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Own Your SECAP

Elaborado por: Departamento de Planeamento e Urbanismo /


Divisão de Planeamento

PLANO MUNICIPAL
DE AÇÃO CLIMÁTICA
&
Plano de Ação para a Energia Sustentável e Clima
(Compromisso no âmbito do Pacto dos Autarcas para o Clima e para a Energia)

Articulado com:
Em colaboração:

Outubro de 2023
Plano Municipal de Ação Climática | Figueira da Foz

II
Plano de Ação para a Energia Sustentável e Clima | outubro 2023
Plano Municipal de Ação Climática | Figueira da Foz

O código ColorADD é um Sistema de Identificação das Cores premiado


com a Medalha de Ouro da Comemoração da Declaração Universal dos
Direitos do Homem. Consiste numa ferramenta que procura garantir a
plena integração de um público daltónico “sempre que a Cor é fator
determinante de identificação, orientação ou escolha” na
comunicação. O presente Plano pretende ser um documento inclusivo
e, neste contexto, incluiu a simbologia do ColorADD na sua elaboração.

I
Plano de Ação para a Energia Sustentável e Clima | outubro 2023
Plano Municipal de Ação Climática | Figueira da Foz

II
Plano de Ação para a Energia Sustentável e Clima | outubro 2023
Plano Municipal de Ação Climática | Figueira da Foz

ÍNDICE

Prefácio ....................................................................................................................... 5
1. Introdução ............................................................................................................ 7
2. Enquadramento e contextualização ................................................................. 11
2.1. Contexto Europeu, Nacional e Local............................................................. 12
2.1.1. Nível Europeu ........................................................................................ 12
2.1.2. Nível Nacional ........................................................................................ 15
2.1.3. Nível Local .............................................................................................. 18
2.2. Caracterização Territorial .............................................................................. 20
3. Plano Municipal de Ação Climática .................................................................. 27
3.1. Visão Estratégica ........................................................................................... 27
3.2. Objetivos ......................................................................................................... 27
3.3. Adaptação ....................................................................................................... 29
3.4. Mitigação......................................................................................................... 39
3.5. Modelo de Ação proposto.............................................................................. 56
3.6. Ações de Adaptação e Mitigação por área temática / Fichas de Ações ..... 59
3.6.1. Ordenamento do Território e Conservação da Natureza ............................ 59
3.6.2. Mobilidade, Energia e Indústria .................................................................. 73
3.6.3. Gestão da Água e Recursos Hídricos ........................................................ 91
3.6.4. Proteção Costeira ...................................................................................... 99
3.6.5. Floresta e Agricultura ............................................................................... 105
3.6.6. Informação e Consciencialização ............................................................. 112
4. Implementação, Monitorização e Acompanhamento da Ação Climática ..... 117
4.1. Implementação e Monitorização do PMAC ................................................. 117
4.2. Acompanhamento do PMAC ....................................................................... 118
5. Impactes macroeconómicos e co-benefícios ................................................ 123
6. Transição justa e sociedade resiliente ........................................................... 125
7. Governação ...................................................................................................... 127
8. Processo de articulação e participação pública ............................................ 131
9. Fontes de Financiamento e Orçamento ......................................................... 133
10. Considerações finais ....................................................................................... 139
11. Referências Bibliográficas .............................................................................. 141
12. Anexos ............................................................................................................. 145

III
Plano de Ação para a Energia Sustentável e Clima | outubro 2023
Plano Municipal de Ação Climática | Figueira da Foz

ÍNDICE METODOLÓGICO1

Para simplificação da leitura do documento


Índice - Plano Municipal de Ação Climática Índice – Plano de Ação para a Energia Sustentável e
(PMAC) Clima (PAESC)
Estratégia
Capítulo 3.1. “Visão Estratégica” Visão
Capítulo 3.3 – “Adaptação” - Objetivos e Metas da
Adaptação
Compromissos
Capítulo 3.4 – “Mitigação” - Objetivos e Metas da
Mitigação
Estruturas coordenativas e organizacionais criadas ou
Capítulo 7. “Governação”
atribuídas
Capacidade afetada em termos de referência de recursos
Capítulo 7. “Governação”
humanos
Capítulo 4.2. “Acompanhamento do PMAC” Envolvimento dos atores locais
Orçamento geral para a implementação e fontes de
Capítulo 9. “Fontes de Financiamento e Orçamento”
financiamento
Capítulo 4.1. “Implementação, Monitorização e
Processo de Monitorização
Acompanhamento da Ação Climática”
Capítulo 3.3. “Adaptação” Avaliação das opções de adaptação
Capítulo 3.3. “Adaptação” Estratégia em caso de eventos climáticos extremos
Inventário de Emissões
Ano de inventário
Capítulo 3.4 “Mitigação” (Inventário de Monitorização Número de habitantes no exercício de inventário
de Emissões de CO2, referente a 2019) e Anexo 2 Fatores de emissão
(Inventário de Referência de Emissões de CO2, Unidade de referência das emissões
referente a 2008) Notas metodológicas
Resultados do Inventário de emissões
Ações de Mitigação
Capítulo 3.6 “Ações de Adaptação e Mitigação por
Lista de ações de mitigação
área temática / Fichas de Ações”
Riscos e Vulnerabilidades
Avaliação dos Riscos e da Vulnerabilidade às Alterações
Climáticas
Riscos de perigo do clima particularmente
Capítulo 3.3 “Adaptação” (Resumo da análise
relevantes para o concelho
efetuada no âmbito da elaboração da Estratégia
Vulnerabilidades do concelho
Municipal de Adaptação às Alterações Climáticas)
Impactos esperados no concelho
Ativos e pessoas em risco devido aos impactos das
Alterações Climáticas
Ações de Adaptação
Plano de Ação e ações individuais (principais), incluindo
Capítulo 3.6 “Ações de Adaptação e Mitigação por
vários parâmetros relevantes (setor, prazo, partes
área temática / Fichas de Ações”
interessadas e custo)

1
Índice Metodológico elaborado conforme o disposto nas “Orientações para Planos Regionais de Ação Climática”, da
Agência Portuguesa do Ambiente, I.P. (APA, I.P. 2022), com as devidas adaptações ao contexto local, e ainda pelo
disposto no “Guia para a apresentação dos resultados do Pacto dos Autarcas para o Clima e Energia” (2016),
desenvolvido no âmbito do Pacto dos Autarcas para o Clima e Energia.

IV
Plano de Ação para a Energia Sustentável e Clima | outubro 2023
Plano Municipal de Ação Climática | Figueira da Foz

ÍNDICE DE QUADROS

Quadro 1 - Evolução da população residente no concelho, por freguesia, em 2011 e 2021 (INE / PORDATA,
2023) ........................................................................................................................................................................... 22
Quadro 2 - Evolução da taxa de desemprego, entre 2017 e 2021, no concelho da Figueira da Foz (INE,
2023) ........................................................................................................................................................................... 23
Quadro 3 - Trabalhadores (n.º) por atividade económica, no concelho da Figueira da Foz (Divisão – CAE
Rev. 3) (INE, 2023) ................................................................................................................................................... 24
Quadro 4 - Empresas não financeiras (n.º) por atividade económica, no concelho da Figueira da Foz
(Divisão – CAE Rev. 3) (INE, 2023) ....................................................................................................................... 25
Quadro 5 - Projeções Demográficas até 2030 por Sexo e Grupo Etário quinquenal, para a Região de
Coimbra e para o concelho da Figueira da Foz (CCDRC, 2022) ....................................................................... 26
Quadro 6 - Principais eventos climáticos adversos que ocorreram no Município, entre 2015 e 2022 ........ 36
Quadro 7 - Resumo dos principais impactos associados a eventos climáticos com consequências
observadas para o concelho da Figueira da Foz.................................................................................................. 36
Quadro 8 – Objetivos e metas de adaptação ....................................................................................................... 38
Quadro 9 - Listagem de informação processada e respetiva origem ............................................................... 40
Quadro 10 – Articulação entre as categorias definidas no IME e os setores definidos, para a Mitigação, no
“Guia de Orientações para os Planos Regionais de Ação Climática” e no “Guia para a apresentação dos
resultados do Pacto dos Autarcas para o Clima e Energia” ............................................................................... 41
Quadro 11 – Consumo de energia elétrica e emissões de CO2 associadas, por categoria, no concelho da
Figueira da Foz, em 2019 (DGEG, 2023) .............................................................................................................. 43
Quadro 12 – Consumo de gás natural e emissões de CO2 associadas, por categoria, em 2019 (DGEG,
2023) ........................................................................................................................................................................... 45
Quadro 13 – Venda de produtos petrolíferos, por categoria, no concelho da Figueira da Foz, em 2019
(DGEG, 2023) ............................................................................................................................................................ 45
Quadro 14 – Desagregação, por subsetor dos “Transportes terrestres”, das vendas de gasóleo rodoviário,
no concelho da Figueira da Foz, no ano 2019 (DGEG, 2023) ........................................................................... 47
Quadro 15 – Emissões de CO2 associadas ao consumo de combustíveis petrolíferos, por categoria, no
concelho da Figueira da Foz, em 2019 (DGEG, 2023)........................................................................................ 47
Quadro 16 – Consumo de energia associado à energia elétrica, gás natural e combustíveis petrolíferos, por
categoria, no concelho da Figueira da Foz, em 2019 (DGEG, 2023)................................................................ 48
Quadro 17 – Emissões de CO2 associadas ao consumo de energia elétrica, gás natural e combustíveis
petrolíferos, por categoria, no concelho da Figueira da Foz, em 2019 (DGEG, 2023) ................................... 49
Quadro 18 – Consumo de energia elétrica, gás natural e combustíveis petrolíferos, por categoria, no
concelho da Figueira da Foz, em 2008 (DGEG, 2023)........................................................................................ 50
Quadro 19 – Emissões de CO2 associadas ao consumo de energia elétrica, gás natural e combustíveis
petrolíferos, por categoria, no concelho da Figueira da Foz, em 2008 (DGEG, 2023) ................................... 50
Quadro 20 – Evolução do consumo de energia e respetivas emissões de CO2 nos anos de 2008 a 2019,
no Município da Figueira da Foz ............................................................................................................................. 51
Quadro 21 - Valor de produção de energia renovável, assim como a sua produção descentralizada, para o
concelho da Figueira da Foz, para o ano de 2019 (DGEG, 2023)..................................................................... 53

V
Plano de Ação para a Energia Sustentável e Clima | outubro 2023
Plano Municipal de Ação Climática | Figueira da Foz

Quadro 22 – Evolução das emissões de CO2 de 2008 a 2019, no concelho da Figueira da Foz,
percentagens de variação e metas estabelecidas no PNEC .............................................................................. 54
Quadro 23 - Articulação entre as categorias abordadas no presente PMAC e os setores definidos, para a
Adaptação, no Guia de “Orientações para os Planos Regionais de Ação Climática” e no “Guia para a
apresentação dos resultados do Pacto dos Autarcas para o Clima e Energia” ............................................... 57
Quadro 24 – Opções estratégicas e ações propostas para a área temática “Ordenamento do Território e
Conservação da Natureza” ....................................................................................................................................... 60
Quadro 25 - Opções estratégicas e ações propostas para a área temática “Mobilidade, Energia e Indústria”
..................................................................................................................................................................................... 74
Quadro 26 - Opções estratégicas e ações propostas para a área temática “Gestão da Água e Recursos
Hídricos” ...................................................................................................................................................................... 91
Quadro 27 - Opções estratégicas e ações propostas para a área temática “Proteção Costeira” .................... 99
Quadro 28 - Opções estratégicas e ações propostas para a área temática “Floresta e Agricultura” ............ 106
Quadro 29 - Opções estratégicas e ações propostas para a área temática “Informação e Consciencialização”
................................................................................................................................................................................... 112
Quadro 30 - Matriz de Monitorização de Impactes ............................................................................................ 118
Quadro 31 – Relação entre propostas decorrentes do processo de participação pública e a sua
implementação por parte do Município e outras entidades .............................................................................. 120
Quadro 32 – Conselho Local de Acompanhamento e respetivas áreas temáticas ...................................... 121
Quadro 33 – Resumo dos impactos macroeconómicos associados aos riscos climáticos (adaptado de:
Marujo E. [et al] (2022)) .......................................................................................................................................... 124

VI
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Plano Municipal de Ação Climática | Figueira da Foz

ÍNDICE DE FIGURAS

Figura 1 - Contexto Legislativo e regulamentar no âmbito das alterações climáticas .......................... 12


Figura 2 – Programa de Ação para a Adaptação (P-3AC) (APA, 2022)..................................................... 16
Figura 3 - Limites da Região de Coimbra (NUTS II)................................................................................... 20
Figura 4 - Limites administrativos e localização geográfica do concelho da Figueira da Foz .................... 21
Figura 5 - Evolução da população residente, no concelho, entre 2017 e 2021 (INE, 2023) ...................... 22
Figura 6 - Esquema representativo da metodologia ADAM desenvolvida no âmbito do projeto
ClimAdaPT.Local. ....................................................................................................................................... 30
Figura 7 – Relação entre a EMAAC e o PMAC (Universidade de Lund, 2020).......................................... 31
Figura 8 – Comparação entre os valores observados (IPMA) e os modelados para o clima presente (1976-
2005)........................................................................................................................................................... 33
Figura 9 - Principais alterações climáticas projetadas para a Figueira da Foz .......................................... 34
Figura 10 – Matriz de risco para a Figueira da Foz: situação presente e até 2100 (Fonte: EMAAC, 2016)
.................................................................................................................................................................... 35
Figura 11 – Consumo de energia elétrica, por categoria, no concelho da Figueira da Foz, em 2019 (DGEG,
2023)........................................................................................................................................................... 43
Figura 12 – Consumo de gás natural, por categoria, no concelho da Figueira da Foz, em 2019 (DGEG,
2023)........................................................................................................................................................... 44
Figura 13 – Consumo de produtos petrolíferos, por categoria, no concelho da Figueira da Foz, em 2019
(DGEG, 2023) ............................................................................................................................................. 46
Figura 14 – Desagregação do volume de vendas de produtos petrolíferos, por produto, no concelho da
Figueira da Foz, em 2019 (DGEG, 2023) ................................................................................................... 47
Figura 15 – Simbologia ColorADD associada a cada um dos ODS ........................................................... 58
Figura 16 – Diagrama de Governação ..................................................................................................... 128

VII
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VIII
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Prefácio

As alterações climáticas são um problema real de ontem, de hoje, de amanhã, que exige uma
ação imediata e eficaz por parte de TODOS nós: entidades, associações, cidadãos.

O desafio emergente centra-se na introdução de medidas disruptivas, inovadoras e de


transformação, visionárias, exigentes e ambiciosas, capazes de minimizar as emissões de gases
com efeito de estufa, assegurando o caminho para a neutralidade carbónica.

Os municípios estão na linha da frente no combate às alterações climáticas e têm um papel


essencial para se atingirem as metas globais. Enquanto responsáveis pela gestão de espaços
centrais da atividade humana, os municípios são alavancas chave para articulação entre todos
os atores, com vista à descarbonização.

O Município da Figueira da Foz tem procurado trabalhar em várias áreas de atuação no sentido
de promover um desenvolvimento que, cada vez mais, seja capaz de satisfazer as necessidades
das gerações atuais, sem comprometer a capacidade das gerações futuras satisfazerem as suas
próprias necessidades. A isto chama-se: Desenvolvimento Sustentável.

Desenvolvido com uma visão estratégica e inclusiva, com uma forte articulação com o meio
académico e com a comunidade local, o presente Plano reflete as áreas temáticas consideradas
mais prementes para o Concelho e compreende 30 opções estratégicas a concretizar até 2030,
alinhando-as com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável. Este será o compromisso do
Município: “30 para 2030”.

É um compromisso ambicioso, mas estamos convictos de que este é o caminho que se impõe
percorrer, com coragem e determinação, face aos novos desafios que a humanidade enfrenta
ao nível das alterações climáticas.

Contamos com TODOS para a concretização deste Plano, entidades do setor público, do setor
privado, academia, associações e comunidade em geral. TODOS têm um papel a desempenhar,
na construção de um caminho cada vez mais sustentável!

TODOS temos o dever de deixar um mundo melhor e sustentável para quem vem depois de nós.

Pedro Santana Lopes

Presidente da Câmara Municipal da Figueira da Foz

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1. Introdução
“É necessário agir JÁ (…) O mundo acaba de atravessar a década mais
quente de que há registo, tendo o recorde de ano mais quente sido batido
oito vezes. As pessoas, o planeta e a prosperidade são vulneráveis às
alterações climáticas, pelo que temos de evitar o inadaptável e de nos
adaptar ao inevitável. E temos de o fazer de uma forma mais inteligente e
sistémica. Os efeitos graves da pandemia de COVID-19 na nossa saúde e
no nosso bem-estar socioeconómico são um aviso sério dos perigos que uma
preparação insuficiente acarreta".
[Bruxelas, 24.2.2021 COM (2021)]

A emergência climática encontra-se consagrada na legislação nacional, na Lei de Bases do


Clima (Lei n.º 98/2021, de 31 de dezembro), sendo que este diploma estabelece “o
reconhecimento pela Organização das Nações Unidas do clima estável como Património Comum
da Humanidade”.

As alterações climáticas são, de facto, uma realidade e uma prioridade nacional, face aos seus
impactos futuros sobre a nossa sociedade, economia e ecossistemas e apresentam-se como um
dos principais desafios às gerações presentes e futuras. São cada vez mais os estudos
científicos e as instituições internacionais que demonstram as mudanças no sistema climático
global. Os estudos já publicados indicam que Portugal se encontra entre os países europeus
com maior vulnerabilidade aos impactes das alterações climáticas.

Nas últimas décadas ocorreu um aumento da frequência e gravidade dos fenómenos climáticos
e meteorológicos extremos, que levou a um incremento do número de catástrofes e de danos
provocados pelas mesmas. Estes fenómenos têm ocorrido de forma constante e vão desde
incêndios florestais, ondas de calor, secas e tempestades. A longo prazo, os fenómenos de
evolução lenta, como a desertificação, a perda de biodiversidade, a degradação dos solos e dos
ecossistemas, a acidificação dos oceanos ou a subida do nível médio das águas do mar serão
igualmente destruidores.

Por outro lado, as cidades concentram hoje a maioria da população, das atividades económicas
e da riqueza, constituindo lugares de maior potencial para a dinamização do crescimento
económico e do emprego, da competitividade e da inovação, mas sendo simultaneamente os
lugares onde mais se verificam complexos problemas ambientais, nomeadamente as emissões
de Gases com Efeito de Estufa (GEE).

Neste contexto, o Município da Figueira da Foz pretende continuar a trabalhar no sentido de


melhorar o seu conhecimento sobre os impactes climáticos e as soluções de adaptação para
gerir as incertezas, aumentar o planeamento da adaptação e a avaliação dos riscos climáticos,
acelerar a aplicação das medidas de adaptação e ajudar a reforçar a resiliência às alterações
climáticas à escala local.

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O Plano Municipal de Ação Climática (PMAC) pretende dar cumprimento ao previsto no n.º 2, do
Artigo 14.º da Lei n.º 98/2021, de 31 de dezembro, que estipula que “os municípios aprovam, em
assembleia municipal, no prazo de 24 meses a partir da entrada em vigor da presente lei, um
plano municipal de ação climática”.

O presente Plano pretende ser um instrumento prático de carácter dinâmico e operacional, e tem
como intenção aprofundar o conjunto de medidas, linhas de intervenção e opções de adaptação,
estruturadas de acordo com as principais vulnerabilidades climáticas atuais e futuras,
identificadas na Estratégia Municipal de Adaptação às Alterações Climáticas (EMAAC), dando
assim continuidade ao processo de planeamento adaptativo, aprofundando as análises
efetuadas, operacionalizando de forma efetiva, clara e precisa, o disposto na EMAAC e criando
condições para que, nos diversos domínios das políticas locais, exista um quadro de atuação
objetivo e exequível para a ação climática.

Por outro lado, as políticas ambientais do Município da Figueira da Foz têm vindo a ser refletidas
nos compromissos voluntários de participação em redes internacionais, como o Pacto dos
Autarcas para o Clima e Energia (no qual o Município aderiu, em 2019) e, mais recentemente,
na adesão à Missão Adaptação às Alterações Climáticas (tendo assinado a Carta da Missão, em
dezembro de 2022).

O Pacto dos Autarcas para o Clima e Energia encontra-se em consonância com os Objetivos de
Desenvolvimento Sustentável da Organização Nacional das Nações Unidas, assim como com
os princípios de justiça climática, e aborda três questões-chave: mitigação às alterações
climáticas, adaptação aos efeitos adversos e o acesso universal a uma energia segura, limpa e
acessível. A participação no Pacto de Autarcas para a Energia e o Clima permite às autoridades
locais desempenharem um papel de liderança na mitigação e adaptação às alterações
climáticas, apoiando-as neste esforço, proporcionando-lhes o reconhecimento, os recursos e a
oportunidade de trabalho em rede necessários para alavancar os seus compromissos
energéticos e climáticos. No quadro da sua adesão ao Pacto, o Município da Figueira da Foz
comprometeu-se a reduzir as emissões de GEE em, pelo menos, 40% até 2030, e a adotar uma
abordagem integrada para lidar com a mitigação e adaptação às alterações climáticas.

Uma vez que o Pacto dos Autarcas para o Clima e Energia pressupõe a elaboração de um Plano
de Ação para a Energia Sustentável e Clima (PAESC), ao invés de desenvolver dois Planos (que
seriam na sua génese muito similares e originariam uma duplicação de informação e de
recursos), optou-se por integrar no presente PMAC as questões subjacentes à elaboração do
PAESC, dando assim cumprimento ao estabelecido no Pacto dos Autarcas para o Clima e
Energia.

A estrutura do PMAC encontra-se, assim, orientada pelo disposto nas “Orientações para Planos
Regionais de Ação Climática”, da Agência Portuguesa do Ambiente, I.P. (APA, I.P. 2022), com
as devidas adaptações ao contexto local, e ainda pelo disposto no “Guia para a apresentação
dos resultados do Pacto dos Autarcas para o Clima e Energia” (2016), desenvolvido no âmbito
do Pacto dos Autarcas para o Clima e Energia.

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O presente Plano identifica e estrutura ações prioritárias de intervenção, destacando-se a sua


coerência com a Estratégia Nacional de Adaptação às Alterações Climáticas (ENAAC 2020),
com o Programa de Ação para a Adaptação às Alterações Climáticas (P-3AC), com o Plano
Nacional para a Energia e Clima (PNEC 2030), com o Plano Intermunicipal de Adaptação às
Alterações Climáticas da Região Centro, com a EMAAC da Figueira da Foz e com o estudo “Da
Estratégia à Ação”, elaborado em 2020 para o Município da Figueira da Foz, pela Universidade
de Lund (Suécia).

Importa ainda referir que o presente Plano foi elaborado em estreita colaboração com o Instituto
de Sistemas e Robótica da Universidade de Coimbra, no âmbito do Projeto Europeu LIFE “Own
Your SECAP”, sendo que este Projeto tem como principal objetivo criar e fornecer diferentes
ferramentas e instrumentos, bem como acompanhar os municípios parceiros no processo de
elaboração e implementação dos seus Planos de Ação para a Energia Sustentável e Clima (em
inglês, SECAP – Sustainable Energy and Climate Action Plan).

A elaboração do PMAC contou ainda com a colaboração da Coopérnico - Cooperativa de


Energias Renováveis, no seguimento de uma Declaração de Compromisso assinada a 2 de
setembro de 2022 (entre o Município e a Copérnico), que estabeleceu a criação de sinergias com
vista à integração de ações de mitigação e adaptação às alterações climáticas no Plano de Ação
para a Energia Sustentável e Clima, através de medidas de combate à pobreza energética.

Importa ainda referir que a elaboração/aprovação do presente Plano deverá cumprir o seguinte
faseamento:

1. Elaboração da proposta de Plano;


2. Deliberação da Câmara Municipal para abertura do período de consulta pública (em
conformidade com o disposto no Artigo 9.º da Lei n.º 98/2021, de 31 de dezembro - Lei
de Bases do Clima);
3. Período de consulta pública (30 dias consecutivos);
4. Elaboração do relatório de ponderação das participações recebidas em sede de consulta
pública e da versão final da proposta de Plano;
5. Deliberação da Câmara Municipal sobre os resultados da consulta pública e envio da
versão final da proposta de Plano para aprovação da Assembleia Municipal;
6. Aprovação do Plano em sessão da Assembleia Municipal (conforme disposto no n.º 2,
Artigo 14.º da Lei n.º 98/2021, de 31 de dezembro - Lei de Bases do Clima).

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2. Enquadramento e contextualização

As alterações climáticas são um dos principais desafios que o concelho da Figueira da Foz terá
de enfrentar durante o século XXI, nomeadamente por causa da subida do nível médio do mar,
da precipitação excessiva em períodos curtos e do aumento da temperatura média. No processo
de adaptação a estas alterações climáticas destaca-se a importância do envolvimento e
participação do Município, Juntas de Freguesia, instituições locais e comunidade, para minimizar
os efeitos que as alterações climáticas terão na vida de todos nós. De forma a enfrentar as
alterações climáticas, o Município da Figueira da Foz propôs-se realizar um longo e participado
processo de identificação, implementação e monitorização das opções de adaptação às
alterações climáticas mais relevantes para o Concelho, que se concretizaram na Estratégia
Municipal de Adaptação às Alterações Climáticas, aprovada em sessão da Assembleia Municipal
de 30 de setembro de 2016.

Existem dois caminhos para lidar com o problema das alterações climáticas: Adaptação e
Mitigação.

A Adaptação às alterações climáticas consiste em reduzir a vulnerabilidade da sociedade e do


território aos efeitos negativos das mudanças previsíveis do clima, nomeadamente a maior
frequência e intensidade de eventos meteorológicos extremos como sejam secas, ondas de
calor, inundações, cheias e furacões. A adaptação às alterações climáticas é também antecipar,
planear, identificar e potenciar oportunidades que possam surgir dessas mudanças. Faz parte
da natureza do ser humano adaptar-se ao clima do local onde vive, mas as alterações climáticas
criam desafios maiores e mais urgentes, sendo essencial uma adaptação planeada e
estruturada, com base numa análise séria das vulnerabilidades, de forma a evitar ou minimizar
perdas materiais, naturais e humanas, com consequências económicas com dimensão não
negligenciável (APA, 2023). Devido às suas características geográficas, Portugal encontra-se
entre os países europeus com maior vulnerabilidade às alterações climáticas. Neste contexto,
as estratégias de adaptação às alterações climáticas - a nível nacional e a nível local - são os
instrumentos de resposta a este desafio, e têm como objetivo definir medidas que reforcem a
resiliência do país a estas alterações.

A Mitigação consiste numa ação de resposta às alterações climáticas que prevê a redução de
emissões de gases com efeito de estufa e o aumento dos seus sumidouros - os sistemas
naturais, como as florestas, que absorvem mais carbono do que aquele que emitem. Desta
forma, as intervenções ao nível da mitigação contribuem para minimizar o efeito de estufa
provocado por estes gases e reduzir o aquecimento global do planeta. Neste âmbito, Portugal
comprometeu-se a atingir a neutralidade carbónica até 2050, ou seja, a alcançar um balanço
neutro entre os GEE emitidos e os GEE removidos por sumidouros (APA, 2023). Este objetivo é
atingido através de instrumentos que regulam as emissões de gases com efeito de estufa nos
sectores mais críticos da economia e de planos que definem medidas e metas nacionais para
essa redução.

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2.1. Contexto Europeu, Nacional e Local

A Figura 1 apresenta um resumo do contexto legislativo e regulamentar no âmbito das alterações


climáticas a nível europeu, nacional e local.

Figura 1 - Contexto Legislativo e regulamentar no âmbito das alterações climáticas

2.1.1. Nível Europeu

A Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável, aprovada na Assembleia Geral das


Nações Unidas a 25 de setembro de 2015, aborda várias dimensões do desenvolvimento
sustentável (social, económico, ambiental) e promove a paz, a justiça e as instituições eficazes.
A Agenda 2030 é uma agenda universal, assente em 17 Objetivos de Desenvolvimento
Sustentável (ODS) e 169 metas a implementar por todos os países, e o seu cumprimento
pressupõe a integração destes objetivos e metas nas políticas, processos e ações desenvolvidas
nos planos a nível regional, nacional e global.

Os ODS tornaram-se cada vez mais conhecidos e usados por qualquer organização, uma vez
que permitem compreender e avaliar o seu compromisso para com a sustentabilidade. Neste
sentido, vincular as opções e ações de adaptação climática aos ODS não facilita apenas a
observação e comunicação dos benefícios de uma ação, mas também a compreensão da
abordagem da ação, noutros impactos climáticos. Pela importância que o Município confere
à Agenda 2030 para o Desenvolvimento Sustentável, o presente Plano foi elaborado,
alinhando a cada ação proposta os ODS considerados como mais relevantes para a
prossecução da mesma.

Em termos de enquadramento, importa referir o facto de Portugal, no contexto da Agenda 2030


para o Desenvolvimento Sustentável, ter definido entre os objetivos prioritários, o ODS 13 —

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Ação Climática. A identificação do ODS 13 como um dos objetivos prioritários está diretamente
relacionado com a ambição nacional em termos de cumprimento das metas do ODS 7 — Energia
sustentável e segura para todos, sendo que, para além destes, foram também identificados como
prioritários o ODS 9 — Indústria, inovação e infraestrutura, ODS 11 – Cidades e Comunidades
Sustentáveis, ODS 12 – Produção e Consumo Sustentáveis, ODS 14 – Proteger a Vida Aquática
e ODS 15 - Proteger a Vida Terrestre.

De facto, no contexto do presente Plano, também estes ODS foram considerados como os mais
relevantes.

O Acordo de Paris, assinado em 12 de dezembro de 2015, estabeleceu objetivos de longo prazo


de limitação do aumento da temperatura média global a um máximo de 2ºC acima dos níveis
pré-industriais, com o compromisso por parte da comunidade internacional de prosseguir todos
os esforços para que esse aumento não ultrapasse 1,5ºC (valores que a ciência define como
máximos para se garantir a continuação da vida no planeta sem alterações demasiado
disruptivas), reconhecendo que isso reduzirá significativamente os riscos e impactos das
alterações climáticas. Estabeleceu ainda objetivos de aumento da capacidade de adaptação aos
impactos adversos das alterações climáticas e de mobilização de fluxos financeiros consistentes,
com trajetórias de baixas emissões e desenvolvimento resiliente.

O Acordo de Paris veio alterar o paradigma na implementação da Convenção Quadro das


Nações Unidas para as Alterações Climáticas (CQNUAC), com o reconhecimento explícito de
que apenas com o contributo de todos é possível vencer o desafio das alterações climáticas.

O Pacto Ecológico Europeu (European Green Deal), apresentado pela Comissão Europeia em
dezembro de 2019, tem como objetivo atingir a neutralidade climática até 2050, tornando a
Europa no primeiro continente climaticamente neutro, retardando o aquecimento global e
atenuando os seus efeitos. Este Pacto, que engloba todos os setores de atividade, propõe 50
medidas que irão permitir alcançar uma redução das emissões líquidas de gases com efeito de
estufa de, pelo menos, 55 % até 2030, em comparação com os níveis de 1990, e une neste
desafio todos os países que integram a União Europeia.

Estas medidas visam preparar todos os setores da economia da União Europeia (UE) para
enfrentarem este desafio e colocam a UE na principal via para atingir as suas metas climáticas
para 2030 de uma forma justa e eficaz em termos de custos, e competitiva.

Importa referir que o Pacto Ecológico Europeu está fortemente dependente da ação humana
para alcançar o seu principal objetivo de neutralidade climática até 2050, sendo que a ação local
tem nesta matéria uma importância fulcral, porquanto as cidades consomem mais de 65% de
energia mundial e são responsáveis por mais de 70% das emissões globais de CO2. Ao mesmo
tempo, as cidades, enquanto domínio público, são motores de inovação ponderada e espaços
resilientes, pelo que têm um papel fundamental na resposta às alterações climáticas.

Em 24 de fevereiro de 2021, a Comissão Europeia adotou a sua nova estratégia para a


adaptação às alterações climáticas, a Estratégia Europeia de Adaptação às Alterações

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Climáticas. A visão a longo prazo para a UE definida na Estratégia é a de uma sociedade


resiliente às alterações climáticas e perfeitamente adaptada às consequências inevitáveis das
alterações climáticas, até 2050. No entanto, como complemento do ambicioso objetivo da UE de
atingir a neutralidade climática até meados do século, a Estratégia visa reforçar a capacidade de
adaptação da UE e do resto do Mundo, bem como reduzir ao mínimo a vulnerabilidade em
relação às consequências das alterações climáticas, em consonância com o Acordo de Paris e
com a Lei Europeia do Clima. A nova Estratégia visa intensificar a ação em todos os setores da
economia e da sociedade, em sinergia com outras políticas do Pacto Ecológico. Isto implica
melhorar os nossos conhecimentos sobre as consequências das alterações climáticas, bem
como sobre as soluções que nos permitem adaptarmo-nos às mesmas; melhorar a planificação
da adaptação e a avaliação dos riscos climáticos; acelerar a implementação das medidas de
adaptação às alterações climáticas e contribuir para reforçar a resiliência às alterações climáticas
a nível mundial. A abordagem definida nesta Estratégia abrange o conjunto da economia, com
especial destaque para os mais vulneráveis, a fim de garantir que a resiliência seja alcançada
de forma justa e equitativa.

A Estratégia persegue três objetivos, propondo uma série de medidas para os atingir:

 Tornar a adaptação mais inteligente - melhorando os conhecimentos e a disponibilidade


dos dados, gerindo simultaneamente a incerteza associada às alterações climáticas;
obtendo mais dados, e de melhor qualidade, sobre as perdas e riscos relacionados com
o clima e fazendo da Climate-ADAPT a plataforma europeia de referência no que
respeita aos conhecimentos em matéria de adaptação às alterações climáticas.

 Tornar a adaptação mais sistémica - apoiando a elaboração de políticas a todos os níveis


da governação, da sociedade e da economia, bem como em todos os setores,
melhorando as estratégias e os planos de adaptação às alterações climáticas;
integrando a resiliência climática na política macro-orçamental e promovendo soluções
em matéria de adaptação baseadas na natureza.

 Acelerar a adaptação a todos os níveis - aumentando o ritmo do desenvolvimento e da


implementação de soluções de adaptação às alterações climáticas; reduzindo os riscos
relacionados com o clima; colmatando o fosso existente em termos de proteção contra
os riscos climáticos e garantindo a disponibilidade e a sustentabilidade da água doce.

A Lei Europeia do Clima que entrou em vigor em julho de 2021, é um dos elementos do Pacto
Ecológico Europeu e consagra na legislação a meta de alcançar uma União Europeia com
impacto neutro no clima até 2050. Define um objetivo vinculativo de neutralidade climática até
2050 e a meta intermédia de reduzir as emissões líquidas de gases com efeito de estufa em,
pelo menos, 55 % até 2030, em comparação com os níveis de 1990. Alcançar estas reduções
de emissões na próxima década é crucial para que a Europa se torne o primeiro continente com
impacto neutro no clima até 2050 e para fazer com que o Pacto Ecológico Europeu seja uma
realidade.

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O Pacto de Autarcas para o Clima e Energia é uma iniciativa lançada pela Comissão Europeia,
de adesão voluntária que estabeleceu, inicialmente, o compromisso de reduzir em pelo menos
20% as emissões de GEE, até 2020. O “Pacote Energia-Clima para 2030”, estabeleceu como
objetivo comunitário, a redução de pelo menos 40% das emissões de GEE até 2030, tendo por
referência o ano de 1990. Este compromisso foi assumido por vários municípios portugueses,
nomeadamente pelo Município da Figueira da Foz.

2.1.2. Nível Nacional

A adaptação às alterações climáticas tem vindo a ganhar destaque em Portugal, fruto do


desenvolvimento de iniciativas em diversas áreas setoriais e escalas territoriais. Portugal foi, em
2010, um dos pioneiros a nível europeu na adoção da Estratégia Nacional de Adaptação às
Alterações Climáticas, aprovada pela Resolução do Conselho de Ministros n.º 24/2010, de 1
de abril, sustentada nos primeiros estudos sobre esta matéria em Portugal (projetos SIAM I e
SIAM II). Esta estratégia foi posteriormente revista pela Resolução do Conselho de Ministros n.º
56/2015, de 30 de julho, que aprovou a Estratégia Nacional para Adaptação às Alterações
Climáticas 2020 (ENAAC 2020), que é norteada por três objetivos principais: melhorar o nível
de conhecimento sobre as alterações climáticas; implementar medidas de adaptação, e
promover a integração da adaptação em políticas sectoriais e instrumentos de planeamento
territorial. A Estratégia Nacional de Adaptação às Alterações Climáticas 2020 (ENAAC)
estabelece objetivos e o modelo para a implementação de soluções para a adaptação de
diferentes sectores aos efeitos das alterações climáticas: agricultura, biodiversidade, economia,
energia e segurança energética, florestas, saúde humana, segurança de pessoas e bens,
transportes, comunicações e zonas costeiras. A ENAAC pretende ainda ajudar a administração
central, regional e local e os decisores políticos a encontrar os meios e as ferramentas para a
implementação de soluções de adaptação baseadas no conhecimento técnico-científico e em
boas práticas (APA, 2023).

As principais áreas de foco da ENAAC incluem a criação de uma base de conhecimento para as
alterações climáticas através da colaboração das partes interessadas, dando prioridade e
implementando medidas de adaptação, em conjunto com a identificação de mecanismos de
financiamento adequados e pela integração da adaptação às alterações climáticas nas políticas
setoriais a nível nacional, regional e local.

De salientar que a Resolução do Conselho de Ministros n.º 53/2020, de 10 de julho (que aprova
o Plano Nacional de Energia e Clima 2030), prorroga até 31 de dezembro de 2025 a Estratégia
Nacional de Adaptação às Alterações Climáticas.

No seguimento desta Estratégia, Portugal adotou o Programa de Ação para a Adaptação às


Alterações Climáticas (P-3AC) aprovado pela Resolução do Conselho de Ministros n.º
130/2019, de 2 de agosto, identificando oito linhas de ação concretas de intervenção direta no
território e nas infraestruturas, complementadas por uma linha de ação de carácter transversal,

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as quais visam dar resposta aos principais impactes e vulnerabilidades identificadas para
Portugal. O P-3AC complementa e sistematiza os trabalhos realizados no contexto da Estratégia
Nacional de Adaptação às Alterações Climáticas, tendo em vista o seu segundo objetivo: o de
implementar as medidas de adaptação.

Figura 2 – Programa de Ação para a Adaptação (P-3AC) (APA, 2022)

Atualmente, encontra-se em elaboração o projeto do Roteiro Nacional para a Adaptação 2100


(RNA2100), focado na avaliação da vulnerabilidade do território português às alterações
climáticas a longo prazo.

Ao nível da vertente da mitigação das alterações climáticas, salienta-se o Roteiro para a


Neutralidade Carbónica 2050 (RNC 2050) e o Plano Nacional de Energia e Clima 2030
(PNEC 2021-2030), aprovados pela Resolução de Conselho de Ministros n.º 107/2019, de 1 de
julho e pela Resolução do Conselho de Ministros n.º 53/2020, de 10 de julho, respetivamente.

Para alcançar a neutralidade carbónica, conforme previsto no RNC 2050, foi estabelecida a
redução de emissões de GEE para Portugal entre 85 % e 90 % até 2050, face a 2005, e a
compensação das restantes emissões, através do sequestro de carbono pelo uso do solo e
florestas. A trajetória de redução de emissões foi fixada entre 45 % e 55 % até 2030, e entre 65
% e 75 % até 2040, em relação aos valores registados em 2005.

O PNEC 2030, desenvolvido em articulação com os objetivos do Roteiro para a Neutralidade


Carbónica 2050, pretende promover a descarbonização da economia e a transição energética
visando a neutralidade carbónica em 2050, enquanto oportunidade para o país, assente num
modelo democrático e justo de coesão territorial que potencie a geração de riqueza e uso
eficiente de recursos. O PNEC 2030 estabelece metas nacionais ambiciosas, mas exequíveis,
para o horizonte 2030, de redução de emissões de gases com efeito de estufa (45% a 55%, em

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relação a 2005), de incorporação de 47% de energia de fontes renováveis no consumo final


bruto, de redução de 35% do consumo de energia primária com vista a uma melhor eficiência
energética, e concretiza as políticas e medidas para uma efetiva aplicação das orientações
constantes do RNC 2050 e para o cumprimento das metas definidas.

Adicionalmente, o PNEC 2030 estabelece as seguintes metas setoriais de redução de emissões


de GEE (por referência às emissões registadas em 2005):

 70 % no setor dos serviços;

 35 % no setor residencial;

 40 % no setor dos transportes;

 11 % no setor da agricultura;

 30 % no setor dos resíduos e águas residuais.

A concretização da visão estabelecida para o PNEC 2030 assenta nos seguintes objetivos:

I) descarbonizar a economia nacional;

ii) dar prioridade à eficiência energética;

iii) reforçar a aposta nas energias renováveis e reduzir a dependência energética do País;

iv) garantir a segurança de abastecimento;

v) promover a mobilidade sustentável;

vi) promover uma agricultura e floresta sustentáveis e potenciar o sequestro de carbono;

vii) desenvolver uma indústria inovadora e competitiva;

viii) garantir uma transição justa, democrática e coesa.

Recentemente foi aprovada pela Assembleia da República, em 31 de dezembro de 2021, a Lei


de Bases do Clima (Lei n.º 98/2021), que vem consolidar objetivos, princípios e obrigações para
os diferentes níveis de governação para a ação climática através de políticas públicas e
estabelece novas disposições em termos de política climática, nomeadamente:

 Estipula direitos e deveres em matéria de clima, reforçando o direito à participação dos


cidadãos;

 Define o quadro de governação da política climática, concebendo novas estruturas e


requisitos, incluindo o Conselho para a Ação Climática, os planos de ação climática
municipais e regionais, e os orçamentos de carbono – os quais, alinhados com os
restantes instrumentos já existentes, veem estabelecer a necessidade de metas
nacionais para subperíodos mais curtos, neste caso de 5 em 5 anos;

 Estabelece novos requisitos e calendários para instrumentos de planeamento e


avaliação da política climática, incluindo o desenvolvimento de planos setoriais

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quinquenais para mitigação e adaptação, e de uma estratégia industrial verde que visa
apoiar o setor industrial no processo de transição climática;

 Define novos princípios e normas relativas aos instrumentos económicos e financeiros,


com particular incidência no processo orçamental do Governo, na tributação verde e no
financiamento sustentável, promovendo uma transição justa para uma economia neutra
em carbono;

 Define princípios e normas para instrumentos de política climática setorial,


nomeadamente nas áreas da energia, transportes, materiais e consumo, cadeia
agroalimentar e sequestro de carbono.

A Lei de Bases do Clima, que entrou em vigor a 01 de fevereiro de 2022, reconhece a situação
de emergência climática e confirma o compromisso para alcançar a neutralidade climática até
2050. Este diploma veio, assim, estabelecer um conjunto de obrigações relativas à necessidade
de desenvolvimento de novos instrumentos da política climática, entre os quais se destacam os
Planos Regionais de Ação Climática (PRAC) e os Planos Municipais de Ação Climática.

O presente PMAC encontra-se, neste contexto, enquadrado ao nível da legislação nacional,


dando cumprimento ao previsto no n.º 2, do Artigo 14.º da Lei de Bases do Clima, que estipula
que “os municípios aprovam, em assembleia municipal, no prazo de 24 meses a partir da entrada
em vigor da presente lei, um plano municipal de ação climática”.

2.1.3. Nível Local

Para além das políticas internacionais e nacionais, é fundamental que a adaptação se concretize
à escala regional e local. Neste seguimento, de forma a ir ao encontro da Estratégia Nacional de
Adaptação às Alterações Climáticas, a Comunidade Intermunicipal da Região de Coimbra (CIM-
RC) elaborou, em setembro de 2017, o Plano Intermunicipal de Adaptação às Alterações
Climáticas. O reforço das medidas de adaptação às alterações climáticas, a prevenção e gestão
de riscos associados ao clima foram preocupações do Conselho Intermunicipal da Região de
Coimbra, considerando fundamental perspetivar cenários e avaliar impactos económicos
associados às alterações climáticas por forma a minimizar, mitigar e adaptar.

Ao nível local, importa salientar que a necessidade de adaptação representou um impulso para
que trinta municípios portugueses desenvolvessem estratégias de adaptação nos últimos anos,
como parte do projeto ClimAdaPT.Local (financiado pelo Mecanismo Financeiro do Espaço
Económico Europeu e pelo Fundo Português de Carbono), sendo que o Município da Figueira
da Foz participou nesta iniciativa e elaborou a Estratégia Municipal de Adaptação às
Alterações Climáticas (EMAAC), tendo esta sido aprovada em sessão da Assembleia Municipal
de 30 de setembro de 2016.

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No âmbito da Estratégia do Município para se adaptar às Alterações Climáticas, em 29 de


setembro de 2019 a Assembleia Municipal, sob proposta da Câmara Municipal, deliberou, por
unanimidade, autorizar a adesão do Município ao Pacto dos Autarcas para o Clima e Energia.
Conforme já referido, esta iniciativa reúne autoridades locais e regionais que se comprometem
voluntariamente para a implementação dos objetivos da União Europeia para o clima e energia,
no seu território sendo que, neste contexto, o Município da Figueira da Foz comprometeu-se,
essencialmente, a:

 Reduzir as emissões de CO2 (e eventualmente de outros gases com efeito de estufa) no


seu território em pelo menos 40%, até 2030, designadamente mediante um reforço da
eficiência energética e de um maior recurso às fontes de energia;

 Aumentar a sua resiliência, adaptando-se aos impactes das alterações climáticas.

De forma a tornar a sua atuação transparente, o Município da Figueira da Foz reporta ainda,
anualmente, os seus indicadores no âmbito do CDP – Carbon Disclosure Project. O CDP
consiste numa plataforma única para reporte da Ação Climática dos municípios e tem como
objetivo reportar com transparência os dados climáticos, incentivando os municípios a
perceberem melhor os riscos climáticos que enfrentam. Esta plataforma permite aos municípios
incorporar o planeamento de ações climáticas na elaboração de políticas municipais, criando
planos de ação abrangentes e integrados.

Como parte do Pacto Ecológico Europeu, o Município da Figueira da Foz aderiu ainda, em
outubro de 2021, ao Pacto Europeu para o Clima, que tem como objetivo dar voz e espaço a
todos os setores da sociedade, permitindo-lhes conceber novas ações climáticas, partilha de
informações, lançar atividades nas suas comunidades e divulgar soluções que outros possam
seguir. O Pacto Europeu para o Clima visa informar, inspirar e promover a cooperação entre
pessoas e organizações, sejam autoridades nacionais, regionais ou locais, empresas, sindicatos,
organizações da sociedade civil, instituições de ensino, grupos de consumidores, organizações
de investigação e inovação ou cidadãos.

Ainda no seguimento da elaboração da EMAAC, foi constituída uma Rede Nacional de


Municípios para a Adaptação Local às Alterações Climáticas, que integrou 30 municípios
portugueses (entre os quais o Município da Figueira da Foz) e envolveu outras entidades como
instituições de ensino superior, centros de investigação, Organizações Não Governamentais e
empresas. Esta Rede deu lugar, no dia 20 de maio de 2022, à Associação ADAPT.local - Rede
de Municípios para a Adaptação Local às Alterações Climáticas, associação de direito
privado sem fins lucrativos que terá como objetivo dinamizar a adaptação local às alterações
climáticas em Portugal, promovendo processos contínuos de planeamento que acompanhem o
aumento da capacidade dos municípios portugueses em incorporar esta matéria nas suas
políticas de atuação e nos seus instrumentos de planeamento.

Por outro lado, o Município da Figueira da Foz integrou ainda, em 2022, duas iniciativas
promovidas pela Comissão Europeia, uma no âmbito da Missão “Adaptação às Alterações

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Climáticas” e a outra no âmbito da Nova Bauhaus Europeia, o Projeto “CrAFt Cities”. Estas duas
iniciativas europeias, de cariz inovador, irão impulsionar o Município da Figueira da Foz a
desenvolver estratégias locais de adaptação às alterações climáticas e potenciar a resiliência
climática de forma mais inclusiva, envolvendo instituições locais, a sociedade civil, a comunidade
empresarial e industrial, as instituições de investigação e todos os cidadãos. Estas iniciativas irão
auxiliar as cidades a tornar belas, inclusivas e sustentáveis as suas estratégias de transformação,
rumo à neutralidade climática, promovendo o bem-estar e qualidade de vida da população local,
tendo sempre em consideração a sustentabilidade e a preservação e identidade cultural do
território.

2.2. Caracterização Territorial

O concelho da Figueira da Foz localiza-se na Região de Coimbra (NUTS II), que é uma das
unidades territoriais que constituem a Região do Centro (NUTS III), da qual fazem parte, além
da Figueira da Foz, os concelhos de Arganil, Cantanhede, Coimbra, Condeixa-a-Nova, Góis,
Lousã, Mealhada, Mira, Miranda do Corvo, Montemor-o-Velho, Mortágua, Oliveira do Hospital,
Pampilhosa da Serra, Penacova, Penela, Soure, Tábua e Vila Nova de Poiares. Esta região
ocupa uma área de 4 335,5km2 e suporta uma população de 436 951 habitantes, segundo os
resultados dos Censos 2021.

Figura 3 - Limites da Região de Coimbra (NUTS II)

Situado no litoral da região Centro de Portugal, o concelho da Figueira da Foz confronta com os
concelhos de Cantanhede, a norte, Montemor-o-Velho e Soure, a este, Pombal, a sul e pelo

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Oceano Atlântico a oeste, localização que o coloca numa situação geográfica extremamente
favorável nos contextos regional e nacional.

Em termos de área, é o terceiro maior concelho da Região de Coimbra, com uma área de 379
km2 (aproximadamente 9% da Região de Coimbra), sendo do ponto de vista físico, atravessado
pelo rio Mondego que divide o território concelhio em dois grandes setores, um setor norte e um
setor sul, de dinâmicas demográficas e socioeconómicas bem distintas.

O Concelho é administrativamente constituído por 14 freguesias (Figura 4): Alhadas (1),


Alqueidão (2), Bom Sucesso (3), Buarcos e São Julião (4), Ferreira-a-Nova (5), Lavos (6),
Maiorca (7), Marinha das Ondas (8), Moinhos da Gândara (9), Paião (10), Quiaios (11), São
Pedro (12), Tavarede (13) e Vila Verde (14).

Figura 4 - Limites administrativos e localização geográfica do concelho da Figueira da Foz

Ao nível das unidades territoriais, o Município está inserido na região Centro (NUTS II) e sub-
região do Baixo Mondego (NUTS III), a nível administrativo está incluído no distrito de Coimbra
e insere-se na área de atuação da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional da
Zona Centro (CCDR-C).

População

A presente análise tem como base os resultados dos Censos (recenseamento da população)
2021, bem como as estimativas anuais da população residente disponibilizadas pelo Instituto

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Nacional de Estatística (INE), entre os anos 2017 e 2021. Este período temporal foi considerado
representativo para a presente análise uma vez que a Estratégia Municipal de Adaptação às
Alterações Climáticas foi aprovada em 2016, tendo sido considerado, para o efeito, o período
imediatamente seguinte à aprovação da EMAAC.

Assim sendo, é possível constatar-se, conforme figura abaixo, que o concelho da Figueira da
Foz, durante este período, registou um decréscimo de população residente nos primeiros dois
anos (tendência que já vinha a ocorrer desde 2011), verificando-se, no entanto, uma reversão
desta tendência nos últimos dois anos.

60000
59000
58000
57000
56000
55000
2017 2018 2019 2020 2021
Pop. Residente 59393 58866 58747 58919 58951

Figura 5 - Evolução da população residente, no Concelho, entre 2017 e 2021 (INE, 2023)

De acordo com os resultados dos Censos 2021 (INE), em 2021 residem no concelho da Figueira
da Foz 58951 habitantes, o que significa que em 4 anos (entre 2017 e 2021) a população
concelhia registou um decréscimo de 0,7%, no entanto, verifica-se que nos últimos 2 anos (entre
2019 e 2021) a população concelhia registou um aumento de 0,4%, o que denota uma tendência
de reversão da variação da população residente no concelho da Figueira da Foz.

Neste contexto, importa destacar, conforme quadro abaixo, que em 2021 à luz do que já
acontecia em 2011 (por falta de dados estimados, neste caso específico, a análise é efetuada
em relação ao ano de 2011) cerca de metade da população residente no Concelho encontra-se
distribuída pelas freguesias de Buarcos e São Julião e Tavarede, verificando-se inclusive, um
aumento do peso da população residente nestas freguesias em relação à população total
residente no Concelho.

