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Colégio de Santo André

Observação de cortes histológicos


de ovários e testículos de coelho

Trabalho realizado no âmbito da disciplina de biologia

Trabalho elaborado por:

Ana Margarida Batista nº2, 12ºB

Beatriz Lorena nº2, 12ºC

Carolina Correia nº3, 12ºC

Marisa Almeida nº14, 12ºC

Venda do Pinheiro, 2023/2024

1
Índice

Índice de figuras ........................................................................................................... 3

Resumo ........................................................................................................................ 4

Introdução..................................................................................................................... 5

Enquadramento teórico ............................................................................................. 5

Gametogénese ...................................................................................................... 6

Espermatogénese.................................................................................................. 6

Oogénese .............................................................................................................. 9

Material ....................................................................................................................... 16

Procedimento experimental ........................................................................................ 17

Registo dos resultados ............................................................................................... 18

Discussão dos resultados ........................................................................................... 19

Conclusão................................................................................................................... 21

2
Índice de figuras

Figura 1: Corte parcial de um testículo, mostrando os túbulos seminíferos. .................. 7


Figura 2: Esquema da espermatogénese. .................................................................... 8
Figura 3: Estrutura do espermatozoide. ........................................................................ 9
Figura 4: Sistema reprodutor feminino. ....................................................................... 10
Figura 5: Esquema da oogénese. ............................................................................... 11
Figura 6: Folículo primordial. ....................................................................................... 12
Figura 7: Folículo primário. ......................................................................................... 13
Figura 8: Folículo secundário. ..................................................................................... 13
Figura 9: Folículo de Graaf ......................................................................................... 14
Figura 10: Corpo lúteo ou amarelo.............................................................................. 14
Figura 11: Corte histológico de ovário de coelha (ampliação total de 40x). ................. 19
Figura 12: Folículos em diferentes fases (ampliação total de 100x) ............................ 19
Figura 13: Folículo primário (ampliação total de 400x) ................................................ 20
Figura 14: Oócito I (ampliação total de 1000x) ............................................................ 20
Figura 15: Folículo de Graaf (ampliação total de 40x) ................................................. 21
Figura 16: Corpo lúteo ou corpo amarelo (ampliação total de 40x) ............................. 21
Figura 17: Corte histológico de testículo de coelho (ampliação total de 40x) .............. 22
Figura 18: Corte histológico de testículo de coelho (ampliação total de 100x) ............ 23
Figura 19: Corte transversal de um túbulo seminífero (ampliação total de 400x) ........ 23
Figura 20: Corte de túbulo seminífero (ampliação total de 1000x) .............................. 23

3
Resumo

Realizado no âmbito da disciplina de Biologia, este trabalho tem como principal


objetivo a observação microscópica de preparações definitivas de gónadas femininas
(ovários) de coelha e masculinas (testículos) de coelho, e a identificação das estruturas
que os constituem bem como das células nas diferentes fases de desenvolvimento. No
laboratório foi possível reconhecer diversas células germinativas, que estão na origem
dos gâmetas e as estruturas que permitem a sua formação. A análise realizada permite-
nos compreender melhor os processos de gametogénese, indispensáveis à reprodução
dos seres vivos e à continuidade das espécies. Os resultados obtidos foram ao encontro
dos objetivos estabelecidos, tendo sido possível pôr em prática os conhecimentos ad-
quiridos em aula sobre a constituição e o funcionamento das gónadas e a formação de
gâmetas.

4
Introdução

No âmbito da disciplina de Biologia, foi proposto a elaboração de um relatório


científico sob a atividade experimental relativa à observação microscópica de
preparações definitivas de espermatozoides e de cortes histológicos de testículos e
ovários de coelho/a.

Esta atividade tem como principal objetivo a observação de células nas


diferentes fases de desenvolvimento dos processos de espermatogénese e oogénese
bem como a identificação das estruturas internas que constituem as gónadas
masculinas e femininas.

