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Parte Geral – VI
SISTEMA DE ENSINO
Livro Eletrônico
DIREITO CIVIL
Parte Geral – VI
Carlos Elias
Sumário
Apresentação. . .................................................................................................................................. 3
Parte Geral – VI. . ............................................................................................................................... 4
1. Prescrição...................................................................................................................................... 4
1.1. Conceitos Prévio Importantes: Direitos Subjetivos, Direitos Potestativos,
Exceções, Ações e Pretensões...................................................................................................... 4
1.2. Definição de Prescrição........................................................................................................... 7
1.3. Prescrição Extintiva e Aquisitiva........................................................................................... 8
1.4. Imprescritibilidades................................................................................................................. 9
1.5. Reconhecimento Ex Officio e Momento da Arguição...................................................... 10
1.6. Renúncia e Mudança do Prazo............................................................................................. 10
1.7. Termo Inicial: Teoria da Actio Nata.......................................................................................12
1.8. Interrupção.. ..............................................................................................................................13
1.9. Suspensão e Impedimento. . .................................................................................................. 14
1.10. Suspensão diante de Cocredores.. ......................................................................................16
1.11. Prazos........................................................................................................................................ 17
1.12. Prescrição para Repetição de Indébito por Descumprimento Contratual,
Nulidade ou outra Hipótese de Pagamento Indevido............................................................ 18
1.13. Prescrição para Responsabilidade Contratual e Extracontratual...............................19
1.14. Prescrição para Reembolso de Alimentos Pagos por Terceiro Não Interessado.....19
2. Decadência.................................................................................................................................. 20
2.1. Definição................................................................................................................................... 20
2.2. Espécies.....................................................................................................................................21
2.3. Prazos....................................................................................................................................... 22
2.4. Casos de Ações Perpétuas e o Critério Científico de Agnelo Amorim Filho. . ............. 23
Questões de Concurso.................................................................................................................. 26
Gabarito............................................................................................................................................ 38
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Parte Geral – VI
Carlos Elias
Apresentação
Olá, pessoal! Hoje a gente termina fatos jurídicos, tratando de prescrição, decadên-
cia e prova.
Tenho buscado caprichar, ao máximo, nestas aulas em PDF. Sei que, em algumas situações,
estou aprofundando além do que normalmente cai em concurso. Mas há um motivo: é que é
comum que 5% das questões de cada concurso seja de temas novos e difíceis. Quem acerta
essas questões especiais costuma ser “nomeado”. Não basta ser “aprovado”! Você precisa ser
nomeado! A distância entre a “aprovação” e a “nomeação” pode ser de apenas uma questão.
Sem mais delongas, vamos em frente.
Resumo
Amigos e amigas, quem tem pressa deve ler, ao menos, este resumo e, depois, ir para os
exercícios. É fundamental você ver os exercícios e ler os comentários, pois, além de eu apro-
fundar o conteúdo e tratar de algumas questões adicionais, você adquirirá familiaridade com
as questões. De nada adianta um jogador de futebol ter lido muitos livros se não tiver familia-
ridade com a bola.
Seja como for, o ideal é você ler o restante da teoria, e não só o resumo, para, depois, ir
às questões.
O resumo desta aula é este:
• Prescrição é a perda da pretensão, e não do direito. Daí decorre que uma dívida prescrita
é devida, mas não é exigível. O devedor paga se quiser. Ele não pode ser constrangido a
tanto, porque a pretensão já foi fulminada pela prescrição;
• A prescrição aplica-se a direitos subjetivos stricto sensu, ao passo que a decadência se
aplica a direitos potestativos;
• Diante do interesse público envolvido, a prescrição pode ser reconhecida de ofício pelo
juiz, e seu prazo não pode ser alterado por vontade das partes, porque decorre de lei;
• Não cabe renúncia antecipada à prescrição. A renúncia só pode ocorrer após a consu-
mação do prazo;
• O prazo de prescrição pode ser interrompido e suspenso;
• A decadência é a perda do direito, e não da pretensão;
• A decadência pode ser legal ou convencional. No caso de decadência legal, diante do
interesse público envolvido, o juiz pode declará-la de ofício;
• A prova dos atos jurídicos está disciplinada não apenas no CC (art. 212 e ss do CC), mas
também no CPC (art. 369 e ss do CPC). O CC trata dos principais meios de prova dos
atos jurídicos: confissão, documento, testemunha, presunção e perícia. O CPC, além de
cuidar do modo de produção das provas em juízo, avança também sobre os meios de
prova, confluindo com o CC.
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DIREITO CIVIL
Parte Geral – VI
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PARTE GERAL – VI
1. Prescrição
1.1. Conceitos Prévio Importantes: Direitos Subjetivos, Direitos
Potestativos, Exceções, Ações e Pretensões
Amigos e amigas, antes de tratar de prescrição, alguns conceitos prévios devem ser relem-
brados. Trata-se das principais espécies de direitos envolvidos na satisfação de direitos: direito
subjetivo, direito potestativo, pretensão e exceção. E, nesse quesito, o doutor honoris causa da
Universidade Coimbra Francisco Amaral é a referência.
Direito subjetivo em sentido amplo, lato sensu ou in genere é o poder que o indivíduo tem
de, se quiser, exercer um direito1. Ele pode ser dividido em duas espécies: (1) direito potes-
tativo, formativo ou de formação; e (2) direito subjetivo stricto sensu, comumente designado
apenas de direito subjetivo.