Quadro 1 - Evolução da população residente no Concelho, por freguesia, em 2011 e 2021 (INE / PORDATA,
2023)
Peso na pop. Peso na pop.
Freguesias 2011 2021 Variação (%)
resid. total (%) resid. total (%)
Alhadas 4757 7,7 4108 7,0 (-) 13,6
Alqueidão 1752 2,8 1485 2,5 (-) 15,2
Bom Sucesso 2133 3,4 1832 3,1 (-) 14,1
Buarcos e São Julião 18454 29,7 18386 31,2 (-) 0,3
Ferreira-a-Nova 2477 4,0 2117 3,6 (-) 14,5
Lavos 3999 6,4 3587 6,1 (-) 10,3
Maiorca 2703 4,4 2298 3,9 (-) 15,0

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Peso na pop. Peso na pop.


Freguesias 2011 2021 Variação (%)
resid. total (%) resid. total (%)
Marinha das Ondas 3179 5,1 3188 5,4 (+) 0,3
Moinhos da Gândara 1265 2,0 1098 1,9 (-) 13,2
Paião 3115 5,0 2768 4,7 (-) 11,1
Quiaios 3042 4,9 2775 4,7 (-) 8,8
São Pedro 2910 4,7 2588 4,4 (-) 11,1
Tavarede 9441 15,2 10051 17,0 (+) 6,5
Vila Verde 2898 4,7 2670 4,5 (-) 7,9

Atividades económicas

No que diz respeito ao emprego e condição perante a atividade económica, em 2019 (pré
pandemia), o concelho da Figueira da Foz registava uma taxa de desemprego 2 de 5,3%,
verificando-se uma redução significativa em relação a 2018 e 2017, anos em que se registavam
valores de 5,9% e 7,0%, respetivamente. No entanto, destaca-se que em 2020, já no decorrer
da situação pandémica, a taxa de desemprego sofreu um aumento de 1,2% em relação a 2019,
verificando-se que a taxa de desemprego, em 2020, a nível regional (4,5%) e a nível nacional
(5,8%) são inferiores ao valor apresentado para o Concelho. Em 2021, em plena situação
pandémica, a taxa de desemprego voltou a sofrer um aumento de cerca de 1,6%, em relação a
2020.

Quadro 2 - Evolução da taxa de desemprego, entre 2017 e 2021, no concelho da Figueira da Foz (INE,
2023)
Ano Taxa de desemprego (%)
2017 7,0
2018 5,9
2019 5,3
2020 6,5
2021 8,1

Relativamente à distribuição dos trabalhadores por setor de atividade, em 2021, registavam-se


958 em atividades de agricultura, produção animal, silvicultura e exploração florestal e de pesca
e aquicultura, verificando-se entre 2021 e 2019 uma redução de 75 trabalhadores associados a
este setor (primário).

No setor secundário do Concelho, registavam-se, em 2021, 7 713 trabalhadores, verificando-se


uma diminuição de 1 808 em relação a 2019. Neste contexto, destaca-se o setor da construção,
que registou uma diminuição de 1 904 trabalhadores.

2
Taxa de desemprego - desempregados inscritos nos centros de emprego e de formação profissional no total da
população residente com 15 a 64 anos

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O setor terciário registava, em 2021, 11 934 trabalhadores, verificando-se um aumento de 610


em relação a 2019. Neste cenário, destacam-se as atividades administrativas e dos serviços de
apoio, que registaram, entre 2019 e 2021, um aumento de 484 trabalhadores. Em sentido
contrário, destaca-se o comércio por grosso e a retalho que registou, entre 2019 e 2021, uma
redução de 212 trabalhadores.

Todos estes resultados são consequência da crise pandémica que provocou vários períodos de
confinamento, entre os anos de 2019 e 2021.

Quadro 3 - Trabalhadores (n.º) por atividade económica, no concelho da Figueira da Foz (Divisão – CAE
Rev. 3) (INE, 2023)

CAE-Rev.3 2019 2021 Variação

Agricultura, produção animal, caça, floresta e pesca 1 033 958 -75


Indústrias extrativas 37 35 -2
Indústrias transformadoras 4 962 5060 98
Eletricidade, gás, vapor, água quente e fria e ar frio 54 52 -2
Captação, tratamento e distribuição de água; saneamento, gestão de 159 161 2
resíduos e despoluição
Construção 4 309 2405 -1904
Comércio por grosso e a retalho; reparação de veículos automóveis e 2 867 2655 -212
motociclos
Transporte e armazenagem 1 014 997 -17
Alojamento, restauração e similares 1 617 1637 20
Atividade de informação e comunicação 253 258 5
Atividades imobiliárias 263 282 19
Atividades de consultoria, científicas, técnicas e similares 1 127 1134 7
Atividades administrativas e dos serviços de apoio 2 009 2493 484
Educação 463 475 12
Atividades de saúde humana e apoio social 966 1018 52
Atividades artísticas, de espetáculos, desportivas e recreativas 306 312 6
Outras atividades de serviços 439 461 22
TOTAL 21 878 20 393 -1 485

Ao nível empresarial estavam presentes no Concelho, em 2021, 537 empresas (CAE A), em
atividades de agricultura, produção animal, silvicultura e exploração florestal e de pesca e
aquicultura, caracterizadas, de forma genérica, como sendo empresas individuais, de reduzida
dimensão e de pouca capacidade empregadora. Neste contexto, verifica-se entre 2019 e 2021
uma redução de 29 empresas associadas ao setor primário.

No setor secundário do Concelho, incluem-se atividades relacionadas com a indústria extrativa


(CAE B), a indústria transformadora (CAE C), eletricidade, gás, vapor, água quente e fria e ar frio

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(CAE D), captação, tratamento e distribuição de água (CAE E) e o setor da construção (CAE F).
De referir que a variação entre 2019 e 2021 ao nível do setor secundário, foi muito pouco
significativa, com um aumento de apenas 4 empresas.

Das 804 empresas a laborar neste setor, em 2021, destaca-se a indústria transformadora e a
construção como sendo as mais representativas (com 266 e 451 empresas, respetivamente).

O setor terciário apresenta, entre 2019 e 2021, um aumento de 238 empresas, destacando-se
as atividades de consultoria, científicas, técnicas e similares, outras atividades de serviços e as
atividades de saúde humana e apoio social, que perfazem um aumento de 141 empresas.

Quadro 4 - Empresas não financeiras (n.º) por atividade económica, no concelho da Figueira da Foz
(Divisão – CAE Rev. 3) (INE, 2023)

CAE-Rev.3 2019 2021 Variação

Agricultura, produção animal, caça, floresta e pesca 566 537 -29


Indústrias extrativas 25 23 -2
Indústrias transformadoras 267 266 -1
Eletricidade, gás, vapor, água quente e fria e ar frio 54 52 -2
Captação, tratamento e distribuição de água; saneamento, gestão de 10 12 2
resíduos e despoluição
Construção 444 451 7
Comércio por grosso e a retalho; reparação de veículos automóveis e 1198 1196 -2
motociclos
Transporte e armazenagem 155 170 15
Alojamento, restauração e similares 568 576 8
Atividade de informação e comunicação 75 87 12
Atividades imobiliárias 175 192 17
Atividades de consultoria, científicas, técnicas e similares 715 769 54
Atividades administrativas e dos serviços de apoio 968 997 29
Educação 393 395 2
Atividades de saúde humana e apoio social 581 618 37
Atividades artísticas, de espetáculos, desportivas e recreativas 158 174 16
Outras atividades de serviços 318 368 50
TOTAL 6670 6 883 213

Projeções demográficas | 2030

A dinâmica demográfica efetuada para o Município da Figueira da Foz teve como base um estudo
desenvolvido pela CCDRC, em fevereiro de 2022 (Anexo 1), e permitirá “refletir sobre as
principais tendências que se prefiguram, ordenando o espaço da forma mais adequada e no
quadro de uma racionalidade que se pretende dinâmica, gerindo mais eficazmente recursos que,
como bens escassos que são, exigem ponderação nas decisões a tomar” (CCDRC, 2022).

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O estudo supramencionado desenvolveu projeções de população até 2030, por Sexo e por
Grupos Etários quinquenais, de acordo com três cenários:

i. Cenário de População Fechada – projeções da população com base nos Nascimentos


e Óbitos (Saldos Migratórios nulos);

ii. Cenário 1 – existência de Saldos Migratórios positivos (moderado);

iii. Cenário 2 – existência de Saldos Migratórios positivos (otimista).

No “Cenário de População Fechada”, o concelho da Figueira da Foz, assim como o conjunto dos
concelhos da Região Centro, perde população entre 2020 e 2030, fenómeno particularmente
gravoso nos concelhos mais rurais e do interior. No Cenário 1 e particularmente no Cenário 2,
os resultados são menos desfavoráveis em termos populacionais, mas tal implica a definição de
estratégias que os permitam concretizar (Quadro 5).

Quadro 5 - Projeções Demográficas até 2030 por Sexo e Grupo Etário quinquenal, para a Região de
Coimbra e para o Concelho da Figueira da Foz (CCDRC, 2022)
População Fechada Cenário 1 Cenário 2
Região de Coimbra 410 167 424 334 428 420
Concelho da Figueira da Foz 55 325 57 469 58 030

Em 2021, a população residente, no concelho da Figueira da Foz, foi de 58 951. Neste contexto
constata-se que ocorreu um saldo negativo nos 3 cenários (Cenário fechado, Cenário 1 e Cenário
2), para o concelho da Figueira da Foz, com variações na ordem dos 6%, 3% e 2%,
respetivamente.

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3. Plano Municipal de Ação Climática

3.1. Visão Estratégica

No seguimento dos princípios e políticas europeias que delimitam as orientações para a


mitigação e adaptação às alterações climáticas, na concretização dos Objetivos de
Desenvolvimento Sustentável e no âmbito da Estratégia Municipal de Adaptação às Alterações
Climáticas, o Município da Figueira da Foz adota como Visão Estratégica para a Ação Climática 3:

Posicionar a Figueira da Foz como um Concelho capaz de dar resposta aos desafios atuais
e futuros, mobilizador de uma comunidade resiliente face às alterações climáticas e
totalmente adaptado aos seus inevitáveis impactos, competitivo e moderno, motivado
para a transição energética e para a descarbonização, regendo-se pelos princípios do
Desenvolvimento Sustentável

O presente Plano pretende traduzir o contributo do Município para os desígnios nacionais, sendo
que está em consonância com os objetivos e metas estabelecidos a nível nacional, no
alinhamento da Estratégia Nacional de Adaptação às Alterações Climáticas e do Programa de
Ação para a Adaptação às alterações climáticas, na vertente da adaptação, e da Lei de Bases
do Clima, do Roteiro para a Neutralidade Carbónica e do Plano Nacional de Energia e Clima, na
vertente da mitigação.
O PMAC da Figueira da Foz pretende contribuir como instrumento de integração e gestão das
políticas e instrumentos do Município em matéria de mitigação, adaptação, erradicação da
pobreza energética e promoção da qualidade de vida e bem-estar.
De facto, conforme estabelecido no PNEC 2030, “uma sociedade tendencialmente neutra em
carbono, assente numa economia circular, que conserva recursos no seu valor económico mais
elevado é igualmente criadora de emprego mais qualificado, de riqueza mais sustentada e de
bem-estar mais partilhado”.

3.2. Objetivos

O Plano Municipal de Ação Climática da Figueira da Foz pretende, essencialmente, sistematizar


o conhecimento climático e definir e indicar opções de mitigação e adaptação a nível municipal,
bem como informar e mobilizar a comunidade e os cidadãos.

O PMAC, alinhado com a EMAAC do Município, visa atingir os seguintes objetivos fundamentais:

 Aumentar o conhecimento relativamente à predisposição a eventos climáticos extremos,


e respetivos impactos adversos sobre a segurança de pessoas e bens;

3
Inclui o Ponto 1. “Visão”, definido na estrutura do Modelo do PAESC, no “Guia para a apresentação dos resultados do
Pacto dos Autarcas para o Clima e Energia”

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 Adaptação a eventos cada vez mais recorrentes associados às alterações climáticas,


como são as ondas de calor, cheias, inundações, erosão costeira e incêndios florestais;

 Definir formas de integrar instrumentos de adaptação à gestão territorial municipal;

 Capacitar os técnicos municipais e atores chave para lidar com adaptação às alterações
climáticas;

 Educar e sensibilizar a população no que diz respeito aos impactos e aos riscos
provenientes de eventos relacionados com alterações climáticas;

 Assegurar as atividades de turismo da natureza e a sustentabilidade das praias, das suas


estruturas e do seu areal e toda a dinâmica das atividades económicas existentes e
potenciais, num contexto de crescentes impactos resultantes das alterações climáticas;

 Explorar eventuais oportunidades ligadas às alterações no clima, realçando ou


acentuando impactos socioeconómicos benéficos.

No entanto, para além destes objetivos definidos na EMAAC, uma vez que integra a vertente da
mitigação às alterações climáticas, o PMAC terá ainda como objetivos fundamentais:

 Descarbonizar a produção de eletricidade, apostando nos recursos endógenos


renováveis;

 Concretizar a transição energética, aumentando significativamente a eficiência energética


em todos os setores da economia e apostando na incorporação de fontes de energia
renováveis endógenas nos consumos finais de energia;

 Promover a descarbonização no setor residencial, privilegiando a reabilitação urbana e o


aumento da eficiência energética nos edifícios, fomentando uma progressiva eletrificação
do setor e o uso de equipamentos mais eficientes, e combatendo a pobreza energética;

 Descarbonizar a mobilidade, promovendo a mobilidade ciclável e pedonal e privilegiando


o sistema de mobilidade em transporte coletivo, apoiando soluções inovadoras e
inteligentes de mobilidade multimodal, ativa, partilhada e sustentável, bem como a
mobilidade elétrica e outras tecnologias de zero emissões, apostando na inovação, na
eficiência e em combustíveis mais limpos e de base renovável;

 Alterar o paradigma de utilização dos recursos na produção e no consumo, abandonando


o modelo económico linear e transitando para um modelo económico circular e de baixo
carbono;

 Tornar a fiscalidade um instrumento da transição para a neutralidade carbónica.

Os objetivos e metas específicos para a adaptação e para a mitigação serão posteriormente


desenvolvidos nos capítulos 3.3. e 3.4., respetivamente4.

4
Os capítulos 3.3. e 3.4. incluem o Ponto 2. “Compromissos”, definido na estrutura do Modelo do PAESC, no “Guia para
a apresentação dos resultados do Pacto dos Autarcas para o Clima e Energia”

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3.3. Adaptação

Sendo a adaptação uma componente fundamental da resposta mundial às alterações climáticas,


uma vez que visa minimizar os efeitos negativos dos seus impactes nos sistemas biofísicos e
socioeconómicos, importa referir que o Município da Figueira da Foz afirmou o seu envolvimento
para a adaptação às alterações climáticas através da aprovação da Estratégia Municipal de
Adaptação às Alterações Climáticas5, em 2016.

Seguindo os princípios metodológicos do IPCC (Intergovernmental Panel on Climate Change), e


tendo como orientação os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável 2030, o presente PMAC
surge então no seguimento da EMAAC, que permitiu definir os cenários climáticos esperados e
orientar a estratégia do Município para a ação.

Revisitar a Estratégia Municipal de Adaptação às Alterações Climáticas

Na EMAAC da Figueira da Foz identificaram-se as principais vulnerabilidades climáticas a que o


Concelho já se encontra exposto, com particular atenção para a localização das áreas
especialmente afetadas e potencialmente prioritárias em termos de intervenção.

Pressupostos, metodologias e incertezas

A Estratégia Municipal de Adaptação às Alterações Climáticas da Figueira da Foz seguiu uma


metodologia de base designada por ADAM (Apoio à Decisão em Adaptação Municipal), tendo
esta sido especialmente adaptada à realidade portuguesa, a partir do modelo desenvolvido pelo
UKCIP6 (UK Climate Impacts Programme) (Figura 6).

5
https://www.cm-
figfoz.pt/cmfigueiradafoz/uploads/writer_file/document/192/estrategia_municipal_de_adptacao_as_alteracoes_climatica
s.pdf
6
http://www.ukcip.org.uk/wizard/

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Figura 6 - Esquema representativo da metodologia ADAM desenvolvida no âmbito do projeto


ClimAdaPT.Local.

Numa primeira fase, o Município da Figueira da Foz construiu as bases para o processo de
adaptação, constituindo uma equipa interna de coordenação, identificando as respetivas partes
interessadas externas e obtendo apoio por parte dos decisores políticos.

Numa fase posterior, foram avaliados os principais riscos e vulnerabilidades a nível climático e,
com base na avaliação do risco, foram posteriormente identificadas as opções de adaptação, e
avaliadas e priorizadas as mesmas, de acordo com critérios definidos. Como resultado, foram
selecionadas e integradas na Estratégia de Adaptação 30 opções de adaptação.

A implementação de medidas/ações de adaptação, para cada opção estratégica definida, é


agora concretizada no presente PMAC.

Relativamente à fase de monitorização e avaliação, esta é de extrema importância para avaliar


o estado da implementação das opções e se os seus objetivos foram alcançados. Com base nas
conclusões desta fase, a EMAAC pode ser revista e as opções estratégicas definidas podem ser
modificadas, caso se considere necessário.

Neste contexto, pode-se afirmar que o processo de adaptação é interativo, dinâmico e requer o
envolvimento regular da equipa e das partes interessadas.

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Figura 7 – Relação entre a EMAAC e o PMAC (Universidade de Lund, 2020)

Relativamente às projeções climáticas apresentadas na EMAAC, estas foram elaboradas com


base em dois modelos regionalizados para a Europa pelo projeto CORDEX 7 a partir de dois
modelos globais:

 Modelo 1: SMHI-RCA4 (regional), a partir do MOHC-HadGEM2 (global);

 Modelo 2: KNMI-RACMO22E (regional), a partir do ICHEC-EC-EARTH (global).

A elaboração de projeções climáticas pressupõe a utilização de cenários de emissões de GEE


como dados de entrada (inputs) nos modelos climáticos, designados por Representative
Concentration Pathways (RCPs) (IPCC, 2013). Estes cenários representam possíveis evoluções
socioeconómicas e respetivas emissões de GEE.

A partir de uma concentração atual de CO2 que ronda as 400 ppm (partes por milhão) dois RCPs
foram utilizados nesta estratégia:

 RCP4.5: uma trajetória de aumento da concentração de CO2 atmosférico até 520 ppm
em 2070, aumentando de forma mais lenta até ao final do século;

 RCP8.5: uma trajetória de crescimento semelhante ao RCP4.5 até meio do século,


seguida de um aumento rápido e acentuado, atingindo uma concentração de CO2 de 950
ppm no final do século.

Os dados simulados a partir dos modelos climáticos são geralmente representados recorrendo
a grelhas com uma resolução espacial associada à capacidade de cada modelo em representar
adequadamente os variados fenómenos atmosféricos e as massas terrestres e oceânicas.

7
http://wcrp-cordex.ipsl.jussieu.fr/

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No caso dos modelos utilizados nesta Estratégia esta representação foi de aproximadamente 11
km (0,11°). Foi selecionado um ponto da grelha dentro do concelho da Figueira da Foz para o
qual foram obtidos os valores diários das seguintes variáveis climáticas:

 Temperatura (máxima, média e mínima);

 Precipitação (acumulada);

 Velocidade do vento (máxima).

De forma a apoiar o desenvolvimento da EMAAC da Figueira da Foz, as projeções destas três


variáveis foram analisadas até ao final do século, para os seus valores médios anuais e
potenciais alterações (anomalias), relativamente ao clima atual.

Deste modo, para cada uma destas variáveis climáticas foram calculadas médias mensais,
sazonais e anuais, assim como alguns indicadores relativos a eventos extremos. Os indicadores
e índices utilizados para este tipo de extremos foram:

 Número de dias de verão (temperatura máxima superior ou igual a 25°C);

 Número de dias muito quentes (temperatura máxima superior ou igual a 35°C);

 Número de dias de geada (temperatura mínima inferior ou igual a 0°C);

 Número de noites tropicais (temperatura mínima superior ou igual a 20°C);

 Número e duração de ondas de calor (número de dias em que a temperatura máxima


diária é superior a 5°C relativamente ao valor médio do período de referência, num
período consecutivo mínimo de 6 dias);

 Número de dias de chuva (precipitação superior ou igual a 1 mm);

 Vento moderado a forte, ou superior (ventos superiores a 30 km/h).

Com o objetivo de identificar as potenciais alterações (anomalias) projetadas entre o clima atual
e futuro, todos os cálculos foram simulados para três períodos de trinta anos (normais climáticas):

 1976-2005 (clima atual);

 2041-2070 (médio-prazo);

 2071-2100 (longo-prazo).

A anomalia climática consiste na diferença entre o valor de uma variável climática num dado
período de 30 anos relativamente ao período de referência (neste caso os dados simulados para
1976-2005).

Uma vez que os modelos climáticos são representações da realidade, os dados simulados pelos
modelos climáticos para o período de referência apresentam geralmente um desvio (viés)
relativamente aos dados observados. No que se refere aos dados para a Figueira da Foz, este
viés (que se pressupõe irá ser mantido ao longo do tempo) pode ser observado na comparação

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entre os dados modelados e os observados para a média mensal da temperatura máxima ( Figura
8).

Figura 8 – Comparação entre os valores observados (IPMA) e os modelados para o clima presente (1976-
2005)

As projeções da precipitação foram corrigidas utilizando dados observados, disponibilizados pelo


Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA), utilizando um método designado por “delta
change” (HAY [et al.], 2000). Este método consistiu no cálculo das diferenças (anomalias) entre
as projeções futuras e o histórico modelado e a posterior adição dessa anomalia à série mensal
observada.

3.3.1. Análise de Risco e Vulnerabilidades Climáticas

A análise de risco climático envolveu a avaliação de impactes e de vulnerabilidades observadas


e projetadas. As principais alterações climáticas projetadas para o concelho da Figueira da Foz
apresentam-se de forma resumida na Figura 9, sendo que o conjunto global dos dados
projetados para o Concelho pode ser consultado, de forma mais detalhada, na própria EMAAC 8.

8
https://www.cm-
figfoz.pt/cmfigueiradafoz/uploads/writer_file/document/192/estrategia_municipal_de_adptacao_as_alteracoes_climatica
s.pdf

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Figura 9 - Principais alterações climáticas projetadas para a Figueira da Foz

3.3.2. Matriz de Riscos Climáticos

Para avaliar de forma mais sistemática a potencial evolução dos riscos climáticos para o concelho
da Figueira da Foz, assim como apoiar a priorização dos diferentes riscos climáticos
relativamente a potenciais necessidades de adaptação, a EMAAC elaborou uma análise baseada
em matrizes de risco. Os resultados gerais desta análise de risco são sumariados na Figura 10.

Da análise efetuada, conclui-se que os riscos climáticos que apresentam um potencial de


aumento mais acentuado e preocupante, logo os mais prioritários, são os relacionados com: (A)
ondulação forte/subida do nível médio do mar; (B) temperaturas elevadas e ondas de calor; (C)
precipitação excessiva (cheias/inundações) e (D) precipitação excessiva (deslizamento de
vertentes).

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Figura 10 – Matriz de risco para a Figueira da Foz: situação presente e até 2100 (Fonte: EMAAC, 2016)

Estes cenários climáticos representam uma tendência para o agravamento de um conjunto de


impactos sobre o território municipal, que necessitam de uma resposta de adaptação eficaz e
fundamentada num planeamento e numa gestão integrada. Por outro lado, o grau de
imprevisibilidade associado à temática das alterações climáticas exige uma preparação do
Município face aos riscos que poderão afetar o território municipal, quer ao nível ambiental,
social, económico, político e tecnológico.

3.3.3. Impactes e Vulnerabilidades identificadas

O levantamento dos eventos climáticos adversos que afetaram o concelho da Figueira da Foz,
entre 2003 e 2014, foi realizado no âmbito da EMAAC através de uma pesquisa exaustiva em
relatórios e registos internos dos serviços municipais, nomeadamente do Serviço Municipal de
Proteção Civil e de Bombeiros, de artigos científicos, imprensa local, regional e nacional, recolha
de informação junto de outras entidades, dados e relatórios do IPMA, entre outros relatórios
técnicos e teses académicas.

Os resultados obtidos indicam que os principais impactos climáticos observados no Concelho


estão geralmente associados aos seguintes eventos climáticos:

• Ondulação forte/subida do nível do mar;

• Temperaturas elevadas/ondas de calor;

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• Precipitação excessiva (cheias/inundações/deslizamento de vertentes);

• Vento forte.

Neste seguimento, de forma a atualizar a informação constante na EMAAC à data de hoje, foi
efetuado um levantamento por parte do Serviço Municipal de Proteção Civil e Bombeiros dos
registos dos principais eventos climáticos adversos que ocorreram no Concelho, entre 2015 e
2022, sendo o resultado apresentado no quadro seguinte.

Quadro 6 - Principais eventos climáticos adversos que ocorreram no Município, entre 2015 e 2022
Evento Data Impacto
10/03/2018
Tempestade e Agitação 20 a 30/01/2021
- Erosão Costeira
Marítima/Forte ondulação 21/02/2021
25/11/2022
Precipitação excessiva 21 a 23/12/2019 Cheias no rio Mondego
02 e 3/02/2017
03 a 14/03/2018
Precipitação excessiva e Ventos - Danos para a vegetação
11 a 14/11/2018
Fortes - Visibilidade reduzida
01/02/2019
01/01/2023
02 e 3/10/2018
25/05/2019
Temperaturas extremas / Ondas
13/09/2019 - Avisos à população
de calor
13 a 18/08/2021
18 a 21/07/2022
- Danos em edifícios
- Danos para a vegetação
Incêndios Florestais 15/10/2017 - Danos para a saúde (ferimentos)
- Falhas no fornecimento de energia
- Visibilidade reduzida
- Danos em edifícios
- Danos para a vegetação
Tempestade (Leslie) 13/10/2018 - Danos para a saúde (ferimentos)
- Falhas no fornecimento de energia
- Visibilidade reduzida

Importa sobre esta matéria referir que, tendo em conta as ocorrências dos últimos anos,
destacam-se os incêndios florestais que ocorreram em outubro de 2017, assim como a
tempestade “Leslie”, em 2018, com rajadas de vento que atingiram máximos históricos, na ordem
dos 176 km/h. Face ao exposto, considera-se que se mantêm os pressupostos relativos à
identificação e avaliação de riscos e vulnerabilidades, bem como a modelagem de cenários
climáticos analisados no âmbito da EMAAC.

O quadro seguinte resume os principais impactos associados a eventos climáticos observados


para o concelho da Figueira da Foz.

Quadro 7 - Resumo dos principais impactos associados a eventos climáticos com consequências
observadas para o concelho da Figueira da Foz (EMAAC, 2016)
A. Ondulação forte/subida do nível do mar
A.1 Erosão costeira
A.2 Danos em edifícios e infraestruturas
A.3 Alterações nos usos de equipamentos e serviços
A.4 Danos para a vegetação

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B. Temperaturas elevadas e ondas de calor


B.1 Incêndios florestais
B.2 Danos para a vegetação e alterações na biodiversidade
B.3 Danos para a saúde humana
B.4 Alterações nos estilos de vida
C. Precipitação excessiva (cheias/inundações)
C.1 Danos em edifícios e infraestruturas
C.2 Alterações nos estilos de vida
D. Precipitação excessiva (deslizamento de vertentes)
D.1 Danos em infraestruturas
D.2 Danos para a vegetação
E. Vento forte
E.1 Danos em edifícios e infraestruturas
E.2 Alterações nos usos de equipamentos e serviços
E.3 Danos para a vegetação
F. Gelo/geada/neve
F.1 Danos em infraestruturas
F.2 Alterações nos estilos de vida

A avaliação das opções de adaptação9 identificadas na EMAAC foi realizada através da análise
multicritério das mesmas, com o intuito de perceber quais as opções potencialmente mais
adequadas para a adaptação às alterações climáticas no concelho da Figueira da Foz. Para tal
foram envolvidos e recolhidos os contributos de múltiplos setores e técnicos do Município da
Figueira da Foz com competência na definição e potencial implementação das opções de
adaptação identificadas. Desta forma, a avaliação das opções de adaptação envolveu, para além
dos técnicos municipais que lideraram internamente o projeto, um conjunto alargado de unidades
orgânicas do Município e respetivos técnicos, bem como outros atores-chave. Cada opção de
adaptação identificada foi avaliada numa escala de 1 (baixa) a 5 (alta), relativamente aos
seguintes sete critérios:

 Eficácia;

 Eficiência;

 Equidade;

 Flexibilidade;

 Legitimidade;

 Urgência;

 Sinergias (coerência com outros objetivos estratégicos).

3.3.4. Estratégia em caso de eventos climáticos extremos10

Ao longo dos últimos anos e no âmbito de cada um dos eventos climáticos analisados, foi
possível constatar que o Município da Figueira da Foz tem procurado responder de forma célere

9 Inclui o Ponto 8. “Avaliação das Opções de Adaptação”, definido na estrutura do Modelo do PAESC, no “Guia para a apresentação
dos resultados do Pacto dos Autarcas para o Clima e Energia”
10 Inclui o Ponto 9. “Estratégia em caso de eventos climáticos extremos”, definido na estrutura do Modelo do PAESC, no “Guia para

a apresentação dos resultados do Pacto dos Autarcas para o Clima e Energia”

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e eficaz a cada ocorrência. Para tal, na maioria das situações, a resposta dada tem sido integrada
e resultante do esforço e da ação conjunta de diversas entidades, das quais se destacam:

• Autoridade Nacional de Proteção Civil (ANPC);

• Guarda Nacional Republicana (GNR);

• Autoridade Marítima Nacional (AMN);

• Polícia de Segurança Pública (PSP).

Quanto aos responsáveis pela resposta a nível municipal, identifica-se o Serviço Municipal de
Proteção Civil e Bombeiros (SMPCB) e Associação Humanitária Bombeiros Voluntários da
Figueira da Foz (AHBVFF).

OBJETIVOS E METAS DA ADAPTAÇÃO

O presente Plano pretende definir um conjunto de compromissos de Adaptação, que decorrem


do Pacto dos Autarcas para o Clima e Energia e da EMAAC da Figueira da Foz sendo que, para
o efeito, foram definidas metas mensuráveis para cada objetivo de modo a viabilizar uma
autoavaliação e monitorização fiável e rigorosa do desempenho da adaptação do Município, até
2030 (Quadro 8).

Quadro 8 – Objetivos e metas de Adaptação


Adaptação
Objetivo Meta Ano-alvo Ano-base
Aprofundar o conhecimento sobre as Alterações
Climáticas no âmbito da avaliação de vulnerabilidades
e riscos do território, para a formulação e medidas 2 ações/ano 2030 2024
adaptativas a transpor para os instrumentos de gestão
territorial
Aumento de 50 ha
Reforçar a Infraestrutura Verde através da construção de novas zonas
2030 2017
ou reabilitação de Corredores Verdes verdes através de
corredores verdes
Implementar um programa de Eficiência Hídrica nas
20% de poupança 2030 2024
vertentes de racionalização do consumo e reutilização
Promover e participar em iniciativas públicas para
fomentar a informação, capacitação e sensibilização
da população sobre medidas de adaptação e 4 ações/ano 2030 2024
comportamentos a adotar face a cenários de
alterações climáticas
Criar de um Centro de Estudos das Alterações 1 Centro de
2030 2024
Climáticas Estudos

Em conformidade com os ODS e respetiva Agenda 2030, optou-se por estabelecer 2030 como
ano-alvo para a concretização dos objetivos estabelecidos. Importa sobre esta matéria reiterar
que os objetivos definidos estão em consonância com os objetivos definidos na Estratégia
Nacional para Adaptação às Alterações Climáticas 2020 (ENAAC 2020), assim como no
Programa de Ação para a Adaptação às Alterações Climáticas (P-3AC).

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3.4. Mitigação
“You can’t manage what you don’t measure”
[William Edwards Deming]

Ao nível da mitigação foi analisado o estudo efetuado pela Agência Portuguesa do Ambiente
(APA) “Emissões de Poluentes Atmosféricos por Concelho – 2015, 2017 e 2019” (2021), relativo
à distribuição espacial das emissões de poluentes atmosféricos no âmbito da Convenção sobre
Poluição Atmosférica Transfronteira a Longa Distância (CLRTAP) e de gases com efeitos de
estufa, no âmbito da Convenção Quadro das Nações Unidas para as Alterações Climáticas
(UNFCCC) ao nível do concelho da Figueira da Foz, pretendendo este estudo fornecer uma
panorâmica sobre a distribuição geográfica das emissões nacionais.

No estudo elaborado pela APA, as emissões são calculadas por poluente e por setor emissor. A
nomenclatura de gases e setores utilizada é a do NFR11 do EMEP12/EEA13, acrescidas das
categorias relativas à nomenclatura CRF 14 do IPCC15, que não são abrangidas na nomenclatura
NFR.

As metodologias utilizadas no estudo da APA seguem as diretrizes metodológicas internacionais,


ou seja, 2006 IPCC Guidelines16 e o 2016 EMEP/EEA Guidebook 17 e respetivas atualizações
(respetivamente para Gases com Efeito de Estufa e para os restantes poluentes atmosféricos).

No entanto, uma vez que a metodologia de desagregação espacial das emissões do estudo da
APA se baseia, para um grande número de situações, numa abordagem de estimativa top-down,
considera-se que a mesma não deverá ser aplicada para efeitos do presente Plano, pelo que foi
elaborado o Inventário de Referência de Emissões (IRE), tendo como base o ano de 2008 (Anexo
2) e o Inventário de Monitorização de Emissões (IME), ao nível local, para o ano 2019.

Inventário de Monitorização de Emissões de CO2 [2019]

O Inventário de Monitorização de Emissões (IME) pretende quantificar os consumos energéticos


e as emissões de CO2 inerentes às atividades desenvolvidas no território municipal, tendo como
base o ano 2019. O Inventário de Emissões permite, por um lado, identificar a natureza das
fontes emissoras de CO2 e, por outro, adequar ao território da Figueira da Foz uma estratégia de
atuação em prol da melhoria do respetivo desempenho energético‐ambiental.

11
Nomenclature For Reporting (categorias de reporte no âmbito da CLRTAP/NECD)
12
Programa Europeu de Acompanhamento e Avaliação da CLRTAP
13
Agência Europeia do Ambiente
14
Common Reporting Format tables (categorias de reporte no âmbito da UNFCCC)
15
Painel Intergovernamental sobre as Alterações Climáticas
16
2006 IPCC Guidelines for National Greenhouse Gas Inventories. Disponível em http://www.ipcc-
nggip.iges.or.jp/public/2006gl/
17
EMEP/EEA air pollutant emission inventory guidebook – 2016.Disponível em
https://www.eea.europa.eu//publications/emep-eea-guidebook-2019

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No Inventário de Monitorização de Emissões são caracterizadas as vertentes, quer do consumo


energético, quer da produção de energia. Por outro lado, o presente Inventário tem em
consideração, ao nível do consumo de energia e respetivas emissões, três vetores de energia: a
energia elétrica, o gás natural e os produtos petrolíferos.

Com o intuito de maximizar a fiabilidade do Inventário, para efeitos da respetiva elaboração,


sempre que possível, recorreu‐se a informação estatística oficial, proveniente da Direção Geral
de Energia e Geologia (DGEG), na qualidade de entidade competente pela gestão desta
informação. Assim sendo, foi processada a informação, conforme consta no Quadro 9.

Quadro 9 - Listagem de informação processada e respetiva origem


Período de
Vetor
Descrição referência dos Fontes
Energético
dados
Consumo de Energia Elétrica (kWh) por tipo de
2019 DGEG
consumidor
Eletricidade
Consumo de Energia Elétrica (kWh) por setor de
2019 DGEG
atividade
Gás Natural Consumo de Gás Natural (103Nm3) por Concelho 2019 DGEG
Vendas de Produtos do Petróleo no Mercado Interno
Combustíveis 2019 DGEG
por Concelho
fósseis
Sector de Atividade Económica e Município em 2019 2019 DGEG

No presente Plano foram tidos em consideração os seguintes pressupostos:

 O ano adotado como ano de referência (base) para o Inventário de Referência de


Emissões foi o ano de 2008 (por ser o ano mais próximo do ano de 2005 - definido como
termo comparativo na Lei de Bases do Clima - em relação ao qual podem ser recolhidos
dados completos e fiáveis) e o ano considerado para efeitos do Inventário de
Monitorização foi o ano de 2019 (ano base para o estabelecimento de metas de redução
de emissões de CO2 e para efeitos de comparação com os dados/ano de referência dos
documentos elaborados pelas entidades competentes);
 Para efeitos dos Inventários de Emissões, foram tidas em consideração as emissões de
CO2;
 Conforme referido anteriormente, para maior harmonização com as abordagens dos
instrumentos de política climática existentes, foram tidas em consideração
genericamente as categorias apresentadas no “Guia de Orientações para os Planos
Regionais de Ação Climática” (APA, 2022), para a vertente da Mitigação, assim como as
definidas no “Guia para a apresentação dos resultados do Pacto dos Autarcas para o
Clima e Energia”, com as adaptações consideradas necessárias face à realidade
territorial. O Quadro 10 apresenta a articulação entre as categorias definidas para efeitos
do Inventário de Monitorização de Emissões e os setores definidos no documento
elaborado pela APA e no âmbito do Pacto dos Autarcas para o Clima e Energia.

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Quadro 10 – Articulação entre as categorias definidas no IME e os setores definidos, para a Mitigação, no
“Guia de Orientações para os Planos Regionais de Ação Climática” e no “Guia para a apresentação dos
resultados do Pacto dos Autarcas para o Clima e Energia”
Guia de Orientações para os Pacto dos Autarcas para o Clima Inventário de Monitorização
PRAC (APA) e Energia (PAESC) de Emissões (IME)
Produção de eletricidade Produção de eletricidade Produção de eletricidade
Edifícios, equipamentos e Administração Local (Edifícios
instalações municipais e equipamentos municipais)
Edifícios de serviços e Edifícios, equipamentos e Administração Pública
residenciais instalações terciários (não (Edifícios do estado)
municipais) Não doméstico
Edifícios residenciais Doméstico
Transportes e mobilidade Transporte Transportes
Indústria, incluindo gases
Indústria Indústria
fluorados
Outros setores:
Resíduos e águas residuais - Gestão de resíduos Resíduos e Águas Residuais
- Gestão de águas residuais
Agricultura
Uso do solo, alteração do uso do Agricultura, silvicultura e pesca Agricultura, Pesca e Florestas
solo e florestas (LULUCF).
- Iluminação Pública Iluminação de vias públicas

No que respeita à metodologia seguida para determinação das emissões de GEE, importa
referenciar que:

 Para efeitos de conversão das diversas unidades de medida para MWh, optou‐se por
recorrer aos fatores de conversão e aos poderes caloríficos inferiores disponibilizados
no website da Direção Geral de Energia e Geologia;
 Para efeitos de cálculo das emissões de CO 2, optou‐se por utilizar, sempre que possível,
os fatores de emissão do IPCC, constantes do anexo técnico das instruções de
preenchimento do modelo do PAESC (no âmbito do Pacto dos Autarcas para o Clima e
Energia) e, quando indisponíveis, recorreu‐se aos valores constantes no Despacho n.º
17313/2008, de 26 de junho18;
 Para determinação das emissões de CO2 associadas à eletricidade, foi utilizado um fator
de emissão através do Balanço Energético Nacional do ano respetivo, também divulgado
pela Direcção-Geral de Energia e Geologia na sua página de Internet;
 De acordo com o “Guia para a apresentação dos resultados do Pacto de Autarcas para
o Clima e Energia” (2016), não é recomendável integrar as indústrias transformadoras e
de construção abrangidas pelo Regime de Comércio de Licenças de Emissão (CELE) da
União Europeia, nos inventários de monitorização de emissões de GEE. De facto, o
CELE permite às empresas emitirem GEE, dentro de um limite atribuído, permitindo que
as empresas negociem entre si as licenças emitidas.
Neste âmbito, importa referir que o concelho da Figueira da Foz acolhe instalações de
produção industrial e produção de eletricidade que se encontram abrangidas pelo
Comércio Europeu de Licenças de Emissão, nomeadamente (APA, maio, 2023):

18
Procede à publicação dos fatores de conversão para tonelada equivalente petróleo (tep) de teores em energia de
combustíveis selecionados para utilização final, bem como dos respetivos fatores para cálculo da Intensidade Carbónica
pela emissão de gases com efeito de estufa, referidos a quilograma de CO2 equivalente (kgCO2e).

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- Verallia Portugal S.A. (CAE: 23)

- Navigator Paper Figueira, S.A. (CAE: 17)

- Celulose Beira Industrial (CELBI), S.A. (CAE: 17)

- Cliper Cerâmica, S.A (CAE: 23)

- Navigator Pulp Figueira S.A. (CAE: 17)

- Central Termoelétrica de Lares (EDP – Gestão de Produção de Energia, S.A.)


(CAE: 35)

Assim sendo, e considerando as recomendações sugeridas pelo Pacto de Autarcas para


o Clima e Energia optou-se por, para efeitos do presente inventário de emissões, não
integrar as instalações abrangidas pelo CELE, pelo que não foram considerados os
seguintes CAE’s, que abrangem as instalações CELE existentes no concelho da Figueira
da Foz: CAE 17 - Fabricação de pasta, de papel, de cartão e seus artigos; CAE 23 –
Fabricação de outros produtos minerais metálicos (onde se incluem a “Fabricação de
vidro” e “Fabricação de produtos cerâmicos”) e CAE 35 – Eletricidade, gás, vapor, água
quente e fria e ar frio.

Consumo de Energia e Emissões de CO2

Conforme referido anteriormente, o Inventário de Emissões terá em consideração três vetores


de energia: a energia elétrica, o gás natural e os produtos petrolíferos. Importa referir que, para
a energia elétrica, foi adotado o valor referente ao total de consumo sem contabilizar o
autoconsumo registado.

De seguida apresenta-se uma análise com a desagregação subsetorial para o concelho da


Figueira da Foz, para o ano de 2019, tendo como base informação disponível na DGEG.

Energia Elétrica

O consumo de energia elétrica registou, em 2019, no concelho da Figueira da Foz, um total de


230 636,91 MWh. Na Figura 11 apresenta-se a respetiva desagregação do consumo de energia
elétrica por categoria.

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Consumo de Energia Elétrica (MWh)


76057 74548

52 806

8684 7877
3284 2551 4296
533

Figura 11 – Consumo de energia elétrica, por categoria, no concelho da Figueira da Foz, em 2019 (DGEG,
2023)

Da análise da Figura 11 constata-se que as categorias “Não Doméstico” e “Doméstico” foram as


que apresentaram valores de consumo mais elevados (com aproximadamente 33% e 32% do
consumo, respetivamente), seguindo-se a “Indústria”, com 22%, repartindo-se a fração
remanescente pelas restantes categorias. Os “Edifícios do estado” e os “Edifícios e
equipamentos municipais” representaram, conjuntamente, 2,5% do consumo de energia elétrica.

Efetuando-se a respetiva correspondência, o Quadro 11 apresenta a repartição, por categoria,


do consumo de energia elétrica e das emissões de CO2 associadas.

Quadro 11 – Consumo de energia elétrica e emissões de CO2 associadas, por categoria, no concelho da
Figueira da Foz, em 2019 (DGEG, 2023)
Categoria Total (MWh) Emissões CO2 (tCO2)
Edifícios do estado 3 283,65 765,09
Edifícios e equipamentos municipais 2 551,65 594,53
Não doméstico 76 057,46 17 721,39
Doméstico 74 548,12 17 369,71
Transportes 533,14 124,22
Indústria 52 805,99 12 303,80
Resíduos e Águas Residuais 8 684,41 2 023,47
Agricultura, Pesca e Floresta 4 295,77 1 000,91
Iluminação de vias públicas 7 876,74 1 835,28
Total 230 636,91 53 738,40

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Importa referir que, na determinação das emissões de CO2 associadas ao vetor energético
“energia elétrica”, foi utilizado o fator de emissão 0,233 tCO2eq/MWh19.

A análise do Quadro 11 permite constatar que o consumo de energia elétrica originou a emissão
de cerca de 53 738 ton de CO2 para a atmosfera sendo que, conforme seria previsível, as
categorias “Não Doméstico” e “Doméstico” foram as maiores emissoras de CO2 (com 33% e
32%, respetivamente), seguindo-se a “Indústria” (com 23%).

Gás Natural

O consumo de gás natural no concelho da Figueira da Foz totalizou, para o ano de 2019, cerca
de 50 798,21 MWh. Na Figura 12 apresenta-se a respetiva desagregação do consumo de gás
natural, por categoria.

Consumo de gás natural (MWh)


31 878

12 374

5 042
782 638 73 7 4 0

Figura 12 – Consumo de gás natural, por categoria, no concelho da Figueira da Foz, em 2019 (DGEG,
2023)

Neste pressuposto, as categorias que apresentaram maior registo de consumo foram o setor
“Doméstico”, seguido do “Não Doméstico”, com 63% e 24% do consumo de gás natural,
respetivamente. A “Indústria” e os “Edifícios do estado” representaram cerca de 10% e 3% do
consumo de gás natural, em 2019.

O Quadro 12 apresenta a repartição, por categoria, do consumo de gás natural e das emissões
de CO2 associadas, em 2019.

19
https://www.apambiente.pt/sites/default/files/_Clima/Inventarios/20230427/FE_GEE_Eletricidade2023rev3.pdf

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Quadro 12 – Consumo de gás natural e emissões de CO2 associadas, por categoria, em 2019 (DGEG,
2023)
Categoria Total (MWh) Emissões CO2 (tCO2)
Edifícios do estado 781,95 157,95
Edifícios e equipamentos municipais 637,59 128,79
Não doméstico 12 374,06 2 499,56
Doméstico 31 878,30 6 439,42
Transportes 73,38 14,82
Indústria 5 042,10 1 018,50
Resíduos e águas residuais 7,22 1,46
Agricultura, Pesca e Floresta 3,61 0,73
Iluminação de vias públicas 0,00 0,00
Total 50 798,21 10 261,24

Importa referir que, na determinação das emissões de CO2 associadas ao vetor energético “gás
natural”, foi utilizado o fator de emissão 0,202 tCO2/MWh20.

A análise do Quadro 12 permite constatar que o consumo de gás natural originou a emissão de
cerca de 10 261 ton de CO2 para a atmosfera sendo que, conforme seria expectável, as
categorias “Doméstico” e “Não Doméstico” foram as maiores emissoras de CO2 (com 63% e
24%, respetivamente), seguindo-se a “Indústria” (com 10%).

Produtos petrolíferos e respetivos derivados

Para efeitos do presente inventário, foram consultados os dados relativos às “Vendas de


Produtos do Petróleo no Mercado Interno por Sector de Atividade Económica e Município em
2019”, disponíveis na DGEG.

O Quadro 13 apresenta a desagregação de vendas de combustíveis petrolíferos por categoria,


em 2019. De referir que o setor da “Produção de eletricidade” não é consumidor deste vetor
energético, pelo que não consta na base de dados da DGEG. Por outro lado, importa salientar
que a categoria “Resíduos e Águas Residuais” e “Iluminação Pública” não tiveram qualquer
registo de consumo de produtos petrolíferos, em 2019.

Quadro 13 – Venda de produtos petrolíferos, por categoria, no concelho da Figueira da Foz, em 2019
(DGEG, 2023)
Combustíveis petrolíferos (MWh)
GPL Outros
Categoria (Butano, Petróleo (lubrificantes,
Gasolina Gasóleo Fuelóleo Total
Propano, iluminante asfaltos,
Gás Auto) solventes)
Edifícios do
1 003,31 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 1 003,31
estado

Fator de emissão – Anexo técnico das instruções de preenchimento do modelo do plano de ação para a energia
20

sustentável e clima

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Combustíveis petrolíferos (MWh)


GPL Outros
Categoria (Butano, Petróleo (lubrificantes,
Gasolina Gasóleo Fuelóleo Total
Propano, iluminante asfaltos,
Gás Auto) solventes)
Edifícios e
equipamentos 434,49 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 434,49
municipais
Não doméstico 2 771,92 0,00 7 952,16 0,00 0,00 274,79 10 998,87
Doméstico 18 437,99 0,00 1 558,65 0,00 0,00 0,00 19 996,64
Transportes 33 883,03 63 863,36 276 984,67 0,00 0,00 502,93 375 233,99
Indústria 166,13 0,00 7 232,95 0,00 0,00 117,79 7 516,87
Agricultura,
Pesca e 329,58 338,30 22 378,54 12,62 0,00 157,82 23 216,85
Floresta
Total 57 026,45 64 201,66 316 106,97 12,62 0 1 053,33 438 401,03

A figura seguinte permite constatar que, naturalmente, a categoria dos “Transportes” (mais
especificamente, os transportes terrestres) foi a maior consumidora de “GPL”, “Gasolina” e
“Gasóleo” (com 86% do consumo total), seguindo-se o setor da “Agricultura, Pesca e Floresta” e
o setor “Doméstico” com uma representatividade de 5,29% e 4,60%, respetivamente.

Venda de produtos petrolíferos (MWh)


375 233,99

10 998,87 19 996,64 23 216,85


1 003,31 434,49 7 516,87

Edifícios do Edifícios e Não doméstico Doméstico Transportes Indústria Agricultura,


estado equipamentos Pesca e
municipais Floresta

Figura 13 – Consumo de produtos petrolíferos, por categoria, no concelho da Figueira da Foz, em 2019
(DGEG, 2023)

Relativamente aos “Transportes”, considerou-se relevante para a presente análise pormenorizar


a informação, pelo que se apresenta no quadro seguinte a informação desagregada, por subsetor
dos “Transportes terrestres”, das vendas de gasóleo rodoviário, no concelho da Figueira da Foz,
para o ano 2019 (Quadro 14).

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Quadro 14 – Desagregação, por subsetor dos “Transportes terrestres”, das vendas de gasóleo rodoviário,
no concelho da Figueira da Foz, no ano 2019 (DGEG, 2023)
Gasóleo rodoviário
Transportes terrestres (CAE 49)
(Ton)
49310 – Transportes terrestres, urbanos e suburbanos, de passageiros 169
49410 – Transportes rodoviários de mercadorias 9 927
49499 – Transportes rodoviários não especificados (venda por grosso e retalho) 13 401
Total 23 497

Conforme se pode verificar pela análise do quadro anterior, os “Transportes terrestres urbanos
e suburbanos, de passageiros” são os que apresentam um peso menos significativo (de cerca
de 0,71%), ao nível das vendas de gasóleo rodoviário, situação esta que decorre do facto do
concelho da Figueira da Foz não ter um sistema de transportes públicos urbanos implementado
no seu território.

Ao nível dos combustíveis petrolíferos mais consumidos, o “Gasóleo” foi o mais consumido (com
72%), seguindo-se a “Gasolina”, com 15%, e o “GPL (Butano, Propano e Gás Auto)”, com 13%
(Figura 14).

Figura 14 – Desagregação do volume de vendas de produtos petrolíferos, por produto, no concelho da


Figueira da Foz, em 2019 (DGEG, 2023)

O Quadro 15 apresenta a repartição, por categoria, das emissões de CO2 associadas aos
combustíveis petrolíferos, registados no concelho da Figueira da Foz, no ano 2019.

Quadro 15 – Emissões de CO2 associadas ao consumo de combustíveis petrolíferos, por categoria, no


concelho da Figueira da Foz, em 2019 (DGEG, 2023)
Combustíveis petrolíferos (Emissões tCO2)
Outros
Tipo de GPL (Butano,
Petróleo (lubrificantes,
consumidor Propano, Gás Gasolina Gasóleo Fuelóleo Total
iluminante asfaltos,
Auto)
solventes)
Edifícios do
227,75 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 227,75
estado

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Plano Municipal de Ação Climática | Figueira da Foz

Combustíveis petrolíferos (Emissões tCO2)


Outros
Tipo de GPL (Butano,
Petróleo (lubrificantes,
consumidor Propano, Gás Gasolina Gasóleo Fuelóleo Total
iluminante asfaltos,
Auto)
solventes)
Edifícios e
equipamentos 98,63 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 98,63
municipais
Não doméstico 1 831,16 0,00 2 123,23 0,00 0,00 76,67 4 031,06
Doméstico 4 185,42 0,00 416,20 0,00 0,00 0,00 4 601,58
Transportes 7 691,45 15 901,98 73 954,91 0,00 0,00 140,32 97 688,65
Indústria 37,71 0,00 1 931,20 0,00 0,00 32,86 2 001,77
Agricultura,
Pesca e 74,82 84,24 5975,1 3,52 0,00 44,03 6 181,67
Floresta
Total 14 146,94 15 986,21 84 400,64 3,52 0,00 293,88 114 831,12

Importa referir que, na determinação das emissões de CO2 associadas ao vetor energético
“combustíveis fósseis”, foram utilizados os seguintes fatores de emissão21:

 Gás liquefeito ‐ 0,227 t CO2/MWh;


 Óleo de aquecimento ‐ 0,267 t CO2/MWh;
 Gasóleo (diesel) ‐ 0,267 t CO2/MWh;
 Gasolina ‐ 0,249 t CO2/MWh;
 Outros combustíveis ‐ 0,279 t CO2/MWh.

