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PROJECTO FINAL
PROJECTO FINAL
«Não quero saber das partidas, das idas sem vindas que não vão e não
vêm…. Causando transtornos e danos, levando os sonhos nas rodas de um
trem. Eu quero é ouvir seu apito, acenar com agito em cada estação… sorrir
ao sentir a chegada daquelas que forma buscando emoção»
Carmem Lúcia
III
IV
DEDICATÓRIA
Aproveito a oportunidade para dedicar este trabalho, aos meus queridos pais Wakanga
Nowa João Vasco e Lumuangakio Maiamba Emanuel, pois é graças aos seus esforços que
hoje posso concluir o meu curso. Aos meus queridos irmãos, pois não há exemplo maior de
dedicação do que a nossa família. Ao meu amado e eterno filho Noah Kiesse (em memória),
minha grande motivação para concluir esta fase da minha vida. À minha eterna amada tia
Mungenga Denise (em memória), que desde a minha tenra idade, com a sua instrução
orientou-me e despertou em mim o desejo de me empenhar nos estudos. Foi pensando nas
pessoas que executei este projecto, por isso dedico também este trabalho a todos aqueles a
quem este trabalho possa ajudar de alguma forma.
V
AGRADECIMENTOS
Expresso a minha gratidão a Jeová Deus pela dádiva de vida, pela saúde, durante todo o
percurso de formação.
Agradeço à minha família e o meu marido pelo suporte e amparo, aos meus colegas e
amigos pelo apoio pela força e pela motivação.
Agradeço aos professores e todo o pessoal que me apoiaram na minha área de formação
seja de forma directa e indirectamente, fornecendo todas as bases necessárias para a
realização deste trabalho, como também a coordenação do curso de Engenharia
Electromecânica pelos esforços exercidos para a minha formação.
Agradeço ao meu orientador Eng.º Adilson Sam-Diambo, por ter aceitado acompanhar-
me, pela capacitação dada durante a execução do meu projecto, e directrizes, pelos
esclarecimentos, e por tudo o que me foi fornecido para a conclusão do mesmo. O seu
empenho foi essencial para a minha motivação á medida que as dificuldades iam surgindo ao
longo do percurso.
VI
DECLARAÇÃO DE AUTOR
Declaro que este trabalho escrito foi levado a cabo de acordo com os regulamentos da
Universidade Jean Piaget de Angola (UniPiaget) e em particular do Regulamento de
Elaboração de Projecto Final. O trabalho é original excepto onde indicado por referência
especial no texto. Quaisquer visões expressas são as do autor e não representam, de modo
nenhum, as visões da UniPiaget. Este trabalho, no todo ou em parte, não foi apresentado
para avaliação noutras instituições de ensino superior nacionais ou estrangeiras. Mais
informo que a norma seguida para a elaboração do trabalho é a Norma ISO 690.
Assinatura:
_____________________________________________________________
Data: _____/_____/__________
VII
ABREVIATURAS, SIGLAS E SÍMBOLOS
VIII
REFER-Rede Ferroviária Nacional (Brasileira)
RJ-45- Registered Jack 45
RPN- Regulamento das Passagens de Nível
RTIEBT- Regras Técnicas das Instalações Eléctricas de Baixa Tensão
SDO - Sistema de detecção de obstáculos
SELV- Self Extra Low Voltage
SIC- Serviços de Investigação Criminal
SNPCB - Serviço Nacional de Proteção Civil e Bombeiros
SPN- Sinal de protecção a passagens de nível
STP- Shielded Twisted Pair
UTP- Unshielded Twisted Pair
IX
RESUMO
X
Palavras-chave: Sistema- Acidente- Linha Férrea
XI
ABSTRACT
The project aims to emphasize the implementation of an accident protection system on the
railway lines (Case Study-Gamek Station to Viana Station), through devices that are able to
identify the presence of obstacles, and communicate to the station near the perimeter of the
train, avoiding accidents in the PN. The same consisted of determining the real reasons for
occurrence on the railway lines, analyzing the existing protection system on the railway lines
and implementing a system capable of activating the gates and alerting the approach of the
train to the PN, evaluating the benefits that the system can bring to the population and for the
proper functioning of the line. Firstly, a study was made on the railway lines, specifically,
those of Angola where it was done and approached about the NP and occurrences of accidents
in them, in which, depending on the case under study, some occurrences recorded in recent
years in Viana were presented. Through the research methodologies, data were collected
through interviews with some CFL collaborators, field visits in the PN under study in order to
understand how their control systems work, as well as the current technical state of them and
the processes, in order to evaluate the effective and efficient technical solutions for the
mitigation of the problem. Thus, it was proposed the implementation of two types of object
detection systems, that is, radars and CCTV, where the radars would serve for the monitoring
and detection of rail transports approaching the PN, being the same aided by video
surveillance for the confirmation of information at the points of approach, as well as the real-
time monitoring of the PN, that is, verification of the presence or absence of obstacles in the
PN, where they would be directly connected to the triggers manually and/or automatically of
means of alerts by removal of obstacles even before the rail transport reaches the PN, as well
as the gates. Thus, it was verified that with the implementation of the system it would be
possible to mitigate the occurrences of accidents in the PN of Gamek and they should be
accompanied with the recommendations presented in the project for the best functioning of
the system.