Para uma melhor estruturação do relatório, dividiu-se o trabalho nas seguintes


partes: introdução, que integra uma fundamentação teórica subjacente à realização da
atividade experimental em causa; enumeração dos materiais utilizados; procedimento
experimental; resultados obtidos; discussão dos resultados e, por fim, a conclusão.

Enquadramento teórico

A reprodução é altamente relevante para todos os seres vivos, na medida em


que permite o desenvolvimento de novas gerações e a continuidade das espécies. Para
este propósito existem dois tipos de reprodução: a reprodução sexuada e assexuada.
Neste relatório é abordada, indiretamente, a reprodução sexuada, que exige a
intervenção dos órgãos dos sistemas reprodutores masculino e feminino. As gónadas,
que pertencem a estes sistemas, são sobretudo responsáveis pela formação de
gâmetas – gametogénese – que ao se encontrarem e fundirem vão dar origem a um
novo ser. Consoante o género do indivíduo este processo, que ocorre nas células da
linha germinativa, pode ser denominado por espermatogénese – processo de formação
de espermatozoides nos seres de sexo masculino – e oogénese – processo de formação
de oócitos nos seres de sexo feminino.

5
Gametogénese

A gametogénese é o conjunto de processos que ocorrem nas células da linha


germinativa e que conduzem à formação de gâmetas (oócitos e espermatozoides). Este
processo pode ser denominado oogénese (formação de oócitos nos seres de sexo
feminino) ou espermatogénese (processo de formação de espermatozoides nos seres
de sexo masculino). Este procedimento ocorre nas gónadas, ovários e testículos,
respetivamente, e envolve fenómenos de meiose, ou seja, uma divisão celular em que
há redução do número de cromossomas para metade. Assim, os gâmetas são células
haploides (n), pelo que o ser humano tem 23 cromossomas.

Espermatogénese

Os testículos são as gónadas masculinas, que se encontram protegidos nos


sacos ou bolsas escrotais, que por sua vez se encontram fora da cavidade abdominal.
Estas estruturas estão divididas por septos radiais, separando os lóbulos testiculares.
Nestes lóbulos existem até 4 túbulos seminíferos enovelados e muito vascularizados,
onde são produzidos os espermatozoides e células de Leydig, que produzem hormonas
masculinas como a testosterona. Os testículos desenvolvem-se no exterior do abdómen
e descem, pouco antes do nascimento, para o escroto onde a temperatura é cerca de
35°C (um pouco abaixo da temperatura normal do corpo), ideal à formação dos
espermatozoides.

Figura 1: Corte parcial de um testículo, mostrando os


túbulos seminíferos.

6
A espermatogénese ocorre, por isso, nos túbulos seminíferos dos testículos.
Inicia-se na puberdade e é contínua até ao fim da vida. Os túbulos seminíferos contêm
dois tipos de células, as células germinativas, em diferentes estádios de
desenvolvimento, e as células de Sertoli. Estas são células de grandes dimensões,
volumosas, que se prolongam desde a periferia até ao lúmen do túbulo seminífero. As
células de Sertoli recebem testosterona, para a qual possuem recetores e é responsável
pelos caracteres sexuais secundários, produzida pelas células de Leydig, e controlam o
processo de espermatogénese. Contribuem também para a nutrição e sustentação das
células germinativas.

O desenvolvimento dos espermatozoides é um processo centrípeto, pelo que


ocorre da periferia para o centro do túbulo seminífero, através das diferentes fases da
espermatogénese:

Multiplicação: as espermatogónias, células diploides (2n) que se localizam na periferia


dos túbulos seminíferos, dividem-se continuamente por mitoses sucessivas,
aumentando em número. De cada duas espermatogónias formadas, uma prossegue a
espermatogénese e a outra continua o processo por sucessivas divisões mitóticas,
garantindo assim, a sua manutenção nos túbulos seminíferos e a produção constante
de espermatozoides.

