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Ciclo Reprodutivo da Égua:

O ciclo reprodutivo da égua está dividido em 4 fases:


• Anestro de Inverno/Época de anovulação
• Transição vernal
• Época de ovulação/reprodução
• Transição de Outono

Este ciclo dura cerca de 21 dias, em que:


• Estro – dura entre 4 a 7 dias
• Diestro – dura entre 14 a 15 dias

Anestro de Inverno/Época de anovulação

Durante o anestro (“falta de estro”), a produção de GnRH no hipotálamo é inibida pela melatonina que é
produzida pela glândula pineal durante os dias curtos e as noites longas. Levando assim, a um decréscimo
na secreção pituitária de FSH e LH. Consequentemente, há pouco desenvolvimento folicular e nenhuma
formação do corpo lúteo – concentrações de estradiol e progesterona baixas.

Na palpação e na ecografia consegue-se palpar e observar, os ovários que estão reduzidos e inativados
(<10-15 mm), o útero que está flácido e o cérvix que pode ter algum tónus, mas por norma está relaxado
(atónico). Não existe nenhum edema uterino ou líquido uterino intraluminal. As éguas por norma permitem
a monta e são recetivas aos garanhões, mas não estão prontas para a ovulação.

Transição vernal

À medida que os dias vão ficando mais longos e as noites mais curtas, a melatonina deixa de exercer um
feedback negativo sobre o hipotálamo. O hipotálamo produz GnRH, que começa a induzir a libertação de
FSH e LH. De seguida, começa a haver muitas ondas de crescimento e atresia folicular. Os níveis de FSH
mantêm-se variáveis, enquanto a concentração de LH é baixa, o que faz com que as éguas fiquem num
período prolongado de estro (1 a 2 meses).

As éguas por norma têm os ovários grandes com folículos de tamanho médio a grande (> 20 mm) e não
têm corpo lúteo. O útero passa a ser mais rígido e com a algum tónus. Pode existir edema endometrial ou
não. Pode existir pequenas quantidades de líquido intra uterino o que pode coincidir com o edema uterino.
O cérvix encontra-se relaxado devido ao aumento do estradiol e a concentração baixas ou nulas de
progesterona. A égua continua a permitir a monta, mas não está pronta para a ovulação.

Época de ovulação/Reprodução

Refere-se à fase do estro, em que a égua tem um comportamento de recetividade sexual, está sexualmente
recetiva e prestes a começar a ovulação. O estro dura aproximadamente 7 dias. No início do estro, os
folículos crescem em função da concentração de FSH e LH. Neste momento a concentração de
progesterona é baixa. À medida que os folículos crescem (aproximadamente 3-5 mm por dia), eles
secretam estradiol na glândula pituitária anterior, o que leva ao aumento da secreção de LH e à maturação
folicular. De seguida, o folículo dominante produz inibina que vai inibir a secreção de FSH, enquanto esse
folículo dominante continua a crescer. Quando os níveis de estradiol chegam ao seu pico, há também um
pico na produção de LH, levando à ovulação 1 dia após o pico de LH. O processo de ovulação dura cerca de
2 a 7 minutos, o que resulta na libertação do oócito até à fossa de ovulação. Durante o estro, o sistema
reprodutor da égua prepara-se para o acasalamento. Nesta preparação há um aumento da dimensão do
folículo, diminuição da consistência da parede folicular, mudança da forma do folículo , presença de pontos
hiperecogénicos no fluído folicular, edema uterino e relaxamento cervical. A égua também apresenta
comportamentos diferentes, como afastamento e abaixamento dos curvilhões, exposição do períneo,
emissão de urina, contração dos lábios vulvares com exposição e eversão do clitóris e existe interesse pelo
garanhão, que é caracterizado por movimentos com a cauda e orelhas.

Depois da ovulação existe um aumento de progesterona circulante do corpo lúteo que persiste até ocorrer
a luteólise. Os níveis de FSH aumentam e diminuem, mas devido à inibição por parte da progesterona na
secreção de LH, os folículos na fase do diestro raramente ovulam. A luteólise ocorre quando a PGF2a que
é produzida no endométrio, vai para os ovários por via sistémica e induz a lise do corpo lúteo – caso não
haja reconhecimento de gravidez por parte da égua.

Se a égua estiver prenha então o útero tem tónus e existem contrações uterinas de forma a facilitar o
estabelecimento do embrião. O cérvix alonga e fecha-se de forma a impedir contaminação. Durante o meio
até ao fim do diestro, a égua não está interessada que o garanhão a monte.

Transição de Outono

É caracterizado por períodos irregulares de estro, falha na ovulação e períodos lúteos prolongados ou de
curta duração. O útero torna-se flácido, não existe edema uterino e o cérvix continua com algum tónus e
está fechado devido à progesterona que ainda está presente da última ovulação.

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