Keywords: System-Accident-Railway
XII
XIII
ÍNDICE
EPÍGRAFE................................................................................................................................III
DEDICATÓRIA.......................................................................................................................IV
AGRADECIMENTOS...............................................................................................................V
DECLARAÇÃO DE AUTOR..................................................................................................VI
RESUMO..................................................................................................................................IX
ABSTRACT...............................................................................................................................X
ÍNDICE DE FIGURAS..........................................................................................................XIII
ÍNDICE DE TABELAS.........................................................................................................XIV
INTRODUÇÃO..........................................................................................................................1
IDENTIFICAÇÃO DO PROBLEMA........................................................................................1
OBJECTIVOS DE ESTUDO......................................................................................................2
Objectivo geral............................................................................................................................2
Objectivos específicos.................................................................................................................2
IMPORTÂNCIA DO ESTUDO.................................................................................................2
DELIMITAÇÃO DO ESTUDO.................................................................................................3
DEFINIÇÃO DE CONCEITOS.................................................................................................3
2.2. MÉTODO...................................................................................................................24
CONCLUSÕES........................................................................................................................41
RECOMENDAÇÕES...............................................................................................................42
REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS......................................................................................43
XV
ÍNDICE DE FIGURAS
XVI
ÍNDICE DE TABELAS
XVII
INTRODUÇÃO
Actualmente, os acidentes ferroviários são alvos de atenção, uma vez que se têm
tornado cada vez mais frequentes em passagens de níveis, e até mesmo ao longo da linha
férrea. Várias tem sido as razões apontadas como base para esta problemática.
IDENTIFICAÇÃO DO PROBLEMA
1
De acordo com o problema, surge a seguinte questão: O que se pode fazer para
mitigar as ocorrências de acidentes nas passagens de nível na linha férrea entre a
estação da Gamek e Viana?
2
OBJECTIVOS DE ESTUDO
Objectivo geral
Objectivos específicos
IMPORTÂNCIA DO ESTUDO
3
4
DELIMITAÇÃO DO ESTUDO
DEFINIÇÃO DE CONCEITOS
Acidente
Linha Férrea
5
CAPÍTULO I: FUNDAMENTAÇÃO
TÉCNICO/CIENTÍFICA
6
1.1. CAMINHOS DE FERRO E ANGOLA
«Em 1877 foi tomada a decisão (Ministro Andrade Corvo) de levar o caminho-de-ferro,
a todo o custo, até ao Lucala, cuja construção se iniciou em, 1886 inaugurava-se o primeiro
troço de 45 km de Luanda à Funda. Era a acção da Companhia Real dos caminhos-de-ferro
através de África, criada em 1883 e conhecida por Companhia de Ambaca. Com o objectivo
do projecto era ligar Luanda ao Congo, África Central e posteriormente aos caminhos-de-
ferro, existentes ou em projecto, África Central e Moçambique. Num acto de surpresa, não de
todo inesperado, o Diário do Governo inseria em 13 de Julho de 1918, o Decreto nº 4600,
pelo qual o Caminho de Ferro de Ambaca passava imediatamente para as mãos do Estado.
Assim nascia o Caminho de Ferro de Luanda, iniciando a exploração de 504 km na linha
geral que já atingia Malange, e de mais 31 km do Ramal do Golungo Alto, sendo o percurso
entre o km 5 e Catete feito pelo Vale do Bengo». (CFL, 2019).
7
Dos trabalhos relativos a linhas férreas, este projecto está mais direccionado em trazer
uma solução de melhoria do problema identificado, trazer à tona os factores contribuintes para
o aumento das estatísticas relacionados ao problema.