Crescimento: consiste num aumento de volume da espermatogónia devido à síntese e


acumulação de substâncias de reservas nutritivas, assim designando-se por
espermatócito I (2n).

Maturação: os espermatócitos I sofrem a primeira divisão da meiose e dão origem a dois


espermatócitos II, duas células haploides (n), nas quais cada crossoma tem dois
cromatídios. Cada um dos espermatócitos sofre a segunda divisão meiótica e dá origem
a dois espermatídios (n) com apenas um cromatídio.

Diferenciação: os espermatídios sofrem um processo de diferenciação, a


espermiogénese, envolvendo modificações importantes para os tornar aptos a fecundar
os gâmetas femininos. Desenvolvem uma cabeça, uma peça intermédia e uma cauda,
transformando-se em espermatozoides (n), células altamente especializadas.

7
Espermatogónia

Espermatócito I

Espermatócito II

Espermatídio

Espermatozoide

Figura 2: Esquema da espermatogénese.

Os espermatozoides são células flageladas, que se podem distinguir em três regiões:

• Cabeça – local onde se situa o núcleo que contêm o material genético. Possui
na extremidade uma cápsula, o acrossoma, formado por vesículas do complexo
de Golgi, que possuem enzimas digestivas essenciais para a penetração no
oócito II, permitindo a perfuração da camada protetora.
• Peça intermédia - região entre a cabeça e a cauda. É constituída por numerosas
mitocôndrias que produzem a energia necessária ao movimento do espermato-
zoide;
• Cauda - extremidade alongada do espermatozoide com um flagelo, cujo movi-
mento contribui para a deslocação do espermatozoide.

Figura 3: Estrutura do espermatozoide.

8
Durante o processo de espermatogénese, as células germinativas, que ao londo
do seu desenvolvimento, vão-se aproximando do lúmen do túbulo seminífero, para onde
os espermatozoides acabam por ser libertados. Uma vez libertados no lúmen dos
túbulos seminíferos, os espermatozoides são armazenados no epidídimo, onde
terminam a sua maturação. É também nos epidídimos que os espermatozoides se
tornam móveis e mais resistentes à variação de temperatura e de pH, passando,
posteriormente, para os canais deferentes, juntando-se ao líquido seminal e ao líquido
prostático, formando em conjunto o esperma, que é expulso para o exterior pela uretra
no decurso de uma ejaculação.

Oogénese
No sistema reprodutor feminino, representado na figura 1, as gónadas são os
ovários, onde ocorre a formação de oócitos II (gâmetas femininos) – oogénese.

Figura 2: Sistema reprodutor feminino

Figura 4: Sistema reprodutor feminino.

Os ovários, também presentes na figura 1, são dois órgãos internos ovais,


situados na zona pélvica, com aproximadamente 5 cm de comprimento, e cerca de 15
gramas cada. Este par de gónadas tem a mesma origem embrionária que os testículos
e produzem as células germinativas, os oócitos, funcionando como glândulas uma vez

9
que promovem a produção das hormonas sexuais feminias (estrogénios e
progesterona). Os ovários apresentam a zona medular, localizada internamente, muito
vascularizada e com terminações nervosas, e a zona cortical, situada nas regiões
externas e mais superficiais, com numerosos folículos ováricos em desenvolvimento.
Cada folículo ovárico é constituído por uma célula da linha germinativa, rodeada por
uma ou mais camadas de células foliculares, que intervêm na nutrição e proteção da
célula germinativa.

A oogénese, retratada esquematicamente na figura 2, tem início na fase


embrionária e termina com a menopausa. Este fenómeno compreende três fases:
Multiplicação, Crescimento (ocorrem antes do nascimento na vida intrauterina) e
Maturação (ocorre no começo da puberdade).

