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DIREITO CIVIL
Responsabilidade Civil – Parte III
Carlos Elias
Sumário
Apresentação. . .................................................................................................................................. 3
Responsabilidade Civil – Parte III................................................................................................. 4
1. Indenização.. .................................................................................................................................. 4
1.1. Princípio da Restitutio in Integrum........................................................................................ 4
1.2. Compensação vs Indenização: Caso do Dano Moral e o Princípio da Satisfação
Compensatória................................................................................................................................. 5
1.3. Exceções ao Princípio da Restitutio in Integrum. . .............................................................. 6
1.4. Culpa Concorrente e o Caso do Art. 738, Parágrafo Único, CC...................................... 10
1.5. Indenização: In Natura ou Pecúnia?.....................................................................................12
1.6. Indenização no Caso de Morte, Incapacidade Laboral ou Outra Lesão à Saúde....... 14
1.7. Dano Presumido ou In Re Ipsa.............................................................................................. 23
Questões de Concurso.................................................................................................................. 25
Gabarito............................................................................................................................................ 41
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Responsabilidade Civil – Parte III
Carlos Elias
Apresentação
Aluno(a), sigamos nossos estudos de responsabilidade civil!
Resumo
Amigos e amigas, quem tem pressa deve ler, ao menos, este resumo e, depois, ir para os
exercícios. É fundamental você ver os exercícios e ler os comentários, pois, além de eu apro-
fundar o conteúdo e tratar de algumas questões adicionais, você adquirirá familiaridade com
as questões. De nada adianta um jogador de futebol ter lido muitos livros se não tiver familia-
ridade com a bola.
Seja como for, o ideal é você ler o restante da teoria, e não só o resumo, para, depois, ir
às questões.
O resumo desta aula é este:
• Vige o princípio da restitutio in integrum, segundo o qual o valor da indenização é a ex-
tensão do dano (art. 944, caput, CC);
• Havendo lei, o princípio acima pode ser afastado, como se dá no caso do art. 944, pará-
grafo único, do CC e no do art. 928, parágrafo único, do CC;
• A indenização por incapacidade laboral é regida pelo art. 950 do CC e envolve o dever de
pagar alimentos indenizativos, os quais podem ser pagos em parcela única na forma do
parágrafo único do art. 950 do CC;
• A indenização por morte é regida pelo art. 948 do CC e envolve o dever de pagar ali-
mentos indenizativos aos dependentes econômicos do falecido, sem possibilidade do
pagamento em parcela única desses alimentos;
• É plenamente admissível a cumulação da pensão devida a título de lucros cessantes
com a eventual percepção de benefício previdenciário pela vítima, pois ambas possuem
causas jurídicas diversas;
• Mudanças supervenientes nas condições podem implicar mudança no valor dos alimen-
tos indenizativos (§ 3º do art. 533 do CPC);
• Os danos presumidos, também chamados de danos in re ipsa, são os que não depen-
dem de prova adicional, pois já estão comprovados pelo fato em si, com base nas máxi-
mas da experiência.
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A regra é a responsabilidade subjetiva (art. 927, caput, CC) e é a fixação da indenização com
base na extensão do dano (e não na gravidade da culpa). Ademais, a teoria do risco integral é
excepcional.
Errado.
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enunciado n. 456/JDC2. O aludido princípio serve como uma diretriz na liquidação do dano. Na
indenização por dano moral, apesar de o bem da vida atingido ser imaterial (honra, imagem
e demais direitos da personalidade), a indenização deverá ser arbitrada de modo a atenuar a
lesão moral, seja mediante indenizações in natura (ex.: direito de resposta), seja por meio de
indenização pecuniária.
O princípio é uma diretriz dada ao operador do direito para, no caso concreto, arbitrar um
valor de indenização que, ao máximo, dentro das possibilidades fáticas, se aproxime do bem
da vida lesionado. Para o filósofo pré-socrático Heráclito, nunca é possível uma recomposição
perfeita de uma situação anterior, pois nunca é possível banhar-se duas vezes no mesmo rio
visto que a água já fluiu ou já se alterou. “Tudo flui3, nada persiste, nem permanece o mesmo”,
ensinava o pensador. Sob essa lógica, mesmo na indenização por dano material, é impossível
recompor, com perfeita exatidão, o status quo. Numa colisão de veículos que ocasione a perda
total, o dinheiro recebido como indenização para a aquisição de um novo veículo similar aten-
de ao princípio da reparação integral, embora, lembrando do velho Heráclito, não haja perfeita
identidade entre o novo veículo e o anterior.
Ressarcimento
Retorno ao estado anterior
Indenização mediante prestação in natura Natureza MATERIAL
ou pecuniária do bem lesionado
Reparação
(distinção terminológica
Não é apta a retornar ao Natureza IMATERIAL
para alguns) status quo do bem lesionado
Princípio da satisfação
Compensação compensatória
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Existem outras exceções ao princípio da reparação integral previsto no caput do art. 944 do CC.
Errado.