Um dos conceitos mais completos de estrada de ferro diz que ferrovia é um sistema de
transporte terrestre, autoguiado, em que os veículos (motores e rebocados) se deslocam com
rodas metálicas sobre duas vigas contínuas longitudinais, também metálicas, denominados
trilhos.
Ou seja, pelo facto de o transporte ser autoguiado em trilhos não proporciona o homem
muitas possibilidades de desviar obstáculos ou qualquer outro tipo de manobra que o permita
desviar de objectos que possam aparecer em seu caminho.
Segundo AMARAL (2015, p. 2), «as passagens de nível, no caminho de ferro, são um
ponto de conflito e de insegurança, quer para a exploração ferroviária, quer para os
utilizadores da rodovia.» ou seja, a insegurança que a mesma apresenta coloca a todos em
sentido de prontidão de modo a acautelar as medidas de segurança e evitar ocorrência de
acidentes, o que impõe objectivos de redução da sinistralidade nas mesmas.
Daí surge a implementação de medidas a contornar estes mesmos problemas quer sejam
eles do nível tecnológico como do nível educacional. Contudo, é de responsabilidade da
entidade gestora dos caminhos de ferro, além da implementação de sistemas de gestão das
passagens de nível ter a capacidade de divulgar os relatórios de ocorrência anual das diversas
passagens de nível do nosso país. Estes relatórios proporcionam um levantamento de dados
estatísticos que fornecem informações qualitativas e quantitativas e que proporcionam
condições melhores de estudo de soluções para cada passagem de nível em função das razões
que originam ocorrências frequentes.
8
«A elevada sinistralidade leva a que hoje em dia exista uma grande preocupação por
parte das empresas gestoras das infraestruturas ferroviárias em instalar sistemas que
aumentem a segurança dos utentes das passagens de nível. Neste contexto, é necessário
recorrer a novos meios tecnológicos que permitam melhorar as condições de segurança,
uma vez que os acidentes têm sempre consequências quer para as pessoas, quer para a
disponibilidade da infraestrutura e para os operadores ferroviários.»
(AMARAL, 2015, p. 3)
Daí surge a necessidade da implementação de projectos que consigam dar respostas, isto
é, na melhoria das condições de segurança para as pessoas, infraestrutura e os operadores
ferroviários.
9
colisão entre o comboio e outro veículo circulante cruzando a passagem de nível o que é
muito comum em Angola. Maioritariamente, os acidentes sãos causados por negligencia dos
peões e automobilistas que ignoram a sinalização e o aviso ao entrar nas passagens de nível:
Atenção - Parar, escutar e olhar.
Segundo MICHEL et al. (2010, p. 9), «“Errare humanum est” segundo a antiga
sabedoria», também MICHEL et al. (2010, p. 11), diz ainda que «“how safe is safe
enough”», e, MICHEL et al. (2010, p. 16), vai a fundo afirmando que «nós, entretanto,
fizemos tudo, aperfeiçoamos os procedimentos, implementamos melhorias técnicas,
reforçamos os controles hierárquicos…devemos ter esquecido alguma coisa: o factor
humano”».
10
«Em Angola, os números começam a preocupar. Em 2010, foram registados 21
atropelamentos, dos quais resultaram 14 feridos e 8 mortos. Em 2011, registaram-se 13
colisões e 44 atropelamentos. Deste número resultaram 33 mortos e 14 feridos. No 1º
semestre deste ano, registaram-se 2 colisões e 13 atropelamentos, dos quais resultaram
10 mortos. O fundamental, disse é sensibilizar as pessoas para o perigo que as linhas-
férreas representam e adopção de medidas para contrariar a tendência crescente de
acidentes. Os CFL investiram na instalação de iluminação junto das passagens de nível.
A zona urbana de Luanda 8 passagens de nível vão ser equipada com 4 candeeiros. Lobo
Nascimento disse que por causa do défice de energia eléctrica e até a própria
iluminação pública, os candeeiros vão funcionar com energia solar»
(JORNAL PRESSREADER, 2012, p. 12).
Abaixo relatamos alguns dos demais acidentes, ocorridos nos últimos dez (10) anos no
sector ferroviário em Angola:
11
isso, garante, continuará a vender jornais junto à via-férrea. “É mesmo aqui onde há
movimento. Nós seguimos onde há movimento, por isso, vendemos aqui”.».
Deste modo, o factor educação foi levantado por parte da direcção do Caminho de
Ferro de Luanda como um dos factores principais de reduzir a ocorrência de acidentes.