Oogónia

Mitose
Oócito I

Meiose I
Oócito II
1º glóbulo polar

Meiose II

2º glóbulo polar

Ovulação

Figura 5: Esquema da oogénese.

10
Durante a fase da multiplicação, entre o segundo e o terceiro mês do
desenvolvimento embrionário, as células germinativas migram para os ovários e
dividem-se por mitoses1 sucessivas, produzindo milhões de oogónias (2n) 2.

Posteriormente, na fase do crescimento, as oogónias aumentam


consideravelmente de volume devido à síntese e acumulação de substâncias de
reserva, transformando-se em oócito I (2n).

Ainda durante o desenvolvimento intrauterino, os oócitos I iniciam o seu processo


de divisão meiótica3, ficando esta bloqueada em prófase I até à puberdade. À nascença
existem milhares de oócitos, no entanto, grande parte destas degenera ao longo do
tempo pelo que são impedidas de completar o seu desenvolvimento.

Por fim dá-se a fase da maturação, a partir da puberdade e até à menopausa,


onde se desenvolve o ciclo ovárico em que ciclicamente seis a doze oócitos I (2n)
continuam a meiose, que se mantém interrompida na Metáfase II, prosseguindo a
maturação. No geral, apenas um deles conclui a maturação, dado que os restantes
degeneram. Assim, após a divisão I da meiose estar completa, formam-se duas células
haploides com dimensões diferentes, nomeadamente o oócito II (n) 4 e o glóbulo polar
(n). O oócito II, de maiores dimensões, recebe mais substâncias de reserva do que o
glóbulo polar, acabando este último por degenerar. De seguida, o oócito II (n) entra na
segunda divisão da meiose, que é interrompida na metáfase II. Este oócito é então
libertado para as trompas de Falópio5, o que corresponde à ovulação, e a fase da
maturação termina. Contudo, caso haja fecundação, o oócito II (n) completa a meiose
II, originando o óvulo e o 2º glóbulo polar, que degenera. O núcleo do óvulo e do
espermatozoide fundem-se (cariogamia), formando o zigoto e finalizando a fecundação.

A oogénese está diretamente relacionada ao desenvolvimento dos folículos


ováricos – desenvolvimento folicular (expresso na figura 3).

1
A mitose é um mecanismo de divisão celular e nuclear em que as duas células filhas que se originam
possuem o mesmo número de cromossomas que a célula inicial (célula-mãe).
2
Célula diploide.
3
Na meiose, um processo de divisão celular, ocorrem duas divisões do núcleo consecutivas (divisão I,
reducional, e divisão II, equacional) havendo a formação de quatro células haploides a partir de uma
célula diploide, ficando, cada célula filha, com metade do número de cromossomas da célula mãe.
4
Célula haploide.
5
Par de tubos que conduzem os gâmetas femininos ou o zigoto para o útero. Local de fecundação.

11
Nos ovários, cada oócito rodeado por células somáticas constitui um folículo
ovárico 6, que é a unidade funcional do ovário. As células somáticas do folículo – da teca
e da granulosa – têm principalmente uma função hormonal, que é importante para o
crescimento do oócito e para a ovulação. Desta forma em cada ciclo ovárico, enquanto
as células da linha germinativa evoluem, os folículos ováricos experimentam
transformações que ocorrem desde o folículo primordial até ao corpo amarelo ou lúteo:

• Folículo primordial - Inicialmente, antes do nascimento, os oócitos I são rodeados


por uma camada de células foliculares achatadas. Estes folículos formam-se
durante o desenvolvimento embrionário e mantêm-se neste estádio até à
puberdade.

Figura 6: Folículo primordial.

• Folículo primário: O folículo primário contém o oócito I e produz estrogénios.


Surge a partir da puberdade, e até á menopausa, os oócitos I aumentam de
volume e as células foliculares proliferam, formando uma camada mais espessa
de células cuboides em torno do oócito I – granulosa;

Figura 7: Folículo primário.