O direito potestativo é aquele que não cria dever de agir algum para a outra parte da relação
jurídica, pois a sua satisfação depende única e exclusivamente de o titular exercer o direito. No
1
Essa faculdade de agir é chamada de facultas agendi e corresponde ao conceito de faculdade juridica. O direito subjetivo
é composto por uma ou várias faculdades jurídicas, que é conceito que compõe o de direito subjetivo.
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direito potestativo, o titular tem o poder de influir na esfera jurídica da outra parte da relação
jurídica, constituindo, modificando ou extinguindo uma situação jurídica, sem necessitar de
conduta da outra parte. O direito potestativo não gera deveres à outra parte, mas apenas lhe
impõe um estado de sujeição à nova situação jurídica provocada pelo exercício do direito. No
direito potestativo, o titular não precisa exigir nada da outra parte da relação jurídica para a
satisfação do direito. Esse direito é potestativo, porque só depende do poder (potesta) do titu-
lar para ser satisfeito. É também chamado de formativo ou de formação, porque ele implica a
constituição, desconstituição e modificação de situações jurídicas. É o caso, por exemplo, do
direito ao divórcio: qualquer cônjuge pode exercê-lo, extinguindo a situação jurídica de casado
sua e do outro consorte, sem necessitar de qualquer conduta deste. Outro exemplo é a eman-
cipação voluntária pelos pais: estes podem emancipar o filho maior de 16 anos, mudando a
situação jurídica de incapacidade do adolescente sem depender de qualquer comportamento
deste (art. 5º, parágrafo único, I, CC). Há três espécies de direitos potestativos:
• constitutivos, quando cria nova situação jurídica, como sucede na instituição da passa-
gem forçada (art. 1.285, CC), no direito do condômino de adquirir a quota vendida pelo
outro condômino sem o observar o direito de preferência (art. 504, CC), no direito do
locatário de adquirir o imóvel alienado sem observância à sua preferência (art. 27, Lei
8.245/91), no direito de apropriar-se de coisa de ninguém (art. 1.263, CC), no de aceitar
uma proposta etc.;
• modificativos, quando apenas transforma a situação jurídica, como acontece na escolha
da prestação pelo devedor na obrigação alternativa (art. 252, CC), direito de constituir
outrem em mora (art. 397, CC), direito de substituir o terceiro na estipulação em favor de
terceiro (art. 438, CC);
• extintivos, quando extingue a situação jurídica, como na revogação de mandato ou na
sua renúncia (art. 682, I), no direito do condômino de exigir a divisão da coisa comum
(art. 1.320, CC), no de despedir empregado, no de anular ou declarar a nulidade de
negócios etc.
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Parte Geral – VI
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A pretensão é filha do direito subjetivo stricto sensu. No direito subjetivo stricto sensu,
caso o dever da outra parte da relação jurídica seja descumprido, nasce a pretensão em
favor do titular. A pretensão só nasce com o descumprimento do dever; só nasce com a
violação de um direito subjetivo; não é, pois, necessariamente contemporâneo ao surgi-
mento do direito subjetivo stricto sensu, de quem é filha. No direito de propriedade, por
exemplo, nasce a pretensão de exigir que outrem respeite esse direito quando esse outrem
esbulha a coisa. O descumprimento do dever causa um dano ao titular. A pretensão é o
poder de o titular exigir o cumprimento do dever pela outra parte para reparar esse dano.
E, para tanto, poderá servir-se de todos os meios executivos legalmente admitidos, sejam
os públicos (como a ação judicial – que decorre de um outro direito subjetivo: o direito
subjetivo processual –, ou outros meios extrajudiciais, como o protesto, a negativação do
nome do devedor em cadastros privados de inadimplentes etc.). A pretensão é o “direito
de agir” (Amaral, 2014, p. 619). O próprio par. 194 do Código Civil alemão (BGB) reconhece
a pretensão como esse direito de exigir; eis o texto do diploma tedesco: “O direito de exigir
de outro uma ação ou uma omissão (pretensão) se extingue por prescrição”. Há quem con-
sidere a pretensão como sinônimo de direito subjetivo, mas em uma visão dinâmica: seria
o direito subjetivo em atividade. Para efeito de nomenclatura, porém, a doutrina majoritária
não aceita essa sinonímia: pretensão não é direito subjetivo, e sim uma categoria própria
de direitos. Em uma palavra, pretensão é a exigibilidade de um direito subjetivo stricto sen-
su e com este não se confunde.
Ação pode ser considerada como a forma de efetivação da pretensão, consistente na
faculdade de, para exigir a satisfação do direito, valer-se das vias estatais de cobrança e
de coerção (historicamente, sempre se vinculou à via judicial, mas – pensamos – deve ser
estendido esse conceito para outros meios extrajudiciais de cobrança, como cadastro de
inadimplentes, protesto, execuções em cartório etc.). O Código Civil chega a se utilizar dessa
sinonímia nos arts. 80, I (bens imóveis = ações que asseguram os direitos reais sobre imó-
veis), e 83, II e II, do CC.
A introdução do conceito de pretensão no direito civil é creditada a Windscheid, que, ao
trazer para o direito privado o conceito de actio – então reservado ao direito processual como
um direito subjetivo processual –, permitiu estabelecer o conceito de pretensão como a pos-
sibilidade de o titular, no caso de descumprimento do dever pelo devedor, “exercer, por via da
ação, uma exigência específica de uma pessoa frente a outra” (Amaral, 2014, p. 254).