5
A propósito desse tema, com incursão na doutrina italiana (que trata da ideia de “liquidação equitativa”), portuguesa (que
cuida do tema nos arts. 496, n. 3, e 494 do Código Civil português, com semelhanças ao Código Civil brasileiro) e fran-
cesa (que, com base na Corte de Cassação, condena tentativas de tarifamento de indenizações), convém a leitura do voto
do Ministro Paulo de Tarso Sanseverino (STJ, REsp 959.780/ES, 3ª Turma, Rel. Ministro Paulo de Tarso Sanseverino, DJe
06/05/2011).
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É subsidiária
Responsabilidade Deve observar os parâmetros da
civil do INCAPAZ equidade e da sobrevivência do incapaz
O incapaz pode ser responsabilizado civilmente no sistema brasileiro, mas com as flexibi-
lizações do art. 928 do CC. Além de a sua responsabilidade ser subsidiária – pois ele só pode
ser condenado a indenizar se o seu representante não tiver recursos ou não tiver obrigação
legal –, o valor da indenização a ser paga pelo incapaz tem de observar dois parâmetros: equi-
dade e sobrevivência do incapaz (art. 928, parágrafo único, CC).
Isso significa que o valor da indenização a ser paga pelo incapaz não necessariamente
corresponderá à extensão do dano, mas poderá ser reduzida equitativamente pelo juiz e não
poderá comprometer a sobrevivência do incapaz.
A solução do sistema brasileiro é justa e razoável, pois concilia, de um lado, o fato de o
incapaz não ter plena capacidade de autodeterminação com o interesse da vítima em não ficar
sem reparação. O incapaz não é punido por crimes à luz do Código Penal, mas nada impede
que ele seja responsabilizado civilmente a indenizar o dano causado com as flexibilizações
previstas no Código Civil.
1.3.2. Art. 944, Parágrafo Único, CC: Desproporção entre Culpa e Dano
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gravidade da culpa e o dano; se a vítima tiver concorrido culposamente para o evento danoso,
a sua indenização será fixada tendo-se em conta a gravidade de sua culpa em confronto com
a do autor do dano.
Embora a questão esteja compatível com o art. 945 do CC quanto à culpa concorrente, con-
traria o parágrafo único do art. 944 do CC no tocante à redução proporcional da indenização.
Errado.
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Nos exemplos acima, se o dano tivesse sido causado propositalmente por um invejoso,
não se poderia aplicar aí a redução equitativa do art. 944, parágrafo único, do CC, pois o grau
de culpa aí não é manifesta proporcional em relação ao dano. Nesses casos, o valor da indeni-
zação do conserto da Ferrari ou da obra de arte deverá ser integral.
A cláusula geral de redução equitativa prevista no art. 944, parágrafo único, do CC se aplica
a qualquer tipo de responsabilidade civil, seja objetiva, seja subjetiva. Esse é o entendimento
majoritária com apoio do enunciado n. 480/JDC, que mudou entendimento anteriormente de-
positado no enunciado n. 46/CJF. De fato, na responsabilidade objetiva, embora a culpa não
seja relevante para definir o dever de indenizar, ela pode ser levada em conta para autorizar
a redução equitativa da indenização na hipótese de manifesta desproporção em relação ao
dano. Seja como for, há corrente doutrinária em sentido contrário8, afirmando que, na respon-
sabilidade objetiva, a redução equitativa do parágrafo único do art. 944 do CC não se estende
aos casos de responsabilidade objetiva em respeito à teoria do risco, que transfere todos os
riscos de danos ao responsável independentemente de sua culpa9.
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máximos exposto no art. 223-G, § 1º, da CLT de acordo com a intensidade da ofensa. A cons-
titucionalidade desse limite é duvidosa por dispensar tratamento discriminatório aos trabalha-
dores em relação aos demais indivíduos.
à culpa da vítima
Culpa
concorrente Se a culpa for EXCLUSIVA da vítima:
rompe o nexo e não há dever de
Conduta da vítima
indenizar
influi no nexo de
causalidade
A culpa concorrente ou culpa comum – assim entendida a situação em que há culpa tanto
da vítima quando do agente – implica a redução do valor da indenização proporcionalmente à
culpa da vítima (art. 945, CC). Essa redução poderá ser maior do que 50%, desde que mantenha
proporcionalidade com a participação causal da vítima na ocorrência do dano.
Não importa se a responsabilidade civil é objetiva ou subjetiva, pois a culpa concorrente
atinge o nexo de causalidade: a vítima causou parcialmente o dano e, por isso, só tem direito
a ser indenizada até o valor proporcional à participação do agente na produção do dano. De
fato, “a conduta da vítima pode ser fator atenuante do nexo de causalidade na responsabilida-
de civil objetiva” (Enunciado n. 459/JDC). Não importa, igualmente, o tipo de dano envolvido:
é admitida a redução da indenização por culpa concorrente em qualquer hipótese, mesmo em
se tratando de dano-morte10.
Essa redução proporcional está em sintonia com o princípio da restitutio in integrum, que
estabelece que a indenização deve corresponder ao dano que foi causado. Na culpa concor-
rente, o responsável só causou parte do dano e, portanto, à luz da restitutio in integrum, ele tem
de indenizar essa fatia da lesão. O nexo causal está ligado não apenas à conduta do agente,
mas também à conduta da vítima.
Se a culpa for exclusiva da vítima, significa que ela sozinha causou o dano, de modo que,
por falta de nexo de causalidade, não haverá dever de indenizar. Não importa que se trate de
responsabilidade objetiva, pois a culpa exclusiva da vítima rompe o nexo causal.
