. Pressupostos Matrimoniais (Plano da Existência).......................................................... 22
1.8. Impedimentos Matrimoniais................................................................................................ 23
1.9. Questão Especial: Casamento Avuncular (com Tios)...................................................... 24
1.10. Causas Suspensivas.. ............................................................................................................ 25
1.11. Invalidade do Matrimônio.................................................................................................... 27
1.12. Espécies de Casamento.. ...................................................................................................... 33
1.13. Extinção do Casamento.. ...................................................................................................... 35
1.14. Pacto Antenupcial................................................................................................................. 39
2. Regime de Bens..........................................................................................................................40
2.1. Considerações Gerais.............................................................................................................40
2.2. Regime Legal no Casamento e na União Estável. . ...........................................................40
2.3. Mudança do Regime de Bens............................................................................................... 41
2.4. Irretroatividade da Mudança do Regime de Bens........................................................... 42
2.5. Regime da Comunhão Universal.......................................................................................... 43
2.6. Regime da Comunhão Parcial.............................................................................................. 45
2.7. Regime da Separação Convencional, Voluntária, Absoluta ou Total...........................48
2.8. Regime da Separação Legal, Obrigatória ou Cogente....................................................49
2.9. Regime da Participação Final nos Aquestos.. ....................................................................51
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Família – Parte II
Carlos Elias
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Apresentação
Olá, queridos amigos e queridas amigas!!
Escute, desde logo: o ideal é você ler a teoria deste PDF e os comentários dos exercícios
que estão ao final. Separei tudo de forma milimetricamente calculada para você estar prepara-
do para enfrentar as provas.
Mais uma recomendação: faça você mesmo o seu resumo ou seu próprio mapa mental.
Não basta você ler o PDF; é fundamental você escrever o que você está aprendendo, pois isso
é que faz você fixar a matéria. Escrever o que você estuda te ajudará também a treinar para
as provas discursivas. Você é que precisa sistematizar o conhecimento. Não recomendo que
você busque resumos ou mapas mentais feitos por outras pessoas, a não ser que, posterior-
mente, você elabore o seu próprio resumo ou mapa mental. Eu, pessoalmente, prefiro fazer um
resumo a fazer um mapa mental. Eu fixo mais assim. Fique, porém, à vontade para adotar a
metodologia de sua preferência.
Vamos em frente!
Resumo
Amigos e amigas, quem tem pressa deve ler, ao menos, este resumo e, depois, ir para os
exercícios. É fundamental você ver os exercícios e ler os comentários, pois, além de eu apro-
fundar o conteúdo e tratar de algumas questões adicionais, você adquirirá familiaridade com
as questões. De nada adianta um jogador de futebol ter lido muitos livros se não tiver familia-
ridade com a bola.
Seja como for, o ideal é você ler o restante da teoria, e não só o resumo, para, depois, ir
às questões.
O resumo desta aula é este:
• Casamento é vedado para quem tem menos de 16 anos (art. 1.520, CC);
• Entre os 16 e 18 anos, o casamento depende de consentimento do representante legal
(arts. 1.518 e 1.519, CC);
• O procedimento do casamento pode ser dividido em três fases: (1) fase da habilitação;
(2) fase da celebração; e (3) fase do registro. Tudo está nos arts. 1.525 ao 1.542 do CC
em conjunto com os arts. 67 ao 76 da LRP (Lei de Registros Públicos - Lei n. 6.015/1973);
• Casamento pode ser civil ou pode ser religioso com efeitos civis (art. 1.516, CC);
• Os pressupostos matrimoniais são os requisitos de existência do casamento: sem eles,
o casamento não existe juridicamente. São eles:
− Manifestação de vontade;
− Pessoas, ainda que do mesmo sexo;
− Celebração propriamente dita;
− Autoridade celebrante materialmente competente;
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nesta classificação pelo fato de essas duas últimas categorias se distinguirem das outras pela particularidade de sua natu-
reza.
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FAMÍLIA – PARTE II
1. Casamento
1.1. Capacidade para Casamento
Art. 1.517. O homem e a mulher com dezesseis anos podem casar, exigindo-se autorização de am-
bos os pais, ou de seus representantes legais, enquanto não atingida a maioridade civil.
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Parágrafo único. Se houver divergência entre os pais, aplica-se o disposto no parágrafo único do
art. 1.631.
Art. 1.520. Não será permitido, em qualquer caso, o casamento de quem não atingiu a idade núbil,
observado o disposto no art. 1.517 deste Código.
Art. 1.518. Até a celebração do casamento podem os pais ou tutores revogar a autorização.
Art. 1.519. A denegação do consentimento, quando injusta, pode ser suprida pelo juiz.
A autorização do representante legal de quem tem entre 16 e 18 anos pode ser tácita, in-
ferida por condutas compatíveis com o consentimento, a exemplo da conduta de ter assistido
à cerimônia (art. 1.555, § 2º, CC). Veja:
Art. 1.555. O casamento do menor em idade núbil, quando não autorizado por seu representante le-
gal, só poderá ser anulado se a ação for proposta em cento e oitenta dias, por iniciativa do incapaz,
ao deixar de sê-lo, de seus representantes legais ou de seus herdeiros necessários.
§ 1º O prazo estabelecido neste artigo será contado do dia em que cessou a incapacidade, no pri-
meiro caso; a partir do casamento, no segundo; e, no terceiro, da morte do incapaz.
§ 2º Não se anulará o casamento quando à sua celebração houverem assistido os representantes
legais do incapaz, ou tiverem, por qualquer modo, manifestado sua aprovação.
O prazo decadencial para ser requerida a anulação do casamento do menor é de 180 dias,
contados da data em que o menor completou 18 anos ou, se o pedido for formulado pelo re-
presentante legal, da data do casamento (art. 1.555, CC).
Fazemos uma ressalva de nomenclatura. Apesar de o CC falar em autorização do repre-
sentante legal, devemos considerar também os casos de “assistente legal”, visto que maiores
de 16 anos são, em regra, assistidos, e não representados, por seus pais ou tutores.
O casamento de quem tem menos de 16 anos é anulável (e não nulo) por (art. 1.550, I, do
CC)2 e, por isso, pode ser convalidado:
2
No mesmo sentido é o Professor Flávio Tartuce (2019-A), que realça que a Lei n. 13.811/2019 não tratou o casamento infantil
como impedimento matrimonial nem mudou o regime de invalidade para o casamento infantil, que já era proibido fora dos
casos de gravidez e de extinção de punibilidade criminal (casos esses que já eram praticamente inaplicáveis na prática).
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• pelo próprio cônjuge menor quando completar a idade núbil, exigida a autorização ex-
pressa ou tácita de seu representante legal ou o suprimento judicial enquanto ele não
completar 18 anos (art. 1.553 do CC e, por analogia, art. 1.555, § 2º, do CC);
• pelo transcurso do prazo decadencial de 180 dias na forma do art. 1.555 do CC.
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1.2.1. Habilitação
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1.2.2. Documentação
Código Civil
Art. 1.525. O requerimento de habilitação para o casamento será firmado por ambos os nubentes, de
próprio punho, ou, a seu pedido, por procurador, e deve ser instruído com os seguintes documentos:
I – certidão de nascimento ou documento equivalente;
II – autorização por escrito das pessoas sob cuja dependência legal estiverem, ou ato judicial que
a supra;
III – declaração de duas testemunhas maiores, parentes ou não, que atestem conhecê-los e afirmem
não existir impedimento que os iniba de casar;
IV – declaração do estado civil, do domicílio e da residência atual dos contraentes e de seus pais,
se forem conhecidos;
V – certidão de óbito do cônjuge falecido, de sentença declaratória de nulidade ou de anulação de
casamento, transitada em julgado, ou do registro da sentença de divórcio.
Art. 1.640. Não havendo convenção, ou sendo ela nula ou ineficaz, vigorará, quanto aos bens entre
os cônjuges, o regime da comunhão parcial.
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Parágrafo único. Poderão os nubentes, no processo de habilitação, optar por qualquer dos regimes
que este código regula. Quanto à forma, reduzir-se-á a termo a opção pela comunhão parcial, fazen-
do-se o pacto antenupcial por escritura pública, nas demais escolhas.
Essas questões virão a ser pacificadas na via infralegal nas normas de serviço dos Cartó-
rios ou em Provimento do CNJ.
4
Vide: https://arpenbrasil.org.br/wp-content/uploads/2022/08/Cartilha_Arpen_BR_1.pdf.
5
Para aprofundamento: OLIVEIRA, Carlos E. Elias de; TARTUCE, Flávio. Procedimento de casamento: como ficou após a Lei
do SERP (Lei nº 14.382/2022). Disponível em: https://www.migalhas.com.br/arquivos/2022/9/DB540D61C32CBF_Procedi-
mentodecasamento.pdf. Publicado em 6 de setembro de 2022.
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1.2.5. Celebração
1.2.6. Registro
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A ata da celebração do casamento deve ser registrada no Livro “B” do cartório do Registro
Civil das Pessoas Naturais. O registro do casamento (= o assento de casamento) deverá ter as
informações indicadas no art. 70 da LRP.
Quanto à celebração, há dois tipos de casamento: o civil e o religioso com efeitos civis.
O casamento civil é aquele em que a celebração é feita por um juiz de paz. Nesse caso, a
fase de habilitação ocorrerá antes da fase da celebração necessariamente.
A data da celebração do casamento é a data do casamento para todos os efeitos jurídicos,
de maneira que o registro posterior tem eficácia meramente declaratória (art. 1.514, CC). Veja
o referido preceito:
Art. 1.514. O casamento se realiza no momento em que o homem e a mulher manifestam, perante
o juiz, a sua vontade de estabelecer vínculo conjugal, e o juiz os declara casados.
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O casamento religioso com efeitos civis é aquele em que a celebração é feita por uma au-
toridade religiosa, assim entendida qualquer um que seja oficial de alguma entidade religiosa
(independentemente da religião).
Em princípio, essa é a diferença central em relação ao casamento civil, razão por que o
caput do art. 1.516 do CC estabelece que ele tem de observar os mesmos requisitos do casa-
mento civil.
A legislação, porém, prevê duas hipóteses de casamento religioso com efeitos civis:
• Com prévia habilitação: a celebração do casamento ocorre depois da fase da habilita-
ção, caso em que a ata de celebração (assinada pela autoridade religiosa, pelos nuben-
tes e pelas duas testemunhas) deverá ser levada a registro em 90 dias da sua realização.
Passados os 90 dias, o registro dependerá de uma nova habilitação a fim de garantir que
não surgiu nenhum impedimento matrimonial (ex.: um dos nubentes casou com outra
pessoa).
