Você está na página 1de 17

Escola Secundária Padre António Martins de Oliveira, Lagoa

Curso de Ciências e Tecnologias


Biologia & Geologia

Ano letivo 2023/2024

Observação de esperma humano e de


cortes histológicos de gonadas
Relatório experimental

Matilde Ventura Nº28


12ºC Prof. Sérgio Marreiros fev-24
Índice
Introdução...................................................................................................................................3
Gametogénese......................................................................................................................3
Espermatogênese.............................................................................................................3
Oogénese...........................................................................................................................4
Fecundação........................................................................................................................6
Controlo hormonal na mulher..............................................................................................7
Regulação hormonal.........................................................................................................9
Regulação hormonal no homem.......................................................................................10
Controlo hormonal...........................................................................................................11
Material.....................................................................................................................................11
Procedimento...........................................................................................................................12
Resultados................................................................................................................................12
 Observação microscopia do esperma humano.......................................................12
 Observação microscopia do ovário...........................................................................13
...................................................................................................................................................13
...................................................................................................................................................13
...................................................................................................................................................13
 Observação microscopia do Testículo......................................................................13
Discussão dos resultados......................................................................................................14
 Observação da gonada feminina...............................................................................14
...................................................................................................................................................14
...................................................................................................................................................14
...................................................................................................................................................14
...................................................................................................................................................14
...................................................................................................................................................14
 Observação de gonadas masculina..............................Erro! Marcador não definido.
...................................................................................................................................................14
...................................................................................................................................................14
...................................................................................................................................................14
 Observação de espermatozoides..............................................................................15
Conclusão.................................................................................................................................15
Bibliografia................................................................................................................................16

2
Observação de esperma humano e de cortes histológicos de gonadas
Introdução
No âmbito da disciplina de biologia, foi realizada uma atividade experimental
que consistiu na observação microscópia de amostras de células de gónadas
masculinas (testículos) (Fig.1) e femininas (ovários) (Fig.2), de gâmetas
masculinos (espermatozoides) (Fig.3), através de preparações definitivas. A
elaboração desta atividade experimental tem como objetivo a observação das
estruturas e constituição das células das diferentes gónadas. Estas têm um
grande papel no processo de produção de gâmetas, essências à reprodução
assexuada.

Figura 3 - espermatozoide
Figura 1 - gonada masculina Figura 2 - gonada feminina
De forma a ser compreendida a seguinte experiência e o que foi observado,
será importante a explicação de alguns conteúdos.
A reprodução é muito importante para todos os seres vivos, dado que permite a
continuidade das espécies que vivem no nosso planeta. Apesar de haver dois
tipos de reprodução: reprodução sexuada e assexuada, neste relatório é
abordado a reprodução sexuada. Na reprodução sexuada, a fecundação
caracteriza-se pela fusão de duas células reprodutoras, os gâmetas. Deste
processo resulta uma única célula, o ovo, cujo núcleo possui o dobro dos
cromossomas existentes nos núcleos dos gâmetas. Contudo, antes dos
gâmetas estarem completamente desenvolvidos (antes da ocorrência de
gametogénese), estes passam por um processo de desenvolvimento e de
maturação. Estes gâmetas são formados no ser feminino e masculino de
diferentes formas: a oogénese e a espermatogénese respetivamente.

Gametogénese
Espermatogênese
Os órgãos reprodutores externos do homem são o escroto (que envolve os
testículos) e o pénis, que permite a cópula. Os órgãos reprodutores internos
são os testículos (que produzem espermatozoides e hormonas), constituídos
pelos tubos seminíferos, rígido e enrolados, onde se encontram as células de
Sertoli, que criam condições essenciais à produção de espermatozoides. Entre
estes tubos encontram-se as celulas de Leydig responsáveis pela produção de
testosterona, hormona sexual masculina. As glândulas acessórias (que
segregam produtos essenciais para o movimento dos espermatozoides) e os
ductos, nos quais circulam os espermatozoides e as secreções glandulares.