A análise do Quadro 15 permite constatar que o consumo de combustíveis petrolíferos originou


a emissão de cerca de 114 831 ton de CO2 para a atmosfera sendo que, conforme seria
expectável, o setor dos “Transportes” foi o maior emissor de CO2, com cerca de 85% do total de
emissões.

Os quadros seguintes apresentam, resumidamente, os consumos torais de energia e as


emissões de CO2 associadas, relativamente ao consumo de energia elétrica, gás natural e
combustíveis petrolíferos, tendo como base o ano de 2019.

Quadro 16 – Consumo de energia associado à energia elétrica, gás natural e combustíveis petrolíferos, por
categoria, no concelho da Figueira da Foz, em 2019 (DGEG, 2023)
Consumo de energia (MWh)
Produtos Total
Tipo de consumidor Energia Elétrica Gás Natural
Petrolíferos
Edifícios do estado 3 283,65 781,95 1 003,31 5068,91
Edifícios e equipamentos
2551,65 637,59 434,49 3623,73
municipais
Não doméstico 76 057,46 12 374,06 10 998,87 99 430,39
Doméstico 74 548,12 31 878,30 19 996,64 126 423,05
Transportes 533,00 73,38 375 233,99 375 840,37

21
Fator de emissão – Anexo técnico das instruções de preenchimento do modelo do plano de ação para
a energia sustentável e clima

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Consumo de energia (MWh)


Produtos Total
Tipo de consumidor Energia Elétrica Gás Natural
Petrolíferos
Indústria 52 805,99 5 042,10 7 516,87 65 364,96
Resíduos e águas residuais 8 684,41 7,22 0,00 8 691,62
Agricultura, Pesca e Floresta 4 295,77 3,61 23 216,85 27 516,23
Iluminação de vias públicas 7 876,74 0,00 0,00 7 876,74
Total 230 636,91 50 798,21 438 401,03 719 836,00

Quadro 17 – Emissões de CO2 associadas ao consumo de energia elétrica, gás natural e combustíveis
petrolíferos, por categoria, no concelho da Figueira da Foz, em 2019 (DGEG, 2023)
Emissões CO2 (t CO2)
Produtos Total
Tipo de consumidor Energia Elétrica Gás Natural
Petrolíferos
Edifícios do estado 765,09 157,95 227,75 1 150,79
Edifícios e equipamentos
594,53 128,79 98,63 821,95
municipais
Não doméstico 17 721,39 2 499,56 4 031,06 24 252,00
Doméstico 17 369,71 6 439,42 4 601,58 28 410,71
Transportes 124,22 14,82 97 688,65 97 827,66
Indústria 12 303,80 1 018,50 2 001,77 15 324,07
Resíduos e águas residuais 2 023,47 1,46 0,00 2 024,92
Agricultura, Pesca e Floresta 1 000,91 0,73 6 181,70 7 183,34
Iluminação de vias públicas 1 835,28 0,00 0,00 1 835,28
Total 53 738,40 10 261,24 114 831,12 178 830,74

Tendo em conta os resultados obtidos, constata-se que o maior consumidor energético foi
atribuído aos combustíveis petrolíferos (com 61% do consumo total de energia), tendo este vetor
energético sido responsável por cerca de 64% das emissões de CO2 para a atmosfera, em 2019,
seguido do consumo de energia elétrica (com 32%) e o gás natural (7%), responsáveis pela
emissão de cerca de 30% e de 6% de emissões de CO2 para a atmosfera, respetivamente.

Por outro lado, ao nível das categorias de consumidores de energia, constata-se que, em 2019,
o maior consumidor de energia foi o setor dos “Transportes”, com 52% do consumo total, seguido
do setor “Doméstico” e “Não Doméstico”, com 18% e 14%, respetivamente.

Em consonância com o referido anteriormente, ao nível das emissões de CO2 emitidas para a
atmosfera, constata-se que em 2019, o setor que mais emissões de CO2 emitiu para a atmosfera
foi o setor dos “Transportes”, com 52%, seguido do setor “Doméstico” e “Não Doméstico” (com
16% e 14%, respetivamente).

Inventário de Referência de Emissões [2008]

Conforme referido anteriormente, no âmbito do presente Plano foi elaborado o Inventário de


Referência de Emissões (IRE) do concelho da Figueira da Foz (Anexo 2) que pretende quantificar

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os consumos energéticos e as emissões de CO2 inerentes à atividade desenvolvida no território


do Concelho, tomando como referência o ano de 2008.

Os Quadros 18 e 19 apresentam o resumo do consumo de energia, por vetor energético, e o


resultado das respetivas emissões de CO2 associadas ao consumo de energia elétrica, gás
natural e combustíveis petrolíferos, por categoria.

Quadro 18 – Consumo de energia elétrica, gás natural e combustíveis petrolíferos, por categoria, no
concelho da Figueira da Foz, em 2008 (DGEG, 2023)
Consumo de Energia (MWh)
Produtos Total
Categoria Energia elétrica Gás Natural
Petrolíferos
Edifícios do estado 216,54 1 550,77
9101,0 13 260,55
Edifícios e equipamentos
24,06 2 368,18
municipais
Não doméstico 75645,3 11510,63 156 732,47 243 888,40
Doméstico 79193,3 26911,11 12 383,47 118 487,88
Transportes 803,3 0 347 427,34 348 230,64
Indústria 55 600,7 4916,61 10 114,03 70 631,34
Resíduos e águas residuais 6001,2 0 2 903,97 8 905,17
Agricultura, Pesca e Floresta 10 814,1 2,49 16 155,71 26 972,30
Iluminação de vias públicas 10 612,9 0 0,00 10 612,90
Total 247 771,80 43 581,44 549 635,94 840 989,18

Quadro 19 – Emissões de CO2 associadas ao consumo de energia elétrica, gás natural e combustíveis
petrolíferos, por categoria, no concelho da Figueira da Foz, em 2008 (DGEG, 2023)
Emissões CO2 (t CO2)
Total
Produtos
Categoria Energia Elétrica Gás Natural
Petrolíferos
Edifícios do estado 43,74 390,14
Edifícios e equipamentos 3 585,79 4 562,11
4,86 537,58
municipais
Não doméstico 29 804,26 2 325,15 39 527,44 71 656,85
Doméstico 31 202,16 5 436,04 2 811,05 39 449,25
Transportes 316,48 0,00 90 970,07 91 286,55
Indústria 21 906,69 993,16 2 757,46 25 657,31
Resíduos e águas residuais 2 364,47 0,00 746,77 3 111,24
Agricultura, Pesca e Floresta 4 260,77 0,50 4 364,91 8 626,18
Iluminação de vias públicas 4 181,46 0,00 0,00 4 181,46

Total 97 622,09 8 803,45 142 105,41 248 530,95

Comparação dos Inventários de Emissões [2008 / 2019]

Efetuando uma comparação ao nível dos consumos energéticos, entre 2008 e 2019 (Quadro 20)
constata-se uma diminuição no consumo total de energia, de cerca de 14%, sendo que, ao nível
genérico dos vetores energéticos, verifica-se uma diminuição do consumo de energia elétrica na

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ordem dos 7%, uma diminuição do consumo dos combustíveis petrolíferos de cerca de 20% e
um aumento no consumo de gás natural, na ordem dos 17%, entre 2008 e 2019. De facto,
conforme consta no relatório sobre a “Análise do mercado de gases de petróleo liquefeito
embalado: 2018-2020”, elaborado pela Entidade Reguladora dos Serviços Energéticos (ERSE)
“de uma forma genérica, o mercado do GPL sofre uma forte pressão por parte de outros gases
combustíveis, em particular o gás natural”.

No que respeita às emissões de CO2, verifica-se a ocorrência de um aumento ao nível dos


“Transportes”, entre 2008 e 2019, na ordem dos 7%, sendo que para todas as outras categorias,
verificou-se uma redução nas emissões de CO2. Importa ainda referir que o setor dos
“Transportes” representava, em 2008, 37% das emissões de CO2, no Concelho, e em 2019,
apesar da diminuição do total de emissões de CO2 emitidas, este mesmo setor passou a
representar cerca de 54% das emissões de CO2 emitidas para a atmosfera.

Quadro 20 – Evolução do consumo de energia e respetivas emissões de CO2 nos anos de 2008 a 2019,
no Município da Figueira da Foz
Consumo de Energia (MWh) Emissões de CO2 [tCO2/ano]
Categorias
IRE 2008 MEI 2019 IRE 2008 MEI 2019
Edifícios do estado e edifícios
13 260,55 8 692,64 4 562,11 1 972,75
e equipamentos municipais
Não doméstico 243 888,40 99 430,39 71 656,85 24 252,00
Doméstico 118 487,88 126 423,05 39 449,25 28 410,71
Transportes 348 230,64 375 840,37 91 286,55 97 827,66
Indústria 70 631,34 65 364,96 25 657,31 15 324,07
Resíduos e águas residuais 8 905,17 8 691,62 3 111,24 2 024,92
Agricultura, Pesca e Floresta 26 972,30 27 516,23 8 626,18 7 183,34
Iluminação de vias públicas 10 612,90 7 876,74 4 181,46 1 835,28
Total 840 989,18 719 836,00 248 530,95 178 830,74

Numa análise comparativa mais pormenorizada, ao nível dos consumos de energia, entre 2008
e 2019, relativamente aos “Edifícios do estado”, constata-se uma diminuição no consumo de
energia elétrica (de cerca de 36%), uma diminuição de cerca de 63% no consumo de produtos
petrolíferos e um aumento muito significativo no consumo de gás natural na ordem dos 490%,
entre 2008 e 2019, demonstrando claramente uma alteração de consumo, nesta categoria.
Ainda assim, não obstante o aumento verificado ao nível do gás natural, o consumo de
energia elétrica no ano de 2019 representa cerca de 67% do consumo dos edifícios do
estado.

Ao nível do setor “Não Doméstico”, constata-se uma diminuição significativa de cerca de 93% no
consumo de produtos petrolíferos (nomeadamente GPL), entre 2008 e 2019 e um aumento de
7,5% de gás natural, tendo a energia elétrica mantido o seu consumo. No entanto, não obstante

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o aumento verificado, constata-se que o consumo de energia elétrica no ano de 2019


representa 75% do consumo do Setor Não doméstico.

Relativamente ao setor “Doméstico” importa referir que, entre 2008 e 2019, ocorreu um aumento
significativo no consumo de produtos petrolíferos, de cerca de 60% e de 18 % no consumo de
gás natural, sendo que ao nível da energia elétrica, verificou-.se uma redução de 5%. No
entanto, importa referir que o consumo de energia elétrica no ano de 2019 representa
cerca de 59% do consumo do Setor Doméstico.

Ao nível dos “Transportes”, não obstante ligeiras variações no consumo de energia elétrica e gás
natural, verifica-se naturalmente um consumo de produtos petrolíferos na ordem dos 99%, em
2019.

Ao nível da “Indústria”, verifica-se um ligeiro aumento no consumo de gás natural (de 3%), uma
redução no consumo de produtos petrolíferos na ordem dos 25%, e da energia elétrica da ordem
dos 5%, entre 2008 e 2019, mantendo-se este vetor energético da energia elétrica o mais
representativo, com cerca de 81% do consumo de energia, no setor industrial, em 2019.

Ao nível do setor dos “Resíduos e águas residuais”, deixou de haver consumo de produtos
petrolíferos no setor, entre 2008 e 2019, sendo este consumo revertido para a energia elétrica.

Quanto à “Agricultura, Pesca e Floresta”, é possível constatar um aumento significativo no


consumo de produtos petrolíferos (na ordem dos 43%), e uma consequente diminuição, em cerca
de 60%, no consumo de energia elétrica, essencialmente no subsetor da “Agricultura e Produção
Animal”. Importa referir que o consumo de produtos petrolíferos, no ano de 2019
representa cerca de 84% do consumo de energia, no setor da Agricultura, Pesca e
Floresta.

Ao nível da “Iluminação de vias públicas” (categoria consumidora apenas de energia elétrica),


verifica-se uma diminuição no consumo desta tipologia de energia na ordem dos 25%, entre 2008
e 2019.

Produção de Energia

A situação de escassez que caracteriza os combustíveis fósseis, associada à instabilidade dos


mercados, promove a necessidade de recorrer a fontes de energia renováveis. Em Portugal a
produção energética com recurso às energias hídrica, eólica, da biomassa com cogeração e
energia fotovoltaica, já atingiu um estado de maturidade que permite que estas fontes sejam
competitivas e que se destaquem das restantes ao nível da produção de energia anual.

Conforme informação disponibilizada pela DGEG, a produção de eletricidade renovável no


concelho da Figueira da Foz tem origem nas instalações a biomassa, energia eólica e energia
solar fotovoltaica, no entanto, por razões de confidencialidade, a DGEG não fornece a informação
desagregada. No Quadro 21 apresenta-se o valor de produção de energia renovável, assim como

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a sua produção descentralizada. Toda a produção que não é descentralizada é correspondente


ao setor privado, pelo que cerca de 1 325 334 MWh corresponde ao setor privado.

Quadro 21 - Valor de produção de energia renovável, assim como a sua produção descentralizada, para
o concelho da Figueira da Foz, para o ano de 2019 (DGEG, 2023)
Produção de eletricidade renovável MWh
Produção de eletricidade renovável no município da Figueira da Foz 1 328 200
Do qual produção descentralizada (UPAC, UPP e mini/microgeração) 2 866
(UPAC – Unidade de Produção para Autoconsumo; UPP – Unidades de Pequena Produção)

Conforme informação disponibilizada pela DGEG, estima-se que o peso do setor doméstico na
produção descentralizada tenha sido de cerca de 40%, em 2019, para o concelho da Figueira da
Foz.

Objetivos e Metas de Mitigação

Ao nível da mitigação, conforme referido anteriormente, o objetivo da neutralidade carbónica


traduz-se em igualar o nível de emissões de GEE com o nível de sumidouro até ao ano de 2050
(emissões líquidas iguais a zero). Isto obrigará a reduções substanciais das emissões e/ou a
aumentos substanciais dos sumidouros, que deverão materializar-se até 2050. A progressiva
descontinuidade da utilização de combustíveis fósseis para a produção de eletricidade, em
particular do carvão, é essencial para garantir a transição energética para uma sociedade neutra
em carbono.

Ao abrigo da Lei de Bases do Clima, de forma a contribuir para permanecer nos 1,5º de
aquecimento previstos pelo Acordo de Paris, e alcançar a neutralidade climática em 2050,
Portugal terá de definir metas de redução de emissões de gases de efeito de estufa (em relação
aos valores de 2005) de:

 até 2030, uma redução de, pelo menos, 55%;


 até 2040, uma redução de, pelo menos, 65 a 75%;
 até 2050, uma redução de, pelo menos, 90%.

Conforme referido anteriormente, o PNEC 2030 estabelece ainda metas setoriais de redução de
emissões de GEE, por referência às emissões registadas em 2005, nomeadamente:

 70 % no setor dos serviços;

 35 % no setor residencial;

 40 % no setor dos transportes;

 11 % no setor da agricultura;

 30 % no setor dos resíduos e águas residuais.

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O Quadro seguinte apresenta a percentagem de evolução das emissões de CO 2 de 200822 a


2019, no concelho da Figueira da Foz, assim como o estabelecido ao nível das metas
estabelecidas no PNEC.

Quadro 22 – Evolução das emissões de CO2 de 2008 a 2019, no concelho da Figueira da Foz,
percentagens de variação e metas estabelecidas no PNEC
% de redução de % de aumento de
Meta de redução 2030 -
Categorias emissões de CO2 emissões de CO2
PNEC (%)
[2008/2019] [2008/2019]
Edifícios do estado 56,8% - 70%
Não doméstico 66,2% - 70%
Doméstico 28,0% - 35%
Transportes - 7,2% 40%
Indústria 40,3% - -
Resíduos e águas residuais 34,9% - 30%
Agricultura, Pesca e Floresta 16,7% - 11%
Iluminação de vias públicas 56,1% - -
Total 28,0% - 55%

Face ao exposto, tendo como base o Inventário de Referência de Emissões desenvolvido para
o ano 2008 e o Inventário de Monitorização de Emissões de 2019, constata-se a ocorrência de
uma redução de cerca de 28% de emissões de gases com efeito de estufa, entre 2008 e 2019.
A análise permitiu evidenciar que as categorias relacionadas com “Resíduos e Águas Residuais”
e “Agricultura, Pesca e Floresta” já atingiram a meta definida no PNEC, para 2030.

Sobre esta matéria importa salientar que o Município da Figueira da Foz encontra-se a preparar
um conjunto de projetos com vista a promover a produção de energia a partir de fontes de energia
renovável, quer através da energia solar fotovoltaica, quer da energia eólica offshore (com
redução de níveis de emissão de GEE), sendo que também medidas de sustentabilidade nas
áreas da mobilidade suave, edifícios e iluminação pública relacionadas com a eficiência
energética, assim como o reforço no sumidouro de carbono, com medidas de arborização e
rearborização, são ações que estão previstas no presente PMAC.

Neste sentido, o Município da Figueira da Foz prevê alcançar as metas de redução definidas no
PNEC, através da concretização das ações propostas no Capítulo 3.5. do presente Plano.

Meta Baseada na Ciência: Metodologia “One Planet City Challenge (OPCC)”

Não obstante as metas setoriais definidas no PNEC, a nível nacional, considera-se


adicionalmente premente e relevante, no atual contexto nacional e internacional, a adoção de

22
O ano de 2008 foi o ano de referência escolhido pelo Município da Figueira da Foz para efeitos do Plano Municipal de
Ação Climática por ser o ano mais próximo do ano de 2005, em relação ao qual puderam ser recolhidos dados completos
e fiáveis.

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uma Meta Baseada na Ciência. As Metas Baseadas na Ciência são metas de redução de
emissões de GEE consistentes com o nível de descarbonização que, de acordo com as ciências
climáticas, são necessárias para manter o aumento da temperatura média global entre 1,5ºC e
2ºC, em comparação com níveis pré-industriais.

Esta metodologia baseia-se no Relatório do IPCC (Intergovernmental Panel on Climate Change)


sobre Aquecimento Global de 1,5º C e exige que os Municípios tenham:

- Uma meta de médio prazo (2030), em linha com uma redução global de 50% em relação às
emissões per capita de 2019, ajustadas ao Índice de Desenvolvimento Humano;

- Uma meta de longo prazo (no máximo 2050) de emissões líquidas zero.

Neste contexto, as metas adotadas pelos municípios para reduzir os GEE são consideradas
como tendo base científica se estiverem em alinhamento com os objetivos do Acordo de Paris e
com o Relatório Especial sobre o Aquecimento Global de 1,5°C.

As metas devem estar sujeitas aos seguintes princípios:

 Ser orientadas pela Ciência – devendo ser guiadas pela mais recente ciência climática;
 Ser justas – entrarem em conta com as diferentes contribuições históricas para os níveis
de dióxido de carbono na atmosfera e o desenvolvimento socioeconómico;
 Ser completas – devem ser robustas e abrangentes, entrando em consideração com as
emissões do Concelho como um todo.

Existem várias metodologias para que os municípios possam definir as suas metas de redução
das emissões. O Município da Figueira da Foz optou pela Metodologia “One Planet City
Challenge” (OPCC), sendo que esta metodologia se adequa a qualquer tipo de município que
proceda à sua divulgação em alinhamento com os requisitos de divulgação do Pacto dos
Autarcas para o Clima e Energia.

Esta Metodologia OPCC tem como variáveis de análise:

- Emissões de GEE constantes no inventário de 2019;

- População do Município, para 2019;

- Índice de Desenvolvimento Humano Global, para 201923;

- Índice de Desenvolvimento Humano Nacional, para 201922;

- População projetada, para 203024.

Neste contexto, para a conceção da meta, foram assumidos os seguintes pressupostos base:

 Variação da população (de 58 951 habitantes em 2019 para 57 469 em 2030, conforme
cenário previsto pela CCDRC) (Anexo 2)
 Emissões totais emitidas em 2019 = 178 830,74 ton CO2

23
PNUD, 2021 (Relatório de Desenvolvimento Humano 2020)
24
CCDRC, 2022 (Projeções Demográficas 2030)

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 IDH Nacional (2019) = 0,864


 IDH Global (2019) = 0,737

O Anexo 3 apresenta a aplicação da metodologia OPCC, para o cálculo da Meta Baseada na


Ciência, para o concelho da Figueira da Foz, tendo em consideração o ano base 2019, e os
cálculos associados, decorrentes do inventário de emissões.

Os resultados obtidos pela aplicação desta metodologia, tendo como pressuposto que o
Concelho atinge a neutralidade carbónica em 2050, foram os seguintes:

 Necessidade de reduzir, até 2030, 59% das emissões de GEE (meta mais ambiciosa
do que a estabelecida no Pacto dos Autarcas para o Clima e Energia, no qual o Município
se comprometeu a reduzir 40% das emissões de GEE, até 2030, e mais ambiciosa do
que a estabelecida no PNEC, de 55%);
 Em 2030 no Concelho serão emitidas 1,24 ton CO2/hab;
 Em 2030, no Concelho serão emitidas 71 261,56 ton CO2.

Conforme referido, o Município da Figueira da Foz prevê alcançar as metas a que se propõe,
através da concretização das ações previstas no capítulo seguinte.

3.5. Modelo de Ação proposto

O modelo de ação apresentado no presente Plano teve como base a estrutura anteriormente
definida no Estudo “Da Estratégia à Ação” (2020), desenvolvido pela Universidade de Lund para
o Município da Figueira da Foz, com as devidas adaptações à atualidade nomeadamente ao
nível da legislação/regulamentação em vigor, bem como à realidade municipal.

Neste contexto, para efeitos do PMAC, foram definidas as seguintes áreas temáticas:

 Ordenamento do Território e Conservação da Natureza


 Mobilidade, Energia e Indústria
 Gestão da Água e Recursos Hídricos
 Proteção Costeira
 Floresta e Agricultura
 Informação e Consciencialização

De forma a efetuar uma correspondência e articulação entre as categorias abordadas no


presente PMAC e os setores definidos no Guia de “Orientações para os Planos Regionais de
Ação Climática” (APA, 2022) e no “Guia para a apresentação dos resultados do Pacto dos
Autarcas para o Clima e Energia”, apresenta-se de seguida o Quadro 23.

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Plano de Ação para a Energia Sustentável e Clima | outubro 2023
Plano Municipal de Ação Climática | Figueira da Foz

Quadro 23 - Articulação entre as categorias abordadas no presente PMAC e os setores definidos, para a
Adaptação, no Guia de “Orientações para os Planos Regionais de Ação Climática” e no “Guia para a
apresentação dos resultados do Pacto dos Autarcas para o Clima e Energia”
Guia para a apresentação dos
Guia de Orientações para os
resultados do Pacto dos PMAC
PRAC (APA)
Autarcas para o Clima e Energia
Agricultura
Agricultura e Silvicultura - Floresta e Agricultura
Floresta
Ordenamento do Território
- Ordenamento do Território e
Ambiente e Biodiversidade
Conservação da Natureza
Biodiversidade Água
- Gestão da Água e Recursos
Resíduos
Hídricos
Turismo
Economia Edifícios
Energia Energia - Mobilidade, Energia e Indústria
Transportes e Comunicações Transporte
Segurança de Pessoas e Bens
Proteção Civil e Emergência - Proteção Costeira
Zonas Costeiras e Mar
Informação e - Informação e
Outros
Consciencialização Consciencialização
- Transversal a todas as áreas
Saúde Humana Saúde
temáticas

O modelo adotado identifica um conjunto de ações para cada opção definida, em função da área
temática abrangida e fornece uma visão geral de cada uma das ações previstas. Para cada ação
proposta, o modelo identifica o respetivo risco climático, assim como o objetivo intrínseco.
Desenvolve uma breve descrição da ação, do responsável pela liderança da ação e dos parceiros
a envolver. O modelo apresenta uma estimativa do período de implementação, uma estimativa
de investimento e de poupança de energia, identifica potenciais fontes de financiamento e define
indicadores de avaliação, de forma a garantir uma monitorização futura eficaz. O modelo
apresenta ainda uma análise qualitativa da prioridade, associa cada uma das ações propostas
aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável aplicáveis e identifica qual o tipo de medida em
análise (adaptação ou mitigação).
Ação X.X. Nome da Ação
Selecionar entre: Subida do nível do mar e ondas fortes /
Risco Climático Temperaturas altas e ondas de calor / Precipitação excessiva
/ Ventos fortes
Objetivo abordado Nome do objetivo global/objetivo abordado pela ação
Descrição detalhada da ação
Descrição  Porquê esta ação?
 O que é necessário fazer?
Liderança Ex.: Departamento municipal/Empresa/Entidade
Potenciais Parceiros Nome das empresas/ONGs/Universidades
Prazo Número de anos necessários para a implementação
- € - custo reduzido
Estimativa de Investimento - €€ - custo moderado
- €€€ - custo elevado
- ∗ - poupança de energia reduzida
Estimativa de Poupança de
- ∗∗ - poupança de energia moderada
Energia25
- ∗∗∗ - poupança de energia elevada
Potencial fonte de financiamento (ex.:
Fonte de financiamento
Municipal/Nacional/UE/Privada)

25 Relativa às ações definidas no âmbito da Área Temática “Mobilidade, Energia e Indústria”

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Indicador Indicador mensurável do êxito da ação


R - Prioridade reduzida
Prioridade
M - Prioridade moderada
E - Prioridade elevada
Objetivo de
O Objetivo de Desenvolvimento Sustentável para o qual a
Desenvolvimento
ação contribui
Sustentável (ODS) relevante
Tipo de Medida Medida de Adaptação ou Medida de Mitigação

No âmbito dos ODS e da Agenda 2030 das Nações Unidas, pretende-se que o presente Plano,
reflita uma estratégia de inclusão por parte do Município, onde as desigualdades sejam
combatidas e os grupos minoritários sejam incluídos em todos os processos de decisão.

Por esta razão considerou-se importante adotar, para os ODS, a linguagem do ColorADD uma
vez que esta é uma linguagem única, universal, inclusiva e não discriminatória, que permite a um
grupo minoritário, cidadãos com problema de daltonismo, identificar as cores, sempre que a cor
seja um fator de identificação, orientação ou escolha. Neste contexto, foi atribuído a cada ODS
o respetivo símbolo na linguagem do ColorADD, de acordo com a associação apresentada na
Figura 15. O presente Plano torna-se, desta forma, um instrumento mais acessível e inclusivo
para todos.

ODS Designação
1 Erradicação da Pobreza
2 Erradicação da Fome
3 Saúde de Qualidade
4 Educação de Qualidade
5 Igualdade de Género
6 Água Potável e Saneamento
7 Energias Renováveis e Acessíveis
8 Trabalho digno e Crescimento Económico
9 Indústria, Inovação e Infraestruturas
10 Reduzir as desigualdades
11 Cidades e Comunidades Sustentáveis
12 Produção e Consumo Sustentáveis
13 Ação Climática
14 Proteger a Vida Marinha
15 Proteger a Vida Terrestre
16 Paz, Justiça e Instituições Eficazes
17 Parcerias para a Implementação dos Objetivos

Figura 15 – Simbologia ColorADD associada a cada um dos ODS

Na Figueira da Foz, o Plano Municipal de Ação Climática identifica 30 Opções Estratégicas que
integram 75 ações específicas, que terão um contributo fundamental para reduzir os efeitos
negativos das alterações climáticas no Concelho tendo, por isso, um impacto imediato na
segurança de pessoas e bens.

Conforme referido anteriormente, as alterações climáticas integram-se na Agenda 2030 das


Nações Unidas para o Desenvolvimento Sustentável, através do Objetivo 13 – Ação Climática:
Adotar medidas urgentes para combater as alterações climáticas e os seus impactos. A
implementação deste Objetivo implica uma ação multinível (global, nacional e local) integrando

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múltiplas escalas de governança (com envolvimento de uma diversidade de atores chave) sendo
alguns eixos estratégicos definidos de carácter sobretudo nacional e global, mas que, devido ao
seu foco na redução de emissão de GEE exigem, consequentemente, um esforço ao nível local.

Há, de facto, um grande foco na adaptação local às alterações climáticas e, nesse sentido, o
Município da Figueira da Foz pretende dar resposta ao nível local às seguintes metas:

Embora se considere que todas as ações propostas contribuem para o ODS 13 - Ação Climática,
são identificados outros ODS considerados relevantes relativamente a cada uma das ações
propostas, nomeadamente o Objetivo 3 (Saúde de Qualidade), o Objetivo 4 (Educação de
Qualidade), o Objetivo 6 (Água Potável e Saneamento), o Objetivo 7 (Energias Renováveis e
Acessíveis), o Objetivo 8 (Indústria, Inovação e Infraestruturas), o Objetivo 11 (Cidades e
Comunidades Sustentáveis), o Objetivo 12 (Produção e Consumo Sustentáveis), o Objetivo 14
(Proteger a Vida Marinha) e o Objetivo 15 (Proteger a Vida Terrestre).

O modelo adotado no presente PMAC estabelece um paralelismo com as opções identificadas


anteriormente na EMAAC (Anexo 4), considerando-se prudente fazer-se uma revisão das
opções, uma vez que algumas já foram implementadas, outras são suficientemente específicas
que podem constituir-se como ações concretas a desenvolver no território, sendo que existem
ainda outras opções que podem ser acrescentadas, tendo em consideração as novas
circunstâncias, dinâmicas territoriais ou necessidades do Concelho.

3.6. Ações de Adaptação e Mitigação por área temática / Fichas de


Ações

3.6.1. Ordenamento do Território e Conservação da Natureza

A integração e incorporação das questões relacionadas com as alterações climáticas no


planeamento e ordenamento do território desempenham um papel crucial para a promoção da
resiliência climática urbana do concelho da Figueira da Foz, criando assim um Concelho mais
resistente e resiliente a riscos climáticos. A integração antecipada no planeamento das
necessidades de adaptação (por exemplo, gestão urbana) e regulamentação (por exemplo,
padrões de construção) pode fornecer benefícios que ajudam a evitar custos de adaptação,
diminuindo a necessidade futura de maiores investimentos.
A conservação da natureza, incluindo a restauração de ecossistemas, é um dos pilares do
desenvolvimento e, consequentemente, decisiva no combate às alterações climáticas. A

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biodiversidade é, acima de tudo, um elemento promotor de resiliência ambiental e social,


assegurando recursos e condições ambientais de suporte ao desenvolvimento humano.
As ações propostas nesta área temática concentram-se na gestão de espaços públicos e na
integração de espaços naturais no meio urbano, que deve ser valorizada pelas diversas funções
que a infraestrutura verde desempenha no território urbano, funções essas diretamente
associadas a uma maior resiliência do espaço urbano e incluem o aumento do conforto climático,
a resiliência das cidades a eventos extremos, a maior permeabilização do solo e a promoção da
conectividade ecológica. Também nesta área temática são identificadas ações de promoção da
economia circular. O quadro seguinte apresenta as ações previstas para cada opção estratégica
definida.

Quadro 24 – Opções estratégicas e ações propostas para a área temática “Ordenamento do território e
Conservação da Natureza”
id Opções Estratégicas Ações Propostas
Reordenamento e requalificação - Requalificação de espaços públicos com implementação de
1
dos espaços públicos projetos de Urbanismo Tático e Praças Abertas.
- Elaboração de um Programa de Inventariação e
Introdução de melhores práticas Monitorização do estado fitossanitário das árvores em meio
2 no planeamento e gestão do urbano;
parque arbóreo público (*) - Monitorização e controle das espécies invasoras e os seus
efeitos sobre os ecossistemas naturais.
- Requalificação dos espaços verdes com espécies
autóctones e adaptadas às condições edafoclimáticas locais;
- Implementação de infraestruturas verdes, incluindo a
utilização de materiais naturais como material de construção;
- Plantação de microflorestas urbanas;
- Criação de zonas de ensombramento (incluindo instalação
Redução da vulnerabilidade das
3 de palas ou toldos exteriores);
áreas urbanas às ondas de calor
- Gestão de locais públicos com pontos de água acessíveis e
funcionais, para consumo humano e termorregulação do ar;
- Instalação de bacias de retenção de água ou pequenas
charcas;
- Elaboração de um Plano Municipal de Contingência para
Ondas de Calor.
Dinamização das Áreas
- Promoção e dinamização das áreas protegidas e
4 Protegidas e Classificadas (*) e
classificadas, bem como das matas nacionais.
valorização das matas nacionais
Elaboração de um Plano de - Elaboração de um Plano de Gestão da Morraceira, tendo em
5
Gestão da Morraceira (*) consideração a sustentabilidade territorial do local.
Promoção de atividades
6 relacionadas com a exploração do - Instalação de um espaço de Talassoterapia.
sal e oportunidades emergentes
- Implementação do Plano Local de Ação Integrado (PLAI)
para a economia circular;
Transição para uma economia
7 - Digitalização dos Mercados Municipais com a
circular
implementação do reuso de embalagens inteligentes;
- Centro de Divulgação e Promoção de Produtos Endógenos.
Criação de um sistema de deteção
8 e gestão municipal de ocorrências - Centro de Estudos das Alterações Climáticas.
climáticas
(*) –
Opção definida no âmbito da EMAAC

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Fichas Temáticas com Ações Detalhadas

Opção Estratégica 1 – Reordenamento e requalificação dos espaços públicos

Requalificação de espaços públicos com implementação de projetos de


AÇÃO
Urbanismo Tático e Praças Abertas
Principal risco
Temperaturas altas e ondas de calor
climático
Objetivo
- Definir formas de integrar instrumentos de adaptação à gestão territorial municipal.
abordado
Os espaços públicos são espaços onde as diferenças podem ser perfeitamente
coexistentes e, por isso mesmo, são um garante de comunidade e democracia.
Quando as pessoas são envolvidas na transformação dos espaços públicos
empoderamos essas pessoas, que passam naturalmente a pertencer a essa
transformação. O conceito de Urbanismo Tático e Praças Abertas surge neste
enquadramento e tem como objetivos:
 redesenhar as ruas e praças dos bairros como locais de interação social, vitalidade
e encontro entre pessoas, trazendo os espaços urbanos de volta à vida pública;
Descrição  melhorar a segurança de moradores, peões e ciclistas através de medidas de
pedonização e moderação do tráfego, com foco especial em crianças, idosos e
pessoas com deficiência;
 transformar espaços públicos existentes temporariamente através de
transformações de rua, de baixo custo e alto impacto, antes de implementar
intervenções de caráter permanentes;
 incentivar a colaboração efetiva entre os cidadãos e o Município, promovendo o
envolvimento da comunidade através da gestão compartilhada dos espaços
públicos.
Liderança Município da Figueira da Foz
Juntas de Freguesia, Escolas e Agrupamentos de Escolas, Associações e Organizações
Parceiros
Não Governamentais
Prazo 2024-2030
Investimento Est. €€
- Portugal 2030 – Programa Operacional Regional do Centro
- Plano de Recuperação e Resiliência
Financiamento - Fundo Ambiental
- Programa LIFE
- Orçamento Municipal
- Intervenções de requalificação (N.º)
Indicador
- Custos de intervenção (€)
Prioridade M

ODS relevante

(Milão)
Tipo de Medida Medida de Adaptação

Opção Estratégica 2 - Introdução de melhores práticas no planeamento e gestão do parque


arbóreo público

Elaboração de um Programa de Inventariação e Monitorização do estado


AÇÃO
fitossanitário das árvores em meio urbano
Principal risco
Temperaturas altas e ondas de calor
climático
- Aumentar o conhecimento relativamente à predisposição a eventos climáticos
Objetivo
extremos, e respetivos impactos adversos sobre a segurança de pessoas e bens;
abordado
- Definir formas de integrar instrumentos de adaptação à gestão territorial municipal.
A presente ação pretende inventariar as espécies de árvores e plantas existentes no
Concelho, assim como monitorizar o estado fitossanitário das espécies com medidas de
Descrição podas preventivas e corretivas ou abate de árvores, com substituição gradual por
espécies mais bem-adaptadas às alterações climáticas (ventos extremos, períodos de
chuva/seca prolongados).

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Elaboração de um Programa de Inventariação e Monitorização do estado


AÇÃO
fitossanitário das árvores em meio urbano
Este Programa permitirá fornecer orientações futuras sobre diretrizes de plantação,
atuar como linha de base para um manual municipal de árvores/plantas, promover a
biodiversidade e reduzir os riscos de incêndio e emissões de GEE.
Esta inventariação pode envolver a catalogação de espécies de árvores e a sua
capacidade de resistir ao calor e condições climáticas extremas, além da capacidade de
oferecer benefícios ao ecossistema. Pode e deve considerar-se a possibilidade de
envolvimento do público nestes exercícios de inventário, como forma de aumentar a
consciencialização e o envolvimento da comunidade.
Esta ação deverá ter em consideração o “Guia de Arborização”, elaborado em 2020 no
âmbito do projeto Cidades Verdes Cencyl onde foram analisadas situações concretas
em determinadas áreas do Concelho, assim como o estudo elaborado pela Universidade
de Trás-os-Montes e Alto Douro, sobre “Avaliação fitossanitária e do risco de fratura de
árvores na Figueira da Foz”.
Liderança Município da Figueira da Foz
Juntas de Freguesia, Instituto de Conservação da Natureza e Florestas, Direção
Parceiros
Regional de Agricultura e Pescas do Centro
Prazo 2024-2026
Investimento Est. €
- Portugal 2030 – Programa Operacional Regional do Centro
- Portugal 2030 – INTERREG
Financiamento
- Fundo Ambiental
- Orçamento municipal
- Quantidade de espécies de árvores/plantas registadas (N.º)
Indicador - Medidas implementadas relativas à boa consolidação do arvoredo, garantindo a
segurança de pessoas e bens (N.º)
Prioridade M

ODS relevante

Tipo de Medida Medida de Adaptação

Monitorização e controle das espécies invasoras (nomeadamente o Jacinto-de-


AÇÃO
Água e Erva-das-Pampas) e os seus efeitos sobre os ecossistemas naturais
Principal risco
Temperaturas altas e ondas de calor
climático
- Aumentar o conhecimento relativamente à predisposição a eventos climáticos extremos,
Objetivo
e respetivos impactos adversos sobre a segurança de pessoas e bens;
abordado
- Definir formas de integrar instrumentos de adaptação à gestão territorial municipal.
A existência de espécies invasoras origina situações de predação ou competição com
espécies nativas e afeta de uma forma muito significativa a diversidade biológica.
A presente ação pretende monitorizar e controlar as espécies invasoras (nomeadamente
Jacinto-de-Água e Erva-das-Pampas) através de uma gestão bem planeada que inclui a:
Descrição  inventariação das espécies invasoras no Concelho:
 determinação da área invadida
 avaliação da sua expansão ao longo do tempo
 identificação de potenciais causas da invasão
 ações de remoção ou eliminação das espigas (no caso da Erva das Pampas)
Liderança Município da Figueira da Foz
Parceiros APA, CIM, ICNF, Instituições académicas e Juntas de Freguesia
Prazo 2024-2030
Investimento Est. €€
- Portugal 2030 – Programa Operacional Regional do Centro
- Plano de Recuperação e Resiliência
Financiamento - Fundo Ambiental
- Orçamento Municipal
- Protocolo entre APA e CIM (para mitigação e eliminação do “Jacinto-de-Água”)
- Ações de monitorização desenvolvidas (N.º)
Indicador
- Custos da intervenção (€)
E
Prioridade

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Monitorização e controle das espécies invasoras (nomeadamente o Jacinto-de-


AÇÃO
Água e Erva-das-Pampas) e os seus efeitos sobre os ecossistemas naturais

ODS relevante

Tipo de Medida Medida de Adaptação

Opção Estratégica 3 - Redução da vulnerabilidade das áreas urbanas às ondas de calor

Requalificação dos espaços verdes com espécies autóctones e adaptadas às


AÇÃO
condições edafoclimáticas locais
Principal risco
Temperaturas altas e ondas de calor
climático
- Adaptação, a eventos cada vez mais recorrentes associados às alterações climáticas,
Objetivo
como são as cheias, inundações e incêndios florestais;
abordado
- Definir formas de integrar instrumentos de adaptação à gestão territorial municipal.
Os espaços verdes desempenham uma função ambiental e ecológica muito relevante
no meio urbano e constituem um importante contributo para a qualidade de vida dos
cidadãos. Podem ser criados no Concelho espaços verdes multifuncionais, incluindo
valências de recreio e lazer, que apresentem soluções que requeiram menos recursos
(água e solo) e valorizem as espécies autóctones, fomentando o aumento das áreas
de infiltração e o conforto térmico em meio urbano.
A manutenção dos atuais jardins verdes na Figueira da Foz traduz-se numa necessidade
intensiva de água, pelo que a ação proposta pretende criar jardins verdes tradicionais com
plantação de espécies autóctones, com baixo consumo de água.
O Município encontra-se atualmente a implementar ações de (re)arborização dos espaços
verdes em 9 freguesias do Concelho (Buarcos/S. Julião, Bom Sucesso, Ferreira-a-Nova,
Maiorca, Quiaios, Tavarede, Lavos, Moinhos da Gândara e Marinha das Ondas),
requalificação do mobiliário urbano e sistema de rega automático, numa área de intervenção
de 31,30 ha, beneficiando uma população de cerca de 45.339 habitantes. Esta intervenção
tem como objetivo a valorização e proteção dos espaços de fruição pública em cada um
destes núcleos populacionais, o aumento dos espaços verdes, a criação de sombras
através da plantação de árvores, contribuindo para a redução dos custos ambientais, sociais
e económicos a longo prazo. Será privilegiada a introdução de espécies autóctones e/ou
espécies que, não sendo autóctones, estão adaptadas às condições edafoclimáticas,
garantindo-se, desta forma, o aumento da biodiversidade do local e, consequentemente, a
contribuição para sustentabilidade ecológica e económica do sistema.
Descrição
No âmbito desta ação importa referir que o Município instalou um jardim polinizador no
Parque das Abadias, prevendo-se que este novo espaço seja dotado de vegetação com
flores adequadas e destinado a abelhas e outros insetos polinizadores,
Importa ainda salientar que Município se encontra a preparar o prolongamento do corredor
verde do vale das Abadias (com um aumento em área verde de aproximadamente 5,5
hectares), prevendo-se transformar uma parte central da cidade cuja intervenção irá permitir
que pequenos retalhos de terreno, até ao momento maioritariamente privados, passe a ser
espaço verde de usufruto público, melhorando também a fluidez da rede viária e, desta
forma, a vida dos residentes. Sabendo da importância que os espaços verdes
desempenham nas cidades, o Município tem reunido com os proprietários destes terrenos
para poder desenvolver um novo design urbano em harmonia com a envolvente. Esse
trabalho tem como base a ferramenta de planeamento unidade de execução, que permitirá
uma distribuição equilibrada de benefícios e encargos entre os proprietários da área
delimitada, o que neste caso irá permitir concretizar o prolongamento da estrutura ecológica
municipal. O sucesso deste processo resulta de ser um processo participativo, e pode ser
replicável em outros locais do Município.
De referir que as infraestruturas verdes desempenham um papel importante para aumentar
a capacidade de regeneração do solo. Melhoram também a paisagem urbana, tornam as
cidades mais agradáveis e acolhedoras, ajudam a combater os efeitos nocivos da poluição,
ajudam a regular o clima e a combater o efeito de ilha de calor urbana, melhorando a saúde
e o bem-estar da população.
Liderança Município da Figueira da Foz
Associação Comercial e Industrial da Figueira da Foz, Juntas de Freguesia, Associações e
Parceiros Organizações Não Governamentais, Agrupamentos de Escuteiros de Vila Verde,
Agrupamentos de Escuteiros de Tavarede
Prazo 2024-2028

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Requalificação dos espaços verdes com espécies autóctones e adaptadas às


AÇÃO
condições edafoclimáticas locais
Investimento Est. €-€€
- Portugal 2030 – Programa Operacional Regional do Centro
- Plano de Recuperação e Resiliência
Financiamento
- Fundo Ambiental
- Orçamento Municipal (manutenção dos espaços verdes)
- Jardins verdes com necessidades reduzidas de água (N.º)
Indicador
- Espaços públicos verdes “adotados” pelas empresas/entidades (N.º)
Prioridade E

ODS relevante
(Figueira da Foz)

Tipo de Medida Medida de Adaptação e de Mitigação

Implementação de infraestruturas verdes, incluindo a utilização de materiais naturais


AÇÃO
como material de construção
Principal risco
Temperaturas altas e ondas de calor
climático
Objetivo - Adaptação, a eventos cada vez mais recorrentes associados às alterações
abordado climáticas, como são as cheias, inundações e incêndios florestais.
Esta ação pretende promover a requalificação urbana que torne o espaço público mais
resiliente, nomeadamente com a implementação de medidas associadas à arquitetura
bioclimática em edifícios (tais como telhados e fachadas verdes).
Os telhados verdes, instalados no topo de um telhado plano ou ligeiramente inclinado,
ajudam a controlar o escoamento e retenção das águas pluviais, absorvem o excesso
Descrição de água, reduzem o efeito da ilha de calor urbano, isolam os edifícios e melhoram a
qualidade do ar. Por outro lado, as fachadas verdes (paredes) são compostas por
plantas cultivadas em sistemas verticais que, para além de disporem de um design
atrativo, fornecem sombra, promovem o isolamento térmico dos edifícios e melhoram
a qualidade do ar, contribuindo para reduzir os gastos energéticos na climatização
dos mesmos.
Liderança Município da Figueira da Foz
Parceiros Juntas de Freguesia, Associações de Moradores, particulares
Prazo 2024-2030
Investimento Est. €€
- Portugal 2030 - Programa Operacional Regional do Centro
- Plano de Recuperação e Resiliência
- Fundo Ambiental
Financiamento - Programa LIFE
- Horizonte Europa
- Iniciativa Urbana Europeia
- Orçamento Municipal
- Novas infraestruturas implementadas (N.º)
Indicador
- Custos de intervenção (€)
Prioridade M

ODS relevante

Torino 26 (Itália) Hamburgo27 (Alemanha)


Tipo de Medida Medida de Adaptação e de Mitigação

AÇÃO Plantação de microflorestas urbanas


Principal risco
Temperaturas altas e ondas de calor
climático

26
https://climate-adapt.eea.europa.eu/en/metadata/case-studies/living-in-a-tree-house-in-torino-italy-combining-
adaptation-and-mitigation-measures-to-improve-comfort
27
https://climate-adapt.eea.europa.eu/en/metadata/case-studies/four-pillars-to-hamburg2019s-green-roof-strategy-
financial-incentive-dialogue-regulation-and-science

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AÇÃO Plantação de microflorestas urbanas


- Aumentar o conhecimento relativamente à predisposição a eventos climáticos extremos, e
respetivos impactos adversos sobre a segurança de pessoas e bens;
Objetivo
- Definir formas de integrar instrumentos de adaptação à gestão territorial municipal;
abordado
- Explorar eventuais oportunidades ligadas a alterações no clima, realçando ou acentuando
impactos socioeconómicos benéficos.
Num cenário de alterações climáticas em que vivemos, as microflorestas urbanas são muito
importantes devido ao seu papel regulador, pois apresentam uma elevada capacidade de
regeneração do solo, embelezam a paisagem urbana, tornam as cidades mais agradáveis
e acolhedoras, ajudam a combater os efeitos nocivos da poluição, regulam o clima,
melhoram a qualidade do ar, promovem a biodiversidade, melhoram a saúde e o bem-estar
da população, sequestram o carbono, aumentam a resiliência às inundações e combatem
o fenómeno das ilhas de calor, provocado pela grande quantidade de betão e asfalto.
Apesar de, em zonas povoadas, ser muito difícil promover a criação de florestas, estas
microflorestas podem surgir nos parques das cidades, nas escolas, em zonas industriais,
nos bairros, em parques de estacionamento, em rotundas ou nós rodoviários e até ao longo
das estradas. Naturalmente que terão de ser plantadas espécies adaptadas às
Descrição características do solo e do clima, uma vez que, assim, necessitam de menor manutenção
e apresentam um crescimento mais rápido.
Sobre esta ação importa referir que, na várzea de Tavarede, à entrada da cidade, verificam-
se ótimas condições para o desenvolvimento da agricultura urbana, podendo vir a ser criada
uma sinergia complementar urbano-rural, com uma área capaz de integrar a agricultura
urbana já existente, com nova área de florestação.
O Município tem ainda previsto a plantação de uma árvore por habitante (cerca de 59.000
árvores plantadas).
Importa salientar que esta ação se encontra em consonância com o estabelecido na Lei de
Bases do Clima, que estabelece que “O Estado, em articulação com (…) as autarquias
locais, promove o desenvolvimento de espaços verdes, com o objetivo de aumentar a
cobertura verde e atenuar o efeito de ilha de calor dos centros urbanos”.
Liderança Município da Figueira da Foz
Parceiros Juntas de Freguesia, Organizações Não Governamentais, Associações de moradores
Prazo 2024-2026
Investimento Est. €€-€€€
- Portugal 2030 - Programa Operacional Regional do Centro
- Plano de Recuperação e Resiliência
Financiamento
- Fundo Ambiental
- Orçamento Municipal
- Área plantada (ha)
Indicador
- Árvores plantadas (N.º)
Prioridade E

ODS relevante Leeuwarden (Holanda)28

Barcelona (Espanha)29

Tipo de Medida Medida de Adaptação e de Mitigação

Criação de zonas de ensombramento (incluindo instalação de palas ou toldos


AÇÃO
exteriores)
Principal risco
Temperaturas altas e ondas de calor
climático

28
www.youtube.com/watch?v=hp2AVbSRVRw
29
https://climate-adapt.eea.europa.eu/en/metadata/case-studies/barcelona-trees-tempering-the-mediterranean-city-
climate

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Plano de Ação para a Energia Sustentável e Clima | outubro 2023
Plano Municipal de Ação Climática | Figueira da Foz

Criação de zonas de ensombramento (incluindo instalação de palas ou toldos


AÇÃO
exteriores)
Objetivo Adaptação, a eventos cada vez mais recorrentes associados às alterações climáticas, como
abordado são as cheias, inundações e incêndios florestais
A criação de áreas com ensombramentos é considerada uma das estratégias mais
eficientes para melhorar o conforto térmico no Verão.
Estratégias de desenho urbano podem ser usadas para criar um melhor conforto térmico
Descrição para espaços públicos, sendo que algumas dessas estratégias podem incluir a
implementação de estruturas que promovam o aumento do ensombramento (instalação de
palas ou toldos exteriores, alusivos a elementos marítimos, como peixes, estrelas do mar,
medusas, barcos ou velas), de forma a combater o efeito de ilha de calor.
Liderança Município da Figueira da Foz
Parceiros Juntas de Freguesia
Prazo 2024-2026
Investimento Est. €€
- Portugal 2030 - Programa Operacional Regional do Centro
- Plano de Recuperação e Resiliência
- Fundo Ambiental
Financiamento
- Programa LIFE
- Horizonte Europa
- Orçamento Municipal
Indicador - Intervenções efetuadas (N.º)
Prioridade M

ODS relevante /
Exemplo
Dubai

Tipo de Medida Medida de Adaptação e de Mitigação

Gestão de locais públicos com pontos de água acessíveis e funcionais (para


AÇÃO consumo humano e animais de companhia) e equipamentos de termorregulação do
ar
Principal risco
Temperaturas altas e ondas de calor
climático
Objetivo - Adaptação, a eventos cada vez mais recorrentes associados às alterações climáticas,
abordado como são as cheias, inundações e incêndios florestais.
Ao aumento da temperatura média global acresce o aumento da temperatura em
consequência da urbanização (efeito da ilha de calor urbano), o que resulta numa
previsão de calor excessivo nas cidades.
Sendo os espaços verdes imprescindíveis para a melhoria da qualidade de vida e do
Descrição conforto térmico no Verão, a presente ação pretende promover o favorecimento da
amenidade climática através da instalação de pontos de água (bebedouros) acessíveis
e funcionais (para consumo humano e animais de companhia) e de equipamentos de
termorregulação do ar, que permitam fazer face às temperaturas elevadas e ondas de
calor.
Liderança Município da Figueira da Foz
Parceiros Juntas de Freguesia
Prazo 2024-2026
Investimento Est. €
- Portugal 2030 - Programa Operacional Regional do Centro
- Plano de Recuperação e Resiliência
Financiamento
- Fundo Ambiental
- Orçamento Municipal
- Equipamentos instalados (N.)
Indicador
- Custo associado à instalação dos equipamentos (€)
Prioridade M