• Sem prévia habilitação (= com habilitação posterior): a celebração do casamento ocorre
mesmo sem ter havido uma habilitação prévia. Nesse caso, para que a ata de celebração
do casamento religioso possa ser registrada e, assim, passe a ter efeitos civis, é neces-
sária a realização de uma habilitação. Feita a habilitação, as partes terão 90 dias para
promover o registro, sob pena de terem de fazer nova habilitação (art. 1.516, § 2º, do CC).
Feito o registro da ata de celebração religiosa do casamento nos moldes acima, os efeitos
jurídicos do casamento passam a ter eficácia retroativa à data de sua celebração (art. 1.515,
CC). É claro, porém, que se devem respeitar direitos de terceiros de boa-fé, pois o casamento
não era havia sido formalizado nem publicizado.
Caso não ocorra o registro da celebração religiosa do casamento, entendemos que a cele-
bração religiosa pode ser considerada uma prova do “objetivo de constituir família”, que é um
dos requisitos da união estável na forma do art. 1.723 do CC. Assim, se os demais requisitos
fáticos da união estável estiverem presentes (convívio público, contínuo, duradouro e more
uxorio), haverá união estável.
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entendiam que esses casamentos eram inexistentes e, portanto, não havia repercussão finan-
ceira alguma para os consortes, pois a lei inglesa, e não a lei islâmica, é que deveria reger a
celebração de casamentos em solo britânico. As mulheres muçulmanas que pediam divórcio
ficavam sem nenhum direito desse casamento juridicamente inexistente. Agora, com o
julgado noticiado na matéria, foi reconhecido como nulo o “nikah”, mas, apesar disso, pelo que
se depreende, essa nulidade não impede que o casamento produza efeitos patrimoniais em
favor do casal. De qualquer forma, no ano de 2018, os muçulmanos estão sendo orientados a
celebrarem os dois casamentos: o civil, de acordo com a lei britânica para dar segurança jurí-
dica, e o religioso (o “nikah”), para satisfação de suas convicções de fé.
No Brasil, a lei brasileira rege casamentos celebrados no Brasil, de modo não se poderia
admitir a aplicação da lei islâmica, à semelhança do que foi noticiado na Inglaterra (art. 7º,
§ 1º, LINDB). Todavia, os nubentes religiosos teriam uma razoável alternativa da legislação
brasileira para conciliar fé, amor e direito.
É que o Código Civil brasileiro admite o casamento religioso com efeitos civis, o que per-
mite que uma autoridade religiosa celebre o casamento, desde que realize, no cartório, o pro-
cedimento de habilitação e o registro da ata da cerimônia (arts. 1.515 e 1.516, CC).
Se, todavia, o casamento for feito sem observância dessas formalidades, ele será ine-
xistente, por falta de um requisito de existência do casamento: uma autoridade celebrante.
Essa inexistência do casamento não geraria maiores problemas práticos, pois, no mínimo,
a cerimônia religiosa provaria uma união estável, que, em praticamente tudo, se equipara ao
casamento. Os consortes acabariam se beneficiando de praticamente todos os direitos do
casamento, como a comunicação do regime de bens e os direitos hereditários.
Portanto, o “nikah” (casamento islâmico) assim como outros conúbios puramente religio-
sos, se fossem celebrados no Brasil sem observância das regras de casamento religioso com
efeitos civis, seriam inexistentes, mas seriam uma prova de união estável a outorgar direitos
familiares aos consortes.
nenhum revolvimento da legislação britânica, pois o objetivo é, na verdade, focar como a legislação brasileira lidaria com os
casamentos islâmicos e com outros casamentos religiosos, e não estudar a legislação britânica.
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O mero fato de alguém aparentar ser casado não é suficiente para provar o casamento. Aí
pode haver união estável (art. 1.723, CC), mas não casamento. O legislador é mais rigoroso
do ponto de vista formal para a comprovação do casamento, tudo com base na máxima latina
“matrimonium non praesumitur” (casamento não se presume).
Por essa razão, o casamento é provado pela certidão de casamento (art. 1.543, caput, CC).
Trata-se do sistema da prova pré-constituída, que foi escolhida pelo nosso ordenamento.
Veja o referido preceito:
Só se admite outro meio de prova se for justificada a perda ou a falta do registro civil do
casamento, como algum incêndio que tenha destruído os livros do cartório onde havia sido re-
gistrado o casamento ou algum lapso do registrador na conservação dos livros (art. 1.543, CC).
Nesse caso, o casamento terá de ser provado em juízo, de modo a obter uma sentença que terá
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Art. 1.546. Quando a prova da celebração legal do casamento resultar de processo judicial, o regis-
tro da sentença no livro do Registro Civil produzirá, tanto no que toca aos cônjuges como no que
respeita aos filhos, todos os efeitos civis desde a data do casamento.
São livres os meios de comprovar que realmente houve um casamento com todas as for-
malidades legais, na hipótese de, por algum motivo, o registro público ter-se perdido. Para
tanto, a parte poderá valer-se de documentos (como fotos de eventual certidão) e de outras
provas não documentais que comprovem a “posse do estado de casado”. A “posse do estado
de casado” consiste na presença dos seguintes elementos: (1) nomen: uso do nome de casa-
do; (2) tratactus: os consortes se tratavam como casados; e (3) fama: o casal tinha a reputação
de casado. Não se confunda com a união estável! Nesta os consortes não tentarão provar que
haviam casado formalmente e que se perdeu o registro civil do casamento!
Como o Poder Público é que cuida do registro civil (por meio de registradores, que são de-
legatários de serviço público), a perda do registro civil não pode prejudicar os particulares. Por
isso, o legislador estabelece duas facilidades probatórias.
A primeira é o princípio do in dubio pro matrimonio, segundo qual, em havendo dúvidas
entre as provas favoráveis e contrárias, presume-se que houve casamento, conforme art.
1.547 do CC:
Art. 1.547. Na dúvida entre as provas favoráveis e contrárias, julgar-se-á pelo casamento, se os
cônjuges, cujo casamento se impugna, viverem ou tiverem vivido na posse do estado de casados.
Art. 1.545. O casamento de pessoas que, na posse do estado de casadas, não possam manifestar
vontade, ou tenham falecido, não se pode contestar em prejuízo da prole comum, salvo mediante
certidão do Registro Civil que prove que já era casada alguma delas, quando contraiu o casamento
impugnado.
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Se brasileiro casa no exterior perante o consulado brasileiro (que tem competência para a
prática de alguns atos dos serviços notariais e de registro em favor de brasileiros que estejam
no exterior, tudo à luz do art. 18 da LINDB), esse casamento é válido e eficaz. Todavia, para
ser eficaz perante terceiros no Brasil, o assento de casamento deverá ser registrado (rectius,
trasladado) para o cartório de Registro Civil de Pessoas Naturais do 1º Ofício do domicílio do
casal ou, se este for desconhecido, do Distrito Federal na forma dos art. 1.544 do CC e art. 32
da LRP. Veja os referidos dispositivos:
Art. 1.544, CC. O casamento de brasileiro, celebrado no estrangeiro, perante as respectivas autori-
dades ou os cônsules brasileiros, deverá ser registrado em cento e oitenta dias, a contar da volta de
um ou de ambos os cônjuges ao Brasil, no cartório do respectivo domicílio, ou, em sua falta, no 1 o
Ofício da Capital do Estado em que passarem a residir.
Art. 32, LRP. Os assentos de nascimento, óbito e de casamento de brasileiros em país estrangeiro
serão considerados autênticos, nos termos da lei do lugar em que forem feitos, legalizadas as certi-
dões pelos cônsules ou quando por estes tomados, nos termos do regulamento consular.
§ 1º Os assentos de que trata este artigo serão, porém, transladados nos cartórios de 1º Ofício do
domicílio do registrado ou no 1º Ofício do Distrito Federal, em falta de domicílio conhecido, quando
tiverem de produzir efeito no País, ou, antes, por meio de segunda via que os cônsules serão obriga-
dos a remeter por intermédio do Ministério das Relações Exteriores.
§ 2º O filho de brasileiro ou brasileira, nascido no estrangeiro, e cujos pais não estejam ali a serviço
do Brasil, desde que registrado em consulado brasileiro ou não registrado, venha a residir no territó-
rio nacional antes de atingir a maioridade, poderá requerer, no juízo de seu domicílio, se registre, no
livro “E” do 1º Ofício do Registro Civil, o termo de nascimento.
§ 3º Do termo e das respectivas certidões do nascimento registrado na forma do parágrafo antece-
dente constará que só valerão como prova de nacionalidade brasileira, até quatro (4) anos depois
de atingida a maioridade.
§ 4º Dentro do prazo de quatro anos, depois de atingida a maioridade pelo interessado referido no §
2º deverá ele manifestar a sua opção pela nacionalidade brasileira perante o juízo federal. Deferido
o pedido, proceder-se-á ao registro no livro “E” do Cartório do 1º Ofício do domicílio do optante.
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§ 5º Não se verificando a hipótese prevista no parágrafo anterior, o oficial cancelará, de ofício, o
registro provisório efetuado na forma do § 2º.
Essa regra também vale para o brasileiro que se casar no exterior fora do consulado bra-
sileiro (como aquele que casa perante um cartório estrangeiro), mas, nesse caso, será neces-
sário que a certidão de casamento estrangeira se sujeite aos procedimentos de autenticação7
exigidos para documentos públicos estrangeiros a fim de viabilizar o traslado para o cartório
de Registro Civil de Pessoas Naturais do 1º Ofício do domicílio do casal ou, se for o caso, do
Distrito Federal.
7
Documentos públicos estrangeiros exigem: (1) legalização ou consularização, atos por meio dos quais se reconhece a
competência da autoridade estrangeira que subscreveu o documento; (2) tradução por tradutor juramentado; e (3) registro
no Cartório de Títulos e Documentos. Isso é extraído dos arts. 32 e 148 da LRP, da Convenção da Apostila de Haia (Decreto
Legislativo n. 148/2015) e da Resolução n. 228/2016 – CNJ.
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Embora se possa imputar certa imprecisão a essa classificação pelo fato de haver casos
de enquadramento duvidoso (ex.: a mudança do estado civil para casado ou a emancipação
têm efeitos pessoais e sociais ao mesmo tempo), temos que ela tem o mérito didático de ilu-
minar os desdobramentos jurídicos do casamento. Por isso, seguimos essa classificação nes-
ta obra, mas ressalvamos que algumas figuras poderiam ser enquadradas em outra categoria
diversa da aqui indicada.
Efeitos pessoais do casamento são os efeitos para as próprias pessoas dos cônjuges em
si mesmos considerados. Nesse âmbito, podem-se elencar:
• a existência de direitos e deveres matrimoniais para cada um dos consortes nos termos
do art. 1.566 do CC;
• os deveres em relação aos filhos, como o de criação, o de guarda, o de sustento e os
demais decorrentes do poder familiar, nos termos do art. 1.566, IV, do CC e do ECA.
• a possibilidade de absorver o sobrenome do outro conforme art. 1.565 do CC;
• igualdade de direitos entre cada um dos consortes, independentemente do sexo (art.