O verbete “ação” no direito material é utilizado em sentido diverso do de ação no Processo
Civil, pois, neste último, representa o direito subjetivo processual de provocar o Estado-Juiz.
Alerte-se que, na atualidade, o verbete “ação” costuma ser utilizado apenas no sentido de direi-
to subjetivo processual.
A exceção é o poder de impedir o exercício de um direito subjetivo de outrem. É uma forma
de afastar a regra de que o devedor tem de cumprir o dever criado pelo direito subjetivo. É meio
de defesa de que pode se valer o devedor para obstruir a pretensão do titular do direito subjetivo. É
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Na realidade, considerando que a pretensão é o direito de exigir uma conduta do devedor para a satisfação do débito, como
define Código Civil alemão, seria até possível afirmar que a prescrição implicaria a perda de um direito, ou seja, desse direito
especificamente. Todavia, não é usual essa linguagem na doutrina brasileira, pois a referência a direito não costuma sinali-
zar para as pretensões, e sim para os direitos subjetivos. Desse modo, em suma, é inconveniente afirmar que a prescrição
acarreta a perda de um direito.
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1.4. Imprescritibilidades
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Parte Geral – VI
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Veja a questão.
Como os prazos prescricionais envolvem também interesse público, as partes não podem
alterá-los por acordo entre si; os prazos decorrem de lei (art. 192, CC). E, também nesse senti-
do, não é admitida a renúncia à prescrição, salvo depois de consumada (art. 191, CC). Se fosse
possível a alteração dos prazos pelas partes ou se fosse admitida a renúncia precoce à pres-
crição, é certo que os credores dedicariam a primeira cláusula contratual para tornar milenar o
prazo ou para abolir a prescrição pela renúncia.
A admissão da renúncia após o transcurso do prazo prescricional é decorrência óbvia do
fato de que a obrigação natural é devida, mas inexigível: quando o devedor a paga voluntaria-
mente, ele está abrindo mão da prescrição. O devedor pode, até mesmo, comprometer-se a
pagar, em parcelas, a obrigação, o que reavivaria a pretensão prescrita.
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Conforme art. 189 do CC, a prescrição nasce com a violação do direito, que é o marco do
nascimento da pretensão. Assim, com o vencimento de uma obrigação de pagar determinada
quantia em uma data, nasce, para o credor, o poder de exigir o seu cumprimento pelas vias
legalmente admitidas de coerção (Poder Judiciário, cartório de protesto, negativação em ca-
dastros privados de inadimplência etc.). Trata-se da teoria da actio nata (nata = nascimento;
actio = ação no sentido de pretensão).
Há controvérsia para definir se o termo inicial é da efetiva violação do direito ou da ciência
desse direito pelo devedor. A jurisprudência majoritária do STJ é no sentido de considerar que
o termo inicial é a plena ciência, pelo credor, da violação do direito, o que exige a ciência da
autoria e da exata repercussão. O motivo dessa interpretação não literal do art. 189 do CC pelo
STJ é o de que, em nome da boa-fé objetiva, não se pode admitir o início da fluência do prazo
prescricional quando o lesado não tem condições de exercer a sua pretensão por desconhecer,
na totalidade, a autoria e a extensão da violação do direito, de maneira que a violação do direito
pode ser anterior ao termo inicial do prazo prescricional, que corresponde à efetiva ciência da
violação do direito pelo lesado.
Menciona-se caso interessante do STJ. Um tabelião de notas, em 2003, atestou – provavel-
mente enganado por um documento de identidade falso -, indevidamente a autenticidade da
assinatura de uma pessoa que, supostamente, teria assinado um forjado contrato particular de
promessa compra e venda, comprometendo-se a transferir um terreno que já havia sido ven-
dido a outrem. Essa pessoa foi citada em uma ação proposta pelo enganado comprador em
2004 e, mediante exame grafotécnico, provou nos autos a falsidade da assinatura e, em 2008,
conseguiu sentença absolutória, que transitou em julgado nesse mesmo ano. Nesse caso, o
STJ entendeu que só em 2008, com o trânsito em julgado, o lesado efetivamente tomou efetiva
ciência da violação do seu direito pelo tabelião de notas, de maneira que o ano de 2008 é do
início da fluência do prazo prescricional (STJ, REsp 1347715/RJ, 3ª T., Rel. Min. Marco Aurélio
Bellizze, DJe 04/12/2014). Ainda neste sentido: STJ, AgInt no REsp 1150102/PR, 4ª T., Rel. Min.
Antonio Carlos Ferreira, DJe 04/10/2016.
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Reputamos indevida essa interpretação do STJ, que eterniza o prazo prescricional, violando
o princípio da segurança jurídica, e despreza o fato de que o legislador, quando quer, sempre
explicita a data da ciência como o termo inicial, o que não é o caso do art. 189 do CC. Juris-
prudência antiga e já ultrapassada do STJ era no sentido dessa nossa posição (STJ, REsp
1.168.336/RJ, 3ª T., Rel. Min. Nancy Andrighi, DJe 16/9/2011).
1.8. Interrupção
A prescrição destina-se a punir quem é negligente com o exercício do seu direito, pois, con-
forme os romanos, o direito não socorre os que dormem (dormientibus non sucurrit jus). Por
isso, caso o titular de um direito pratique um ato que demonstra não estar inerte no exercício
no seu direito, é aplicável a interrupção do prazo prescricional. Não se trata, porém, de qualquer
ato, mas apenas aqueles taxativamente catalogados em lei, especialmente no art. 202 do CC.