12
João Lourenço, havia manifestado consternado o acidente, considerando que se tratou de um
"acontecimento trágico", em que várias famílias ficaram enlutadas».
13
1.1.2.2. Ocorrência de Acidentes nas PN da zona de delimitação do estudo
Abaixo seguem alguns dos registos de ocorrências de acidentes registados nos últimos 10
anos nas passagens de níveis do município de Viana, isto é referente à zona que delimita o
estudo referente ao presente projecto.
Um carro foi esta manhã colhido por um comboio numa passagem de nível do
Millenniun, no município de Viana, em Luanda, e a circulação este, interrompida durante
duas horas (JORNAL NOVO, 2020).
14
De acordo ao porta-voz do Serviço Nacional de Protecção Civil e Bombeiros (SNPCB),
Faustino Sebastião, adiantou que o acidente aconteceu pelas 6h:40, na zona da passagem de
nível da conhecida rua Brasileira, no município de Viana, em Luanda, e provocou a morte no
local a uma jovem de 25 anos, ocupante do mini-autocarro. Onde disse ainda à agência Lusa
que, a locomotiva seguia no seu trajecto normal quando colidiu com um autocarro de
passageiros que transportava 13 ocupantes e que seguia na passagem de nível. Segundo a
agência, o acidente foi resultado, provavelmente, pela desobediência das regras estabelecidas
e a colisão foi inevitável (DIÁRIO DE NOTÍCIAS, 2015,).
Segundo a REFER (2009, p. 9), «as passagens de níveis, (…) atendendo as condições
do tráfico ferroviário e rodoviário, bem como as características das vias ferroviárias e
rodoviárias, classificam-se em A, B, C, D e de Peões». Ou seja, a análise da sua classificação
nos ajudará a identificar que tipo de PN é a do caso em estudo para que se possam
implementar melhores soluções técnicas atendendo a problemática.
15
Contudo, antes mesmo de se efectuar qualquer intervenção a passagem de nível é
importante saber que o mesmo é da inteira responsabilidade do CFL enquanto gestor da infra-
estrutura ferroviária e os seus agentes garantirem certos aspectos tais como:
Porém, para os operadores e agentes, de acordo REFER, (2009), são deveres das
empresas de transporte ferroviários e seus agentes, entre outros:
Para os utentes das passagens de nível, de acordo REFER, (2009), as condições em que
o utente pode efectuar o atravessamento nas PN encontram-se regulamentadas através do
código de estrada, fixando também o RPN nestas condições, que sem transcrevem:
16
tiver tomados as precauções necessários para se assegurar que não se aproxima
qualquer circulação ferroviária;
o Se a PN tiver barreiras completas ou meia barreiras, quando estas se
encontrarem completamente abertas;
o Se a PN estiver munida de sinalização luminosa e ou sonora e barreiras
completas ou meia barreiras, quando nenhum destes elementos der indicação
impeditiva;
o Se a PN dispuser de entrada destinada a peões, quando esta estiver franqueada
e o utente tiver tomado as precauções necessárias para o poder fazer sem
perigo;
o Se a PN estiver munida de sinalização luminosa e/ou sonora nem de barreiras
completas ou meia barreiras, quando o utilizador tiver tomado as precauções
necessárias para se assegurar que não se aproxima qualquer circulação
ferroviária.
Para evitar colisões, as passagens de nível devem ser claramente marcadas. Além disso,
é comum que recursos como semáforos e barreiras sejam usados para se efectuar a gestão do
tráfego no cruzamento e avisar sobre a chegada iminente de um comboio no ponto em
questão.
Alguns dos pontos referidos acima estão identificados no código de estrada nacional nos
artigos. Como por exemplo termos o artigo 67º que fala sobre o atravessamento, encontrado
na secção X que aborda sobre o trânsito em certas vias ou troços, propriamente na subsecção I
que aborda sobre o trânsito nas passagens de nível, onde:
E ainda na mesma secção e subsecção no artigo 68º que fala sobre o comportamento em
casos de imobilização forçada de veículo ou animal, onde:
17
«Em caso de imobilização forçada de veículo ou animal ou de queda da respectiva carga
numa passagem de nível, o condutor deve promover a sua imediata remoção ou não
sendo esta possível, tomar as medidas necessárias para que os condutores dos veículos
ferroviários que se aproximem possam aperceber-se da presença do obstáculo.»