1.511 do CC e art. 226, § 5º, CF).
Efeitos sociais do casamento são os desdobramentos que atingem terceiros. São eles:
• a mudança do estado civil para casado e, no caso de frustração do casamento, à sujei-
ção ao posterior estado civil de separado ou divorciado;
• formação do vínculo de parentesco por afinidade na forma dos arts. 1.593 e ss do CC;
• a emancipação do cônjuge menor de idade (art. 5º, parágrafo único, II, CC).
8
Os professores Carlos Maluf e Adriana Maluf lembram que “do casamento resultam inúmeros efeitos jurídicos, que envol-
vem diversas esferas da vida dos cônjuges, manifestando-se em relação aos próprios cônjuges, em relação aos filhos e em
relação a terceiros” (Maluf e Maluf, 2018, p. 176).
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Entendemos que o fato de o casamento ser inexistente não impede que as partes tenham
preenchido os requisitos da união estável, o que, na prática, aliviará os prejuízos eventualmente
sofridos pelo casal com a declaração de inexistência do casamento.
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Art. 1.548. É nulo o casamento contraído:
I – (Revogado) ;
II – por infringência de impedimento.
9
Cita-se aqui Tartuce (2020, p. 66).
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As causas suspensivas reportam-se às situações descritas no art. 1.523 do CC, nas quais
o casamento, se celebrado, poderá sujeitar-se a sanções de índole patrimonial.
Em suma, há duas sanções patrimoniais previstas para o casamento realizado sob causa
suspensiva:
• o regime da separação legal de bens (art. 1.641, I, CC) e
• quando se tratar da causa suspensiva do art. 1.523, III, do CC, a hipoteca legal em pro-
veito dos filhos (art. 1.489, II, CC).
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III – o divorciado, enquanto não houver sido homologada ou decidida a partilha dos bens do casal;
IV – o tutor ou o curador e os seus descendentes, ascendentes, irmãos, cunhados ou sobrinhos,
com a pessoa tutelada ou curatelada, enquanto não cessar a tutela ou curatela, e não estiverem
saldadas as respectivas contas.
Parágrafo único. É permitido aos nubentes solicitar ao juiz que não lhes sejam aplicadas as causas
suspensivas previstas nos incisos I, III e IV deste artigo, provando-se a inexistência de prejuízo,
respectivamente, para o herdeiro, para o ex-cônjuge e para a pessoa tutelada ou curatelada; no
caso do inciso II, a nubente deverá provar nascimento de filho, ou inexistência de gravidez, na flu-
ência do prazo.
Art. 1.641. É obrigatório o regime da separação de bens no casamento:
I – das pessoas que o contraírem com inobservância das causas suspensivas da celebração do
casamento;
II – da pessoa maior de 70 (setenta) anos;
III – de todos os que dependerem, para casar, de suprimento judicial.
Art. 1.489. A lei confere hipoteca:
I – às pessoas de direito público interno (art. 41) sobre os imóveis pertencentes aos encarregados
da cobrança, guarda ou administração dos respectivos fundos e rendas;
II – aos filhos, sobre os imóveis do pai ou da mãe que passar a outras núpcias, antes de fazer o
inventário do casal anterior;
III – ao ofendido, ou aos seus herdeiros, sobre os imóveis do delinquente, para satisfação do dano
causado pelo delito e pagamento das despesas judiciais;
IV – ao coerdeiro, para garantia do seu quinhão ou torna da partilha, sobre o imóvel adjudicado ao
herdeiro reponente;
V – ao credor sobre o imóvel arrematado, para garantia do pagamento do restante do preço da
arrematação.
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O regime de invalidade do casamento previsto nos arts. 1.548 ao 1.564 do CC tem algumas
particularidades em relação ao regime geral de invalidade dos atos jurídicos (arts. 104 ao 185 do
CC), o que se justifica pelo elevado impacto do instituto em questões existenciais das pessoas.
À semelhança do regime geral de invalidade dos atos jurídicos, adota-se um regime bipar-
tido de invalidade: nulidade ou anulabilidade.
Todavia, à diferença do que se dá no regime geral de invalidades, o critério distintivo não
é propriamente a existência ou não de interesse público, e sim uma avaliação equitativa feita
pelo legislador acerca da conveniência ou não de permitir o convalescimento do casamento
inválido pela decadência ou por ato de vontade dos consortes.
Assim, por exemplo, a incompetência territorial da autoridade celebrante gera anulabilida-
de, apesar de aí está-se a tutelar um interesse público. Realmente seria muito oneroso sujeitar
um vício de pouca relevância como esse ao duro regime da nulidade.
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Além do mais, a nulidade do casamento não autoriza nenhuma declaração de ofício pelo
juiz (art. 1.549, CC), ao contrário do que sucede com os atos jurídicos em geral. A declaração
da nulidade depende de ação judicial a ser proposta pelo Ministério Público ou por qualquer
interessado (assim entendido quem tenha interesse econômico ou moral, como o caso de o
primeiro cônjuge pleitear a nulidade do segundo casamento do outro consorte por violação ao
impedimento matrimonial do art. 1.521, VI, CC).
Cabe uma constatação óbvia: dentre os vícios de consentimento previstos para os negó-
cios jurídicos em geral (erro, dolo, coação, lesão e estado de perigo), só a coação e o erro (e
com adaptação para focar o erro essencial quanto ao cônjuge em hipóteses taxativamente lis-
tadas no art. 1.557 do CC) geram anulabilidade do casamento, conforme art. 1.550, III, do CC.
Afinal de contas, os demais vícios prendem-se a causas meramente patrimoniais e, por isso,
são incompatíveis com o regime de invalidade do casamento. Realce-se que, no caso do dolo,
este está contemplado na hipótese de erro essencial quanto ao cônjuge.
A boa-fé objetiva foi observada no regime de invalidade do casamento, o que pode ser iden-
tificado em quatro hipóteses.
A primeira é a proteção do cônjuge de boa-fé e dos filhos sob a figura doutrinariamente
batizada de “casamento putativo” (art. 1.561, CC).
A segunda é que a eficácia retroativa da invalidação do casamento não pode prejudicar
terceiros de boa-fé que tenham adquirido, de boa-fé, bens (art. 1.563, CC). Trata-se de um
exemplo de aplicação do conceito doutrinário de “propriedade aparente”, que se estriba, entre
outros fundamentos, na tutela da boa-fé e de um de seus corolários (a teoria da aparência).
A terceira é o prestígio ao casamento celebrado por quem exerça publicamente a função
de juiz de paz (celebrando casamentos): a falta de sua competência material não acarretará a
declaração de inexistência nem de invalidade do casamento (art. 1.554, CC). Cuida-se de um
exemplo de aplicação da teoria da aparência, uma filha da boa-fé objetiva.
A quarta é a convalidação do casamento de mirim sem a idade mínima para casar ou ado-
lescente sem o consentimento do representante legal se sobrevier gravidez. A proteção do
nascituro é prestigiada aí, convalidando o casamento dos pais de modo a não comprometer a
integridade jurídica do seu futuro núcleo familiar (art. 1.551, CC).
1.11.3. Nulidade
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1.11.4. Anulabilidade
Hipóteses
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Decadência
O prazo de decadência de 180 dias previsto no art. 1.555 e no I do art. 1.560 do CC é curto
e reserva-se a hipóteses de anulabilidade vinculadas à solidez e à higidez da manifestação de
vontade. O prazo é pequeno, porque o legislador presume que, se alguém se mantém casado
por 180 dias, eventual falta de solidez ou higidez de sua manifestação foi suprida.
Esse prazo se aplica a estas hipóteses de anulabilidade:
• casamento por motivo de idade (arts. 1.550, I e II, e 1.555 do CC);
• incapacidade de consentir ou de manifestar a vontade de modo inequívoco, como o
caso de um nubente totalmente embriagado (art. 1.550, IV, CC); e
• casamento por mandatário após a revogação do mandato, desde que não haja poste-
rior coabitação (art. 1.550, V, CC).
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(como eventual sanção disciplinar). Não há motivos para punir a parte com a anulabilidade
por conta desse fato de menor relevância.
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Anos (Coação)
Convalidação tácita
O casamento anulável pode convalescer com condutas que, no contexto, sejam incompa-
tíveis com a vontade de anular. O CC arrolou hipóteses expressas nesse sentido, vedando que,
ainda que dentro do prazo decadencial, venha a ser pleiteada a anulação de casamento por:
• coação ou erro essencial, quando, mesmo ciente desse vício de consentimento, há co-
abitação (art. 1.559, CC).
• falta de consentimento dos representantes legais do incapaz, quando estes houve-
rem assistido à celebração ou expressado sua aprovação tácita de outra maneira (art.
1.555, § 2º, CC).
• revogação do mandato antes da celebração do casamento se, após a cerimônia, o man-
dante coabita com o outro consorte (art. 1.550, V, CC).
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Trataremos aqui das várias espécies de casamento de acordo com a nomenclatura doutri-
nariamente mais utilizada. Muitos desses conceitos já foram tratados em outra oportunidade,
mas aqui são arroladas sinteticamente para fins de sistematização.
Casamento inexistente é aquele que não preenche os requisitos de existência, ou seja, que
não observaram os pressupostos matrimoniais.
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Casamento por procuração é aquele que foi celebrado com, ao menos, um dos nubentes
sendo representado por mandatário. De fato, a celebração do casamento pode ocorrer com
nubentes representados por mandatários, desde que a procuração tenha sido outorgada por
escritura pública e com poderes especiais (específicos), tudo conforme art. 1.542 do CC.
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no local em que os nubentes estiverem, ainda que seja à noite no caso de urgência. Deverá
haver duas testemunhas. A ata de celebração será registrada em cinco dias no Cartório de
Registro Civil das Pessoas Naturais.
Como se vê, nesse procedimento, não há a fase de habilitação. Entendemos, porém, que o
registrador, ao receber o pedido de registro da ata da celebração do casamento, deverá exigir
documentos que permitam uma análise da eventual existência de algum impedimento matri-
monial e, em caso de positivo, deve suscitar dúvida ao juiz para decidir por aplicação analógica
do parágrafo único do art. 1.526 do CC.
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Com a Emenda Constitucional n. 66/2010, que alterou o art. 226, § 6º, da CF, passou a ha-
ver controvérsia sobre a revogação ou não da separação (judicial ou extrajudicial).
A doutrina ficou pacífica no sentido de que o divórcio não depende mais de qualquer pra-
zo mínimo de prévia separação nem de qualquer motivação para ocorrer. Um casal pode se
divorciar imotivadamente no dia seguinte ao do casamento.
Há, todavia, controvérsia sobre a subsistência do instituto da separação após a supracita-
da alteração constitucional.