A culpa concorrente também se estende aos casos de contrato de transporte de pessoas
na forma do art. 738, parágrafo único, do CC: se a pessoa violou regras de segurança e, com
isso, contribuiu para o dano, o valor da indenização a ser paga pelo transportador deve ser
10
O STJ entende assim (veja inteiro teor do voto do Relator neste julgado: STJ, REsp 959.780/ES, 3ª Turma, Rel. Ministro Paulo
de Tarso Sanseverino, DJe 06/05/2011.
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implícito, pois a oficina, em momento algum, assumiu dever de guardar o caminhão. No máximo, o
que houve foi um contrato de mera cessão de espaço para estacionamento, o que não caracteriza
depósito e, portanto, afasta as regras do art. 627 e seguintes do CC. Portanto, temos que a solução
do precedente acima não foi a mais adequada. E lembramos que esse julgado é extremamente pe-
rigoso, pois servirá de estímulo a comportamentos egoístas por parte de donos de lojas, postos de
gasolina, oficinas e outros locais com espaço de estacionamento gratuito às margens das estradas,
de modo que os caminhoneiros poderão não mais contar com a benevolência dessas pessoas, que
não haverão de querer assumir um risco tão oneroso em razão de assaltos. O julgado do STJ pune
o generoso, ainda que parcialmente.
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computador novinho, ainda embalado, que teria de ser restituído ao Manoel a daqui dois dias.
Aí João tem uma obrigação de restituir coisa fungível (o computador embalado é fungível).
Nesse caso, é direito do João entregar, no dia do vencimento, outro computador novinho, em-
balado, com as mesmas características, pois se trata de adimplemento de uma obrigação de
dar coisa fungível. Não há aí responsabilidade civil, pois inexistiu descumprimento de qualquer
obrigação.
Despesas com
tratamento
Se houver recuperação = o que
médico
deixou de lucrar em razão da lesão
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Caso de Morte
Baseada em presunções
indenizativa
no caso de Devida aos Será paga até os 25 anos
filhos
morte
Família de baixa renda: presume a dependência econômica
dos pais em relação aos filhos
Devida aos Se não exercia atividade remunerada, será fixada com base
pais no salário mínimo
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No caso de falecimento do pai ou da mãe, a pensão devida aos filhos supérstites deverá
durar até eles completarem 25 anos, dada a presunção de que, com essa idade, o filho não
haveria mais de depender do pai, se vivo estivesse. Excepciona-se essa regra se os filhos pa-
decerem de alguma deficiência física ou mental (STJ, REsp 860.221/RJ, 4ª Turma, Rel. Min.
Luis Felipe Salomão, DJe 02/06/2011; AgRg no REsp 1388266/SC, 2ª Turma, Rel. Min. Hum-
berto Martins, DJe 16/05/2016; REsp 970.640/MG, 3ª Turma, Rel. Ministra Nancy Andrighi, DJe
01/07/2010).
Na hipótese de pais dependentes econômicos do filho falecido, a pensão devida a eles será
de 2/3 dos ganhos da vítima fatal até a data em que o finado completaria 25 anos, quando,
então, o valor reduzirá para 1/3, em razão da presunção de que o falecido constituiria família
e reduziria a assistência aos seus dependentes. Nessa mesma situação, se o filho vitimado
não exercia atividade remunerada, a pensão levará em conta o salário-mínimo, pois esse seria
presumidamente o ganho da vítima (Súmula n. 491/STF: “É indenizável o acidente que cause
a morte de filho menor, ainda que não exerça trabalho remunerado”). No caso de família de
baixa renda, há presunção relativa de dependência econômica dos pais em relação aos filhos
vitimados (STJ, AgRg no REsp 976.872/PE, 4ª Turma, Rel. Ministra Maria Isabel Gallotti, DJe
28/02/2012; STJ, REsp 721.091/SP, 4ª Turma, Rel. Min. Jorge Scartezzini, DJ 01/02/2006).
No caso de morte do companheiro ou cônjuge, o consorte sobrevivente tem direito a pen-
são no valor de 2/3 do salário percebido (ou do salário-mínimo, se vítima não exercia trabalho
remunerado) até a data provável de vida da vítima (STJ, REsp 853.921/RJ, 4ª Turma, Rel. Min.
João Otávio de Noronha, DJe 24/05/2010).
Em qualquer uma dessas hipóteses, a pensão se extinguirá com um dos seguintes marcos,
o que ocorrer primeiro: a morte do pensionista ou o advento da data em que a vítima comple-
taria a idade média de vida dos brasileiros. De fato, a duração da pensão nunca poderá ir além
da data provável de vida da vítima se viva estivesse. No ano de 2010, a expectativa de vida
girava em torno de 73 anos (Tatuce, 2013, p. 383). O STJ entende que a jurisprudência deve
acompanhar a evolução dos indicadores demográficos e deve aplicar a tabela de expectativa
de vida dos brasileiros elaborada pela Previdência Social (STJ, REsp 885.126/RS, 3ª Turma, Rel.
Ministra Nancy Andrighi, DJe 10/03/2008).