3
Observação de esperma humano e de cortes histológicos de gonadas
A espermatogénese (Fig.4) inicia-se na puberdade, no sexo masculino, e dura
até ao fim da vida do homem de modo continuo. Este processo consiste na
formação de espermatozoides maduros, nos tubos seminíferos dos testículos,
da periferia para o lúmen, ou seja, de forma centrípeta. Esta engloba 4 fases:
multiplicação, crescimento, maturação e diferenciação:
 Fase de multiplicação: as
espermatogónias, que são as células
germinativas 2n que irão dar origem
aos espermatozoides e que se
localizam na periferia dos tubos
seminíferos, dividem-se por mitoses
sucessivas;
 Fase de crescimento: as
espermatogónias aumentam de volume
devido à síntese e acumulação de
substâncias de reserva, originando os
espermatócitos I (2n= 46
cromossomas);
 Fase de maturação: os espermatócitos
I dividem-se por meiose. Da primeira
divisão resultam os espermatócitos II
(n=23 cromossomas), sendo que
nestes ocorre a segunda divisão
originando quatro espermatídios;
 Fase de diferenciação ou
espermiogénese: os espermatídios
perdem grande parte do citoplasma,
reorganizam os organelos
citoplasmáticos e ocorre a
Figura 4 – espermatogénese
diferenciação de um flagelo a partir dos
centríolos, originando os espermatozoides que são células
diferenciadas, constituídas pela cabeça, pelo segmento intermediário e
cauda.

Oogénese
A oogénese (Fig.5) é o processo de formação dos gâmetas femininos, oócito II.
Este inicia-se com a evolução dos folículos, que tem início na fase de embrião,
e acaba na menopausa. É o processo constituído por 4 fases: multiplicação,
crescimento, repouso, maturação:

4
Observação de esperma humano e de cortes histológicos de gonadas
 Fase da Multiplicação ou
Proliferativa: ocorre durante a
vida embrionária através de
multiplicação das oogónias
(2n), por mitoses sucessivas;
 Fase de Crescimento: devido à
acumulação de substâncias de
reserva, as oogónias
aumentam de volume dando
origem aos oócito I. Os oócitos
I rodeiam -se por células
foliculares originando os
folículos primordiais. Estes
iniciam a 1º divisão meiótica,
que permanece bloqueada até
à puberdade em Prófase I;
 Fase de Repouso: fase desde
o nascimento até à puberdade,
muitos dos folículos primordiais
são degenerados;
 Fase de Maturação: com o
início da puberdade, começa a
evolução de alguns folículos
primordiais até ao estado
maduro e com ele, a evolução
de oócito I, a oócito II. O oócito Figura 5 - oogénese
I que se encontrava bloqueado na prófase I, recomeça a meiose,
originando duas células haploides desiguais. Este processo de
maturação ocorre de mês a mês com a libertação do oócito II para o
exterior do ovário – Ovulação. No entanto, o oócito II, não finalizou a
meiose, bloqueando em metáfase II. Se não houver fecundação, o
oócito é eliminado; caso o espermatozoide fecunde o oócito, este
conclui a 2º divisão da meiose, dando origem a duas células de
diferentes tamanhos: o óvulo maduro (maior) e o 2º glóbulo polar
(menor), que acaba por degenerar.
Em cada ciclo ovárico, enquanto as células da linha germinativa evoluem (à
medida que ocorre a oogénese), também as restantes formações dos folículos
ováricos experimentam transformações.
Durante a evolução de um folículo, para além da oogénese, pode salientar-se:
 Multiplicação das células foliculares;
 Formação de uma zona não celular (zona pelúcida) em torno do oócito,
constituída por glicoproteínas;
 Aparecimento de cavidades, entre as células foliculares, cheias de
líquido e que acabam por se fundir numa só;