Prevaleceu o entendimento no sentido de que a separação judicial subsiste como uma fa-
culdade aos consortes e que ela pode ser requerida imotivadamente. Nesse sentido, é o Enun-
ciado n. 514/JDC (“A Emenda Constitucional n. 66/2010 não extinguiu o instituto da separação
judicial e extrajudicial”).
Por conta disso, o próprio CPC expressamente continuou a fazer menção expressa à sepa-
ração ao longo do seu texto. A propósito, quando da fase final do processo legislativo relativo
ao projeto do Código de Processo Civil, o então Senador Vital do Rêgo, que foi o relator desse
projeto, ao rejeitar todas as sugestões de exclusão do vocábulo “separação” do texto do novo
CPC, explicitou que a separação não foi extinta e citou o supracitado enunciado n. 514/JDC10.
Concordamos que a separação subsiste como uma faculdade aos cônjuges, que, se que-
rem apenas “dar um tempo” (= separar-se de fato com o objetivo de refletir se querem ou não
continuar o casamento com a mesma pessoa), poderão se valer dessa figura para formalizar
10
Fls. 28/29 do Parecer n. 956/2014 da Comissão Temporária do Código de Processo Civil sobre o Substitutivo da Câmara
dos Deputados (SCD) n. 166, de 2010 (Disponível em: https://legis.senado.leg.br/sdleg-getter/documento?dm=4202793&t-
s=1594037236911&disposition=inline).
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a separação e, assim, cessar os efeitos do regime de bens. Caso eles decidam restaurar a so-
ciedade conjugal, eles não precisarão sujeitar-se à burocrática via do casamento; bastará eles
promoverem o restabelecimento da sociedade conjugal por escritura pública ou via judicial11.
Se o instituto da separação tivesse sido revogado, inexistiria essa ferramenta aos cônju-
ges que gostariam de apenas “dar um tempo”, obrigando-os a valer-se da via mais drástica
do divórcio ou a se valerem da via informal da “separação de fato”. Esta via informal gera in-
seguranças jurídicas especialmente para efeito de questões relativas ao regime de bens, pois,
apesar de a separação de fato cessar os efeitos do regime de bens, a data do seu início e de
seu fim nem sempre é fácil de ser comprovada.
11
Art. 1.577 do CC e Resolução n. 35/2007 – CNJ.
12
“Art. 1.576. A separação judicial põe termo aos deveres de coabitação e fidelidade recíproca e ao regime de bens.
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Separação judicial ou extrajudicial é o ato formal por meio do qual se dissolve a sociedade
conjugal, sem, porém, romper o vínculo matrimonial. Grosso modo, pela separação, os cônju-
ges deixam de viver juntos, mas ainda continuam casados.
Como a separação decorre do fim da convivência more uxorio, ela faz cessar o regime de
bens, o dever de fidelidade recíproca, o dever de coabitação (art. 1.546, CC), além de autorizar
a realização de partilha dos bens comuns do casal (art. 1.545, CC) e a definição do regime de
guarda dos filhos (art. 1.583, CC).
Como, porém, o vínculo matrimonial não é rompido pela separação, o impedimento matri-
monial do art. 1.521, VI, do CC13 subsiste: pessoas separadas não podem se casar.
Admite-se apenas que pessoas casadas formem união estável pelo fato de que esta se
caracteriza pela informalidade (art. 1.723, § 1º, CC).
1.13.5. Divórcio
13
Impedimento matrimonial para pessoas casadas.
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2. Regime de Bens
2.1. Considerações Gerais
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essa razão, para a mudança de regime de bens na união estável, basta um contrato escrito
entre os conviventes, tudo em respeito ao art. 1.725 do CC, que exige forma escrita para disci-
plinar regime de bens na união estável.
Como o regime de bens começa a produzir efeitos com o casamento (art. 1.639, § 1º, do
CC), a alteração posterior desse regime de bens não poderá ter eficácia retroativa diante da
falta de autorização legal para tanto. O novo regime passa a ter eficácia a partir do trânsito em
julgado da sentença autorizadora da mudança (STJ, REsp 1300036/MT, 3ª Turma, Rel. Ministro
Paulo de Tarso Sanseverino, DJe 20/05/2014). Diante disso, é lícito (e até conveniente) que o
casal realize a partilha dos bens no momento da alteração do regime de bens se o casal esti-
ver mudando o regime de bens para um mais restritivo (ex.: do regime da comunhão universal
para o da separação de bens) (STJ, REsp 1533179/RS, 3ª Turma, Rel. Ministro Marco Aurélio
Bellizze, DJe 23/09/2015).
Raciocínio similar é para união estável. Não se pode dar eficácia retroativa a mudança
de regime de bens na união estável. Se for feita uma escritura pública adotando regime di-
verso do legal, ela só terá eficácia ex nunc, de modo que, até esse momento, fica em vigor o
regime legal de bens (STJ, AgInt no AREsp 1292908/RS, 3ª Turma, Rel. Ministra Nancy Andri-
ghi, DJe 27/03/2019; REsp 1752883/GO, 3ª Turma, Rel. Ministro Ricardo Villas Bôas Cueva,
DJe 01/10/2018; REsp 1597675/SP, Rel. 3ª Turma, Ministro Paulo de Tarso Sanseverino, DJe
16/11/2016).
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laboral do cônjuge (como uma tetraplegia), não é razoável permitir que os valores a título de
seguro por invalidez se comuniquem em favor do seu consorte, sob pena de comprometer o
sustento do consorte. Ademais, não é razoável presumir conexão, ainda que indireta, entre
esse proveito econômico e o casamento (STJ, REsp 631.475/RS, 3ª Turma, Rel. Ministro Hum-
berto Gomes de Barros, Rel. p/ Acórdão Ministra Nancy Andrighi, DJ 08/02/2008).
Só temos ciência de um julgado do STJ. Recomendo que leve esse entendimento para o
concurso. O tema ainda poderá gerar discussão nessa Corte futuramente.
Temos ressalva pessoal em relação ao entendimento firmado no supracitado julgado,
pois a legislação não dá espaço para se excluir da comunicabilidade do regime da comu-
nhão de bens os valores de seguro por invalidez por falta de fundamento legal. As hipóteses
de bens particulares no regime da comunhão são apenas os previstos no art. 1.668 do CC.
Temos, pois, que todos os valores recebidos na constância do casamento a título de seguro
por invalidez têm de comunicarem-se. Somente pensões mensais recebidas após o fim do
casamento não deveriam se comunicar.
Além do mais, considerando que o seguro por invalidez se presta a substituir o salário
que provavelmente deixou de ser percebido pela pessoa, não nos parece haver razão para
excluir essa quantia da comunicação dos bens, pois o cônjuge haveria de ter direito à comu-
nicabilidade do salário. (REsp 1752883/GO, 3ª Turma, Rel. Ministro Ricardo Villas Bôas Cueva,
DJe 01/10/2018; REsp 1597675/SP, Rel. 3ª Turma, Ministro Paulo de Tarso Sanseverino, DJe
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2.6.1. Definição
Valores de FGTS
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Prêmio de Loteria
No regime da comunhão parcial, prêmio de loteria se comunica por ser bem adquirido por
fato eventual nos termos do art. 1.660, II, do CC (REsp 1689152/SC, 4ª Turma, Rel. Ministro
Luis Felipe Salomão, DJe 22/11/2017). Além do mais, o prêmio de loteria decorre de um con-
trato oneroso aleatório (o contrato de aposta ou de jogo), razão por que não vemos razão para
afastar a sua comunicação. Não se trata de nenhuma doação.
No regime da comunhão parcial, seguro por invalidez recebido por conta de acidente de tra-
balho não se comunica por não poder ser considerado fruto ou rendimento do trabalho do cônju-
ge nos termos do inciso V do art. 1.660 do CC. É irrelevante se o pagamento do prêmio foi feito na
constância do casamento, pois a motivação da prestação paga pela seguradora é um dano per-
sonalíssimo sofrido por um dos consortes (STJ, REsp 848.998/RS, 4ª Turma, Rel. Ministro João
Otávio de Noronha, DJe 10/11/2008). Recomendo que leve esse entendimento para o concurso.
Temos ressalva pessoal em relação a esse entendimento do STJ, pois o valor recebido a
título de seguro por invalidez não é uma doação, e sim um valor decorrente de uma relação ju-
rídica onerosa. O fato de se tratar de um fato personalíssimo não nos parece relevante, porque
não há previsão legal expressa para se excluir valores recebidos por motivos personalíssimos.
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Concordamos com o entendimento acima, até porque eventual partilha do saldo da conta
de previdência privada complementar fechada poderá comprometer a finalidade futura de
garantir um complemento de aposentadoria. Fazemos uma ressalva: se, no decorrer do ca-
samento, ocorrer o saque dos saldos depositados em previdência privada complementar fe-
chada ou o pagamento de benefícios, temos que é forçosa a comunicação por se tratar de
proveito econômico obtido na constância do casamento de modo oneroso (= contraprestação
pelo serviço prestado pelo consorte).
Há tendência jurisprudencial em não se estender esse entendimento para previdência pri-
vada aberta, dado o seu caráter de aplicação financeira. Concordamos também com essa
tendência, visto que realmente essa forma de previdência serve mais para fins de aplicação
financeiro do que para fins de garantia de aposentadoria futura.
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2.8.1. Nomenclatura
2.8.2. Cabimento
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passou a ser admitida a comunicação dos aquestos (bens adquiridos onerosamente ao longo
do casamento) por força da Súmula n. 377/STF.
Houve muita controvérsia, porém, se essa comunicação dependia de prova do esforço
comum diante do silêncio da súmula.
Atualmente, o STJ, de modo pacífico, dá interpretação restritiva a essa súmula e entende
que, no regime da separação legal, é preciso provar esforço comum, direto ou indireto, na
aquisição onerosa dos bens para se admitir a comunicação. Não se pode, pois, presumir o
esforço comum pelo simples fato do casamento. Trata-se de nova leitura da Súmula n. 377/
STF (STJ, EREsp 1623858/MG, 2ª Seção, Rel. Ministro Lázaro Guimarães – Desembargador
convocado –, DJe 30/05/2018).
O STJ, porém, não detalha como essa prova de esforço comum deve se dar. De um lado,
no voto do relator do julgado supracitado do STJ, foi afastada expressamente a presunção do
esforço comum. De outro, porém, é permitido que a prova “efetiva e relevante” da aquisição
onerosa seja direta ou indireta. Ao nosso sentir, ficou implícito que a contribuição poderia ser
em serviços domésticos ou em outras atividades econômicas. Por exemplo, se for provado o
recebimento de salário e seu uso nas despesas de casa, isso deve acabar sendo aceito como
prova de esforço comum de todos os imóveis do casal, por mais valioso que seja. Afinal de
contas, o outro consorte, com seus serviços e recursos, contribui para que o outro fique libe-
rado e confortado para adquirir bens.