Interrupção é “zerar” a fluência do prazo, é fazê-lo reiniciar do início. Ela só pode acontecer uma
vez, conforme art. 202 do CC.
Há uma particularidade na hipótese de interrupção da prescrição por conta do despacho
do juiz que ordena a citação: o reinício da fluência do prazo só ocorrerá após o último ato do
processo que a interrompeu. Em outras palavras, ao propor uma ação cobrando uma dívida, o
prazo prescricional reinicia a contagem com o despacho do juiz que ordena a citação e ficará
paralisado (suspenso) até o fim do processo (art. 202, parágrafo único, CC). Dessa maneira,
a costumeira demora dos processos por morosidade do próprio Judiciário não prejudicará o
titular do direito, pois o prazo prescricional fica paralisado durante o processo.
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Embora o prazo prescricional para a reparação de danos seja de 3 anos (art. 206, § 3º, V, CC),
não corre a prescrição contra o absolutamente incapaz (art. 198, I, CC). Na questão, a prescri-
ção de 3 anos só passou a fluir a partir do momento em que o Sérgio completou 16 anos, de
maneira que ela só se consumaria quando o Sérgio completasse 19 anos. Em outras palavras,
quando o Sérgio completou 18 anos (a maioridade), a prescrição não havia se consumado.
Letra d.
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em razão de uma hipótese de suspensão, sem “zerar” a contagem, de maneira que, após a
cessação da causa suspensiva, o prazo volta a fluir de onde havia parado.
O fundamento é o princípio contra non valentem agere non currit praescriptio (contra quem
não pode agir, não corre a prescrição), cuja nomenclatura pode ser abreviada para apenas o
princípio contra non valentem. Em nome da boa-fé objetiva, não se pode exigir que o titular de
um direito exerça-o quando há relevante obstáculo material, jurídico e moral, de maneira que
ele não poderá ser punido por sua omissão.
Os arts. 197 ao 200 do CC preveem as hipóteses legais de suspensão da prescrição. Por
exemplo, o casamento entre credor e devedor suspende a prescrição, por não ser razoável,
do ponto de vista moral, exigir que um cônjuge ajuíze uma ação de cobrança contra o outro
e penhore-lhes o bem. Cessada a sociedade conjugal (e, para tal, basta a separação de fato),
porém, a prescrição volta a fluir diante da cessação da causa moral da suspensão (art. 197,
I, CC). A mesma lógica se aplica à união estável apesar da omissão do texto do art. 197, I, do
CC, que merece interpretação extensiva que prestigia a isonomia, no que couber, dos modelos
familiares.
Outra causa suspensiva é a ausência do País em serviço público dos entes federativos (art.
198, II, do CC). O interesse público removeu um agente público do País, de modo a justificar
a suspensão da prescrição em favor dele como forma de não prejudicar os seus direitos pes-
soais diante da dificuldade geográfica que o interesse público impôs à busca do seu direito.
Cobrar uma dívida no Brasil quando se está morando na China é demasiadamente oneroso. A
doutrina esclarece que o fato de esse agente público retornar ao Brasil por breve período em ra-
zão de férias não afasta a causa suspensiva, pois a cobrança da dívida obviamente exige mais
tempo do que essas férias. Entendemos que, apesar de o art. 198, II, do CC só se referir a servi-
ço público dos entes federativos, temos que, por analogia, ela deve ser estendida também aos
demais entes da Administração Indireta, como autarquias, empresas públicas e sociedades de
economia mista diante da presença direta ou indireta do interesse público no deslocamento do
servidor e do empregado públicos.
Também não corre a prescrição contra o absolutamente incapaz, porque não é razoável
punir, com a prescrição, quem não tem nenhuma aptidão para, sozinho, praticar atos da vida
civil. Isso só vale para o absolutamente incapaz. Se se tratar de relativamente incapaz – que
já é juridicamente apto praticar atos da vida civil com auxílio de outrem3 –, a prescrição flui
normalmente.
Uma questão final: o rol das causas suspensivas é taxativa ou não? O assunto é contro-
verso e, por isso, uma questão objetiva sobre o assunto deveria ser anulada atualmente. Seja
como for, em 2015, o CESPE (atualmente, CEBRASPE) cobrou o assunto seguindo a linha da
taxatividade e, por isso, considerou errada a seguinte questão:
3
A regra é que o relativamente incapaz seja assistido. Todavia, em situações excepcionais, pode-se fixar representação para ele.
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A linha que defende que o rol é exemplificativo lembra que é admissível, com base no referido
princípio e na boa-fé objetiva, criar novas hipóteses, a exemplo do que fez o STJ ao entender
que o pedido administrativo do pagamento do seguro suspende o prazo prescricional até a
ciência inequívoca da resposta (Súmula 229/STJ).
Em uma prova objetiva, talvez seja melhor seguir a linha da questão acima do CESPE, embora
a questão mereça anulação.
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Por fim, critica-se o texto do art. 201 do CC ao se valer da “obrigação indivisível”, quando
está a tratar de obrigação solidária por ter-se reportado a “credores solidários” no início do seu
texto. O que é indivisível é o objeto da obrigação solidária, e não a própria obrigação. É impos-
sível uma obrigação ser, ao mesmo tempo, solidária (arts. 264 ao 285, CC) e indivisível (arts.
258 ao 263, CC). O antigo art. 177 do CC/1916, que é correspondente ao referido dispositivo
do CC/2002, era mais técnico ao rezar: “Suspensa a prescrição em favor de um dos credores
solidários, só aproveitam os outros, se o objeto da obrigação for indivisível”.