Há precedentes posteriores a 2010 do STJ fixando que a data em que a vítima comple-
taria 65 anos seria como o marco final da pensão (STJ, AgRg no Ag 1217064/RJ, 4ª Turma,
Rel. Ministra Maria Isabel Gallotti, DJe 08/05/2013; AgRg no Ag 1132842/RS, 4ª Turma, Rel.
Min. Luis Felipe Salomão, DJe 20/06/2012). Seja como for, o magistrado deverá estar atento
às particularidades do caso concreto, como na hipótese de a vítima ter falecido com idade
superior à expectativa média de vida dos brasileiros (STJ, REsp 72.793/SP, 4ª Turma, Rel. Min.
Aldir Passarinho Junior, Rel. p/ acórdão Sálvio de Figueiredo Teixeira, DJ 06/11/2000). Além do
mais, entendemos que deverá ser levada em conta a expectativa média de vida dos brasileiros
à época do falecimento da vítima, e não à época do julgamento da causa.
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Novo casamento da viúva que recebe alimentos indenizativos pela morte do ex-marido não
extingue pensão, pois, além de o casamento não cessar as necessidades financeiras da viúva
e de inexistir previsão legal contrária, tal solução desestimularia o exercício de um direito fun-
damental da viúva de dar curso à sua vida familiar, que havia sido transtornada com o ato ilícito
do alimentante (STJ, REsp 100.927/RS, 4ª Turma, Rel. Min. Cesar Asfor Rocha, DJ 15/10/2001).
Quanto ao ganho da vítima – que é o valor de referência para a definição do valor da pen-
são alimentícia –, devem-se levar em conta na pensão os valores do FGTS e décimo terceiro
salário, além das férias, se a vítima era trabalhadora assalariada. Se ela era autônoma, são
indevidas essas verbas (STJ, REsp 731.527/SP, 4ª Turma, Rel. Min. Aldir Passarinho Junior, DJe
17/08/2009; Tartuce, 2013, p. 383).
E, no caso de autônomos, o ganho da vítima deve ser o lucro líquido que ela percebia
com sua atividade, de maneira que se deve reduzir de sua remuneração os valores presu-
midamente gastos com insumos da sua atividade profissional (TJDFT, Acórdão n. 532119,
20080810022785APC, 2ª Turma Cível, Rel. Des. J. J. Costa Carvalho, DJE: 02/09/2011).
É possível que o pagamento da indenização seja feita de uma só vez na forma do parágrafo
único do art. 950 do CC.
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É admitida a fixação da pensão em salário-mínimo, conforme art. 533, § 4º, do CPC. Toda-
via, não poderá haver a aplicação da correção monetária, sob pena de ocorrer bis in idem (STJ,
REsp 302.529/RJ, 4ª Turma, Rel. Min. Barros Monteiro, DJ 13/12/2004).
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pagamento
“Constituição de capital” pode
dos alimentos Fiança bancária ser dispensada
indenizativos ou garantia real
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“Possibilidade do devedor” é
levada em conta? Em regra, não, mas há exceções
Aluno(a) e minha amiga, temos um tema importante que não foi totalmente enfrentado
pela jurisprudência, mas que cai em prova.
Veja!
O § 3º do art. 533 do CPC admite a modificação do valor dos alimentos se sobrevier “mo-
dificação nas condições econômicas”. O arbitramento dos alimentos indenizativos não leva
em conta a possibilidade financeira do devedor, ao contrário do que sucede com os alimentos
familiares (os de Direito de Família, que se baseiam no binômio necessidade-possibilidade,
conforme art. 1.694, § 1º, CC). Os alimentos indenizativos baseiam-se no princípio da repara-
ção integral.
Assim, em princípio, as mudanças nas condições econômicas que podem gerar aumento
ou redução do valor da pensão alimentícia diz respeito ao aumento ou à redução dos gastos
que a vítima tem.
Todavia, entendemos que, excepcionalmente, a possibilidade do devedor poderá ser levada
em conta no arbitramento do valor da pensão alimentícia, em situações excepcionais em que
as condição econômica do devedor é manifestamente irrisória para arcar com os alimentos,
o juiz poderá arbitrá-los em valor menor em patamar que garanta uma subsistência digna ao
devedor. O fundamento é a aplicação analógica do parágrafo único do art. 944 do CC. Nesse
caso, se o devedor vier a prosperar financeiramente, esse aumento da sua condição econô-
mica autorizaria o aumento da pensão alimentícia (art. 533, § 3º, do CPC), de modo a que o
devedor venha a arcar com a integralidade do dano causado em nome do princípio da repara-
ção integral (STJ, REsp 913.431/RJ, 3ª Turma, Rel. Ministra Nancy Andrighi, DJe 26/11/2008).
Pessoalmente, com base na vedação do enriquecimento sem causa e no princípio da repara-
ção integral, entendemos que, se essa prosperidade superveniente for expressiva, o juiz pode-
rá majorar a pensão alimentícia além do valor efetivamente devido até compensar o período
durante o qual o alimentante pagou pensão abaixo da que seria efetivamente devida.