ODS relevante

Lisboa (Portugal)

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Gestão de locais públicos com pontos de água acessíveis e funcionais (para


AÇÃO consumo humano e animais de companhia) e equipamentos de termorregulação do
ar
Tipo de Medida Medida de Adaptação

AÇÃO Instalação de bacias de retenção de água ou pequenas charcas


Principal risco
Temperaturas altas e ondas de calor
climático
Objetivo - Adaptação, a eventos cada vez mais recorrentes associados às alterações
abordado climáticas, como são as cheias, inundações e incêndios florestais.
A presente ação visa a implementação de infraestruturas azuis, como instalação de
bacias de retenção ou pequenas charcas, nos espaços verdes do Município, com
consequente aproveitamento das águas pluviais. Esta ação pretende fazer face à
diminuição da disponibilidade hídrica decorrente da redução da diminuição total da
precipitação, assim como combater o efeito das ondas de calor.
Importa sobre este aspeto mencionar que o Município tem tido em consideração a
Descrição necessidade de reutilização das águas pluviais no seu território, sendo que, no Plano
de Pormenor da 1ª fase da Área Industrial e Empresarial do Pinhal da Gandra (Pincho)
encontra-se estabelecido que cada lote deverá dispor de um poço de infiltração de
águas pluviais para rega ou lavagens, de forma a promover uma otimização de
recursos. Este Plano indica ainda que os espaços verdes públicos ou privados devem
incorporar as melhores práticas para aproveitamento das águas pluviais,
nomeadamente através da execução de trincheiras/poços de infiltração.
Liderança Município da Figueira da Foz
Parceiros Juntas de Freguesia
Prazo 2024-2030
Investimento Est. €€
- Portugal 2030 - Programa Operacional Regional do Centro
- Plano de Recuperação e Resiliência
Financiamento
- Fundo Ambiental
- Orçamento Municipal
- Infraestruturas criadas (N.º)
Indicador
- Área afeta às infraestruturas criadas (m2)
Prioridade M

ODS relevante
Malmö (Suécia30)

Tipo de Medida Medida de Adaptação

AÇÃO Elaboração de um Plano Municipal de Contingência para Ondas de Calor


Principal risco
Temperaturas altas e ondas de calor
climático
Objetivo - Adaptação, a eventos cada vez mais recorrentes associados às alterações climáticas,
abordado como são as cheias, inundações e incêndios florestais.
Os efeitos na saúde humana decorrentes da exposição a temperaturas elevadas têm sido
alvo de estudos epidemiológicos que permitem compreender os mecanismos de troca de
calor, os fatores ambientais que afetam o balanço de calor humano, os grupos mais
vulneráveis e as consequências a nível de morbilidade e mortalidade. Os grupos mais
vulneráveis ao calor são os idosos, as crianças nos primeiros anos de vida, os portadores
Descrição de doenças crónicas, pessoas obesas, doentes acamados, pessoas que vivem sozinhas,
em habitações de baixa qualidade e com deficientes condições de climatização e ainda os
sem-abrigo.
A presente ação pretende elaborar um Plano Municipal de Contingência para Ondas de
Calor, que congregue o melhor conhecimento e recursos disponíveis nesta matéria, com
vista a prevenir e minimizar os seus efeitos nefastos na saúde da população.
Liderança Município da Figueira da Foz
Parceiros Direção Geral de Saúde
Prazo 2024-2025
Investimento Est. €

30
https://climate-adapt.eea.europa.eu/en/metadata/case-studies/urban-storm-water-management-in-augustenborg-
malmo

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AÇÃO Elaboração de um Plano Municipal de Contingência para Ondas de Calor


- Portugal 2030 - Programa Operacional Regional do Centro
- Plano de Recuperação e Resiliência
Financiamento
- Fundo Ambiental
- Orçamento Municipal
Indicador - Medidas do Plano Municipal de Contingência implementadas (N.º)
Prioridade M

ODS relevante

Tipo de Medida Medida de Adaptação

Opção Estratégica 4 – Dinamização das Áreas Protegidas e Classificadas, e valorização das


matas nacionais

Promoção e dinamização das áreas protegidas e classificadas, bem como das matas
AÇÃO
nacionais
Principal risco
Temperaturas altas e ondas de calor
climático
- Assegurar as atividades de turismo da natureza e a sustentabilidade das praias e dos
Objetivo espaços naturais, das suas estruturas e do seu areal e toda a dinâmica das atividades
abordado económicas existentes e potenciais, num contexto de crescentes impactos resultantes das
alterações climáticas.
A presente ação pretende aumentar o número e extensão de trilhos interpretativos em áreas
de Rede Natura 2000 e Sítio RAMSAR e matas nacionais, com pontos de observação,
sinalética e suportes informativos adequados à preservação dos diferentes habitats, com
informação sobre habitats e espécies existentes.
Tendo em conta que as áreas costeiras são particularmente vulneráveis às alterações
climáticas, devido à sua atual exposição à subida do nível do mar e a eventos extremos de
maiores intensidade e frequência, tem havido um investimento maior na adaptação destas
zonas através da utilização de soluções mais sustentáveis. Sobre esta ação importa
destacar o Projeto LIFE ADAPTABLUES (LIFE18 CCA/ES/001160), atualmente em fase de
Descrição
implementação, que tem como missão demonstrar que a conservação e restauração de
ecossistemas estuarinos é uma estratégia eficiente para melhorar a adaptação às
alterações climáticas nas áreas costeiras da costa atlântica europeia. Este Projeto Europeu
tem como Coordenador Beneficiário o Instituto de Hidráulica Ambiental de Cantábria, tem
como parceiros o Município da Figueira da Foz, o Instituto Politécnico de Leiria e The Nature
Conservancy in Europe GmbH e desenvolve-se em três diferentes regiões da Europa:
Coimbra (Portugal), Cantábria (Espanha) e Zelândia (Holanda).
Importa ainda destacar, neste âmbito, o Monumento Natural do Cabo Mondego, presente
no território municipal, pertencente à Rede Nacional de Áreas Protegidas.
Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas e Comissão de Coordenação e
Liderança
Desenvolvimento Regional do Centro
Parceiros Município da Figueira da Foz e Agência Portuguesa do Ambiente
Prazo 2024-2030
Investimento Est. €€
- Portugal 2030 - Programa Operacional Regional do Centro
- Plano de Recuperação e Resiliência
Financiamento - Fundo Ambiental
- Programa LIFE
- Orçamento Municipal
- Intervenções de promoção e dinamização das áreas protegidas e classificadas (N.º)
Indicador
- Trilhos interpretativos criados (N.º)
Prioridade E

ODS relevante

Tipo de Medida Medida de Adaptação

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Opção Estratégica 5 - Elaboração de um Plano de Gestão da Morraceira

Elaboração de um Plano de Gestão da Morraceira, tendo em consideração a


AÇÃO
sustentabilidade territorial do local
Principal risco
Temperaturas altas e ondas de calor / Precipitação excessiva / Ventos fortes
climático
- Aumentar o conhecimento relativamente à predisposição a eventos climáticos extremos, e
respetivos impactos adversos sobre a segurança de pessoas e bens;
Objetivo - Assegurar as atividades de turismo da natureza e a sustentabilidade das praias e dos
abordado espaços naturais, das suas estruturas e do seu areal e toda a dinâmica das atividades
económicas existentes e potenciais, num contexto de crescentes impactos resultantes das
alterações climáticas.
A presente ação pretende promover a elaboração do Plano de Gestão da Morraceira, que
Descrição promova o desenvolvimento económico, com vista à promoção e articulação da exploração
de sal, arroz e aquacultura.
Liderança Agência Portuguesa do Ambiente
Parceiros Município da Figueira da Foz, Juntas de freguesia e MAREFOZ – Universidade de Coimbra
Prazo 2024-2026
Investimento Est. €-€€
- Portugal 2030 - Programa Operacional Regional do Centro
- Portugal 2030 – INTERREG - URBACT
Financiamento - Plano de Recuperação e Resiliência
- Fundo Ambiental
- Orçamento Municipal
Indicador - Medidas do Plano de Gestão da Morraceira implementadas (N.º)
Prioridade M

ODS relevante

Tipo de Medida Medida de Adaptação

Opção Estratégica 6 – Promoção de atividades relacionadas com a exploração do sal e


oportunidades emergentes

AÇÃO Instalação de um espaço de Talassoterapia


Principal risco
Temperaturas altas e ondas de calor
climático
Objetivo - Aumentar o conhecimento relativamente à predisposição a eventos climáticos
abordado extremos, e respetivos impactos adversos sobre a segurança de pessoas e bens.
Instalação de um espaço de Talassoterapia, com oferta orientada para recuperação de
patologias músculo-esqueléticas, bem-estar e equilíbrio corpo-mente-espírito, assente no
potencial de propriedades terapêuticas das águas marinhas, articuladas com uma fileira de
Descrição
produtos combinados: algas, sal, areias, lamas e oligoelementos com efeitos
regeneradores. Esta atividade será potenciada pela qualidade urbana e pela oferta de
serviços culturais, de lazer e de saúde existentes no Concelho.
Liderança Município da Figueira da Foz
Parceiros Direção-Geral da Saúde e Juntas de Freguesia
Prazo 2024-2030
Investimento €€-€€€
- Portugal 2030 - Programa Operacional Regional do Centro
- Plano de Recuperação e Resiliência
Financiamento
- Fundo Ambiental
- Orçamento Municipal
Indicador - Espaços destinados a Talassoterapia
Prioridade R

ODS relevante

Tipo de Medida Medida de Adaptação

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Opção Estratégica 7 - Transição para uma economia circular

AÇÃO Implementação do Plano Local de Ação Integrado (PLAI) para a economia circular
Principal risco
Todos (transversal)
climático
- Alterar o paradigma de utilização dos recursos na produção e no consumo, abandonando
Objetivo
o modelo económico linear e transitando para um modelo económico circular e de baixo
abordado
carbono.
Uma sociedade assente numa economia circular, que conserva recursos no seu valor
económico mais elevado, é uma sociedade criadora de emprego mais qualificado, de
riqueza mais sustentada e de bem-estar mais partilhado.
O Município da Figueira da Foz participou num Projeto financiado pelo Fundo Ambiental,
denominado CircularNet - Plataforma para a circularidade: Comunidade, Empresas e
Ambiente Natural, que integra a Iniciativa Nacional Cidades Circulares (InC2), gerida pela
Direção Geral do Território, e teve como parceiros os municípios de Arcos de Valdevez,
Guarda, Monforte, Moura, Praia da Vitória, Tavira e Vila Nova de Famalicão.
O projeto pretendeu fomentar, junto dos municípios, medidas que contribuíssem para a
transição para uma economia circular, utilizando a sua dinâmica para alteração de padrões
de consumo e promover a reincorporação de resíduos como matérias-primas, diminuindo a
necessidade de utilização de recursos naturais.
O projeto CircularNet teve como objetivos:
Descrição  Desenhar um Plano Local de Ação Integrado (PLAI) no âmbito do Economia
Urbana para a Circularidade, incorporando políticas de cada uma das cidades
participantes, integrando princípios de desenvolvimento sustentável;
 Aumentar o número e o impacto de iniciativas relacionadas com a reciclagem e
recolha de resíduos, produção através de processos circulares e desenvolvimento
de novos padrões de consumo;
 Promover estruturas que aumentem a participação e cooperação entre atores nos
processos locais da economia urbana para a circularidade;
 Otimizar a transferência e partilha de conhecimentos, bem como de experiências,
através de uma rede de cidades associadas no projeto;
 Promover ferramentas digitais nos diversos elementos da economia urbana como
ferramentas de otimização, monitorização e avaliação das iniciativas.
Pretende-se dar continuidade ao PLAI através da implementação das medidas propostas.
Liderança Município da Figueira da Foz
Grupo de Planeamento e Ação Local criado no âmbito do Projeto CircularNet, constituído
Parceiros
por quinze empresas sediadas no Concelho e MAREFOZ – Universidade de Coimbra
Prazo 2024-2030
Investimento Est. €€€
- Portugal 2030 - Programa Operacional Regional do Centro
- Plano de Recuperação e Resiliência
Financiamento
- Fundo Ambiental
- Orçamento Municipal
Indicador - Medidas do Plano Local de Ação Integrado implementadas (N.º)
Prioridade M

ODS relevante
(PLAI – CircularNet 31)

Tipo de Medida Medida de Adaptação e de Mitigação

Digitalização dos Mercados Municipais com a implementação do reuso de


AÇÃO
embalagens inteligentes
Principal risco
Todos (transversal)
climático
- Alterar o paradigma de utilização dos recursos na produção e no consumo, abandonando
Objetivo
o modelo económico linear e transitando para um modelo económico circular e de baixo
abordado
carbono.
Descrição As embalagens são cada vez mais uma preocupação de todos, sobretudo as de uso único.

31
https://cidadescirculares.dgterritorio.gov.pt/documents/400b67a9ccf64e10bfcc51af3fe19a05

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Digitalização dos Mercados Municipais com a implementação do reuso de


AÇÃO
embalagens inteligentes
Prova disso é a regulamentação que já chegou (e outra que ainda está para chegar), que
cria taxas sobre estas embalagens, que passarão obrigatoriamente para os cidadãos.
Uma das soluções é apostar em embalagens reutilizáveis de grande qualidade, que
permitam criar um verdadeiro ecossistema de economia circular. Estes ecossistemas
devem ser criados em infraestruturas colaborativas e diversificadas de comércio, como os
Mercados Municipais.
Para motivar a mudança de paradigma, deverá simplificar-se a interação dos
concessionários/comerciantes e oferecer mais valias importantes aos utilizadores que
optem por usar este sistema - mormente, possibilitando a consulta digital de informações
relacionadas com usos e datas de cada embalagem, associando ao uso, a possibilidade de
obter recompensas.
Tentando minimizar as desigualdades tecnológicas, estas funcionalidades estarão
acessíveis através de uma aplicação digital, mas também em postos físicos instalados nos
Mercados. Assim, com a disponibilização desta tecnologia, pretende-se desenvolver e
oferecer diversas soluções de embalagens inteligentes, reutilizáveis, fomentando a
aceleração da transição ambiental e a mudança de hábitos, recriando modelos de consumo
de alimentos e produtos alimentares de forma efetivamente circular.
Liderança Município da Figueira da Foz
Parceiros -
Prazo 2024-2026
Investimento Est. €
- Portugal 2030 - Programa Operacional Regional do Centro
- Plano de Recuperação e Resiliência
Financiamento
- Fundo Ambiental
- Orçamento Municipal
- Adesão dos Comerciantes (%)
Indicador
- Embalagens reutilizadas (Nº)
Prioridade M

ODS relevante

Tipo de Medida Medida de Adaptação e de Mitigação

AÇÃO Centro de Divulgação e Promoção dos Produtos Endógenos


Principal risco
Todos (transversal)
climático
- Alterar o paradigma de utilização dos recursos na produção e no consumo, abandonando
Objetivo
o modelo económico linear e transitando para um modelo económico circular e de baixo
abordado
carbono.
Fomentar e estimular a produção, valorização e o consumo dos produtos endógenos,
aumentando o seu consumo, apoiando assim os produtores locais, com a criação de um
centro de divulgação e promoção dos produtos endógenos (nomeadamente o Arroz e o Sal),
estimulando o empreendedorismo, protegendo o investimento, preservando o meio
ambiente e contribuindo para a sustentabilidade do território, com impactos positivos de
cariz económico, social e ambiental, fortalecendo a coesão social e territorial do Concelho,
Descrição numa lógica de economia circular, alicerçado no conhecimento cientifico e tecnológico.
Realização de eventos de Showcooking nos Mercados Municiais, promovendo a confeção
dos produtos endógenos de uma forma sustentável.
A valorização dos produtos é, assim, um fator importante no posicionamento dos produtos
relativamente ao mercado, dando-lhe uma perspetiva de produto unitário associado ao
território, garantindo parâmetros inequívocos relativamente à sua qualidade, expressão da
cultura e saberes das gentes da Figueira da Foz.
Liderança Município da Figueira da Foz
Stakeholders da área dos produtos endógenos do Município (nomeadamente nas áreas do
Parceiros
arroz e do sal), Mercados Municipais
Prazo 2024-2025
Investimento Est. €-€€
- Portugal 2030 - Programa Operacional Regional do Centro
- Plano de Recuperação e Resiliência
Financiamento
- Fundo Ambiental
- Orçamento Municipal

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AÇÃO Centro de Divulgação e Promoção dos Produtos Endógenos


- Produtos Endógenos divulgados (N.º)
Indicador
- Eventos de showcooking (N.º)
Prioridade R

ODS relevante

Tipo de Medida Medida de Adaptação e de Mitigação

Opção Estratégica 8 - Criação de um sistema de deteção e gestão municipal de ocorrências


climáticas

AÇÃO Centro de Estudos das Alterações Climáticas


Principal risco
Todos (transversal)
climático
Objetivo - Aumentar o conhecimento relativamente à predisposição a eventos climáticos extremos, e
abordado respetivos impactos adversos sobre a segurança de pessoas e bens.
A necessidade de adaptação dos territórios face aos fenómenos extremos decorrentes das
alterações climáticas obriga a uma monitorização permanente e eficaz de todas as variáveis
ambientais e antrópicas com influência nos sistemas naturais, de forma a serem definidas
estratégias de atuação eficientes.
Decorrente da criação de um Pólo da Universidade de Coimbra no Concelho, surge a
oportunidade para se concretizar a instalação de um Centro de Estudos das Alterações
Climáticas, na qualidade de centro de investigação de cariz científico e inovador, que
disponibilize soluções técnicas que respondam aos desafios atuais das alterações
climáticas.
A instalação do Centro de Estudos das Alterações Climáticas permitirá:
- Criar um sistema de vigilância, monitorização e avaliação de todas as variáveis climáticas,
através de ferramentas de monitorização e apoio, com informação periódica e alertas do
clima (agitação marítima, vento forte, precipitação forte, temperatura elevada);
- Georreferenciar os riscos climáticos e respetivas ações de mitigação/adaptação,
elaborando cartografia específica para o risco climático, com o objetivo de espacializar os
riscos e ações de mitigação e adaptação tendo em vista o apoio à decisão e informação,
entre outras atividades relevantes;
Descrição - Implementar sistemas de monitorização das vulnerabilidades climáticas locais, atualizando
periodicamente o Perfil de Impactes Climáticos Locais.
Este Centro permitirá ainda promover o acompanhamento e a capacitação do corpo técnico
municipal face às alterações climáticas, pelo que pretende:
 Constituir uma equipa interna para estudar/planear estratégias no âmbito da adaptação
e mitigação das alterações climáticas e consequentes riscos, que envolva técnicos de
todos os departamentos do Município de forma a criar uma equipa multidisciplinar, eficaz
e eficiente, capaz de dinamizar a ação climática do Município, nomeadamente, apoiar
na concretização das ações definidas pelo presente PMAC;
 Promover a capacitação de técnicos municipais e decisores políticos no domínio da ação
climática ao nível local, quer ao nível da adaptação, nomeadamente na avaliação de
vulnerabilidade às alterações climáticas e gestão adaptativa) quer ao nível da mitigação,
na elaboração de inventários de emissões de gases com efeito de estufa e concretização
de ações concretas que diminuam as emissões do CO2 para a atmosfera;
Destaca-se que o Município da Figueira da Foz é já detentor de um edifício destinado a esta
pretensão, localizado no alto da Serra da Boa Viagem, estando em desenvolvimento uma
intervenção ao nível de obras de requalificação, para efeitos de reconversão desse edifício
no Centro de Estudos das Alterações Climáticas.
Liderança Município da Figueira da Foz
Parceiros -
Prazo 2024-2025
Investimento Est. €€€
- Portugal 2030 - Programa Operacional Regional do Centro
- Plano de Recuperação e Resiliência
Financiamento
- Fundo Ambiental
- Orçamento Municipal
Indicador - Projetos executados (N.º)
Prioridade E

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AÇÃO Centro de Estudos das Alterações Climáticas

ODS relevante

Tipo de Medida Medida de Adaptação

3.6.2. Mobilidade, Energia e Indústria

A descarbonização da mobilidade e dos transportes assume no horizonte 2030 um enfoque


especial, já que este é um dos setores com maior importância em termos das emissões nacionais
de GEE. A próxima década será de mudança de paradigma neste setor, pelo que se preveem
alterações profundas, no sentido da descarbonização, com os combustíveis fósseis tradicionais
a serem progressivamente substituídos por fontes renováveis de energia, biocombustíveis
avançados e hidrogénio, obtendo-se ganhos ambientais e de eficiência significativos.

Prevê-se que o futuro da mobilidade seja sustentável, autónomo e partilhado. A alteração de


comportamentos face à mobilidade é um aspeto importante, quer no que respeita às decisões
de mobilidade, quer relativamente à adoção de comportamentos mais eficientes através da
promoção da eco condução e o recurso a novas tecnologias que induzem comportamentos de
mobilidade sustentável.

A mobilidade das pessoas e bens é cada vez mais uma questão fulcral para a competitividade
dos territórios. A implementação de estratégias de mobilidade sustentável combina-se com um
cenário de crescente preocupação ambiental, com a redução dos custos de deslocação e com a
melhoria da qualidade de vida das populações.

Uma vez que o setor dos transportes contribui com cerca de 26% das emissões de GEE a nível
nacional (de acordo com informação do SNIAMB, 2017), as preocupações ambientais e a
necessidade urgente de redução de GEE induzem a adoção de estratégias que se traduzam não
só na redução destas emissões, como na dependência energética do petróleo. Neste contexto,
foi proposto, nesta área temática, um conjunto de ações que potenciam uma mobilidade mais
limpa e uma melhoria na qualidade de vida dos cidadãos.

Por outro lado, embora todos os setores de atividade devam contribuir para a redução de
emissões de GEE para a atmosfera, na próxima década, é o setor da energia aquele que dará
um maior contributo, assumindo a transição energética um papel especialmente relevante no
contexto da transição para uma sociedade descarbonizada.

Portugal tem um enorme potencial para o desenvolvimento de um setor electroprodutor


fortemente descarbonizado, quer pela disponibilidade de recursos endógenos renováveis, como
a água, o vento, o sol e a biomassa, quer pelo facto de ter desenvolvido um sistema elétrico fiável
e seguro, capaz de lidar com a variabilidade que a forte aposta nas renováveis foi introduzindo e

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que deverá ser alvo de uma evolução importante na próxima década. A aposta para o horizonte
2030 para o setor electroprodutor passa, sobretudo, pela energia solar e, embora com menor
expressão, pela energia eólica.

Com um sistema electroprodutor de base fortemente renovável, pretende-se promover e reforçar


a utilização de eletricidade nos diferentes setores de atividade e da economia, com particular
enfoque no setor dos transportes, mas também na indústria e nos setores residencial e dos
serviços.

A eficiência energética afigura-se também crucial para a descarbonização da sociedade e como


resposta à necessidade de uma economia competitiva e um sistema energético resiliente, seguro
e autossuficiente.

No entanto, esta transição não pode de forma alguma acentuar a pobreza energética, pelo que
as situações de pobreza energética devem ser identificadas através de medidas dirigidas
sobretudo para a reabilitação urbana e para a promoção da eficiência energética nos edifícios,
focada sobretudo em medidas de isolamento térmico e da redução da dependência de
combustíveis fósseis. Neste campo, a aposta na produção descentralizada de eletricidade
baseada em comunidades de energia renovável e a valorização de sistemas coletivos que
atenuem os custos de manutenção podem ser soluções, uma vez que permitem a redução dos
custos com a energia.

Em relação à produção de energia e transporte, importa ainda realçar que a Lei de Bases do
Clima (Lei n.º 98/2021, de 31 de dezembro), proíbe a produção de eletricidade com base em
carvão a partir de 2021, a produção através de gás natural, depois de 2040, e estabelece que a
partir de 2035 (dentro de 14 anos) não possam ser vendidos carros “movidos exclusivamente a
combustíveis fósseis”.

Por outro lado, no que se refere à Indústria, é incontornável a certeza de que a sua
descarbonização é uma prioridade europeia e nacional, integrando-se no alinhamento nacional
com as metas climáticas do Pacto Ecológico Europeu. O Município da Figueira da Foz pretende
motivar e apoiar as indústrias para impulsionarem as transformações necessárias para reduzir o
carbono e incorporar o hidrogénio e as renováveis na estruturas e processos industriais dos seus
negócios.

No âmbito da área temática “Mobilidade, Energia e Indústria” foram agrupadas as seguintes


opções estratégicas e respetivas ações, no Quadro 25.

Quadro 25 - Opções estratégicas e ações propostas para a área temática “Mobilidade, Energia e Indústria”
Id Opções Estratégicas Ações Propostas
- Criação de uma rede de transporte coletivo de passageiros;
- Restrições ao tráfego automóvel nos aglomerados populacionais;
- Renovação da frota municipal, com aquisição de veículos com superior
Promoção da mobilidade desempenho ambiental e energético;
9
sustentável - Criação de uma rede de carregamentos de veículos elétricos de acesso
público, com estacionamento reservado e gratuito;
- Elaboração do Plano Municipal de Mobilidade Urbana sustentável (com
otimização dos circuitos de transportes públicos urbanos).

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Id Opções Estratégicas Ações Propostas


Promoção da mobilidade
suave nas zonas urbanas - Ampliação da rede municipal de ciclovias, privilegiando corredores
10
através de redes dedicados, centrados em pontos estratégicos.
cicláveis / pedonais (*)
- Upgrade da instalação de Unidades Modulares de Iluminação Pública,
Comunicação e Deteção, no âmbito do projeto “SMART IP FigFoz”;
- Elaboração de um Plano Diretor Municipal para a Iluminação;
- Promoção e incentivo de medidas bioclimáticas de elevada eficiência
energética e estratégias de adaptação em edifícios particulares;
- Aumento do desempenho energético em edifícios, equipamentos e
instalações municipais;
Implementação de boas - Aumento do desempenho energético em edifícios residenciais;
11 práticas de eficiência - Aumento do desempenho energético em edifícios, equipamentos ou
energética (*) instalações não municipais (terciárias);
- Criação de uma equipa interna para a Transição Energética;
- Criação de um gabinete permanente (One-Stop-Shop), de apoio ao
cidadão para a tomada de decisão;
- Criação de um Gabinete Móvel para a Mitigação da Pobreza Energética,
movido a energia elétrica, de sensibilização e apoio à pobreza
energética.
- Implementação do projeto “Energia Acessível para Todos”;
Implementação de - Instalação de sistemas fotovoltaicos nos edifícios públicos;
12 projetos de utilização de - Incentivo à criação de Comunidades de Energia Renovável;
energias renováveis - Promoção de projetos na área das Energias Renováveis (Energia Solar,
Energia Eólica Offshore, Energia das Ondas e Hidrogénio Verde).
Criação de um centro de
13 gestão inteligente para o - Criação de uma Plataforma de Gestão da Energia.
setor energético
- Aumento da utilização de fontes de energia renovável (solar térmico e
Promoção de uma
fotovoltaico, biomassa, gases renováveis e hidrogénio verde) na
14 indústria Inovadora e
indústria;
Competitiva
- Adoção de tecnologias mais eficientes na Indústria.
(*) –
Opções definidas no âmbito da EMAAC

Fichas Temáticas com Ações Detalhadas

Opção Estratégica 9 - Promover a mobilidade sustentável

AÇÃO Criação de uma rede de transporte coletivo de passageiros


Principal risco
Todos (transversal)
climático
- Descarbonizar a mobilidade, promovendo a mobilidade ciclável e pedonal e privilegiando
o sistema de mobilidade em transporte coletivo, apoiando soluções inovadoras e
Objetivo
inteligentes de mobilidade multimodal, ativa, partilhada e sustentável, bem como a
abordado
mobilidade elétrica e outras tecnologias de zero emissões, apostando na inovação, na
eficiência e em combustíveis mais limpos e de base renovável.
A existência de uma rede de transporte coletivo de passageiros, responsável por servir a
população do Concelho é essencial para uma maior sustentabilidade na mobilidade. O
desenvolvimento de novos conceitos de mobilidade, organização dos transportes, logística
Descrição e soluções de planeamento permitirá melhorar a qualidade ambiental, principalmente nas
zonas urbanas.
Assim, pretende-se criar uma rede de transporte coletivo de passageiros de cariz público,
descarbonizada, que sirva todas as áreas do Concelho.
Liderança Município da Figueira da Foz
Parceiros Juntas de Freguesia
Prazo 2024-2027
Investimento Est. €-€€
Poupança de
Energia
Est. ∗∗
- Portugal 2030 - Programa Operacional Regional do Centro
Financiamento
- Plano de Recuperação e Resiliência

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Plano de Ação para a Energia Sustentável e Clima | outubro 2023
Plano Municipal de Ação Climática | Figueira da Foz

AÇÃO Criação de uma rede de transporte coletivo de passageiros


- Fundo Ambiental
- Orçamento Municipal
- Transporte coletivo de passageiros (N.º)
Indicador
- Área abrangida (%)
Prioridade E

ODS relevante

Tipo de Medida Medida de Mitigação

AÇÃO Restrições ao tráfego automóvel nos aglomerados populacionais


Principal risco
Todos (transversal)
climático
- Descarbonizar a mobilidade, promovendo a mobilidade ciclável e pedonal e privilegiando
o sistema de mobilidade em transporte coletivo, apoiando soluções inovadoras e
Objetivo
inteligentes de mobilidade multimodal, ativa, partilhada e sustentável, bem como a
abordado
mobilidade elétrica e outras tecnologias de zero emissões, apostando na inovação, na
eficiência e em combustíveis mais limpos e de base renovável.
Criação de restrições ao tráfego automóvel, com maior controle dos espaços de
estacionamento e com instituição de limites à velocidade de circulação de veículos
automóveis, promovendo a utilização de espaços públicos para usufruto da comunidade.
Não se trata de proibições absolutas, mas de condicionamentos que têm em vista,
sobretudo, eliminar o tráfego de atravessamento, salvaguardando o acesso a residentes,
comerciantes, transportes públicos, veículos de emergência e pessoas com mobilidade
Descrição reduzida. Quando se restringe o tráfego automóvel, procura-se uma transferência para
formas de mobilidade mais sustentáveis, como o transporte público, a bicicleta ou o
caminhar.
Importa salientar que esta ação vai ao encontro do estabelecido na Lei de Bases do Clima,
que estabelece que “as autarquias locais podem instituir limites à circulação de veículos
automóveis em determinadas vias ou zonas, em razão dos impactes climáticos, do ruído ou
da qualidade do ar”.
Liderança Município da Figueira da Foz
Juntas de Freguesia, Organizações Não Governamentais, Associações de Moradores,
Parceiros
Comerciantes
Prazo 2024-2025
Investimento Est. €-€€
Poupança de
Energia Est. ∗∗
Financiamento - Orçamento Municipal
Indicador - Zonas com restrições ao tráfego automóvel (N.º)
Prioridade M

ODS relevante
(Madrid) 32

Tipo de Medida Medida de Mitigação

Renovação da frota municipal com aquisição de veículos com superior desempenho


AÇÃO
ambiental e energético
Principal risco
Todos (transversal)
climático
- Descarbonizar a mobilidade, promovendo a mobilidade ciclável e pedonal e privilegiando
o sistema de mobilidade em transporte coletivo, apoiando soluções inovadoras e
Objetivo
inteligentes de mobilidade multimodal, ativa, partilhada e sustentável, bem como a
abordado
mobilidade elétrica e outras tecnologias de zero emissões, apostando na inovação, na
eficiência e em combustíveis mais limpos e de base renovável.
Descrição Renovar a frota municipal com a aquisição de veículos mais sustentáveis, movidos a fontes

32
https://smart-cities.pt/mobilidade/madrid-carros2604/

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Plano de Ação para a Energia Sustentável e Clima | outubro 2023
Plano Municipal de Ação Climática | Figueira da Foz

Renovação da frota municipal com aquisição de veículos com superior desempenho


AÇÃO
ambiental e energético
de energia mais eficientes e com superior desempenho ambiental e energético como a
energia elétrica. Desta forma o Município contribui para a redução efetiva das emissões de
GEE para a atmosfera.
Liderança Município da Figueira da Foz
Parceiros -
Prazo 2024-2025
Investimento Est. €-€€
Poupança de
Energia
Est. ∗∗∗
- Portugal 2030 - Programa Operacional Regional do Centro
- Plano de Recuperação e Resiliência
Financiamento
- Fundo Ambiental
- Orçamento Municipal
Indicador - Veículos elétricos adquiridos pelo Município (N.º)
Prioridade M

ODS relevante

Tipo de Medida Medida de Mitigação

Criação de uma rede de carregamentos de veículos elétricos de acesso público, com


AÇÃO
estacionamento reservado e gratuito
Principal risco
Todos (transversal)
climático
- Descarbonizar a mobilidade, promovendo a mobilidade ciclável e pedonal e privilegiando
o sistema de mobilidade em transporte coletivo, apoiando soluções inovadoras e
Objetivo
inteligentes de mobilidade multimodal, ativa, partilhada e sustentável, bem como a
abordado
mobilidade elétrica e outras tecnologias de zero emissões, apostando na inovação, na
eficiência e em combustíveis mais limpos e de base renovável.
A criação de uma infraestrutura robusta de pontos de carregamento de veículos elétricos de
acesso público é uma condição necessária para a aceleração da adoção à mobilidade
elétrica.
Por outro lado, como incentivo à mobilidade sustentável, facilitar o estacionamento de carros
Descrição elétricos, concedendo estacionamento gratuito aos proprietários de viaturas 100% elétricas,
mediante a apresentação de um dístico comprovativo.
Importa salientar que esta ação vai ao encontro do estabelecido na Lei de Bases do Clima,
que estabelece que “O Estado desenvolve uma rede pública de carregamento de veículos
elétricos, podendo para o efeito, cooperar com os setores privado, social e cooperativo”.
Liderança Município da Figueira da Foz
Parceiros Juntas de Freguesia
Prazo 2024-2025
Investimento Est. €-€€
Poupança de
Energia Est. ∗
- Portugal 2030 - Programa Operacional Regional do Centro
- Plano de Recuperação e Resiliência
Financiamento
- Fundo Ambiental
- Orçamento Municipal
- Novos locais para carregamento de carros elétricos (N.º)
Indicador
- Dísticos em utilização (N.º)
Prioridade M

ODS relevante

Tipo de Medida Medida de Mitigação

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Plano de Ação para a Energia Sustentável e Clima | outubro 2023
Plano Municipal de Ação Climática | Figueira da Foz

Elaboração do Plano Municipal de Mobilidade Urbana Sustentável (com otimização


AÇÃO
dos circuitos de transportes públicos urbanos)
Principal risco
Todos (transversal)
climático
- Descarbonizar a mobilidade, promovendo a mobilidade ciclável e pedonal e privilegiando
o sistema de mobilidade em transporte coletivo, apoiando soluções inovadoras e
Objetivo
inteligentes de mobilidade multimodal, ativa, partilhada e sustentável, bem como a
abordado
mobilidade elétrica e outras tecnologias de zero emissões, apostando na inovação, na
eficiência e em combustíveis mais limpos e de base renovável.
Em linha com a Estratégia Nacional de Adaptação às Alterações Climáticas e com o Roteiro
para a Neutralidade Carbónica 2050, o Plano de Mobilidade Urbana Sustentável será um
documento estratégico que pretende responder, de forma integrada, às necessidades de
mobilidade no Município da Figueira da Foz, com opções para todos.
A mobilidade urbana sustentável visa a implementação de soluções equilibradas no
território, que respondam às necessidades básicas de deslocação de pessoas e bens, em
articulação com o desenvolvimento económico, social e ambiental, promovendo mudanças
no estilo de vida, maior consciência para a sustentabilidade, a defesa da saúde pública,
maior eficiência energética e dos custos associados, salvaguardando as gerações
vindouras.
Sobre esta matéria importa referir que foi elaborado pela Comunidade Intermunicipal da
Região de Coimbra (CIM-RC) o Plano de Ação de Mobilidade Urbana Sustentável (PAMUS),
com o objetivo de reduzir as emissões de CO2 e de outros poluentes atmosféricos,
contribuindo para a descarbonização da economia e para o reforço do uso do transporte
público através da intermodalidade e da melhoria do acesso ao sistema de transportes. Os
objetivos específicos de contributos do PAMUS estão balizados pela melhoria da eficiência
Descrição do transporte de pessoas e bens, a reconversão para modos de transporte mais limpos e
eficientes, a garantia de um sistema de transportes e acessibilidade inclusivo, a redução
dos impactos negativos do sistema de transporte ao nível da saúde e segurança, a
diminuição da poluição atmosférica, sonora e das emissões de gases com efeito de estufa,
assim como do consumo energético.
O Plano Municipal de Mobilidade Urbana Sustentável deverá equacionar a mobilidade
partilhada e multimodal, onde os modos suaves, que incluem andar a pé ou de bicicleta,
constituem a alternativa mais sustentável para a solução integrada de transportes, das
cidades.
Atualmente o Município da Figueira da Foz dispõe de uma rede de transportes públicos
urbanos manifestamente insuficiente, pelo que é urgente e fundamental a criação de uma
rede de transportes coletivos com percursos e horários ajustados às necessidades da
população.
Importa salientar que esta ação vai ao encontro do estabelecido na Lei de Bases do Clima,
que estabelece que “(…) as autarquias locais desenvolvem, no âmbito dos seus territórios,
planos de mobilidade urbana sustentável que integrem serviços de mobilidade sustentável”.

Liderança Município da Figueira da Foz


Parceiros -
Prazo 2024-2030
Investimento Est. €-€€
Poupança de
Energia Est. ∗∗∗
- Portugal 2030 - Programa Operacional Regional do Centro
- Plano de Recuperação e Resiliência
Financiamento
- Fundo Ambiental
- Orçamento Municipal
Indicador - Medidas do Plano Municipal de Mobilidade Urbana Sustentável implementadas (N.º)
Prioridade M

ODS relevante

Tipo de Medida Medida de Mitigação

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Plano de Ação para a Energia Sustentável e Clima | outubro 2023
Plano Municipal de Ação Climática | Figueira da Foz

Opção Estratégica 10 - Promover a mobilidade suave nas zonas urbanas através de redes
cicláveis / pedonais

Ampliação da rede municipal de ciclovias, privilegiando corredores dedicados,


AÇÃO
centrados em pontos estratégicos
Principal risco
Todos (transversal)
climático
- Descarbonizar a mobilidade, promovendo a mobilidade ciclável e pedonal e privilegiando
o sistema de mobilidade em transporte coletivo, apoiando soluções inovadoras e
Objetivo
inteligentes de mobilidade multimodal, ativa, partilhada e sustentável, bem como a
abordado
mobilidade elétrica e outras tecnologias de zero emissões, apostando na inovação, na
eficiência e em combustíveis mais limpos e de base renovável.
Atualmente o Município da Figueira da Foz dispõe de 8 ciclovias:
 Ciclovia das Praias da Figueira da Foz (2 039m)
 Ciclovia da Frente Atlântica da Figueira da Foz (952 m)
 Ciclovias da Rodovia Urbana (2 920m)
 Ciclovias da Avenida 1º de Maio (726 m)
 Ciclovia da Marina da Figueira da Foz (811 m)
 Ciclovia do Sul (1 690 m)
 Ecovia da Frente de Mar e Praia Figueira / Buarcos (1 987 m)
Descrição  Ciclovia da Avenida Infante D. Pedro (494 m)
Importa referir que a ecovia da Frente de Mar e Praia Figueira / Buarcos (e a ciclovia da
Avenida Infante D. Pedro) farão parte do traçado do EuroVelo 1 – Rota da Costa atlântica.
O Município da Figueira da Foz pretende continuar a ampliar a sua rede de ciclovias,
privilegiando corredores dedicados, centrados em pontos estratégicos de casa – trabalho,
casa - escola. Pretende-se ainda complementar a rede municipal de ciclovia, privilegiando
a ligação ao barco elétrico.
Importa salientar que esta ação vai ao encontro do estabelecido na Lei de Bases do Clima,
que estabelece que “O Estado promove a mobilidade ativa ciclável e pedonal”.
Liderança Município da Figueira da Foz
Parceiros -
Prazo 2024-2030
Investimento Est. €-€€
Poupança de
Energia Est. ∗∗∗
- Portugal 2030 - Programa Operacional Regional do Centro
- Plano de Recuperação e Resiliência
Financiamento
- Fundo Ambiental
- Orçamento Municipal
- Ciclovia ampliada (km)
Indicador - População abrangida (hab)
- Novas intervenções (N.º)
Prioridade M

(Figueira da Foz)
ODS relevante

Tipo de Medida Medida de Mitigação

Opção Estratégica 11 - Implementação de boas práticas de eficiência energética

Upgrade da instalação de Unidades Modulares de Iluminação Pública, Comunicação


AÇÃO
e Deteção, no âmbito do projeto “SMART IP FigFoz”
Principal risco
Todos (transversal)
climático
Objetivo - Concretizar a transição energética, aumentando significativamente a eficiência energética
abordado em todos os setores da economia.
O Município da Figueira da Foz através da implementação do inovador Projeto “Smart IP
FigFoz”, criou uma solução inteligente que promove a redução do consumo de energia
elétrica através do aumento da eficiência energética das instalações de Iluminação Pública
Descrição (IP) existentes e, ainda, proporciona a criação e a respetiva avaliação de benefícios
associados a uma plataforma de integração de tecnologias para o ambiente de cidade
inteligente. A solução baseia-se no fornecimento e instalação de Unidades Modulares de
Iluminação, Comunicação e Sensorização (UMICS), constituídas por luminárias de

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Plano de Ação para a Energia Sustentável e Clima | outubro 2023
Plano Municipal de Ação Climática | Figueira da Foz

Upgrade da instalação de Unidades Modulares de Iluminação Pública, Comunicação


AÇÃO
e Deteção, no âmbito do projeto “SMART IP FigFoz”
iluminação pública eficientes, módulos de comunicações e módulos de sensorização.
Além das vantagens relacionadas com a vertente energética e das poupanças associadas,
também existem proveitos na vertente ambiental, na perceção visual dos espaços, no bem
estar dos cidadãos e na disponibilização de uma infraestrutura de comunicações, suportada
na rede de Iluminação Pública, que possibilita a colocação ao serviço de outros
equipamentos sensores, capazes de proporcionar, por exemplo, o controlo dos sistemas de
irrigação, a monitorização da qualidade do ar exterior e a quantificação de tráfego rodoviário.
Atualmente, o Município tem previsto proceder a um upgrade, ao nível do sistema de
sensorização implementado, suportado nas redes de comunicações municipais e na
infraestrutura IP. Neste sentido, o Município pretende promover o aumento da eficiência
energética e hídrica, assim como estabelecer uma rede de monitorização da qualidade do
ar, odores, ruído, nível de enchimento dos contentores de resíduos urbanos, tráfego
automóvel e de peões, estacionamento automóvel, otimização dos sistemas de irrigação
dos espaços verdes, e ainda pontos de carregamento de veículos elétricos.
Liderança Município da Figueira da Foz
Parceiros -
Prazo 2024-2030
Investimento Est. €-€€
Poupança de
Energia
Est. ∗∗∗
- Portugal 2030 - Programa Operacional Regional do Centro
- Plano de Recuperação e Resiliência
Financiamento
- Fundo Ambiental
- Orçamento Municipal
- Novas redes de comunicações instaladas (N.º)
Indicador
- Novos sensores instalados (N.º)
Prioridade E

ODS relevante

Tipo de Medida Medida de Mitigação

AÇÃO Elaboração de um Plano Diretor Municipal para a Iluminação


Principal risco
Todos (transversal)
climático
Objetivo - Concretizar a transição energética, aumentando significativamente a eficiência energética
abordado em todos os setores da economia.
O Plano Diretor Municipal de Iluminação Pública é um instrumento que permitirá ao
Município desenvolver as infraestruturas de iluminação pública de que é proprietário, tendo
Descrição
por base, entre outros, a qualidade do serviço prestado, a eficiência energética, os impactos
ambientais e a racionalização dos custos de investimento na sua manutenção.
Liderança Município da Figueira da Foz
Parceiros -
Prazo 2024-2030
Investimento Est. €-€€
Poupança de
Energia
Est. ∗∗∗
- Portugal 2030 - Programa Operacional Regional do Centro
- Plano de Recuperação e Resiliência
Financiamento
- Fundo Ambiental
- Orçamento Municipal
Indicador - Medidas do Plano Diretor Municipal de Iluminação Pública implementadas (N.º)
Prioridade M

ODS relevante

Tipo de Medida Medida de Mitigação

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Plano de Ação para a Energia Sustentável e Clima | outubro 2023
Plano Municipal de Ação Climática | Figueira da Foz

Promoção e incentivo de medidas bioclimáticas de elevada eficiência energética e


AÇÃO
estratégias de adaptação em edifícios particulares
Principal risco
Todos (transversal)
climático
- Descarbonizar a produção de eletricidade, apostando nos recursos endógenos renováveis;
- Concretizar a transição energética, aumentando significativamente a eficiência energética
em todos os setores da economia e apostando na incorporação de fontes de energia
Objetivo
renováveis endógenas nos consumos finais de energia;
abordado
- Promover a descarbonização no setor residencial, privilegiando a reabilitação urbana e o
aumento da eficiência energética nos edifícios, fomentando uma progressiva eletrificação
do setor e o uso de equipamentos mais eficientes, e combatendo a pobreza energética.
Prever em regulamento urbanístico, a criação de incentivos à utilização de equipamentos
de aquecimento e/ou de arrefecimento de elevada eficiência energética ou de equipamentos
Descrição
que promovam a produção de energia, a partir de fontes de energias renováveis, em novos
licenciamentos de obras particulares, com redução de taxas.
Liderança Município da Figueira da Foz
Parceiros Juntas de Freguesia
Prazo 2024-2030
Investimento Est. €
Poupança de
Energia
Est. ∗∗
- Portugal 2030 - Programa Operacional Regional do Centro
- Plano de Recuperação e Resiliência
Financiamento
- Fundo Ambiental
- Orçamento Municipal
- Medidas bioclimáticas implementadas (N.º)
Indicador
- Novos licenciamentos de obras particulares com redução de taxas (N.º)
Prioridade M

ODS relevante

Tipo de Medida Medida de Adaptação e de Mitigação

Aumento do desempenho energético em edifícios, equipamentos e instalações


AÇÃO
municipais
Principal risco
Todos (transversal)
climático
- Descarbonizar a produção de eletricidade, apostando nos recursos endógenos renováveis
- Concretizar a transição energética, aumentando significativamente a eficiência energética
em todos os setores da economia e apostando na incorporação de fontes de energia
Objetivo
renováveis endógenas nos consumos finais de energia
abordado
- Promover a descarbonização no setor residencial, privilegiando a reabilitação urbana e o
aumento da eficiência energética nos edifícios, fomentando uma progressiva eletrificação
do setor e o uso de equipamentos mais eficientes, e combatendo a pobreza energética
Promover um aumento do desempenho energético em edifícios municipais existentes
(serviços), da seguinte forma:
 Auditoria e certificação do parque edificado propriedade do Município:
 Combinação de medidas de eficiência energética e produção elétrica fotovoltaica
para autoconsumo (em articulação com Opção Estratégica 13);
 Criação de requisitos mais exigentes para a construção de novos edifícios
municipais, ou em grandes remodelações de edifícios municipais existentes, tendo
em conta a obrigação do NZEB (Net Zero Energy Building) e o cumprimento da
legislação do desempenho energético de edifícios (Decreto-Lei n.º 101-D/2020);
Descrição  Aumento do desempenho energético dos edifícios para Habitação Social e Renda
Acessível (com replicação de programas de reabilitação energética de Bairros
Sociais);
 Estabelecer requisitos de elevado desempenho energético para as compras
públicas ecológicas de equipamentos (quando aplicável e tecnicamente viável).

Importa sobre esta matéria referir que atualmente apenas existem 3 edifícios com
certificação energética:
 Piscina Municipal de Alhadas – Certificada (SCE0000275922532)
 Piscina Municipal do Paião – Certificada (SCE0000281389132)

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Plano de Ação para a Energia Sustentável e Clima | outubro 2023
Plano Municipal de Ação Climática | Figueira da Foz

Aumento do desempenho energético em edifícios, equipamentos e instalações


AÇÃO
municipais
 Escola Básica 1º Ciclo das Abadias – Certificada (SCE0000298809844)
No entanto, existem já 22 edifícios municipais sinalizados para obter certificação energética,
nomeadamente:
 Escola 2,3 Pintor Mário Augusto – Alhadas
 Unidade de Cuidados de Saúde Personalizados (UCSP) Figueira da Foz Norte –
Polo Alhadas
 Centro de Artes e Espetáculos
 Mercado Municipal Eng.º Silva
 Museu Municipal
 Escola 2,3 Dr. João Barros
 Escola 2,3 Infante D. Pedro
 UCSP Figueira da Foz Urbana
 UCSF S. Julião
 UCSP Figueira da Foz Sul – Lavos
 Escola Básica 1º Ciclo Marinha das Ondas
 Escola Básica 1º Ciclo Quinta dos Vigários
 Escola 2,3 Pedrosa Veríssimo
 UCSP Figueira da Foz Sul – Paião
 Centro Escolar S. Pedro
 Centro Escolar S. Julião
 Escola Secundária Cristina Torres
 EB1 Marinha das Ondas
 UCSP Nautilus − Pólo de Vila Verde
 Escola Básica 1º Ciclo do Bom Sucesso – Certificação prevista com a empreitada
 Unidade de Saúde – Polo da Marinha das Ondas – Certificação prevista com a
empreitada
 Escola Secundaria Bernardino Machado – Certificação prevista com a renovação
Liderança Município da Figueira da Foz
Parceiros Juntas de Freguesia
Prazo 2024-2030
Investimento Est. €€€
Poupança de
Energia
Est. ∗∗∗
- Portugal 2030 - Programa Operacional Regional do Centro
- Plano de Recuperação e Resiliência
Financiamento - Fundo Ambiental
- Fundo Europeu para a Eficiência Energética
- Orçamento Municipal
- Edifícios municipais certificados energeticamente (N.º)
Indicador
- Bairros Sociais que integram programas de reabilitação energética (N.º)
Prioridade M

ODS relevante

Tipo de Medida Medida de Mitigação

AÇÃO Aumento do desempenho energético em edifícios residenciais


Principal risco
Todos (transversal)
climático
- Descarbonizar a produção de eletricidade, apostando nos recursos endógenos renováveis
- Concretizar a transição energética, aumentando significativamente a eficiência energética
em todos os setores da economia e apostando na incorporação de fontes de energia
Objetivo
renováveis endógenas nos consumos finais de energia
abordado
- Promover a descarbonização no setor residencial, privilegiando a reabilitação urbana e o
aumento da eficiência energética nos edifícios, fomentando uma progressiva eletrificação
do setor e o uso de equipamentos mais eficientes, e combatendo a pobreza energética
Promover um aumento do desempenho energético em edifícios residenciais existentes,
através de:
Descrição
- Melhoria no isolamento térmico dos edifícios residenciais para redução dos consumos de
energia:

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Plano de Ação para a Energia Sustentável e Clima | outubro 2023
Plano Municipal de Ação Climática | Figueira da Foz

AÇÃO Aumento do desempenho energético em edifícios residenciais


 Intervenções na envolvente opaca dos edifícios com vista à instalação de isolamento
térmico (foco nas coberturas)
 Intervenções na envolvente envidraçada dos edifícios, nomeadamente através da
substituição da caixilharia com vidro simples, e caixilharia com vidro duplo sem corte
térmico, por caixilharia com vidro duplo e corte térmico, ou solução equivalente em
termos de desempenho energético, e respetivos dispositivos de sombreamento
- Instalação de sistemas de gestão de consumos de energia, por forma a contabilizar e gerir
os consumos de energia, gerando economias e possibilitando a sua transferência entre
períodos tarifários.

