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RESUMO

HARVEY, David. Condição Pós-moderna.14 ed. São Paulo: Edições Loyola, 1992.
Capítulos 1, 2 e 3. Livro emprestado: Everardo.

A Tese.
A tese diz que: “... podem-se aduzir bases a priori em favor da proposição de que há
algum tipo de relação necessária entre a ascensão de formas culturais pós-modernas, a
emergência de modos mais flexíveis de acumulação do capital e um novo ciclo de
compressão do tempo-espaço na organização do capitalismo”. Entretanto... “essas
mudanças mostram-se mais como transformações superficiais quando confrontadas
com a lógica do capitalismo do que como sinais da emergência de uma sociedade pós-
capitalista ou pós-industrial”. Então, tem como objetivo: investigar a natureza do pós-
modernismo não apenas como um conjunto de idéias, mas, sobretudo como uma
“condição histórica”. (p.7).
Definição inicial de Pós-modernismo.
Pergunta se houve uma transformação tão grande na vida social e cultural a partir dos
anos 70 para que se possa dizer que vivemos numa cultura pós-moderna. Define o pós-
modernismo como um movimento cultural e ideológico que elege a heterogeneidade e a
diferença como ponto de partida para uma redefinição dos discursos culturais.
Caracteriza o pós-modernismo pela “fragmentação” e “indeterminação” bem como pela
“intensa desconfiança de todos os discursos universais... ou totalizantes...”. Contrapõe o
pós-modernismo a uma cultura “tecnocêntrica”, “totalitária” e “racionalista” do
modernismo. Avalia que os fundamentos intelectuais do pós-modernismo constituem-se
na “filosofia pragmática” de Rorty e Dewey, no conceito de “paradigma” de Khun, na
“descontinuidade histórica” de Michel Focault, na “matemática do caos” e na
antropologia cultural. (p.19).
Contradições da Modernidade.
Representa a modernidade inicialmente por meio da caracterização baudeleriana do que
seja o espírito moderno: a polaridade oposta e ao mesmo tempo complementar entre os
conceitos de “efemeridade”, “contingência”, e “transitoriedade”; e, os conceitos de
“eternidade”, “constância” e “imutabilidade”.
A modernidade é apresentada como uma ruptura com todas as condições históricas
anteriores e por um “processo de rupturas e fragmentações internas inerentes. (p.22) Por
isso a importância da imagem da “destruição criativa” associada sempre às formas
culturais e políticas da modernidade. (p.26) Por outro lado, observa-se a preocupação do
modernismo com a racionalidade científica instrumental e também com uma linguagem
universal que pudesse ser representar de verdades eternas.
A partir disso, expõe as contradições que havia no “projeto da modernidade”: domínio
científico da natureza ou degradação ambiental e humana, desenvolvimento da razão
individual ou exacerbação irracional de crenças políticas e religiosas, desenvolvimento
da organização social racional ou autoritarismo político, nazismo, fascismo,
corporações. O projeto da razão iluminista fica diante de muitas questões: Que tipo de
relação pode se estabelecer entre fins e meios? Quem é o detentor da verdade racional e
como pode impô-la aos outros? Dentre outras. (p.29)
Virada Pós-moderna.
A virada para o pós-modernismo ocorreu, segundo o autor, no ano de 1972 com a
“desconstrução” da idéia do projeto arquitetônico universal do alto modernismo. A
questão era agora “construir para as pessoas e não para o Homem” (p. 34) Segundo, o
autor, o pós-modernismo possui uma aceitação da efemeridade, da fragmentação, do
caótico e do descontínuo, o que corresponde à metade do conceito baudeleriano de
modernidade. Logo, a principal preocupação do pós-modernismo é com a “alteridade” e
o ataque às concepções universalizantes da vida social. Focault e Lyotard, que são
autores pós-modernos, segundo ele, atacam qualquer noção de que possa haver uma
metanarrativa, uma metalinguagem ou metateoria mediante as quais todas as coisas
existentes possam ser representadas. (p.44)
Teoria social pós-moderna.
A teoria social no pós-modernismo está muito mais preocupada com a relação entre os
sistemas de conhecimento-discurso e as técnicas e práticas para o controle social em
contextos particulares. Um outro aspecto é o que o autor chama de “atomização do
social em redes flexíveis de jogos de linguagem”, o que sugere uma relatividade de
códigos a que cada sujeito social pode recorrer numa dada situação específica.
Relacionando os dois aspectos, vê-se como esses diferentes jogos de linguagem que
entram em ação em contextos específicos somente podem dar origem ao que o autor
chama de “instituições em pedaços ou determinismos locais”. A teoria social do pós-
modernismo preocupa-se então muito mais com “comunidades interpretativas”,
produtoras e consumidoras de textos, localizadas em contextos institucionais
particulares. (p. 50-53).

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