O inverso também é verdadeiro: se o devedor vier a naufragar financeiramente, a pensão
alimentícia indenizativa poderá vir a ser reduzida por conta da diminuição de sua possibilidade
por força do art. 533, § 3º, do CPC, da incidência analógica do art. 944, parágrafo único, do CC
e do princípio da dignidade da pessoa humana (STJ, REsp 913.431/RJ, 3ª Turma, Rel. Ministra
Nancy Andrighi, DJe 26/11/2008).
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A conveniência será
analisada pelo juiz
Substituição
Não basta a mera
da pensão Art. 950, vontade da vítima
Quem fica incapaz para o trabalho (ex.: paralítico) tem direito a exigir, entre outras parcelas
indenizatórias, uma pensão alimentícia que ressarça o que ele percebia como remuneração
pelo trabalho. Acontece que o parágrafo único do art. 950 do CC permite que, no lugar de o
devedor pagar pensão alimentícia mensalmente até a morte da vítima, é possível que o juiz fixe
um valor único, como forma de a vítima possa, com esse capital, iniciar algum outro negócio
compatível com a sua incapacidade física. O STJ entende que essa conversão da prestação
mensal (pensão alimentícia) em uma prestação única não depende de mera vontade da víti-
ma. O juiz tem de analisar, em cada caso concreto, a conveniência da aplicação dessa regra
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Responsabilidade Civil – Parte III
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que autoriza a estipulação de parcela única, evitando não apenas o risco de inadimplência
do devedor ao longo dos anos – o que comprometeria a satisfação do crédito –, mas tam-
bém que essa alternativa seja demasiadamente onerosa ao devedor e cause-lhe a ruína (STJ,
REsp 1349968/DF, 3ª Turma, Rel. Ministro Marco Aurélio Bellizze, DJe 04/05/2015; TST, E-RR
- 76200-43.2006.5.20.0006, Subseção I Especializada em Dissídios Individuais, Rel. Min. João
Batista Brito Pereira, DJe 05/10/2012).
Caso de Morte
A substituição da pensão alimentícia indenizativa por uma prestação única não pode ser
aplicada para casos de morte, mas apenas para os de incapacidade laboral por dois motivos:
(1) o art. 950, parágrafo único, do CC só prevê essa opção para hipóteses de incapacidade la-
boral; e (2) a finalidade dessa alternativa é propiciar que a vítima direta continue a ter uma vida
profissional usando a prestação única para começar uma nova atividade profissional, situação
que não ocorre no caso de morte, em que o pensionista será um dependente econômico do
falecido (STJ, REsp 1045775/ES, 3ª Turma, Rel. Ministro Massami Uyeda, DJe 04/08/2009).
Dano Dispensa a
Basta o mero FATO
produção de outras
presumido
provas
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eram verdadeiros. Nessa situação hipotética, (...) Lucas não faz jus ao recebimento de indeni-
zação por dano moral, tendo em vista não estar conscientemente sujeito a dor ou sofrimento
psíquico devido à significativa perda de discernimento.
O gabarito é errado, pois o dano moral é a violação do direito da personalidade; a dor ou a tris-
teza são meras consequências dessa violação. A honra de Lucas foi atingida; é irrelevante se
ele “chorou”, “gritou”, “ficou com depressão”. No máximo, esses efeitos podem ser levados em
conta para majorar o valor da indenização. Além do mais, o fato relatado na questão represen-
ta um dano moral presumido, pois, à luz das máximas, é possível presumir que clonagem do
cartão atinge direito da personalidade.
Errado.
O gabarito é “correto”, porque se trata de um caso de dano moral presumido nos termos da
Súmula n. 388/STJ (“Simples devolução indevida de cheque caracteriza dano moral”).
Certo.
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QUESTÕES DE CONCURSO
009. (VUNESP/ADVOGADO/EBSERH/2020/ADAPTADA) A indenização mede-se pela exten-
são do dano e não pode ser reduzida pelo juiz, mesmo havendo excessiva desproporção entre
a gravidade da culpa e o dano.
Art. 928. O incapaz responde pelos prejuízos que causar, se as pessoas por ele responsáveis não
tiverem obrigação de fazê-lo ou não dispuserem de meios suficientes.
Parágrafo único. A indenização prevista neste artigo, que deverá ser equitativa, não terá lugar se
privar do necessário o incapaz ou as pessoas que dele dependem.
Art. 944. A indenização mede-se pela extensão do dano.
Parágrafo único. Se houver excessiva desproporção entre a gravidade da culpa e o dano, poderá o
juiz reduzir, equitativamente, a indenização.
Errado.
Ao contrário do dito na questão, a gradação da culpa como critério de equidade foi adotada de
modo excepcional em alguns casos, a exemplo da hipótese do art. 944, parágrafo único, do CC.
A regra, porém, é que a gradação da culpa é irrelevante para o valor da indenização.
Errado.
A regra é que o grau de culpa é irrelevante para o dever de indenizar: mesmo a culpa levíssima
gera esse dever.
Errado.
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Art. 945. Se a vítima tiver concorrido culposamente para o evento danoso, a sua indenização será
fixada tendo-se em conta a gravidade de sua culpa em confronto com a do autor do dano.
Certo.
Art. 952. Havendo usurpação ou esbulho do alheio, além da restituição da coisa, a indenização con-
sistirá em pagar o valor das suas deteriorações e o devido a título de lucros cessantes; faltando a
coisa, dever-se-á reembolsar o seu equivalente ao prejudicado.
