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• CONCRETO ARMADO NA PRÁTICA •

Assim, a primeira operação consiste na extração da matéria prima das jazidas. Após a moagem,
o calcário e a argila são misturados e, após serem transformados em um pó muito ino, são levados
para o cozimento em forno a temperaturas bem elevadas, donde, então, se processam várias rea­
ções químicas. O produto resultante desse tratamento é denominado de “clinquer” que sai do forno
e passa para o equipamento esfriador que, como o próprio nome diz, é para baixar a temperatura
com maior rapidez. O clinquer portland, evidentemente, após receber certa dosagem de gesso, é en­
tão conduzido a uma nova moagem, sendo esta a inal. O cimento portland resultante da moagem do
clinquer com gesso é conduzido para os silos, a im de obter­se, inalmente, a última operação que
nada mais é do que a de ensacamento para o fornecimento ou quando não, ser fornecido a granel.
Convém, no entanto, salientar ainda que o cimento portland deve ser armazenado em local
su icientemente protegido da ação das intempéries, da umidade do solo e, conseqüentemente, de
outros agentes nocivos à sua qualidade.
Os sacos de cimento devem possuir identi icação rápida dos itens localizados na embalagem,
caracterizando de forma bem clara sua constituição, sigla, tipo e classe.
Cada cimento deve ser armazenado separadamente, em consonância com marca, tipo e clas­
se, fornecido em sacos que devem ser guardados em pilhas, em local fechado, protegido da ação de
chuva, névoa ou condensação.
Cada lote recebido, em uma mesma data, deve ser armazenado em pilhas separadas e devi­
damente individualizado.
As pilhas devem estar separadas por corredores que permitam o acesso e, os sacos devem
icar apoiados sobre estrados de madeira, para evitar o contato direto com o piso.
Os sacos devem ser empilhados em altura de no máximo 15 unidades, quando icarem reti­
dos por período inferior a 15 dias, ou, em altura de no máximo de 10 unidades, quando perma­
necerem por período mais longos. O prazo de validade é fator preponderante, numa operação de
concretagem, e, portanto, devem ser expressa constantemente através de relatórios.
O cimento fornecido a granel deve ser estocado em silo estanque, provido de respiradouro
com iltro para reter poeira, tubulação de carga e descarga, e janela de inspeção.

1.2 ­ Agregados
Os agregados devem ser armazenados separadamente em baias em função da sua gradua­
ção granulométrica, de conformidade com as classi icações indicadas na ABNT NBR 7211:2005 ­
agregado para concreto – especi icação. Diante disso, não deve haver contato ísico direto entre as
diferentes graduações. Cada fração granulométrica deve icar sobre uma base que permita escoar
a água livre de modo a eliminá­la.

1.2.1 ­ Areia
As areias são minerais encontrados na natureza, resultantes da desagregação das rochas. Po­
dem ser obtidas de várias maneiras como, por exemplo: dos rios, das minas etc. São classi icadas,
conforme sua glanulometria, em: grossas, médias e inas.
Cuidados especiais devem ser observados, no que diz respeito a lavagem de areia, pois esta
prática faz com que os grãos mais inos desapareçam, afetando com isto, a compacidade e resis­
tência dos concretos.
As areias inas têm seu uso limitado, pois, além de não serem aderentes, exigem água em
volume superior ao normal.

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As areias médias e as grossas, ao contrário das inas, aceleram o endurecimento proporcio­


nando, assim, o aumento da resistência dos concretos. No entanto, com respeito ao uso de areias
para concreto, são sem sombra de dúvidas sempre especi icadas as grossas.
Para qualquer uso que se faça necessário da areia, é conveniente levar­se em conta a umida­
de, a im de que possa ser impedida a prática da dosagem inadequada, pois há necessidade de que
seja levado em consideração que esteja completamente seca.

1.2.2 ­ Britas e pedregulhos


A brita e o pedregulho caracterizam­se pelo agregado graúdo que entra na composição dos
concretos.
O agregado, denominado de brita, é proveniente de rochas duras, após a operação de tritura­
ção das rochas que poderá ser feita por mãos do homem ou por intermédio de britadores. Eviden­
temente, ica caracterizada a diferença entre os dois meios de operação, pois somente é utilizado
o processo manual quando o volume é pequeno ou quando na realidade não existe outro meio.
Porém, no que diz respeito ao uso dos britadores mecânicos, requer um investimento de enverga­
dura para sua implantação, haja vista ser um processo mais so isticado.
Quanto ao agregado denominado de pedregulho, este é proveniente dos leitos dos rios ou
córregos.