1.11. Prazos
Os prazos prescricionais devem ter previsão legal. Não há prazo de prescrição conven-
cional. No Código Civil, os prazos estão concentrados nos arts. 205 e 206 do CC, dispositivos
que deveriam concentrar todos os prazos prescricionais do CC em razão da sua organização
sistemática. Fora desses dispositivos, só haveria prazo de decadência. Essa sistematização
deve ser levada em conta com apenas uma exceção, gerada por lapso decorrente – supomos
– do advento do Livro de Empresas para o CC: o art. 1.003, parágrafo único, do CC prevê prazo
prescricional de dois anos para sócio retirante responder por obrigações que tinha quando
era sócio.
O CC prevê dois tipos de prazos. O primeiro é o prazo comum, geral ou ordinário, previsto no
art. 205 do CC, que é de 10 anos e é aplicável sempre que não houver previsão legal específica
em sentido contrário. O segundo são os prazos específicos ou especiais, previstos no art. 206
do CC e que prevê hipóteses de prazos prescricionais em lapso temporais menores que variam
de 1 a 5 anos. É evidente que a escolha do prazo decorre de conveniência da política legislativa,
mas, em geral, é levado em conta o lapso temporal razoável para que o devedor tenha de guar-
dar provas para se defender diante do exercício da pretensão. É despropositado, por exemplo,
exigir que uma pessoa guarde provas ao longo de 30 anos diante de uma ação de reparação de
danos. Também se leva em conta a natureza do crédito: não faria sentido, por exemplo, conce-
der um prazo prescricional decenal para um filho reclamar o pagamento de pensão alimentícia,
pois a destinação desse crédito (a sobrevivência do alimentado) é incompatível com a demora
na sua cobrança.
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Para citar os casos mais comuns de prazos específicos, pretensões entre segurado e se-
guradora e de hotéis contra hóspedes ficam sujeitas à prescrição de 1 ano: a natureza dessas
relações exige brevidade no exercício da pretensão. É de apenas 2 anos a prescrição da preten-
são para reclamar o pagamento de pensões alimentícias vencidas (como a fixada em Direito
de Família). São de 3 anos as pretensões para cobrar aluguéis, rendas, ressarcimento por enri-
quecimento sem causa, indenização (reparação civil) etc. As pretensões relativas ao exercício
da tutela prescrevem em 4 anos da aprovação das contas. E, por fim, prescreve em cinco anos
a pretensão para cobrar dívidas líquidas constantes de documentos.
No prazo ordinário de 10 anos, por falta de previsão legal, pode-se citar a pretensão de pe-
tição de herança prevista no art. 1.824 do CC, que retrata o pleito do quinhão por herdeiro não
contemplado em processo de inventário.
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DIREITO CIVIL
Parte Geral – VI
Carlos Elias
Veja a questão.
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DIREITO CIVIL
Parte Geral – VI
Carlos Elias
O terceiro não interessado que paga dívida de alimentos de outrem poderá pedir o reem-
bolso no prazo prescricional de 10 anos, pois aí não houve sub-rogação e, portanto, aplica-se
o prazo ordinário do art. 205 do CC. Aí esse terceiro não interessado agirá como gestor de
negócios, tem o direito de pagar mesmo sem o consentimento do devedor originário e terá
direito ao reembolso, tudo com fundamento no art. 871 do CC (“Quando alguém, na ausência
do indivíduo obrigado a alimentos, por ele os prestar a quem se devem, poder-lhes-á reaver do
devedor a importância, ainda que este não ratifique o ato”).
Se, porém, o pagamento tivesse sido feito por terceiro interessado, haveria sub-rogação
(art. 346, III, CC) e, por isso, o prazo prescricional seria o mesmo da dívida originária, ou seja,
seria de 2 anos, pois essa é a prescrição para dívidas de alimentos (art. 206, § 2º, CC).
No caso da mãe que custeia as despesas de sustento do filho diante da omissão do
pai em pagar os alimentos que lhe foram fixados, a mãe está a pagar, aos filhos, os ali-
mentos que eram devidos pelo pai. Ela age como terceira não interessada que paga dívida
alheia. É terceira não interessada, porque ela não poderia ser responsabilizada juridica-
mente pela dívida do pai. Nesse caso, o prazo de prescrição para a mãe pedir o reembolso
dos valores que ela desembolsou para “pagar” os alimentos devidos pelo pai será de 10
anos. Assim já decidiu o STJ (REsp 1453838/SP, 4ª Turma, Rel. Ministro Luis Felipe Salo-
mão, DJe 07/12/2015).
2. Decadência
2.1. Definição
Veja a questão.
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Parte Geral – VI
Carlos Elias
Foi perguntada a regra geral prevista no art. 207 do CC. Vamos tratar disso a seguir.
Certo.
Decadência é a perda de um direito em razão da inércia do seu titular durante o prazo legal
ou convencional. A decadência incide em direitos potestativos ou formativos, e não sobre di-
reitos subjetivos stricto sensu, que se sujeitam à prescrição, de maneira que a decadência se
aplicará a casos de pretensões de anulação de negócio jurídico, de desfazimento de contrato
por vícios redibitórios etc.
A decadência é inerente ao direito: nasce e morre com ele. Por isso, em regra, o prazo
decadencial não se interrompe nem se suspende. No CC, há apenas uma exceção: o prazo se
suspende enquanto o seu titular for absolutamente incapaz (arts. 207 e 208, CC).