Parágrafo único. Para se restituir o equivalente, quando não exista a própria coisa, estimar-se-á ela
pelo seu preço ordinário e pelo de afeição, contanto que este não se avantaje àquele.
Certo.
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Art. 954. A indenização por ofensa à liberdade pessoal consistirá no pagamento das perdas e da-
nos que sobrevierem ao ofendido, e se este não puder provar prejuízo, tem aplicação o disposto no
parágrafo único do artigo antecedente.
Parágrafo único. Consideram-se ofensivos da liberdade pessoal:
I – o cárcere privado;
II – a prisão por queixa ou denúncia falsa e de má-fé;
III – a prisão ilegal.
Certo.
Ao contrário do dito no final da questão, há sim direitos a lucros cessantes. É o art. 949 do CC:
Art. 949. No caso de lesão ou outra ofensa à saúde, o ofensor indenizará o ofendido das despesas
do tratamento e dos lucros cessantes até ao fim da convalescença, além de algum outro prejuízo
que o ofendido prove haver sofrido.
Errado.
A pensão pode ser paga de uma só vez sim, ao contrário do dito na questão. É o parágrafo
único do art. 950 do CC:
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Art. 950. Se da ofensa resultar defeito pelo qual o ofendido não possa exercer o seu ofício ou profis-
são, ou se lhe diminua a capacidade de trabalho, a indenização, além das despesas do tratamento
e lucros cessantes até ao fim da convalescença, incluirá pensão correspondente à importância do
trabalho para que se inabilitou, ou da depreciação que ele sofreu.
Parágrafo único. O prejudicado, se preferir, poderá exigir que a indenização seja arbitrada e paga de
uma só vez.
Errado.
A questão está mal redigida. Seja como for, há dois motivos para o gabarito ter vindo como
“errado”: (1) a conjunção “ou” foi utilizada indevidamente: a vítima pode pedir danos morais e
pensão alimentícia; e (2) a pensão alimentícia é equivalente à importância do trabalho para o
qual se inabilitou ou da depreciação sofrida, conforme art. 950 do CC.
Errado.
A indenização tem de ser integral (art. 944, caput, do CC), o que exige que todos os danos so-
fridos pela vítima sejam ressarcidos, com inclusão das despesas de tratamento.
Certo.
Art. 948. No caso de homicídio, a indenização consiste, sem excluir outras reparações:
I – no pagamento das despesas com o tratamento da vítima, seu funeral e o luto da família;
II – na prestação de alimentos às pessoas a quem o morto os devia, levando-se em conta a duração
provável da vida da vítima.
Certo.
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Súmula n. 370/STJ
Caracteriza dano moral a apresentação antecipada de cheque pré-datado.
Súmula n. 388/STJ
A simples devolução indevida de cheque caracteriza dano moral.
Errado.
É a Súmula º 370/STJ.
Certo.
É a Súmula n. 385/STJ
11
Rectius, enunciados da Súmula do STJ.
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Da anotação irregular em cadastro de proteção ao crédito, não cabe indenização por dano
moral, quando preexistente legítima inscrição, ressalvado o direito ao cancelamento.
Certo.
Não há dano moral presumido (= in re ipsa) para o simples atraso de voo. É necessário que o
passageiro faça prova de elementos que comprovem o dano moral. Veja este julgado do STJ:
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do dano moral, exigindo-se, por conseguinte, a prova, por parte do passageiro, da lesão
extrapatrimonial sofrida.
6. Sem dúvida, as circunstâncias que envolvem o caso concreto servirão de baliza para
a possível comprovação e a consequente constatação da ocorrência do dano moral. A
exemplo, pode-se citar particularidades a serem observadas: i) a averiguação acerca do
tempo que se levou para a solução do problema, isto é, a real duração do atraso; ii) se a
companhia aérea ofertou alternativas para melhor atender aos passageiros; iii) se foram
prestadas a tempo e modo informações claras e precisas por parte da companhia aérea
a fim de amenizar os desconfortos inerentes à ocasião; iv) se foi oferecido suporte mate-
rial (alimentação, hospedagem, etc.) quando o atraso for considerável; v) se o passa-
geiro, devido ao atraso da aeronave, acabou por perder compromisso inadiável no des-
tino, dentre outros.
7. Na hipótese, não foi invocado nenhum fato extraordinário que tenha ofendido o âmago
da personalidade do recorrente. Via de consequência, não há como se falar em abalo
moral indenizável.
8. Quanto ao pleito de majoração do valor a título de danos morais, arbitrado em virtude
do extravio de bagagem, tem-se que a alteração do valor fixado a título de compensa-
ção dos danos morais somente é possível, em recurso especial, nas hipóteses em que
a quantia estipulada pelo Tribunal de origem revela-se irrisória ou exagerada, o que não
ocorreu na espécie, tendo em vista que foi fixado em R$ 5.000,00 (cinco mil reais).
9. Recurso especial parcialmente conhecido e, nessa extensão, não provido.
(REsp 1584465/MG, Rel. Ministra NANCY ANDRIGHI, TERCEIRA TURMA, julgado em
13/11/2018, DJe 21/11/2018)
Certo.