5
Observação de esperma humano e de cortes histológicos de gonadas
 Diferenciação do tecido ovárico que rodeia o folículo em camadas
(tecas), tendo a teca interna uma função glandular.
Os folículos podem ser classificados, de acordo com o seu estado de
desenvolvimento, em:
 Folículo Primordial: constituído por uma célula germinativa (oócito),
rodeada por células foliculares achatados. Aos cinco meses, o feto
feminino possui nos ovários vários milhões destes folículos. No entanto,
estes começam a degenerar nos meses seguintes, num processo
denominado atresia folicular, pelo que, na altura do nascimento, os
ovários possuem cerca de 400 mil folículos primordiais.
 Folículo Primário: a partir da puberdade e aproximadamente uma vez
por mês, um folículo primordial começa a crescer dentro de um dos
ovários. O oócito I (célula que irá originar o gâmeta feminino) aumenta
de volume e verifica-se uma proliferação das células foliculares, até
formarem uma camada contínua de células.
 Folículo secundário: continua a verificar-se o crescimento do folículo
primário, devido ao contínuo aumento do oócito I e à proliferação das
células foliculares, que originam uma camada espessa (camada
granulosa). Entre o oócito I e a camada granulosa forma-se uma
camada acelular, constituída apenas por substâncias orgânicas,
denominada zona pelúcida. Surge, ainda, outra camada de células a
rodear o folículo denominada teca.
 Folículo Maduro ou de Graaf: as cavidades existentes na camada
granulosa continuam a aumentar de tamanho até originar uma só
cavidade cheia de líquido folicular (cavidade folicular). Esta cavidade fica
rodeada por uma camada granulosa, que inclui um conjunto de células a
rodear o oócito II, pronto a ser libertado. O crescimento do folículo de
Graaf causa uma saliência na superfície do ovário, que através da
pressão da sua cavidade folicular sobre a parede do ovário, causa a
rutura do folículo e da parede do ovário, libertando assim o oócito II, que
irá ser recolhido pelo pavilhão da trompa de Falópio, sendo este todo
processo designado por ovulação.
Após a ovulação, a parede do ovário cicatriza. As células foliculares que
permaneceram no folículo proliferam, aumentando de tamanho e adquirem
função secretora. O citoplasma destas células é amarelo, devido à presença de
um pigmento desta cor, pelo que este conjunto de células se designa corpo
amarelo ou lúteo, que degenera no fim do ciclo se não houver fecundação.

Fecundação
 A fecundação (Fig.6), na espécie humana, é interna, ocorrendo,
normalmente no primeiro terço das trompas de Falópio;
 Na formação de um novo ser, o encontro do oócito II com o
espermatozoide permite que ocorra a fecundação;

6
Observação de esperma humano e de cortes histológicos de gonadas
 Para que ocorra fecundação, não basta haver produção de gâmetas,
tem de haver um comportamento sexual que permita o encontro de um
gâmeta masculino com um gâmeta feminino;
 De facto, a sexualidade humana é caracterizada por uma série de
estímulos e respostas, muitas vezes condicionadas por fatores de outra
ordem, que não os meramente físicos, tendo como objetivo a união de
células gaméticas, de forma a gerar um novo indivíduo;
 A cópula permite que o esperma seja depositado no trato genital
feminino;
 Em cada ejaculação, o homem liberta, normalmente, de 2mL a 5mL de
sémen, contendo cada mililitro cerca de 50 a 130 milhões de
espermatozoides, que nadam ao longo do trato reprodutor feminino,
sendo, habitualmente, apenas um deste que fecunda o óvulo;
 Quando os espermatozoides são transferidos para a vagina entram em
contacto com o muco cervical, sendo este rico em fibras, é produzido por
glândulas do colo uterino, o qual apresenta uma evolução durante o ciclo
sexual (fora do período de ovulação ou no período de ovulação);
 Para que um espermatozoide consiga penetrar no oócito II tem de
ultrapassar algumas barreiras;
 De facto, o oócito II encontra-se envolvido por uma camada, formada por
proteínas e glícidos, designada zona pelúcida;
 Em torno desta zona existem
células foliculares que formam a
zona pelúcida;
 O espermatozoide tem de
transpor estas camadas para
fertilizar o gâmeta feminino;
 Após a formação do ovo inicia-se
um processo de
desenvolvimento contínuo e
dinâmico, com a duração, em
regra, de 40 semanas, que
Figura 6 -termina
fecundaçãocom o nascimento.

Controlo hormonal na mulher


Na mulher, a regulação hormonal é mais complexa da que se verifica no
homem e ocorre através de eventos cíclicos.
Enquanto nos homens a espermatogénese ocorre de forma contínua, a partir
da puberdade, nas mulheres, a produção de gâmetas e os fenómenos que lhe
estão associados ocorrem em ciclos de 28 em 28 dias, desde a puberdade até
à menopausa. Durante a menopausa, cujo início pode variar, mas que
normalmente acontece entre os 46 e 50 anos, e se caracteriza pela paragem
dos ciclos sexuais.
Estas alterações cíclicas são particularmente evidentes ao nível dos ovários e
do útero.