• Folículo Secundário ou em crescimento: Ocorre um aumento do número de


células foliculares, com consequente aumento da espessura da granulosa.
Forma-se uma zona pelúcida (camada de glicoproteínas) entre o oócito I e a
granulosa, que serve de barreira à entrada de mais do que um espermatozoide
– polispermia – e protege da entrada de substâncias nocivas ao oócito I (previne
a passagem de iões, fármacos e drogas que poderiam destruir o folículo).

6
Num ovário, existem folículos em diferentes graus de maturação, a qual demora cerca de quatro meses
para completar.

12
A granulosa continua a proliferar e apresenta cavidades preenchidas por líquido,
rico em estrogénios. Forma-se a teca folicular interna (função glandular) e
externa (função protetora).

Figura 8: Folículo secundário.

• Folículo maduro ou de Graaf: As cavidades da granulosa fundem-se e aumentam


de tamanho, originando a cavidade folicular (uma única cavidade cheia de líquido
folicular). A zona granulosa fica reduzida a uma fina camada que envolve o
oócito II e a cavidade folicular. Conclui-se a divisão I da meiose, formando o
oócito II e o 1º glóbulo polar, que degenera. O oócito II inicia a divisão II da
meiose, que fica bloqueado em metáfase II, ficando apto a ser libertado do ovário
para as trompas de Falópio. Assim, na ovulação, este folículo rompe libertando
o oócito II.

Figura 9: Folículo de Graaf.

• Corpo amarelo ou lúteo: O material não libertado do folículo (células que


permaneceram no ovário), resultante da evolução do mesmo após expulsar o
oócito II, origina o corpo amarelo ou corpo lúteo, uma massa celular que segrega
progesterona (hormona sexual feminina produzida pelo corpo amarelo) e
estrogénios (hormonas sexuais femininas produzidos pelos folículos e pelo
corpo amarelo). Se não ocorrer a fecundação, o corpo lúteo degenera.

Figura 10: Corpo lúteo ou


amarelo. 13
Oócito I Cavidade folicular

Folículo de Graaf
ou maduro

Ovulação

Oócito II

Degeneração do corpo
lúteo
Corpo lúteo ou
amarelo
Figura 3: Desenvolvimento folicular.

Cada ovário funciona em ciclo – ciclo ovárico – que dura cerca de 28 dias e durante o
qual ocorrem três etapas:

1. Fase folicular (dura cerca de 14 dias) – durante esta etapa seis a doze folículos
primordiais iniciam um processo de crescimento e maturação embora, salvo
raras exceções, apenas um as complete. Os restantes folículos degeneram –
atresia folicular – e, ao longo do desenvolvimento, a concentração de
estrogénios, produzidos pelas células foliculares, aumenta progressivamente.

2. Ovulação (ocorre geralmente ao 14º dia) – nesta fase o oócito II rompe a parede
do folículo de Graaf 7, que é libertado para as trompas de Falópio após o início
do desenvolvimento do folículo. Caso não haja fecundação, o oócito II degenera.

3. Fase luteínica ou do corpo amarelo (dura cerca de 14 dias) – depois da ovulação,


a partir da continua proliferação das células foliculares que permanecem no
folículo, dá-se a formação do corpo lúteo, uma massa de tecido endócrino, que

7
O folículo de Graaf contacta com a parede do ovário e através de enzimas proteolíticas que contém
destrói a parede do ovário e rompe a camada de células foliculares, fazendo com que o oócito II seja
captado pelas fímbrias da trompa, deslocando-se até ao útero.

14
permanece 14 dias no ovário, produzindo progesterona e estrogénios. Posto
isto, se o oócito II não for fecundado o corpo amarelo degenera.

Fase folicular Fase luteínica

Figura 4: Ciclo ovárico.

15
Material

• Preparações definitivas de cortes histológicos de ovários de coelha.