1.2.3 ­ Água
A água é o mais importante líquido do mundo. Por tal razão, sua aplicação nos canteiros de
obras é indispensável, haja vista sua aplicabilidade quase a todo instante, qualquer que seja a eta­
pa prevista no cronograma ísico. Por exemplo: como componentes nos concretos e argamassas ou
no resfriamento e cura do concreto, assim como nos trabalhos de limpeza, como ferramenta.
Oportuno ainda é ser frisado o papel que assume os gerenciadores dos canteiros de obras, a
im de que tenha a su iciente preocupação quanto a utilização da água, qualquer que seja o serviço
a ser executado.
A água destinada ao amassamento do concreto deve ser guardada em caixas estanque e tam­
pada de modo que, com tal providência, possa ser evitada a contaminação por substâncias estra­
nhas.
A norma prescreve que a água destinada ao amassamento do concreto deverá ser isenta de
teores prejudiciais de substâncias estranhas. Presumem­se satisfatórias as águas potáveis e as que
tenham pH entre 5,8 e 8,0 e respeitem os seguintes limites máximos; limites estes que incluem as
substâncias trazidas ao concreto pelo agregado.
­ matéria orgânica (expressa em oxigênio consumido) 3 mg/l
­ resíduos sólidos 5.000 mg/l
­ sulfatos (expresso em íons SO4­­) 300 mg/l
­
­ cloretos (expresso em íons Cl ) 500 mg/l
­ açúcar 5 mg/l
Contudo, em casos especiais, a critério do responsável pela obra, deverão ser consideradas
outras substâncias prejudiciais.
São mais convenientes o uso das águas de fontes, rios e as de chuva, bem como as de poços
desde que isentas de sais.

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e, para a padiola de agregado graúdo, respectivamente, para a brita 1 e brita 2:

Não pode haver padiolas com altura superior a 35 cm. Alturas superiores a essa, encontrada
no cálculo, terão que ser divididas por 35 cm para determinar o número de padiolas.
Para tanto, o cálculo do número de padiolas será:
Areia..............................67,27/ 35 = 1,92 2
Brita 1............................39,40/35 = 1,12 2
Brita 2............................39,11/35 = 1,12 2

E para as alturas das padiolas tem­se:

Areia................................67,27/2 = 33,64 cm
Brita 1..............................39,40/2 = 19,70 cm
Brita 2..............................39,11/2 = 19,56 cm

Assim, de acordo com o traço apresentado, haverá necessidade de:

Cimento – 1 saco ou 35,2 litros


Areia – 2 padiolas de 35 x 45 x 33,64 cm...105,97 litros
Brita 1 – 2 padiolas de 35 x 45 x 19,70 cm...62,05 litros
Brita 2 – 2 padiolas de 35 x 45 x 19,55 cm...61,58 litros

Contudo, na hipótese de se querer trabalhar com o traço em peso seco, veri/ica­se:


Areia:

e, conseqüentemente:
Brita 1:

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Brita 2:

­ Cálculo do número de padiolas


Areia...............................67,29/35 = 1,92 2
Brita 1 ............................39,41/35 = 1,13 2
Brita 2.............................39,12/35 = 1,12 2

­ Cálculo das alturas das padiolas:


Areia...............................67,29/2 = 33,64 cm
Brita 1.............................39,41/2 = 19,70 cm
Brita 2.............................39,12/2 = 19,56 cm

Quadro 10 – Comparativo de custos: concreto virado


em obra x concreto dosado em central.
CALCULE O SEU CUSTO
Custo comparativo I
Materiais
Cimento 350 kg x 1,04 = 364 kg x R$_________________ = R$______________
Areia 0,65 m³ x 1,20 = 0,78 m³ x R$_______________= R$_______________
Brita 0,85 m³ x 1,05 = 0,89 m³ x R$_______________= RS_______________
I = R$____________/m³
Mão­de­obra 0,20 x I = II = R$____________/m³
Equipamentos:
0,02 x I = III = R$____________/m³
Instalação/manutenção
Controle tecnológico 0,075 x I = IV = R$____________/m³
Custo comparativo II
Resumo de custos
Materiais I R$______________________/m³
Mão­de­obra II R$______________________/m³
Equipamentos III R$______________________/m³
Controle tecnológico IV R$______________________/m³
Sub­total V = R$__________________________/m³
Despesas administrativas 0,10 x V = VI = R$_________________/m³
Custo do concreto virado
V+VI = R$______________________/m³
em obra
Concreto dosado em central R$______________________/m³

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