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STJ admite indenização por dano moral em favor do nascituro em decorrência da morte do
pai. Veja:
Errado.
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O dano moral aí é presumido (in re ipsa), de modo que não há necessidade de prova de dor e
sofrimento. O fato, porém, de o nascituro não ter conhecido o pai pode influenciar no valor da
indenização, que deverá ser menor. Veja este julgado:
Certo.
A tese da “culpa contra legalidade” apenas gera uma presunção relativa de culpa pelo dano
contra aquele que, após violar uma norma jurídica, causou um dano. Há, pois, uma inversão
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do ônus da prova em desfavor do infrator. Admite-se, no entanto, que ele produza prova em
sentido contrário. Por isso, a questão está errada, pois, ao contrário do dito na questão, a dis-
cussão acerca da prova da culpa não é afastada pela tese da “culpa contra a legalidade”, mas
apenas é flexibilizada para carrear ao infrator o ônus de provar que não teve culpa ou dolo na
ocorrência do dano.
Certo.
Art. 940, CC. Aquele que demandar por dívida já paga, no todo ou em parte, sem ressalvar as quan-
tias recebidas ou pedir mais do que for devido, ficará obrigado a pagar ao devedor, no primeiro caso,
o dobro do que houver cobrado e, no segundo, o equivalente do que dele exigir, salvo se houver
prescrição.
Súmula n. 159/STF: “Cobrança excessiva, mas de boa-fé, não dá lugar às sanções do art.
1.531 do Código Civil”.
RECURSOS ESPECIAIS - DEMANDA POSTULANDO A DECLARAÇÃO DE INCIDÊNCIA DE
CORREÇÃO MONETÁRIA SOBRE AS PARCELAS PAGAS A CONSÓRCIO E A RESPECTIVA
RESTITUIÇÃO DOS VALORES - ACÓRDÃO ESTADUAL QUE (...) APLICOU A SANÇÃO PRE-
VISTA NO ARTIGO 1.531 DO CÓDIGO CIVIL DE 1916 (ATUAL ARTIGO 940 DO CÓDIGO
CIVIL DE 2002) EM DETRIMENTO DO DEMANDANTE QUE NÃO RESSALVARA OS VALO-
RES RECEBIDOS.
(...)
1.1. Controvérsia submetida ao rito dos recursos repetitivos (artigo 543-C do CPC): A apli-
cação da sanção civil do pagamento em dobro por cobrança judicial de dívida já adimplida
(cominação encartada no artigo 1.531 do Código Civil de 1916, reproduzida no artigo 940
do Código Civil de 2002) pode ser postulada pelo réu na própria defesa, independendo
da propositura de ação autônoma ou do manejo de reconvenção, sendo imprescindível a
demonstração de má-fé do credor.
(...)
3. Recursos especiais desprovidos. Vencido o relator na parte em que dava provimento
ao apelo extremo da administradora do consórcio, a fim de determinar a incidência dos
juros de mora a partir da citação.
(REsp 1111270/PR, Rel. Ministro MARCO BUZZI, SEGUNDA SEÇÃO, DJe 16/02/2016)
Errado.
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É o entendimento do STJ (REsp 1111270/PR, Rel. Ministro MARCO BUZZI, SEGUNDA SEÇÃO,
DJe 16/02/2016).
Certo.
É risco da atividade da instituição financeira a ocorrência de danos aos clientes por clonagens
de cartões magnéticos, de maneira que esse fato não é idôneo a romper o nexo causal nem a
afastar a responsabilidade civil objetiva da instituição financeira. Trata-se de um fortuito inter-
no. Trata-se da Súmula n. 479/STJ:
As instituições financeiras respondem objetivamente pelos danos gerados por fortuito interno
relativo a fraudes e delitos praticados por terceiros no âmbito de operações bancárias.
Errado.
No caso de responsabilidade civil extracontratual, o termo inicial dos juros de mora é a data do
evento danoso, e não da citação, conforme art. 398 do CC e Súmula n. 54/STJ:
Art. 398. Nas obrigações provenientes de ato ilícito, considera-se o devedor em mora, desde que o
praticou.
Súmula n. 54/STJ: Os juros moratórios fluem a partir do evento danoso, em caso de res-
ponsabilidade extracontratual.
Errado.
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A questão não está bem redigida, mas é possível intuir que, ao afirmar que não é possível quan-
tificar a extensão do dano, a questão quer dizer que, embora haja um dano, a sua mensuração
dependeria de diligências adicionais. Em outras palavras, a questão quis dizer que há um dano
(= há o an debeatur, ou seja, a existência da dívida), mas ele não está quantificado de antemão
(= não há o quantum debeatur). Sob essa ótica, a questão é errada, pois aí se terá uma obriga-
ção indeterminada, que, segundo o art. 946 do CC, exige uma apuração do valor das perdas
e danos pelas vias cabíveis na legislação processual, que prevê procedimentos de liquidação
de sentença.
Fique claro, porém, que, se não houvesse dano algum, não haveria responsabilidade civil, pois
a existência de dano é pressuposto da responsabilidade civil. Não foi isso, porém, que o exa-
minador quis dizer.