Promover um aumento do desempenho energético em remodelações de edifícios


residenciais, através de redução das taxas urbanísticas e do IVA, isenção/redução do IMI e
do IMT, a prever em regulamento urbanístico.
Liderança Município da Figueira da Foz
Parceiros Juntas de Freguesia
Prazo 2024-2030
Investimento Est. €€€
Poupança de
Energia Est. ∗∗∗
- Portugal 2030 - Programa Operacional Regional do Centro
- Plano de Recuperação e Resiliência
Financiamento - Fundo Ambiental
- Fundo Europeu para a Eficiência Energética
- Orçamento Municipal
- Edifícios objeto de implementação de medidas bioclimáticas (N.º)
Indicador
- Remodelações de edifícios com redução de taxas (N.º)
Prioridade M

ODS relevante

Tipo de Medida Medida de Mitigação

Aumento do desempenho energético em edifícios, equipamentos ou instalações não


AÇÃO
municipais (terciárias)
Principal risco
Todos (transversal)
climático
- Descarbonizar a produção de eletricidade, apostando nos recursos endógenos renováveis
- Concretizar a transição energética, aumentando significativamente a eficiência energética
em todos os setores da economia e apostando na incorporação de fontes de energia
Objetivo
renováveis endógenas nos consumos finais de energia
abordado
- Promover a descarbonização no setor residencial, privilegiando a reabilitação urbana e o
aumento da eficiência energética nos edifícios, fomentando uma progressiva eletrificação
do setor e o uso de equipamentos mais eficientes, e combatendo a pobreza energética
O Município da Figueira da Foz pretende promover um aumento do desempenho energético
em edifícios, equipamentos ou instalações não municipais através da melhoria no
Descrição isolamento térmico dos edifícios para redução dos consumos de energia.
Nesta ação incluem-se as instalações do setor terciário (serviços) como por exemplo
escritórios de empresas privadas, bancos, atividades do comércio, hospitais, entre outras.
Liderança Município da Figueira da Foz
Parceiros Juntas de Freguesia
Prazo 2024-2030
Investimento Est. €€€
Poupança de
Energia Est. ∗∗∗
- Portugal 2030 - Programa Operacional Regional do Centro
- Plano de Recuperação e Resiliência
Financiamento - Fundo Ambiental
- Fundo Europeu para a Eficiência Energética
- Orçamento Municipal
Indicador - Edifícios objeto de implementação de medidas bioclimáticas (N.º)
M
Prioridade

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Aumento do desempenho energético em edifícios, equipamentos ou instalações não


AÇÃO
municipais (terciárias)

ODS relevante

Tipo de Medida Medida de Mitigação

AÇÃO Criação de uma equipa interna para a Transição Energética


Principal risco
Todos (transversal)
climático
- Concretizar a transição energética, aumentando significativamente a eficiência energética
Objetivo
em todos os setores da economia e apostando na incorporação de fontes de energia
abordado
renováveis endógenas nos consumos finais de energia.
Constituição de uma equipa interna para integrar a “Equipa Multidisciplinar de Transição
Energética” que terá as seguintes competências (conforme Despacho n.º 5892/2023, de 24
de maio):
“a) Elaborar estudos sobre a gestão energética, designadamente, sobre a utilização
sustentável de energia de equipamentos municipais e outros edifícios, sob gestão municipal
ou com intervenção municipal;
b) Assegurar a gestão sustentável e garantir o desenvolvimento de novas soluções
Descrição
tecnológicas;
c) Gerir a relação com os agentes internos e externos em matéria de inovação tecnológica
e da sustentabilidade energética;
d) Analisar a necessidade e desenvolver as soluções necessárias à permanente adequação
das instalações técnicas aos requisitos de funcionamento dos serviços;
e) Assegurar a realização de projetos de sustentabilidade e produção de energia através da
utilização de recursos e fontes energéticas renováveis”.
Liderança Município da Figueira da Foz
Parceiros -
Prazo 2024
-
Investimento
Poupança de -
Energia
Financiamento -
Indicador - Ações de intervenções propostas pelo Gabinete (N.º)
Prioridade E

ODS relevante

Tipo de Medida Medida de Mitigação

Criação de um gabinete permanente (One-Stop-Shop), de apoio ao cidadão para a


AÇÃO
tomada de decisão
Principal risco
Todos (transversal)
climático
- Descarbonizar a produção de eletricidade, apostando nos recursos endógenos renováveis;
Objetivo - Concretizar a transição energética, aumentando significativamente a eficiência energética
abordado em todos os setores da economia e apostando na incorporação de fontes de energia
renováveis endógenas nos consumos finais de energia.
A pobreza energética tem vindo a integrar parte da agenda da União Europeia e é
reconhecida como um grave problema, cujos efeitos prejudicam seriamente a saúde, o bem-
estar e a participação dos indivíduos na sociedade.
Assegurar o conforto térmico em casa no inverno é considerado pela UE um indicador
básico de caracterização do bem-estar das famílias. No entanto, em Portugal o aquecimento
Descrição
das habitações é ainda negligenciado.
Neste sentido, pretende-se criar um gabinete permanente (One-Stop-Shop) para apoio aos
munícipes na implementação de soluções de eficiência energética e produção de energia a
partir de fontes renováveis, assim como apoio a candidaturas de financiamento ao nível da
eficiência energética e energias renováveis. Este gabinete deverá incluir um elemento

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Plano de Ação para a Energia Sustentável e Clima | outubro 2023
Plano Municipal de Ação Climática | Figueira da Foz

Criação de um gabinete permanente (One-Stop-Shop), de apoio ao cidadão para a


AÇÃO
tomada de decisão
técnico da ação social, para identificar famílias carenciadas e realizar visitas domiciliárias.
Esta ação deverá naturalmente incluir ações de formação/capacitação de técnicos para
apoio aos cidadãos.
Liderança Município da Figueira da Foz
Juntas de Freguesia, Associações de Desenvolvimento Local, Centros Comunitários,
Parceiros
Coopérnico
Prazo 2024-2030
Investimento Est. €€€
- Portugal 2030 - Programa Operacional Regional do Centro
- Plano de Recuperação e Resiliência
Financiamento
- Fundo Ambiental
- Orçamento Municipal
Indicador - Atendimentos realizados (N.º)
Prioridade M

ODS relevante

Tipo de Medida Medida de Mitigação

Criação de um Gabinete Móvel para a Mitigação da Pobreza Energética, movido a


AÇÃO
energia elétrica, de sensibilização e apoio à pobreza energética
Principal risco
Todos (transversal)
climático
- Descarbonizar a produção de eletricidade, apostando nos recursos endógenos renováveis
Objetivo - Concretizar a transição energética, aumentando significativamente a eficiência energética;
abordado em todos os setores da economia e apostando na incorporação de fontes de energia
renováveis endógenas nos consumos finais de energia.
No seguimento do descrito na ação anterior, a pobreza energética é reconhecida como um
grave problema, cujos efeitos prejudicam seriamente a saúde, o bem-estar e a participação
dos indivíduos na sociedade.
Neste âmbito, pretende-se criar um Gabinete Móvel para a Mitigação da Pobreza
Energética, movido a energia elétrica, que percorra as freguesias do Município de forma a
sensibilizar os cidadãos relativamente ao problema da pobreza energética, assim como
propor mudanças comportamentais no consumo de energia, bem como divulgar medidas
de eficiência energética de baixo custo, orientando-os na participação ou criação de
comunidades de energia.
Descrição
O principal objetivo do Gabinete é constituir-se como um balcão único itinerante
(descentralizado) de informação aos cidadãos, que servirá de apoio técnico à
implementação de medidas passivas de arrefecimento (infiltrações de humidade,
manutenção dos sistemas) e aquecimento (isolamento das paredes exteriores, caixilharias,
coberturas) para a melhoria do desempenho energético e combate à pobreza energética.
Este gabinete deverá incluir um elemento técnico da ação social, para identificar famílias
carenciadas e realizar visitas domiciliárias.
Este espaço pode ainda servir para explicar como alavancar esquemas de financiamento
inovadores para alcançar os objetivos da eficiência energética.
Liderança Município da Figueira da Foz
Juntas de Freguesia, Associações de Desenvolvimento Local, Centros Comunitários,
Parceiros
Coopérnico
Prazo 2024-2030
Investimento Est. €€€
Poupança de
-
Energia
- Portugal 2030 - Programa Operacional Regional do Centro
- Plano de Recuperação e Resiliência
Financiamento
- Fundo Ambiental
- Orçamento Municipal
- Atendimentos realizados (N.º)
Indicador

Prioridade M

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Criação de um Gabinete Móvel para a Mitigação da Pobreza Energética, movido a


AÇÃO
energia elétrica, de sensibilização e apoio à pobreza energética

ODS relevante

Tipo de Medida Medida de Mitigação

Opção Estratégica 12 - Promover a produção e a implementação de projetos de utilização de


energias renováveis

AÇÃO Implementação do Projeto “Energia Acessível para Todos”


Principal risco
Todos (transversal)
climático
- Concretizar a transição energética, aumentando significativamente a eficiência energética
Objetivo
em todos os setores da economia e apostando na incorporação de fontes de energia
abordado
renováveis endógenas nos consumos finais de energia.
Reconhecendo o compromisso assumido por Portugal e pelo município da Figueira da Foz
face à neutralidade carbónica até 2050, assumindo a inevitabilidade da transição energética
dada a urgência climática e tendo consciência da necessidade de mudança do paradigma
económico, em particular no que respeita aos combustíveis fósseis, face aos níveis atuais
de Gases com Efeito de Estufa, pretende-se encontrar mecanismos de mitigação, que
conduzam a uma redução das emissões de gases com efeito de estufa, contribuindo desta
forma para a redução do aquecimento global do planeta.
Neste contexto, o concelho da Figueira da Foz apresenta uma localização privilegiada que
lhe permite dispor de um enorme potencial face ao aproveitamento dos recursos naturais,
Descrição
nomeadamente no que respeita ao aproveitamento de produção de energia a partir de
energia solar.
Neste enquadramento encontra-se previsto a instalação de um parque fotovoltaico, num
terreno municipal, com uma área de cerca de 11ha, com condições adequadas a esta
finalidade. A concretização deste projeto encontra-se em fase de estudo de viabilidade,
tendo em vista a criação de uma Comunidade de Energia, cuja produção servirá para
satisfazer, de forma partilhada, edifícios do Concelho, empresas e famílias, na modalidade
de autoconsumo coletivo (ao abrigo do Decreto-lei 15/2022 de 14 de janeiro), ajudando no
combate à pobreza energética.
Liderança Coopérnico - Cooperativa de Energias Renováveis
Parceiros Município da Figueira da Foz
Prazo 2024-2030
Investimento €€€
Poupança de
Energia Est. ∗∗∗
Financiamento - Coopérnico (Cooperativa de Energias Renováveis)
- Painéis fotovoltaicos instalados (N.º)
- Quantidade de energia produzida por ano (KWh/ano)
Indicador
- Edifícios consumidores de energia solar fotovoltaica (N.º)
- Participantes no projeto (N.º)
Prioridade E

ODS relevante

Tipo de Medida Medida de Mitigação

AÇÃO Instalação de sistemas fotovoltaicos nos edifícios públicos


Principal risco
Todos (transversal)
climático
- Concretizar a transição energética, aumentando significativamente a eficiência energética
Objetivo
em todos os setores da economia e apostando na incorporação de fontes de energia
abordado
renováveis endógenas nos consumos finais de energia.
Atualmente a utilização das energias renováveis como fonte para a produção de eletricidade
Descrição
deverá ser uma realidade.

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AÇÃO Instalação de sistemas fotovoltaicos nos edifícios públicos


Neste contexto, pretende-se promover a instalação de painéis fotovoltaicos nos edifícios
públicos que alberguem serviços, com criação de sistemas de captação solar individual,
direcionados sobretudo para o autoconsumo, onde a produção fotovoltaica coincida com o
pico de diagrama de carga da instalação, diminuindo assim a quantidade de energia vendida
à rede.
Liderança Município da Figueira da Foz
Parceiros Juntas de Freguesia, Empresas municipais
Prazo 2024-2030
Investimento Est. €€
Poupança de
Energia Est. ∗∗∗
- Portugal 2030 - Programa Operacional Regional do Centro
- Plano de Recuperação e Resiliência
Financiamento
- Fundo Ambiental
- Orçamento Municipal
- Edifícios públicos intervencionados (N.º)
Indicador
- Quantidade de energia produzida por ano (KWh/ano)
Prioridade M

ODS relevante

Tipo de Medida Medida de Mitigação

AÇÃO Incentivo à criação de Comunidades de Energia Renovável


Principal risco
Todos (transversal)
climático
- Descarbonizar a produção de eletricidade, apostando nos recursos endógenos renováveis
Objetivo - Concretizar a transição energética, aumentando significativamente a eficiência energética
abordado em todos os setores da economia e apostando na incorporação de fontes de energia
renováveis endógenas nos consumos finais de energia.
As Comunidades de Energia Renovável tornam possível que cidadãos, empresas e
entidades públicas/privadas produzam, consumam, partilhem, armazenem e vendam a
energia produzida a partir de fontes de energia renováveis. Desta forma, participam
ativamente na transição energética, na transformação das redes elétricas convencionais em
redes elétricas inteligentes e, ao mesmo tempo, conferem maior qualidade de serviço e
segurança de abastecimento, ao permitirem a integração significativa de fontes renováveis.
Descrição Pretende-se apoiar o desenvolvimento de projetos de energia renovável integrados na
comunidade local, com o objetivo de promover mais valias ambientais, económicas e
sociais.
Por outro lado, pretende-se colaborar na criação de Comunidades Escolares de Energia
Renovável para apoiar a dinamização de projetos associados à descarbonização dos
agrupamentos escolares, com a participação da comunidade escolar nos processos de
tomada de decisão em novos investimentos, na área da eficiência energética.
Liderança Município da Figueira da Foz
Parceiros Escolas, Agrupamentos de Escolas, Coopérnico, Juntas de Freguesia, particulares
Prazo 2024-2030
Investimento Est. €-€€
Poupança de
Energia Est. ∗∗∗
- Portugal 2030 - Programa Operacional Regional do Centro
- Plano de Recuperação e Resiliência
Financiamento
- Fundo Ambiental
- Orçamento Municipal
- Novas Comunidades de Energia Renovável criada (N.º)
Indicador
- Participantes nas Comunidades de Energia Renovável (N.º)
Prioridade M

ODS relevante

Tipo de Medida Medida de Mitigação

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Promoção de projetos na área nas Energias Renováveis (Energia Solar, Energia


AÇÃO
Eólica Offshore, Energia das Ondas e Hidrogénio Verde)
Principal risco
Todos (transversal)
climático
- Descarbonizar a produção de eletricidade, apostando nos recursos endógenos renováveis
Objetivo - Concretizar a transição energética, aumentando significativamente a eficiência energética
abordado em todos os setores da economia e apostando na incorporação de fontes de energia
renováveis endógenas nos consumos finais de energia.
Conforme referido anteriormente, o concelho da Figueira da Foz apresenta uma localização
privilegiada que lhe permite dispor de um enorme potencial face ao aproveitamento dos
recursos naturais, nomeadamente no que respeita ao aproveitamento de produção de
energia a partir de fontes renováveis.
Neste enquadramento, para além do potencial solar fotovoltaico, também a energia das
ondas e das marés, assim como a energia eólica “offshore” são oportunidades estratégicas
que o Município pretende consolidar.
Relativamente à energia eólica, importa evidenciar que a CIM-RC integra a Comissão
Consultiva do Plano de Afetação para Energias Renováveis offshore (PAER), para a
Descrição exploração de cinco áreas para a produção de eletricidade ao largo da costa portuguesa
através da instalação de parques eólicos em alto-mar, sendo o concelho da Figueira da Foz
contemplado com a maior área de instalação de parques eólicos (a norte e a sul do
Concelho), com uma área de cerca de 1325 km2 e capacidade para atingir uma produção
até quatro gigawatts.
Por outro lado, importa referir que o concelho da Figueira da Foz assume relevância no
gasoduto ibérico (para transporte de hidrogénio) que ligará a França e outros países da
Europa a partir de Espanha, através da ligação a Celorico da Beira.
Os projetos acima mencionados colocam o concelho da Figueira da Foz e a Região Centro,
no centro da transição energética em Portugal.
Liderança Município da Figueira da Foz, entidades estatais e entidades privadas
Parceiros -
Prazo 2024-2030
Investimento Est. €€€
Poupança de
Energia Est. ∗∗∗
- Portugal 2030 - Programa Operacional Regional do Centro
- Plano de Recuperação e Resiliência
Financiamento
- Fundo Ambiental
- Orçamento Municipal
Indicador - Projetos executados (N.º)
Prioridade E

ODS relevante

Tipo de Medida Medida de Mitigação

Opção Estratégica 13 - Criação de um centro de gestão inteligente para o setor energético

AÇÃO Criação de uma Plataforma de Gestão da Energia


Principal risco
Todos (transversal)
climático
- Descarbonizar a produção de eletricidade, apostando nos recursos endógenos renováveis
Objetivo - Concretizar a transição energética, aumentando significativamente a eficiência energética;
abordado em todos os setores da economia e apostando na incorporação de fontes de energia
renováveis endógenas nos consumos finais de energia.
Tendo em consideração a importância do setor energético no combate à mitigação das
alterações Climáticas, pretende-se criar uma Plataforma de Gestão de Energia com vista à
monitorização dos consumos energéticos do Município.
A integração das tecnologias de informação e comunicação em edifícios e equipamentos,
através de um sistema aberto de gestão energética e uma Plataforma colaborativa,
Descrição
apresenta um elevado potencial ao nível da identificação, análise, redução e monitorização
de consumos e emissões de CO2.
Esta Plataforma deverá ter como suporte ferramentas informáticas que já existem a nível
nacional, nomeadamente o Barómetro ECO.AP, ferramenta de apoio
à execução e monitorização do Programa de Eficiência de Recursos na Administração

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AÇÃO Criação de uma Plataforma de Gestão da Energia


Pública e que permite, entre outras funcionalidades, “Caracterizar, comparar e divulgar os
consumos (energia e outros recursos) e as emissões de GEE da Administração Pública
direta e indireta”, assim como “Disponibilizar informação e apoio à gestão de consumos e
da capacidade de produção de energia das entidades da Administração Pública”.
A nível internacional, existe uma Plataforma de Gestão de Consumos de Energia, da
Ekodoma (entidade coordenadora do Projeto LIFE “Own Your SECAP”), que poderá
também ser utilizada para efeitos de monitorização dos consumos de energia a nível
municipal e servir como suporte à Plataforma a criar pelo Município. De referir que esta
Plataforma foi desenvolvida tendo como base a ISO 50001 – Sistemas de gestão
energética, e permite melhorar o desempenho energético global, incluindo a utilização,
consumo e eficiência energética.
Aquando da criação da Plataforma, será dada prioridade inicial à monitorização dos
consumos energéticos nos edifícios municipais.
Importa ainda referir, sobre esta ação, que o município da Figueira da Foz através da
implementação do Projeto “Smart IP FigFoz”, criou uma solução inteligente que promove a
redução do consumo de energia elétrica através do aumento da eficiência energética das
instalações de Iluminação Pública (IP) existentes e, ainda, proporcionou a criação e a
respetiva avaliação de benefícios associados a uma plataforma de integração de
tecnologias para o ambiente de cidade inteligente.
Liderança Município da Figueira da Foz
Parceiros DGEG, E-Redes, UC-ISR
Prazo 2024-2025
Investimento Est. €€
Poupança de
-
Energia
- Portugal 2030 - Programa Operacional Regional do Centro
Financiamento - Plano de Recuperação e Resiliência
- Orçamento Municipal
Indicador - Edifícios municipais monitorizados (N.º)
Prioridade M

ODS relevante

Tipo de Medida Medida de Mitigação

Opção Estratégica 14 - Desenvolver uma Indústria Inovadora e Competitiva

Aumento da utilização de fontes de energia renovável (solar térmico e fotovoltaico,


AÇÃO
biomassa, gases renováveis e hidrogénio verde), na Indústria
Principal risco
Todos (transversal)
climático
- Descarbonizar a produção de eletricidade, apostando nos recursos endógenos renováveis;
Objetivo - Concretizar a transição energética, aumentando significativamente a eficiência energética
abordado em todos os setores da economia e apostando na incorporação de fontes de energia
renováveis endógenas nos consumos finais de energia.
Tendo em consideração o elevado significado do setor industrial no consumo energético do
concelho da Figueira da Foz, e de forma a promover o combate à mitigação das Alterações
Climáticas, pretende-se que o setor industrial participe de forma ativa e interveniente na
transição climática, nomeadamente na promoção da utilização de fontes de energia
renovável (solar térmico e fotovoltaico, biomassa, gases renováveis e hidrogénio verde),
Descrição com vista à descarbonização. Neste sentido importa destacar o parque solar fotovoltaico
que está previsto ser instalado no complexo industrial da Navigator, pela EDP, e que será
o maior parque solar para autoconsumo desenvolvido pela EDP em Portugal. Com uma
dimensão de cerca de 17 ha, e com a instalação de cerca de 26.000 painéis solares, terá
capacidade para produzir cerca de 26 GWh de eletricidade por ano, evitando desta forma a
emissão de mais de 7.000 ton de CO2 por ano.
Liderança Setor industrial
Parceiros Município da Figueira da Foz, DGEG, Setor privado da área energética
Prazo 2024-2030
Investimento Est. €€€
Poupança de
Energia Est. ∗∗∗

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Aumento da utilização de fontes de energia renovável (solar térmico e fotovoltaico,


AÇÃO
biomassa, gases renováveis e hidrogénio verde), na Indústria
- Portugal 2030 - Programa Operacional Regional do Centro
- Plano de Recuperação e Resiliência
Financiamento
- Fundo Ambiental
- Orçamento Municipal
Indicador - Projetos aprovados de utilização de fontes de energia renovável (N.º)
Prioridade E

ODS relevante

Tipo de Medida Medida de Mitigação

AÇÃO Adoção de tecnologias mais eficientes na Indústria


Principal risco
Todos (transversal)
climático
- Descarbonizar a produção de eletricidade, apostando nos recursos endógenos renováveis;
Objetivo - Concretizar a transição energética, aumentando significativamente a eficiência energética
abordado em todos os setores da economia e apostando na incorporação de fontes de energia
renováveis endógenas nos consumos finais de energia.
O setor industrial, suportado pelas novas tecnologias da informação e operação, encontra-
se em plena transição para o mundo digital, com aumento da inteligência dos seus
processos, conectando máquinas e pessoas na automação das suas atividades.
Neste contexto, e de forma que Portugal consiga atingir a neutralidade carbónica até 2050,
Descrição
é primordial a adoção de medidas de eficiência energética na indústria que permitam reduzir
o consumo de energia e as emissões de gases com efeito de estufa, em paralelo com a
adoção de sistemas de monitorização e gestão de consumos que aproveitem o potencial da
digitalização e da automação.
Liderança Indústrias
Parceiros Município da Figueira da Foz, DGEG, Setor privado da área energética
Prazo 2024-2030
Investimento Est. €€€
Poupança de
Energia
Est. ∗∗∗
- Portugal 2030 - Programa Operacional Regional do Centro
- Plano de Recuperação e Resiliência
Financiamento
- Fundo Ambiental
- Orçamento Municipal
Indicador - Projetos aprovados de adoção de tecnologias mais eficientes, na Indústria (N.º)
Prioridade M

ODS relevante

Tipo de Medida Medida de Mitigação

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3.6.3. Gestão da Água e Recursos Hídricos

É incontornável que, atualmente, existe um grave problema relacionado com a escassez da


água, sendo que a própria Organização das Nações Unidas adverte para o facto de que a
escassez de água poderá ser a próxima pandemia. A escassez de água tem impacte ao nível
das atividades económicas, como a agricultura, aquicultura, o turismo, sendo que este fenómeno
afeta ainda a saúde e o bem-estar dos cidadãos, que sofrem cada vez mais com as ondas de
calor. Neste contexto, a importância da adaptação é cada vez mais premente, mas nem todos
os territórios estão preparados para as modificações necessárias.
Uma gestão eficaz da água é de extrema relevância para a Figueira da Foz: se por um lado, o
aumento da temperatura e as ondas de calor mais recorrentes podem ameaçar a disponibilidade
de água potável e ter impactos negativos na saúde, especialmente entre as populações mais
vulneráveis, por outro lado, uma potencial diminuição da precipitação total anual pode ter
implicações na diminuição e recarga dos aquíferos, e consequentemente na disponibilidade de
água subterrânea.
Promover o uso sustentável da água, com implementação de boas práticas de gestão da água
no setor urbano com vista à redução do consumo, para prevenção dos impactes decorrentes de
fenómenos de seca e de escassez e aumento da área permeável do Concelho, com
implementação de técnicas que promovam a recarga artificial dos aquíferos, são algumas das
opções estratégicas a ter em consideração na presente área temática.
No âmbito desta área temática foram agrupadas as seguintes opções estratégicas e respetivas
ações, conforme se apresenta no quadro seguinte.

Quadro 26 - Opções estratégicas e ações propostas para a área temática “Gestão da Água e Recursos
Hídricos”
ID Opções Estratégicas Ações Propostas
- Utilização de águas pluviais ou reutilização de águas residuais tratadas
para fins múltiplos (sistemas de rega, lavagem de arruamentos, entre
outros);
- Instalação de sistemas de rega inteligentes (por aspersão), e localizada
Promoção do uso (por micro aspersão ou gota-a-gota) nos espaços verdes públicos;
15
sustentável da água - Instalação de torneiras economizadoras de água em edifícios públicos;
- Reutilização de água proveniente de piscinas municipais;
- Plano Municipal de Contingência para Períodos de Seca;
- Estudo do potencial de dessalinização da água, para produção de água
potável.
- Apoio na promoção da construção de pequenas barragens e charcas
Aumento da
de cariz privado para retenção de água destinada ao uso agrícola;
capacidade de
- Aumento da fiscalização das captações particulares de água (deteção
16 armazenagem de água
de furos ilegais);
e reforço sustentável
- Criação de jardins de infiltração e outras soluções de recarga de
das reservas hídricas
aquíferos
- Definição de procedimentos de trabalho para inclusão das boas
práticas de permeabilidade dos solos nas empreitadas a cargo do
Aumento da área
Município;
permeável do Concelho
17 - Promoção e fiscalização do cumprimento dos parâmetros de
promovendo a recarga
impermeabilização de solo previstos nos Instrumentos de Gestão
artificial dos aquíferos
Territorial (IGT), incentivando a adoção de técnicas e soluções
inovadoras na maximização da recarga dos aquíferos.
Reabilitação de ribeiras
18 - Intervenção em linhas de água e lagoas existentes no Concelho.
e galerias ripícolas

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Fichas Temáticas com Ações Detalhadas

Opção Estratégica 15 - Promover o uso sustentável da água

Utilização de águas pluviais ou reutilização de águas residuais tratadas para fins


AÇÃO
múltiplos (sistemas de rega, lavagem de arruamentos, entre outros)
Principal risco
Temperaturas altas e ondas de calor
climático
Objetivo - Adaptação, a eventos cada vez mais recorrentes associados às alterações climáticas,
abordado como são as ondas de calor, cheias, inundações, erosão costeira e incêndios florestais.
O consumo crescente de água nas diferentes finalidades, como seja o abastecimento
público, a produção agrícola e pecuária, a indústria e os usos recreativos, entre outros, tem
vindo a impor uma pressão crescente sobre os recursos hídricos. Esta pressão pode variar
ao longo do ano, em função do aumento sazonal da procura de água, e pode ser
potencialmente agravada perante cenários de alterações climáticas, onde as situações de
seca prolongada poderão vir a ser mais intensas. A frequência e a intensidade das secas e
seus danos ambientais e económicos aumentaram drasticamente nos últimos 30 anos.
Assim, as situações de elevadas necessidades, conjugadas com a fraca, ou mesmo
ausência de pluviosidade e elevada evapotranspiração, poderão provocar situações de
Descrição desequilíbrio e escassez na disponibilidade de água.
Para fazer face à procura crescente de água, a reutilização constitui uma origem alternativa,
contribuindo para o uso sustentável dos recursos hídricos, na medida em que permite a
manutenção de água no ambiente e a respetiva preservação para usos futuros, enquanto
se salvaguarda a utilização presente, em linha com os princípios da economia circular.
Neste contexto, o aproveitamento de águas pluviais ou reutilização de águas residuais
tratadas (provenientes de Estações de Tratamento de Águas Residuais) para fins múltiplos,
nomeadamente para utilização em sistemas de rega, são medidas necessárias para fazer
face ao aumento da frequência e intensidade de períodos de secas e de escassez de água,
permitindo aumentar a resiliência dos sistemas.
Liderança Município da Figueira da Foz e Águas da Figueira
Parceiros Associação Comercial e Industrial da Figueira da Foz (ACIFF)
Prazo 2024-2030
Investimento Est. €-€€
- Portugal 2030 - Programa Operacional Regional do Centro
- Plano de Recuperação e Resiliência
Financiamento - Fundo Ambiental
- Horizonte Europa
- Orçamento Municipal
- Quantidade de água pluvial utilizada para fins múltiplos (m3)
Indicador
- Quantidade de água residual tratada reutilizada para fins múltiplos (m3)
Prioridade M

ODS relevante /
Exemplo

Tipo de Medida Medida de Adaptação

Instalação de sistemas de rega inteligentes (por aspersão), e localizada (por micro


AÇÃO
aspersão ou gota-a-gota) nos espaços verdes públicos
Principal risco
Temperaturas altas e ondas de calor
climático
Objetivo - Adaptação, a eventos cada vez mais recorrentes associados às alterações climáticas,
abordado como são as ondas de calor, erosão costeira, cheias, inundações e incêndios florestais.
A rega tem como finalidade fornecer ao solo, nos momentos mais convenientes, as
quantidades de água necessárias à obtenção da humidade do solo mais adequada ao
desenvolvimento das plantas cultivadas. Em matéria de gestão da rega, o uso mais eficiente
da água requer um conhecimento adequado das caraterísticas do solo.
Na rega por aspersão, a água é fornecida ao solo na forma de chuva. Esta é conduzida sob
Descrição
pressão (implicando consumo de energia), ao longo de uma rede de tubagem, até aos
aspersores.
A irrigação por micro aspersão é uma variante da irrigação por aspersão. Nesse tipo de
irrigação, os microaspersores ou emissores de irrigação lançam cortinas de gotículas de
água sob pressão, como na irrigação por aspersão, mas com menor alcance, e as gotas

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Instalação de sistemas de rega inteligentes (por aspersão), e localizada (por micro


AÇÃO
aspersão ou gota-a-gota) nos espaços verdes públicos
são menores. Os microaspersores são ideais para irrigar pequenas plantas e vegetais,
sendo a sua utilização muito difundida em estufas e viveiros, especialmente em vegetais
folhosos (alface, espinafre, couve …) e também para irrigação de jardins.
A rega gota- a-gota promove uma irrigação controlada, com uma eficiente gestão da água,
evitando desperdícios. Para isso, serve-se de uma rede de tubagem com emissores – os
gotejadores - ou com furos, posicionados junto ao pé de cada planta. Estes gotejadores vão
distribuindo a água em forma de gota e em locais específicos, de forma consistente,
uniforme e controlada.
Liderança Município da Figueira da Foz
Parceiros Juntas de Freguesia
Prazo 2024-2030
Investimento Est. €-€€
- Portugal 2030 - Programa Operacional Regional do Centro
- Plano de Recuperação e Resiliência
Financiamento
- Fundo Ambiental
- Orçamento Municipal
Indicador - Sistemas de rega inteligentes (N.º)
Prioridade M

ODS relevante /
Exemplo

Tipo de Medida Medida de Adaptação

AÇÃO Instalação de torneiras economizadoras de água em edifícios públicos


Principal risco
Temperaturas altas e ondas de calor
climático
Objetivo - Adaptação, a eventos cada vez mais recorrentes associados às alterações climáticas,
abordado como são as ondas de calor, cheias, inundações, erosão costeira e incêndios florestais.
A manutenção dos edifícios municipais inclui a cobertura para os custos de utilização da
água. Assim sendo, é do interesse municipal reduzir o consumo de água nos edifícios
públicos. Esta ação de adaptação centra-se na instalação de torneiras que economizam
água (mais eficazes do ponto de vista da eficiência hídrica), nos edifícios municipais. Para
dar prioridade à instalação destes dispositivos, sugerem-se os seguintes passos:
- Análise do consumo de água nos edifícios públicos do concelho da Figueira da Foz para
Descrição proceder a um disgnóstico atual, assim como verificar se há evidências de perdas na
infraestrutura de água interna dos edifícios (tubagens, torneiras, instalações sanitárias).
- Identificação dos locais onde podem ser substituídas as torneiras convencionais por
torneiras economizadoras.
No âmbito desta ação, para demonstrar a importância da medida, pretende-se fornecer uma
estimativa de quantos litros de água por ano são reduzidos, com a mudança do tipo de
torneiras.
Liderança Município da Figueira da Foz
Parceiros Águas da Figueira, Juntas de Freguesia, Associações, Escolas e Agrupamentos de Escolas
Prazo 2024-2027
Investimento Est. €-€€
- Plano de Recuperação e Resiliência
Financiamento - Fundo Ambiental
- Orçamento Municipal
Indicador - Quantidade de torneiras economizadoras de água instaladas (N.º)
Prioridade M

ODS relevante /
Exemplo

Tipo de Medida Medida de Adaptação

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AÇÃO Reutilização de água proveniente de piscinas municipais


Principal risco
Temperaturas altas e ondas de calor
climático
Objetivo - Adaptação, a eventos cada vez mais recorrentes associados às alterações climáticas,
abordado como são as ondas de calor, cheias, inundações, erosão costeira e incêndios florestais.
Essencial à vida, a água é um bem escasso, influenciando a saúde dos povos, quer pela
sua qualidade, quer pela disponibilidade. Dada a sua importância, facilmente se depreende
que a carência da água coloca em risco o desenvolvimento socioeconómico, a produção de
energia e alimentos, a construção de ecossistemas saudáveis e a sobrevivência da espécie
Descrição humana.
Com a presente ação pretende-se otimizar a utilização de água, através da reutilização da
água das piscinas municipais: numa primeira fase, será armazenada a água rejeitada dos
processos de limpeza de filtros e de regeneração e, numa segunda fase, a água será
utilizada para fins não potáveis, nomeadamente limpeza de arruamentos.
Liderança Município da Figueira da Foz
Parceiros Águas da Figueira, Juntas de Freguesia
Prazo 2024-2030
Investimento Est. €-€€
- Portugal 2030 - Programa Operacional Regional do Centro
- Plano de Recuperação e Resiliência
Financiamento
- Fundo Ambiental
- Orçamento Municipal
Indicador - Quantidade de água proveniente das piscinas municipais utilizada para fins múltiplos (m3)
Prioridade M

ODS relevante /
Exemplo
(Guimarães33)
Tipo de Medida Medida de Adaptação

AÇÃO Plano Municipal de Contingência para Períodos de Seca


Principal risco
Temperaturas altas e ondas de calor
climático
- Aumentar o conhecimento relativamente à predisposição a eventos climáticos extremos, e
Objetivo respetivos impactos adversos sobre a segurança de pessoas e bens;
abordado - Adaptação, a eventos cada vez mais recorrentes associados às alterações climáticas,
como são as ondas de calor, cheias, inundações, erosão costeira e incêndios florestais.
O Plano Municipal de Contingência para Períodos de Seca (PMCPS) pretende criar
ferramentas para lidar de forma mais eficaz com as alterações climáticas e, particularmente,
com períodos de seca, garantindo uma resposta eficaz e adequada a esse tipo de
ocorrência, diminuindo os seus efeitos e danos, identificando as zonas de maior
vulnerabilidade e os recursos a mobilizar, priorizando os consumos de água e definindo os
mecanismos de informação, alerta e adaptação para os cidadãos. Este Plano incluirá
Descrição medidas de preparação, prevenção, contingência e adaptação, com horizontes temporais
de curto, médio e de longo prazo.
Em termos operacionais, o PMCPS irá atualizar o cadastro de infraestruturas hidráulicas, a
georreferenciação e a renovação do parque de contadores, a revisão da estrutura tarifária,
a criação de zonas de medição e controlo e, em momentos de especial severidade do
fenómeno, propor condicionamentos ao consumo de água dos maiores consumidores e/ou
suspensão temporária em equipamentos públicos.
Liderança Município da Figueira da Foz, Águas da Figueira
Juntas de Freguesia, Associação Comercial e Industrial da Figueira da Foz, Organizações
Parceiros
Não Governamentais, Bombeiros Sapadores e Bombeiros Voluntários
Prazo 2024-2027
Investimento Est. €-€€
- Portugal 2030 - Programa Operacional Regional do Centro
- Portugal 2030 - Programa Operacional Regional do INTERREG - URBACT
Financiamento - Plano de Recuperação e Resiliência
- Fundo Ambiental
- Orçamento Municipal
Indicador - Medidas do Plano Municipal de Contingência implementadas (N.º)

33
https://www.labpaisagem.pt/15891-2/

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Plano de Ação para a Energia Sustentável e Clima | outubro 2023
Plano Municipal de Ação Climática | Figueira da Foz

AÇÃO Plano Municipal de Contingência para Períodos de Seca


Prioridade M

ODS relevante /
Exemplo

Tipo de Medida Medida de Adaptação

AÇÃO Estudo do potencial de dessalinização da água, para produção de água potável


Principal risco
Temperaturas altas e ondas de calor
climático
Objetivo - Adaptação, a eventos cada vez mais recorrentes associados às alterações climáticas,
abordado como são as ondas de calor, cheias, inundações, erosão costeira e incêndios florestais.
Atualmente a dessalinização do mar é uma das soluções para combater a escassez de água
e a seca, e tem vindo a ganhar destaque ao longo dos anos, sendo uma opção no
fornecimento de água potável em muitos países, em todo o Mundo. Esta técnica permite
não só melhorar a qualidade da água como pode, em certas situações, resolver problemas
de escassez, obtendo-se um desenvolvimento económico e social.
Os potenciais impactes negativos associados à dessalinização estão relacionados, em
Descrição grande medida, com a descarga inadequada no ambiente do subproduto do processo de
dessalinização, a salmoura, devido à presença de produtos químicos utilizados no pré-
tratamento da água e à sua elevada concentração de sais. Outros impactes negativos
poderão advir dos efeitos nocivos para os ecossistemas marinhos, da extração da água do
mar e de eventuais organismos que a ela venham associados, assim como dos elevados
consumos de energia que estes processos acarretam (sobretudo quando estes não têm
como origem fontes de energia renovável).
Liderança Agência Portuguesa do Ambiente
Parceiros Município da Figueira da Foz, Águas da Figueira
Prazo 2024-2030
Investimento Est. €€-€€€
- Portugal 2030 - Programa Operacional Regional do Centro
- Plano de Recuperação e Resiliência
- Fundo Ambiental
Financiamento
- Programa LIFE
- Horizonte Europa
- Orçamento Municipal
Indicador - N.º de Estudos relativos ao potencial de dessalinização (N.º)
Prioridade M

ODS relevante /
Exemplo

Tipo de Medida Medida de Adaptação

Opção Estratégica 16 – Aumento da capacidade de armazenagem de água e reforço


sustentável das reservas hídricas

Apoio na promoção da construção de pequenas barragens e charcas de cariz privado


AÇÃO
para retenção de água destinada ao uso agrícola
Principal risco
Temperaturas altas e ondas de calor
climático
Objetivo - Aumentar o conhecimento relativamente à predisposição a eventos climáticos extremos, e
abordado respetivos impactos adversos sobre a segurança de pessoas e bens.
De forma a promover uma agricultura e territórios rurais mais resilientes e melhor adaptados
ao contexto das alterações climáticas, pretende-se apoiar a criação de pequenas barragens
e charcas para armazenamento de água. Para tal, deverão ser identificados os locais onde
possam ser instaladas pequenas barragens e charcas.
Descrição
Esta ação pretende promover a capacidade de armazenagem de água para incrementar a
garantia de disponibilidade e redução da pressão sobre os recursos hídricos subterrâneos.
No entanto, importa sublinhar que a necessidade de recorrer ao regadio, não invalida que
se apliquem medidas tendentes a garantir um uso eficiente da água por parte de todos os

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Plano de Ação para a Energia Sustentável e Clima | outubro 2023
Plano Municipal de Ação Climática | Figueira da Foz

Apoio na promoção da construção de pequenas barragens e charcas de cariz privado


AÇÃO
para retenção de água destinada ao uso agrícola
utilizadores, agrícolas e não agrícolas, dado que a água é um bem natural limitado, que
desempenha uma primordial importância em questões económicas, sociais e ambientais.
As charcas e pequenas barragens obtêm a água de duas formas: ou por captação direta da
precipitação, ou por escoamento superficial, no caso de terrenos inclinados. Estas servem
para regar campos agrícolas e mantê-los fornecidos de água durante longos períodos de
tempo.
Para além disso, as charcas atraem seres vivos (nomeadamente insetos), pelo que este
tipo de intervenções deve ser bem planeada para prevenir o aparecimento de pragas e
doenças que possam destruir as plantações, diminuindo assim possíveis prejuízos.
Liderança Município da Figueira da Foz
Proprietários privados, Agência Portuguesa do Ambiente, Direção Regional da Agricultura
Parceiros
e Pescas do Centro, Universidade de Coimbra, Associações do Baixo Mondego
Prazo 2024-2030
Investimento Est. €-€€
- Portugal 2030 - Programa Operacional Regional do Centro
- Plano de Recuperação e Resiliência
Financiamento
- Fundo Ambiental
- Orçamento Municipal
- Construção de pequenas barragens e charcas de cariz privado para retenção de água
Indicador
destinada ao uso agrícola (N.º)
Prioridade M

ODS relevante

Tipo de Medida Medida de Adaptação

Aumento da fiscalização das captações particulares de água (deteção de furos


AÇÃO
ilegais)
Principal risco
Temperaturas altas e ondas de calor
climático
Objetivo - Aumentar o conhecimento relativamente à predisposição a eventos climáticos extremos, e
abordado respetivos impactos adversos sobre a segurança de pessoas e bens.
A fiscalização, no âmbito da Lei da Água, é uma atividade de controlo e monitorização dos
usos dos recursos hídricos, que existe para garantir os múltiplos usos previstos para a água
e a verificação do cumprimento das normas previstas na Lei da Água e legislação associada.
Este é um importante instrumento de gestão que prevê a vigilância sistemática dos
utilizadores dos recursos hídricos, quer disponham ou não de títulos de utilização, e a
verificação pontual em função das queixas e denúncias recebidas.
A Agência Portuguesa do Ambiente tem a função de fiscalização, incluindo a competência
Descrição
para a instauração, a instrução e o sancionamento dos processos de contraordenação por
infrações cometidas na sua área de jurisdição, bem como a elaboração e cumprimento de
planos de fiscalização. As autoridades policiais ou administrativas com jurisdição na área
colaboram na ação fiscalizadora e devem prevenir as infrações, em conformidade com o
disposto na Lei da Água, e participar as transgressões de que tenham conhecimento.
A presente ação visa aumentar a fiscalização das captações particulares de água,
nomeadamente a deteção de furos ilegais.
Liderança Agência Portuguesa do Ambiente
Inspeção-Geral da Agricultura, do Mar, do Ambiente e do Ordenamento do Território;
Parceiros
Município da Figueira da Foz; Serviço de Proteção da Natureza e Ambiente (SEPNA)
)Prazo 2024-2030
Investimento Est. €-€€
Financiamento - Orçamento Nacional
Indicador - Deteção de captações particulares de água ilegais (N.º)
Prioridade M

ODS relevante

Tipo de Medida Medida de Adaptação

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Plano de Ação para a Energia Sustentável e Clima | outubro 2023
Plano Municipal de Ação Climática | Figueira da Foz

Criação de jardins de infiltração e outras soluções de recarga de aquíferos (ex.


AÇÃO
trincheiras e canais de infiltração)
Principal risco
Precipitação excessiva
climático
- Definir formas de integrar instrumentos de adaptação à gestão territorial municipal;
Objetivo
- Explorar eventuais oportunidades ligadas a alterações no clima, realçando ou acentuando
abordado
impactos socioeconómicos benéficos.
A impermeabilização do solo é uma das principais causas da degradação dos solos. De
acordo com a Agência Europeia do Ambiente, a impermeabilização dos solos afeta
frequentemente as terras agrícolas férteis, põe em risco a biodiversidade, agrava o risco de
inundações e de escassez de água e contribui para o aquecimento global.
Neste sentido, pretende-se aumentar a área permeável com criação de jardins de infiltração
e outras soluções de recarga de aquíferos (ex. trincheiras e canais de infiltração), podendo
proceder-se à instalação de pavimentos drenantes e poços/trincheiras e canais de
infiltração, com aproveitamento de águas pluviais ou simples recarga artificial dos aquíferos,
Descrição minimizando desta forma os riscos de inundação.
Importa referir que o Município tem tido em consideração a necessidade de reutilização
das águas pluviais sendo que o Plano de Pormenor da 1ª fase da Área Industrial e
Empresarial do Pinhal da Gandra (Pincho) define que cada lote a instalar tem de dispor
de um poço de infiltração de águas pluviais para rega ou lavagens que não requeiram
água potável, de forma a promover uma otimização de recursos. Este Plano indica
ainda que os espaços verdes públicos ou privados devem incorporar as melhores
práticas para aproveitamento das águas pluviais, nomeadamente através da execução
de trincheiras/poços de infiltração.
Liderança Município da Figueira da Foz
Parceiros Juntas de Freguesia, Particulares
Prazo 2024-2030
Investimento Est. €€
- Portugal 2030 - Programa Operacional Regional do Centro
- Plano de Recuperação e Resiliência
Financiamento
- Fundo Ambiental
- Orçamento Municipal
Indicador - Jardins de infiltração implementados (N.º)
Prioridade M

ODS relevante /
Exemplo

Tipo de Medida Medida de Adaptação

Opção Estratégica 17 - Aumentar a área permeável do Concelho, promovendo a recarga


artificial dos aquíferos

Definição de procedimentos de trabalho para inclusão das boas práticas de


AÇÃO
permeabilidade dos solos nas empreitadas a cargo do Município
Principal risco
Precipitação excessiva
climático
Objetivo - Adaptação, a eventos cada vez mais recorrentes associados às alterações climáticas,
abordado como são as ondas de calor, cheias, inundações, erosão costeira e incêndios florestais.
A presente ação visa a definição de procedimentos de trabalho para inclusão das boas
práticas de permeabilidade dos solos nas empreitadas a cargo do Município: arruamentos
Descrição
e espaços públicos, com adoção de pavimentos permeáveis por outros ecologicamente
mais favoráveis, que permitam a infiltração das águas pluviais.
Liderança Município da Figueira da Foz
Parceiros Águas da Figueira, Juntas de Freguesia
Prazo 2024-2026
Investimento -
Financiamento - Orçamento Municipal
- Número de intervenções (N.)
Indicador

Prioridade E

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Plano de Ação para a Energia Sustentável e Clima | outubro 2023
Plano Municipal de Ação Climática | Figueira da Foz

Definição de procedimentos de trabalho para inclusão das boas práticas de


AÇÃO
permeabilidade dos solos nas empreitadas a cargo do Município

ODS relevante /
Exemplo

Tipo de Medida Medida de Adaptação

Promoção e fiscalização do cumprimento dos parâmetros de impermeabilização de


AÇÃO solo previstos nos IGT, incentivando a adoção de técnicas e soluções inovadoras na
maximização da recarga dos aquíferos
Principal risco
Precipitação excessiva
climático
Objetivo - Adaptação, a eventos cada vez mais recorrentes associados às alterações climáticas,
abordado como são as ondas de calor, cheias, inundações, erosão costeira e incêndios florestais.
A presente ação visa promover e fiscalizar o cumprimento dos parâmetros de
Descrição impermeabilização de solo previstos nos IGT, incentivando a adoção de técnicas e soluções
inovadoras na maximização da recarga dos aquíferos.
Liderança Município da Figueira da Foz
Parceiros Águas da Figueira, Juntas de Freguesia
Prazo 2024-2030
Investimento Est. €
Financiamento - Orçamento Municipal
Indicador - Número de intervenções de fiscalização (N.º)
Prioridade E

ODS relevante /
Exemplo

Tipo de Medida Medida de Adaptação

Opção Estratégica 18 - Promover a reabilitação de ribeiras e galerias ripícolas

AÇÃO Intervenção em linhas de água e lagoas existentes no Concelho


Principal risco
Precipitação excessiva
climático
Objetivo - Adaptação, a eventos cada vez mais recorrentes associados às alterações climáticas,
abordado como são as ondas de calor, cheias, inundações, erosão costeira e incêndios florestais.
A reabilitação de ribeiras, conciliada com a valorização dos recursos hídricos e dos
ecossistemas fluviais (através da estabilização de leitos e margens e da plantação de
espécies autóctones) permite diminuir o risco de inundações e facilitar a deteção de focos
Descrição
de poluição.
Pretende-se promover a reabilitação de ribeiras, valas e lagoas, de forma a aumentar a
disponibilidade de recursos hídricos no território.
Liderança Agência Portuguesa do Ambiente
Parceiros Município da Figueira da Foz
Prazo 2024-2030
Investimento Est. €€-€€€
- Portugal 2030 - Programa Operacional Regional do Centro
- Plano de Recuperação e Resiliência
Financiamento
- Fundo Ambiental
- Orçamento Municipal
- Número de intervenções (N.º)
Indicador
- Área abrangida (Km2)
Prioridade M

ODS relevante /
Exemplo

Tipo de Medida Medida de Adaptação

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Plano Municipal de Ação Climática | Figueira da Foz

3.6.4. Proteção Costeira

O litoral de Portugal Continental apresenta tendência erosiva instalada em diversos troços


costeiros, em parte devido à diminuição da quantidade de sedimentos fornecidos, à degradação
das estruturas naturais de proteção e ao impacto de determinadas obras de proteção costeira.

Os impactos decorrentes das alterações climáticas, designadamente a subida do nível médio


do mar e a modificação do regime de agitação marítima, assim como o aumento de episódios
extremos de precipitação, poderão traduzir-se no estabelecimento ou variação da intensidade
da erosão e na modificação da frequência e intensidade das inundações costeiras, aumentando
ainda mais a exposição de pessoas e bens a situações de risco.

Neste contexto, as áreas costeiras são particularmente vulneráveis às alterações climáticas,


devido à sua atual exposição à subida do nível médio do mar e a eventos extremos de maior
intensidade e frequência.

A erosão costeira, enquanto recuo na linha de costa com consequente perda de território, é
uma problemática identificada no âmbito da Estratégia Municipal de Adaptação às Alterações
Climáticas.

A localização do concelho da Figueira da Foz torna-o extremamente propenso a inundações e


erosão costeira devido à subida do nível do mar. Neste sentido, a construção da resiliência
costeira e a preservação da costa são cruciais, tanto na perspetiva da adaptação às alterações
climáticas, como inevitavelmente, na perspetiva recreativa.

No âmbito desta área temática foram agrupadas as seguintes opções estratégicas e respetivas
ações, conforme se apresenta no quadro seguinte.

Quadro 27 - Opções estratégicas e ações propostas para a área temática “Proteção Costeira”
ID Opções Estratégicas Ações Propostas
Preservação da linha de costa - Alimentação artificial das praias no sul do Concelho;
e proteção costeira em zonas - Fortalecimento de dunas/reforço do cordão dunar;
19 de risco elevado de erosão, de - Restauro e preservação dos estuários, com aplicação de
galgamento, inundação e soluções baseadas na natureza;
defesa aos avanços do mar - Reabilitação de muros, motas naturais no estuário.
- Implementação de sistemas de previsão, alerta e resposta,
incluindo modelos de previsão climática de fenómenos extremos
e mecanismos de aviso às populações (por exemplo, em casos
Implementação de sistemas de de galgamentos e caudais extremos);
20 previsão, alerta e - Monitorização da evolução da linha costeira;
monitorização - Monitorização dos impactes da evolução da cunha salina e da
subida do nível médio do mar nos estuários;
- Elaboração de um Plano Municipal de Proteção e Evacuação
em caso de Tsunami.