• Preparações definitivas de cortes histológicos de testículos de coelho.
• Microscópio ótico composto (MOC).
• Óleo de imersão.
• Smartphone.

16
Procedimento experimental

De modo a executar a experiência e a ter sido possível analisar as estruturas do


ovário e do testículo de coelha/o, foi necessário seguir um conjunto de normas e
procedimentos, para que a visualização daquilo que pretendíamos identificar fosse
correta.

1. Preparou-se o microscópio ótico8, sendo que ao agarrarmos o mesmo tivemos o


cuidado de colocar uma mão na base deste objeto e a outra no braço.
2. Após ter-se colocado este aparelho numa superfície plana e ter sido ligado, pre-
parou-se as amostras.
3. Começou-se com a amostra do corte de ovário de coelho fêmea, que foi colo-
cada na zona da platina para poder ser observada com o maior rigor.
4. Utilizou-se quatro objetivas para tentar identificar com maior ou menor pormenor
os folículos nas suas diferentes fases de desenvolvimento nomeadamente, as
objetivas de 4x,10x, 40x e 100x. Para a objetiva de 100x foi necessária a utiliza-
ção do óleo de imersão de forma a ser possível a sua análise.
5. Realizou-se o registo fotográfico da observação anteriormente descrita através
do smartphone.
6. Em seguida, retirou-se a primeira amostra da platina e substituiu-se pela amostra
do corte histológico do testículo de coelho de forma a analisá-la.
7. Aumentou-se progressivamente as objetivas a fim de observar-se os túbulos se-
miníferos presentes nos testículos de coelho e colocou-se o óleo de imersão na
preparação da amostra de objetiva 100x.
8. Registou-se fotograficamente a observação previamente abordada.
9. No final da visualização das amostras já mencionadas e examinadas, arrumou-
se o material utilizado durante o procedimento experimental e tirou-se conclu-
sões relativamente ao que foi observado.

8
Este material é essencial, pois é a partir do mesmo e das suas funcionalidades, que foi
possível analisarmos as nossas amostras e tirar conclusões relativas às mesmas.

17
Registo dos resultados

Folículo de
Graaf

Zona medular

Zona cortical

Figura 11: Corte histológico de ovário de coelha


(ampliação total de 40x).

Folículo
primário

Folículo
secundário

Folículos
primordiais

Figura 12: Folículos em diferentes fases (100x).

18
Cavidade folicular

Folículo secundário
Oócito I

Oócito I
Folículo primário

Figura 13: Folículo primário (ampliação total de 400x).

Granulosa

Zona pelúcida
Oócito I

Figura 14: Oócito I (ampliação total de 1000x)

19
Cavidade
folicular

Oócito II

Figura 15: Folículo de Graaf (ampliação total de 40x).

Figura 16: Corpo lúteo ou corpo amarelo (ampliação


total 40x).

20
Túbulo seminífero
em corte
transversal

Túbulo seminífero
em corte longitudinal

Figura 17: Corte histológico de testículo de coelho


(ampliação total de 40x).

Túbulo seminífero

Células de Leydig

Figura 18: Corte histológico de testículo de coelho


(ampliação total de 100x).

21
Lúmen
Espermatozoides
em diferenciação

Células de Sertoli

Figura 19: Corte transversal de um túbulo seminífero


(ampliação total de 400x).

Espermatócito I

Espermatozoides
em diferenciação
Espermatogónias

Figura 20: Corte de túbulo seminífero (ampliação total de


1000x).

22
Discussão dos resultados

O objetivo do trabalho foi concretizado na medida em que os resultados obtidos


foram de encontro ao que era esperado. Através da análise de cortes histológicos das
gónadas femininas e masculinas, foi possível distinguir e identificar as diferentes fases
da oogénese (formação de gâmetas femininos) e da espermatogénese (formação de
gâmetas masculinos) assim como a visualização interna dos ovários e dos testículos.