Tendo em vista que, no regime da separação legal de bens, à luz da leitura flexibilizada da
Súmula n. 377/STF, é viável a comunicação dos bens adquiridos onerosamente na constância
do casamento se houver prova do esforço comum, indaga-se: é ou não viável que, por pacto
antenupcial, as partes afastem a totalmente essa comunicação?
Entendemos que sim, pois quem pode o mais pode o menos. Assim, é cabível que as
partes, por meio de pacto antenupcial, afastem os efeitos da Súmula n. 377/STF mesmo na
hipótese de prova do esforço comum. No mesmo sentido, ensina o professor Flávio Tartuce
(2020, p. 175), que lembra a concordância também de José Fernando Simão sobre o tema.
Não se trata de mudança de regime de bens para o regime da separação convencional! O
regime segue sendo o do legal (ainda que com um endurecimento da segregação patrimonial)
para todos os efeitos jurídicos, com inclusão da proibição do consorte de concorrer heredita-
riamente com filhos na forma do inciso I do art. 1.829 do CC. Se se tratasse de uma mudança
de regime de bens, chegaríamos à inadmissível conclusão de que, por pacto antenupcial, o
casal poderia driblar o inciso I do art. 1.829 do CC.
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As hipóteses de regime da separação legal se aplicam também à união estável (STJ, REsp
646.259/RS, 4ª Turma, Rel. Ministro Luis Felipe Salomão, DJe 24/08/2010).
O regime da participação nos aquestos é regido pelos arts. 1.672 ao 1.686 do CC. É carac-
terizado pelo fato de que, ao longo do casamento, vigoram as regras de separação de bens,
mas, no momento do fim da sociedade conjugal, todos os bens adquiridos onerosamente ao
longo do casamento (os “aquestos”) se comunicam.
De uma forma simplificada, esse regime busca garantir algo próximo do regime da se-
paração de bens ao longo do casamento e algo próximo ao regime da comunhão parcial na
dissolução do casamento, como ensina Flávio Tartuce (2020, p. 216).
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De fato, o imóvel costuma ser o arrimo da saúde financeira de uma família. Se não é o
local da moradia, costuma ser uma fonte de renda. Permitir que um cônjuge o aliene poderá
ameaçar a saúde financeira da família, dado o risco de esse cônjuge gastar o dinheiro com
futilidades. Não importa se o bem é comum ou particular, até porque, no regime da comu-
nhão parcial, os frutos dos bens particulares se comunicam! O consentimento do cônjuge é
indispensável. Rigorosamente, quando o bem é comum, o consorte não é um mero anuente,
e sim um alienante por também ser dono da coisa. Todavia, esse excesso de rigor não preci-
sa ser necessariamente levado em conta, porque o que importa é que haja o consentimento
do consorte.
Igual ameaça à saúde financeira da família há em um dos cônjuges se tornar fiador ou
avalista de alguém ou em ele doar bens.
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3. Relações de Parentesco
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parentes e cônjuge ou companheiro. O que se pode (e se deve fazer) é admitir que terceiros
que, mesmo sem vínculo sanguíneo, possam vir a ser considerados parentes por algum vín-
culo socioafetivo, desde que as particularidades do caso justifique.
Quanto ao grau, o parentesco pode ser escalonado em graus a depender de quantas ge-
rações intermediárias houver (art. 1.594, CC).
Sob essa ótica, na linha reta ascendente, têm-se pais (1º grau), avós (2º grau), bisa-
vós (3ºgrau).
Na linha reta descendente, têm-se filhos (1º grau), netos (2º grau), bisnetos (3º grau), etc.
Na linha colateral, não existe parente colateral no 1º grau, pois necessariamente o parente
no 1º grau corresponde à linha reta (pais ou filhos). Assim, na linha colateral, como originários
dos pais, têm-se irmãos (2º grau), sobrinhos (3º grau), filhos dos sobrinhos (4º grau). Ainda,
na linha colateral, como originários dos avós, têm-se tios (3º grau) e primos (4º grau).
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4. Alimentos
4.1. Classificação quanto à Origem
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Quanto à origem (ou à causa jurídica), os alimentos podem ser: (a) legítimos ou familiares;
(b) indenizativos; (c) convencionais.
Os alimentos legítimos ou familiares são os que decorrem de normas de Direito de Famí-
lia. São eles que estudaremos aqui.
Os alimentos indenizativos são aqueles que derivam de normas de Responsabilidade Civil
e que consistem em reparar os lucros cessantes sofridos pela vítima em razão da perda de
uma fonte de sustento. Como exemplo de alimentos indenizativos, há a pensão alimentícia
devida a quem se incapacitou para o trabalho (art. 950, CC) ou a quem perdeu um parente de
quem dependia financeiramente (art. 948, CC).
Os alimentos convencionais são aqueles que decorrem de um ato de vontade no âmbito
do Direito Civil, como um contrato ou um testamento. A título ilustrativo, se alguém se com-
promete voluntariamente a pagar um valor mensal a outrem com o objetivo de custear-lhe
a manutenção (o que pode ser feito por meio do contrato de constituição de renda previsto
no art. 803 e seguintes do CC), essa renda mensal configura alimentos convencionais. Outro
exemplo é o legado de alimentos por meio do qual o testador deixa uma pensão alimentícia
para o legatário (art. 1920, CC).
A classificação dos alimentos quanto à origem tem utilidade prática. É que, como o regi-
me jurídico de cada uma dessas espécies é diferente, a consequência prática também pode
ser diferente.
Por exemplo, há discussão se o meio coercitivo da prisão civil é extensível a qualquer tipo
de alimentos ou apenas aos alimentos familiares. O entendimento majoritário é que a prisão
civil não é para todos os tipos de alimentos.
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O dever dos pais de pagar alimentos aos filhos menores é o seu poder familiar (arts. 1.590,
1.566, IV, 1.634, I16, 1.638, II17, e 1.723 do CC), e não o mero vínculo de parentesco.
Esse fato é importante para justificar o maior rigor dos juízes ao examinar eventual tenta-
tiva dos pais de se eximirem do dever de pagar alimentos sob a alegação de não terem con-
dições de pagar pensão alimentícia aos seus filhos. De fato, o art. 1.694 do CC leva em conta
a “possibilidade” (as condições financeiras) do alimentante para definir o dever de pagar ali-
mentos. Todavia, quando se trata de pais, esse dispositivo deve ser interpretado com maior
rigor, de maneira que somente situações excepcionais de incapacidade laboral dos pais de-
vem ser acolhidas como excludentes do dever de pagar alimentos, como na hipótese de pais
impossibilitados de trabalhar por alguma deficiência física. O mero desemprego ou a mera
desventura profissional do pai não podem ser consideradas excludentes, de modo que o juiz
deve arbitrar-lhe um valor de pensão alimentícia que garanta ao filho um padrão de vida simi-
lar ao do pai. Nesse caso, o pai terá de empreender alguma providência qualquer para obter
essa renda mínima, ainda que seja desempenhar alguma atividade econômica mais modesta.
O rigor aí se justifica pelo fato de ser um dever legal dos pais o de sustentar os filhos.
Apesar de não existir mais o poder familiar, é dever dos pais sustentar o filho maior inca-
paz, pois o art. 1.590 do CC18 equipara-o ao filho menor, de modo a atrair, por analogia a inci-
dência dos arts. 1.590, 1.566, IV, 1.634, I19, 1.638, II20, 1.723 do CC.
É o caso, por exemplo, do filho com deficiência intelectual severa que, mesmo após com-
pletar a maioridade, ainda depende financeiramente dos pais por estar inabilitado a exercer
atividades profissionais.
Nesse caso, os pais terão de cuidar dele e sustentá-lo como se fosse um filho menor.
Eventual alegação de impossibilidade dos pais como tentativa de escusar-se do dever de
pagar alimentos com fulcro no art. 1.694 do CC deverá ser examinada com o mesmo rigor
interpretativo que já expusemos, mais acima, ao tratar dos filhos menores.
16
Está implícito o dever de sustentar o filho no dever dos pais de dirigir “a criação” dos filhos.
17
A perda do poder familiar por deixar o filho em abandono traz implícito o dever dos pais de sustentar os filhos.
18
“Art. 1.590. As disposições relativas à guarda e prestação de alimentos aos filhos menores estendem-se aos maiores inca-
pazes.”
19
Está implícito o dever de sustentar o filho no dever dos pais de dirigir “a criação” dos filhos.
20
A perda do poder familiar por deixar o filho em abandono traz implícito o dever dos pais de sustentar os filhos.
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Netos ou outros descendentes de maior grau (como bisnetos) só tem direito de exigir alimen-
tos se inexistir parente mais próximo (o pai) ou se este estiver impossibilitado de prestar os ali-
mentos. O fundamento dos alimentos é, pois, as regras gerais de alimentos (arts. 1.694 e ss, CC).
Se, todavia, o neto ou outro ascendente for menor ou incapaz, o juiz deverá ser um pouco
mais rigoroso ao examinar eventual tentativa de escusa fundada na falta de condições finan-
ceiras, tendo em vista a aplicação do princípio do melhor interesse da criança e do adolescen-
te e a aplicação analógica do art. 1.590 do CC.
Ascendentes e irmãos têm direito a alimentos com fundamento nos arts. 1.694 e ss do CC.
Não importa se o irmão é unilateral (com apenas um genitor em comum) ou bilaterais (com
ambos os genitores comuns e chamados também de irmãos germanos).
No caso de irmãos, o juiz deve ter uma postura interpretativa menos favorável ao prestí-
gio ao ócio ou à negligência, de maneira que: (1) em regra, os alimentos devem ser deferidos
apenas pelo tempo necessário à reinserção profissional do irmão, se viável; e (2) situações de
penúria do irmão causadas por histórico de negligência profissional do irmão, como na hipó-
tese de irmão que não aproveitou oportunidades de capacitação dadas desde a infância por
preferir o deleite (o carpe diem), devem ser consideradas com situação de culpa a autorizar a
fixação de alimentos naturais ou necessários, ou seja, os alimentos estritamente necessários
à sobrevivência do alimentado com fulcro no art. 1.694, § 2º, do CC.
Essa postura hermenêutica mais restritiva se justifica pela função social do Direito, que
não é cúmplice com opções por um estilo de vida leviana. Além do mais, uma visão de Direito
Comparado corrobora essa postura hermenêutica. De fato, alguns outros países negam di-
reito de alimentos entre irmãos, caso da França, da Alemanha e da Áustria, ou o limitam ao
mínimo necessário para a sobrevivência, caso da Itália (art. 439 do CC Italiano), conforme
lembram Cristiano Chaves de Farias e Nelson Rosenvald (2016, pp. 753-754). No Brasil, em-
bora tenhamos optado por assegurar o direito de alimentos entre irmãos, tal deve ser deferido
pelos juízes com aquela postura hermenêutico menos complacente.
