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RA: 00226255
Breve Introdução
Amala e Kamala, também conhecidas como as meninas lobo, foram duas crianças
selvagens encontradas na Índia no ano de 1920. A primeira delas tinha um ano e meio e
faleceu um ano mais tarde. Kamala, no entanto, já tinha oito anos de idade, e viveu até
1929.
Explicação do Caso
Elas agiam como filhotes de lobo, de forma incomum. A história dessas crianças intriga
a muitas pessoas. Suas idades presumíveis eram por volta de 2 e 8 anos. Deram-lhes os
nomes de Amala e Kamala, respectivamente. Após encontrá-las, o Reverendo Singh
levou-as para o orfanato que mantinha na cidade de Midnapur. Foi lá que ele iniciou o
penoso processo de socialização das duas "meninas-lobo". Elas não falavam, não
sorriam, andavam de quatro, uivavam para a lua e sua visão era melhor à noite do que
ao dia. Amala, a mais jovem, morreu com dois anos e meio de idade devido à adaptação
dolorosa ao abrigo (como ela não tinha a alimentação que ela estava acostumada, de
carne crua e podre). Kamala viveu durante oito anos na instituição que a acolheu,
humanizando-se lentamente. Ela necessitou de seis anos para aprender a andar e pouco
antes de morrer só tinha um vocabulário de 50 palavras. Atitudes afetivas foram
aparecendo aos poucos. Ela chorou pela primeira vez por ocasião da morte de Amala e
se apegou lentamente às pessoas que cuidaram dela e às outras crianças com as quais
viveu.
A explicação do Século XX
[“...] o behaviorista, em seus esforços para conseguir um esquema unitário das respostas
animais, não reconhece uma linha divisória entre homem e besta.” (1913, p. 1,)
Assim dava-se uma explicação para o caso de Amala e Kamala, cujo as mesmas
receberam estímulos vindos de caráter animal durante a formação da consciência
humana – tornando-se praticamente parte da alcateia.
Conclusões Recentes
De acordo com o cirurgião francês Serge Aroles, é possível garantir que as duas não
tinham nenhum tipo de deficiência, o caso de Amala e Kamala é a farsa mais
escandalosa relacionada a crianças selvagens. Em seu livro "L’enigme des enfants-loup"
(2007), Aroles descreve sua pesquisa acerca do caso. Ele varreu arquivos e fontes
desconhecidas oficialmente e concluiu:
O diário original o qual Singh dizia ter escrito "dia após dia durante a vida das duas
garotas-lobas" é falso. Ele foi escrito na Índia depois de 1935, seis anos após a morte de
Kamala (O manuscrito original é mantido na divisão de manuscritos da biblioteca dos
Estados Unidos do Congresso em Washington, D.C.);
A foto mostrando as duas garotas-lobas andando de quatro, comendo carne crua, e
outros, foram tiradas em 1937, depois da morte das garotas. As fotos, na verdade,
mostram duas garotas de Midnapur posando a pedido de Singh. O corpo e rosto da
garota nas fotos são totalmente diferentes do corpo e rosto de Kamala, como se pode ver
em suas verdadeiras fotos;
De acordo com o médico responsável pelo orfanato, Kamala não tinha nenhuma das
anomalias inventadas por Singh, tais como dentes longos e pontudos, locomoção de
quatro com articulações rígidas, visão noturna com emissão de um brilho azul intenso a
partir de seus olhos, durante a noite;
A fraude foi desenvolvida para ganho financeiro. Aroles mostra cartas entre Singh e o
Professor Robert M. Zingg, nas quais Zingg expressa sua crença no valor financeiro da
história;
Depois de suas publicações do diário de Singh, Zingg enviou US$500 para Singh, que
estava desesperadamente precisando de dinheiro para manter seu orfanato;
Após algum tempo foi comprovado por especialistas que Kamala tinha defeitos mentais,
afetada pela Síndrome de Rett
Conclusão Geral