(MINISTÉRIO DO INTERIOR, 2008, p 42)
Ainda é abordado na secção III, que fundamenta sobre as velocidades no seu artigo 25º,
condições que exigem velocidade moderada, que na alínea g, aponta as pontes, túneis e
passagens de nível como locais de práticas deste tipo de velocidade. (MINISTÉRIO DO
INTERIOR, 2008).
«2. Todo o condutor é obrigado a ceder a passagem aos veículos a sair de uma
passagem de nível.» (MINISTÉRIO DO INTERIOR, 2008, p. 27)
Estas medidas citadas e outras é que servem de orientação para os utentes sobre os
possíveis obstáculos que possam surgir ao entrarem ou saírem de uma PN.
Existem várias opções tecnológicas para detectar a presença de um objecto numa PN.
No entanto, a sua escolha depende de vários factores, com por exemplo, as condições
ambientais e o tamanho do objecto a detectar. Para a nossa realidade e caso de estudo, existem
também as questões relacionadas com a segurança dos próprios equipamentos de detecção,
em função das regiões de localização dos mesmos.
18
Segundo AMARAL (2015, p. 8), «Foram identificados seis tipos de tecnologias que
têm sido utilizadas na investigação, para fazer detecção de obstáculos em PN: Espiras
Magnéticas; Feixes Ópticos, Sensores de Ultra-sons, Câmaras de vídeo, RADAR, LIDAR.»
onde, para o melhor esclarecimento sintetizamos abaixo uma breve descrição sobre os
mesmos.
«Os sensores de ultra-sons foram concebidos para detectar a presença de objectos. (…)
emitem pulsos de ultra-sons que têm uma frequência inaudível para o ouvido humano.
Quando o pulso de ultra-som atinge um objecto é reflectido para o receptor pela
superfície deste. Estes sensores permitem saber a distância (pelo tempo de ida e volta do
pulso) e a orientação (pela direcção do pulso reflectido).»
O objectivo do sistema consiste em enviar pulsos de ultra-som em objectos afim de
conhecer a localização do objecto em função da distância que a mesma se encontrar em
função da reflexão do pulso emitido sobre a superfície do mesmo.
«Um dos principais objectivos para a introdução de sistemas de CCTV (circuito fechado
de televisão) em PN é a detecção automática de eventos que comprometam a segurança
dos utilizadores da PN e de vigilância de suporte para intervenção humana, permitindo
ao mesmo tempo a gravação de imagens para posterior análise. Alguns fornecedores de
sistemas de detecção de obstáculos incluem-no nas soluções que propõem.»
A monitorização em tempo real na circulação na PN com o intuito de aferir o
movimento, a existência ou não de obstáculos principalmente no momento em que o comboio
vem se aproximando no mesmo local.
Segundo AMARAL (2015, p. 11), «O CCTV pode também ser usado em PN para a
prevenção do crime, monitorizar o tráfego rodoviário na PN ou detectar graves violações da
lei por parte dos utilizadores, como por exemplo contorno das meias barreiras quando estão
em baixo.»
Segundo DIDONÉ et al. (2016, p. 25), «um servidor é um computador com grande
capacidade de processamento e armazenamento. Destinado apenas à execução de um ou
mais serviços.».
O mesmo arquiva as informações do sistema, como eventos para que depois se faça uma
análise do dia, hora, minuto, segundo, ou milissegundos do ocorrido. Estas informações
podem ser acessadas remotamente.
20
recebe um pacote de um computador da rede e entrega directamente ao computador
destino, fazendo uma ligação única entre emissor do pacote e receptor. Já o hub,
simplesmente recebe um pacote na rede e distribui a todos os micros da rede para que o
destinatário pegue o mesmo, o que gera um grande tráfego na rede».
(PERLIN, 2014, p. 102)
Através do Switch é possível conectar vários Hosts, permitindo que os mesmos possam
comunicar ao mesmo tempo e sem criar interferências.
Segundo PERLIN (2014, p. 103), o roteador «Trata-se é um dispositivo de rede que tem
a função de interligar diferentes redes de computadores independente da quantidade e das
distâncias destas redes».
«O par trançado é o tipo de cabo de rede mais usados actualmente. Existem basicamente
dois tipos de par trançado: sem blindagem, também chamado UTP (Unshielded Twisted
Pair), e com blindagem, também chamado de STP (Shielded Twisted Pair). “A diferença
entre eles é justamente a existência, no par trançado com blindagem, de uma malha em
volta do cabo protegendo-o contra interferências electromagnéticas. Existem várias
categorias de cabos par traçados que vai desde a Cat 1, 2, 3, 4,5, Cat 5e, Cat 6, Cat 6a,
e o Cat 7. Cada categoria citada corresponde a um determinado valor de transmissão e
recepção de dados, cada categoria tem os seus conectores RJ-45 específico».