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Quanto à natureza, os alimentos legítimos (ou familiares) podem ser classificados em21:
• alimentos civis ou côngruos;
• alimentos naturais, naturais ou indispensáveis; e
• alimentos compensatórios.
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Esses alimentos são ditos “côngruos”, porque objetivam estabelecer uma congruência
(correspondência) entre o padrão socioeconômico de cada uma das partes. São chamados
também de “civis”, porque não se limitam a garantir o mínimo que a natureza exige para o ser
humano. Se objetivassem assegurar apenas esse mínimo da “natureza”, os alimentos seriam
ditos “naturais”, e não “civis”.
O arbitramento (a fixação do valor) dos alimentos côngruos leva em conta o binômio ne-
cessidade-possibilidade mirando estender o padrão de vida do alimentante ao alimentado.
Em outras palavras, para o arbitramento do valor da pensão alimentícia, é preciso haver com-
provação da “necessidade do alimentado”, da “possibilidade do alimentante” e do “padrão
social do alimentante”.
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A jurisprudência já vem admitindo essa espécie de alimentos, embora esteja ainda ama-
durecendo os critérios de seu cabimento e de seu arbitramento.
Alimentos compensatórios são aqueles destinados a impedir uma abrupta queda do pa-
drão de vida do ex-consorte que, com o fim do relacionamento, ficará com um patrimônio
irrisório comparado com o do outro consorte. Daí se segue que os alimentos compensatórios
só são devidos se, com o fim da sociedade conjugal ou convivencial, o ex-consorte sofrer uma
drástica redução do padrão de vida.
É evidente que todo fim de relacionamento gera redução do padrão de vida. O que se quer
evitar é que o ex-cônjuge, por não ter ficado com nenhum bem ou com bem de pouca rele-
vância no momento da partilha dos bens do casal, sofra uma brutal queda do padrão de vida
a ponto de não mais conviver no mesmo meio social que, antes do casamento, desfrutava.
Grosso modo, censura-se que, com o divórcio e a partilha, o ex-cônjuge saia de uma mansão e
deixe de dirigir um carro importado para, abruptamente, ter de ir morar em uma choupana por
não ter ficado com nenhum bem.
A ideia por trás dos alimentos compensatórios é o de que o ex-consorte, ainda que não te-
nha direito à meação por conta do regime de bens escolhido, compartilhou a vida com o outro
por um tempo considerável, desfrutando de um alto padrão de vida, de maneira que ter de, por
conta do fim do relacionamento, rebaixar abruptamente esse padrão seria uma violência à sua
dignidade enquanto o outro ex-consorte seguirá com um alto patrimônio capaz de poupar-lhe
de igual redução abrupta. Está implícito também aí que esse ex-consorte abdicou de projetos
patrimoniais pessoais para se dedicar ao outro ex-consorte, razão por que esses sacrifícios
também mereciam uma compensação, ao menos para lhe poupar uma quebra brutal do pa-
drão de vida.
4.6.2. Cabimento
Os alimentos compensatórios não são a regra geral no ordenamento. Eles só devem ser
deferidos excepcionalmente quando houver drástica redução do padrão de vida de ex-cônjuge
em razão de manifesta desigualdade financeira ocorrida com a partilha de bens (STJ, REsp
1655689/RJ, 3ª Turma, Rel. Ministro Paulo de Tarso Sanseverino, DJe 19/12/2017).
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• não se equiparam aos alimentos naturais ou necessários, os quais, por estarem re-
lacionados à manutenção dos alimentados, podem ensejar a prisão civil como meio
coercitivo.
• não ensejam prisão civil (STJ, RHC 117.996/RS, 3ª Turma, Rel. Ministro Marco Aurélio
Bellizze, DJe 08/06/2020);
• impedem a prisão civil se tiverem sido fixados pelo juiz em rubrica única com os ali-
mentos civis sem individualização dos valores (STJ, AgRg no RHC 49.753/SC, 4ª Tur-
ma, Rel. Ministro Antonio Ferreira, DJe 25/09/2014);
• não são sujeitos a revisão por posterior mudança do binômio necessidade-possibilida-
de, pois esse binômio é irrelevante para os alimentos compensatórios, que são arbitra-
dos pelo juiz com base no cotejo entre o patrimônio de cada um dos ex-consortes com
o fim do relacionamento.
4.7.1. Personalíssimo
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4.7.2. Incessível
Por ser personalíssimo, o direito aos alimentos (ou seja, o direito a pleitear alimentos de
outrem) não pode ser cedido a terceiros (art. 1.707, CC22).
Para efeito da característica da inacessibilidade, o direito aos alimentos não se confunde
com a prestação alimentar já vencida. Aquele é incessível; esta não!
O crédito alimentar já vencido, assim entendida a prestação da pensão alimentícia que já
venceu, pode ser cedido pelo alimentante com base no art. 286 e seguintes do CC, que trata da
cessão de crédito. É que a prestação já vencida já integra o patrimônio do adquirente.
4.7.3. Imprescritível
4.7.4. Impenhorável
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4.7.5. Atual
Os direitos aos alimentos são atuais no sentido de que eles objetivam ao recebimento de
valores alimentares para satisfação de necessidades atuais e futuras. Por essa razão, se o
alimentante pleiteia alimentos hoje, os valores a título de pensão alimentícia se destinarão a
custear suas despesas à época da propositura da ação. Aliás, é por essa razão que o alimen-
tado pode pleitear alimentos liminares (provisórios, provisionais ou gravídicos) e também tem
direito a que a sentença que fixa alimentos retroaja à data da citação por força do art. 13, § 2º,
da Lei de Alimentos (Lei n. 5.478/1968).
Não pode, pois, o alimentado pedir a condenação de alguém a pagar alimentos para custe-
ar despesas pretéritas: se ele não exerceu o direito aos alimentos antes, isso foi escolha dele.
Por isso, um filho com 17 anos que nunca pediu alimentos ao seu pai não pode, agora, pleitear
que, como uma espécie de “reembolso” ou “indenização” pela falta de pensão ao longo dos
seus anos de vida, o seu genitor seja condenado a pagar os alimentos que teriam sido devidos
durante todo esse tempo.
4.7.6. Incompensável
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e do pai (nu proprietário). No caso concreto, estavam presentes os três requisitos acima: (1) a
dívida de condomínio e de IPTU foi tida por essencial; (2) o alimentante não agiu com abuso de
direito, pois arcou com uma despesa essencial para garantir a moradia dos alimentados; e (3)
o alimentado – ou o seu representante legal – não havia pagado as despesas de condomínio
e de IPTU do imóvel em que morava sem um justo motivo gratuitamente por generosidade da
avó paterna, o que denota uma má-fé sua e objetivo de se enriquecer sem justa causa, visto
que, no final das contas, a avó paterna haveria de arcar com as despesas reais do imóvel (STJ,
REsp 982.857/RJ, 3ª Turma, Rel. Ministro Massami Uyeda, DJe 03/10/2008).
Por ser personalíssimo e por ser um direito da personalidade, a regra é a de que o direito
aos alimentos não pode ser renunciado. É o que estatui o art. 1.707 do CC. Nada impede, po-
rém, que o alimentante não exerça o seu direito; afinal de contas, o direito aos alimentos é um
direito subjetivo, que, como tal, garante ao seu titular um facultas agendi (faculdade de agir). O
titular exerce o direito aos alimentos se quiser. É, porém, vedado renunciar esse direito. Essa é
a regra geral.
Casos Especiais
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mília de São Paulo dispõe: “no divórcio ou na dissolução da união estável não há impedimento
à renúncia ao direito a alimentos, pois a vedação à renúncia do art. 1.707 do Código Civil só se
aplica enquanto subsiste vínculo de direito de família” (Conjur, 2006).
Alimentos Pós-Divórcio
4.7.8. Irrepetível
Fundamentos
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aumento de patrimônio. Por isso, seria incompatível com os alimentos o dever de o alimenta-
do restituir os alimentos pagos se posteriormente eles vierem a ser considerados indevidos:
o alimentante não pode pedir a repetição do indébito, não pode pedir de volta o que pagou.
Não há dispositivo legal expresso a amparar a irrepetibilidade; trata-se de construção dou-
trinária e jurisprudencial, que estende esse raciocínio da irrepetibilidade até para situações fora
do Direito Civil25.
A doutrina e a jurisprudência, porém, com razão, vêm acenando para a relativização da
irrepetibilidade, ainda que de forma paulatina. Cuidaremos de hipóteses de flexibilização mais
à frente ao tratarmos de casos especiais.
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4.8.1. Transmissibilidade
A obrigação alimentar é transmissível à luz do art. 1.700 do CC. É preciso, porém, conciliar
essa característica com a natureza personalíssima da obrigação alimentar, especialmente por-
que, com a morte do alimentante, extingue-se o dever alimentar.
Na realidade, a melhor interpretação do art. 1.700 do CC é no sentido de que, em regra, a
transmissibilidade ocorre sobre os débitos vencidos até a data da morte do alimentante, asse-
gurado, porém, ao alimentado continuar recebendo os alimentos do espólio apenas na hipóte-
se de ele também ser herdeiro, tudo na forma do que explicaremos mais abaixo.
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4.8.2. Divisibilidade
Regra Geral
No Direito das Obrigações, as obrigações, quanto à pluralidade de sujeitos, podem ser clas-
sificadas: (1) divisíveis – art. 257 do CC –; (2) indivisíveis – arts. 258 a 263 do CC; e (3) solidá-
rias – arts. 264 a 285 do CC.
Sob essa ótica e considerando as particularidades da obrigação alimentar, pode-se dizer
que, em regra, essa obrigação é divisível entre os parentes da mesma classe na forma dos arts.
1.696 ao 1.698 do CC26, observado o binômio necessidade-possibilidade. Trata-se da chamada
divisibilidade da obrigação alimentar.
Desse modo, havendo mais de um coobrigado na mesma classe dos arts. 1.696 ao 1.698
do CC, como os alimentos são fixados de acordo com o binômio necessidade-possibilidade, o
valor da pensão de cada coobrigado levará em conta esse critério. Se, por exemplo, os coobri-
gados são o pai e a mãe e se esta tem o dobro da renda daquele, o valor da pensão da mãe tem
de ser o dobro da quantia a ser paga pelo pai. Em outras palavras, se o filho precisa de três mil
reais para suas necessidades, a mãe pagará 2 mil reais de pensão, e o pai, mil reais. Por conta
da divisibilidade da obrigação alimentar, é descabido condenar apenas um dos pais a pagar,
sozinho, os 3 mil reais de pensão.
Conforme art. 265 do CC, solidariedade nunca se presume; decorre de lei ou da vontade
das partes. Por essa razão, à falta de previsão legal diversa, a regra geral é que a obrigação
alimentar é divisível.
Há, porém, uma exceção: a hipótese de o alimentado ser idoso!