A partir da observação do corte histológico do ovário (gónada feminina) de


coelha prova-se todas as informações explicadas na introdução. É possível concluir que
os folículos ováricos se desenvolvem de forma independente, existindo diferentes
estádios de desenvolvimento dos folículos num mesmo ovário. Em cada ciclo ovárico,
enquanto as células da linha germinativa evoluem, os folículos ováricos experimentam
novas transformações que podem observar-se nas imagens expostas no registo de
resultados.

Na figura 11, que tem no total uma ampliação de 40x, é possível observar -se
numa forma mais geral a zona medular localizada internamente, muito vascularizada,
com terminações nervosas, e a zona cortical, situada na região externa com numerosos
folículos ováricos em desenvolvimento.

Os folículos primordiais, retratados na figura 12 com ampliação total de 100x,


são formados durante a vida intrauterina e constituídos pelo oócito I, que se encontra
envolvido por uma camada de células foliculares achatadas. Assume-se que na figura
12 está representado os folículos primordiais devido ao seu tamanho reduzido.

A partir da puberdade, devido á produção de hormonas que estimulam o ciclo


sexual, os folículos primordiais prosseguem o seu crescimento, que se prolonga até á
menopausa.

A partir da figura 12, verifica-se também que os folículos primários são de


maoires dimensões relativamente aos folículos primordias, uma vez que os primeiros
apresentam uma camada de células cuboides mais espessa em redor do oócito I (Este
espessamento deve-se à multiplicação das células foliculares).

23
Esta camada denomina-se granulosa. É possível observar-se de forma mais
rigorosa o oócito I e a granulosa na figura 14 9, pois esta dispõe uma maior ampliação
(ampliação total de 1000x).

Os oócitos I continuam a experimentar aumentos de volume e as células


foliculares a proliferar, tornando a camada por si formada mais espessa. Entre o oócito
I e as células da granulosa forma-se a zona pelúcida (visível na figura 14).

Posteriormente, surge uma zona com duas camadas: a teca interna e a teca
externa, que desenvolvem diversas vesículas preenchidas por líquido entre as células
da zona da granulosa. Deste modo, pode constatar-se na imagem 13, que possui uma
ampliação total de 400x, um folículo secundário já que é possível observar a cavidade
preenchida por líquido, o tamanho superior em relação ao folículo primário e a zona
pelúcida bem visível.

Na figura 12, com ampliação total de 100x, é notório a observação dos diferentes
folículos já explicados, comprovando-se assim que num mesmo ovário os folículos estão
em diferentes estádios de desenvolvimento. Apesar de corresponder à mesma imagem
é possível observar folículos primordiais, primários e secundários.

Ao aproximar-se do final da evolução de um folículo ovárico, a cavidade folicular


expande-se de forma significativa, através da junção das cavidades preenchidas por
líquido forma-se uma única cavidade cheia de líquido, designando-se por folículo
maduro ou de Graaf. Neste folículo já está presente o oócito II visto que se conclui a
divisão I da meiose e forma-se o primeiro glóbulo polar10. Na figura 15, que detém uma
ampliação total de 40x, é possível a observação do folículo maduro. Nesta fase a
cavidade fica rodeada por uma camada de células foliculares muito fina. O oócito II
presente no folículo maduro será posteriormente libertado para as Trompas de Falópio.

Depois de o oócito ser expulso, a massa celular resultante da ovulação


(libertação do oócito II para as trompas de Falópio) irá formar o corpo lúteo ou corpo
amarelo, o qual é possível observar na imagem 16 com ampliação total de 40x. No caso
de o oócito II não ser fecundado, o corpo lúteo regride, degenerando-se no fim do ciclo.

9
Vale referir que na imagem 14 está representado o oócito primário, porém já apresenta zona pelúcida
(característica de um folículo secundário) assim, pode se afirmar que é um folículo primário mais
desenvolvido.
10
Não é possível identificá-lo nas imagens presentes no registo de resultados.