(ALENCAR, 2010, p. 23)
Contudo, a imagem captada por câmaras de vídeo pode ser processada por software de
maneira a classificar os objectos e automatizar os alarmes, i.e., fazer a detecção automática
dos obstáculos.
iv. LIDAR
Segundo AMARAL (2015, p. 13), «LIDAR pode ser utilizado para detectar a presença
de objectos, numa área de interesse», ou seja, é um sistema de detecta a presença de objecto
21
através de uma certa área definida em função do posicionamento do sensor.
«A área de interesse é varrida com pulsos de laser, que são reflectidos pela superfície
dos objectos. Os pulsos de laser reflectidos podem ser analisados para determinar a
localização e a direcção. A localização do objecto é determinada a partir do tempo que o
pulso de laser demora a ser reflectido para a fonte; a direcção é determinada a partir do
ângulo de emissão do pulso de laser emitido e da orientação da reflexão do pulso de
laser para a fonte».
(AMARAL, 2015, p. 14)
Implica dizer que a localização do objecto é dada através da emissão e reflexão do sinal
onde, sem a presença de qualquer objecto a distância de reflexão é diferente.
É importante perceber que a luz tem comprimentos de onda muito mais curtos do que as
ondas de rádio, por isso o LIDAR tem maior precisão na determinação do tamanho dos
objectos do que o radar. A área analisada pode ser controlada através da variação do ângulo
em que o pulso é emitido. A figura abaixo mostra o princípio de funcionamento do LIDAR.
v. RADAR
22
retornos das ondas de rádio. Os mesmos são descritos por 2 métodos que são apresentados
mais baixo.
«No primeiro método o radar emite ondas de rádio sobre a área de interesse e fica à
escuta do eco das ondas emitidas. Se receber um eco, isso significa que a onda de rádio
emitida foi reflectida pela superfície de um objecto. Analisando o eco recebido é possível
determinar a distância, a posição e a velocidade a que o objecto se desloca. Sabendo-se
o intervalo de tempo entre a onda emitida e o eco recebido e a velocidade de propagação
das ondas de rádio na atmosfera, pode-se obter a distância a que está o objecto».
(AMARAL, 2015, p. 12)
Deste modo, a reflexão das ondas sonora se torna um factor preponderante para a
determinação da presença do comboio ou não a uma certa distância da passagem de nível.
Deste modo, a interrupção do feixe da onda entre a unidade emissora para a unidade
reflectora se torna o factor principal para a determinação da presença de comboios na zona de
detecção.
É importante referir este sistema apresenta algumas vantagens que o faz destacar.
«Uma das vantagens para o uso do radar em relação a outros meios de detecção, como
por exemplo a imagem, é a facilidade de filtrar alguns falsos positivos. Por exemplo se
23
uma folha de papel passasse pela PN empurrada pelo vento e no caso do detector estar
activo é pouco provável que causasse uma falsa detecção, uma vez que as ondas de rádio
passam através do papel e neste caso o feixe não seria interrompido. Uma das
desvantagens é a de que se os reflectores forem acidentais ou deliberadamente
deslocados, isto pode interferir com o correcto funcionamento do detector. Existe outra
desvantagem conhecida como efeito de captura: se existirem dois ou mais sinais emitidos
na mesma frequência, o receptor irá responder ao sinal de maior potência e ignorar os
restantes.»
(AMARAL, 2015, p. 12).
Deste modo, é de extrema importância termos noção do local onde poderão ser
posicionados os emissores e os receptores a fim, de explorar no máximo as vantagens que o
sistema de detecção oferece e desviar os elementos que podem levar na desvantagem da
aplicação do mesmo.
24
CAPÍTULO II: OPÇÕES METODOLÓGICAS DO ESTUDO
25
1.1. TIPO DE PESQUISA
Todos trabalhos feitos existem métodos que o guiam para uma determinada finalidade.
A metodologia é imprescindível para a elaboração do esboço ou esquema experimental com
intuito de elucidar a nossa máxima compreensão tanto no modo de funcionamento como a sua
constituição.