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Plano Municipal de Ação Climática | Figueira da Foz

Fichas Temáticas com Ações Detalhadas

Opção Estratégica 19 - Preservação da linha de costa e proteção costeira em zonas de risco


elevado de erosão, de galgamento, inundação e defesa aos avanços do mar

AÇÃO Alimentação artificial das praias no sul do Concelho


Principal risco
Subida do nível do mar e ondas fortes
climático
- Adaptação, a eventos cada vez mais recorrentes associados às alterações climáticas,
como são as ondas de calor, cheias, inundações, erosão costeira e incêndios florestais.
Objetivo - Assegurar as atividades de turismo da natureza e a sustentabilidade das praias e dos
abordado espaços naturais, das suas estruturas e do seu areal e toda a dinâmica das atividades
económicas existentes e potenciais, num contexto de crescentes impactos resultantes das
alterações climáticas.
O fenómeno da erosão costeira afeta profundamente a costa portuguesa, nomeadamente
o concelho da Figueira da Foz.
A alimentação artificial de praias é uma técnica de proteção/defesa costeira e de
regeneração de praias considerada ambientalmente aceitável, sendo utilizada em
situações de emergência, como solução local e de curto prazo (mitigação de erosão
induzida por temporais), ou como estratégia de gestão à escala regional e de longo prazo
(mitigação de tendência erosiva instalada e vulnerabilidade à subida do nível médio do
mar) (Hamm et al., 2002; USAID, 2009).
A alimentação artificial de praias consiste na deposição de grandes quantidades de areia
de boa qualidade na berma da praia emersa, promovendo o seu alargamento no sentido
Descrição do mar, na duna adjacente, favorecendo o seu robustecimento volumétrico e altimétrico.
No concelho da Figueira da Foz prevê-se uma intervenção de alimentação artificial das
praias a sul da embocadura do rio Mondego (Cova-Gala – Costa de Lavos - Leirosa)
através da deposição de areias a dragar da zona frontal à Praia da Figueira da Foz (praia
da Claridade). No entanto importa referir que, não obstante esta intervenção, está previsto
a construção de um sistema fixo de bypass (o qual terá um impacto muito mais eficiente
e efetivo) a norte do molhe norte da Figueira da Foz e respetivas saídas na zona da Cova-
Gala, com o objetivo de repor o balanço sedimentar no troço costeiro. Estas intervenções
permitirão uma minimização do recuo da linha de costa relativamente à situação atual
entre a Cova-Gala e a Leirosa, com minimização dos galgamentos costeiros, dinamização
do setor turístico e melhoria na qualidade de vida das populações locais.
Liderança Agência Portuguesa do Ambiente
Parceiros Município da Figueira da Foz, Associações ambientais, MAREFOZ, Juntas de Freguesia
Prazo 2024-2027
Investimento Est. €€-€€€
- Portugal 2030 - Programa Operacional Regional do Centro
- Plano de Recuperação e Resiliência
Financiamento
- Fundo Ambiental
- Orçamento Municipal
Indicador - Aumento da largura das praias do sul do Concelho (m2)
Prioridade E

ODS relevante /
Exemplo

Tipo de Medida Medida de Adaptação

AÇÃO Fortalecimento de dunas/reforço do cordão dunar


Principal risco
Subida do nível do mar e ondas fortes
climático
- Adaptação, a eventos cada vez mais recorrentes associados às alterações climáticas,
como são as ondas de calor, cheias, inundações, erosão costeira e incêndios florestais;
Objetivo - Assegurar as atividades de turismo da natureza e a sustentabilidade das praias e dos
abordado espaços naturais, das suas estruturas e do seu areal e toda a dinâmica das atividades
económicas existentes e potenciais, num contexto de crescentes impactos resultantes das
alterações climáticas.
As dunas enfrentam processos de erosão devido a ondas e ventos fortes e têm de ser
Descrição
fortalecidas e protegidas. Isto pode ser realizado recorrendo a vários métodos:

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Plano de Ação para a Energia Sustentável e Clima | outubro 2023
Plano Municipal de Ação Climática | Figueira da Foz

AÇÃO Fortalecimento de dunas/reforço do cordão dunar


renaturalização com introdução de espécies autóctones (podem ser plantadas nas dunas
determinadas espécies resistentes à salinidade e aos ventos fortes, atuando como
barreiras contra a erosão), manutenção e recuperação de dunas secundárias, importantes
para espécies vulneráveis, e colocação de cercas nas dunas (como proteção contra ondas
instalando estruturas, como por exemplo, cercas de madeira).
Liderança Agência Portuguesa do Ambiente
Parceiros Município da Figueira da Foz, Associações ambientais, MAREFOZ, Juntas de Freguesia
Prazo 2024-2027
Investimento Est.€€-€€€
- Portugal 2030 - Programa Operacional Regional do Centro
- Plano de Recuperação e Resiliência
Financiamento
- Fundo Ambiental
- Orçamento Municipal
- Área de duna reabilitada (m2)
Indicador - Vedações construídas (N.º)
- Área de vegetação plantada (m2)
Prioridade E

ODS relevante /
Exemplo

Tipo de Medida Medida de Adaptação

Restauro e preservação dos estuários, com aplicação de soluções baseadas na


AÇÃO
natureza
Principal risco
Subida do nível do mar e ondas fortes
climático
Objetivo - Adaptação, a eventos cada vez mais recorrentes associados às alterações climáticas,
abordado como são as ondas de calor, cheias, inundações, erosão costeira e incêndios florestais.
Tendo em conta que as áreas costeiras são particularmente vulneráveis às alterações
climáticas, devido à sua atual exposição à subida do nível do mar e a eventos extremos
de maiores intensidade e frequência, tem havido um investimento maior na adaptação
destas zonas através da utilização de soluções mais sustentáveis. Alguns ecossistemas
costeiros, como os sapais, as ervas marinhas ou os organismos formadores de recifes,
constituem soluções naturais com crescente projeção e interesse dentro dos grupos de
utilizadores e decisores políticos ligados aos ambientes costeiros, tanto mais que ainda
fornecem importantes serviços dos ecossistemas às suas populações.
Descrição A presente ação pretende promover ações de restauro e preservação do estuário, com
aplicação de soluções baseadas na natureza, como forma de adaptação das zonas
costeiras às alterações climáticas. Pretende-se identificar áreas com potencial para o
futuro estabelecimento de sapais e, eventualmente, ajudar no seu rápido estabelecimento
com a realização de transplantes de espécies pioneiras adequadas.
Sobre esta matéria o Município encontra-se a implementar o Projeto LIFE ADAPTABLUES
(LIFE18 CCA/ES/001160) que tem como principal objetivo demonstrar o potencial da
conservação e restauro do Estuário do Mondego, como abordagem ecossistémica válida
na adaptação às alterações climáticas e na redução do risco associado às áreas costeiras.
Liderança Agência Portuguesa do Ambiente
Município da Figueira da Foz, MAREFOZ - Universidade de Coimbra e Fundación Instituto
Parceiros
de Hidráulica Ambiental de Cantábria
Prazo 2018-2024
Investimento Est. €€-€€€
Financiamento - Programa LIFE
- Ações de restauro e preservação do estuário, com aplicação de soluções baseadas na
Indicador
natureza (N.º)
Prioridade M

ODS relevante /
Exemplo
(Figueira da Foz34)

Tipo de Medida Medida de Adaptação

34
https://lifeadaptablues.eu/

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AÇÃO Reabilitação de muros, motas naturais no estuário


Principal risco
Subida do nível do mar e ondas fortes
climático
Objetivo - Adaptação, a eventos cada vez mais recorrentes associados às alterações climáticas,
abordado como são as ondas de calor, cheias, inundações, erosão costeira e incêndios florestais.
A presente ação pretende promover a reabilitação de muros e motas naturais existentes
no estuário do rio Mondego. A Universidade de Coimbra dispõe de dados provenientes
Descrição das experiências realizadas no âmbito do Projeto LIFE ADAPTA BLUES que permitem
melhorar a resistência das motas à erosão, pela utilização de determinadas plantas de
sapal.
Liderança Agência Portuguesa do Ambiente
Parceiros Município da Figueira da Foz, Associações ambientais, Juntas de Freguesia
Prazo 2024-2030
Investimento Est. €€-€€€
- Portugal 2030 - Programa Operacional Regional do Centro
- Plano de Recuperação e Resiliência
Financiamento
- Fundo Ambiental
- Orçamento Municipal
Indicador - Reabilitação de muros e motas naturais (N.º)
Prioridade M

ODS relevante /
Exemplo

Tipo de Medida Medida de Adaptação

Opção Estratégica 20 - Implementação de sistemas de previsão, alerta e monitorização

Implementação de sistemas de previsão, alerta e resposta, incluindo modelos de


AÇÃO previsão climática de fenómenos extremos e mecanismos de aviso às populações
(por exemplo, em casos de galgamentos e caudais extremos)
Principal risco
Subida do nível do mar e ondas fortes
climático
Objetivo - Adaptação, a eventos cada vez mais recorrentes associados às alterações climáticas,
abordado como são as ondas de calor, cheias, inundações, erosão costeira e incêndios florestais.
As inundações são a catástrofe natural que ocorre com maior frequência e que pode
causar devastação generalizada, com perda de vidas, danos económicos e sociais e
impactos ambientais. Desde 2000, as inundações na Europa causaram pelo menos 700
mortes, a deslocação de cerca de meio milhão de pessoas e pelo menos 25 mil milhões
de euros de prejuízos económicos. A proteção de pessoas e bens, através da minimização
dos riscos associados às inundações, constitui uma preocupação crescente, face ao
incremento de fenómenos de precipitação muito intensa, e de agitação marítima,
associados aos efeitos das alterações climáticas, pelo que os mecanismos de gestão de
inundações assumem cada vez mais relevância, envolvendo diferentes entidades (APA,
2023).
O sistema de alerta permite a previsão, em tempo real, das situações de emergência para
Descrição uma determinada área de interesse e o envio automático de mensagens de alerta para as
autoridades responsáveis.
Pretende-se com esta ação implementar sistemas que permitam a integração de modelos
de previsão e monitorização em tempo real das variáveis relevantes ao processo de
inundação e galgamento, tendo em conta as diferentes dimensões da vulnerabilidade do
território. A ação pretende ainda criar mecanismos de aviso às populações em caso de
galgamentos e inundações.
Importa referir que o Município se encontra em processo de candidatura para a criação de
um sistema integrado de gestão de emergências, riscos e avisos à população.
Esta ação está diretamente relacionada com a “Criação de um Centro de Estudos das
Alterações Climáticas”, uma vez que irá produzir informação para ser analisada pela
comunidade científica do Centro de Estudos.
Liderança Município da Figueira da Foz
Parceiros IPMA, APA, Associações ambientais, Juntas de Freguesia
Prazo 2024-2030
Investimento Est. €€-€€€
- Portugal 2030 - Programa Operacional Regional do Centro
Financiamento
- Plano de Recuperação e Resiliência

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Plano de Ação para a Energia Sustentável e Clima | outubro 2023
Plano Municipal de Ação Climática | Figueira da Foz

Implementação de sistemas de previsão, alerta e resposta, incluindo modelos de


AÇÃO previsão climática de fenómenos extremos e mecanismos de aviso às populações
(por exemplo, em casos de galgamentos e caudais extremos)
- Fundo Ambiental
- Horizonte Europa
- Programa LIFE
- Orçamento Municipal
- Alerta em caso de galgamento e inundações (N.º)
Indicador
- Resposta em caso de galgamento e inundações (N.º)
Prioridade M

ODS relevante /
Exemplo

Tipo de Medida Medida de Adaptação

AÇÃO Monitorização da evolução da linha costeira


Principal risco
Subida do nível do mar e ondas fortes
climático
Objetivo - Adaptação, a eventos cada vez mais recorrentes associados às alterações climáticas,
abordado como são as ondas de calor, cheias, inundações, erosão costeira e incêndios florestais.
A erosão costeira consiste na remoção e arrastamento dos sedimentos das praias e dunas
por ação conjugada de vários fatores de cariz oceanográfico (i.e. ondas, correntes e
marés), traduzindo-se no recuo da linha de costa, e consequente perda de território.
Descrição Com a presente ação pretende-se recolher informação fidedigna, periódica e atualizada
sobre a evolução da linha de costa, sendo que esta está diretamente relacionada com a
Ação “Criação de um Centro de Estudos das Alterações Climáticas”, uma vez que irá
produzir informação para ser analisada pela comunidade científica do Centro de Estudos.
Liderança Agência Portuguesa do Ambiente
Parceiros Município da Figueira da Foz, IPMA, Associações ambientais, Juntas de Freguesia
Prazo 2024-2030
Investimento Est. €€
- Portugal 2030 - Programa Operacional Regional do Centro
- Plano de Recuperação e Resiliência
Financiamento
- Fundo Ambiental
- Orçamento Municipal
Indicador - Relatórios produzidos referentes à monitorização da evolução da linha de costa (N.º)
Prioridade E

ODS relevante /
Exemplo

Tipo de Medida Medida de Adaptação

Monitorização dos impactes da evolução da cunha salina e da subida do nível médio


AÇÃO
do mar nos estuários
Principal risco
Subida do nível do mar e ondas fortes
climático
Objetivo - Adaptação, a eventos cada vez mais recorrentes associados às alterações climáticas,
abordado como são as ondas de calor, cheias, inundações, erosão costeira e incêndios florestais
Os impactes potenciais da subida do nível médio do mar são muito significativos para os
estuários, particularmente os decorrentes do avanço da cunha salina, quer devido aos
efeitos que a intrusão salina provoca na qualidade do solo e da água e as suas implicações
para as atividades agrícolas, quer devido à sensibilidade dos ecossistemas que se
encontram nos estuários e outras zonas húmidas junto à costa, quer também pela
Descrição salinização dos aquíferos e consequente comprometimento dos usos e atividades
dependentes dos recursos hídricos subterrâneos.
Neste contexto, devem ser implementados processos de monitorização regular da
salinidade da água, dos solos e dos aquíferos ao longo da faixa costeira concelhia. Esta
monitorização permitirá antecipar impactes, aprofundar o conhecimento associado aos
mesmos e, consequentemente, desenvolver medidas que visem atenuá-los.

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Plano de Ação para a Energia Sustentável e Clima | outubro 2023
Plano Municipal de Ação Climática | Figueira da Foz

Monitorização dos impactes da evolução da cunha salina e da subida do nível médio


AÇÃO
do mar nos estuários
A presente ação está diretamente relacionada com a “Criação de um Centro de Estudos
das Alterações Climáticas”, uma vez que irá produzir informação para ser analisada pela
comunidade científica do Centro de Estudos.
Liderança Agência Portuguesa do Ambiente
Município da Figueira da Foz, Associações ambientais, Juntas de Freguesia,
Parceiros
Universidade de Coimbra
Prazo 2024-2030
Investimento Est. €€
- Horizonte Europa
- Iniciativa Urbana Europeia
Financiamento
- Programa LIFE
- EEA Grants
- Estudos de monitorização dos impactes da evolução da cunha salina e da subida do
Indicador
nível médio do mar nos estuários (N.º)
Prioridade M

ODS relevante /
Exemplo

Tipo de Medida Medida de Adaptação

AÇÃO Elaboração de um Plano Municipal de Proteção e Evacuação em caso de Tsunami


Principal risco
Subida do nível do mar e ondas fortes
climático
Objetivo - Adaptação, a eventos cada vez mais recorrentes associados às alterações climáticas,
abordado como são as ondas de calor, cheias, inundações e incêndios florestais.
Os tsunamis são eventos naturais que resultam na inundação e/ou erosão do litoral, e que
podem afetar a segurança das pessoas, bens e ambiente.
Um tsunami é uma série de ondas de comprimento e duração extremamente longos,
geradas por deformações bruscas do fundo do oceano. A causa mais comum são os
sismos submarinos de forte magnitude, embora possam também ser causados por
deslizamentos de terras, erupções vulcânicas e impactos de meteoritos, que alteram a
morfologia da zona do fundo do oceano próxima da fonte. Apesar de pouco frequentes,
quando comparados com outros eventos naturais, os tsunamis têm um enorme potencial
Descrição destruidor (Baptista, 2010).
O Município encontra-se atualmente em processo de candidatura para a criação de um
sistema integrado de gestão de emergências, riscos e avisos à população.
Neste âmbito, e de entre os objetivos operacionais traçados pela Estratégia Nacional para
uma Proteção Civil Preventiva (2030), no quadro da área prioritária de “Planeamento de
Emergência”, pretende-se elaborar um “Plano Municipal de Proteção e Evacuação em
caso de Tsunami”, que permita planear e/ou avaliar os mecanismos futuros e/ ou atuais
de evacuação na sequência de tsunami, assim como facilitar a implementação
uniformizada, do planeamento de evacuação.
Liderança Município da Figueira da Foz
Agência Portuguesa do Ambiente, Autoridade Nacional de Emergência e Proteção Civil,
Parceiros
Universidade de Coimbra
Prazo 2023-2030
Investimento Est. €
- Plano de Recuperação e Resiliência
Financiamento
- Orçamento Municipal
- Medidas do Plano Municipal de Proteção e Evacuação em caso de Tsunami
Indicador
implementadas (N.º)
Prioridade R

ODS relevante /
Exemplo

Tipo de Medida Medida de Adaptação

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Plano Municipal de Ação Climática | Figueira da Foz

3.6.5. Floresta e Agricultura

O setor da agricultura deverá dar um contributo essencial rumo à descarbonização da


economia, a nível local. Embora com um ritmo menos intenso que os restantes setores, prevê-
se que, na próxima década, surjam já alterações que permitam reduzir emissões, com aposta
numa agricultura mais sustentável, através de uma maior difusão das práticas de produção
integrada, a par da expansão da agricultura biológica, de conservação e da agricultura de
precisão, reduzindo emissões associadas aos efluentes animais e ao uso de fertilizantes
sintéticos, potenciando o sequestro de carbono resultante dos aumentos do teor de matéria
orgânica nos solos, designadamente através da promoção de pastagens biodiversas. Este tipo
de agricultura terá ainda consequências ao nível da melhoria da eficiência do uso da água,
permitindo ganhos de produtividade e poupanças de água, tratando-se esta de um bem escasso
e essencial a preservar (PNEC 2030). Será igualmente importante repensar toda a cadeia
alimentar, desde as escolhas que integram a dieta alimentar, a redução do desperdício de
alimentos, a forma como se produzem plantas e animais para alimentação e a pressão nos solos
e na água. Importa ainda replicar os bons exemplos de comercialização em circuitos curtos
agroalimentares, que reduzem os consumos energéticos e as emissões poluentes devido às
menores necessidades de acondicionamento, transporte e refrigeração dos produtos.

No caso da floresta e outros usos do solo, será essencial implementar uma adequada gestão
agroflorestal que permita reduzir progressivamente a área ardida, aumentando a produtividade
e reforçando a aposta em serviços de ecossistemas que contribuam para o combate à
desertificação e para a valorização do território, constituindo mais um dos alicerces de coesão
territorial. O potencial de sumidouro, em particular na área florestal, terá de ser reforçado,
assumindo a sua gestão na articulação das vertentes de ordenamento do território, investindo
em práticas e modelos de gestão que potenciem o papel de sumidouro das florestas e aumentem
a sua resiliência face às alterações climáticas que acarretam um potencial de agravamento das
condições para fogos florestais e para a degradação dos solos. Face ao histórico de ocorrências
de incêndios florestais no concelho da Figueira da Foz, é essencial melhorar a resiliência da
floresta a nível municipal.

Por outro lado, o aumento das ondas de calor e a respetiva redução na disponibilidade de
recursos hídricos são ainda alguns dos riscos climáticos que afetam o setor florestal e agrícola.

Naturalmente que esta área temática deverá ser desenvolvida em paralelo com a área temática
do “Ordenamento do Território e Conservação da Natureza”, assim como da “Gestão da Água e
Recursos Hídricos,” de forma a serem desenvolvidas ações concertadas e complementares.

No âmbito desta área temática foram agrupadas as seguintes opções estratégicas e respetivas
ações, conforme se apresenta no quadro seguinte.

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Plano de Ação para a Energia Sustentável e Clima | outubro 2023
Plano Municipal de Ação Climática | Figueira da Foz

Quadro 28 - Opções estratégicas e ações propostas para a área temática “Floresta e Agricultura”
ID Opções Estratégicas Ações Propostas
Reordenamento do espaço
21 agrícola (*) e florestal e Criação - Elaboração do cadastro rústico (Balcão Único do Prédio - BUPi).
de um cadastro rural (*)
Dinamização da bolsa de
terras disponível no Município - Dinamização da Bolsa de Terras agroflorestais da Figueira da
22
para potenciar o uso de Foz.
terrenos abandonados (*)
- Elaboração de um Manual Municipal para as Florestas;
Aumento da resistência e
- Implementação do Projeto “Condomínio de Aldeia”;
23 resiliência da floresta aos
- Execução das Faixas de Gestão de Combustível em áreas
incêndios florestais (*)
consideradas prioritárias.
Promoção do aproveitamento - Estudo do potencial de valorização da biomassa florestal no
24
da Biomassa Florestal (*) Concelho.
Criação de estímulos aos
- Apoios ao armazenamento, transformação ou comercialização
circuitos curtos de
25 de produtos agroalimentares locais obtidos em modo de produção
aprovisionamento
integrada e de agricultura biológica.
agroalimentar
Dinamização da Agricultura - Promoção e dinamização da rede de Agricultura Urbana e da
26
Urbana (*) compostagem doméstica comunitária.
- Criação de um Centro de Investigação Florestal dedicado à
Criação de um Centro de
27 investigação integrada de florestas e ecossistemas relacionados,
Investigação Florestal
e de produtos florestais e serviços baseados na floresta.
(*)
- Opções definidas no âmbito da EMAAC

Fichas Temáticas com Ações Detalhadas

Opção Estratégica 21 - Reordenamento do espaço agrícola e florestal e Criação de um cadastro


rural

AÇÃO Elaboração do cadastro rústico (Balcão Único do Prédio - BUPi)


Principal risco
Temperaturas altas e ondas de calor
climático
Objetivo - Aumentar o conhecimento relativamente à predisposição a eventos climáticos extremos, e
abordado respetivos impactos adversos sobre a segurança de pessoas e bens.
Existe em Portugal cerca de um milhão de hectares de terreno florestal que não tem
dono conhecido. Neste sentido, é importante saber quem deve gerir esse espaço,
promovendo a sua manutenção de forma a evitar ocorrências de incêndios florestais,
decorrentes do aumento da temperatura, num contexto das alterações climáticas em
que vivemos.
O Município da Figueira da Foz no âmbito de uma candidatura da Comunidade
Intermunicipal da Região de Coimbra (CIM-RC), denominada “CADASTRU RC –
Descrição Cadastro Simplificado do Território Rústico da Região de Coimbra”, comprometeu-se a
produzir o cadastro de 50% das matrizes prediais rústicas existentes no território
concelhio, através de um método simplificado que possibilite de forma mais rápida obter
um mapa atual do território rústico.
A presente ação permitirá melhorar o conhecimento sobre a localização dos prédios
rústicos, a sua configuração geométrica, área e confrontações, em todo o território
municipal, dando resposta ao estipulado no Sistema Nacional de Informação Cadastral
(Decreto-Lei n.º 72/2023, de 23 de agosto).
Liderança Município da Figueira da Foz
Parceiros CIM-RC
Prazo 2024-2025
Investimento Est. €-€€
- Centro 2020
Financiamento
- Orçamento Municipal
Indicador - Matrizes cadastradas (N.º e %)
Prioridade E

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Plano Municipal de Ação Climática | Figueira da Foz

AÇÃO Elaboração do cadastro rústico (Balcão Único do Prédio - BUPi)

ODS relevante

Tipo de Medida Medida de Adaptação

Opção Estratégica 22 - Dinamização da bolsa de terras disponível no Município para potenciar


o uso de terrenos abandonados

AÇÃO Dinamização da Bolsa de Terras Agroflorestais da Figueira da Foz


Principal risco
Temperaturas altas e ondas de calor
climático
Objetivo - Adaptação, a eventos cada vez mais recorrentes associados às alterações climáticas
abordado como são as cheias, inundações e incêndios florestais.
O concelho da Figueira da Foz é maioritariamente rural e a sua ocupação do solo é
marcadamente agroflorestal. As potencialidades agroflorestais são evidenciadas pela
elevada aptidão dos solos para a prática agroflorestal, mas o crescente abandono desta
tem levado a um crescente abandono das terras. Este abandono tem como
consequências alterações profundas na paisagem e o aumento da vulnerabilidade do
território e das populações ao risco de incêndio florestal.
No sentido de dar uma melhor resposta ao crescente abandono dos terrenos com
Descrição
aptidão agroflorestal foi criada a Bolsa de Terras Agroflorestais da Figueira da Foz.
Esta Bolsa visa reunir e divulgar um conjunto de informação sobre prédios rústicos, com
aptidão agroflorestal, cujos proprietários se dispõem a vender, arrendar ou ceder por
determinado tempo. A bolsa de terras assenta nos princípios da universalidade e da
voluntariedade.
A presente ação pretende promover a dinamização da Bolsa de Terras Agroflorestais
no Município da Figueira da Foz.
Liderança Município da Figueira da Foz
Parceiros Direção Regional de Agricultura e Pescas do Centro
Prazo 2024-2030
Investimento -
Financiamento -
- Terrenos disponibilizados (N.º)
Indicador
- Área disponibilizada (ha)
Prioridade R

ODS relevante

Tipo de Medida Medida de Adaptação

Opção Estratégica 23 – Aumento da resistência e resiliência da floresta aos incêndios florestais

AÇÃO Elaboração de um Manual Municipal para as Florestas


Principal risco
Temperaturas altas e ondas de calor
climático
Objetivo - Aumentar o conhecimento relativamente à predisposição a eventos climáticos extremos, e
abordado respetivos impactos adversos sobre a segurança de pessoas e bens.
O objetivo da presente ação é adotar uma abordagem preventiva para apoiar o Município
na sua proteção contra incêndios florestais que se estendem além do conteúdo do Plano
Municipal de Defesa da Floresta Contra Incêndios e das informações florestais públicas,
atualmente disponíveis.
O conteúdo do Manual Municipal para as Florestas pode incluir listas de árvores suscetíveis
a incêndios, espécies valiosas/nativas com mais resiliência e informações de manutenção
Descrição
sobre espécies, incluindo necessidades de água e requisitos de humidade do solo. O
manual pode também identificar práticas de redução de biomassa e combustível florestal,
áreas com maior propensão a incêndios florestais, florestação de determinadas áreas para
evitar a erosão do solo (nas zonas com risco de erosão hídrica do solo e instabilidade de
vertentes) e instruções para substituir espécies invasoras/suscetíveis nas áreas queimadas
existentes.

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Plano Municipal de Ação Climática | Figueira da Foz

AÇÃO Elaboração de um Manual Municipal para as Florestas


O Manual pode posteriormente ser distribuído a gestores florestais privados, fornecendo
informações necessárias para empregar boas práticas de gestão florestal.
Liderança Município da Figueira da Foz
Instituto de Conservação da Natureza e Florestas, Direção Regional de Agricultura e Pescas
Parceiros do Centro, Juntas de Freguesia e Associação de Compartes e Baldios: do Paião e de
Junqueira e Vale de Murta.
Prazo 2024-2030
Investimento Est. €
- Plano de Recuperação e Resiliência
Financiamento - Fundo Ambiental
- Orçamento Municipal
Indicador - Manuais distribuídos aos proprietários dos terrenos florestais (N.º)
Prioridade R

ODS relevante

Tipo de Medida Medida de Adaptação

AÇÃO Implementação do Projeto “Condomínio de Aldeia”


Principal risco
Temperaturas altas e ondas de calor
climático
Objetivo - Aumentar o conhecimento relativamente à predisposição a eventos climáticos extremos, e
abordado respetivos impactos adversos sobre a segurança de pessoas e bens.
O Programa “Aldeias Seguras” pretende estabelecer medidas estruturais para proteção de
pessoas e bens, e dos edificados na interface urbano-florestal, com a implementação e
gestão de zonas de proteção aos aglomerados e de infraestruturas estratégicas,
identificando pontos críticos e locais de refúgio.
Apresentando-se como medida complementar ao programa “Aldeias Seguras”, o
“Condomínio de Aldeia” visa assegurar a gestão de combustíveis em redor dos aglomerados
populacionais, em particular nas áreas de grande densidade florestal e elevado número de
dispersão de pequenos aglomerados, com um nível de exposição mais severo a potenciais
Descrição consequências resultantes da ocorrência de um incêndio rural.
O Município elaborou recentemente uma candidatura, no âmbito do Programa de
Recuperação e Resiliência, onde pretende desenvolver três Condomínios de Aldeia, com o
objetivo de proteger a interface urbano-rural destes territórios contra os incêndios, através
de ações de gestão e reconversão do atual uso florestal para outros usos, de forma a
aumentar a resiliência da população e garantir a defesa contra os incêndios rurais.
A candidatura submetida prevê ainda complementar os Condomínios de Aldeia com o
Programa Aldeia Segura Pessoas Seguras onde, através de um conjunto de ações, se
capacitará e mobilizará essas comunidades para a sua autoproteção.
Liderança Município da Figueira da Foz
Parceiros Instituto de Conservação da Natureza e Florestas
Prazo 2024-2025
Investimento Est. €
- Plano de Recuperação e Resiliência
Financiamento
- Orçamento Municipal
Indicador - Novos povoamentos de árvores de fruto, por Condomínio de Aldeia (ha)
Prioridade M

ODS relevante

Tipo de Medida Medida de Adaptação

AÇÃO Execução das Faixas de Gestão de Combustível em áreas consideradas prioritárias


Principal risco
Temperaturas altas e ondas de calor
climático
Objetivo - Aumentar o conhecimento relativamente à predisposição a eventos climáticos extremos, e
abordado respetivos impactos adversos sobre a segurança de pessoas e bens.
Descrição O impacto dramático dos grandes incêndios rurais nas vidas dos portugueses, com perda

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Plano Municipal de Ação Climática | Figueira da Foz

AÇÃO Execução das Faixas de Gestão de Combustível em áreas consideradas prioritárias


de vidas, bens e milhares de hectares de floresta, determinou a vontade firme de mudança
do paradigma nacional em matéria de prevenção e combate aos fogos rurais.
Conforme estipulado no Decreto-Lei n.º 82/2021, de 13 de outubro (na sua redação atual),
a gestão do combustível existente nos territórios rurais é realizada através de faixas e de
áreas estratégicas, situadas em locais que potenciam a prossecução de determinadas
funções, onde se procede à modificação da estrutura vertical ou horizontal e à remoção total
ou parcial da biomassa.
A presente ação pretende monitorizar a execução das faixas de gestão de combustível.
Liderança Município da Figueira da Foz
Parceiros Instituto de Conservação da Natureza e Florestas
Prazo 2024-2030
Investimento Est. €€
- Instituto de Conservação da Natureza e Florestas
Financiamento
- Orçamento Municipal
Indicador - Área de faixa de gestão de combustível executada (ha/ano)
Prioridade E

ODS relevante

Tipo de Medida Medida de Adaptação

Opção Estratégica 24 – Promoção do aproveitamento da Biomassa Florestal

AÇÃO Estudo do potencial de valorização da biomassa florestal no Concelho


Principal risco
Temperaturas altas e ondas de calor
climático
Objetivo - Aumentar o conhecimento relativamente à predisposição a eventos climáticos extremos, e
abordado respetivos impactos adversos sobre a segurança de pessoas e bens.
A procura de fontes de energia alternativas pode ocorrer em articulação com estratégias de
adaptação às alterações climáticas. Neste âmbito, e face às condições florestais do
concelho, importa realizar um estudo de avaliação do potencial concelhio de valorização de
biomassa.
O estudo deverá permitir consolidar as bases e perfis de exploração e potenciais
energéticos associados às diversas frações de biomassa possíveis de utilizar para este fim.
Descrição Além destas, podem também ser identificadas melhorias no sistema de recolha e gestão
dos sobrantes originados na gestão das faixas de combustível, contribuindo para a sua
rentabilização e, consequentemente, rentabilizar a sua manutenção.
Neste âmbito, e face à pertinência da diversificação das fontes de energia, devem também
ser observadas as potencialidades associadas a um estudo intermunicipal, que permitirá
dar maior escala e sustentabilidade a eventuais projetos de aproveitamento da biomassa
no Concelho/Região.
Liderança Município da Figueira da Foz
Parceiros Juntas de freguesia, Associações de produtores florestais
Prazo 2024-2027
Investimento Est. €
- Portugal 2030 - Programa Operacional Regional do Centro
- Plano de Recuperação e Resiliência
- Fundo Ambiental
Financiamento
- Programa LIFE
- Horizonte Europa
- Orçamento Municipal
Indicador - Estudo do potencial de valorização da biomassa florestal no Concelho (N.º)
Prioridade R

ODS relevante

Tipo de Medida Medida de Adaptação

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Opção Estratégica 25 – Criação de estímulos aos circuitos curtos de aprovisionamento


agroalimentar

Apoios ao armazenamento, transformação ou comercialização de produtos


AÇÃO agroalimentares locais obtidos em modo de produção integrada e de agricultura
biológica
Principal risco
Temperaturas altas e ondas de calor
climático
Objetivo - Aumentar o conhecimento relativamente à predisposição a eventos climáticos extremos, e
abordado respetivos impactos adversos sobre a segurança de pessoas e bens.
A possibilidade de adquirir produtos locais diretamente ao produtor (provenientes de modo
de produção integrada e de agricultura biológica) é, para muitos consumidores, a forma
mais satisfatória de garantir a qualidade, rastreabilidade e autenticidade dos produtos e uma
maneira de apoiar a economia local.
Descrição De facto, as preocupações pelas questões ambientais têm levado igualmente a um
interesse crescente por métodos alternativos de comercialização dos alimentos.
Esta ação pretende apoiar e incrementar o armazenamento, transformação,
comercialização de produtos agroalimentares obtidos em modo de produção integrada e de
agricultura biológica através de apoios financeiros ou outros (administrativos, logística).
Liderança Município da Figueira da Foz
Parceiros Juntas de Freguesia, Associações locais, Proprietários privados
Prazo 2024-2027
Investimento Est. €-€€
- Portugal 2030 - Programa Operacional Regional do Centro
- Plano de Recuperação e Resiliência
Financiamento
- Fundo Ambiental
- Orçamento Municipal
Indicador - Apoios prestados (N.º)
Prioridade R

ODS relevante

Tipo de Medida Medida de Adaptação

Opção Estratégica 26 - Dinamização da Agricultura Urbana

Promoção e dinamização da rede de Agricultura Urbana e da compostagem


AÇÃO
doméstica comunitária
Principal risco
Temperaturas altas e ondas de calor
climático
Objetivo - Aumentar o conhecimento relativamente à predisposição a eventos climáticos extremos, e
abordado respetivos impactos adversos sobre a segurança de pessoas e bens.
As hortas urbanas no Município da Figueira da Foz tiveram o seu início em 2012, através
do Programa “Verdes Campos”, cujo promotor era o Município, em conjunto com diversas
entidades gestoras, tais como as Instituições Particulares de Solidariedade Social
Associação FigueiraViva, Casa Nossa Senhora do Rosário e Associação Viver em Alegria.
Localizadas em Tavarede (Várzea), as hortas eram divididas em 51 parcelas. Neste espaço
foram realizadas várias atividades tais como a construção de compostores comunitários,
colocação de pavimento dos caminhos comuns, melhoria dos sistemas de rega e limpeza
da Ribeira de Tavarede.
A agricultura urbana pretende promover a reconversão de espaços públicos em terrenos de
cultivo disponível para os munícipes que queiram praticar agricultura em modo biológico,
Descrição dotando o Município de um equipamento comunitário que permita uma forte conexão
ecológica, social e económica entre os cidadãos e uma atividade agrícola sustentável. Estas
hortas têm como principal objetivo possibilitar a prática de várias atividades agrícolas
sustentáveis.
A agricultura urbana, para além de contribuir para retirar carbono da atmosfera, também
tem um impacto estético muito positivo, bem como uma envolvência social e educativa de
grande importância. O aproveitamento de zonas baldias da cidade na produção de produtos
agrícolas, onde os cidadãos se podem envolver e colaborar, é passível de gerar um sentido
de comunidade e participação que se encontra muitas vezes adormecido.
Com a presente ação pretende-se dar continuidade e expandir a rede da agricultura urbana
a outros locais do Concelho (por exemplo, a Maiorca) e continuar a potenciar este tipo de

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Plano Municipal de Ação Climática | Figueira da Foz

Promoção e dinamização da rede de Agricultura Urbana e da compostagem


AÇÃO
doméstica comunitária
agricultura, na várzea de Tavarede.
Liderança Município da Figueira da foz
Direção Regional de Agricultura e Pescas do Centro, Instituições Particulares de
Parceiros Solidariedade Social, Associações locais, Juntas de Freguesia, Escolas e Agrupamentos de
Escolas, proprietários rurais
Prazo 2024-2027
Investimento Est. €-€€
- Portugal 2030 - Programa Operacional Regional do Centro
- Plano de Recuperação e Resiliência
Financiamento
- Fundo Ambiental
- Orçamento Municipal
Indicador - Hortas Urbanas Comunitárias criadas (N.º)
Prioridade E

ODS relevante
(Liège)35

Tipo de Medida Medida de Adaptação

Opção Estratégica 27 - Criação de um Centro de Investigação Florestal

Criação de um Centro de Investigação Florestal dedicado à investigação integrada de


AÇÃO florestas e ecossistemas relacionados, e de produtos florestais e serviços baseados
na floresta
Principal risco
Temperaturas altas e ondas de calor
climático
Objetivo - Aumentar o conhecimento relativamente à predisposição a eventos climáticos extremos, e
abordado respetivos impactos adversos sobre a segurança de pessoas e bens.
Pretende-se criar um Centro Florestal dedicado à partilha de conhecimento e investigação
integrada de florestas e ecossistemas relacionados, e de produtos florestais e serviços
baseados na floresta, com vista a promover uma adequada gestão dos recursos florestais
e proteção contra incêndios rurais, em articulação com ações de mitigação e adaptação às
alterações climáticas.
Este Centro de Investigação Florestal permitirá incrementar o conhecimento no contexto da
Descrição inovação, do desenvolvimento e da investigação, associando valências que assegurem e
desenvolvam sinergias, capazes de constituir um espaço de cooperação entre as
universidade e centros de investigação e as empresas deste setor, assim como desenvolver
e avaliar medidas de mitigação e adaptação, perante a necessidade de garantir a
sustentabilidade da floresta, nas vertentes económicas, sociais e ambientais.
O Município encontra-se atualmente em fase de estudo prévio de localização do
terreno/edifício com condições adequadas para efetivar esta pretensão.
Liderança Município da Figueira da Foz
Universidade de Coimbra, Instituto de Conservação da Natureza e Florestas, empresas
Parceiros
dentro do setor florestal
Prazo 2024-2030
Investimento €-€€
- Portugal 2030 - Programa Operacional Regional do Centro
- Plano de Recuperação e Resiliência
Financiamento
- Fundo Ambiental
- Orçamento Municipal
Indicador - Centro de Investigação Florestal (N.º)
Prioridade M

ODS relevante

Tipo de Medida Medida de Adaptação

35
https://alimentation-locale.liege.be/

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Plano Municipal de Ação Climática | Figueira da Foz

3.6.6. Informação e Consciencialização

Conforme consta na Estratégia Nacional de Educação Ambiental (Resolução do Conselho de


Ministros n.º 100/2017, de 11 de julho, “Viver bem dentro dos limites do Planeta é a mensagem
forte da sustentabilidade. Consciencializar os cidadãos para os desafios desta ambição passa
por uma forte aposta nas dimensões tradicionais da Educação Ambiental (EA) numa abordagem
mais sistémica, mas, sobretudo, pela educação baseada em novas dimensões assentes numa
lógica de participação e de corresponsabilização na ação de base territorial. Importa sensibilizar
os cidadãos, as empresas e as entidades públicas e privadas para a necessidade de melhorar a
eficiência da utilização de recursos e para a promoção de economias circulares e de partilha
menos consumidoras e desperdiçadoras, mais amigas do Ambiente e mais centradas nas
especificidades dos territórios”.

Num período de emergência climática e de sustentabilidade do Planeta, a divulgação de


informação sobre os impactos climáticos e sobre a necessidade de adaptação e mitigação,
realizada através de campanhas de sensibilização, consciencialização, ações de formação ou
Workshops são o ponto fulcral de todas as iniciativas de adaptação climática que o Município da
Figueira da Foz pretende desenvolver. Desta forma, as ações propostas visam aumentar a
consciencialização e o entendimento do público em geral sobre a mitigação, adaptação e os
riscos climáticos.

No âmbito desta área temática foram agrupadas as seguintes opções estratégicas e respetivas
ações, conforme se apresenta no quadro seguinte.

Quadro 29 - Opções estratégicas e ações propostas para a área temática “Informação e Consciencialização”
ID Opções Estratégicas Ações Propostas
Promoção de sessões de
formação/sensibilização
(no âmbito de - Realização de ações de comunicação, divulgação, educação e
opções/soluções de sensibilização destinadas à população em geral, para a adaptação às
28 adaptação para as alterações climáticas;
alterações climáticas e - Realização de campanhas de comunicação sobre literacia energética
consequentes riscos) à junto das Escolas e comunidade em geral (envolvendo todos os
população, CMFF e stakeholders locais).
instituições (*)
- Organização de um Workshop anual, de exposições e concursos
no tópico das alterações climáticas;
Mobilização dos diversos
- Criação de uma marca e website para comunicação sobre ação
atores, stakeholders e
29 climática;
população local para a
- Reativar o Conselho Local de Acompanhamento da ação climática;
ação climática
- Melhoria do conhecimento sobre os grupos vulneráveis e criação de
medidas direcionadas para esses grupos.
Criação de plataformas
digitais e locais de - Criação de uma plataforma digital para todos os stakeholders do
30 atendimento presenciais Município partilharem as suas boas práticas e o trabalho que
e itinerantes, de apoio à desenvolvem, em matéria da ação climática.
divulgação da informação
(*)
- Opções definidas no âmbito da EMAAC

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Plano de Ação para a Energia Sustentável e Clima | outubro 2023
Plano Municipal de Ação Climática | Figueira da Foz

Fichas Temáticas com Ações Detalhadas

Opção Estratégica 28 – Promoção de sessões de formação/sensibilização (no âmbito de


opções/soluções de adaptação para as alterações climáticas e consequentes riscos) à
população, CMFF e instituições

Realização de ações de comunicação, divulgação, educação e sensibilização


AÇÃO
destinadas à população em geral, para a adaptação às alterações climáticas
Principal risco
Todos (transversal)
climático
Objetivo - Educar e sensibilizar a população no que diz respeito aos impactos e aos riscos
abordado provenientes de eventos relacionados com alterações climáticas.
Esta ação pretende promover ações de comunicação, divulgação, educação e
sensibilização destinadas à população em geral, para a adaptação às alterações climáticas,
que permitam não só compreender a problemática e atuar ao encontro desta no seu campo
de ação, mas também alertar para comportamentos erróneos e situações de risco.

No âmbito das alterações climáticas, esta ação pretende promover as seguintes ações
específicas:
- Sensibilizar a população sobre os riscos em zonas costeiras, lacustres e ribeirinhas, e
necessidades de adaptação;
- Promover ações de sensibilização e divulgação da importância e conservação do
património natural e genético (conhecer, sensibilizar e valorizar a diversidade genética, as
espécies e os habitats, essenciais para combater a perda de biodiversidade,
Descrição sustentabilidade e resiliência climática);
- Promover ações de sensibilização para a introdução de boas práticas agrícolas/florestais;
- Desenvolver campanhas de sensibilização envolvendo as escolas e população em geral,
em ações de regeneração de dunas (plantação de Estorno) e remoção de espécies
invasoras (Acácia, Erva-das-Pampas, Jacinto-de-Água, entre outras);
- Promover ações de sensibilização da população em geral e camadas mais vulneráveis
para fazer face às ondas de calor;
- Sensibilizar a população para a redução da produção de resíduos sólidos urbanos e
separação seletiva multimateriais com especial enfoque nos biorresíduos;
- Melhorar a consciencialização sobre a recolha de águas pluviais e formas de reutilização;
- Criação de programas de voluntariado, especialmente para crianças e adolescentes, no
âmbito da gestão e conservação da floresta (nomeadamente plantação de árvores, boas
práticas de florestação, remoção de espécies invasoras, entre outros).
Liderança Município da Figueira da Foz
Escolas, Universidade de Coimbra, Juntas de Freguesia, Associações, Empresas, Instituto
Parceiros
de Conservação da Natureza e Florestas, Agência Portuguesa do Ambiente
Prazo 2024-2030
Investimento €
- Portugal 2030 - Programa Operacional Regional do Centro
- Portugal 2030 - INTERREG
- Plano de Recuperação e Resiliência
Financiamento - Fundo Ambiental
- Programa LIFE
- EEA Grants
- Orçamento Municipal
- Ações de comunicação, divulgação, educação e sensibilização destinadas à população
Indicador
em geral, para a adaptação às alterações climáticas (N.º)
Prioridade E

ODS relevante

Tipo de Medida Medida de Adaptação

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Realização de campanhas de comunicação sobre literacia energética junto das


AÇÃO
Escolas e comunidade em geral (envolvendo todos os stakeholders locais)
Principal risco
Todos (transversal)
climático
Objetivo - Educar e sensibilizar a população no que diz respeito aos impactos e aos riscos
abordado provenientes de eventos relacionados com alterações climáticas.
Esta ação pretende promover uma campanha de comunicação com realização de ações de
sensibilização sobre Energia, nomeadamente pobreza energética e realização de ações de
Descrição sensibilização e sessões de esclarecimento, com envolvimento do público-alvo, dos agentes
locais, comunidade local e de todos os stakeholders locais, para promoção da literacia
energética.
Liderança Município da Figueira da Foz
Escolas, Universidade de Coimbra, Juntas de Freguesia, Associações, Empresas,
Parceiros
Coopérnico
Prazo 2024-2030
Investimento €
- Fundo Ambiental
Financiamento
- Orçamento Municipal
- Ações de comunicação, divulgação, educação e sensibilização destinadas à população
Indicador
em geral, para a adaptação às alterações climáticas (N.º)
Prioridade M

ODS relevante

Tipo de Medida Medida de Adaptação

Opção Estratégica 29 - Mobilização dos diversos atores, stakeholders e população local para a
ação climática

Organização de um Workshop anual, de exposições e concursos no tópico das


AÇÃO
alterações climáticas
Principal risco
Todos (transversal)
climático
Objetivo - Educar e sensibilizar a população no que diz respeito aos impactos e aos riscos
abordado provenientes de eventos relacionados com alterações climáticas.
O objetivo desta ação é organizar um Workshop anual, aberto à comunidade local para
apresentação e discussão dos trabalhos realizados e resultados atingidos no âmbito da
EMAAC e do presente PMAC, que promova um esclarecimento sobre os trabalhos
desenvolvidos pelo Município, nesta matéria.
Descrição
A presente ação tem ainda como objetivo aumentar a consciencialização sobre as
alterações climáticas e o seu impacto no concelho da Figueira da Foz entre o público em
geral, tornando as atividades de consciencialização interativas, através de exposições ou
concursos temáticos.
Liderança Município da Figueira da Foz
Parceiros Escolas, Universidade de Coimbra, Juntas de Freguesia, Associações, Empresas
Prazo 2024-2030
Investimento €
- Portugal 2030 - Programa Operacional Regional do Centro
- Plano de Recuperação e Resiliência
Financiamento
- Fundo Ambiental
- Orçamento Municipal
- Ações de comunicação, divulgação, educação e sensibilização destinadas à população
em geral, para a adaptação às alterações climáticas (N.º)
Indicador - Participantes nos concursos (N.º)
- Participantes nos Workshops (N.º)
- Entradas nas exposições (N.º)
Prioridade M

ODS relevante

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Organização de um Workshop anual, de exposições e concursos no tópico das


AÇÃO
alterações climáticas
Tipo de Medida Medida de Adaptação

AÇÃO Criação de uma marca e Website para comunicação sobre ação climática
Principal risco
Todos (transversal)
climático
Objetivo - Educar e sensibilizar a população no que diz respeito aos impactos e aos riscos
abordado provenientes de eventos relacionados com alterações climáticas.
A criação de uma marca e de um Website para ações relacionadas com a ação climática
permitirá melhorar a comunicação, quer interna, com os munícipes, quer externa com outras
entidades. Um logotipo simples e claro da marca pode suportar e melhorar o envolvimento
e a consciencialização entre as partes interessadas.
Por outro lado, a marca também pode incluir projetos em cooperação com a indústria e
Descrição
empresas locais, por forma a manter uma visão geral de todas as ações que estão a ser
desenvolvidas no concelho.
A marca e o Website devem ser criados internamente, sendo que podem ser apresentados
dados de projetos anteriores, em curso ou planeados, tanto do Município como de empresas
privadas, para incluir nesta marca.
Liderança Município da Figueira da Foz
Parceiros Escolas, Universidade de Coimbra, Juntas de Freguesia, Associações, Empresas, Indústria
Prazo 2024-2025
Investimento €
Financiamento - Orçamento Municipal
- Munícipes que reconhecem a marca (%)
Indicador
- Visitas ao website (N.º)
Prioridade R

ODS relevante

Tipo de Medida Medida de Adaptação

AÇÃO Reativar o Conselho Local de Acompanhamento da Ação Climática


Principal risco
Todos (transversal)
climático
Objetivo - Educar e sensibilizar a população no que diz respeito aos impactos e aos riscos
abordado provenientes de eventos relacionados com alterações climáticas.
Em 2016 foi criado o Conselho Local de Acompanhamento (CLA), com o objetivo de
acompanhar, promover e monitorizar a implementação da EMAAC, assim como contribuir
para a dinamização e delineação de políticas e ações com impacto na adaptação às
alterações climáticas, bem como no desenvolvimento sustentável do Concelho no sentido
Descrição de promover uma governança adaptativa eficiente, participada e duradoura.
Pretende-se com esta ação reativar o contacto com o CLA e dinamizar a ação de
monitorização do presente PMAC, através da realização de reuniões periódicas.
Considera-se que esta ação é de extrema relevância para o sucesso da implementação do
PMAC.
Liderança Município da Figueira da Foz
Escolas, Universidade de Coimbra, Juntas de Freguesia, Associações, Empresas, outras
Parceiros
entidades públicas
Prazo 2024
Investimento €
Financiamento - Orçamento Municipal
Indicador - Reuniões do CLA realizadas (N.º/ano)
Prioridade E

ODS relevante

Tipo de Medida Medida de Adaptação

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Melhoria do conhecimento sobre os grupos vulneráveis e criação de medidas


AÇÃO
direcionadas para esses grupos
Principal risco
Todos (transversal)
climático
Objetivo - Educar e sensibilizar a população no que diz respeito aos impactos e aos riscos
abordado provenientes de eventos relacionados com alterações climáticas.
Os grupos vulneráveis são pessoas física, mental ou socialmente desfavorecidas, que
podem não conseguir satisfazer as suas necessidades básicas e, nesse sentido, podem
precisar de assistência especial.
Descrição
A presente ação pretende promover um melhor conhecimento dos grupos vulneráveis (em
todos os setores) e criar medidas direcionadas para esses grupos (por exemplo,
constituição de equipas móveis de apoio).
Liderança Município da Figueira da Foz
Parceiros Escolas, Universidade de Coimbra, Juntas de Freguesia, Associações, Empresas
Prazo 2024-2025
Investimento €
- Portugal 2030 - Programa Operacional Regional do Centro
- Plano de Recuperação e Resiliência
Financiamento
- Fundo Ambiental
- Orçamento Municipal
- Identificação de grupos vulneráveis (N.º)
Indicador
- Medidas identificadas (N.º)
Prioridade M

ODS relevante

Tipo de Medida Medida de Adaptação

Opção Estratégica 30 - Criação de plataformas digitais e locais de atendimento presenciais e


itinerantes, de apoio à divulgação da informação

Criação de uma plataforma digital para todos os stakeholders do Município


AÇÃO partilharem as suas boas práticas e o trabalho que desenvolvem em matéria da ação
climática
Principal risco
Todos (transversal)
climático
Objetivo - Educar e sensibilizar a população no que diz respeito aos impactos e aos riscos
abordado provenientes de eventos relacionados com alterações climáticas.
A presente ação pretende criar uma plataforma digital onde todos os stakeholders do
Descrição Município (quer empresas, associações, grupos de cidadãos, outros) possam partilhar as
suas boas práticas e o trabalho que desenvolvem em matéria de ação climática.
Liderança Município da Figueira da Foz
Parceiros Universidade de Coimbra, empresas, associações, Juntas de Freguesia
Prazo 2024-2025
Investimento €
- Fundo Ambiental
Financiamento
- Orçamento Municipal
Indicador - Ações promovidas no âmbito da plataforma digital (N.º)
Prioridade R

ODS relevante

Tipo de Medida Medida de Adaptação

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4. Implementação, Monitorização e Acompanhamento


da Ação Climática

4.1. Implementação e Monitorização do PMAC

A monitorização pressupõe o acompanhamento de um quadro atualizado sobre o grau de


cumprimento dos objetivos que justificam determinada intervenção 36.

A monitorização do presente Plano irá assentar num modelo de recolha, tratamento e análise
frequente de dados com vista à incorporação dessa informação no processo de planeamento e
apoio nos processos de tomada de decisão. Neste contexto, a fase de monitorização irá
promover um ciclo contínuo de avaliação de resultados.

Importa salientar que o Município da Figueira da Foz dispõe de uma equipa que participou na
elaboração da Estratégia Municipal de Adaptação às Alterações Climáticas, assim como na
realização de Workshops com os stakeholders e partes interessadas.

Do ponto de vista operacional, a monitorização regular através de um conjunto de indicadores


definidos, em articulação com a revisão dos diferentes documentos de cariz estratégico ao nível
das alterações climáticas, permitirá avaliar se o PMAC está a atingir os seus objetivos propostos,
e adotar medidas corretivas, caso se verifique necessário.