Em termos de nomenclatura, decadência pode também ser chamada de caducidade em
sentido estrito, conforme Francisco Amaral. Em sentido amplo, caducidade representa a perda
de direitos em geral em razão do transcurso do tempo.
2.2. Espécies
A decadência pode ser legal, quando decorrer de lei, ou convencional, quando decorrer da
vontade (arts. 209 ao 211, CC). Um exemplo comum de decadência convencional é o costu-
meiro prazo de 15 dias que muitas lojas dão para os consumidores trocarem roupas que foram
compradas. O direito de troca decai com o transcurso desse prazo.
A decadência legal, por envolver interesse público, não pode ser renunciada pelas partes e
pode ser reconhecida de ofício pelo juiz.
Já a decadência convencional só pode ser reconhecida mediante provocação do interessa-
do, pois não envolve interesse público.
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Parte Geral – VI
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2.3. Prazos
Veja a questão.
Na fraude contra credores (que o vício consistente na dilapidação dos bens por um devedor
insolvente), o prazo decadencial é de 4 anos (art. 178, CC). Vamos falar um pouco sobre os
prazos decadenciais.
Certo.
Os prazos decadenciais estão espalhados pelo CC fora dos arts. 205 e 206 do CC (ar-
tigos esses que concentram os prazos prescricionais4). Os principais são os prazos para
anulação de negócios jurídicos. Em regra, o prazo para tanto é de dois anos, salvo dispo-
sição contrária (art. 179, CC). O art. 178 do CC sujeita os vícios de consentimento (erro,
dolo, coação, estado de perigo e lesão) e a fraude contra credores ao prazo decadencial
de 4 anos.
Um outro exemplo de prazo decadencial específico previsto no CC é para o adquirente de
bens exercer os direitos decorrentes dos vícios redibitórios no art. 445 do CC (a resolução do
contrato ou o abatimento do preço).
4
Na verdade, certamente por um lapso do legislador, há um único prazo prescricional fora dos arts. 205 e 206 do CC: o prazo
de dois anos previsto no art. 1.032 do CC e durante o qual o sócio retirante responde por obrigações sociais.
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Parte Geral – VI
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Amigos e amigas, apenas para aproveitar o momento e com olhos em questões mais com-
plexas em concursos públicos, faço questão de fazer um registro bem rápido aqui.
Em clássico texto sobre a distinção entre prescrição e decadência, Agnelo Amorim Filho
(1961) oferece o critério científico adotado pelo CC. Em suma, o jurista da Universidade da
Paraíba concluiu que são perpétuas (ou seja, não há prazo decadencial nem de prescrição): (1)
as ações de natureza declaratória e (2) as ações que tratem de direitos potestativos sem prazo
decadencial específico em lei. Em complemento, Agnelo Amorim Filho conclui que: (1) estão
sujeitas a prescrição as ações condenatórias (as quais, na verdade, buscam satisfazer um di-
reito subjetivo stricto sensu) e (2) estão sujeitas a decadência as ações constitutivas (que bus-
ca satisfazer direitos potestativos) apenas quando houver prazo especial de exercício em lei.
Isso justifica, por exemplo, o entendimento do STJ no sentido de que não há prazo deca-
dencial algum para o direito potestativo de pleitear a desconsideração da personalidade jurídi-
ca. Assim resumiu o Ministro Luis Felipe Salomão:
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Os fatos jurídicos, especialmente os atos jurídicos, necessitam de uma forma, que é o seu
modo de exteriorização. Há inúmeros meios de forma, até mesmo o silêncio pode, a depender
das circunstâncias, representar a manifestação de vontade.
A forma, porém, não se confunde com a prova do negócio. Forma é conceito estático da ex-
teriorização de um ato jurídico, ao passo que a prova é a sua visão dinâmica, conforme lembra
Pablo Stolze e Rodolfo Pamplona Filho. Os conceitos, porém, estão intimamente ligados, pois
a forma também se destina a viabilizar a prova do ato jurídico.
A prova dos atos jurídicos está disciplinada a partir do art. 212 do CC e a partir do art. 369
do CPC. No CC, enfocam-se os principais meios de prova dos atos jurídicos: confissão, do-
cumento, testemunha, presunção e perícia. O CPC, além de cuidar do modo de produção das
provas em juízo, avança também sobre os meios de prova, confluindo com o CC.
O detalhamento desse tema convém ser feito na doutrina de direito processual, mas, sob o
aspecto do direito privado, convém fazer alguns destaques.
A confissão é tratada nos arts. 213 e 214 do CC, que fixam duas regras importantes: (1) a
de que só pode confessar quem é capaz de dispor do direito a que se referem os fatos confes-
sados; e (2) a confissão é irrevogável, salvo situação de erro de fato ou de coação.
A prova documental é tratada nos arts. 215 ao 226 do CC e abrange regras sobre os requi-
sitos da escritura pública, a força probante dos documentos particulares – inclusive os eletrô-
nicos –, a presunção de autoria decorrente da assinatura em documentos, a preferência de a
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autorização ou a anuência a fatos jurídicos constarem do mesmo instrumento sempre que for
viável, o prestígio à tradução de documentos estrangeiros e a presunção de veracidade dos
livros e fichas de empresários e de sociedades.