Como objectivo a pesquisa exploratória tem o intuito de nos tornar indubitável, com
revisões de literaturas pegando vários conteúdos e filtrar o que será usado no projecto assim
será fácil lidar com os problemas e a realidade encontrada na passagem de nível da Gamek.
Envolvendo levantamento bibliográfico, vídeos, entrevistas com o público alvo e os
responsáveis e experientes no problema pesquisado na passagem de nível da Gamek.
26
Pesquisa documental através de materiais que não receberam ainda um tratamento
analítico, ou que ainda podem ser re-elaborados de acordo com os objectos de pesquisa assim
como, aqueles que já foram processados, mas podem receber outras interpretações, como ex.,
registros de ocorrência nos caminhos de ferro de Angola.
Pesquisa de acção com base empírica que é concebida e realizada em estreita associação
com uma acção ou com a resolução dos problemas colectivo e no qual nós como estudantes e
participantes representativos da situação ou do problema estivemos envolvidos de modo
cooperativo e participativo, feitas dentro da instituição.
1.2. MÉTODO
Dedutivo, isto é, partindo de teorias e leis gerais para a ocorrência de acidentes nos
caminhos de ferro, propriamente na passagem de nível da Gamek e os sistemas de detecção de
obstáculos a ser instalado.
27
Estatístico que implicou em números, percentuais, análises estatísticas, probabilidades.
Tornando indispensável no estudo de certos aspectos nas passagens de Angola, e em especial
as passagens de nível da Gamek. Em que se pretendeu medir o grau de correlação entre dois
ou mais fenómenos, isto é, entre o número de ocorrências de acidentes e o sistema de
detecção de obstáculo nas passagens de nível da Gamek em análise PESTLE (político,
económico, social, Tecnológico, legal e ambiental).
28
CAPÍTULO III: EXECUÇÃO DO PROJECTO
29
1.4. MEMÓRIA DESCRITIVA E JUSTIFICATIVA
30
Fonte: imagem ©2022 digital globle, Google Angola, dados do mapa ©2022
31
1.4.2. Estrutura do sistema
Para isso, como ilustra a figura abaixo a arquitectura do sistema SDO, que é de
segurança intrínseca, i.e., quando está no estado inicial considera a zona de supervisão
obstruída, ou seja, “estado de obstáculo detectado” e fecho do Sinal de protecção a passagens
de nível SPN (AMARAL, 2015).
32
Figura 4 – Arquitectura do SDO por RADAR instalado na PN do Sabugo
Entretanto, é importante certificar que sendo a Zona de supervisão – RADAR tem como
objectivo detectar a aproximação do comboio na passagem de nível e, é necessário que se
consiga certificar e que se confirme que é mesmo um comboio que vem se aproximando da
PN. Para tal, deverá ser usado um segundo Emissor e receptor a fim de confirmar a
informação em função da velocidade média que os comboios se movimentam, através de uma
distância pré-estabelecida em função do tempo necessário para o comboio lá estar.
33
Portanto, o primeiro ciclo de varrimento da zona a supervisionar, de duração
programável, é efetuado após ter sido desencadeado um anúncio automático de um comboio à
PN através da presença do comboio na zona de supervisão no momento em que as MB
iniciam a descida. No final do primeiro ciclo de varrimento e no caso da zona de supervisão -
RADAR se encontrar obstruída, a unidade lógica de controlo do SDO, transmite o estado de
zona de supervisão obstruída, indicando assim a presença de comboio e directamente alerta
para verificação também de obstrução na PN através do sistema de CCTV.
«Como forma de garantir que um obstáculo que invada a zona de gabarito seja
detectado, foi definida uma zona de detecção na área envolvente da PN. Esta zona está
delimitada na vertical a 50 centímetros do solo e até 1,80 metros na lateral. O sistema
está configurado para detectar obstáculos com uma volumetria superior a 0.5 m3»
(AMARAL, 2015, p. 20).
Isto é feito com o intuito de evitar informações falsas de detecção de objectos que
possam passar na zona de supervisão CCTV.
Para isso, como vantagem deste SDO temos a detecção de obstáculos com uma
volumetria superior a 0.5 m3, visualização em tempo real da PN. alertas de aproximação de
comboios na passagem de nível. E, como algumas das desvantagens temos: (a) o sistema é
muito dispendioso em virtude do elevado número de equipamentos a instalar (AMARAL,
2015).
34
1.5. MEMÓRIA DE CÁLCULO
Para o presente projecto foi optado por a utilização equipamentos da fabricante AXIS
Communications na qual foi escolhido o AXIS D2110-VE Security Radar.