7
Observação de esperma humano e de cortes histológicos de gonadas
Ciclo ovárico
O ciclo ovárico (Fig.7) é
caracterizado pela evolução de
um folículo, que ocorre em duas
fases separadas pela ovulação:
Fase folicular
 Fase Folicular: caracteriza- Fase luteínica
se pelo crescimento de Ovulação (dia 14)
alguns folículos
Figura 7 - ciclo ovárico
primordiais, dos quais
apenas um, normalmente, atinge a maturação, dado que os restantes
costumam degenerar, terminando esta fase com a ovulação.
 Fase Luteínica: caracterizada pela formação do corpo lúteo/corpo
amarelo, que regride no caso de não ocorrer fecundação.
O ciclo seguinte começa com um novo crescimento de folículos primordiais:
Os ciclos ováricos, normalmente, ocorrem alternadamente em cada um dos
ovários.
Ciclo uterino
O ciclo uterino (Fig.8) ocorre
paralelamente ao ciclo ovárico, ao
longo do qual se dão alterações a
nível do endométrio. Figura 8 - ciclo uterino

Estas alterações, induzidas pelas hormonas ováricas, ocorrem em ciclos de 28


dias e subdividem-se em três fases:
 Fase Menstrual: caso não ocorra fecundação no ciclo anterior, o corpo
lúteo atrofia, deixando de segregar progesterona e estrogénio. A
diminuição da concentração destas hormonas no sangue provoca a
destruição da maior parte da camada funcional do endométrio, visto que
as células, devido à contração dos vasos sanguíneos dessa estrutura,
deixam de receber os nutrientes necessários e morrem. A consequente
rutura dos vasos sanguíneos provoca hemorragias. O sangue,
juntamente com os restos da mucosa, forma um fluxo que dura cerca de
5 dias e se denomina menstruação.
 Fase Proliferativa: entre o 5° e o 14° dias ocorre uma proliferação das
células do endométrio, verificando-se o crescimento em espessura do
endométrio, com o desenvolvimento de glândulas e vasos sanguíneos,
devido ao estímulo provocado pelo aumento da taxa de estrogénios que
ocorre durante a fase folicular do ciclo ovárico. Esta mucosa vai-se
regenerando e vascularizando até atingir cerca de 6mm de espessura.
Esta fase é simultânea à fase folicular do ovário. No final desta fase (14°
dia) ocorre a ovulação.
 Fase Secretora: após a ovulação, o endométrio atinge a sua máxima
espessura (até 8mm), fica mais vascularizado e as glândulas nele
existentes começam a sua atividade ao segregarem um muco rico em

8
Observação de esperma humano e de cortes histológicos de gonadas
glicogénio, devido à ação conjunta dos estrogénios e da progesterona
produzidos durante a fase luteínica. A fase secretora é simultânea à fase
luteínica do ovário. Se não houver fecundação, ao 28º dia reinicia-se um
novo ciclo.