Nesse caso, a obrigação alimentar será solidária, de modo que o idoso alimentado poderá
optar entre todos os coobrigados pelo alimento mesmo fora das classes dos arts. 1.696 ao
1.698 do CC (art. 12 do Estatuto do Idoso27). Pode também colocar todos os coobrigados no
26
No caso de alimentos fundados no parentesco, a primeira classe é dos ascendentes de primeiro grau (pais); a segunda é a
dos ascendentes de segundo grau (avós); etc. Cessados os ascendentes, a primeira classe é dos descendentes de primeiro
grau; a próxima classe será dos descendentes de segundo grau (netos); etc. Inexistindo descendentes ou ascendentes, a
primeira classe será a dos irmãos, último das classes dos coobrigados aos alimentos. Ressalva-se que há também alimen-
tos recíprocos entre os consortes (casamento ou união estável), mas, nesse caso, não há necessidade de categorização de
classes, pois só há um obrigado, o consorte.
27
Art. 12, Lei n. 10.741/2003 (Estatuto do Idoso): “A obrigação alimentar é solidária, podendo o idoso optar entre os presta-
dores”.
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polo passivo, de maneira que todos serão condenados a pagar solidariamente o valor da pen-
são alimentícia.
Há direito de opção ao idoso: ele pode pleitear o valor integral dos alimentos de que ne-
cessite apenas de um dos seus parentes coobrigados ou de todos conjuntamente de modo
solidário. Processualmente, pode colocar apenas um parente no polo passivo ou pode colocar
todos os parentes em litisconsórcio passivo com pedido de condenação solidária deles.
Assim, se um idoso precisa de R$ 2.000,00 para satisfação de suas necessidades, ele pode
pedir a pensão apenas de um dos netos, apesar de ele ter outros três netos.
Pode também, se quiser, colocar os quatro netos no polo passivo, exigindo que todos eles
sejam condenados solidariamente a pagar o valor de R$ 2.000,00 a título de pensão. Nesse
caso, havendo inadimplência, o avô constranger todos às medidas coercitivas (prisão civil, pe-
nhora etc.) até a obtenção do valor integral da pensão inadimplida.
4.8.4. Condicionalidade
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pelos limites objetivos da coisa julgada anterior, a autorizar a propositura de uma ação revi-
sional ou de exoneração de alimentos. Isso vale para outras coisas julgadas nas relações de
trato-sucessivo, a exemplo da ação revisional de aluguel. Portanto, como ensina Daniel Neves
(2020, p. 881), “a sentença de alimentos ou da ação revisional de aluguel só pode ser modi-
ficada quando existir uma nova causa da pedir (novos fatos ou novo direito) que legitime tal
modificação”.
4.8.5. Reciprocidade
A obrigação alimentar é recíproca: um parente pode pedir alimentos a outro ou pode vir a
ser obrigado a pagar alimentos a esse outro, a depender de quem tenha necessidade. O deve-
dor hoje pode vir a ser credor amanhã. Consortes, ascendentes, descendentes e irmãos podem
pedir alimentos um aos outros. É o que se extrai dos arts. 1.694 e 1.696 ao 1.698 do CC, além
dos arts. 1.566, III e IV, 1.590, 1.703 e 1.724, CC.
Definição
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QUESTÕES DE CONCURSO
001. (CESPE/DEFENSOR/DPE-PE/2018/ADAPTADA) É possível o reconhecimento da união
estável entre pessoas do mesmo sexo, sendo vedado o casamento civil.
Tanto a união estável homoafetiva quanto o casamento civil homoafetivo são admitidas pela
jurisprudência em decorrência do julgamento da ADPF n. 132 pelo STF. Veja este julgado:
Errado.
A família homoafetiva é plenamente admitida pelo STF e pelo STJ, os quais já admitem o ca-
samento ou a união estável entre pessoas do mesmo sexo (STJ, REsp 1204425/MG, 4ª Turma,
Rel. Ministro Luis Felipe Salomão, DJe 05/05/2014).
Errado.
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Art. 1.520. Não será permitido, em qualquer caso, o casamento de quem não atingiu a idade núbil,
observado o disposto no art. 1.517 deste Código.
Certo.
Art. 1.522. Os impedimentos podem ser opostos, até o momento da celebração do casamento, por
qualquer pessoa capaz.
Parágrafo único. Se o juiz, ou o oficial de registro, tiver conhecimento da existência de algum impe-
dimento, será obrigado a declará-lo.
Certo.
São os arts. 1.526 e 1.530 do CC e o art. 67, § 5º, da Lei n. 6.015/73 (Lei de Registros Públi-
cos - LRP):
Art. 1.526 [CC]. A habilitação será feita pessoalmente perante o oficial do Registro Civil, com a au-
diência do Ministério Público.
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Parágrafo único. Caso haja impugnação do oficial, do Ministério Público ou de terceiros, a habilita-
ção será submetida ao juiz.
Art. 1.530 [CC]. O oficial do registro dará aos nubentes ou a seus representantes nota da oposição,
indicando os fundamentos, as provas e o nome de quem a ofereceu.
Parágrafo único. Podem os nubentes requerer prazo razoável para fazer prova contrária aos fatos
alegados, e promover as ações civis e criminais contra o oponente de má-fé.
Art. 67 [LRP]. Na habilitação para o casamento, os interessados, apresentando os documentos
exigidos pela lei civil, requererão ao oficial do registro do distrito de residência de um dos nubentes,
que lhes expeça certidão de que se acham habilitados para se casarem.
§ 1º Autuada a petição com os documentos, o oficial mandará afixar proclamas de casamento em
lugar ostensivo de seu cartório e fará publicá-los na imprensa local, se houver, Em seguida, abrirá
vista dos autos ao órgão do Ministério Público, para manifestar-se sobre o pedido e requerer o que
for necessário à sua regularidade, podendo exigir a apresentação de atestado de residência, firma-
do por autoridade policial, ou qualquer outro elemento de convicção admitido em direito.
§ 2º Se o órgão do Ministério Público impugnar o pedido ou a documentação, os autos serão enca-
minhados ao Juiz, que decidirá sem recurso.
§ 3º Decorrido o prazo de quinze (15) dias a contar da afixação do edital em cartório, se não apare-
cer quem oponha impedimento nem constar algum dos que de ofício deva declarar, ou se tiver sido
rejeitada a impugnação do órgão do Ministério Público, o oficial do registro certificará a circuns-
tância nos autos e entregará aos nubentes certidão de que estão habilitados para se casar dentro
do prazo previsto em lei.
§ 4º Se os nubentes residirem em diferentes distritos do Registro Civil, em um e em outro se publi-
cará e se registrará o edital.
§ 5º Se houver apresentação de impedimento, o oficial dará ciência do fato aos nubentes, para que
indiquem em três (3) dias prova que pretendam produzir, e remeterá os autos a juízo; produzidas
as provas pelo oponente e pelos nubentes, no prazo de dez (10) dias, com ciência do Ministério
Público, e ouvidos os interessados e o órgão do Ministério Público em cinco (5) dias, decidirá o
Juiz em igual prazo.
§ 6º Quando o casamento se der em circunscrição diferente daquela da habilitação, o oficial do
registro comunicará ao da habilitação esse fato, com os elementos necessários às anotações nos
respectivos autos.
Letra e.
Ao contrário do dito na questão, no caso de justificada perda ou falta do registro civil (ex.:
cartório onde foi feito o registro do casamento “pegou fogo”), é admissível qualquer outra
espécie de prova. É o art. 1.543 do CC:
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Art. 1.543. O casamento celebrado no Brasil prova-se pela certidão do registro.
Parágrafo único. Justificada a falta ou perda do registro civil, é admissível qualquer outra espécie
de prova.
Errado.
Art. 1.561. Embora anulável ou mesmo nulo, se contraído de boa-fé por ambos os cônjuges, o casa-
mento, em relação a estes como aos filhos, produz todos os efeitos até o dia da sentença anulatória.
§ 1º Se um dos cônjuges estava de boa-fé ao celebrar o casamento, os seus efeitos civis só a ele e
aos filhos aproveitarão.
§ 2º Se ambos os cônjuges estavam de má-fé ao celebrar o casamento, os seus efeitos civis só aos
filhos aproveitarão.
Certo.
a) Errada. Divórcio pode ser concedido independentemente de partilha prévia. É o art. 1.581 do
CC:
Art. 1.581. O divórcio pode ser concedido sem que haja prévia partilha de bens.
b) Errada. A separação judicial necessariamente põe termo ao regime de bem e aos deveres de
coabitação e de fidelidade recíproca, consoante art. 1.576 do CC:
Art. 1.576. A separação judicial põe termo aos deveres de coabitação e fidelidade recíproca e ao
regime de bens.
Parágrafo único. O procedimento judicial da separação caberá somente aos cônjuges, e, no caso de
incapacidade, serão representados pelo curador, pelo ascendente ou pelo irmão.
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c) Errada. Tentativa de morte não extingue casamento, mas apenas a morte, conforme art.
1.571 do CC:
É vedada escritura pública de divórcio se houver filhos menores, razão por que não é viável
tratar de guarda de filhos na escritura, ao contrário do exposto na questão. É o art. 733 do CPC:
Art. 733. O divórcio consensual, a separação consensual e a extinção consensual de união estável,
não havendo nascituro ou filhos incapazes e observados os requisitos legais, poderão ser realizados
por escritura pública, da qual constarão as disposições de que trata o art. 73132.
§ 1º A escritura não depende de homologação judicial e constitui título hábil para qualquer ato de
registro, bem como para levantamento de importância depositada em instituições financeiras.
§ 2º O tabelião somente lavrará a escritura se os interessados estiverem assistidos por advogado
ou por defensor público, cuja qualificação e assinatura constarão do ato notarial.
Errado.
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Parte final da questão está errada: a presunção vale mesmo se marido já tiver falecido. É o art.
1.597, III, do CC:
Art. 1.604. Ninguém pode vindicar estado contrário ao que resulta do registro de nascimento, salvo
provando-se erro ou falsidade do registro.
Errado.
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Art. 1.600. Não basta o adultério da mulher, ainda que confessado, para ilidir a presunção legal da
paternidade.
Errado.
Art. 1.599. A prova da impotência do cônjuge para gerar, à época da concepção, ilide a presunção
da paternidade.
Certo.
Realmente, cabe ao marido (Cristiano) contestar a paternidade presumida, conforme art. 1.601
do CC. Todavia, ao contrário do dito na questão, havendo a morte de Cristiano, as suas filhas
podem prosseguir na ação (art. 1.601, parágrafo único, do CC). Veja o referido preceito:
Art. 1.601. Cabe ao marido o direito de contestar a paternidade dos filhos nascidos de sua mulher,
sendo tal ação imprescritível.
Parágrafo único. Contestada a filiação, os herdeiros do impugnante têm direito de prosseguir na
ação.
Errado.
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Art. 1.601. Cabe ao marido o direito de contestar a paternidade dos filhos nascidos de sua mulher,
sendo tal ação imprescritível.