Quanto às testemunhas, o art. 228 do CC indica pessoas impedidas de testemunhar por
motivo de incapacidade absoluta (os menores de 16 anos) ou de falta de parcialidade (inte-
ressados, amigos íntimos, inimigos capitais e parentes até o terceiro grau na linha colateral,
inclusive por afinidade), admitido, porém, que essas pessoas sejam informantes quando se
tratar de fatos que só elas conheçam. Pessoas com deficiência podem ser testemunhas com
direito a recursos de tecnologia assistida.
Os arts. 231 e 232 do CC prestigiam a prova pericial, estabelecendo uma presunção proba-
tória contrária a quem se recusa se submeter a exame médico e a perícia médica judicialmente
determinada.
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Parte Geral – VI
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QUESTÕES DE CONCURSO
008. (CESPE/STM/2017) A renúncia a prazo decadencial fixado em lei somente será conside-
rada válida se for feita de modo expresso e na forma escrita.
Art. 192. Os prazos de prescrição não podem ser alterados por acordo das partes.
Errado.
Art. 192. Os prazos de prescrição não podem ser alterados por acordo das partes.
Errado.
Há, sim, distinção: ao contrário da decadência convencional, a decadência legal pode ser re-
conhecida de ofício pelo juiz e não pode ser renunciada pelas partes. São os arts. 209 ao
211 do CC:
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Art. 211. Se a decadência for convencional, a parte a quem aproveita pode alegá-la em qualquer
grau de jurisdição, mas o juiz não pode suprir a alegação.
Errado.
A decadência convencional não pode ser reconhecida de ofício. Veja os arts. 210 e 211 do CC:
Art. 210. Deve o juiz, de ofício, conhecer da decadência, quando estabelecida por lei.
Art. 211. Se a decadência for convencional, a parte a quem aproveita pode alegá-la em qualquer
grau de jurisdição, mas o juiz não pode suprir a alegação.
Errado.
Lei pode criar sim, o que é reconhecido pela parte inicial do art. 207 do CC:
Art. 207. Salvo disposição legal em contrário, não se aplicam à decadência as normas que impe-
dem, suspendem ou interrompem a prescrição.
Errado.
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Ao contrário do dito na questão, prescrição não extingue o direito, mas apenas a pretensão do
direito, conforme doutrina. No mais, estaria correta a questão ao afirmar que a prescrição pode
ser reconhecida de ofício em razão da revogação do art. 194 do CC.
Errado.
Art. 205. A prescrição ocorre em dez anos, quando a lei não lhe haja fixado prazo menor.
Errado.
Art. 205. A prescrição ocorre em dez anos, quando a lei não lhe haja fixado prazo menor.
Errado.
Art. 205. A prescrição ocorre em dez anos, quando a lei não lhe haja fixado prazo menor.
Errado.
Art. 195. Os relativamente incapazes e as pessoas jurídicas têm ação contra os seus assistentes ou
representantes legais, que derem causa à prescrição, ou não a alegarem oportunamente.
Errado.
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Art. 204. A interrupção da prescrição por um credor não aproveita aos outros; semelhante-
mente, a interrupção operada contra o codevedor, ou seu herdeiro, não prejudica aos demais
coobrigados.
§ 1º A interrupção por um dos credores solidários aproveita aos outros; assim como a interrup-
ção efetuada contra o devedor solidário envolve os demais e seus herdeiros.
§ 2º A interrupção operada contra um dos herdeiros do devedor solidário não prejudica os ou-
tros herdeiros ou devedores, senão quando se trate de obrigações e direitos indivisíveis.
§ 3º A interrupção produzida contra o principal devedor prejudica o fiador.
Errado.
Art. 202. A interrupção da prescrição, que somente poderá ocorrer uma vez, dar-se-á:
I – por despacho do juiz, mesmo incompetente, que ordenar a citação, se o interessado a pro-
mover no prazo e na forma da lei processual;
II – por protesto, nas condições do inciso antecedente;
III – por protesto cambial;
IV – pela apresentação do título de crédito em juízo de inventário ou em concurso de credores;
V – por qualquer ato judicial que constitua em mora o devedor;
VI – por qualquer ato inequívoco, ainda que extrajudicial, que importe reconhecimento do direito
pelo devedor.
Parágrafo único. A prescrição interrompida recomeça a correr da data do ato que a interrompeu,
ou do último ato do processo para a interromper.
Letra c.
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Art. 191. A renúncia da prescrição pode ser expressa ou tácita, e só valerá, sendo feita, sem prejuízo
de terceiro, depois que a prescrição se consumar; tácita é a renúncia quando se presume de fatos
do interessado, incompatíveis com a prescrição.
Errado.
Art. 191. A renúncia da prescrição pode ser expressa ou tácita, e só valerá, sendo feita, sem prejuízo
de terceiro, depois que a prescrição se consumar; tácita é a renúncia quando se presume de fatos
do interessado, incompatíveis com a prescrição.
Errado.
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Certo.
Art. 205. A prescrição ocorre em dez anos, quando a lei não lhe haja fixado prazo menor.
Certo.
Juiz não pode reconhecer, de ofício, a decadência convencionada pelas partes, conforme art.
211 do CC:
Art. 211. Se a decadência for convencional, a parte a quem aproveita pode alegá-la em qualquer
grau de jurisdição, mas o juiz não pode suprir a alegação.
Errado.
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Art. 45. Começa a existência legal das pessoas jurídicas de direito privado com a inscrição
do ato constitutivo no respectivo registro, precedida, quando necessário, de autorização ou
aprovação do Poder Executivo, averbando-se no registro todas as alterações por que passar o
ato constitutivo.