Regulação hormonal
A reprodução é uma função associada a uma série de estímulos sensoriais,
pelo que está diretamente dependente da ação do sistema nervoso. A sua
regulação, contudo, é efetuada através da interação complexa de um conjunto
de hormonas, sendo bastante distinta no homem e na mulher.
A regulação hormonal dos ciclos ovárico e uterino ocorre de forma que o
crescimento do folículo e a ovulação estejam sincronizados com a preparação
do endométrio para uma possível implantação de um embrião. Esta regulação
é feita à custa de mecanismos de feedback negativo e positivo, nos quais estão
envolvidas as hormonas hipotalâmicas (RH ou GnRH), as hormonas
hipofisárias (LH e FSH) e as hormonas ováricas (estrogénios e progesterona)
(Fig.9).
 Fase pré-ovulatória: no início de cada ciclo sexual, o hipotálamo segrega
a hormona GnRH, que induz a hipófise a segregar as hormonas LH e
FSH em pequenas quantidades. Nesta altura do ciclo, as células dos
folículos imaturos possuem recetores para a FSH, mas não para a LH. A
FSH estimula, assim, o crescimento dos folículos, cujas células
segregam estrogénio. O pequeno aumento da concentração de
estrogénio no sangue inibe a produção de GnRH, que, por sua vez, inibe
a produção de FSH e LH, mantendo reduzidos os níveis destas
hormonas, num processo de retroação negativa. As relações hormonais
que se verificam na fase folicular mudam de forma abrupta quando a
taxa de secreção de estrogénio pelo folículo em crescimento começa a
aumentar rapidamente. Este aumento da quantidade de estrogénios
deve-se ao aumento das células foliculares. Enquanto um pequeno
aumento de estrogénio inibe a secreção da gonadotropinas (FSH e LH)
(feedback negativo), a elevada concentração de estrogénio no sangue
tem um efeito contrário (pois ultrapassa o valor-limite) e estimula a
secreção de gonadotropinas, ao estimular o hipotálamo a produzir GnRH
(feedback positivo).
 Fase Ovulatória: nesta fase, os folículos já possuem recetores para a
LH, pelo que ocorre um mecanismo de feedback positivo. O aumento da
produção de LH, causado pelo aumento da secreção de estrogénio pelo
folículo em crescimento, induz a maturação final do folículo, ocorrendo a
ovulação.
 Fase Pós-Ovulatória: após a ovulação, a hormona LH induz a formação
do corpo lúteo. Durante a fase luteínica do ciclo hormonal, o corpo lúteo,
sob a influência da LH, continua a produzir estrogénio, mas também
uma outra hormona esteroide - a progesterona. O corpo lúteo atinge o
máximo do seu desenvolvimento cerca de 8 a 10 dias após a ovulação.
O aumento combinado dos níveis de estrogénio e progesterona exerce
9
Observação de esperma humano e de cortes histológicos de gonadas
um feedback negativo no complexo hipotálamo-hipófise, inibindo a
secreção de gonadotropinas. Na parte final da fase luteínica, o corpo
lúteo desintegra-se. Consequentemente, ocorre uma queda abrupta dos
níveis de estrogénio e de progesterona. Esta queda dos níveis das
hormonas ováricas liberta o complexo hipotálamo-hipófise do efeito
inibidor destas hormonas. A hipófise começa a segregar FSH em
quantidade suficiente para estimular o crescimento de novos folículos no
ovário, iniciando-se, assim, a fase folicular do ciclo ovárico seguinte.

Regulação hormonal no homem

Figura 9 - mecanismo de feedback nas fases da regulação hormonal

As hormonas envolvidas na regulação da reprodução são segregadas nas


gónadas, mas também a nível encefálico, na hipófise e no hipotálamo.
A hipófise, ou pituitária, é uma glândula endócrina situada na base do encéfalo.
É constituída por dois lóbulos: o lóbulo anterior, de natureza glandular, e o
lóbulo posterior, de natureza nervosa.
O hipotálamo é um órgão intimamente relacionado com a hipófise. Esta relação
é notória quer do ponto de vista físico, pois o hipotálamo encontra-se ligado por
um pedúnculo ao lóbulo posterior da hipófise, quer do ponto de vista fisiológico,
pois o hipotálamo produz hormo-nas (hormonas hipotalâmicas) que estimulam
a hipófise.
O conjunto destes dois órgãos
denomina-se complexo hipotálamo-
hipófise (Fig.10).
A hormona hipotalâmica GnRH
(gonadoptopin-releasing hormone), induz
a hipófise a fabricar as suas hormonas
sexuais, as gonadotrofinas que
controlam a síntese da maior parte das
hormonas produzidas nas gónadas:
hormona luteoestimulina (LH) e hormona
foliculoestimulina (FSH). Estas últimas

Figura 10 - complexo hipotálamo- hipófise 10


Observação de esperma humano e de cortes histológicos de gonadas
podem ser agrupadas em três grandes grupos: androgénios, estrogénios e
progestinas.

Controlo hormonal
As hormonas hipofisárias FSH e LH atuam no funcionamento dos testículos. A
LH estimula as células de Leydig a produzir testosterona e a FSH atua na
produção de espermatozoides.
As células Leydig, por indução da hormona hipofisária LH, produz a
testosterona. Este processo inicia-se ainda na fase embrionária e é
responsável pela diferenciação dos órgãos sexuais masculinos. Durante toda a
infância esta hormona mantém-se com níveis baixos. Na puberdade o nível de
testosterona aumenta e como consequência dá-se o desenvolvimento dos
órgãos sexuais primários (aumento do tamanho do pénis, dos testículos, das
vesículas seminais, dos epidídimos e próstata) e secundários (aumento da
pilosidade, crescimento no geral, alteração da voz, aumento da massa
muscular) e o início da espermatogénese que será continua até ao final da
vida.
Os níveis de Testosterona que devem ser sensivelmente constantes para a
produção contínua de
espermatozoides, são controlados
pelo complexo hipotálamo-hipófise
através de um mecanismo de
feedback negativo.
Se o nível de testosterona é elevado,
esta hormona impede a produção da
hormona do hipotálamo (GnRH) que
provoca uma diminuição da
libertação das hormonas da hipófise,
a FSH e da LH. Havendo uma
diminuição destas hormonas no
sangue irá provocar uma diminuição
da secreção da testosterona.
Se o nível de testosterona é baixo,
dá-se o aumento da GnRH que irá
induzir uma maior produção das Figura 11 - mecanismo de feedback negativo na regulação
hormonal masculina
hormonas da hipófise e estas por sua
vez irão provocar um aumento da produção de testosterona.
Com este mecanismo o nível de testosterona mantém-se constante. (Fig.11).
Os estímulos externos, como fortes emoções, stress, ou internos, como por
exemplo doenças, afetam o sistema nervoso, nomeadamente o hipotálamo e
condicionam o controlo do sistema reprodutor.