O conteúdo dos registos de monitorização deverá estar ajustado à metodologia do PMAC, pelo
que deve contemplar os seguintes domínios:

1. Indicadores de monitorização de impactes (Perfil de Impactes Climáticos) – deverá ser feita


uma revisão frequente do PIC-L (Perfil de Impactes Climáticos Locais), realizado no âmbito da
EMAAC. O PIC-L permite, de forma sistemática, identificar fontes e reunir informação sobre os
principais eventos meteorológicos a que o Concelho está exposto. A informação recolhida
permite assim, a criação de uma base de dados onde constam também, os impactos e as
consequências desses eventos, a identificação (quando possível) de limiares críticos
eventualmente ultrapassados, e as respetivas ações desenvolvidas pelo Município e outros
agentes, em resposta a esses mesmos eventos e consequências.

Este processo permitirá recolher informação crítica para reforçar a capacidade adaptativa
municipal, acompanhando desta forma as vulnerabilidades climáticas locais, quer devido ao

36
Inclui o Ponto 7. “Processo de Monitorização”, definido na estrutura do Modelo do PAESC, no “Guia para a
apresentação dos resultados do Pacto dos Autarcas para o Clima e Energia”

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agravamento ou ao aparecimento de novos focos de vulnerabilidade, quer em termos de redução


das vulnerabilidades existentes.

Neste contexto, e em termos operacionais, deverá ser o Serviço Municipal da Proteção Civil
responsável por recolher essa informação, tendo em conta a matriz que se apresenta no Quadro
30.

Quadro 30 - Matriz de Monitorização de Impactes


Ações /
Evento Data Impacte Consequência Localização
propostas
Deslizamento Alertas
Precipitação excessiva XX-XX-XX A14 cortada Este
de vertentes prévios
(…) (…) (…) (…) (…) (…)

2. Indicadores de monitorização de desempenho do PMAC – deverão ser analisados os


indicadores identificados nas diferentes Fichas Temáticas criadas para cada uma das ações, no
Capítulo 3.6, demonstrando desta forma a realização e os resultados do presente PMAC,
permitindo avaliar se os seus objetivos estão a ser atingidos e adotar medidas corretivas, caso
se verifique necessário.

Por esse motivo, foram definidos indicadores cuja recolha de informação fosse exequível por
parte dos serviços municipais, em estreita articulação com outras entidades públicas detentoras
de informação.

Do ponto de vista operacional, deverá ainda ser assegurada a revisão dos diferentes documentos
de cariz estratégico ao nível das alterações climáticas:

 Revisão do PMAC (2030);


 Revisão do Inventário de Emissões de Gases com Efeito de Estufa (2 em 2 anos);
 Relatório do Estado do Ordenamento do Território (4 em 4 anos);
 Revisão da EMAAC (10 em 10 anos).

Por outro lado, a programação temporal das ações de monitorização prevê uma periodicidade
ajustada às dinâmicas da política pública, assim como à disponibilidade de recursos humanos,
técnicos e financeiros passíveis de afetar a estas tarefas.

4.2. Acompanhamento do PMAC

O Município da Figueira da Foz, utilizando o conhecimento adquirido ao longo do trabalho de


melhoria da sustentabilidade do Concelho, desenvolvido nos últimos anos, pretende adotar uma
estratégia integrada com a EMAAC, para a mitigação e adaptação às alterações climáticas,
promovendo a implementação a curto e médio prazo das medidas previstas no presente PMAC,
que contribuirão simultaneamente para reduzir as emissões e aumentar a resiliência no âmbito
das alterações climáticas.

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Plano Municipal de Ação Climática | Figueira da Foz

As partes interessadas, parceiros e cidadãos em geral têm sido envolvidos na elaboração dos
instrumentos para a adaptação climática do Concelho, nomeadamente aquando da elaboração
da EMAAC, com a realização de vários Workshops temáticos37. De facto, decorrente da
metodologia de desenvolvimento da EMAAC da Figueira da Foz, e como forma de dar
continuidade à participação e envolvimento da sociedade civil, o Município criou o Conselho
Local de Acompanhamento (CLA), sendo que a sua composição e normas de funcionamento
foram aprovadas pela Câmara Municipal, em Reunião Ordinária, de 19 de maio de 2017.

Este CLA reúne um conjunto de atores-chave representativos da sociedade civil, setores de


atividade económica e stakeholders, empenhados no processo de implementação da EMAAC,
incluindo diversos interlocutores públicos, privados e da sociedade civil.

O CLA foi criado para acompanhar, promover e monitorizar a implementação da EMAAC e ainda
contribuir para a dinamização e delineação de políticas e ações com impacto na adaptação às
alterações climáticas, bem como no desenvolvimento sustentável do Concelho, no sentido de
uma governança adaptativa, eficiente, participada e duradoura.

Foi realizada uma 1ª reunião em fevereiro de 2018, tendo nessa reunião sido assinada uma Carta
de Compromisso, em que os signatários da carta se declararam empenhados em constituir o
Conselho Local de Acompanhamento.

Importa sobre esta matéria referir que o período compreendido entre 2020 e 2022 foi limitativo à
evolução dos trabalhos de participação pública, nomeadamente devido à dificuldade de
agendamento de reuniões presenciais, decorrente das restrições impostas pela pandemia
provocada pelo Covid-19. Por outro lado, face ao elevado número de signatários, considerou-se
que as reuniões online não seriam produtivas.

Neste sentido, apesar de não ter sido feita nenhuma reunião com o CLA durante esse período,
importa reiterar que as ideias/propostas desenvolvidas na fase da elaboração da EMAAC têm
sido tidas em consideração ao nível das prioridades estratégicas do Município, quer ao nível da
sustentabilidade ambiental, quer da transição energética.

O quadro seguinte permite constatar a forma como algumas das propostas decorrentes da fase
de participação pública da EMAAC foram tidas em consideração em diferentes momentos de
decisão e procedimentos internos, demonstrando como o Município considera importante a
intervenção da comunidade, dos agentes locais e da sociedade civil.

37
Inclui o Ponto 5. “Envolvimento dos Atores Locais”, definido na estrutura do Modelo do PAESC, no “Guia para a
apresentação dos resultados do Pacto dos Autarcas para o Clima e Energia”

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Quadro 31 – Relação entre propostas decorrentes do processo de participação pública e a sua


implementação por parte do Município e outras entidades
Propostas EMAAC, no âmbito do processo de
Observações/Notas
Consulta Pública
O Município da Figueira da Foz tem encetado
esforços no sentido de dar resposta, em
Articulação de esforços com as diferentes entidades
conjunto com as entidades responsáveis,
envolvidas na gestão da zona costeira, para uma
nomeadamente a Agência Portuguesa do
melhor gestão das problemáticas relacionadas com os
Ambiente e o Porto da Figueira da Foz, à
acidentes no acesso ao porto (sendo aqui necessário
problemática relativa à erosão costeira.
um trabalho conjunto com as associações de
Neste sentido, em fevereiro de 2023, foi
pescadores), a relocalização de infraestruturas (tendo
instalado um sistema de injeção de inertes na
sido proposta uma maior sensibilização das
Praia da Cova, para promover o reequilíbrio
comunidades afetadas para o risco progressivo) e a
sedimentar das praias do sul do Concelho.
alimentação artificial das praias (tendo surgido, neste
Uma próxima fase deverá arrancar em breve,
âmbito várias sugestões diferentes e até contraditórias
com a transferência de três milhões de metros
para combater a erosão costeira – enrocamentos,
cúbicos de areia, de norte para sul da barra,
dragagens a diferentes distâncias da costa, utilização do
sendo que as medidas anunciadas pela APA
sistema de bypass). Ainda sobre as zonas costeiras, foi
incluem, também, a instalação de um sistema
também proposta a dinamização das salinas inativas,
mecânico fixo de transposição de areia
bem como uma maior valorização do berbigão
(“bypass”), tendo a mesma finalidade, mas com
(importante para a economia piscatória local)
mais eficiência e efetividade, de forma a mitigar
os efeitos da erosão costeira.
O Município da Figueira da Foz tem previsto
implementar vários projetos no sentido de
promover o aproveitamento das energias
renováveis.
Por outro lado, tem desenvolvido ações de
sensibilização junto dos proprietários para
Preservação e/ou potenciação dos recursos
promoverem a limpeza de matos e terrenos,
existentes, como o aproveitamento das energias
substituindo-se a estes quando os trabalhos
renováveis (solar, eólica e das marés), e o estímulo de
não são desenvolvidos. O Município da
atitudes mais sustentáveis junto dos pescadores,
Figueira da Foz encontra-se ainda a produzir
agricultores e produtores florestais, como a limpeza de
o cadastro das matrizes prediais rústicas
terrenos e a limpeza de linhas de água, tendo sido
existentes no território concelhio, através de
sugerida a criação de incentivos para a reutilização de
um método simplificado que possibilite de
água (industrial e agrícola)
forma mais rápida obter um mapa atual do
território rústico, no âmbito do BUPI (Balcão
Único do Prédio).
Ao nível das linhas de água, o Município
procede à sua limpeza quando estas se
localizam dentro dos aglomerados urbanos.
Promoção da reabilitação do edificado e da
eficiência energética, através de incentivos à
reabilitação e ao uso de medidas energeticamente mais
O Município tem implementado um conjunto de
eficientes; foi também proposto o aproveitamento dos
medidas de promoção da eficiência energética,
espaços devolutos para instalação de painéis
quer no parque habitacional, quer em
fotovoltaicos de microgeração a nível de bairro; foi ainda
equipamentos de uso coletivo, como piscinas
sugerido o aproveitamento de energia calorífica das
municipais, entre outros.
centrais de arrefecimento, através de uma parceria entre
a CMFF, a fábrica Saint-Gobain Mondego e a empresa
Águas da Figueira
O Laboratório MAREFOZ tem colaborado com
Promoção do património natural e cultural, como a
o Município na elaboração e implementação de
ilha da Morraceira, o Moinho das Doze Pedras (moinho
vários Projetos relacionados com as alterações
de maré) e a arte Xávega (pesca artesanal),
climáticas, assim como na dinamização de
dinamizando as atividades turísticas mas também de
atividades de educação ambiental.
educação ambiental associáveis a esse património; a
Também têm sido realizados no Município, nos
este nível, foi nomeadamente sugerida a articulação
últimos anos, vários eventos de cariz turístico
com o Laboratório da Universidade de Coimbra sobre o
relacionados com os desportos náuticos e de
estudo do mar (MAREFOZ); foi também destacado o
montanha, sendo que o Município recebeu a
potencial turístico da região pela sua diversidade (serra,
prova internacional de ciclismo, em fevereiro de
rio, mar), apostando nos desportos náuticos, de
2022, evento com elevada importância no
montanha, e no ecoturismo
contexto nacional e internacional.
Liderança da Câmara Municipal e identificação de O presente PMAC prevê que sejam realizadas
potenciais parcerias, envolvendo diferentes entidades reuniões periódicas com o CLA de forma a
públicas e privadas (como o ICNF, a APA, a CCDRC, as serem discutidas as prioridades estratégicas e

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Propostas EMAAC, no âmbito do processo de


Observações/Notas
Consulta Pública
Águas da Figueira, etc.) no sentido de aumentar os implementação das ações previstas no
níveis de corresponsabilização que a Estratégia implica, presente PMAC.
bem como de compatibilizar a agricultura com o turismo O Município está ainda integrado em várias
e com a conservação da natureza. Existe a possibilidade redes de partilha de informação com outros
de se constituírem redes que, se devidamente municípios, quer nacionais, quer internacionais,
coordenadas e exploradas, poderão aumentar de forma a potenciar a partilha de informação e
exponencialmente a capacidade de implementação da troca de experiências, no âmbito das
EMAAC pela Câmara Municipal da Figueira da Foz. Alterações Climáticas.
Neste sentido, é importante sublinhar a relevância
assumida pela força do exemplo, sobretudo por parte
de quem implementa a Estratégia, mas também por
outros agentes, como as escolas, as empresas, os
agricultores e os agentes turísticos

Tendo em consideração que o presente PMAC pretende constituir-se como uma


operacionalização da EMAAC, considera-se fundamental o acompanhamento do CLA ao nível
do presente Plano. Neste sentido, o Município da Figueira da Foz pretende reativar as reuniões
com o CLA, ficando encarregue de convocar as reuniões, redefinir a sua missão, atribuições,
regime de funcionamento e horizonte temporal, salvaguardando a oportunidade de todos se
manifestarem sobre os assuntos em causa.

No seguimento da reativação do CLA, serão tidas como referência as entidades apresentadas


no quadro seguinte, sendo estas as entidades que assinaram a Carta de Compromisso (em
2018), na qual os signatários se declararam empenhados em constituir o CLA. Apresenta-se
ainda a sua correspondência com as respetivas áreas de trabalho de influência direta, tendo em
conta as Áreas Temáticas definidas no presente PMAC.

Quadro 32 – Conselho Local de Acompanhamento e respetivas áreas temáticas


Áreas Temáticas
Ordenamento do Gestão da
Conselho Local de Mobilidade,
Território e Água e Proteção Florestas e Informação e
Acompanhamento Energia e
Conservação da Recursos Costeira Agricultura Consciencialização
Indústria
Natureza Hídricos
Município da
Figueira da Foz X X X X X X
(preside)
Representante dos
agrupamentos
X X X X X X
escolares do
Concelho
Águas da Figueira X X
Capitania do Porto
X X X X
da Figueira da Foz
Autoridade Nacional
de Proteção Civil - X X X
CDOS Coimbra
Administração
Regional de Saúde X X X
do Centro
Bombeiros
Municipais da
Figueira da Foz X X X
/Serviço Municipal
de proteção Civil

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Áreas Temáticas
Ordenamento do Gestão da
Conselho Local de Mobilidade,
Território e Água e Proteção Florestas e Informação e
Acompanhamento Energia e
Conservação da Recursos Costeira Agricultura Consciencialização
Indústria
Natureza Hídricos
Bombeiros
Voluntários da X X
Figueira da Foz
Cooperativa
Agrícola dos
X X
Lavradores do Vale
do Mondego
Direção Regional de
Agricultura e Pescas X X X X
do Centro
GNR – SEPNA X X X X
GNR – Unidade de
X X X X X
Controlo Costeiro
Polícia de
X X
Segurança Pública
Instituto de
Conservação da
X X X X
Natureza e das
Florestas (ICNF)
Juntas de Freguesia
(um representante X X X X X
por Junta)
ACIFF - Associação
Comercial e
X X
Industrial da Figueira
da Foz
Docapesca, Portos e
X X
Lotas, S.A.
Marefoz –
Universidade de X X X X X
Coimbra
Universidade de
X X X X X X
Aveiro
The Navigator
X X X
Company
Verallia Portugal X X
Celulose Beira
X X X X
Industrial S.A.
EDP – Central de
X X X
Lares
Quercus – Núcleo
Regional de X X X X X X
Coimbra
SOS Cabedelo X X X X
Associação de
Desenvolvimento + X X X X
surf

Conforme referido anteriormente as entidades que constituem o CLA serão novamente


consultadas tendo em vista a confirmação de que pretendem continuar a constituir este Conselho
Local de Acompanhamento, nas áreas de trabalho definidas, e ainda, sendo todo este processo
dinâmico, qualquer entidade que se verifique a pertinência de integrar o CLA, ou que tenha
interesse em integrar o CLA, poderá fazê-lo.

Este Conselho encontrar-se-á, assim, aberto a todos os cidadãos, empresas e entidades para
que possam contribuir para a implementação e monitorização de medidas e ações que
promovam e disseminem a cultura de ação climática à escala local.

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5. Impactes macroeconómicos e co-benefícios

A análise do presente capítulo teve como base o estudo divulgado recentemente, intitulado
“Alterações Climáticas: Riscos e Desafios Macro-Orçamentais” (maio, 2022), elaborado pelo
Conselho das Finanças Públicas.

No contexto da maior frequência e intensidade de fenómenos meteorológicos extremos, é


expectável que o impacto macroeconómico das alterações climáticas seja elevado, uma vez que
essas alterações afetam os diferentes setores de atividade económica, nomeadamente a
agricultura, o setor energético, o turismo, mas também a saúde e o comércio externo, provocando
perturbações na oferta e procura de bens e serviços. As alterações climáticas também trazem
consequências a outros níveis que ultrapassam a vertente económica, tal como a demografia, a
segurança, a saúde, a qualidade de vida, o bem-estar, bem como aspetos culturais.

Prevê-se que os fenómenos relacionados com as alterações climáticas tenham impactes


socioeconómicos e orçamentais significativos.

De acordo com o estudo, “As alterações climáticas terão efeitos macroeconómicos envoltos em
elevada incerteza e ainda de difícil modelação. Os diversos cenários de evolução
macroeconómica constituem uma ferramenta fundamental quer no apoio à formulação da política
climática do país, quer na mitigação do impacto económico da escolha de políticas. Os estudos
consultados concluem, em geral, que cumprir o Acordo de Paris sem adotar medidas de
mitigação e adaptação adequadas não é suficiente para limitar os efeitos macroeconómicos
adversos das mudanças climáticas num horizonte relativamente curto. (…) O papel
preponderante da dimensão climática na formulação das políticas económicas e orçamentais no
curto, médio e longo prazo torna impreterível a inclusão da dimensão climática nas projeções
macro-orçamentais nos documentos de programação orçamental” (Marujo E. [et al] (2022)).
Neste contexto, os fundos europeus com ou sem financiamento nacional (Plano de Recuperação
e Resiliência) adquirem uma importância fundamental no financiamento das respostas às
alterações climáticas.

De acordo com a Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE, 2021)


e outras instituições, o impacto das alterações climáticas sobre a economia pode ainda ser
classificado da seguinte forma:

 Riscos físicos – associados aos custos diretos do impacto ambiental sobre a economia,
particularmente a fenómenos meteorológicos extremos cada vez mais intensos e
frequentes (com possíveis repercussões no declínio do valor dos ativos financeiros e no
potencial aumento das obrigações). O estudo referido anteriormente identifica seis
riscos físicos prioritários que requerem atenção, ação imediata e investigação mais
profunda, particularmente por parte de países com extensas áreas costeiras e com
problemas de secas cada vez mais frequentes, nos quais Portugal se enquadra. Esses
seis riscos prioritários incluem:

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o riscos para as comunidades, empresas e infraestruturas que advêm de


inundações e alterações das zonas costeiras;
o riscos para a saúde, bem-estar e produtividade que advêm do aumento das
temperaturas;
o riscos de escassez no abastecimento público de água e de energia, para a
agricultura e indústria;
o riscos sobre o capital natural, incluindo o capital terrestre, costeiro, os
ecossistemas marinhos e de água doce, solos e biodiversidade;
o riscos para a produção doméstica e externa de bens alimentares e para as
cadeias globais de distribuição;
o riscos de novas pragas, doenças e de espécies invasoras não nativas.
 Riscos de transição – resultam do esforço de descarbonização das economias rumo à
neutralidade carbónica. Uma vez que a elevada concentração de GEE na atmosfera é
o principal responsável pelas alterações climáticas, e na ausência de métodos eficientes
de extração desses gases da atmosfera através da tecnologia disponível atualmente, o
objetivo de estabilização da concentração de GEE na atmosfera de modo a limitar o
futuro aumento da temperatura só poderá ser atingido através de zero emissões líquidas
desses gases.

O quadro seguinte apresenta um resumo dos impactos macroeconómicos associados aos riscos
climáticos.

Quadro 33 – Resumo dos impactos macroeconómicos associados aos riscos climáticos (adaptado de:
Marujo E. [et al] (2022))
Horizonte temporal
Tipo de Risco Impacto macroeconómico
dos impactos
Fenómenos
Choques inesperados sobre componentes da oferta e
meteorológicos Curto a médio prazo
Riscos procura
extremos
Físicos
Aquecimento Impacto sobre o crescimento económico potencial e
Médio a longo prazo
global gradual sobre a capacidade produtiva da economia
Choques sobre a procura e oferta e efeitos sobre o
Riscos de transição Curto a médio prazo
crescimento económico

A magnitude destes riscos e a relação entre eles dependerá não só da evolução das alterações
climáticas, mas também do curso de ação para as mitigar, incluindo o facto do processo de
transição para uma economia descarbonizada poder ocorrer de forma ordenada ou não. Uma
súbita e inesperada política de resposta às alterações climáticas pode reduzir os riscos físicos
no curto prazo, mas também precipitar um ajustamento desordenado para uma economia
descarbonizada que possibilita a materialização de vários riscos de transição. Inversamente,
evitar esse processo de adaptação poderá evitar a materialização dos riscos de transição no
curto prazo, mas o aumento contínuo nas emissões de GEE e o consequente aumento das
temperaturas globais podem levar à permanência dos riscos físicos. Esta última perspetiva
corresponde ao que muitos estudos designam por cenário “no action”, aquele em que as
autoridades decidem não implementar qualquer tipo de medida de resposta às alterações
climáticas e de descarbonização da economia, e que corresponde ao cenário mais catastrófico.

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6. Transição justa e sociedade resiliente


“À medida que deixamos para trás a pandemia, que preparamos as reformas
necessárias e aceleramos o ritmo da dupla transição ecológica e digital, considero
que chegou o momento de adaptar também o conjunto de regras sociais. Um
conjunto de regras que assegure a solidariedade entre gerações. Um conjunto de
regras que recompense os empresários que zelam pelos seus trabalhadores. Que
se centre no emprego e abra oportunidades. Que coloque as competências, a
inovação e a proteção social em pé de igualdade”.

Presidente Ursula von der Leyen (discurso ao Parlamento Europeu, 20 de janeiro


de 2021).

Em conformidade com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável e com o Pilar Europeu dos


Diretos Sociais, a equidade e a solidariedade são objetivos e princípios fundamentais do Pacto
Ecológico Europeu.

Para tirar partido do potencial social e de emprego da transição ecológica e garantir que ninguém
fique para trás, é essencial mobilizar todos os instrumentos e financiamentos disponíveis,
dialogar com as partes interessadas e as comunidades ao longo do processo de transição e
colocar em prática as políticas adequadas.

Ao promover a justiça social, a igualdade de oportunidades ou o diálogo social, sem esquecer as


questões da competitividade e da inovação, o Pilar Europeu dos Direitos Sociais estará a dar um
inestimável contributo para o desenvolvimento sustentável dos países e das regiões.

Ao apoiar a criação de emprego seguro e sustentável, defender o direito a salários justos que
garantam um nível de vida decente, dotar a população de novas competências e de acesso a
empregos de qualidade, bem como promover o acesso a cuidados e serviços de elevada
qualidade e a preços comportáveis (educação, saúde, cuidados continuados, habitação,
assistência, entre outros serviços essenciais), o Pilar Social contribui de forma direta e muito
relevante para a implementação efetiva de vários ODS, nomeadamente o ODS 1, 3, 4,5 8 e 10.

De facto, “a sustentabilidade competitiva está no cerne da economia social de mercado da


Europa, aspirando a um modelo de crescimento sustentável e inclusivo que resulte nas melhores
soluções para as pessoas e o planeta.” [COM (2021)].

O presente PMAC pretende fomentar “o correto planeamento e desenvolvimento de uma


sociedade e economia resiliente, competitiva e de baixo carbono”, tal como preconizado na
Estratégia Nacional de Adaptação às Alterações Climáticas 2020 (ENAAC 2020), indo assim ao
encontro dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável e do Pilar Europeu dos Direitos Sociais.

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7. Governação

A vertente da adaptação apresentada no presente PMAC foi assegurada pela equipa


responsável pela elaboração da EMAAC, no âmbito do Projeto “ClimAdaPT.Local”, sendo que a
vertente da mitigação foi assegurada por diferentes unidades orgânicas do Município da Figueira
da Foz.

O presente capítulo tem como principal objetivo clarificar as estruturas e processos de apoio à
implementação do PMAC e, em particular, definir o modelo de governação a seguir. De facto, a
definição de um modelo de governação adequado é fundamental para que a implementação do
PMAC decorra de um modo efetivo, eficaz e eficiente38.

O modelo de governação aplicável ao presente PMAC irá integrar três grupos de gestão:

1) Equipa de Coordenação

A implementação do PMAC é transversal ao Município, sendo que a coordenação do plano será


assegurada pela Divisão de Planeamento, do Departamento de Planeamento e Urbanismo, em
colaboração com diferentes unidades orgânicas do Município, nomeadamente: a Divisão de
Ambiente; Divisão de Estudos e Projetos; Divisão de Logística e Administração Interna; Divisão
de Ciência, Inovação e Desenvolvimento Económico; Serviço Municipal de Proteção Civil;
Gabinete de Tecnologias de Informação e Comunicação e Equipa Multidisciplinar de Transição
Energética.

A equipa de Coordenação deverá promover reuniões regulares com as restantes unidades


orgânicas, tendo como principais responsabilidades:

a) Promover a implementação, o acompanhamento e a dinamização das diferentes ações


e propostas do plano;
b) Procurar financiamentos aplicáveis às ações a implementar;
c) Assegurar recursos e ações de sensibilização, tendo em conta o princípio da
sustentabilidade ambiental, técnica e financeira;
d) Comunicar hierarquicamente o decorrer da sua implementação;
e) Assegurar a coordenação e monitorização com as restantes entidades participantes, do
grupo de acompanhamento.

2) Conselho Local de Acompanhamento

O Conselho Local de Acompanhamento, conforme referido anteriormente, permitirá o


acompanhamento do PMAC, promovendo uma permanente troca de informação, discussão da

38
Inclui o Ponto 3. “Estruturas coordenativas e organizacionais criadas ou atribuídas” e o Ponto 4. “Capacidade afetada
em termos de recursos humanos”, definido na estrutura do Modelo do PAESC, no “Guia para a apresentação dos
resultados do Pacto dos Autarcas para o Clima e Energia”

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metodologia e de colaboração técnica. O grupo de acompanhamento terá como principais


atribuições:

a) Análise dos resultados das ações, monitorização dos seus riscos e verificação dos
respetivos indicadores;
b) Análise dos riscos e desvios com as diferentes entidades, apresentando medidas de
correção em caso de necessidade.

3) Sociedade Civil

A participação da sociedade civil em todo processo de implementação do PMAC é de extrema


importância pois promove o processo de cocriação e participação colaborativa. Permite melhorar
e envolver outras entidades cuja participação será uma mais-valia no processo com o seu
conhecimento endógeno. Assim sendo, a sociedade civil terá como responsabilidades:

a) Identificar desafios locais relacionados com as Áreas Temáticas identificadas, as ações


e as necessidades do território;
b) Propor novas soluções para os desafios identificados;
c) Apresentar sugestões de melhoria nas ações a desenvolver do plano;
d) Promover e divulgar as ações com intuito de implementar comportamentos sustentáveis,
com vista à resiliência climática.

Figura 16 – Diagrama de Governação

Com o objetivo de encontrar as melhores soluções para futuros desafios urbanos que possam
contribuir para a descarbonização da economia, o Município da Figueira da Foz integrou, em
maio de 2023, na sua Estrutura Orgânica, uma “Equipa Multidisciplinar de Transição Energética”,
com as seguintes competências (Despacho n.º 5892/2023, de 24 de maio):

“a) Elaborar estudos sobre a gestão energética, designadamente, sobre a utilização sustentável
de energia de equipamentos municipais e outros edifícios, sob gestão municipal ou com
intervenção municipal;

b) Assegurar a gestão sustentável e garantir o desenvolvimento de novas soluções tecnológicas;

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c) Gerir a relação com os agentes internos e externos em matéria de inovação tecnológica e da


sustentabilidade energética;

d) Analisar a necessidade e desenvolver as soluções necessárias à permanente adequação das


instalações técnicas aos requisitos de funcionamento dos serviços;

e) Assegurar a realização de projetos de sustentabilidade e produção de energia através da


utilização de recursos e fontes energéticas renováveis”.

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8. Processo de articulação e participação pública

No que diz respeito à participação pública, não obstante o facto da EMAAC ter tido um processo
de envolvimento da comunidade civil e stakeholders muito dinâmico (conforme anteriormente
referido), importa salientar que desde dezembro de 2021, com a publicação da Lei de Bases do
Clima, passam a existir direitos e deveres em matéria climática que até então não existiam no
contexto legislativo nacional.
Neste contexto, a Lei de Bases do Clima reconhece a todos os cidadãos o “direito ao equilíbrio
climático” que consiste no “direito de defesa contra os impactos das alterações climáticas, bem
como no poder de exigir de entidades públicas e privadas o cumprimento dos deveres e das
obrigações a que se encontram vinculadas em matéria climática” e estabelece como “deveres
em matéria climática”, que todos têm o dever de “proteger, preservar, respeitar e assegurar a
salvaguarda do equilíbrio climático, contribuindo para mitigar as alterações climáticas”.
Reconhece o termo “cidadania climática”, como o dever de contribuir para a salvaguarda do
equilíbrio climático, cabendo ao Estado promovê-la nos planos político, técnico, cultural,
educativo, económico e jurídico.
Ao nível da participação pública, o diploma estabelece que os cidadãos têm o direito de participar
nos processos de elaboração e revisão dos instrumentos da política climática sendo que, para
além das consultas públicas, sob a forma tradicional de contributo escrito, o diploma reitera que
devem ser organizadas sessões de esclarecimento e debate entre os cidadãos e os
responsáveis pela decisão relativa à política climática, sendo que, para o efeito, deverá ser
disponibilizada informação, de forma clara, sistematizada e de consulta fácil, a todos os cidadãos
que pretendam a ela ter acesso.
Importa ainda referir que, de acordo com a Lei de Bases do Clima, o Governo irá disponibilizar
um portal de ação climática (público, gratuito e acessível através da Internet) que permitirá aos
cidadãos e à sociedade civil participar na ação climática e monitorizar informação sistemática e
nacional, cumprindo o princípio da transparência. Este portal irá conter informação sobre:
 as emissões de gases de efeito de estufa e os setores que mais contribuem para essas
emissões;
 o progresso das metas nacionais de mitigação;
 as fontes de financiamento disponíveis, a nível nacional, europeu e internacional, para
ações de mitigação e adaptação às alterações climáticas, para os setores público e
privado, e respetivo estado de execução;
 as metas e compromissos internacionais a que o Estado Português está vinculado;
 estudos e projetos de investigação e desenvolvimento elaborados no âmbito das
alterações climáticas; e
 projetos de cooperação internacional no âmbito das alterações climáticas.

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9. Fontes de Financiamento e Orçamento

O acesso a ferramentas de apoio a fontes de financiamento (quer da União Europeia, de fundos


nacionais, do orçamento municipal, entre outras) para a implementação das medidas e ações
preconizadas, é essencial para o sucesso da implementação do PMAC/PAESC.

Importa referir que existem Programas de Financiamento que apenas são elegíveis para
Municípios que tenham o PMAC/PAESC aprovado, pelo que acresce a importância deste
documento na criação de oportunidades para a submissão de candidaturas a financiamento, quer
a nível nacional, quer comunitário39.

As principais oportunidades de financiamento para as ações locais apresentam-se de seguida,


de forma resumida.

9.1. Fontes de Financiamento Europeias

9.1.1. Acordo de Parceria - PORTUGAL 2030

O Portugal 2030 materializa o Acordo de Parceria entre Portugal e a Comissão Europeia no


âmbito do novo Quadro Financeiro plurianual 2021-2027 (o qual fixa os grandes objetivos
estratégicos, entre os quais uma Europa mais verde), para aplicar 23 mil milhões de euros dos
fundos europeus, em projetos que estimulem e desenvolvam a economia portuguesa, entre 2021
e 2027. O Portugal 2030 será implementado através de 4 programas temáticos nacionais, 7
programas regionais, 1 programa de assistência técnica e 10 programas de cooperação territorial
(INTERREG), suportados por 5 Fundos Europeus Estruturais e de Investimento (FEEI) – Fundo
Europeu de Desenvolvimento Regional (FEDER), Fundo Social Europeu (FSE), Fundo de
Coesão, Fundo Europeu dos Assuntos Marítimos, das Pescas e da Aquicultura (FEAMPA), e
Fundo de Transição Justa. Destes Fundos, destaca-se o Fundo de Transição Justa, que visa
apoiar investimentos em pequenas e médias empresas, apoiar a criação de novas empresas, a
investigação e a inovação, a reabilitação ambiental, as energias limpas, a melhoria das
competências e a requalificação dos trabalhadores, bem como a assistência na procura de
emprego e programas de inclusão ativa de candidatos a emprego, e na transformação das atuais
unidades com utilização intensiva de carbono nos territórios em causa. O Fundo para uma
Transição Justa visa prestar apoio aos territórios que enfrentam graves desafios
socioeconómicos decorrentes da transição para a neutralidade climática e facilitará a
implementação do Pacto Ecológico Europeu, que visa a neutralidade carbónica da UE até 2050.

39
Inclui o Ponto 6. “Orçamento geral para a implementação e fontes de financiamento”, definido na estrutura do Modelo
do PAESC, no “Guia para a apresentação dos resultados do Pacto dos Autarcas para o Clima e Energia”

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9.1.1.1. Programa Temático Nacional para a Ação Climática e


Sustentabilidade (PACS)

Este Programa visa responder aos desafios decorrentes da sustentabilidade e da transição


climática, com enfoque na descarbonização de certos setores da economia, a par da promoção
da mobilidade urbana e do fomento do investimento nos transportes. Este programa temático
visa ainda dar resposta à agenda temática da Estratégia Portugal 2030 relativa à "transição
climática e sustentabilidade dos recursos". Este Programa constitui um forte contributo para o
cumprimento do objetivo nacional de alcançar a neutralidade carbónica em 2050.

9.1.1.2. Programa Operacional Regional do Centro (CENTRO 2030)

O Programa Operacional Regional do Centro destina-se a promover a competitividade da


economia, a sustentabilidade ambiental e a valorização do território e das pessoas na região e
concentra o valor mais elevado de Fundos para a região Centro. Destina-se ao financiamento de
ações materiais (infraestruturas, construções diversas, aquisições, estudos, projetos,
consultadorias, entre outros), de acordo com os Objetivos Específicos, Tipologias de Ação,
Tipologias de Intervenção e Tipologias de Operação definidos para o Programa.

9.1.1.3. Programas de Cooperação Territorial (INTERRREG)

A cooperação territorial europeia é o objetivo da política de coesão que visa reforçar a


cooperação entre regiões e países da UE, dar resposta aos problemas transfronteiriços e
desenvolver conjuntamente o potencial dos diferentes territórios. Para o período de programação
2014-2020, e pela primeira vez na história da política de coesão europeia, foi adotado um
regulamento específico que rege as ações da cooperação territorial europeia apoiadas pelo
Fundo Europeu de Desenvolvimento Regional. Esta prática mantém-se no período 2021-2027.

O INTERREG desempenha um papel vital na promoção do desenvolvimento regional, na coesão


e na redução das disparidades económicas sendo que, para o período 2021-2027, o INTERREG
está focado em enfrentar os desafios atuais, como as mudanças climáticas, a transformação
digital e a inclusão social. Este Programa inclui projetos a desenvolver em rede, no âmbito de
parcerias europeias, tendo maioritariamente como objetivo o financiamento de ações imateriais,
com base na transferência e partilha de conhecimentos.

9.1.1.3.1. INTERREG A – Programa de Cooperação Transfronteiriça (INTERRREG


Espanha-Portugal – POCTEP)

9.1.1.3.2. INTERREG B – Programa de Cooperação Transnacional (Espaço Atlântico,


Bacia do Mar Mediterrâneo, Sudoeste Europeu e Euro Mediterrâneo)

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9.1.1.3.3. INTERREG C – Programa de Cooperação Interregional (INTERREG


Europe, INTERACT, ESPON – Observatório em Rede do Ordenamento do Território Europeu,
MAC – Madeira/Açores/Canárias e URBACT IV. Destes programas destaca-se o URBACT, que
tem como objetivo principal apoiar os municípios na conceção de estratégias para o
desenvolvimento urbano sustentável, baseando-se para tal num método de cocriação e de troca
de experiências e partilha de conhecimento entre municípios, que colaboram integrados em
redes temáticas. Este programa, que é um instrumento da Política de Coesão, visa ainda
capacitar os agentes urbanos e contribuir para a conceção e implementação de políticas
participativas e integradas, envolvendo diferentes níveis governativos e diversos setores.

9.1.2. PRR – Plano de Recuperação e Resiliência

O Plano de Recuperação e Resiliência é um programa de aplicação nacional com fontes de


financiamento europeias, seja através de subvenções ou de empréstimos do Banco de Fomento.
Este Programa visa a implementação de um conjunto de reformas e investimentos estruturais
assente em três dimensões: resiliência, transição climática e transição digital, com o objetivo de
aumentar a competitividade da economia e a sua resiliência perante futuros choques externos,
sendo que cada dimensão é composta por várias componentes temáticas. Destas componentes
destacam-se as seguintes:
9.1.2.1. Componente C8 – Florestas (pretende desenvolver uma resposta
estrutural na prevenção e combate de incêndios rurais com impacto ao nível da resiliência,
sustentabilidade e coesão territorial);
9.1.2.2. Componente C10 – Mar (pretende desenvolver uma economia do mar
mais competitiva, mais empregadora, mais coesa, mais inclusiva, mais digital e mais
sustentável);
9.1.2.3. Componente C11 – Descarbonização da Indústria (pretende a
descarbonização do setor industrial e mudança de paradigma na utilização dos recursos, para
acelerar a transição para a neutralidade carbónica);
9.1.2.4. Componente C12 – Bioeconomia Sustentável (pretende acelerar a
produção de alto valor acrescentado a partir de recursos biológicos, promover a transição
climática e o uso sustentável e eficiente de recursos);
9.1.2.5. Componente C13 – Eficiência Energética em edifícios (pretende a
reabilitação e eficiência energética, transição energética e climática, criação de emprego e
resiliência nacional e social);
9.1.2.6. Componente C14 – Hidrogénio e Renováveis (pretende promover a
transição energética através do apoio às energias renováveis, com enfoque na produção de
hidrogénio e de outros gases de origem renovável);
9.1.2.7. Componente C15 – Mobilidade Sustentável (pretende assegurar o
desenvolvimento de projetos com forte contributo para a melhoria dos sistemas de transporte
coletivo).

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9.1.3. PROGRAMAS EUROPEUS 2021-2027, não integrados no Acordo de


Parceria

9.1.3.1. Programa HORIZONTE EUROPA

O Horizonte Europa é a principal iniciativa da UE no domínio da investigação e da inovação e


tem como objetivo reforçar a base científica e tecnológica da UE, nomeadamente mediante o
desenvolvimento de soluções que materializem prioridades políticas, como as transições
ecológica e digital. O programa contribui para a realização dos Objetivos de Desenvolvimento
Sustentável e estimula a competitividade e o crescimento.

Este Programa financia os investigadores e inovadores, apoiando a excelência científica e


dotando os cientistas dos melhores recursos a nível mundial, no âmbito do desenvolvimento de
projetos em parceria. Não se destina a financiar obras ou infraestruturas, podendo, mediante o
definido em cada Aviso, financiar equipamentos informáticos e de investigação, no âmbito dos
projetos aprovados.

9.1.3.2. Programa para o Ambiente e Ação Climática - LIFE

O Programa LIFE 2021-2027, instrumento financeiro para o ambiente e a ação climática, tem por
objetivo contribuir para a transição para uma economia limpa, circular, energeticamente eficiente,
hipocarbónica e resistente às alterações climáticas, através da transição para as energias limpas,
da proteção e da melhoria da qualidade do ambiente, com vista a suster e inverter a perda de
biodiversidade, contribuindo para o desenvolvimento sustentável

Este Programa tem como ações elegíveis: Projetos estratégicos, Projetos de ação, Projetos de
assistência técnica e Ações de apoio ao reforço de capacidades, de acordo com o estipulado em
cada Aviso.

9.1.3.3. Programa INICIATIVA URBANA EUROPEIA

Destina-se a apoiar soluções inovadoras, no âmbito do desenvolvimento urbano sustentável, que


possam ser transferíveis e replicáveis em toda a UE, fortalecendo a capacitação das cidades,
através da construção de conhecimento e transferibilidade de experiências.
São elegíveis os projetos piloto estratégicos e demonstrativos. Este programa destina-se
maioritariamente a suportar custos administrativos, recursos humanos, viagens e alojamentos,
bem como prestações de serviços. As despesas com infraestruturas e trabalhos de construção
só serão financiadas se forem consideradas imprescindíveis para a demonstração dos resultados
do projeto piloto correspondente. Os projetos são desenvolvidos no âmbito de parcerias.

Importa ainda sobre esta matéria referir que alguns dos Programas referenciados anteriormente,
tais como o INTERREG, o HORIZONTE EUROPA, o Programa LIFE e a INICIATIVA URBANA
EUROPEIA, não se destinam ao financiamento de infraestruturas e trabalhos de construção, mas

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sim à transferência de conhecimentos, através do financiamento de custos administrativos com


recursos humanos, viagens, alojamentos e prestações de serviços, sendo obrigatório que se
desenvolvam em parceria com outros parceiros europeus/internacionais. Habitualmente, o
financiamento de ações materiais nestes programas corresponde a um valor residual, e incide
apenas nas ações que forem consideradas imprescindíveis para a demonstração dos resultados
do projeto em causa.

9.2. Fontes de Financiamento Nacionais

9.2.1. Fundo Ambiental

O Fundo Ambiental pretende apoiar financeiramente políticas ambientais com vista à


prossecução dos Objetivos de Desenvolvimento Sustentável e dos compromissos nacionais e
internacionais assumidos, relativos às alterações climáticas, aos recursos hídricos, aos resíduos
e à conservação da natureza e biodiversidade. Este Fundo financia entidades, atividades ou
projetos que contribuem para a mitigação e adaptação às alterações climáticas; para o sequestro
de carbono e fomento da participação de entidades nos mercados de carbono; para o uso
eficiente da água e proteção dos recursos hídricos; ações que visam o cumprimento dos objetivos
e metas nacionais e comunitárias no que concerne à gestão de resíduos urbanos e à transição
para uma economia circular ou ainda ações para a capacitação, sensibilização e investigação
em matéria ambiental. Assim, o Fundo Ambiental é o principal instrumento de financiamento da
política do ambiente e da ação climática em Portugal.

9.2.2. Orçamento de Estado

O Orçamento de Estado, sendo da iniciativa exclusiva do Governo, é o instrumento de gestão


que contém uma previsão discriminada das receitas e despesas do Estado e que proporciona a
execução de projetos ao nível do território municipal.

9.2.3. Orçamento Municipal

No Município da Figueira da Foz, prevê-se que o Orçamento Municipal seja direcionado para um
conjunto de projetos que contemplem as seguintes características:

 Financiamento de projetos não financiados a 100%;


 Financiamento de projetos com despesas não elegíveis em programas de financiamento;
 Projetos de pequena dimensão e/ou de curta duração;
 Alavancagem de projetos em fase inicial de desenvolvimento.

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9.3. Outras Fontes de Apoio e Financiamento

9.3.1. Fundo Europeu para a Eficiência Energética

O Fundo Europeu para a Eficiência Energética é uma parceria público-privada inovadora


dedicada à mitigação das alterações climáticas através de medidas de eficiência energética e da
utilização de energias renováveis nos Estados-Membros da UE. Centra-se no financiamento de
projetos de eficiência energética, energias renováveis de pequena escala e transportes urbanos
limpos (a taxas de mercado) dirigidos às autoridades municipais, locais e regionais e às
entidades públicas e privadas que atuam em nome dessas autoridades.

9.3.2. EEA Grants

Os EEA Grants são um Mecanismo Financeiro plurianual através do qual a Islândia, o


Liechtenstein e a Noruega apoiam financeiramente os Estados Membro da União Europeia com
maiores desvios da média europeia do produto interno bruto per capita, onde se inclui Portugal.

9.3.3. Plataforma Europeia de Aconselhamento ao Investimento

Lançada em setembro de 2015 como parte do Plano de Investimento para a Europa, a Plataforma
Europeia de Aconselhamento ao Investimento (PEAI) é um instrumento que permite reforçar o
ambiente de investimento da Europa e melhorar a qualidade dos projetos de investimento. A
PEAI foi concebida para funcionar como um ponto de entrada único para uma oferta abrangente
de serviços de aconselhamento e assistência técnica. A Plataforma visa melhorar a qualidade
dos projetos de investimento, oferecendo apoio consultivo personalizado aos promotores de
projetos europeus. Baseia-se nos conhecimentos especializados da Comissão Europeia, do
Grupo do Banco Europeu de Investimento, dos bancos e instituições de fomento nacionais e das
autoridades de gestão dos Estados-Membros da UE.

9.4. Orçamento do PMAC


Anualmente serão analisadas as ações definidas no PMAC de forma a verificar o nível de
maturidade para efeitos de integração no Orçamento Municipal e Grandes Opções do Plano, em
articulação com as respetivas unidades orgânicas. Tendo em consideração o carácter
transversal, tanto das ações de mitigação, como das ações de adaptação definidas no Capítulo
3.6 do presente PMAC, que implicam a integração de várias componentes operacionais alocadas
a diferentes unidades orgânicas do Município, a quantificação de despesas de funcionamento e
investimento na adaptação e mitigação exige uma avaliação objetiva e exigente que se encontra
atualmente em curso, pelo que ainda não está disponível para apresentação no presente Plano.
Não obstante o referido, importa salientar o caráter dinâmico que se pretende que seja o cerne
do presente PMAC, pelo que se prevê que as ações identificadas sejam permanentemente
atualizadas com mais informação, nomeadamente a nível técnico e financeiro.

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10. Considerações finais

Com o presente Plano, o Município da Figueira da Foz pretende operacionalizar a sua Estratégia
Municipal da Adaptação às Alterações Climáticas, dando assim continuidade à política de
sustentabilidade que tem vindo a ser desenvolvida.

Com vista à descarbonização da economia e de forma a atingir os objetivos definidos a nível


europeu, nacional e municipal, em matéria de ação climática, é fundamental o envolvimento de
todos os setores de atividade, nomeadamente, indústria, energia, setor dos transportes e
mobilidade, setor residencial e serviços, resíduos e águas residuais, agricultura e florestas. É
ainda necessário atuar de forma transversal na promoção da fiscalidade verde, no
desenvolvimento de uma economia mais circular e na sustentabilidade do território e das cidades.

O Município da Figueira da Foz pretende, com o presente Plano, concretizar um conjunto de


ações de adaptação e mitigação às alterações climáticas, ajustadas à realidade do território, que
permitam uma maior resiliência, mas que também promovam a melhoria da qualidade de vida
dos cidadãos, com desenvolvimento económico, acompanhado de uma sociedade mais justa e
inclusiva.

É um facto que a Administração Local tem um papel decisivo no combate às alterações


climáticas, quer na mitigação, com a redução das emissões de gases com efeito estufa, quer na
adaptação, com a preparação do território face à possibilidade de ocorrência de eventos
extremos, como sejam erosão costeira, cheias, inundações, as ondas de calor e incêndios
florestais.

A resposta às alterações climáticas implicará transformações profundas nos sistemas sociais e


económicos, envolvendo investimentos significativos tanto por parte dos orçamentos públicos,
como por parte do sector privado.

Neste contexto, o desafio para os próximos anos passa, inevitavelmente, por garantir que as
autoridades nacionais, o setor privado e a sociedade civil implementam os compromissos de
redução de emissões de gases com efeito de estufa assumidos, aumentando, em simultâneo, a
percentagem de energias renováveis a eficiência energética e a capacidade de interligação,
aumentando gradualmente o nível de ambição existente no cumprimento do Acordo de Paris.

Os constantes alertas da comunidade científica, o aumento da visibilidade dos impactos das


alterações climáticas na Europa e a recente recuperação de uma Pandemia tornam o momento
atual decisivo para aplicar medidas de adaptação às alterações climáticas e cimentar o legado
das gerações atuais, de modo a proteger as gerações futuras.

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Vencedor do concurso “Alterações Climáticas” (2022) - Categoria “Desenho/Pintura” - 2.º Ciclo


[Autores: Glória, Urbíria, Sara e Diogo – Escola EB 2/3 Pintor Mário Augusto)]

Vencedor do concurso “Alterações Climáticas” (2022) - Categoria “Desenho/Pintura” - 2.º Ciclo


[Autores: Joana Lopes (8.º D) - Escola Secundária Bernardino Machado]

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11. Referências Bibliográficas

- AGÊNCIA PORTUGUESA DO AMBIENTE (2018). “Beach nourishment practice along the


Portuguese coastline: Framework and review (1950-2017)”. Technical Report.

- AGÊNCIA PORTUGUESA DO AMBIENTE (2018). “Títulos de Emissão de Gases com Efeito


de Estufa (TEGEE)”. Data da última atualização: 30/05/2023.

- AGÊNCIA PORTUGUESA DO AMBIENTE (2021). “Emissões de Poluentes Atmosféricos por


Concelho – 2015, 2017 e 2019”.

- AFONSO, Vítor (2021). “Microflorestas urbanas no combate às alterações climáticas”.


Descendências Magazine.

- AGÊNCIA PORTUGUESA DO AMBIENTE (2022). “Memorando sobre emissões de GEE”.

- AGÊNCIA PORTUGUESA DO AMBIENTE (2022). “National Inventory Report 2022 - Portugal”.

- AGÊNCIA PORTUGUESA DO AMBIENTE (2022). “Orientações para os Planos Regionais de


Ação Climática”. V1.0.

- CÂMARA MUNICIPAL DA FIGUEIRA DA FOZ (2022). “Relatório do Estado do Ordenamento


do Território”.

- CÂMARA MUNICIPAL DA FIGUEIRA DA FOZ (2016). “Estratégia Municipal de Adaptação Às


Alterações Climáticas”. Projeto ClimAdaPT.Local. Programa EEA Grants.

- COM (2021) - COMUNICAÇÃO DA COMISSÃO AO PARLAMENTO EUROPEU, AO


CONSELHO, AO COMITÉ ECONÓMICO E SOCIAL EUROPEU E AO COMITÉ DAS REGIÕES
“Criar uma Europa resiliente às alterações climáticas - a nova Estratégia da UE para a Adaptação
às Alterações Climática”. Bruxelas.

- COM (2021) - COMUNICAÇÃO DA COMISSÃO AO PARLAMENTO EUROPEU, AO


CONSELHO, AO COMITÉ ECONÓMICO E SOCIAL EUROPEU E AO COMITÉ DAS REGIÕES.
“Plano de Ação sobre o Pilar Europeu dos Direitos Sociais”.

- COMISSÃO DE COORDENAÇÃO E DESENVOLVIMENTO REGIONAL DO CENTRO (2022).


“Projeções demográficas 2030 – Município da Figueira da Foz”.

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- COMUNIDADE INTERMUNICIPAL DA REGIÃO DE COIMBRA (2017). “Plano Intermunicipal


de Adaptação às Alterações climáticas da CIM Região de Coimbra”.

- COMUNIDADE INTERMUNICIPAL DA REGIÃO DE COIMBRA (2018). “Plano de Ação de


Mobilidade Urbana Sustentável (PAMUS) na Comunidade Intermunicipal Região de Coimbra”.

- COMUNIDADE INTERMUNICIPAL DA REGIÃO DE COIMBRA (2022). “Plano de Ação para a


Sustentabilidade Energética da Região de Coimbra”.

- COMUNIDADE INTERMUNICIPAL DA REGIÃO DE COIMBRA (2022). “Plano de Contingência


para Situação de Seca no território da CIM Região de Coimbra”. Versão 1.

- COMUNIDADE INTERMUNICIPAL DA REGIÃO DE COIMBRA (2020). “Rota Eurovelo 1 – Rota


da Costa do Atlântico na Comunidade Intermunicipal da Região de Coimbra”. Projeto de
Execução.

- CONVENANT OF MAYORS FOR CLIMATE ENERGY (2018). “Guidebook 'How to develop a


Sustainable Energy and Climate Action Plan (SECAP) - Part 1 - The SECAP process, step-by-
step towards low carbon and climate resilient cities by 2030”.

- CONVENANT OF MAYORS FOR CLIMATE ENERGY (2018). “Guidebook 'How to develop a


Sustainable Energy and Climate Action Plan (SECAP) - Part 2 – Baseline Emission Inventory
(BEI) and Risk and Vulnerability Assessment (RVA)”.

- CONVENANT OF MAYORS FOR CLIMATE ENERGY (2022). “Reporting Guidelines on Energy


Poverty”.

- DIREÇÃO GERAL DO TERRITÓRIO (2015). “CIDADES Sustentáveis 2020”. ISBN: 978-989-


8785-03-9.

- ENTIDADE REGULADORA DOS SERVIÇOS ENERGÉTICOS (2020). “Relatório sobre Análise


do mercado de gases de petróleo liquefeito embalado: 2018-2020”.

- EUROPEAN COMMITTEE OF THE REGIONS. “GFGL Campaign: Handbook”.

- EUROVÉRTICE (2019). “Guia para a elaboração de Planos de Ação para Energia”.

- GAIO, Susana Sofia Marques (2016). “Produção de água potável por dessalinização:
tecnologias, mercado e análise de viabilidade económica”. Mestrado Integrado em Engenharia
da Energia e do Ambiente

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-GREENHOUSE GAS PROTOCOL. “Global Protocol for Community-Scale Greenhouse Gas


Inventories - An Accounting and Reporting Standard for Cities Version 1.1”.