24
Em suma, os folículos ováricos são constituídos por uma célula da linha
germinativa rodeada por uma ou mais camadas de células foliculares, que intervêm na
nutrição e proteção desse célula germinativa. Através da atividade experimental foi
possível observar os diferentes estádios de desenvolvimento dos folículos.

Vale referir que para ser possível a observação da imagem 14, de ampliação
total 1000x, foi necessário a utilização do óleo de imersão.

De seguida observou-se e procedeu-se ao registo fotográfico das imagens


referentes á observação de corte histológico do testículo do coelho (gónada masculina).
Na figura 17, que possui uma ampliação total de 40x, é possível observar vários túbulos
seminíferos, túbulos densamente enrolados e muito irrigados. É possível depreender
através da imagem 18 (ampliação total de 100x) dois tipos de túbulos seminíferos: túbulo
seminífero em corte transversal e túbulo seminífero em corte longitudinal. É nestes
túbulos onde ocorre a espermatogénese, ou seja, formação de espermatozoides.

Nos espaços intersticiais entre os túbulos seminíferos está presente o tecido


intersticial que é formado pelas células de Leydig (responsáveis pela síntese de
testosterona necessária na espermatogénese), linfa, vasos sanguíneos, fibras nervosas
e tecido conjuntivo. Na figura 18 (ampliação total de 100x) é possível analisar a presença
das células de Leydig, as células de Sertoli e o lúmen do túbulo seminífero. As células
de Sertoli são muito volumosas e ocupam o espaço entre o lúmen e a periferia dos
túbulos seminíferos.

As imagens seguintes, 19 e 20, apresentam ampliações maiores, 400x e 1000x


respetivamente, sendo possível observar estruturas importantes. As células menos
desenvolvidas são as espermatogónias que servem de base para a produção de
gâmetas. As espermatogónias encontram-se na periferia dos túbulos e dividem-se por
mitoses, garantindo assim a sua manutenção ao longo da vida. Estas, por sua vez,
originam os espermatócitos I (células diploides e maiores que as espermatogónias).
Desta forma, na figura 20, é possível observar com clareza as espermatogónias e os
espermatócitos I.

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Posteriormente ocorre a primeira divisão da meiose, a qual origina os
espermatócitos II. No entanto, não é possível distinguir-los através das imagens
expostas no registo de resultados. Depois, formam-se ainda os espermatídios e por fim
estes diferenciam-se em espermatozoides. Devido ao seu maior estado de alongamento
averiguam-se os espermatozoides em diferenciação na figura 20.

Outra informação apresentada na introdução e que é possível constatar, é o


facto de as células mais desenvolvidas se encontrarem mais próximas do lúmen e as
menos desenvolvidas na periferia do mesmo. Assim sendo, prova-se que a
espermatogénese ocorre de forma centrípeta (da periferia dos túbulos seminíferos para
o lúmen).

Como a imagem 20 apresenta a maior ampliação (1000x), foi necessária a


utilização do óleo de imersão para a observação e análise concreta da amostra de corte
histológico do testículo de coelho.

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Conclusão

Em suma, a partir das gónadas femininas e masculinas, verificou-se que os


folículos ováricos não amadurecem simultaneamente, sendo visível no mesmo ovário
células em diferentes graus de desenvolvimento (oogénese). Apesar da distinção dos
diversos constituintes não ser tão intuitiva nos testículos, foi possível comprovar a
existência de diferentes fases da espermatogénese (sendo um processo centrípeto) e,
consequentemente, as várias células e estruturas diferentes.

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Bibliografia

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https://www.biologianet.com/anatomia-fisiologia-animal/espermatogenese.htm
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Ferti: https://colegiovascodagama.pt/ciencias3c/doze/unidade1.html
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https://biocientistas.wordpress.com/2011/10/21/observacao-de-gonadas-
masculinas-e-femininas/

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