11
Observação de esperma humano e de cortes histológicos de gonadas
Material
 Preparações definitivas de cortes histológicos de testículos e ovários;
 Preparações definitivas de espermatozoides;
 Microscópio ótico composto.

Procedimento
1. Colocou-se a preparação definitiva de espermatozoides no microscópio
ótico composto.
2. Observou-se esta amostra no microscópio com uma ampliação 10x10
(100x).
3. Observou-se a mesma amostra no microscópio, mas desta vez com uma
ampliação 10x100 (1000x).
4. Registou-se as amostras através de fotografias.
5. Colocou-se a preparação definitiva de testículo no microscópio ótico
composto.
6. Observou-se esta amostra no microscópio com uma ampliação 10x4
(40x).
7. Registou-se as amostras através de fotografias.
8. Colocou-se a preparação definitiva de ovário no microscópio ótico
composto.
9. Observou-se esta amostra no microscópio com uma ampliação 10x4
(40x).
10. Registou-se as amostras através de fotografias.
11. Depois de observada todas as amostras, registou-se as observações
através de desenhos.

Resultados
 Observação microscopia do esperma humano

Figura 11 – ampliação 10x10


Ventura, m novt-22

12
Observação de esperma humano e de cortes histológicos de gonadas
Figura 12 - ampliação
10x100
Ventura, m novt-22

 Observação microscopia do ovário

Figura 13 – ampliação 10x4


Ventura, M out-22

Figura 14 – ampliação 10x100


Ventura, M nov-22

 Observação microscopia do Testículo

Figura 15 - ampliação 10x4


Ventura, M nov-22

Figura 2 - ampliação 10x100


Ventura, M nov-22

13
Observação de esperma humano e de cortes histológicos de gonadas
Discussão dos resultados
 Observação da gonada feminina
Folículo primário
O oócito I aumento de
Folículo maduro
volume, verificando se
uma proliferação das Teca
células foliculares Camada
granulosa
Folículo secundário Oócito I
Continuo crescimento do
Zona pelúcida
folículo primário, devido ao
constante aumento do Cavidade folicular
oócito l e à proliferação das
células foliculares, que
originam uma camada
espessa.

 Observação da gonada masculina

Espermatogónia
A partir da puberdade e até
ao final da vida formam-se
através de mitoses nos
testículos células diploides
da linha germinativa, as
espermatogónias, junto da
Célula de sertoli parede externa dos túbulos
seminíferos. As
São grandes células somáticas, que espermatogónias irão
auxiliam e controlam o processo de transformar-se em
 Observação
maturação das células de espermatozoides espermatozoides.
germinativas, segregando
Cauda
substâncias necessárias para a sua Produz o movimento necessário à
nutrição e diferenciação deslocação do espermatozoide.

