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PARA
EVOLUIR
BY :
PILOTO TIAGO FERREIRA
03 Piloto Tiago Ferreira
04 Capa
Introdução: Bounced
05 Landing
06 Estudo de Caso
09 Conclusão
TIAGO
FERREIRA
"Ter um Propósito é um
forte Alicerce para criar
uma Carreira de
Sucesso."
Sou graduado em Marketing,
Especializado em Desenvolvimento
de Sistemas para Web, Marketing
Digital e Pós-Graduado em Drones.
pilototiagoferreira
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SEGURANÇA EM PRIMEIRO LUGAR
FOCO NO
ARREDONDAMENTO
DURANTE O POUSO
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INTRO
Artigo: BOUNCED LANDING
www.pilototiagoferreira.com.br
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ESTUDO DE CASO 1: BOUNCED LANDING,
IMPACTO DO TREM DE POUSO DE NARIZ E
UM BATIDA DE CAUDA EM GO-AROUND
Descrição do Evento
Um A320 estava no segmento de aproximação final de sua aproximação ILS, configurado para
pouso CONF FULL (conf full basicamente seria: flap setado na última posição (4), auto brake em
média pressão e manetes de potência a serem colocadas em idle reverse se pista seca ou full
reverse quando pista molhada).
O Pilot Flying (PF) desligou o piloto automático em 370 ft Radio Altímetro (RA) e manteve o
autothrust ON. A 200 pés, as variações do vento de cauda fizeram com que a velocidade caísse
abaixo da velocidade de aproximação (Vapp).
① A partir de 100 pés RA e abaixo, fortes gradientes de vento de cauda mantiveram a velocidade
abaixo de Vapp -5 kt apesar do aumento do autothrust e atingiram um mínimo de 119 kt (Vapp
-20 kt) a 5 pés RA.
③ A aeronave pousou em seu trem de pouso principal e quicou. Durante o salto, uma chamada
automática PITCH PITCH foi acionada.
④ O PF aplicou comando de nariz totalmente para baixo e retardou os manetes de potência para
IDLE (marcha lenta). Isso desencadeou uma extensão de spoilers (freios aerodinâmicos
localizados em cima das asas), levando a aeronave a impactar fortemente na pista, primeiro com
o trem de pouso do nariz e depois com o trem de pouso principal.
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⑤ O impacto do trem de pouso do nariz resultou em outro aumento súbito da inclinação da
aeronave e o aviso automático PITCH PITCH foi acionado pela segunda vez. O PF iniciou uma
arremetida definindo o impulso TOGA e aplicando um comando de nariz para cima. Houve uma
batida de cauda (tail strike), quando a aeronave decolou da pista a 133 kt.
As rodas do nariz se separaram devido ao impacto no trem do nariz na pista e uma roda foi
sugada para o Motor 1, fazendo com que este motor apagasse. Outras falhas de sistema
ocorreram devido ao impacto no trem do nariz e estas fizeram com que a aeronave voasse sem
algumas importantes proteções de voo, voando no modo lei de voo alternativo (alternate law). A
tripulação de voo desviou para um aeroporto diferente e acabou pousando a aeronave.
Considerações operacionais
O FCTM afirma que o risco de colisão com a cauda aumenta devido ao alto ângulo de ataque e
atitude de inclinação elevada se a velocidade da aeronave diminuir muito abaixo de Vapp
(velocidade de aproximação), antes do flare.
Observando a etapa ① no evento descrito acima, mostra que a velocidade caiu abaixo de Vapp
-5 kt de 100 pés e abaixo. Se o PM fez uma chamada de “SPEED”, então o PF pode ter notado a
queda de velocidade e tentou corrigi-la ou iniciar uma arremetida se não fosse provável que se
estabilizasse a tempo.
O FCOM afirma que, em uma aproximação estabilizada, o arredondamento deve ser iniciado a 30
pés para aeronaves da família A320.
O FCTM recomenda iniciar o arredondamento mais cedo se houver vento de cauda. Isso ocorre
porque um vento de cauda contribuirá para uma velocidade de solo mais alta com um aumento
associado na velocidade vertical (razão de descida), para manter a inclinação de aproximação.
Iniciar o arredondamento mais cedo teria reduzido a alta velocidade vertical (razão de descida),
da aeronave no evento descrito acima.
O FCTM do A320 explica que a tripulação de voo pode retardar rapidamente todas as alavancas
de potência para IDLE (marcha lenta), antes ou depois do lembrete de chamada automática
“RETARD” de 20 pés, dependendo das condições. No entanto, as manetes de potêmcia devem
estar em IDLE (marcha lenta), ao tocar o solo para garantir que os spoilers se estendam e
mantenham a aeronave no solo.
Para um salto alto, como foi o caso do incidente descrito acima, o FCTM recomenda manter a
atitude de inclinação da aeronave e executar uma arremetida.
O forte impacto do trem de pouso do nariz com a pista descrita na etapa ④ do evento foi
causado pela extensão dos spoilers quando os manetes de potência foram retardados para IDLE
durante o ressalto combinado com uma entrada total do manche para frente após o ressalto.
O FCTM recomenda evitar uma taxa de rotação excessiva durante uma arremetida próxima ao
solo e neutralizar qualquer efeito de pitch-up (nariz do avião pra cima), devido ao aumento da
potência do motor.
Na etapa ⑤ do evento, foi o comando no manche totalmente pra trás combinada com o ressalto
do trem de pouso do nariz e o aumento da potência que contribuíram para o impacto da cauda.
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CONCLUSÃO
Estar estabilizado
Um arredondamento (flare), seguro só pode ser alcançado quando a aeronave está estabilizada, o
que significa que todas as áreas de parâmetros de voo esperadas estejam setadas, incluindo:
Consulte o FCOM SOP para aproximação da sua aeronave para obter mais informações sobre os
alertas verbais do PM relacionada ao limite de desvio do parâmetro de voo.
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FATORES QUE REQUEREM UM ARREDONDAMENTO MAIS CEDO
(Fig. 2) Inclinação de
aproximação mais
íngreme.
(Fig. 3) Aumento da
inclinação da pista (pista
uphill),
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O FCTM recomenda manter a atitude e iniciar uma arremetida no caso de um ressalto
alto (high bounce). Manter a atitude e neutralizar qualquer tendência de arfagem
devido ao aumento da potência permite que a tripulação de voo evite uma batida de
cauda (tail strike), e garanta um toque secundário mais suave caso isso ocorra.
Esteja atento
Se a aeronave flutuar acima da pista, a tripulação de voo deve iniciar uma arremetida em vez de
tentar recuperar a situação, uma vez que seja comprovado que a aeronave não irá tocar o trem
de pouso principal no limite da marca de mil (TDZ - touched down zone). Caso o pouso seja
seguido, uma situação de deep landing irá ocorrer, com isso, a aeronave não terá comprimento
de pista suficiente para parar totalmente em segurança.
O PF pode abortar o pouso e arremeter a qualquer momento até que os reversos sejam
selecionados. No entanto, quando os reversores são selecionados, o pouso deve ser continuado.
Quando a tripulação de voo inicia uma arremetida perto do solo, deve evitar uma taxa de rotação
excessiva para limitar o risco de colisão com a cauda.
A tripulação de voo deve esperar até que a aeronave esteja seguramente estabelecida na
arremetida antes de retrair os flaps em um passo e o trem de pouso.
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A fase de aterragem é muito exigente