35
esquerda e à direita do radar que reflectem ondas de rádio afectam o
desempenho do radar.
• Os objectos de metal no campo de visão causam reflexos que afectam a
capacidade do radar de realizar classificações.
• Evitar apontar mais de três radares na direcção um do outro.
• Se mais de três radares forem montados muito próximos, eles poderão
interferir um no outro.
É importante salientar que todos os equipamentos que enquadram o projecto podem ser
alimentados por cabos UTP por portas PEO Power over Ethernet ou po SELV Self Extra Low
Voltage. Portanto, para encontrar dispositivos Axis na rede e atribuir endereços IP a eles no
Windows®, é necessário fazer o uso do AXIS IP Utility ou o AXIS Device Manager. Ambos
os aplicativos são grátis e podem ser baixados de axis.com/support.
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qualquer movimento detectado, e poderá adicionar zonas de detecção e regras de acção
imediatamente.
Deste modo, para determinar onde detectar movimento, pode adicionar várias zonas.
Diferentes zonas podem ser usadas para accionar acções diferentes.
Após a realização de todos estes processos passa-se para a fase que consiste em validar
a instalação do radar, validar o radar e concluir. De modo geral, é necessário ter conhecimento
da especificação técnica de todos os componentes afim de se poder fazer uma ligação correcta
dos equipamentos e garantir o perfeito funcionamento do sistema.
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3.3 MEDIÇÕES OU MAPA DE QUANTIDADE
A tabela abaixo espelha as quantidades dos elementos que compõe o sistema geral de
controlo das passagens de nível que é apresentado nas peças desenhadas.
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3.4 ESTIMATIVA ORÇAMENTAL
A tabela que abaixo apresenta a estimativa orçamental deste projecto, em função das
medições foi possível estimar a valorização dos equipamentos e a mão-de-obra associada ao
mesmo.
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3.5 PEÇAS DESENHADAS
Em função do SDO’s tem-se uma visão geral do projecto apresentando abaixo a lista de
dos principais elementos que são utilizados neste sistema.
Figura 6 – Arquitectura do SDO por RADAR e CCTV proposto a instalar na PN da Gamek, Viana
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Nota: Para os pontos onde estão localizados os radares poderão ser escolhidas entre as
câmaras tipo Dome Fixa e a PTZ avaliando factores como custos e a necessidade de
verificação do objecto a ser detectado em função do modo de confirmação de informação.
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de alertas sonoros e visuais para a remoção de obstáculos assim como a confirmação do fecho
de MB instaladas da mesma.
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3.6 CONDIÇÕES TÉCNICAS E/OU CONDIÇÕES ADMINISTRATIVAS
Sendo o projecto direccionado aos CFL, é necessário que a gestão da mesma, faça uma
melhor avaliação do SDO de modo a facilitar a integração do sistema na sua rede de gestão de
PN’s, para assim fazer uma avaliação aprofundada da relação custo benefício da sua
implementação.
Deve o CFL estar directamente ligado ao Centro integrado de segurança pública CISP
de Luanda com o intuito de dar um auxílio na gestão das redes de CCTV.
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CONCLUSÕES
Desta forma, concluímos que o projecto em proposta teve como objectivo geral, a
idealização de um sistema capaz de atender à problemática apresentada, isto é, mitigar as
ocorrências de acidentes nas passagens de nível, na linha férrea entre a estação da Gamek e
Viana. Assim sendo, o mesmo trará maior monitorização das passagens de níveis na
aproximação dos comboios em ambos os sentidos, alertas com sinais sonoros caso haja
obstáculos na passagem de nível e bloqueio da circulação rodoviária com o accionamento das
meias barreiras.
Em suma, com a aplicação do projecto, poder-se-á fazer uma gestão eficiente da PN,
através do desenvolvimento técnico e tecnológico pela implementação de um sistema
moderno e o mais importante que consiste na mitigação de um problema social que são
ocorrências de acidentes na PN podendo até servir como modelo de sistema em outras PN do
nosso país.
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RECOMENDAÇÕES
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REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS
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DNIT, Departamento Nacional de Infraestrutura de Transportes. Glossário De Termos
Ferroviários. https://www.gov.br/dnit/pt-br/ferrovias/glossario-de-termos-ferroviarios/
glossario, Brazil 2003.
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REFER, Editores. Livro Verde-Segurança em Passagens de Nível. Portugal: Refer Editores,
2009.
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