- HENRI, Lefebvre (2020). “O espaço, a cidade e o “direto à cidade””.

- Lei de Bases do Clima, Lei n.º 98/2021, de 31 de dezembro.

-MARUJO, Érica; GONÇALVES, Nuno; DIAS, Rui (2022). “Alterações Climáticas: Riscos e
desafios Macro-Orçamentais”. Conselho das Finanças Públicas. Publicação Ocasional n.º
03/2022.

- MONTEIRO, Ana Catarina Cavaco (2018). “Aplicação de painéis solares em edifícios públicos
para autoconsumo fotovoltaico”. Trabalho Final de Mestrado. Instituto Superior de Engenharia
de Lisboa.

- OBR (2021). “Fiscal risks report, July 2021.” Office for Budget Responsibility.

- PACTO DOS AUTARCAS PARA O CLIMA E ENERGIA (2016) - Comissão Europeia. “Guia
para a apresentação dos resultados do Pacto de Autarcas para o Clima e Energia”.

- Plano Nacional Energia e Clima 2030 (PNEC 2030), Resolução do Conselho de Ministros n.º
53/2020, de 10 de julho.

- PROGRAMA DAS NAÇÕES UNIDAS PARA O DESENVOLVIMENTO – PNUD (2021).


“Relatório de desenvolvimento Humano 2020 – A Próxima Fronteira: O desenvolvimento humano
e o Antopoceno”. ISBN 978-92-2-005521-5

- REVISTA DE ENGENHARIA E TECNOLOGIA (2015). “Aplicações do sistema de previsão e


alerta do risco de galgamentos em zonas costeiras e portuárias: Costa da Caparica e Praia da
Vitória”. Volume 7 N.º 2. ISSN 2176-7270.

- Roteiro para a Neutralidade Carbónica 2050 (RNC2050), Resolução do Conselho de Ministros


n.º 107/2019, de 1 de julho.

-SCIENCE BASED TARGETS NETWORK – Global Commons Alliance (2020). “Metas Baseadas
na Ciência: Um Guia para as Cidades”.

- THE INTERNATIONAL INSTITUTE FOR INDUSTRIAL ENVIRONMENTAL ECONOMICS –


Lund University (2020). “From Strategy to Action - Kickstarting Climate Change Adaptation Action
in Figueira da Foz”. Suécia.

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Sítios (Internet):

https://commission.europa.eu – site oficial da União Europeia


https://op.europa.eu/webpub/empl/european-pillar-of-social-rights/pt/index.html – site da
Comissão Europeia: Plano de Ação sobre o Pilar Europeu dos Direitos Sociais
https://unric.org/pt/objetivos-de-desenvolvimento-sustentavel/ – site da Organização para a
Cooperação e Desenvolvimento Económico
www.apambiente.pt – site oficial da Agência Portuguesa do Ambiente
www.ccdrc.pt – site oficial da Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro
www.cm-figfoz.pt – site oficial do Município da Figueira da Foz
www.coopernico.org/ – site oficial da Coopérnico - Cooperativa de Energias Renováveis
www.dgadr.gov.pt – site da Direção-Geral de Agricultura e Desenvolvimento Rural
www.eea.europa.eu/pt – site da Agência Europeia do Ambiente
www.epa.gov/ghgemissions/overview-greenhouse-gases#CH4-reference – site da Agência de
Proteção Ambiental dos Estados Unidos da América
www.dgterritorio.gov.pt/ – site da Direção-Geral do Território
www.icnf.pt – site do Instituto de Conservação da Natureza e Florestas
www.ine.pt – site do Instituto Nacional de Estatística
www.ipcc.ch/ – site do Painel Intergovernamental sobre as alterações climáticas
www.oecd.org/ – site oficial da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico
www.pordata.pt/ – site do PORDATA – estatísticas sobre Portugal e Europa

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12. Anexos

Anexo 1 – Projeções demográficas para o País, Região Centro e Município da Figueira da Foz
(CCDRC)

Anexo 2 - Inventário de Referência de Emissões (IRE) de Gases com Efeito de Estufa (2008)

Anexo 3 – Meta Baseada na Ciência (OPCC)

Anexo 4 - Reformulação das opções estratégicas definidas na EMAAC

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Anexo 1 – Projeções demográficas para o País, Região Centro e Município da Figueira da Foz
(CCDRC)

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2022

Projeções
demográficas 2030
MUNICÍPIO DA FIGUEIRA DA FOZ
FEVEREIRO DE 2022
Enquadramento
Importa conhecer as dinâmicas populacionais das últimas décadas, essenciais para se
compreender os fatores e condições de competitividade de cada um dos territórios. No entanto,
não interessa apenas compreender o passado, sendo determinante conhecer os quantitativos e
as características futuras de uma população, base para a definição de cenários para as diversas
atividades públicas e privadas. É tendo em atenção este pano de fundo que o conhecimento da
dinâmica demográfica se afigura como essencial para que se possa, com antecedência e
ponderação, refletir sobre as principais tendências que se prefiguram, ordenando o espaço da
forma mais adequada e no quadro de uma racionalidade que se pretende dinâmica, gerindo
mais eficazmente recursos que, como bens escassos que são, exigem ponderação nas decisões
a tomar.

Cenários das projeções demográficas


Foram feitas projeções de população até 2030 por Município, por Sexo e por Grupos Etários
quinquenais, de acordo com três cenários:
i. Cenário de População Fechada – projeções da população com base nos Nascimentos e
Óbitos (Saldos Migratórios nulos)
ii. Cenário 1 – existência de Saldos Migratórios positivos (moderado)
iii. Cenário 2 – existência de Saldos Migratórios positivos (otimista)

No Cenário de População Fechada, o conjunto dos municípios da Região Centro perde população
nesta década, fenómeno particularmente gravoso nos municípios mais rurais e do interior.

No Cenário 1 e particularmente no Cenário 2, os resultados são menos desfavoráveis em termos


populacionais, mas tal implica a definição de estratégias que os permitam concretizar.

1
País, Continente e NUTs2
Projeções Demográficas até 2030 por Sexo e Grupo Etário alargado

População fechada Cenário 1 Cenário 2


H_20 M_20 HM_20 H_30 M_30 HM_30 VarHM H_20 M_20 HM_20 H_30 M_30 HM_30 Mig VarHM H_20 M_20 HM_20 H_30 M_30 HM_30 Mig VarHM
País 4 886 129 5 391 875 10 278 004 4 731 275 5 212 055 9 943 330 -3% 4 886 129 5 391 875 10 278 004 4 835 428 5 391 976 10 227 404 148 189 -0,5% 4 886 129 5 391 875 10 278 004 4 883 419 5 446 147 10 329 566 198 421 0,5%
0-19 948 513 901 527 1 850 041 869 167 821 199 1 690 366 -9% 948 513 901 527 1 850 041 893 674 844 985 1 738 659 37 080 -6% 948 513 901 527 1 850 041 902 623 853 403 1 756 026 50 953 -5%
20-64 2 880 134 3 081 109 5 961 242 2 624 655 2 744 743 5 369 398 -10% 2 880 134 3 081 109 5 961 242 2 671 422 2 851 376 5 522 798 50 255 -7% 2 880 134 3 081 109 5 961 242 2 697 656 2 880 309 5 577 966 83 585 -6%
65+ 1 057 482 1 409 239 2 466 721 1 237 453 1 646 113 2 883 566 17% 1 057 482 1 409 239 2 466 721 1 270 332 1 695 615 2 965 947 60 854 20% 1 057 482 1 409 239 2 466 721 1 283 140 1 712 434 2 995 574 63 883 21%
Continente 4 687 972 5 169 603 9 857 575 4 540 417 5 005 386 9 545 803 -3% 4 687 972 5 169 603 9 857 575 4 635 695 5 179 326 9 815 021 140 501 -0,4% 4 687 972 5 169 603 9 857 575 4 683 790 5 230 403 9 914 193 189 208 0,6%
0-19 910 317 865 223 1 775 540 812 492 767 652 1 580 144 -11% 910 317 865 223 1 775 540 838 214 792 547 1 630 761 35 156 -8% 910 317 865 223 1 775 540 852 482 805 996 1 658 478 48 587 -7%
20-64 2 776 652 2 970 406 5 747 058 2 535 463 2 651 470 5 186 933 -10% 2 776 652 2 970 406 5 747 058 2 550 410 2 722 213 5 272 623 47 648 -8% 2 776 652 2 970 406 5 747 058 2 580 873 2 755 619 5 336 492 79 704 -7%
65+ 1 001 003 1 333 974 2 334 977 1 192 462 1 586 264 2 778 726 19% 1 001 003 1 333 974 2 334 977 1 247 071 1 664 566 2 911 637 57 697 25% 1 001 003 1 333 974 2 334 977 1 250 435 1 668 788 2 919 223 60 917 25%
Região Norte 1 708 078 1 879 005 3 587 083 1 659 360 1 827 579 3 486 939 -3% 1 708 078 1 879 005 3 587 083 1 696 382 1 898 569 3 594 951 56 551 0,2% 1 708 078 1 879 005 3 587 083 1 712 410 1 915 577 3 627 987 72 918 1,1%
0-19 321 570 306 718 628 288 274 176 259 038 533 214 -15% 321 570 306 718 628 288 283 174 267 756 550 930 13 210 -12% 321 570 306 718 628 288 287 581 271 933 559 514 17 490 -11%
20-64 1 036 767 1 111 628 2 148 395 936 373 984 225 1 920 598 -11% 1 036 767 1 111 628 2 148 395 942 985 1 015 768 1 958 753 21 105 -9% 1 036 767 1 111 628 2 148 395 953 529 1 027 269 1 980 798 32 170 -8%
65+ 349 741 460 659 810 400 448 811 584 316 1 033 127 27% 349 741 460 659 810 400 470 223 615 045 1 085 268 22 236 34% 349 741 460 659 810 400 471 300 616 375 1 087 675 23 258 34%
Região Centro 1 060 765 1 166 767 2 227 532 1 000 573 1 100 420 2 100 993 -6% 1 060 765 1 166 767 2 227 532 1 024 907 1 146 482 2 171 389 35 738 -3% 1 060 765 1 166 767 2 227 532 1 034 302 1 156 462 2 190 764 45 146 -2%
0-19 191 411 181 137 372 548 166 139 157 092 323 231 -13% 191 411 181 137 372 548 171 504 162 276 333 780 8 064 -10% 191 411 181 137 372 548 174 174 164 786 338 960 10 529 -9%
20-64 609 265 643 467 1 252 732 546 780 564 741 1 111 521 -11% 609 265 643 467 1 252 732 549 501 583 623 1 133 124 11 474 -10% 609 265 643 467 1 252 732 555 385 589 984 1 145 369 17 536 -9%
65+ 260 089 342 163 602 252 287 654 378 587 666 241 11% 260 089 342 163 602 252 303 902 400 583 704 485 16 200 17% 260 089 342 163 602 252 304 743 401 692 706 435 17 081 17%
AM Lisboa 1 350 796 1 519 991 2 870 787 1 343 475 1 503 583 2 847 058 -1% 1 350 796 1 519 991 2 870 787 1 368 212 1 541 692 2 909 904 34 060 1,4% 1 350 796 1 519 991 2 870 787 1 385 556 1 560 306 2 945 862 51 707 3%
0-19 290 331 276 492 566 823 275 752 260 164 535 916 -5% 290 331 276 492 566 823 284 904 269 025 553 929 10 246 -2% 290 331 276 492 566 823 290 496 274 297 564 793 15 457 -0,4%
20-64 802 227 880 931 1 683 158 757 215 805 856 1 563 071 -7% 802 227 880 931 1 683 158 763 186 819 126 1 582 312 11 629 -6% 802 227 880 931 1 683 158 773 893 831 176 1 605 069 23 109 -5%
65+ 258 238 362 568 620 806 310 508 437 563 748 071 20% 258 238 362 568 620 806 320 122 453 541 773 663 12 185 25% 258 238 362 568 620 806 321 167 454 833 776 000 13 141 25%
Alentejo 341 493 363 211 704 704 318 852 338 541 657 393 -7% 341 493 363 211 704 704 326 263 352 061 678 324 10 849 -4% 341 493 363 211 704 704 329 173 355 040 684 213 13 699 -3%
0-19 62 718 59 224 121 942 55 610 52 938 108 548 -11% 62 718 59 224 121 942 57 024 54 305 111 329 2 428 -9% 62 718 59 224 121 942 57 877 55 098 112 975 3 187 -7%
20-64 196 776 195 453 392 229 175 335 172 084 347 419 -11% 196 776 195 453 392 229 176 103 177 415 353 518 3 271 -10% 196 776 195 453 392 229 177 931 179 295 357 226 5 158 -9%
65+ 81 999 108 534 190 533 87 907 113 519 201 426 6% 81 999 108 534 190 533 93 136 120 341 213 477 5 150 12% 81 999 108 534 190 533 93 365 120 647 214 012 5 354 12%
Algarve 226 840 240 629 467 469 218 157 235 263 453 420 -3% 226 840 240 629 467 469 219 931 240 522 460 453 3 303 -2% 226 840 240 629 467 469 222 349 243 018 465 367 5 738 -0,4%
0-19 44 287 41 652 85 939 40 815 38 420 79 235 -8% 44 287 41 652 85 939 41 608 39 185 80 793 1 208 -6% 44 287 41 652 85 939 42 354 39 882 82 236 1 924 -4%
20-64 131 617 138 927 270 544 119 760 124 564 244 324 -10% 131 617 138 927 270 544 118 635 126 281 244 916 169 -9% 131 617 138 927 270 544 120 135 127 895 248 030 1 731 -8%
65+ 50 936 60 050 110 986 57 582 72 279 129 861 17% 50 936 60 050 110 986 59 688 75 056 134 744 1 926 21% 50 936 60 050 110 986 59 860 75 241 135 101 2 083 22%

Legenda

H_20 : Homens 2020 H_30 : Homens 2030


M_20: Mulheres 2020 M_30 : Mulheres 2030
HM_20: Homens e Mulheres 2020 HM_30: Homens e Mulheres 2030

VarHM: Variação (%) da População Total entre 2020 e 2030


Mig: Saldo Migratório entre 2020 e 2030

2
NUT3 Região de Coimbra
Projeções Demográficas até 2030 por Sexo e Grupo Etário quinquenal

População fechada Cenário 1 Cenário 2


H_20 M_20 HM_20 H_30 M_30 HM_30 VarHM H_20 M_20 HM_20 H_30 M_30 HM_30 Mig VarHM H_20 M_20 HM_20 H_30 M_30 HM_30 Mig VarHM
Região de Coimbra 206 017 230 891 436 908 193 374 216 793 410 167 -6% 206 017 230 891 436 908 198 308 226 026 424 334 7 275 -3% 206 017 230 891 436 908 200 267 228 153 428 420 9 295 -2%
0-4 8 216 7 775 15 991 7 681 7 264 14 945 -7% 8 216 7 775 15 991 7 516 7 106 14 622 -2 -9% 8 216 7 775 15 991 7 665 7 255 14 920 152 -7%
5-9 8 266 7 811 16 077 7 639 7 224 14 863 -8% 8 266 7 811 16 077 7 855 7 425 15 280 455 -5% 8 266 7 811 16 077 8 002 7 562 15 564 596 -3%
10-14 9 052 8 532 17 584 8 217 7 775 15 992 -9% 9 052 8 532 17 584 8 775 8 297 17 072 713 -3% 9 052 8 532 17 584 8 919 8 423 17 342 841 -1%
15-19 10 436 9 886 20 322 8 265 7 794 16 059 -21% 10 436 9 886 20 322 8 860 8 371 17 231 516 -15% 10 436 9 886 20 322 8 969 8 476 17 445 614 -14%
20-24 10 684 10 495 21 179 9 043 8 505 17 548 -17% 10 684 10 495 21 179 8 947 8 538 17 485 -591 -17% 10 684 10 495 21 179 9 060 8 649 17 709 -464 -16%
25-29 9 500 9 187 18 687 10 398 9 861 20 259 8% 9 500 9 187 18 687 9 339 9 198 18 537 -1 059 -1% 9 500 9 187 18 687 9 493 9 369 18 862 -863 1%
30-34 9 751 9 956 19 707 10 615 10 476 21 091 7% 9 751 9 956 19 707 9 520 9 897 19 417 -519 -1% 9 751 9 956 19 707 9 712 10 111 19 823 -302 1%
35-39 11 947 12 961 24 908 9 435 9 166 18 601 -25% 11 947 12 961 24 908 9 195 9 392 18 587 439 -25% 11 947 12 961 24 908 9 382 9 606 18 988 630 -24%
40-44 14 990 16 161 31 151 9 651 9 906 19 557 -37% 14 990 16 161 31 151 10 244 10 826 21 070 1 101 -32% 14 990 16 161 31 151 10 420 11 016 21 436 1 268 -31%
45-49 15 916 17 177 33 093 11 714 12 881 24 595 -26% 15 916 17 177 33 093 12 547 14 003 26 550 922 -20% 15 916 17 177 33 093 12 687 14 157 26 844 1 062 -19%
50-54 15 221 16 676 31 897 14 589 15 985 30 574 -4% 15 221 16 676 31 897 15 199 16 848 32 047 577 0% 15 221 16 676 31 897 15 311 16 970 32 281 680 1%
55-59 15 661 17 434 33 095 15 330 16 916 32 246 -3% 15 661 17 434 33 095 15 933 17 759 33 692 725 2% 15 661 17 434 33 095 16 018 17 865 33 883 820 2%
60-64 14 888 17 221 32 109 14 486 16 377 30 863 -4% 14 888 17 221 32 109 15 149 17 555 32 704 1 028 2% 14 888 17 221 32 109 15 233 17 660 32 893 1 123 2%
65-69 14 386 16 852 31 238 14 690 16 975 31 665 1% 14 386 16 852 31 238 15 486 18 386 33 872 1 088 8% 14 386 16 852 31 238 15 556 18 474 34 030 1 159 9%
70-74 13 350 16 069 29 419 13 417 16 446 29 863 2% 13 350 16 069 29 419 14 395 17 726 32 121 1 152 9% 13 350 16 069 29 419 14 444 17 789 32 233 1 204 10%
75-79 10 244 13 644 23 888 11 614 15 323 26 937 13% 10 244 13 644 23 888 12 327 16 198 28 525 438 19% 10 244 13 644 23 888 12 351 16 241 28 592 461 20%
80-84 7 468 11 383 18 851 8 873 13 202 22 075 17% 7 468 11 383 18 851 9 197 13 646 22 843 292 21% 7 468 11 383 18 851 9 215 13 670 22 885 314 21%
85-89 4 347 7 826 12 173 5 122 9 106 14 228 17% 4 347 7 826 12 173 5 229 9 244 14 473 2 19% 4 347 7 826 12 173 5 235 9 249 14 484 2 19%
90-94 1 499 3 381 4 880 2 208 4 687 6 895 41% 1 499 3 381 4 880 2 208 4 687 6 895 -2 41% 1 499 3 381 4 880 2 208 4 687 6 895 -2 41%
95-99 195 463 658 383 913 1 296 97% 195 463 658 383 913 1 296 0 97% 195 463 658 383 913 1 296 0 97%
100+ 0 1 1 4 11 15 1400% 0 1 1 4 11 15 0 1400% 0 1 1 4 11 15 0 1400%

Legenda

H_20 : Homens 2020 H_30 : Homens 2030


M_20: Mulheres 2020 M_30 : Mulheres 2030
HM_20: Homens e Mulheres 2020 HM_30: Homens e Mulheres 2030

VarHM: Variação (%) da População Total entre 2020 e 2030


Mig: Saldo Migratório entre 2020 e 2030

3
Município da Figueira da Foz
Projeções Demográficas até 2030 por Sexo e Grupo Etário quinquenal

População fechada Cenário 1 Cenário 2


H_20 M_20 HM_20 H_30 M_30 HM_30 VarHM H_20 M_20 HM_20 H_30 M_30 HM_30 Mig VarHM H_20 M_20 HM_20 H_30 M_30 HM_30 Mig VarHM
Figueira Da Foz 27 889 31 073 58 962 26 115 29 210 55 325 -6% 27 889 31 073 58 962 26 869 30 600 57 469 1 124 -3% 27 889 31 073 58 962 27 143 30 887 58 030 1 397 -2%
0-4 1 084 1 016 2 100 1 032 969 2 001 -5% 1 084 1 016 2 100 1 006 943 1 949 8 -7% 1 084 1 016 2 100 1 026 964 1 990 28 -5%
5-9 1 107 1 038 2 145 1 006 942 1 948 -9% 1 107 1 038 2 145 1 041 974 2 015 64 -6% 1 107 1 038 2 145 1 059 993 2 052 82 -4%
10-14 1 229 1 117 2 346 1 084 1 016 2 100 -10% 1 229 1 117 2 346 1 158 1 085 2 243 89 -4% 1 229 1 117 2 346 1 176 1 102 2 278 108 -3%
15-19 1 464 1 372 2 836 1 107 1 036 2 143 -24% 1 464 1 372 2 836 1 165 1 091 2 256 32 -20% 1 464 1 372 2 836 1 181 1 106 2 287 46 -19%
20-24 1 400 1 346 2 746 1 228 1 113 2 341 -15% 1 400 1 346 2 746 1 172 1 078 2 250 -128 -18% 1 400 1 346 2 746 1 189 1 093 2 282 -111 -17%
25-29 1 200 1 144 2 344 1 459 1 369 2 828 21% 1 200 1 144 2 344 1 264 1 230 2 494 -182 6% 1 200 1 144 2 344 1 287 1 254 2 541 -155 8%
30-34 1 254 1 280 2 534 1 390 1 343 2 733 8% 1 254 1 280 2 534 1 239 1 257 2 496 -52 -1% 1 254 1 280 2 534 1 266 1 286 2 552 -23 1%
35-39 1 556 1 634 3 190 1 192 1 141 2 333 -27% 1 556 1 634 3 190 1 180 1 183 2 363 75 -26% 1 556 1 634 3 190 1 207 1 211 2 418 102 -24%
40-44 1 956 2 146 4 102 1 240 1 273 2 513 -39% 1 956 2 146 4 102 1 329 1 404 2 733 149 -33% 1 956 2 146 4 102 1 353 1 428 2 781 171 -32%
45-49 2 197 2 333 4 530 1 523 1 624 3 147 -31% 2 197 2 333 4 530 1 636 1 773 3 409 122 -25% 2 197 2 333 4 530 1 655 1 790 3 445 138 -24%
50-54 1 974 2 288 4 262 1 900 2 125 4 025 -6% 1 974 2 288 4 262 1 988 2 248 4 236 84 -1% 1 974 2 288 4 262 2 004 2 264 4 268 97 0%
55-59 2 121 2 424 4 545 2 120 2 300 4 420 -3% 2 121 2 424 4 545 2 221 2 440 4 661 135 3% 2 121 2 424 4 545 2 234 2 455 4 689 148 3%
60-64 2 132 2 477 4 609 1 888 2 247 4 135 -10% 2 132 2 477 4 609 2 011 2 452 4 463 188 -3% 2 132 2 477 4 609 2 023 2 467 4 490 202 -3%
65-69 2 049 2 332 4 381 1 994 2 366 4 360 0% 2 049 2 332 4 381 2 139 2 608 4 747 185 8% 2 049 2 332 4 381 2 149 2 623 4 772 196 9%
70-74 1 922 2 172 4 094 1 930 2 378 4 308 5% 1 922 2 172 4 094 2 087 2 587 4 674 182 14% 1 922 2 172 4 094 2 095 2 595 4 690 189 15%
75-79 1 401 1 781 3 182 1 655 2 132 3 787 19% 1 401 1 781 3 182 1 775 2 280 4 055 96 27% 1 401 1 781 3 182 1 778 2 285 4 063 99 28%
80-84 1 007 1 586 2 593 1 284 1 793 3 077 19% 1 007 1 586 2 593 1 353 1 890 3 243 76 25% 1 007 1 586 2 593 1 355 1 893 3 248 79 25%
85-89 595 1 038 1 633 714 1 203 1 917 17% 595 1 038 1 633 736 1 237 1 973 1 21% 595 1 038 1 633 737 1 238 1 975 1 21%
90-94 211 476 687 307 692 999 45% 211 476 687 307 692 999 0 45% 211 476 687 307 692 999 0 45%
95-99 30 73 103 61 146 207 101% 30 73 103 61 146 207 0 101% 30 73 103 61 146 207 0 101%
100+ 0 0 0 1 2 3 0 0 0 1 2 3 0 0 0 0 1 2 3 0

Legenda

H_20 : Homens 2020 H_30 : Homens 2030


M_20: Mulheres 2020 M_30 : Mulheres 2030
HM_20: Homens e Mulheres 2020 HM_30: Homens e Mulheres 2030

VarHM: Variação (%) da População Total entre 2020 e 2030


Mig: Saldo Migratório entre 2020 e 2030

4
Plano Municipal de Ação Climática | Figueira da Foz

Anexo 2 – Inventário de Referência de Emissões (IRE) de Gases com Efeito de Estufa (2008)

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- Inventário de Referência de
Emissões -

Elaborado por:
Departamento de Planeamento e Urbanismo
Divisão de Planeamento

- Figueira da Foz -

Julho de 2023

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Diagnóstico Energético

O presente documento constitui o Inventário de Referência de Emissões (IRE) do Município da


Figueira da Foz, e pretende quantificar os consumos energéticos e as emissões de CO2 inerentes
à atividade desenvolvida no território, tomando como referência o ano de 2008. O ano de 2008
foi o ano de referência escolhido pelo Município da Figueira da Foz para efeitos do presente
inventário por ser o ano mais próximo do de 2005 (definido como termo comparativo na Lei de
Bases do Clima), em relação ao qual puderam ser recolhidos dados completos e fiáveis.

Importa referir que não foi possível recolher informação de índole estatística, que permitisse
quantificar e caracterizar a produção energética ocorrida no concelho da Figueira da Foz, no ano
de 2008. Assim sendo, face à informação disponível, à data, apenas foi possível incorporar no
IRE informação alusiva à vertente “consumo energético”.

Por integrar um conjunto de informação quantitativa, quer relativa ao consumo energético quer
às respetivas emissões de CO2 associadas, desagregada por vetor energético e por categoria
de consumo, o IRE permitirá, por um lado, identificar a natureza das entidades emissoras de CO 2
e, por outro, adequar ao território da Figueira da Foz uma estratégia de atuação em prol da
melhoria do respetivo desempenho energético‐ambiental.

No futuro, o IRE será um instrumento de fulcral importância para a avaliação, tanto da


implementação do Plano Municipal de Ação Climática (PMAC), como da eficácia das medidas
entretanto adotadas.
Seguidamente, proceder‐se‐á à apresentação da metodologia utilizada na elaboração do
diagnóstico energético do Concelho, bem como à sistematização dos resultados obtidos.

Metodologia

Com o intuito de maximizar a fiabilidade do IRE, para efeitos da respetiva elaboração recorreu-
se, sempre que possível, a informação estatística oficial, oriunda da Direção-Geral da Energia e
Geologia (DGEG). Desta forma, foi processada a informação constante no Quadro 1.

Quadro 1 - Lista de informação processada e respetiva origem

Período de
Vetor
Descrição referência dos Fontes
Energético
dados
Eletricidade Consumo de Energia Elétrica (kWh) por tipo de consumidor 2008 DGEG
Gás Natural Consumo de Gás Natural (103 Nm3) por Concelho 2008 DGEG
Combustíveis Vendas de Produtos do Petróleo no Mercado Interno por
2008 DGEG
fósseis Sector de Atividade Económica e Município em 2008

Quanto ao processamento de informação efetuado, com base nos dados recolhidos e para cada
um dos vetores energéticos em apreço, foram promovidos os seguintes tipos de análise:

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• desagregação do consumo energético registado em 2008, no concelho da Figueira da


Foz, por sector de atividade económica;
• desagregação do consumo energético registado em 2008, no concelho da Figueira da
Foz, por categoria;
• desagregação das emissões de CO2 associadas, referentes a 2008, no concelho da
Figueira da Foz, por categoria.

No seguimento da apresentação da metodologia utilizada, importa referenciar que:


• para efeitos de conversão das diversas unidades de medida para MWh, optou‐se por
recorrer aos fatores de conversão e aos poderes caloríficos inferiores disponibilizados
no website da Direção-Geral de Energia e Geologia;
• para efeitos de cálculo das emissões de CO2, optou‐se por utilizar, sempre que possível,
os fatores de emissão constantes do anexo técnico das instruções de preenchimento do
modelo do Plano de Ação para a Energia Sustentável e Clima, disponível no âmbito do
Pacto dos Autarcas para o Clima e Energia – quando indisponíveis, recorreu‐se aos
definidos no Despacho n.º 17313/2008, de 26 de Junho40;
• Para determinação das emissões de CO2 associadas à eletricidade, foi determinado um
fator de emissão através do Balanço Energético Nacional do ano respetivo, também
divulgado pela Direcção-Geral de Energia e Geologia através da sua página de Internet;
• Para maior harmonização com as abordagens dos instrumentos de política climática
existentes, foram tidas em consideração, genericamente, as categorias apresentadas no
“Guia de Orientações para os Planos Regionais de Ação Climática (PRAC)” (APA, 2022),
para a vertente da Mitigação, assim como as definidas no “Guia para a apresentação
dos resultados do Pacto dos Autarcas para o Clima e Energia”, com as adaptações
consideradas necessárias face à realidade territorial. O Quadro 2 apresenta a articulação
entre as categorias definidas para efeitos do Inventário de Referência de Emissões e os
setores definidos no documento elaborado pela APA e no âmbito do Pacto dos Autarcas
para o Clima e Energia.

Quadro 2 - Articulação entre as categorias definidas no IRE e os setores definidos, para a Mitigação, no
“Guia de Orientações para os Planos Regionais de Ação Climática” e no “Guia para a apresentação dos
resultados do Pacto dos Autarcas para o Clima e Energia”
Guia de Orientações para os Pacto dos Autarcas para o Inventário de Referência
PRAC (APA) Clima e Energia (PAESC) Emissões (IRE)
Produção de eletricidade Produção de eletricidade Produção de eletricidade
Edifícios, equipamentos e Administração Local (Edifícios e
Edifícios de serviços e instalações municipais equipamentos municipais)
residenciais Administração Pública (Edifícios do
estado)

40 40
Procede à publicação dos fatores de conversão para tonelada equivalente petróleo (tep) de teores em energia de combustíveis
selecionados para utilização final, bem como dos respetivos fatores para cálculo da Intensidade Carbónica pela emissão de gases
com efeito de estufa, referidos a quilograma de CO2 equivalente (kgCO2e).

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Guia de Orientações para os Pacto dos Autarcas para o Inventário de Referência


PRAC (APA) Clima e Energia (PAESC) Emissões (IRE)
Edifícios, equipamentos e
instalações terciários (não Não doméstico
municipais)
Edifícios residenciais Doméstico
Transportes e mobilidade Transporte Transportes
Indústria, incluindo gases
Indústria Indústria
fluorados
Outros setores:
Resíduos e águas residuais - Gestão de resíduos Resíduos e Águas Residuais
- Gestão de águas residuais
Agricultura
Uso do solo, alteração do uso Agricultura, silvicultura e pesca Agricultura, Pesca e Florestas
do solo e florestas (LULUCF).
- Iluminação Pública Iluminação de vias públicas

• Importa referir que, para a energia elétrica, a DGEG não tem dados disponíveis
desagregados ao nível da Administração Local (edifícios e equipamentos municipais)
pelo que apenas foram considerados os dados da Administração Pública (Edifícios do
estado);
• De acordo com o “Guia para a apresentação dos resultados do Pacto de Autarcas para
o Clima e Energia” (2016), não é recomendável integrar as indústrias transformadoras e
de construção abrangidas pelo Regime de Comércio de Licenças (CELE) de Emissão da
União Europeia nos inventários de emissões de GEE. De facto, o CELE permite às
empresas emitir GEE, dentro de um limite atribuído, permitindo que as empresas
negociem entre si as licenças emitidas. Neste âmbito importa referir que o Município da
Figueira da Foz, à data de 2008, acolhia sete instalações de produção industrial e de
eletricidade que se encontravam abrangidas pelo Comércio Europeu de Licenças de
Emissão (APA, Maio, 2008), nomeadamente:
- Saint Gobain Mondego, SA

- Soporcel – Sociedade Portuguesa de Papel, SA 41

- ENERPULP – Cogeração Energética de Pasta, SA

- CELBI

- SOPORGEN – Sociedade Portuguesa de Geração de Eletricidade e Calor, SA

- CIMPOR – Indústria de Cimentos, SA

- Cerâmica das Alhadas

Neste sentido, seguindo as recomendações do Pacto dos Autarcas para a Energia e


Clima, optou-se por efetuar a análise, não integrando as instalações abrangidas pelo

41
Atual “Navigator Company”

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CELE. No entanto, uma vez que os dados estatísticos relativos aos consumos
energéticos, disponíveis publicamente, não se encontram desagregados ao nível das
entidades, optou-se por se proceder a esta contabilização, tendo em consideração o
agrupamento das entidades ao nível da Classificação das Atividades Económicas (CAE).
Neste seguimento, não foram considerados os seguintes CAE’s, que abrangem as
respetivas instalações: CAE 17 - Fabricação de pasta, de papel, de cartão e seus artigos
(onde se inclui a SOPORCEL, a ENERPULP e a CELBI); CAE 23 – Fabricação de outros
produtos minerais metálicos (nomeadamente “Fabricação de vidro”, onde se inclui a
Saint Gobain Mondego, SA, a “Fabricação de cimento”, onde se inclui a CIMPOR, e
“Fabricação de produtos cerâmicos”, onde se inclui a Cerâmica das Alhadas) e CAE 35
– Eletricidade, gás, vapor, água quente e fria e ar frio (onde se inclui a SOPORGEN).

Consumo de Energia e Emissões de CO2


Conforme referido anteriormente, o Inventário de Emissões terá em consideração, ao nível do
consumo de energia e respetivas emissões, três vetores de energia: a energia elétrica, o gás
natural e os produtos petrolíferos. Importa referir que, para a energia elétrica, foi adotado o valor
referente ao total de consumo, sem contabilizar o autoconsumo registado.
De seguida apresenta-se uma análise com a desagregação subsetorial para o concelho da
Figueira da Foz, para o ano de 2008, tendo como base a informação disponível na DGEG.

Energia Elétrica
Na Figura 1 apresenta-se a desagregação do consumo de energia elétrica por categoria definida,
no concelho da Figueira da Foz, no ano 2008.

Consumo de Energia Elétrica (MWh)


79 193,3
75 645,3

55 600,7

9 101,0 10 814,1 10 612,9


6 001,2
803,3

Edifícios do Não Doméstico Transportes Indústria Resíduos e Agricultura, Iluminação


estado doméstico Águas Pesca e de vias
Residuais Floresta públicas

Figura 1 – Consumo de energia elétrica, por categoria (com exceção dos CAE afetos às instalações CELE,
no concelho da Figueira da Foz), em 2008 (DGEG, 2023)

Da análise da figura anterior constata-se que as categorias “Doméstico” e “Não Doméstico” foram
as que apresentaram valores de consumo mais elevados (com aproximadamente 32% do
consumo e 31%, respetivamente), repartindo-se a fração remanescente pelas restantes

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categorias. Os “Edifícios do estado” representaram, neste contexto, cerca de 3,7% do consumo


de energia elétrica, em 2008.
O Quadro 3 apresenta a repartição, por categoria, do consumo de energia elétrica, e das
emissões de CO2 associadas.

Quadro 3 – Consumo de energia elétrica e emissões de CO2 associadas, por categoria, no concelho da
Figueira da Foz, em 2008 (DGEG, 2023)
Emissões CO2
Categoria Total (MWh)
(tCO2)
Edifícios do estado 9101,0 3 585,79
Não doméstico 75 645,3 29 804,26
Doméstico 79 193,3 31 202,16
Transportes 803,3 316,48
Indústria 55 600,7 21 906,69
Resíduos e Águas Residuais 6 001,2 2 364,47
Agricultura, Pesca e Floresta 10 814,1 4 260,77
Iluminação de vias públicas 10 612,9 4 181,46
Total 247 771,8 97 622,09

Importa referir que, na determinação das emissões de CO2 associadas ao vetor energético
“energia elétrica”, foi utilizado o fator de emissão 0,394 tCO2eq/MWh42.

A análise do quadro anterior permite constatar que o consumo de energia elétrica originou a
emissão de cerca de 97 622 ton de CO2 para a atmosfera sendo que, conforme seria previsível,
as categorias “Doméstico” e “Não Doméstico” foram as maiores emissoras de CO2 (com 32% e
31%, respetivamente).

Gás natural
Na Figura 2 apresenta-se a desagregação do consumo de gás natural registado no Município da
Figueira da Foz, no ano 2008.

42
FE_GEE_Eletricidade2023rev3.pdf (apambiente.pt)

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Consumo de gás natural (MWh)


26911,11

11510,63

4916,61

216,54 24,06 2,49

Edifícios do Edifícios e Não doméstico Doméstico Indústria Agricultura, Pesca


estado equipamentos e Floresta
municipais

Figura 2 – Consumo de gás natural registado no concelho da Figueira da Foz, em 2008, sem as instalações
abrangidas pelo CELE

Pela análise da figura anterior constata-se que as categorias que apresentam maior registo de
consumo são a categoria “Doméstico”, seguido da categoria “Não Doméstico”, com 62% e 26%
do consumo de gás natural, respetivamente.
O quadro seguinte apresenta a repartição, por categoria, do consumo de energia elétrica, e das
emissões de CO2 associadas.

Quadro 4 – Consumo de Gás Natural e emissões de CO2 associadas, por categoria, em 2008, sem as
instalações CELE (DGEG, 2023)
Categoria Total (MWh) Emissões CO2 (tCO2)
Edifícios do estado 216,54 43,74
Edifícios e equipamentos municipais 24,06 4,86
Não doméstico 11 510,6 2 325,1
Doméstico 26 911,1 5 436,0
Indústria 4 916,61 993,16
Agricultura, Pesca e Floresta 2,49 80,5
Total 43 581,4 8 803,45

Importa referir que, na determinação das emissões de CO2 associadas ao vetor energético “gás
natural”, foi utilizado o fator de emissão 0,202 tCO2/MWh43.

A análise do quadro anterior permite constatar que o consumo de gás natural originou a emissão
de cerca de 8 803 ton de CO2 para a atmosfera sendo que, conforme seria expectável, as
categorias “Doméstico” e “Não Doméstico” foram as maiores emissoras de CO2 (com 62% e
26%, respetivamente), seguindo-se a “Indústria” (com 10%).

Fator de emissão – Anexo técnico das instruções de preenchimento do modelo do plano de ação para a
43

energia sustentável e clima, no âmbito do Pacto dos Autarcas para o Clima e Energia

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Petróleo e respetivos derivados

Para efeitos do presente inventário, foi efetuada a consulta dos dados relativos às “Vendas de
Produtos do Petróleo no Mercado Interno por Sector de Actividade Económica e Município em
2008”, disponíveis na DGEG. O Quadro 5 apresenta a desagregação de vendas de combustíveis
petrolíferos por categoria, em 2008, para o concelho da Figueira da Foz.

Quadro 5 – Consumo de combustíveis petrolíferos, por categoria, no concelho da Figueira da Foz, em 2008
(DGEG, 2023)
Combustíveis petrolíferos (MWh)
GPL Outros
Categoria (Butano, Petróleo (lubrificantes,
Gasolina Gasóleo Fuelóleo Total
Propano, carburante asfaltos,
Gás Auto) solventes)
Edifícios do
817,86 0,00 0,00 0,00 732,91 0,00 1 550,77
estado
Edifícios e
equipamentos 2 368,18 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 2 368,18
municipais
Não doméstico 76 364,42 0,00 19 164,09 0,00 13 322,03 47 881,93 156 732,47
Doméstico 12 383,47 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 12 383,47
Transportes 4 943,49 88 727,40 253 605,86 0,00 0,00 150,58 347 427,34
Indústria 0,00 0,00 5 363,34 0,00 4 563,46 187,24 10 114,03
Resíduos 714,81 0,00 2 189,16 0,00 0,00 0,00 2 903,97
Agricultura 0,00 0,00 11 877,74 157,97 4 048,09 71,92 16 155,71
Iluminação de
0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
vias públicas
Total 97 592,24 88 727,40 292 200,19 157,97 22 666,48 48 291,67 549 635,94

O quadro anterior permite constatar que, naturalmente, a categoria dos “Transportes” (mais
especificamente, os transportes terrestres) foi a que apresentou maior consumo de produtos
petrolíferos, com 63% do consumo total, seguindo-se a categoria “Doméstico”, com 28%.
O combustível petrolífero mais consumido foi o “Gasóleo”, com 53%, seguindo-se o “GPL” e a
“Gasolina”, com 18% e 16%, respetivamente (Figura 3).

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Figura 3 – Desagregação do volume de vendas de produtos petrolíferos, por produto, no concelho da


Figueira da Foz, em 2008 (DGEG, 2023)

O Quadro 6 apresenta a repartição, por categoria, das emissões de CO2 associadas aos
combustíveis petrolíferos, registados no concelho da Figueira da Foz, no ano 2008.

Quadro 6 – Emissões de CO2 associadas ao consumo de combustíveis petrolíferos, por categoria, no


concelho da Figueira da Foz, em 2008 (DGEG, 2023)
Combustíveis petrolíferos (Emissões tCO2)
Outros
GPL (Butano,
Categoria Petróleo (lubrificantes,
Propano, Gás Gasolina Gasóleo Fuelóleo Total
iluminante asfaltos,
Auto)
solventes)
Edifícios do
185,65 0,00 0,00 0,00 204,48 0,00 390,14
estado
Edifícios e
equipamentos 537,58 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 537,58
municipais
Não doméstico 17 334,72 0,00 5 116,81 0,00 3 716,85 13 359,06 39 527,44
Doméstico 2 811,05 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 2 811,05
Transportes 1 122,17 22 093,12 67 712,77 0,00 0,00 42,01 90 970,07
Indústria 0,00 0,00 1 432,01 0,00 1 273,20 52,24 2 757,46
Resíduos 162,26 0,00 584,50 0,00 0,00 0,00 746,77
Agricultura,
Pesca e 0,00 0,00 3 171,36 44,07 1 129,42 20,07 4 364,91
Floresta
Iluminação de
0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00 0,00
vias públicas
Total 22 153,44 22 093,12 78 017,45 44,07 6 323,95 13 473,38 142 105,41

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Importa referir que, na determinação das emissões de CO2 associadas ao vetor energético
“combustíveis fósseis”, foram utilizados os seguintes fatores de emissão 44:
 Gás liquefeito ‐ 0,227 t CO2/MWh;
 Óleo de aquecimento ‐ 0,267 t CO2/MWh;
 Gasóleo (diesel) ‐ 0,267 t CO2/MWh;
 Gasolina ‐ 0,249 t CO2/MWh;
 Outros combustíveis ‐ 0,279 t CO2/MWh.

A análise do quadro anterior permite constatar que o consumo de combustíveis petrolíferos


originou a emissão de cerca de 142 105 ton de CO2 para a atmosfera sendo que, conforme seria
expectável, o setor dos “Transportes” foi o maior emissor de CO2, com cerca de 64% do total de
emissões.

Balanço global
Os Quadros 7 e 8 apresentam o resumo do consumo de energia, por vetor energético, e o
resultado das respetivas emissões de CO2 associadas ao consumo de energia elétrica, gás
natural e combustíveis petrolíferos, por categoria, no concelho da Figueira da Foz, em 2008.

Quadro 7 – Consumo de energia elétrica, gás natural e combustíveis petrolíferos, por categoria, no
concelho da Figueira da Foz, em 2008 (DGEG, 2023)
Consumo de Energia (MWh)
Produtos Total
Tipo de consumidor Energia elétrica Gás Natural
Petrolíferos
Edifícios do estado 216,54 1 550,77
9101,0 13 260,55
Edifícios e equipamentos
24,06 2 368,18
municipais
Não doméstico 75645,3 11510,63 156 732,47 243 888,40
Doméstico 79193,3 26911,11 12 383,47 118 487,88
Transportes 803,3 0 347 427,34 348 230,64
Indústria 55 600,7 4916,61 10 114,03 70 631,34
Resíduos e águas residuais 6001,2 0 2 903,97 8 905,17
Agricultura, Pesca e Floresta 10814,1 2,49 16 155,71 26 972,30
Iluminação de vias públicas 10612,9 0 0,00 10 612,90
Total 247 771,80 43 581,44 549 635,94 840 989,18

44Fator de emissão – Anexo técnico das instruções de preenchimento do modelo do plano de ação para a energia sustentável e
clima, no âmbito do Pacto dos Autarcas para o Clima e Energia

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Quadro 8 – Emissões de CO2 associadas ao consumo de energia elétrica, gás natural e combustíveis
petrolíferos, por categoria, no concelho da Figueira da Foz, em 2008 (DGEG, 2023)
Emissões CO2 (t CO2)
Produtos Total
Categoria Energia Elétrica Gás Natural
Petrolíferos
Edifícios do estado 43,74 390,14
Edifícios e equipamentos 3 585,79 4 562,11
4,86 537,58
municipais
Não doméstico 29 804,26 2 325,15 39 527,44 71 656,85
Doméstico 31 202,16 5 436,04 2 811,05 39 449,25
Transportes 316,48 0,00 90 970,07 91 286,55
Indústria 21 906,69 993,16 2 757,46 25 657,31
Resíduos e águas residuais 2 364,47 0,00 746,77 3 111,24
Agricultura, Pesca e Floresta 4 260,77 0,50 4 364,91 8 626,18
Iluminação de vias públicas 4 181,46 0,00 0,00 4 181,46

Total 97 622,09 8 803,45 142 105,41 248 530,95

No cômputo geral do concelho da Figueira da Foz, constata-se que, para o ano 2008, o consumo
de produtos petrolíferos foi o mais representativo, com cerca de 57% das emissões de CO2,
seguindo-se o consumo de energia elétrica (com 39% da emissão de CO2) e o consumo de gás
natural (com 4%).
Por outro lado, conforme já referido anteriormente, a categoria “Transportes” foi a que mais
emissões de CO2 emitiu (37%), seguindo-se o setor “Não Doméstico” (com 29%), o “Doméstico”
(com 16%), e a “Indústria” não CELE, com 10%.

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Anexo 3 – Meta Baseada na Ciência (OPCC)

META BASEADA NA CIÊNCIA - Metodologia OPCC (One Planet City Chalenge)


Ano base considerado: 2019

Passo 1 – Emissões per capita


 Emissões totais (E Total 2019) = 178 830,74 ton CO2
 População no ano de emissão (2019) = 58 961 hab

 Resultado Emissões per capita no ano base (Epc)

Epc = ETotal2019/pop. 2019 = 178 830,74/58 961


Epc = 3,03 ton CO2/hab

Passo 2 - Fator de conversão – FC (% de redução para 2030)


 IDH Nacional (2019) = 0,86441
 IDH Global (2019) = 0,73745
 FC = 1-(0,864-0,737)/0,737
 FC = 0,83
Aplicando o Fator de Conversão, temos a redução (%) para 2030
Redução 2030 = 1-(0,5*0,83) = 0,58 = 59%

Assim, até 2030 o Município da Figueira da Foz precisa de reduzir 59% das suas emissões

Passo 3 – Emissões per capita em 2030 (Epc)


Epc = Epc ano base * (1- redução 2030)

- Emissões per capita 2019 = 3,03 tonCO2/hab


- Taxa de redução de emissões para 2030 = 59%
Epc = 3,03 * (1-0,59)
Epc = 1,24 TCO2/hab

Em 2030 o Município da Figueira da Foz deverá emitir 1,24 TonCO 2/hab.

Passo 4 – Emissões absolutas em 2030


Emissões totais 2030 (Etotais 2030) = Epc2030 * pop. 2030
- População projetada para 2030 = 57 469 hab46
Etotais 2030 = 1,24*57 469 hab

Etotais2030 = 71 261,56 Ton CO2

45 PNUD, 2021 (Relatório de Desenvolvimento Humano 2020)


46
CCDRC, 2022 (Projeções Demográficas 2030)

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Plano de Ação para a Energia Sustentável e Clima | outubro 2023
Plano Municipal de Ação Climática | Figueira da Foz

Anexo 4 - Reformulação das opções estratégicas definidas na EMAAC

Opções Estratégicas - EMAAC Opções Estratégicas - PMAC


Planeamento e Desenvolvimento Territorial
- Reordenamento dos espaços públicos
Introdução de espécies vegetais menos exigentes Redução da vulnerabilidade das áreas urbanas às
em consumo de água) ondas de calor
Redução da vulnerabilidade das áreas urbanas às
Aumento dos pontos de água para consumo ondas de calor e ao aumento da temperatura
humano público na zona urbana, nomeadamente máxima: medidas que evitam o efeito de ilha de
zonas de maior concentração de população (*) calor particularmente durante os eventos de ondas
de calor
Promover atividades relacionadas com a
-
exploração do sal e oportunidades emergentes
- Promover a transição para uma economia circular
Mobilidade, Energia e Indústria
Promover a mobilidade sustentável
-
Aproveitamento de energias alternativas: solar, Promover a produção e a implementação de
vento e das marés projetos de utilização de energias renováveis
Criação de um centro de gestão inteligente para o
-
setor energético
Gestão da Água e Recursos Hídricos
Promover o uso sustentável da água, com
Criar incentivos à utilização sustentável da água
implementação de boas práticas de gestão da
água no setor urbano com vista à redução do
Otimização e criação de boas práticas municipais
consumo, para prevenção dos impactes
para os sistemas de rega
decorrentes de fenómenos de seca e de escassez
Aumentar a área permeável do Concelho com
Melhoria dos sistemas urbanos de escoamento de
implementação de técnicas que promovem a
águas pluviais em áreas críticas
recarga artificial dos aquífero
Criação e melhoria das infraestruturas de retenção
-
de água para os regadios agrícolas
Promover a reabilitação de ribeiras e galerias
-
ripícolas
Proteção costeira
Alimentação artificial das praias do sul do
Concelho através do desassoreamento do Rio Esta opção da EMAAC passou a ser uma ação no
Mondego no canal portuário da Figueira da Foz PMAC
[EMAAC]
Preservação da linha de costa e proteção costeira
em zonas de risco elevado de erosão, de
-
galgamento, inundação e defesa aos avanços do
mar
Regulação municipal específica para as zonas Esta opção já foi tida em consideração aquando da
potenciais de cheias, inundações e erosão costeira revisão do PDM
Introduzir o recuo progressivo nas zonas costeiras
Esta opção já foi tida em consideração aquando da
considerando critérios como a baixa cota
revisão do PDM e encontra-se salvaguardada no
altimétrica para justificar e definir áreas non
Regulamento do PDM
aedificandi
Proteção costeira em zonas de risco elevado de
- erosão, de galgamento, inundação e defesa aos
avanços do mar
Implementação de sistemas de previsão, alerta e
-
monitorização
Definição de uma estratégia para o aproveitamento
-
da energia das marés
Agricultura e Floresta
Reordenamento do espaço agrícola e florestal e
Reordenamento do espaço agrícola
Criação de um cadastro rural
Florestação para evitar a erosão do solo (nas Esta opção estratégica está inserida na ação
zonas com risco de erosão hídrica do solo e “Elaboração de um Manual Municipal para as
instabilidade de vertentes) Florestas”

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Plano de Ação para a Energia Sustentável e Clima | outubro 2023
Plano Municipal de Ação Climática | Figueira da Foz

Opções Estratégicas - EMAAC Opções Estratégicas - PMAC


Aumento da capacidade de armazenagem de água
Criação e melhoria das infraestruturas de retenção
e reforço sustentável das reservas hídricas
de água para os regadios agrícolas
disponíveis para a agricultura
Criação de Hortas Urbanas Dinamização da Agricultura Urbana
Informação e consciencialização
Criação de um observatório da evolução da zona
costeira Criação de um sistema de deteção e gestão
Criação de um sistema de deteção e gestão municipal de ocorrências climáticas
municipal de ocorrências climáticas
Realização periódica de um workshop participativo
aberto à comunidade local para apresentação e Passou para uma ação específica, em vez de ser
discussão dos trabalhos realizados e resultados opção estratégica
atingidos no âmbito da EMAAC
Criação de uma comissão, que inclua um conjunto
de atores-chave representativos da sociedade civil
Passou para uma ação específica, em vez de ser
e instituições, para trabalhar conjuntamente na
opção estratégica
promoção, acompanhamento e monitorização da
EMAAC
Melhorar o conhecimento sobre os grupos Passou para uma ação específica, em vez de ser
vulneráveis opção estratégica

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Plano de Ação para a Energia Sustentável e Clima | outubro 2023

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