Parágrafo único. Decai em três anos o direito de anular a constituição das pessoas jurídicas de
direito privado, por defeito do ato respectivo, contado o prazo da publicação de sua inscrição
no registro.
Certo.
Art. 45. Começa a existência legal das pessoas jurídicas de direito privado com a inscrição
do ato constitutivo no respectivo registro, precedida, quando necessário, de autorização ou
aprovação do Poder Executivo, averbando-se no registro todas as alterações por que passar o
ato constitutivo.
Parágrafo único. Decai em três anos o direito de anular a constituição das pessoas jurídicas de
direito privado, por defeito do ato respectivo, contado o prazo da publicação de sua inscrição
no registro.
Letra c.
Art. 3º São absolutamente incapazes de exercer pessoalmente os atos da vida civil os menores de
16 (dezesseis) anos.
Art. 4º São incapazes, relativamente a certos atos ou à maneira de os exercer:
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Parte Geral – VI
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Prazo só fica suspenso até os 16 anos, pois a suspensão é só para o absolutamente incapaz.
Veja os arts. 3º, 4º, I, 198, I, e 208 do CC:
Art. 3º São absolutamente incapazes de exercer pessoalmente os atos da vida civil os menores de
16 (dezesseis) anos.
Art. 4º São incapazes, relativamente a certos atos ou à maneira de os exercer:
I – os maiores de dezesseis e menores de dezoito anos;
II – os ébrios habituais e os viciados em tóxico;
III – aqueles que, por causa transitória ou permanente, não puderem exprimir sua vontade;
IV – os pródigos.
Parágrafo único. A capacidade dos indígenas será regulada por legislação especial.
Art. 198. Também não corre a prescrição:
I – contra os incapazes de que trata o art. 3º;
II – contra os ausentes do País em serviço público da União, dos Estados ou dos Municípios;
III – contra os que se acharem servindo nas Forças Armadas, em tempo de guerra.
Art. 208. Aplica-se à decadência o disposto nos arts. 195 e 198, inciso I.
Errado.
Art. 192. Os prazos de prescrição não podem ser alterados por acordo das partes.
Errado.
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Art. 192. Os prazos de prescrição não podem ser alterados por acordo das partes.
Errado.
Art. 207. Salvo disposição legal em contrário, não se aplicam à decadência as normas que impe-
dem, suspendem ou interrompem a prescrição.
Certo.
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Art. 191. A renúncia da prescrição pode ser expressa ou tácita, e só valerá, sendo feita, sem prejuízo
de terceiro, depois que a prescrição se consumar; tácita é a renúncia quando se presume de fatos
do interessado, incompatíveis com a prescrição.
Errado.
Art. 193. A prescrição pode ser alegada em qualquer grau de jurisdição, pela parte a quem aproveita.
Certo.
Art. 192. Os prazos de prescrição não podem ser alterados por acordo das partes.
Errado.
Art. 196. A prescrição iniciada contra uma pessoa continua a correr contra o seu sucessor.
Certo.
Art. 202. A interrupção da prescrição, que somente poderá ocorrer uma vez, dar-se-á:
I – por despacho do juiz, mesmo incompetente, que ordenar a citação, se o interessado a promover
no prazo e na forma da lei processual;
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Art. 204. A interrupção da prescrição por um credor não aproveita aos outros; semelhantemente, a
interrupção operada contra o codevedor, ou seu herdeiro, não prejudica aos demais coobrigados.
§ 1º A interrupção por um dos credores solidários aproveita aos outros; assim como a interrupção
efetuada contra o devedor solidário envolve os demais e seus herdeiros.
§ 2º A interrupção operada contra um dos herdeiros do devedor solidário não prejudica os outros
herdeiros ou devedores, senão quando se trate de obrigações e direitos indivisíveis.
§ 3º A interrupção produzida contra o principal devedor prejudica o fiador.
Errado.
Art. 201. Suspensa a prescrição em favor de um dos credores solidários, só aproveitam os outros
se a obrigação for indivisível.
Errado.
Art. 193. A prescrição pode ser alegada em qualquer grau de jurisdição, pela parte a quem aproveita.
Certo.
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Art. 196. A prescrição iniciada contra uma pessoa continua a correr contra o seu sucessor.
Errado.
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GABARITO
8. E 21. E 34. E
9. E 22. c 35. E
10. E 23. E 36. C
11. E 24. E 37. E
12. E 25. C 38. C
13. E 26. C 39. E
14. C 27. E 40. C
15. E 28. C 41. C
16. E 29. c. 42. E
17. E 30. C 43. E
18. E 31. E 44. C
19. E 32. E 45. E
20. E 33. E
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Carlos Elias
Consultor Legislativo do Senado Federal em Direito Civil, Processo Civil e Direito Agrário (único aprovado no
concurso de 2012). Advogado. Professor em cursos de graduação, de pós-graduação e de preparação para
concursos públicos em Brasília, Goiânia e São Paulo. Ex-membro da Advocacia-Geral da União (Advogado
da União). Ex-Assessor de Ministro do STJ. Ex-técnico judiciário do STJ. Doutorando e Mestre em Direito
pela Universidade de Brasília (UnB). Bacharel em Direito na UnB (1º lugar em Direito no vestibular da UnB
de 2002). Pós-graduado em Direito Notarial e de Registro. Pós-Graduado em Direito Público. Membro do
Conselho Editorial da Revista de Direito Civil Contemporâneo.
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