Veja o art. 946 do CC:
Art. 946. Se a obrigação for indeterminada, e não houver na lei ou no contrato disposição fixando
a indenização devida pelo inadimplente, apurar-se-á o valor das perdas e danos na forma que a lei
processual determinar.
Errado.
É a jurisprudência do STJ:
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atendida” (REsp n. 993.936/RJ, Relator Ministro LUIS FELIPE SALOMÃO, QUARTA TURMA,
julgado em 27/3/2012, DJe 23/4/2012). 2. O recurso especial não comporta exame de
questões que impliquem revolvimento do contexto fático-probatório dos autos, a teor do
que dispõe a Súmula n. 7 do STJ.
3. No caso concreto, o Tribunal de origem examinou os elementos fáticos dos autos para
concluir que inexistiam chances concretas de êxito do recurso apresentado intempesti-
vamente. Dessa forma, a alteração do acórdão recorrido exigiria reexame da prova dos
autos, inviável em recurso especial, nos termos da súmula mencionada.
4. Agravo interno a que se nega provimento.
(AgInt no AREsp 878.524/SP, Rel. Ministro ANTONIO CARLOS FERREIRA, QUARTA TURMA,
julgado em 16/05/2019, DJe 23/05/2019)
CIVIL. RECURSO ESPECIAL. AÇÃO DE COMPENSAÇÃO POR DANOS MORAIS. ERRO
MÉDICO. APLICAÇÃO DA TEORIA DA PERDA DE UMA CHANCE. POSSIBILIDADE.
ERRO GROSSEIRO. NEGLIGÊNCIA. AUSÊNCIA. 1. Ação ajuizada em 14/11/2003. Recur-
sos especiais atribuídos ao gabinete em 25/08/2016.
Julgamento: CPC/73.
2. O propósito recursal consiste em verificar a ocorrência de erro médico, em razão de
negligência, imprudência ou imperícia, passível de condenação em compensar dano
moral.
3. A teoria da perda de uma chance pode ser utilizada como critério para a apuração de
responsabilidade civil, ocasionada por erro médico, na hipótese em que o erro tenha redu-
zido possibilidades concretas e reais de cura de paciente. Precedentes.
4. A visão tradicional da responsabilidade civil subjetiva; na qual é imprescindível a
demonstração do dano, do ato ilícito e do nexo de causalidade entre o dano sofrido pela
vítima e o ato praticado pelo sujeito; não é mitigada na teoria da perda de uma chance.
Presentes a conduta do médico, omissiva ou comissiva, e o comprometimento real da
possibilidade de cura do paciente, presente o nexo causal.
5. A apreciação do erro de diagnóstico por parte do juiz deve ser cautelosa, com tônica
especial quando os métodos científicos são discutíveis ou sujeitos a dúvidas, pois nesses
casos o erro profissional não pode ser considerado imperícia, imprudência ou negligên-
cia.
6. Na espécie, a perda de uma chance remota ou improvável de saúde da paciente que
recebeu alta hospitalar, em vez da internação, não constitui erro médico passível de com-
pensação, sobretudo quando constatado que a sua morte foi um evento raro e extraordi-
nário ligado à ciência médica.
7. Recurso especial interposto pelo médico conhecido e provido.
Recurso especial interposto pelos genitores julgado prejudicado.
(REsp 1662338/SP, Rel. Ministra NANCY ANDRIGHI, TERCEIRA TURMA, julgado em
12/12/2017, DJe 02/02/2018)
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No tocante ao dano moral, a presunção decorre do fato de que a morte de familiar é conside-
rado dano moral presumido. No tocante ao dano material, há essa presunção em razão das
regras da experiência: a experiência demonstra que esse filho menor acabaria por auxiliar fi-
nanceiramente a família no futuro. Por isso, é devido a fixação de pensão alimentícia em favor
dos pais nesse caso. Veja estes julgados do STJ:
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Certo.
Art. 734. O transportador responde pelos danos causados às pessoas transportadas e suas baga-
gens, salvo motivo de força maior, sendo nula qualquer cláusula excludente da responsabilidade.
Parágrafo único. É lícito ao transportador exigir a declaração do valor da bagagem a fim de fixar o
limite da indenização.
Errado.
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GABARITO
9. E 20. C 31. C
10. E 21. C 32. E
11. E 22. E 33. C
12. C 23. E 34. E
13. C 24. C 35. E
14. C 25. E 36. E
15. C 26. C 37. C
16. C 27. E 38. C
17. E 28. C 39. E
18. E 29. E
19. E 30. C
Carlos Elias
Consultor Legislativo do Senado Federal em Direito Civil, Processo Civil e Direito Agrário (único aprovado no
concurso de 2012). Advogado. Professor em cursos de graduação, de pós-graduação e de preparação para
concursos públicos em Brasília, Goiânia e São Paulo. Ex-membro da Advocacia-Geral da União (Advogado
da União). Ex-Assessor de Ministro do STJ. Ex-técnico judiciário do STJ. Doutorando e Mestre em Direito
pela Universidade de Brasília (UnB). Bacharel em Direito na UnB (1º lugar em Direito no vestibular da UnB
de 2002). Pós-graduado em Direito Notarial e de Registro. Pós-Graduado em Direito Público. Membro do
Conselho Editorial da Revista de Direito Civil Contemporâneo.
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