Parágrafo único. Contestada a filiação, os herdeiros do impugnante têm direito de prosseguir na
ação.
Errado.
Parte final da questão está errada: não pode estar extinto o processo. Veja o parágrafo único
do art. 1.606 do CC:
Art. 1.606. A ação de prova de filiação compete ao filho, enquanto viver, passando aos herdeiros, se
ele morrer menor ou incapaz.
Parágrafo único. Se iniciada a ação pelo filho, os herdeiros poderão continuá-la, salvo se julgado
extinto o processo.
Errado.
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Art. 1.594. Contam-se, na linha reta, os graus de parentesco pelo número de gerações, e, na colate-
ral, também pelo número delas, subindo de um dos parentes até ao ascendente comum, e descendo
até encontrar o outro parente.
Certo.
Extingue-se sim. Não há, porém, a extinção na linha reta por afinidade após o fim do casamen-
to. É o art. 1.595, § 2º, do CC:
Art. 1.595. Cada cônjuge ou companheiro é aliado aos parentes do outro pelo vínculo da afinidade.
§ 1 o O parentesco por afinidade limita-se aos ascendentes, aos descendentes e aos irmãos do côn-
juge ou companheiro.
§ 2 o Na linha reta, a afinidade não se extingue com a dissolução do casamento ou da união estável.
Errado.
O art. 1.668 do CC prevê bens particulares, entre os quais estão os proventos de cada consorte,
conforme inciso V do art. 1.668 do CC. Por isso, está correto o item. Veja os arts. 1.667 e 1.668
do CC, além dos incisos V a VII do art. 1.659 do CC:
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Art. 1.667. O regime de comunhão universal importa a comunicação de todos os bens presentes e
futuros dos cônjuges e suas dívidas passivas, com as exceções do artigo seguinte.”
Art. 1.673. Integram o patrimônio próprio os bens que cada cônjuge possuía ao casar e os por ele
adquiridos, a qualquer título, na constância do casamento.
Parágrafo único. A administração desses bens é exclusiva de cada cônjuge, que os poderá livremen-
te alienar, se forem móveis.
Certo.
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Art. 1.647. Ressalvado o disposto no art. 1.648, nenhum dos cônjuges pode, sem autorização do
outro, exceto no regime da separação absoluta:
I – alienar ou gravar de ônus real os bens imóveis;
II – pleitear, como autor ou réu, acerca desses bens ou direitos;
III – prestar fiança ou aval;
IV – fazer doação, não sendo remuneratória, de bens comuns, ou dos que possam integrar fu-
tura meação.
Parágrafo único. São válidas as doações nupciais feitas aos filhos quando casarem ou estabelece-
rem economia separada.
Art. 1.656. No pacto antenupcial, que adotar o regime de participação final nos aquestos, poder-se-á
convencionar a livre disposição dos bens imóveis, desde que particulares.
Errado.
024. (FCC/PROMOTOR/MPE-MT/2019) Ana Lúcia e Heitor, ela com sessenta e cinco, ele com
sessenta e sete anos, casam-se pelo regime de comunhão universal, tendo antes estipulado
pacto antenupcial por escritura pública para adoção desse regime; dois anos depois arrepen-
dem-se e requerem judicialmente alteração do regime para o de comunhão parcial de bens. Em
relação a ambas as situações,
a) era possível a estipulação do pacto antenupcial, pois ambos não haviam atingido setenta
anos de idade; é possível também a alteração do regime de bens, mediante autorização judicial
em pedido motivado de ambos os cônjuges, apurada a procedência das razões invocadas e
ressalvados os direitos de terceiros.
b) embora possível o pacto antenupcial, a alteração do regime de bens escolhido só é possível
após três anos de casamento, mediante autorização judicial, explicitação de motivos e ressal-
vados direitos de terceiros.
c) era possível a alteração do regime de bens, mediante autorização judicial em pedido de
ambos os cônjuges, sem especificação de razões, por se tratar de questões privadas do casal;
era possível o pacto antenupcial, mas por serem maiores de 65 anos somente para o regime
de separação de bens.
d) não era possível o pacto antenupcial porque Ana Lúcia já tinha 65 anos de idade, o que tor-
nava obrigatório o regime de separação de bens; a alteração do regime de bens era no caso
necessária, para o citado regime de separação de bens, prescindindo de autorização judicial.
e) era possível o pacto antenupcial, escolhendo qualquer regime, pois não haviam atingido
setenta anos; era possível alterar o regime de bens, a qualquer tempo, prescindindo de autori-
zação judicial, mas ressalvados direitos de terceiros.
Como nenhum dos consortes tinham de mais de 70 anos, o casal podia escolher o regime de
bens: o regime legal é apenas para quem tem mais de 70 anos (art. 1.641, II, CC). De qualquer
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forma, havendo motivos e respeitado os direitos de terceiros, o casal pode mudar o regime de
bens mediante pedido judicial (art. 1.639, § 2º, do CC e art. 734 do CPC). A alternativa “A” é a
que se adapta a isso, razão por que é o gabarito. Veja os referidos dispositivos:
Art. 1.639 [CC]. É lícito aos nubentes, antes de celebrado o casamento, estipular, quanto aos seus
bens, o que lhes aprouver.
§ 1 o O regime de bens entre os cônjuges começa a vigorar desde a data do casamento.
§ 2 o É admissível alteração do regime de bens, mediante autorização judicial em pedido motivado
de ambos os cônjuges, apurada a procedência das razões invocadas e ressalvados os direitos de
terceiros.
Art. 1.641 [CC]. É obrigatório o regime da separação de bens no casamento:
I – das pessoas que o contraírem com inobservância das causas suspensivas da celebração do
casamento;
II – da pessoa maior de 70 (setenta) anos;
III – de todos os que dependerem, para casar, de suprimento judicial.
Art. 734 [CPC]. A alteração do regime de bens do casamento, observados os requisitos legais,
poderá ser requerida, motivadamente, em petição assinada por ambos os cônjuges, na qual serão
expostas as razões que justificam a alteração, ressalvados os direitos de terceiros.
§ 1º Ao receber a petição inicial, o juiz determinará a intimação do Ministério Público e a publicação
de edital que divulgue a pretendida alteração de bens, somente podendo decidir depois de decorri-
do o prazo de 30 (trinta) dias da publicação do edital.
§ 2º Os cônjuges, na petição inicial ou em petição avulsa, podem propor ao juiz meio alternativo de
divulgação da alteração do regime de bens, a fim de resguardar direitos de terceiros.
§ 3º Após o trânsito em julgado da sentença, serão expedidos mandados de averbação aos car-
tórios de registro civil e de imóveis e, caso qualquer dos cônjuges seja empresário, ao Registro
Público de Empresas Mercantis e Atividades Afins.
Letra a.
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§ 2º Na guarda compartilhada, o tempo de convívio com os filhos deve ser dividido de forma equi-
librada com a mãe e com o pai, sempre tendo em vista as condições fáticas e os interesses dos
filhos.
I – (revogado);
II – (revogado);
III – (revogado).
§ 3º Na guarda compartilhada, a cidade considerada base de moradia dos filhos será aquela que
melhor atender aos interesses dos filhos.
§ 4º (VETADO).
§ 5º A guarda unilateral obriga o pai ou a mãe que não a detenha a supervisionar os interesses dos
filhos, e, para possibilitar tal supervisão, qualquer dos genitores sempre será parte legítima para
solicitar informações e/ou prestação de contas, objetivas ou subjetivas, em assuntos ou situações
que direta ou indiretamente afetem a saúde física e psicológica e a educação de seus filhos.
Certo.
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§ 6º Qualquer estabelecimento público ou privado é obrigado a prestar informações a qualquer dos
genitores sobre os filhos destes, sob pena de multa de R$ 200,00 (duzentos reais) a R$ 500,00 (qui-
nhentos reais) por dia pelo não atendimento da solicitação.
Certo.
Não há necessidade de consenso. O juiz decretará a guarda compartilhada se não houver con-
senso, salvo desinteresse expresso de um dos pais (art. 1.584, § 2º, CC) ou motivo grave (art.
1.586, CC). Veja os dispositivos:
Art. 1.586. Havendo motivos graves, poderá o juiz, em qualquer caso, a bem dos filhos, regular de
maneira diferente da estabelecida nos artigos antecedentes a situação deles para com os pais.
Certo.
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Art. 1.698. Se o parente, que deve alimentos em primeiro lugar, não estiver em condições de supor-
tar totalmente o encargo, serão chamados a concorrer os de grau imediato; sendo várias as pessoas
obrigadas a prestar alimentos, todas devem concorrer na proporção dos respectivos recursos, e,
intentada ação contra uma delas, poderão as demais ser chamadas a integrar a lide.
Letra e.
Art. 1.696. O direito à prestação de alimentos é recíproco entre pais e filhos, e extensivo a todos os
ascendentes, recaindo a obrigação nos mais próximos em grau, uns em falta de outros.
Certo.
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A segunda parte está errada por não ser um critério adotado pelo CC para definir os parentes
a serem obrigados a prestar alimentos. É o art. 1.696 do CC:
Art. 1.696. O direito à prestação de alimentos é recíproco entre pais e filhos, e extensivo a todos os
ascendentes, recaindo a obrigação nos mais próximos em grau, uns em falta de outros.
Errado.
Não há extinção automática! É preciso decisão judicial. Enquanto o filho é menor, o fundamen-
to do dever alimentar é o poder familiar. Com a maioridade, o fundamento passa a ser a rela-
ção do parentesco. Por isso, a maioridade não extingue automaticamente os alimentos. Veja
Súmula n. 358/STJ:
Errado.
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DIREITO CIVIL
Família – Parte II
Carlos Elias
GABARITO
1. E 12. E 23. E
2. E 13. E 24. a
3. C 14. C 25. C
4. C 15. E 26. C
5. e 16. E 27. C
6. E 17. E 28. a
7. C 18. C 29. e
8. d 19. E 30. C
9. E 20. C 31. E
10. E 21. C 32. C
11. E 22. C 33. E
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Carlos Elias
Consultor Legislativo do Senado Federal em Direito Civil, Processo Civil e Direito Agrário (único aprovado no
concurso de 2012). Advogado. Professor em cursos de graduação, de pós-graduação e de preparação para
concursos públicos em Brasília, Goiânia e São Paulo. Ex-membro da Advocacia-Geral da União (Advogado
da União). Ex-Assessor de Ministro do STJ. Ex-técnico judiciário do STJ. Doutorando e Mestre em Direito
pela Universidade de Brasília (UnB). Bacharel em Direito na UnB (1º lugar em Direito no vestibular da UnB
de 2002). Pós-graduado em Direito Notarial e de Registro. Pós-Graduado em Direito Público. Membro do
Conselho Editorial da Revista de Direito Civil Contemporâneo.
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