Cabeça
0 acrossoma resulta da fusão
Segmento intermédio
de vesículas do complexo de
Contem mitocôndrias, de forma
Golgi e contém enzimas
helicoidal, que fornecem
hidrolíticas, que permitem ao
energia, sob a forma de ATP,
espermatozoide 14 penetrar no
para o movimento do flagelo.
Observação de esperma humano e de cortes histológicos de gonadas gâmeta feminino.
Conclusão
A execução da atividade correu conforme planeado. Na observação do
esperma humano foi possível identificar com facilidade os espermatozoides,
bem como as partes que os constituem (cabeça - que apresentava uma cor
azul, o segmento intermédio e cauda- que apresentavam uma cor
avermelhada). Contudo, apesar de saber que o esperma também é constituído
por outras secreções, não foi possível distinguir nem as identificar através
desta observação.
Na observação das gónadas femininas, foi possível identificar com nitidez os
folículos presentes na gónada e os seus diferentes graus de desenvolvimento,
nomeadamente: um folículo primário, um secundário e um maduro.
Em relação à observação da constituição da célula do testículo, não foi
possível a visualização e identificação dos diferentes estados de
desenvolvimento. Só foi possível o reconhecimento da célula de Sertoli e da
espermatogónia. Seria possível uma melhor identificação das células presentes
nos testículos, com uma maior ampliação do microscópio.
Podemos verificar algumas semelhanças e várias diferenças entre a oogénese
e a espermatogénese:
Semelhanças Os óvulos e os espermatozoides têm origem nas células
germinativas primordiais (CGPs) do embrião;
Ambos os gametas são os meios de transferência dos
genes para as gerações futuras (resultado das meioses).
Diferenças Oogénese Espermatogénese
Hormonas produzidas Estrogénio e progesterona Testosterona
Duração Inicia-se ainda durante o Inicia-se na puberdade e
desenvolvimento ocorre, de modo continuo,
embrionário. De forma durante a vida do homem
cíclica, desde a puberdade
até à menopausa.
Gametas formados 1 oócito para cada oogónia 4 espermatozoides por
espermatogónia
Etapa da multiplicação Ocorre na vida intrauterina Ocorre ao longo da vida a
partir da puberdade
Etapa de crescimento O aumento do volume das O aumento de volume das
células germinativas é células germinativas é quase
grande impercetível
Etapa da maturação Meiose I – oócito II e 1 Meiose I – 2 espermatócitos
corpúsculo polar II
Meiose II – pré embrião e 2 Meiose II – 4

15
Observação de esperma humano e de cortes histológicos de gonadas
corpúsculos polares espermatozoides
Diferenciação citoplasmática Divisão desigual com Formação de acrossoma e
formação de corpúsculos flagelo
polares
Tamanho e mobilidade O ovócito é uma célula O espermatozoide é uma
grande e sem mobilidade célula pequena e móvel
Constituição cromossomática Um gameta 23X 23Y ou 23X

E experiência realizada permitiu observar a constituição das gonadas femininas


e masculinas e obter uma ideia mais clara como são a nível estrutural e quias
as diferenças e semelhanças entre elas.

Bibliografia
 Matias, Osório, e Martins, Pedro, et al. Manual BioFoco 12 Ano Biologia.
2023. Acesso a 20 de novembro de 2023
 Relatório de Biologia - Observação de amostras de células de gónadas
femininas e masculinas. https://www.studocu.com/pt/document/escola-
secundaria-padre-antonio-vieira/biologia/relatorio-de-biologia-sobre-
experiencia-pratica/20636566?origin=course-suggestion-2 Acesso a 20
de novembro de 2023.
 Coelho, Esmeraldo, Biologia 12 – reprodução humana. https://f220f223-
bbb6-40c6-be02-8988c8318a5e.filesusr.com/ugd/ee3a32_17b4b40bfb29
48078ea8ca64b15e067d.pdf?fbclid=IwAR2mQ9JF0KRNIxpDv_d--
0xS3Zkwoo1-O_0aPxts6FbngAtvzUxUVILCtCo Acesso a 20 de
novembro de 2023.
 Albuquerque, Marta, Apontamentos de Biologia 12ºano - reprodução e
manutenção da fertilidade.
https://www.studocu.com/pt/document/ensino-medio-portugal/biologia/
biologia-12oano-global/48316439 Acesso a 20 de novembro de 2023.
 Controlo hormonal masculino.
https://www.studocu.com/pt/document/ensino-medio-portugal/biologia/
aula-2-controlo-hormonal-masculino/15820231 Acesso a 21 de
novembro de 2023.
 Biologia 12ºano – Reprodução e manipulação da fertilidade.
https://colegiovascodagama.pt/ciencias3c/doze/unidade1.html Acesso a
21 de novembro de 2023.

16
Observação de esperma humano e de cortes histológicos de gonadas
 Biologia 12º Ano - Resumo - Reprodução Humana.
https://pt.scribd.com/doc/95231241/Biologia-12%C2%BA-Ano-Resumo-
Reproducao-humana Acesso a 21 de novembro de 2023.

17
Observação de esperma humano e de cortes histológicos de gonadas

Você também pode gostar